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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
BRENDA GROSS
JOÃO PRACHUM
MURILO RIBEIRO
VICTOR CUSTÓDIO
AGRICULTURA IRRIGADA NO BRASIL E PARANÁ: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS
PONTA GROSSA
2021
BRENDA GROSS
JOÃO PRACHUM
MURILO RIBEIRO
VICTOR CUSTÓDIO
AGRICULTURA IRRIGADA NO BRASIL E PARANÁ: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS
Atividade avaliativa apresentada para obtenção de nota parcial referente à disciplina de Irrigação e Drenagem, ministrada pelo Prof. Dr. Eduardo Augusto Agnellos Barbosa, na Universidade Estadual de Ponta Grossa.
PONTA GROSSA
2021
1. INTRODUÇÃO
A população mundial vem crescendo em ritmo acelerado e consequentemente surge a necessidade de uma maior produção de alimentos, sendo uma estimativa de que essa produção deve aumentar cerca de 60% até o ano de 2050 para atender a necessidade de consumo. Nesse cenário se faz presente a irrigação, técnica que permite tornar a agricultura mais produtiva, devido ao fornecimento controlado de água para determinada cultura. 
 Essa técnica milenar já era usada pelos egípcios acerca de 6000a.C. nas margens do rio Nilo, desde então veio em constante evolução até os dias atuais, onde se encontram várias técnicas que serão tratadas ao longo desse trabalho. Por se tratar de uma técnica artificial com distribuição hídrica controlada, a irrigação proporcionou o desenvolvimento da agricultura em áreas áridas e semiáridas, e também tornando a produção mais segura evitando percas com a estiagem.
O Brasil é um país privilegiado se tratando de recursos hídricos, naturalmente a irrigação tem ganhado forças em nosso país. Foi introduzido em 1900, no estado do Rio Grande do sul nas plantações de arroz, atualmente o Brasil possui 8,2 milhões de hectares fertirrigados. Passando por desafios e oportunidades a irrigação brasileira tem um grande potencial de crescimento. Com uma projeção de 4,2 milhões de hectares irrigados a mais até o ano de 2040.
No estado do Paraná, a irrigação é pouco expressiva, estima-se que apenas 1% da produção paranaense seja irrigada. Entretanto, o Estado está apoiando a expansão da técnica, principalmente na região Noroeste, que apresenta uma deficiência hídrica.
2. AGRICULTURA IRRIGADA NO BRASIL
Ao longo do tempo, a irrigação passou por vários processos de desenvolvimento e foi se adaptando aos diferentes ambientes. Atualmente ela faz parte de um conjunto de tecnologias que podem contribuir efetivamente para suprir as demandas por alimento no planeta. A irrigação, avaliada de maneira isolada, talvez seja a mais importante alteração benéfica feita intencionalmente pelo homem no ambiente.
A evolução da agricultura irrigada brasileira permitiu avançar do total de 1,5 milhões de hectares em meados de 1980 até os 5,1 milhões de hectares atuais (2021). Tão importante quanto multiplicar por 3,4 a área irrigada foi a evolução de uso de sistemas com maior eficiência no uso de água, energia, mão de obra e operacionalidade de maneira geral. Sistemas pressurizados de irrigação por aspersão convencional e mecanizados e de irrigação localizada por gotejamento e micro aspersão ocupavam 10% do total no mesmo período e hoje evoluíram para cerca de 70% do total irrigado, com destaque para o sistema pivô central.
Hoje a situação do Brasil é totalmente diferente de 40 anos atrás. Ampliamos nossa capacidade de implantar de forma sustentável novas áreas irrigadas, multiplicaram-se os grandes projetos em diversas regiões, e a eficiência do sistema de produção irrigada tornou-se rotina no agronegócio brasileiro. Por fim, evoluímos muito no conhecimento e formação técnica dos profissionais de nível superior, técnico e operacional.
O sistema de irrigação é composto essencialmente pelos seguintes Sub-Sistemas: 
1. Sub-sistema de Captação: A captação de água pode ser feita de duas maneiras - por bombeamento ou por gravidade. A captação por bombeamento é a mais comum, uma vez que a maioria dos casos, a fonte de água se encontra em cota inferior a área a ser irrigada. 
2. Sub-sistema de Condução: Compreende o conjunto de estruturas hidráulicas responsável pela condução e distribuição da água em toda a área a ser irrigada.
3. Sub-sistema de Aplicação: A forma de aplicação de água é dependente dos diferentes métodos de aplicação. Cada método tem sua especificidade de aplicação. Como exemplo, no método de irrigação por aspersão, a aplicação da água é feita por meio de aspersores; no método por sulcos de infiltração, são utilizados sifões que derivam a água de um canal de distribuição para os sulcos.
2.1. PINCIPAIS TIPOS DE IRRIGAÇÃO
· IRRIGAÇÃO SUPERFICIAL
Compreende os métodos de irrigação nos quais a condução da água do sistema de distribuição (canais e tubulações) até qualquer ponto de infiltração, dentro da parcela a ser irrigada, é feita diretamente sobre a superfície do solo. 
Métodos de irrigação: sulcos, faixas, corrugação, inundação e subirrigação.
Vantagens:
· Baixo custo de implantação, energia e manutenção;
· Favorece o aumento da fotossíntese nas folhas mais baixas, devido ao reflexo da luz na água;
· O vento não limita a irrigação;
· Promove a fixação do nitrogênio atmosférico, em decorrência ao favorecimento do crescimento de algas verde-azuis.
Desvantagens:
· Água parada pode prejudicar as plantas, principalmente pela diminuição da respiração das raízes;
· Bastante dependente da declividade do solo;
· Erosões frequentes nos sulcos;
· Ocorrem perdas de água por percolação.
· IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO
É o método de irrigação em que a água é aspergida sobre a superfície do terreno, assemelhando -se a uma chuva, em virtude da passagem da água sob pressão através de bocais, fracionando o jato d’água em gotas. 
Métodos de irrigação: convencional, auto-propelido, pivô central, sistema linear.
Vantagens:
· Baixo custo de mão-de-obra;
· Elevada eficiência de aplicação;
· Facilidade e eficiência na aplicação de fertilizantes, com a fertirrigação;
· Melhor controle da lâmina de irrigação;
Desvantagens:
· Aumenta o desenvolvimento de doenças, devido as folhagens úmidas;
· Elevados custos iniciais, de energia e de manutenção;
· Limitada pelo vento e pela declividade do terreno;
· Pode causar danos ao solo, devido ao escoamento de água nas proximidades.
· IRRIGAÇÃO LOCALIZADA
É o método em que a água é aplicada diretamente sobre a região radicular, com baixa intensidade e alta frequência.
Métodos de irrigação: gotejamento e micro aspersão.
Vantagens:
· Baixo custo de mão-de-obra e de energia;
· Elevada eficiência de aplicação, como a água é aplicada diretamente na raiz, ocorrem poucas perdas por evaporação;
· Facilidade e eficiência na aplicação de fertilizantes, com a fertirrigação;
· Grande adaptação aos diferentes tipos de solo;
· Mantém o solo uniformemente úmido e com oxigênio.
· O vento e a declividade do terreno não limitam a irrigação;
Desvantagens:
· Alto custo inicial, devido à grande quantidade de tubulações;
· Bastante sensível ao entupimento dos orifícios de saída de água;
· Diminuição da profundidade das raízes, devido à constante disponibilidade de água, isso pode diminuir a estabilidade da planta.
· SISTEMAS NÃO CONVENCIONAIS: xique -xique e outros.
XIQUE-XIQUE: usa-se para a emissão de água mangueiras com furos de no máximo 1,6mm, e pode ser facilmente confeccionado pelo próprio agricultor ou técnico (COELHO et al., 2012). Tudo que se precisa para construção do sistema é mangueiras de polietileno de 16 ou 18mm de diâmetro interno. 
Para construção do sistema é necessário: 
a) Perfurar a mangueira com uma agulha que é utilizada para vacinação de animais no espaçamento desejado; 
b) Cortar um pedaço de mangueira de 5cm e abrir um dos lados, posteriormente é só colocar um em cada furo e a linha lateral está pronta para fazer a irrigação.
3. AGRICULTURA IRRIGADA NO BRASIL E PARANÁ: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS 
Analisando o desenvolvimento da agricultura irrigada no Brasil, é necessário olhar o desempenho em volumes, onde cresce a área irrigada,fazendo-se necessário o incremento de novas tecnologias e maiores investimentos do lado de produtores. Sendo possível analisar que talvez seja a única área que ocorra uma interação do que se ministra no meio acadêmico e o mercado. 
Os gráficos abaixo mostram que a área irrigada no Brasil mais que dobrou de 2000 até 2020, passando cerca de 3 milhões de hectares para pouco mais de 6 milhões de hectares de área irrigada no país. Isso foi possível graças a politicas publicas adotadas pelo governo, a fim de facilitar o crescimento da indústria da irrigação brasileira. 
 
Fonte: Livro Diferentes Abordagens Sobre Agricultura Irrigada no Brasil.
Fonte: Livro Diferentes Abordagens Sobre Agricultura Irrigada no Brasil.
Podemos destacar três políticas que contribuíram para esse aumento: flexibilização na formalização do crédito rural, o subsídio através das taxas e a irrigação no centro da discussão das políticas públicas agrícolas. Além disso a mudança de mentalidade em relação a utilização da irrigação, onde até os anos 90, os usuários de irrigação eram dirigidos pela segurança da aplicação, os produtores rurais compravam os produtos de irrigação para ter um seguro contra a falta chuvas. 
Com a descoberta de novas tecnologias de manejo e irrigação de precisão, os usuários conseguiram além desta segurança e produtividade adicional uma vez que não dependiam mais das condições climáticas das suas regiões para que a aplicação de água fosse realizada no momento e na hora certa. Esse benefício ainda é o que impulsiona o potencial de crescimento da Irrigação no Brasil.
· Flexibilização de crédito rural
Em relação a flexibilização de crédito rural, na transição da década de 90 e o ano 2000 pode se afirmar que houve uma organização para que o crédito rural atraísse investidores, não somente no custo mas no investimento em bens de capitais. Voltado mais recentemente, entre 2013 e 2014 as taxas de juros foram fortemente subsidiadas para juros oficiais e taxas de inflação. 
O Brasil nitidamente iniciava uma transição no ano 2000, de coadjuvante para ator principal da agricultura mundial e começávamos um século em que as políticas públicas agrícolas não seriam mais pensadas e desenhadas para o curto prazo pensando somente no custo, mas para o longo prazo como bens de capital e tecnologia, visando colocar o país no lugar de destaque no cenário da produção mundial.
· Subsídio através das taxas
O subsidio de taxas é considerado um enorme diferencial para o sucesso de crescimento do agronegócio brasileiro de modo geral, incluindo as áreas irrigadas do país. A combinação de bons preços e a ampla oferta de crédito subsidiada, tornam o FinameModerinfra operacionalizado entre 2012 e 2014 como a política pública mais efetiva no crescimento da indústria de irrigação, juntamente com políticas regionais como carências de um ano para o pagamento do principal que a irrigação teve sua grande expansão por onde o Brasil produz suas commodities. 
No ano de 2002 o programa apresentava taxas médias de juros para aquisição de produtos de irrigação menores que inflação acumulada, bem como a taxa Selic oficial.
Entre 2013 e 2015, quando foi o momento de maior sucesso do programa, quando o subsídio para as taxas, deixou os juros mais baixos que a inflação e a Selic. De 2015 em diante, pela necessidade de ajuste fiscal, o tesouro nacional passou a não subsidiar as taxas de juros nas linhas destinadas ao financiamento agrícola, gerando uma acomodação natural na indústria a nova realidade. Isso se observa no gráfico abaixo, onde existe correlação das três taxas citadas.
Fonte: Livro Diferentes Abordagens Sobre Agricultura Irrigada no Brasil.
· Centro de discussões sobre políticas publicas
O último fator que impulsionou o crescimento de área irrigada foi que a irrigação passou a ser o centro de discussões sobre políticas públicas, de 2000 para cá como mencionado anteriormente, a produção de normas reguladoras das políticas públicas agrícolas nacionais e regionais, visam ser mais racionais na sustentação do meio ambiente pensando no longo prazo, o que de forma indireta e direta beneficiam a irrigação. Ainda existe muita discussão pela desinformação da população urbana, onde atribuem a falta de água a agricultura. 
Nesse aspecto é longo o trabalho de extensão, visando esclarecer a todos como é feito o trabalho na irrigação, para que as culturas não diminuam seu potencial produtivo.
· Irrigação brasileira atualmente
Foi instituída a Lei 12.651/12 instituiu o Novo Código Florestal brasileiro que nasceu sob a luz de modernizar a legislação brasileira e as políticas públicas para o Agronegócio, regulando diversos pontos sobre as águas superficiais e suas adjacências, que está em vigor atualmente. 
Na sequência do novo regramento, foram lançados planos acessórios como o da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), cujo caráter ambiental e de preservação se encaixa em vários pontos dentro de um projeto de irrigação. No entanto, em termos de políticas públicas, o grande destaque foi a promulgação da Política Nacional de irrigação em 2013. 
A Lei 12.787/13 substituiu a antiga política pública de irrigação de 1979. Essa nova política, que hoje já não é mais tão nova assim, foi lançada com alguns pontos importantes e foi muito celebrada quando do seu lançamento em 2013. Havia uma expectativa, naquele momento de euforia da agricultura, que a nova política poderia ajudar a dobrar a área irrigada em 6 anos. Pois bem, já se passaram os seis anos e outros mais e a área irrigada não dobrou de lá para cá, porém, não podemos responsabilizar o novo plano nacional. 
Durante esse período segundo a indústria, a área cresceu cerca de 25%. Muitos pontos da política ainda não saíram do papel, o que certamente facilitaria a vida do irrigante e da indústria. 
Um Conselho Nacional de Irrigação realmente atuante e um Sistema Nacional de Irrigação que permitisse um entendimento melhor das águas disponíveis para uso na irrigação tornariam o processo de outorgas mais rápido e sem a influência política que permeia diversas instituições no Brasil. Hoje o tema Irrigação em nível federal está inserido dentro do Ministério do Desenvolvimento Regional e não no Ministério da Agricultura.
Atualmente o Brasil possui 6,1 milhões de hectares sobre sistema de irrigação segundo a Conab (2014), regiões se destacam mais com estes sistemas como a região centro-oeste, sudeste, parte do nordeste e o sul por grandes áreas no Rio Grande do Sul.
Estas regiões se destacam pois possuem precipitações menores e insuficientes para as culturas cultivadas, necessitando do advento hídrico para que alcancem seu teto produtivo. 
O mapa abaixo exemplifica as áreas irrigadas de acordo com os municípios brasileiros de acordo com levantamento feito em 2015 pela Conab.
Fonte: Conab.
O gráfico a seguir apresenta um comparativo das áreas irrigadas, por Unidade da Federação, em 2006 (Censo Agropecuário do IBGE) e 2015 (ANA). Os levantamentos totalizam, respectivamente, 4,55 e 6,95 milhões de hectares (Mha) - acréscimo de 53%. As diferenças devem-se não apenas à dinâmica temporal, mas também às diferenças metodológicas e conceituais atreladas aos dois levantamentos.
Fonte: ANA e IBGE (2009).
Alguns sistemas são utilizados com mais frequência, é o caso da irrigação por inundação continua para o arroz, que pode ser de tabuleiros retangulares que a água irá circular pelos sulcos no solo ao contrário do sistema de tabuleiros retangulares que deixa a lâmina da água estática. Também pode ser utilizada a subirrigação que fornece água por elevação do lençol freático.
Outros sistemas que se destacam são os adotados em cultivo de cana-de-açúcar, são adotados dois métodos, o da irrigação plena visando suprir as necessidades hídricas de forma continua, ou a de salvação onde tem como objetivo amenizar o déficit hídrico em ocasiões especificas. Métodos para aplicação são de aspersão e pivô central ou lateral.
Também é destacado os sistemas adotados para cultivos de grãos como feijão e soja, principalmente o de pivô central, quevem crescendo muito no Brasil. Existem outros tipos de irrigação que são muito utilizados mas em pequenas áreas e para culturas especificas.
O mapa abaixo mostra a distribuição destes sistemas pela extensão do território.
Fonte: Conab.
· Perspectivas futuras
Existem projeções que indicam a incorporação de 4,2 milhões de hectares irrigados até 2040, que em média serão adicionados 200 mil hectares ao ano, somando uma área total de 12,4 milhões de hectares irrigados. Esse incremento corresponde a um aumento de 51% sobre a área atual, irrigada e fertirrigada, ou de 79% considerando as áreas irrigadas exceto fertirrigação.
Os métodos mais eficientes no uso da água são de irrigação localizada como gotejamento, micro aspersão e a aspersão por pivô central, os quais deverão ser responsáveis por cerca de 75% desse crescimento. A aspersão convencional e com carretel enrolador também devem se manter importantes neste cenário de expansão.
Métodos de irrigação por superfície (sulcos, faixa e inundação) devem prosseguir numa tendência de retração, à exceção para o arroz inundado pois necessita de áreas de várzea para seu cultivo, que apresenta tendência de estabilidade a curto prazo, mas tendência de ampliação no longo prazo nos principais polos produtores, em especial com a recuperação de áreas no Sul, onde o arroz sofreu uma retração de 250 mil ha nos últimos anos. Pois é uma cultura de condições meteorológicas bem especificas, ficando mais difícil o cultivo irrigado em faixas de temperatura mais elevada no país, onde o arroz sofreu uma retração de 250 mil ha nos últimos anos.
Os pivôs centrais têm grande possibilidade de continuar crescendo no país, apresentando perspectivas de contribuição de cerca de 100 mil hectares ao ano, sendo 50% do crescimento no país. Áreas de cana-de-açúcar, café e arroz também irão contribuir com média de 40 mil hectares ao ano. Culturas de fruticultura também devem apresentar crescimento na área irrigada somando de 50 a 60 mil hectares ao ano de ampliação.
Existem desafios para sua manutenção nos próximos 20 anos, em especial quanto ao crédito, às variabilidades climáticas e à capacidade de suporte ambiental e hídrica dos polos de irrigação.
· Agricultura Irrigada no Paraná
No Paraná são poucas áreas com utilização da irrigação, as culturas que utilizam desse artificio em maiores destaques são o café e a cana-de-açúcar, onde são mais cultivadas ao norte, próximo à fronteira com São Paulo, e no noroeste do estado que possui as maiores áreas de utilização da irrigação. 
Essa utilização restrita vem por conta do zoneamento climático, já que regiões do norte são mais quentes e suas precipitações podem ser insuficientes para que as culturas tenham boa produtividade. É importante dar destaque a fertirrigação que nos Campos Gerais é utilizada com aplicação de esterco animal e poucas vezes o uso da vinhaça.
Entretanto existe uma perspectiva para o país e consequentemente para o estado do Paraná, de que essa área irrigada cresça cada vez mais pois a irrigação, além de significar acréscimo de garantia de produção agrícola, também proporciona aumento de produtividade e de qualidade para várias culturas, já que nos últimos anos lavouras vêm sendo perdidas pela falta de chuva. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho se propôs, como objetivo geral, apresentar conceitos de irrigação e demonstrar a situação brasileira e o que podemos esperar para o futuro. Podemos afirmar que nosso país teve um aumento considerável na área desde sua implantação e que possui um grande potencial de expansão, porem enfrenta alguns desafios na distribuição hídrica. 
Essa técnica trouxe inúmeras vantagens como a possibilidade de incorporar áreas improdutivas na produção agrícola, o que afeta diretamente a economia de forma benéfica, possibilitou também uma garantia de produção caso determinada área enfrente períodos de estiagem, maior produtividade das lavouras, permitiu o uso de fertirrigaçao, além de uma melhor qualidade na produção.
Podemos destacar algumas regiões brasileiras com maior utilização da irrigação como centro-oeste, sudeste, parte do nordeste e o sul. O Paraná por sua vez, apresenta poucas áreas produtivas que utilizam essa técnica, entretanto a região norte do estado vem crescendo na área e aumentando os investimentos devidos ser uma região com taxas menores de precipitação.
A irrigação é capaz de proporcionar muitos benefícios para a produção agrícola, entretanto ainda é uma técnica que necessita de um grande aporte financeiro para sua instalação. E como vem crescendo e alcançando altos níveis, se faz necessário um investimento em conhecimento e tecnologia para que possamos maximizar a performance desse sistema e não agredir o meio ambiente.
 É importante salientar que a água é um recurso finito, e apesar do Brasil ser beneficiado em termos hídricos, a maior parte da água se encontra na região Amazônica. Senso assim é de extrema importância que a irrigação seja realizada da melhor forma possível para evitar impactos ambientais.
Com o aumento da demanda de alimentos para suprir a necessidade populacional, a irrigação mostra que tem um papel de extrema importância nesse cenário, contribuindo significativamente para o crescimento da produção agrícola. Porém, ainda apresenta desafios para uma melhor utilização das águas, dessa forma se faz indispensável o planejamento e a tecnologia para um futuro cenário.
REFERÊNCIAS
MANTOVANI, E. O futuro da agricultura irrigada no Brasil. 2015. Disponível em: http://www.copasul.coop.br/noticias/o-futuro-da-agricultura-irrigada-no-brasil/452. Acesso em: 31 out. 2021.
SANTOS, D. Principais tipos de irrigação: Vantagens e Desvantagens. 2016. Disponível em: https://agrosmart.com.br/blog/vantagens-tipos-de-irrigacao. Acesso em: 31 out. 2021. 
NASCIMENTO, F. A. L. Sistemas e manejo de irrigação de baixo custo. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Núcleo de Engenharia de Água e Solo. CRUZ DAS ALMAS – BAHIA Maio – 2017.
MELLO, J. L. P. et al. Irrigação. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto de tecnologia. Setembro – 2009.
PAOLINELLI, A.; NETO, D.D.; MANTOVANI, E.C.; Diferentes abordagens sobre agricultura irrigada no brasil – ESALQ/USP, p. 1-622, Piracicaba – SP, 2021.
CONEJO, J.G.L.; Atlas irrigação – ANA, p. 1-86, Brasília – DF, 2017.
BRASÍLIA. Fernanda Medeiros (Org.). Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (org.). Atlas de Irrigação. 2. ed. Brasília, 2021. 66 p. Disponível em: https://metadados.snirh.gov.br/geonetwork/srv/api/records/1b19cbb4-10fa-4be4-96db-b3dcd8975db0. Acesso em: 31 out. 2021.
TESTEZLAF, R.; MATSURA, E. E.; CARDOSO, J. L. Importância da irrigação no desenvolvimento do agronegócio – Universidade Estadual de Campinas, p. 1-45, Campinas – SP, 2002.

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