Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MATERIAL DIDÁTICO CONTABILIDADE FINANCEIRA 0800 042 0122 www.ipebras.com.br Impressão e Editoração 2 Sumário Introdução ........................................................................................................................... 4 Conceito ............................................................................................................................. 4 Contabilidade financeira: o que é e para que serve? ...................................................................... 11 A contabilidade financeira ...................................................................................................... 13 Pessoa física e Pessoa Jurídica ............................................................................................... 17 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS/CONTÁBEIS: Definição, exemplos e contabilização. .................... 21 Tipos de Sociedades ............................................................................................................ 29 Livro Razão ....................................................................................................................... 38 Referências Bibliográficas ...................................................................................................... 51 3 Ementa Conceitos fundamentais: pessoa física e jurídica; finanças e contabilidade; patrimônio e fatos administrativos. Tipos de sociedade e responsabilidade dos sócios. Principais interessados na informação contábil. Instituições do mercado: o papel do BCB, da CVM, do IBGE, da SUSEP, da RFB, da BM&F Bovespa, do INPI e outros. Mecanismo de débito e crédito. Livros contábeis: diário geral e razão geral. Ciclo operacional, ciclo financeiro, período contábil e exercício social. Elaboração de demonstrativos financeiros essenciais: balanço patrimonial e demonstração do resultado. Demonstrativos financeiros acessórios: mutação do patrimônio líquido e demonstrativo de fluxo de caixa. Contabilizações especiais: depreciação, resultado de equivalência patrimonial e demonstrativos financeiros consolidados. Princípios contábeis internacionais (IRFS). Noções de auditoria externa e interna. Parecer do conselho fiscal e relatório anual de acionistas. Valor patrimonial, valor de mercado e valor nominal das ações. Deveres do contador e do administrador. Tributação das empresas no Brasil: tributos diretos e indiretos; Super Simples, Lucro Presumido e Lucro Real. Noções de mercado de capitais. Noções de disclosure e governança corporativa. 4 Introdução A contabilidade financeira tem o objetivo de entender investidores e avaliar os registros contábeis da empresa. O mundo da contabilidade tem uma linguagem que pode ser de difícil compreensão para quem está de fora. Quem houve falar em contabilidade financeira, contabilidade gerencial, contabilidade de custos e contabilidade patrimonial pode ser levado a imaginar que existem diversos tipos diferentes de contabilidade, o que implica na existência de vários departamentos de contabilidade diferentes. A verdade é que toda contabilidade é, invariavelmente, financeira. Isso porque a contabilidade consiste justamente em uma cadeia de conhecimentos e práticas de estudo e registro da movimentação financeira de uma empresa Conceito O que é contabilidade financeira A contabilidade conhecida originalmente é a que foi desenvolvida pela escola europeia. Trata-se da chamada contabilidade patrimonial, cuja finalidade é apresentar a posição patrimonial da empresa em determinado momento. Os registros contábeis são realizados ao longo de um período e, ao final deste tempo, representam o balanço patrimonial da organização. 5 A contabilidade financeira, também chamada de modelo anglo-saxônico, surge como resposta a uma necessidade imposta pela evolução dos negócios e das sociedades. Ela é dedicada a atender os investidores, embora também consista na avaliação dos registros contábeis da empresa. A contabilidade financeira é uma ferramenta administrativa e estratégica para a empresa, uma vez que serve para fornecer informações relevantes aos proprietários, acionistas, gestores, investidores e parceiros em potencial. Contabilidade de custos e contabilidade gerencial A contabilidade gerencial consiste em transformar as demonstrações contábeis em informações gerenciais valiosas e capazes de alimentar os diversos centros de decisão dentro de uma empresa. A contabilidade de custos, por sua vez, é resultante da necessidade. Isso porque a contabilidade tradicional geralmente fragmenta os custos de produção, sejam eles industriais ou de serviço. Isso acontece porque os custos de produção contratados a prazo vão para o passivo, enquanto os contratados à vista são registrados como despesa. A consequência é que as empresas, ao tentar conhecer os seus custos produção para tomar decisões, não podiam contar com uma ferramenta voltada para oferecer o custo contábil total da produção. Daí surge a contabilidade de custos que, em uma linguagem bem informal, registra os custos em tempo real, permitindo à empresa confrontar custo de produção com as 6 vendas. Em resumo, a contabilidade financeira é a contabilidade de fato, que alimenta os diversos grupos de interesse dentro e fora da empresa com informações financeiras importantes, que servirão como ferramenta central ou auxiliar de decisão em diversos aspectos do negócio. Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira De uma forma geral, costuma-se entender a contabilidade como externa e interna. A contabilidade externa é aquela que apresenta informações para os agentes que estão fora da entidade, ou seja, fornecedores, governo, bancos e etc. Portanto, Contabilidade interna é aquela que apresenta informações e proporciona apoio ao processo decisório interno da empresa, como os sócios, empregados e etc. No entanto, o critério de Contabilidade Gerencial e Financeira sofre de algumas divergências quanto as suas posições. Para alguns especialistas, a Contabilidade Gerencial é uma extensão da Contabilidade Financeira. Para outros, no entanto, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial necessitam tomar rumos diferentes. Existem argumentos para se aceitar ou não uma e outra forma de perceber o tema, sendo possível encontrar aqueles que pensam que a Contabilidade ainda possa ser única. Podemos afirmar, contudo, que a Contabilidade Gerencial não é um ramo separado da Ciência Contábil, mas é a integração dos conhecimentos de gestão para a tomada de decisões na 7 administração da entidade. Portanto, é o gerenciamento da informação contábil em favor da administração da entidade. A Contabilidade Gerencial preocupa-se com a informação contábil útil à administração. Os administradores utilizam-se dos dados gerenciais para planejamento, avaliação e controle adequados da organização, por meio de um Sistema de Informação Contábil. Tanto os usuários internos, como sócios e gestores, quanto os externos, como auditoria, utilizam a informação contábil. A diferença está no tipo da informação e na maneira como atuam A Contabilidade Gerencial é um tipo de informação contábil desenvolvida para gestores dentro de uma organização. É o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais. Esse tipo de Contabilidade Gerencial tenta ser abrangente e breve, e ao mesmo tempo, capaz de se adaptar às mudanças tecnológicas e às novas necessidades dos gestores e das outras áreas funcionais dos negócios. Esseconceito também pode ser aplicável às organizações que não têm o lucro como objetivo. Independente do objetivo da empresa, todas precisam gerenciar o uso dos seus recursos. A Contabilidade Financeira refere-se à informação contábil desenvolvida para os usuários externos como acionistas, fornecedores, bancos e agências reguladoras governamentais. Como a Contabilidade gerencial não se prende a nenhuma 8 obrigação legal, é o administrador que determina quais os procedimentos que mais necessita para a tomada de decisões. Sob esse aspecto, a informação deve ser clara, precisa, rápida e dirigida. São características da informação gerencial: comparabilidade, confiança, tempestividade, detalhamento adequado e relevância. Diferente do que muita gente pensa, o mais importante para o contador ou administrador gerencial da empresa, o controller, não é saber calcular, mas interpretar indicadores e elaborar relatórios, apresentando os pontos fortes e fracos do processo operacional e financeiro da empresa. Além disso, o controller deve saber propor alternativas que direcione o futuro da entidade. O limite entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial é dividido por uma linha tênue, pois em diversos momentos há um entrelaçamento entre as duas técnicas. De modo geral, as demonstrações contábeis representam a fronteira entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial. Elas podem servir como indicadores válidos de desempenho, mesmo que em largos traços, e serem utilizadas no modelo previsional da gerência. A Análise de Balanços, por exemplo, serve tanto para o emprestador de recursos na avaliação da segurança do retorno do empréstimo ou financiamento como para a administração na avaliação Contabilidade Financeira e Gerencial Portanto, de forma resumida, podemos afirmar dois conceitos: 9 • Contabilidade financeira: É o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Ela é condicionada a imposições legais e requisitos fiscais e voltada para o passado. • Contabilidade gerencial: É o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsável de seus recursos. De uma forma geral, costuma-se entender a contabilidade como externa e interna. A contabilidade externa é aquela que apresenta informações para os agentes que estão fora da entidade, ou seja, fornecedores, governo, bancos e etc. Portanto, Contabilidade interna é aquela que apresenta informações e proporciona apoio ao processo decisório interno da empresa, como os sócios, empregados, entre outros. No entanto, o critério de Contabilidade Gerencial e Financeira sofre de algumas divergências quanto as suas posições. Para alguns especialistas, a Contabilidade Gerencial é uma extensão da Contabilidade Financeira. Para outros, no entanto, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial necessitam tomar rumos diferentes. Existem argumentos para se aceitar ou não uma e outra forma de perceber o tema, sendo possível encontrar aqueles que 10 pensam que a Contabilidade ainda possa ser única. Podemos afirmar, contudo, que a Contabilidade Gerencial não é um ramo separado da Ciência Contábil, mas é a integração dos conhecimentos de gestão para a tomada de decisões na administração da entidade. Portanto, é o gerenciamento da informação contábil em favor da administração da entidade. A Contabilidade Gerencial preocupa-se com a informação contábil útil à administração. Os administradores utilizam-se dos dados gerenciais para planejamento, avaliação e controle adequados da organização, por meio de um Sistema de Informação Contábil. Tanto os usuários internos, como sócios e gestores, quanto os externos, como auditoria, utilizam a informação contábil. A diferença está no tipo da informação e na maneira como atuam. A Contabilidade Gerencial é um tipo de informação contábil desenvolvida para gestores dentro de uma organização. É o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais. Esse tipo de Contabilidade Gerencial tenta ser abrangente e breve, e ao mesmo tempo, capaz de se adaptar às mudanças tecnológicas e às novas necessidades dos gestores e das outras áreas funcionais dos negócios. Esse conceito também pode ser aplicável às organizações que não têm o lucro como objetivo. Independente do objetivo da empresa, todas precisam gerenciar o uso dos seus recursos. A Contabilidade Financeira refere-se à informação contábil 11 desenvolvida para os usuários externos como acionistas, fornecedores, bancos e agências reguladoras governamentais. Contabilidade financeira: o que é e para que serve? Ter a contabilidade da sua empresa em dia não é apenas uma necessidade mas sim, e acima de tudo, uma obrigação. A contabilidade financeira procura encontrar respostas a perguntas recorrentes no seu negócio como: quanto vendemos no mês passado? Quantas pessoas recorreram aos nossos serviços? Qual a quantidade que temos de produzir para satisfazer as necessidades dos nossos clientes? Assim, a contabilidade financeira é um método que o auxilia a melhor organizar e gerir o seu negócio. Para obter um bom serviço de contabilidade financeira pode recorrer a empresas de contabilidade. Qual a utilidade da Contabilidade Financeira? A contabilidade é a ciência que serve para organizar a totalidade dos registos numéricos de uma determinada empresa. Assim, serve para registar todos os movimentos de valores e quantidades. Posto isto, não é difícil de entender que a contabilidade financeira é, acima de tudo, uma ferramenta de gestão do seu negócio, independentemente da sua dimensão. A contabilidade, assim como as mais diversas ciências, possui várias vertentes. As duas vertentes mais conhecidas da contabilidade são a contabilidade financeira e a contabilidade empresarial. A contabilidade financeira compreende os pagamentos da sua empresa ao exterior, incluindo compras e 12 vendas e operações bancárias. Esta vertente da contabilidade é importantíssima no âmbito fiscal e comercial, nomeadamente para a realização do balanço anual do seu negócio. A Contabilidade Financeira é importante para a minha empresa? A contabilidade financeira é composta por uma série de processos contáveis que são feitos de uma forma mais analítica e organizada para poder avaliar o âmbito contável, registando todos os valores e quantias que se desenrolaram, a par da sua atividade empresarial. Tem dúvidas? Pode sempre consultar um gabinete de contabilidade. A contabilidade financeira é, a nível fiscal e comercial, um âmbito muito importante da gestão do seu negócio visto que apresenta e avalia os seus recursos. É tarefa de a contabilidade financeira identificar, medir, analisar e interpretar todas as informações financeiras respectivas à sua atividade de negócio, assim como assegurar o planeamento e avaliação dos seus recursos. Qual é o principal objetivo da contabilidade financeira? De todos os aspetos que fazem parte de uma empresa, a contabilidade financeira serve para estudar o património das entidades, sejam elas de maior ou menor dimensão. A contabilidade financeira é a linguagem dos negócios. A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores, isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações.13 A contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão de fora da organização. A contabilidade financeira é uma técnica utilizada dentro do sistema contábil, proporcionando ações que contribui na aplicação da proposta teórica e prática, representando ações benéficas ao direcionamento da gestão financeira do capital aplicado às organizações e gerando dados suficientes para elaboração das demonstrações financeiras, mediante princípios geralmente aceitos pela contabilidade. A contabilidade financeira Podemos notar uma diferença simples, mas expressivas na análise de contabilidade, pois muitos pensam em estar estudando conteúdos iguais, mas na realidade isto não acontece, mas sim o que acontece é o reforço dos conhecimentos que o contador passa a ter em conhecer todas as contabilidades devidas à uma administração e fazer ligação com a própria contabilidade como um todo, unindo todos os conhecimentos e desenvolver dentro de uma só contabilidade, sendo colhidas informações, processadas e expelidas para os desejados que fazem jus das organizações e economia que a nossa população necessita. A contabilidade gerencial nota-se que na vida prática de uma organização não existe um setor específico para este fim, ou seja, como existe propriamente como departamento de custos, departamento financeiro e etc., estes setores são enquadrados dentro da organização como setores específicos para desenvolver estas determinadas ações como seu próprio nome representam. 14 Já a contabilidade gerencial não precisa de um departamento específico, porque ela tem que estar no nosso subconsciente que em todos os momentos de uma organização este fator estará presente, pois hoje com todas as concorrências, globalização avançando rapidamente, leva nós gerentes a desenvolver análises rápidas, criarmos orçamentos que nos possibilita uma orientação do que precisamos fazer, e ou mesmo o que estamos praticando dentro de nossa organização. Sendo assim teremos que incutir em nossas mentes que em todos momentos estaremos fazendo a contabilidade gerencial, até mesmo em nossas casas. Já para o nosso curso de contabilidade, analisando didaticamente precisamos ter esta disciplina a parte, para podermos colocar em nossos conhecimentos a tão desejada necessidade que precisamos ter, para superarmos os nossos concorrentes e sermos profissionais adequados para as organizações que hoje procuram no mercado de trabalho. Contabilidade gerencial como instrumento de administração: Entendemos que a contabilidade gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela exista. Uma entidade tem contabilidade gerencial se houver dentro dela pessoas que consiga traduzir os conceitos contábeis em atuação prática. Contabilidade gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Ora, gerenciamento é uma ação. Contabilidade gerencial significa o uso da contabilidade como instrumento da administração. Se temos a contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no processo administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe contabilidade gerencial. 15 Dessa forma, fica claro que a contabilidade gerencial deve utilizar- se das técnicas já desenvolvidas por outras disciplinas, porque nelas o estudo específico é mais aprofundado. O objetivo da contabilidade gerencial é enfocar todos os temas escolhidos dessas disciplinas no processo de administração, no processo integrado de tomada de decisões. Contabilidade gerencial não é um existir, mas um fazer. Contabilidade gerencial é ação, e não técnicas específicas de contabilidade. Não existe contabilidade gerencial. Faz-se a contabilidade gerencial. Utilização da contabilidade gerencial: Como vimos que a contabilidade gerencial, ela é utilizada principalmente dentro da empresa, como ferramenta de auxílio à administração, em todas as suas facetas operacionais. Tendo em vista que uma organização é estruturada de forma hierárquica, a contabilidade gerencial deve suprir, através do sistema de informação contábil gerencial, todas as áreas da organização. Como cada nível de administração dentro da empresa utiliza a informação contábil de maneira diversa, cada qual com um nível de agregação diferente, o sistema de informação contábil gerencial deverá providenciar que a informação contábil seja trabalhada de forma especifica para cada segmento hierárquico da organização. 16 Dentro desse fundamento, a contabilidade gerencial deverá atender a todos os seguimentos hierárquicos da empresa, e isso se reflete na forma de utilização da informação contábil. Assim, teremos um bloco de informações que suprirão a alta administração da organização, que denominamos de gerenciamento contábil global, objetivando canalizar informações que sejam apresentadas de forma sintética, em grandes agregados, com a finalidade de controlar e planejar a empresa dentro de uma visão de conjunto. Teremos um segundo bloco de informações que suprirão a média administração, ou, caso necessário, os segmentos que a empresa definiu em termos de divisões ou linha de produtos. São informações para canalizar os conceitos de contabilidade por responsabilidade. Denominamos esse segmento de gerenciamento contábil setorial. Finalmente teremos um terceiro bloco de informações para gerenciar cada um dos produtos da organização, de forma isolada. Denominamos esse segmento da contabilidade gerencial, de gerenciamento contábil especifico. São informações que descem a um grau maior de detalhamento, a nível operacional. Para todos esses segmentos serão trabalhadas informações para planejamento estratégico e orçamentário, já que o segundo fundamento da Contabilidade Gerencial é seu enfoque para o futuro. Assim, área fundamental do sistema de informação contábil são os orçamentos e projeções. Contabilidade Gerencial e Sistema de Informação: Para que a informação contábil seja usada no processo de 17 administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da empresa. Para os administradores que buscam a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só é desejável se conseguida a um custo adequado e interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do que ela pode valer para a administração da empresa. Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil, fica claro o caminho a ser adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ação administrativa e se torne um instrumento gerencial. Para se fazer, então, contabilidade gerencial, é mister a construção de um sistema de informação contábil gerencial. Em outras palavras, é possível fazer e é possível ter contabilidade gerencial dentro de uma empresa, desde que se construa um sistema de informação contábil. Portanto é importante também rotinização da informação contábil gerencial. Concluindo, para se fazer contabilidade gerencial é necessário um sistema de informação contábil gerencial, um sistema de informação operacional, que seja um instrumento dotado de características tais quais preencha todas as necessidades informacionais dos administradores para o gerenciamento de sua empresa. Pessoa física e Pessoa Jurídica Entenda a diferença entre pessoa jurídica e pessoa física Quem deseja se tornar empreendedor deve saber o que é pessoa jurídica e qual a diferença para pessoa física. Para abrir empresa, é preciso antes criar um CPNJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) em alguma modalidade de negócio, como MEI 18 (microempreendedorindividual) ou ME (microempresário). A pessoa jurídica é a empresa criada com uma finalidade específica, como prestação de serviços, administração, produção e comercialização de produtos. Já a pessoa física é um indivíduo qualquer, com certidão de nascimento e CPF (Cadastro de Pessoa Física). Diferenças entre conta corrente pessoa jurídica e pessoa física Pessoas jurídicas e pessoas físicas têm registros, finalidades e pagamentos de impostos diferentes. Além disso, têm contas separadas em instituições bancárias e recebem tratamentos diferentes, como tarifas e serviços disponíveis. A conta de pessoa física é movimentada pelo titular, para registrar créditos e débitos (dinheiro que entra e dinheiro que sai, em outras palavras), despesas e ganhos. O correntista tem direito a cartões de débito e crédito, cheque especial e talões de cheque. Qualquer indivíduo pode escolher um banco e abrir uma conta corrente com seu CPF e outros documentos solicitados, como comprovante de residência. Já a conta de pessoa jurídica é movimentada por um representante legal definido pela empresa, como o próprio dono ou um funcionário de confiança responsável pelo financeiro. A conta é destinada a movimentações que digam respeito à empresa, como pagamento de fornecedores ou lucros recebidos com a venda de produtos. Também dá direito ao uso de cartões e talões de cheque. 19 Burocracias para abrir conta corrente de pessoa jurídica Não tem jeito: abrir conta em banco é sempre uma burocracia. Você precisa reunir documentos e reservar um horário durante o dia, entre 10h e 16h horas, para ficar na fila e conversar com o gerente. Para abrir conta de pessoa física, é preciso apresentar RG, CPF, comprovante de residência e de renda atualizado. Já para abrir conta corrente de pessoa jurídica, a papelada é ainda maior: documento de constituição da empresa e suas alterações posteriores, comprovante de inscrição no CNPJ, comprovante de endereço da empresa, faturamento dos últimos 12 meses, documentos pessoais dos sócios e representantes legais. Mas não desanime diante de tanta burocracia. Abrir conta de pessoa jurídica traz muitas vantagens, como a possibilidade de negociar melhor com instituições bancárias. Além disso, os representantes legais desse tipo de conta geralmente conseguem concessões de crédito com linhas mais vantajosas e taxas de juro mais baixas. Tarifas bancárias mais altas Enquanto uma conta de pessoa física costuma ter pacotes de serviços que variam entre R$9,45 e R$32, a de pessoa jurídica pode variar entre R$29 e R$220. Os serviços para contas de pessoas jurídicas são mais caros, mas são mais abrangentes e com várias opções ilimitadas de consultas, saques, depósitos, talões de cheque e transferências 20 entre contas via DOC ou TED. No entanto, o empreendedor não deve usar a conta de pessoa jurídica para fazer transações particulares. Além de pagar tarifas mais caras, poderá fazer confusão com as contas que são privadas e da empresa. Aprenda aqui a separar as despesas da empresa dos seus gastos pessoais. A importância da orientação nas finanças e contabilidade O profissional financeiro é capaz de nos ensinar um pouco sobre o mercado e sobre como nós devemos agir para que não nos enrolemos em confusões burocráticas. Muitas pessoas acreditam ter total conhecimento sobre finanças e contabilidade. Porém, as escolhas podem ser precipitadas, o que gera tempo e dinheiro desperdiçados. Por isso, embora muitos possam pensar o contrário, contar com um tutor especializado pode ser muito útil. Conheço casos de profissionais liberais, por exemplo, que acabavam gastando mais, por declararem o imposto de renda de forma errada. Os serviços de contabilidade para empresas e educação financeira para pessoas físicas são capazes de acabar com dúvidas do cotidiano e ajudar a não sermos enganados. Uma das ações mais rotineiras, na qual muitas vezes somos prejudicados, é a negociação com os bancos, seja por empréstimos, parcelamento de dívidas, pagamento de cartão de crédito. Uma pessoa que não tem muito conhecimento sobre o 21 assunto pode tomar decisões erradas ou não saber como conversar corretamente com o gerente, já o profissional financeiro conhece todas as leis, as possibilidades de negociação e, por isso, consegue o melhor acordo. Embora sejam situações corriqueiras, elas podem nos causar muitas dúvidas e nos levar a erros básicos, que podem gerar sérios problemas. O profissional financeiro é capaz de nos ensinar um pouco sobre o mercado e sobre como nós devemos agir para que não nos enrolemos em confusões burocráticas. Afinal, nos dias de hoje, a praticidade é fundamental para qualquer pessoa. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS/CONTÁBEIS: Definição, exemplos e contabilização. 1. Atos Administrativos Atos administrativos são acontecimentos em geral que ocorrem na entidade, mas que não alteram de imediato o seu patrimônio. São exemplos: nomeação da diretoria, assunção de avais, etc. 2. Fatos Administrativos São acontecimentos dos quais decorrem mutações no patrimônio da entidade, sendo de interesse contábil. São também conhecidos como Fatos Contábeis. Exemplos: pagamento de aval, 22 compra de mercadoria, prestação de serviço. Os fatos contábeis podem ser classificados como permutativos (também chamados de qualitativos ou compensativos), modificativos ou mistos. 2.1 Fatos permutativos São acontecimentos que ocasionam variação no patrimônio da entidade, mas que não afetam a respectiva situação líquida (diferença entre os saldos totais do ativo e passivo). Consistem apenas na simples permuta/compensação de valores entre as contas patrimoniais (ativo, passivo e PL), não envolvendo contas de resultado (despesas e receitas). Exemplo: Em certo momento, a empresa “Exemplo Ltda.” apresentava, em sua contabilidade: E para iniciar suas atividades, adquire mercadorias para revenda com 50% do saldo disponível no banco. Seguem os lançamentos em razonetes (contas “T”): 23 Após os lançamentos, segue o balanço revisto: A situação líquida não variou; houve tão somente uma permuta entre elementos do ativo (“50” do banco “passaram” para o estoque). Em outros termos, houve um aumento de uma conta do ativo “compensado” pelo decréscimo de outra conta do mesmo grupo. A tomada de empréstimo é outro exemplo de fato contábil permutativo. Imagine-se que a Exemplo Ltda. tomou, em seguida, um empréstimo no valor de R$ 100,00, disponibilizado em sua conta bancária: Após estas movimentações, constam no balanço: 24 Note-se que embora os totais do ativo e do passivo tenham aumentado de 300 para 400 por força dos fatos exemplificados, a situação líquida (Ativo – Passivo) não sofreu alteração. Em geral, são contas de despesa ou receita que modificam a situação líquida, respectivamente, para menos ou para mais. 2.2 Fatos modificativos Ao contrário dos fatos permutativos, conforme já visto, os fatos modificativos ocasionam variação na situação líquida e podem ser aumentativos ou diminutivos. Ocorrem quando são movimentadas contas de resultado (receitas ou despesas). Veja-se: A Exemplo Ltda. pagou os salários do mês no valor de R$ 50,00. Sendo assim: 25 A situação líquida, como se pode notar, sofreu alteração: Total do Ativo (350) – Total do Passivo (200) = 150, e não mais os invariáveis 200 dos exemplos anteriores (permutativos). A conta “Prejuízos do Exercício” representa o saldo da apuração momentânea do resultado, que, neste momento, consiste apenas na despesa com os salários. 26 Supondo que a empresa vendeu à vista, posteriormente,60% de seu estoque por R$ 600,00 (desconsiderando tributos incidentes), tem-se: Os lançamentos 4 e 4.1 dão-se cada um entre uma conta patrimonial e uma de resultado. Tem-se, pois, dois fatos contábeis modificativos, a saber: o lançamento 4, referente ao ganho com a venda, aumentativo; e o lançamento 4.1, quando ao reconhecimento do “Custo da Mercadoria Vendida” como despesa, diminutivo. Em última análise, a operação de venda é simplesmente um fato modificativo aumentativo, exceto, é claro, na hipótese de a venda ter sido realizada por um valor abaixo do preço de custo da mercadoria, o que acarretaria em prejuízo (despesa > receita). Apurando o resultado, tem-se que: 27 Assim como os razonetes anteriormente vistos, o “sd” representa o saldo que as contas já possuíam. O saldo destacado com (*) significa o resultado da apuração, que deve ser transferido, em seguida, para a conta de lucros (lançamento “z”). Sendo assim, o Balanço atualizado: * Didaticamente, a anterior conta de Prejuízos do Exercício foi compensada. 2.3 Fatos Mistos Bem como os fatos modificativos, os fatos mistos podem ser aumentativos ou diminutivos. Como o próprio nome sugere, esse tipo de fato contábil é um “mix” dos dois outros, ou seja, é uma mistura/combinação entre fato permutativo e fato modificativo. Ex.: A empresa Exemplo Ltda. pagou 50% dos empréstimos contraídos, no entanto, com juros de 10% em razão do atraso no pagamento. Seguem os lançamentos: 28 Embora tenham saído R$ 110,00 do banco, foram pagos apenas R$ 100,00 do empréstimo (50% dos R$ 200, conforme enunciado). Os R$ 10,00 da diferença são referentes aos juros de 10% pelo atraso no pagamento. Esses juros foram aqui registrados na conta “Despesa Financeira”. Visto que se relacionam duas contas patrimoniais entre si (Banco e Emp. a Pagar -> fato compensativo) e uma patrimonial com uma de despesa (Banco e Desp. Financeira -> modificativo diminutivo), tem-se um fato misto diminutivo. Balanço final dos exemplos. 29 Tipos de Sociedades SOCIEDADE EMPRESÁRIA I- CONCEITO Na construção do conceito de sociedade empresária dois institutos jurídicos servem de alicerce: a pessoa jurídica e a atividade empresarial. Um ponto de partida, assim para a conceituação de sociedade empresária é o da sua localização no quadro geral das pessoas jurídicas. No direito brasileiro as pessoas jurídicas são divididas em dois grupos: pessoas jurídicas de Direito Público e as pessoas jurídicas de Direito Privado. Sendo que este ultimo apresenta uma subdivisão: de um lados as chamadas estatais, cujo capital é proveniente majoritária ou totalmente do poder público e do outro lado as de direito privado não-estatais, que compreendem as fundações, as associações e as sociedades. As Sociedades por sua vez se distinguem das associações e fundações por seu escopo negocial e se subdividem em Sociedade Simples e Sociedade Empresária. Sociedade Simples É a sociedade constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade 30 própria de empresário.(art. 981 e 982). São sociedades formadas por pessoas que exercem profissão intelectual (gênero, características comuns), de natureza científica, literária ou artística (espécies, condição), mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.(§únicodoart.966). Sociedade Empresária A Sociedade Empresária tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro, inclusive a sociedade por ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado. Isto é, Sociedade Empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Ou ainda, pode ser conceituada como a pessoa jurídica de direito privado não- estatal, que explora empresarialmente seu objeto social ou a forma de sociedade por ações. As sociedades empresárias dividem-se em duas sub-categorias: a) sociedades empresárias sujeitas a registro; b) sociedades empresárias não sujeitas a registro SOCIEDADE EMPRESARIA (Antiga Sociedade Comercial) tem o Registro de seus Atos Junta Comercial 31 SOCIEDADE SIMPLES (Antiga Sociedade Civil) tem o Registro de seus Atos no Cartório Distingue-se a sociedade empresária da sociedade simples pelo seu objeto: 1. objeto da sociedade empresária: o exercício profissional de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 2. objeto da sociedade simples: exercício de atividade não enquadrável como própria de sociedade empresária. II- PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA A Sociedade Empresária tem personalidade jurídica distinta de seus sócios, são pessoas inconfundíveis, independentes entre si. O que distingue o sujeito de Direito Personalizado do despersonalizado é o regime jurídico a que ele está submetido. Enquanto as pessoas estão autorizadas a praticar todos os atos jurídicos a que não estejam expressamente proibidas, os sujeitos de direito despersonalizados só poderão praticar os atos a que estejam, explicitamente, autorizados pelo direito. Desta forma, a sociedade empresária, como uma pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado, e poderá por isso, praticar todo e qualquer ato ou negócio jurídico em relação ao qual inexista proibição expressa. A personalização das sociedades empresariais gera três consequências: 32 a) Titularidade Negocial: quando a sociedade empresarial realiza negócios jurídicos, é ela, pessoa jurídica, como sujeito de direito autônomo personalizado que assume um dos polos da relação negocial. b) Titularidade Processual: a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo, tem capacidade para ser parte processual. c) Responsabilidade Patrimonial: em consequência de sua personalização, a sociedade terá patrimônio seu inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de cada um de seus sócios. Estas consequências da personalização das sociedades constituem-se verdadeiros princípios do Direito Societário. O fim da personalização da sociedade empresária resulta de todo um processo de extinção, também conhecido como dissolução o qual compreende as seguintes fases: a) Dissolução, em sentido estrito, que é o ato de desfazimento da constituição da sociedade. b) Liquidação, que visa a realização do ativo e pagamento do passivo da sociedade. c) Partilha, pela qual os sócios participam do acervo da sociedade. III- CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Classificam-se as sociedades empresárias: 3.1-Quanto a responsabilidades dos sócios pelas obrigações sociais Em razão do princípio da autonomia patrimonial, ou seja, 33 da personalização da sociedade empresária, os sócios não respondem, em regra, pelas obrigações desta. A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade é sempre subsidiária. Isto quer dizer que sua eventual responsabilidade por dívidas sociais tem por pressuposto o integral comprometimento do patrimônio social. É subsidiária no sentido de que se segue à responsabilidade da própria sociedade. Se o patrimônio social não for suficiente para integral pagamento dos credores da sociedade, o saldo passivo poderá ser reclamado dos sócios, em algumas sociedades de forma ilimitada e, em outras, os credores somente poderão alcançar dos patrimônios particulares um determinadolimite. Portanto, as sociedade empresárias, segundo o critério que considera a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, dividem-se em: a) Sociedade ilimitada – em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Neste tipo confira-se a Sociedade em Nome Coletivo. b) Sociedade mista – em que uma parte dos sócios tem responsabilidade ilimitada e outra parte tem responsabilidade limitada. Sociedades em Comandita Simples (C/S) -Sócio comanditado – responde ilimitadamente pelas obrigações sociais. - Sócio comanditário – responde limitadamente pelas obrigações sociais. Sociedade em Comandita por Ações (C/A) -Os sócios diretores respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. -Os 34 demais acionistas respondem limitadamente. c) Sociedade limitada – em que todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. São desta categoria a sociedade limitada (Ltda) e a sociedade anônima (S/A). As regras de determinação do limite da responsabilidade dos sócios variam de um tipo societário para outro. Por exemplo, ao ingressar em uma sociedade empresária, qualquer que seja ela, o sócio deve contribuir para o capital social. Cada sócio pode integralizar o capital à vista ou a prazo e na medida em que ele vai pagando o capital subscrito dizemos que ele o está integralizando. Quando todos os sócios tiverem cumprido as respectivas obrigações de contribuir para a formação da sociedade, o capital social estará totalmente integralizado. O sócio da sociedade limitada e o comanditário da sociedade em comandita simples respondem pelas obrigações sociais até o total do capital social não integralizado. Mesmo que um sócio tenha integralizado totalmente sua parte, o mesmo responderá pela parcela que o outro ainda não integralizou. Os acionistas da sociedade anônima, ou os da comandita por ações com responsabilidade limitada, respondem somente por aquilo que subscreveram e ainda não integralizaram. Se todo o capital social estiver integralizado, a massa de credores não poderá alcançar o patrimônio particular do sócio. 35 3.2-Classificação quanto ao regime de constituição e dissolução. Um determinado grupo de tipos societários tem a sua constituição e dissolução disciplinadas pelo Código Civil de 2002. Outro grupo de tipos societários rege-se pelas normas da Lei 6.404/76. Cada grupo societário é regido por critérios de constituição e dissolução específicos: a) As Sociedades contratuais – são sociedades contratuais: a sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e a sociedade limitada e são regidas pelo Código Civil de 2002. O ato constitutivo é o contrato social e para a dissolução é necessária a vontade majoritária dos sócios, a morte ou a expulsão dos sócios. Ressalva-se aqui o direito dos sócio, mesmo contra a vontade da maioria, de manter a sociedade. b) Sociedades institucionais - são sociedades institucionais: a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. Seu ato regulamentar é o estatuto social. As causas de dissolução podem ser a vontade da maioria dos sócios, bem como a intervenção e liquidação extrajudicial. As sociedades institucionais são regidas pelas normas específicas da Lei 6.404/03 3.3-Classificação quanto às condições de alienação da participação societária. Há sociedades em que os atributos individuais do sócio interferem com a realização do objeto social e 36 há sociedades em que não ocorre tal interferência. Em função dessa realidade, o direito comercial criou um grupo de sociedades em que a alienação da participação societária por um dos sócios, a terceiro estranho da sociedade, depende da anuência dos demais sócios e um e outro grupo em que esse ato jurídico independe da mencionada anuência. A participação de uma sociedade contratual é denominada “cota” e a de uma sociedade institucional é denominada “ação” e são bens do patrimônio do sócio. Desse modo o mesmo pode aliena-la da mesma forma que os demais bens que compõem seu patrimônio. Nas sociedades em que as características subjetivas dos sócios podem comprometer o sucesso da empresa , o direito garante o veto ao ingresso de terceiro estranho ao quadro associativo. Já naquelas em que estes atributos não influem, a circulação de participação é livre. Assim, as sociedades no que diz respeito às condições de alienação dividem-se em: a) Sociedades de Pessoas – em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranho no quadro associativo. b) Sociedades de Capital – em relação às quais se adota o princípio da livre circulabilidade da participação societária. Uma consequência específica da sociedade “de pessoas” é a dissolução parcial por morte de sócio, quando um dos sobreviventes não concorda com o ingresso de sucessor do sócio falecido no quadro social. Quando a sociedade é “de capital” os sócios sobreviventes não podem opor-se a tal ingresso e a 37 sociedade não se dissolve. As sociedades institucionais são sempre de “capital”, enquanto que as contratuais podem ser de “pessoas” ou de “capital”. Nas Sociedades Anônimas e em Comandita por Ações – os sócios não têm direito de impedir o ingresso de terceiros não sócio na sociedade e a morte não autoriza a dissolução da sociedade. As ações são penhoráveis. Nas Sociedades em Nome Coletivo e Comandita Simples – a cessão das quotas depende da anuência dos sócios. As ações são impenhoráveis. Em caso de morte do sócio , a sociedade em nome coletivo é de “pessoas” e a sociedade em comandita simples é de “pessoas” em relação ao sócio comanditado e de “capital” em relação ao sócio comanditário, sendo que neste caso, o contrato social pode alterar a natureza da C/S, prevendo a liquidação das quotas. (CC/2002- Art.1.050). Na sociedade limitada, o contrato social definirá a existência, ou não, de veto ao ingresso de novos sócios. 38 Livro Razão O Razão é um livro fundamental ao processo contábil e exigido pela legislação brasileira para empresas cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real. Em virtude de sua eficiência, ele é indispensável em qualquer tipo de empresa. Por meio do razão é possível controlar separadamente o movimento de todas as contas. O controle individualizado das contas é importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a apuração de resultados e elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete de verificação do razão, balanço patrimonial, etc. 39 Ou seja, é o detalhamento por contas individuais dos lançamentos realizados no diário, sendo usado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, estes lançamentos. Este livro agrega as contas Patrimoniais (contas do BP e da DRE), compostas por ativo, passivo e patrimônio líquido e por receitas, despesas e custos. Antigamente, o razão existia apenas em forma de livros, onde se atribuía o título de uma conta para cada página. Desta forma, havia uma página para Caixa, outra para Banco, outra para Estoque, e assim por diante. Com o passar do tempo, as folhas avulsas foram substituindo as páginas do livro, sendo muito comum o uso das fichas razão hoje em dia. É dispensada a autenticação ou registro do livro pelos órgãos competentes, isto porque o Razão é cópia autentica do que foi escriturado no Livro Diário. Porém, na escrituração, deverão ser obedecidas as regras da legislação comercial e fiscal aplicáveis aos lançamentos em geral. Escrituração manuscrita do Livro Razão Deve conter no mínimo as seguintes informações: Nome da conta Data do lançamento: dia, mês e ano de ocorrência do fato que alterou o valor do componentepatrimonial; Contrapartida: é a conta que completa o lançamento de outra conta que está sendo escriturada; 40 Histórico do lançamento: descrição do fato administrativo do evento registrável na escrituração; Débito e Crédito: indicação do valor que será acrescido e/ou diminuído do saldo da conta; Saldo: diferença entre o somatório do débito e somatório do crédito; e D/C: indicação da natureza do saldo - D (devedor) e C (credor). OBS.: Se for usado escrituração mecanizada, além destes ítens, deve conter também o nº da folha correspondente no livro diário. Modelo de Razão Data Nº Contrapartida Histórico Débito Crédito Saldo D/C 01/01/20x7 1 Saldo anterior 82.000,0 0 D 12/01/20x7 1 Veículos Vlr ref. compra de veículo cfe NF Nº 40.000,0 0 42.000,0 0 C 20/01/20x7 2 Estoques Vlr ref. compra d e mercadoria s cfe NF Nº 12.000,0 0 30.000,0 0 C 41 Razonetes Razão e razonete são a mesma coisa. O razonete deriva do razão, ele é uma versão simplificada, uma forma didática do razão. O razonete, também denominado gráfico ou conta em T, é bastante utilizado pelos contadores e é por meio dele que são feitos os registros individuais por conta. Ele foi criado para ser um recurso que ajude o entendimento da mecânica dos lançamentos contábeis. No lado esquerdo do razonete são lançados os débitos (saldos devedores) e no lado direito são lançados os créditos (saldos credores), ficando o nome da conta na parte de cima do T. Sendo assim, de um lado do razonete registram-se os aumentos e do outro as diminuições. A natureza da conta é que determina que lado deve ser utilizado para aumentos e que lado deve ser utilizado para diminuições. Toda conta de Ativo e todo acréscimo de Ativo são lançados no lado esquerdo do razonete (lado do débito). Toda conta de Passivo ou Patrimônio Líquido, bem como os acréscimos, serão lançados no lado direito do razonete (lado do crédito). Toda diminuição de Ativo será lançada no lado direito e toda diminuição de Passivo será lançada no lado esquerdo do razonete. 27/01/20x7 2 Banco Vlr ref. aumento de caixa cfe Doc. Nº 10.000, 00 40.000,0 0 D 42 Em resumo, a importância dos razonetes é principalmente didática, para ajudar a entender como as operações de uma empresa ou organização são processadas pela contabilidade. Na prática, a fonte de dados para a obtenção do balancete (que é a fonte do Balanço Patrimonial e da DRE), é o Livro Diário. Exemplo 1 Lançamento: Compra de Veículos no valor de $45.000, à vista, via banco. No livro diário: D- Veículos. ............... $45.000 C- Banco. ................. $45.000 43 No livro razão (razonetes): No razonete da conta Veículos, o valor foi debitado (lado esquerdo) pois gerou um aumento no ativo (bens e direitos) da empresa. Já no razonete da conta Bancos, o valor foi creditado (lado direito) pois gerou uma diminuição de ativo (diminuiu o valor disponível da conta). Exemplo 2 Alguns lançamentos existentes no Livro Diário: 1) D- Estoque ........ $67.000 C- Caixa ........... $67.000 2) D- Caixa ............ $70.000 D- Banco. ...... $30.000 C- Estoque ....... $100.000 44 3) D- Caixa....... $ 35.000 C- Banco $35.000 4) D- Estoque............. $ 10.000,00 C- Fornecedores..... $ 10.000,00 Passando para os razonetes: 45 Si: saldo inicial (saldo existente da apuração anterior) SF: saldo final As contas que foram lançadas no Diário a débito, são lançadas no Razão (razonetes) no lado esquerdo e as que foram lançadas a crédito no Diário, no lado direito. Em cada razonete é registrado todas as operações do Livro Diário referentes a conta em questão. Apuração do Saldo do Razonete O saldo de uma conta é o valor da diferença entre a soma dos débitos e a soma dos créditos do razonete. Somamos os valores do lado do débito e 46 somamos os valores do lado do crédito. Após isso, subtraimos o débito do credito ou vice-versa. O saldo será devedor se a soma dos débitos for maior que a soma dos créditos e será credor se a soma dos créditos for maior que a soma dos débitos. No exemplo dado acima, as contas Estoques, Caixa e Banco fecharam com saldo devedor e a conta Fornecedores fechou com saldo credor. (Em qualquer momento pode-se apurar o saldo do razonete.) OBS.: Apurado o saldo da conta, o próximo passo é colocar um traço horizontal logo abaixo dos lançamentos, de lado a lado, com o qual limpamos o razonete, passando a valer apenas os valores lançados a partir do respectivo traço. Em seguida, lançamos o saldo final (SF) no débito ou no crédito, conforme o caso. Balancete de Verificação do Livro Razão O balancete de verificação é um demonstrativo contábil que reúne todas as contas em movimento na empresa e seus respectivos saldos (saldos de débito/saldos devedores e saldos de crédito/saldos credores). Através do balancete é possível chegar a vários resultados importantes para a Contabilidade de uma empresa num dado período de tempo, bem como elaborar outros demonstrativos contábeis importantes, como por exemplo, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Balanço Patrimonial (BP). É a relação de Contas extraídas do livro Razão (razonetes) da empresa, ou seja, é o conjunto de todas as contas (patrimonias e de resultado) dos razonetes com seus respectivos saldos finais. O 47 saldo de cada conta é representado de acordo com sua natureza (devedora ou credora), e não apenas de acordo com o grupo a que pertence. Ou seja, para elaborar um balancete, cada Conta será transferida do razonete para ele, com seu respectivo saldo. Assim, se a Conta no razonete apontar saldo final devedor (lado esquerdo), este saldo será transportado para a coluna do saldo devedor do balancete. Se a Conta apresentar no razonete saldo final credor (lado direito), este saldo será transportado para a coluna do saldo credor do balancete. Importante: a soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. Se houver desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da empresa. Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. Em todos eles deve existir o cabeçalho onde se indica o nome da empresa e a data do balancete. É possível representá- lo com os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor). Este último caso é o mais comum e também o mais prático. Modelos de tributação e impostos para empresas Conheça as quatro formas previstas na legislação tributária O processo de formalização de uma empresa no Brasil é bem complexo. E um dos momentos mais complicados para o 48 empreendedor é definir o regime de tributação que a companhia vai ser inserida. Em primeiro lugar, é importante salientar que qualquer decisão dessas deve ser tomada junto a um contador. Ele conhece as normas fiscais e tributárias e poderá lhe auxiliar neste processo. São quatro formas previstas na legislação tributária para recolher os tributos: lucro real, lucro presumindo, simples nacional e lucro arbitrado. Aqui vale um pouco da sua atenção para uma explicação adicional: o simples nacional abrange, ainda, o regime do Microempreendedor Individual (MEI), do qual falaremos lá na frente. Outro detalhe importante: o lucro arbitrado não é aplicado com muita frequência no País, por isso, manteremos os foco apenas nos quatro citados. Lucro Real O lucro real é obrigatório para algumas empresas, porque está diretamenteligado ao faturamento anual e às atividades econômicas. O pagamento do imposto de renda e da contribuição social (CSLL) é feito sobre o lucro líquido apurado no balanço patrimonial, ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária. O percentual do imposto de renda é de 15%, acrescido de mais 10% a R$ 20 mil por mês sobre o lucro excedente. Já a contribuição social é de 9%. As contribuições para o PIS (Programa de Integração Social) e para a Cofins (Financiamento da Seguridade Social) são tributados pelo regime não cumulativo, ou seja, aplica-se o percentual sobre o faturamento da empresa e toma-se o crédito sobre as entradas permitidas na legislação. 49 Lucro Presumido É possível fazer a opção por este regime atribuindo um lucro tributável com base em um percentual sobre o faturamento, sendo de 8% para as atividades comercias e industriais, de 32% ou, excepcionalmente, de 16% para as atividades de serviços. O pagamento do IR e da CSLL é feito sobre o lucro líquido apurado. . O percentual do imposto de renda é de 15%, acrescido de mais 10% a R$ 20 mil por mês sobre o lucro excedente. Já a contribuição social é de 9%. As contribuições para o PIS (Programa de Integração Social) e para a Cofins (Financiamento da Seguridade Social) são tributados pelo regime cumulativo, ou seja, aplica-se o percentual sobre o faturamento da empresa. Simples Nacional Neste caso, o pagamento dos tributos é feito de forma unificada. Neste balaio já entram encargos previdenciários, normalmente arcados pelo empresário separadamente. Microempreendedor individual (MEI) Criado em 2008, serve para ajudar pessoas que trabalham por conta própria a legalizarem suas atividades. Quem escolhe se formalizar pelo MEI tem o limite de faturamento de R$ 60 mil ao ano e fica dentro do Simples Nacional (regime de tributação que deixa isento de tributos federais, como Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). O custo mensal com o governo é de R$ 37,20, para comércio e indústria, R$ 41,20, para prestação de serviços, e 50 R$ 42,20 para comércio e serviços. O próprio site do MEI explica que este valor que você paga é destinado à Previdência Social e ao ICMS (no caso de venda de produto) ou ao ISS (no caso de serviço). Desta forma, você recebe benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, etc. Para saber mais: políticas e Estratégias de Investimento | Previ - Relatório 2012 www.previ.com.br/.../politicas-e-estrategias-de-investimento.html A inserção de variáveis ambientais, sociais e de governança no processo de tomada de decisão de ... Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente - ppt ... slideplayer.com.br/slide/359127/ Concepção dos segmentos diferenciados voltados à proteção dos acionistas minoritários, caracterizados (i ... GOVERNANÇA CORPORATIVA - ppt video online carregar Comprometimento com os quatro princípios da boa governança: fairness,disclosure, compliance http://mei.com.br/ http://www.previ.com.br/quemsomos/relatorio2012/pt/o-valor-dos-investimentos/politicas-e-estrategias-de-investimento.html http://www.previ.com.br/.../politicas-e-estrategias-de-investimento.html http://slideplayer.com.br/slide/359127/ http://slideplayer.com.br/slide/10670101/ 51 Referências Bibliográficas ALMEIDA, M. Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC.; São Paulo: Atlas, 2014. ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços: Um enfoque econômico- financeiro (Livro Texto). 10.ed; São Paulo: Atlas, 2012. FABRETTI, L; FABRETTI, D; MUNHÓS, J.L. Contabilidade Tributária. 14.ed; São Paulo:: Atlas, 2014. KIOSAKI, R; LECHTER, S. Pai rico, pai pobre; Rio de Janeiro: Campus, 2010. MARION, J.C. Contabilidade Empresarial 16.ed; São Paulo: Atlas, 2012. IUDÍCIBUS, S.; MARION, J.C. Curso de Contabilidade para Não Contadores. 7.ed.; São Paulo: Atlas, 2011. SILVA, A. Estrutura, Análise e Interpretação das demonstrações contábeis. 4.ed; São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, J.P. Análise financeira de empresas 12.ed; São Paulo: Atlas, 2013.
Compartilhar