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1 MATERIAL DE 2018 Prática de Processo Civil Sumário: Juizados Especiais Cíveis (Lei n. 9.099/95). I. Juizados Especiais Cíveis 1. Conceito A Lei 9099/95 dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Esses juizados foram criados para conciliação, processo e julgamento de causas de menor complexidade. Os critérios que regem o processo são os princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. As partes devem buscar sempre que possível a conciliação ou transação. Atualmente temos os juizados especiais cíveis e criminais, os juizados especiais da fazenda pública (Lei 12.153/2009) e os juizados especiais federais (Lei 10.259/2001). O autor tem a faculdade de optar pelo procedimento do Juizado Especial Cível e essa opção importará em renúncia ao crédito excedente ao limite imposto por essa lei, que é de 40 salários mínimos, exceto pela hipótese de conciliação. No juizado especial da Fazenda Pública, o valor máximo das causas é de 60 salários mínimos. O acesso ao Juizado Especial Cível independe de pagamento de custas ou taxas em 1º grau de jurisdição, observado que se o autor não comparecer à audiência ele terá de recolher as custas que lhes foram dispensadas. O procedimento deste Juizado é chamado de procedimento sumaríssimo. 2. Competência (art. 3, Lei 9099/95) O Juizado Especial Cível é competente para julgar: Causa cujo valor não exceda a 40 (quarenta) salários mínimos; Enumeradas no art. 275, CPC, inciso II1; Ação de despejo para uso próprio; Ação possessória sobre bens imóveis de valor inferior a 40 salários mínimos. 3. Excluídos da competência (art. 3, § 2º, Lei 9099/95) O Juizado Especial Cível não terá competência para julgar: Ações de natureza alimentar; Ações de natureza fiscal e de interesse da Fazenda Pública (há o juizado especial cível da Fazenda Pública); Ações relativas a acidentes do trabalho; Ações relativas ao estado e capacidade da pessoa, ainda que de cunho patrimonial. 4. Partes (art. 8°, caput e § 1° e 2°, Lei 9099/95) Poderão propor ação (autores) somente pessoas físicas, as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, as sociedades de crédito ao microempreendedor. 1 Observar que o NCPC determinou nas disposições transitórias que: Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973) 2 Não poderão ser partes O incapaz; O preso; Pessoas jurídicas de direito público, Empresas públicas da União; Massa falida; Insolvente civil. No juizado especial cível é admitido o litisconsórcio (pluralidade das partes), mas não são admitidas nenhuma forma de intervenção de terceiros e nem reconvenção (ao contrário, admite- se o pedido contraposto). 5. Assistência do advogado (art. 9°, Lei 9099/95) As partes não precisarão constituir advogado nas causas até 20 salários mínimos. Acima desse valor a assistência do advogado é obrigatória. Em fase recursal também é obrigatório que as partes sejam representadas por advogado Em causas em que o juiz achar necessário alertará as partes a conveniência de se fazer acompanhar por um advogado e o mandado do advogado poderá ser verbal, caso não sejam necessários poderes especiais. Se o réu for pessoa jurídica ou titular de firma individual poderá ser representado por um preposto. Se a assistência do advogado for facultativa, ou seja, nas causas cujo valor não ultrapasse a 20 salários mínimos, e qualquer das partes comparecerem com advogado, poderá a outra parte obter assistência judiciária prestado pelo Juizado. 6. Pedido do autor (art. 14° a 17°, Lei 9099/95) O pedido poderá ser escrito ou oral, sendo que o pedido oral será reduzido a termo e deverá constar: Nome, qualificação e o endereço das partes; Os fatos e os fundamentos de forma sucinta; O objeto e seu valor; No Juizado Especial Cível é admitido formular pedido genérico quando não é possível determinar a extensão da obrigação. Também serão admitidos pedidos alternativos ou cumulativos, porém para pedidos cumulativos deve ser observado o valor porque a soma dos valores dos pedidos conexos não poderá ultrapassar 40 salários mínimos (limite estabelecido para competência desta lei). O pedido será registrado na Secretaria do Juizado que irá designar a sessão de conciliação e julgamento, no prazo de 15 dias. 7. Resposta do réu (art. 30 e 31, Lei 9099/95) A contestação poderá ser oral ou escrita e deverá conter toda a matéria de defesa, porém a argüição de suspeição e impedimento do juiz deverá seguir o procedimento previsto nos artigos 304 a 318 do CPC. O réu deverá contestar o pedido do autor na própria audiência e se assim não o fizer poderá requerer que seja designada nova data para contestar e se o réu não comparecer a audiência de 3 instrução e julgamento ou a sessão de conciliação ocorrerá a revelia (todos os fatos alegados pelo autor na inicial serão considerados verdadeiros). A reconvenção neste juizado não é permitida, mas o réu poderá na contestação apresentar pedido em seu favor (pedido contraposto), mas sempre observando os limites previstos no art. 3° e o pedido em favor do réu deverá estar baseado nos mesmos fatos que fundamentam o pedido do autor. 8. Citações (art. 18, Lei 9099/95) No juizado especial não se admite citação por edital. A citação será: Por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria; Se pessoa jurídica ou firma, mediante a entrega à recepção, identificando a pessoa que recebeu; Por oficial de justiça quando necessário e independente de mandado ou carta precatória. Na citação deverá conter cópia do pedido inicial, a dia e hora do comparecimento e a advertência que se o citando não comparecer as alegações iniciais serão tidas como verdadeiras (revelia) e será proferido o julgamento, sendo que o comparecimento espontâneo da parte contrária supre a falta de citação. 9. Intimações (art. 19, Lei 9099/95) No juizado especial as intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação, sendo que dos atos que forem praticados na audiência as partes sairão cientes. As partes devem comunicar ao juízo as mudanças de endereço que venham a ocorrer no decorrer do processo. As comunicações enviadas ao local indicado inicialmente serão consideradas eficazes caso não haja indicação da mudança de endereço. 10. Conciliação, juízo arbitral e audiência de instrução e julgamento (art. 21 a 27, Lei 9099/95) A conciliação é conduzida pelo juiz togado ou leigo ou conciliadores. Os conciliadores são auxiliares da Justiça e são recrutados preferencialmente entre os bacharéis em Direito. Já os juízes leigos são advogados com mais de cinco anos de experiência e também são auxiliares da Justiça, ficando impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais enquanto estão desempenhando tal função. Na abertura da audiência de conciliação o juiz explicará sobre a conciliação e uma vez obtida será reduzida a termo e homologada. Se o demandado não comparecer o juiz togado preferirá sentença. A homologação da conciliação, que é feita pelo juiz togado, será feita mediante sentença e terá eficácia de título executivo. Se nesta audiência a conciliação não for obtida as partes poderão optar pelo juízo arbitral, sendo a escolha do árbitro feita pelas partes. Se não instituído o juízo arbitral será instaurada a audiência de instrução e julgamento. 4 Na audiência de instrução e julgamento tem-se a oitiva de testemunhas, colheita de provas e sentença. 11.Sentença (art. 38 a 49, Lei 9099/95) A sentença conterá resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e os elementos que serviram de convicção ao juiz, sendo dispensado o relatório. A sentença condenatória por quantia ilíquida não é admitida e não poderá exceder o valor de 40 salários mínimos (limite estabelecido para competência no Juizado Especial Cível). O que exceder a esse limite não será considerado. 12. Recursos (art. 41 a 50, Lei 9099/95) Da sentença, exceto a de homologação de conciliação ou laudo arbitral, cabe recurso. O recurso será por petição escrita para o próprio juizado e o prazo para a interposição será de 10 dias a partir da ciência da sentença. O recorrido, que será intimado pela Secretaria do Juizado, também terá o prazo de 10 dias para oferecer suas contra razões por escrito. O preparo do recurso compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita. O recurso será julgado pela turma que será composta por três juízes togados. O recurso tem efeito devolutivo, mas o juiz poderá atribui efeito suspensivo se estiver diante de dano irreparável. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa. Da sentença ou acórdão (súmula do julgamento) caberão Embargos de Declaração nas mesmas hipóteses de cabimento dos embargos declaratórios consoante o NCPC (esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento e corrigir erro material), no prazo de cinco dias, a contar da ciência da sentença ou do acórdão. Segundo o parágrafo único do Artigo 1.022 do CPC, considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o. 489 § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 5 IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Segundo o NCPC, o juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada. Segundo o artigo 50 da lei, os embargos de declaração, quando interpostos contra sentença, interrompem o prazo para recursos. A interrupção do prazo (pela oposição dos embargos de declaração) trata-se de alteração pelo NCPC pois até então o prazo era apenas suspenso e não interrompido. Quanto aos prazos (dias úteis ou corridos) decorrentes do NCPC No âmbito dos três Juizados, a questão deveria ser simples. Mas, infelizmente, não é… Hoje, há três Juizados: Juizado Especial Cível (JEC, Lei 9.099/95), Juizado Especial Federal (JEF, Lei 10.259/01) e Juizado Especial da Fazenda Pública (JEFP, Lei 12.153/09). Por expressa previsão legal, esses Juizados formam um sistema : Art. 1º, Parágrafo único da L. 12.153/2009. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda Pública. E, no sistema dos Juizados Especiais, aplica-se de forma subsidiária o CPC – e não o CPP ou CLT, por certo: Art. 27 da L. 12.153/2009. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001. Portanto, tendo em vista (i) que não há regra especial de contagem de prazos processuais nos Juizados e (ii) a aplicação subsidiária do CPC73 e NCPC aos Juizados, seria simples concluir que os prazos processuais, nos Juizados, deveriam ser contados em dias úteis. Trata-se de solução até mais simples que a do processo penal ou do trabalho, inexistindo aqui qualquer conflito normativo, correto? Infelizmente, errado… Existe uma divergência pública entre setores relevantes do Judiciário acerca da forma de contagem de prazos processuais nos Juizados – e que começa a se refletir nos casos concretos em trâmite em juízo, com respostas distintas. Vejamos o panorama da situação. 6 (i) Em encontro de juízes organizado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), em agosto de 2015, cerca de 500 magistrados se reuniram para debater o NCPC e elaborar enunciados. Tais magistrados aprovaram o seguinte enunciado, a respeito do tema: 45) A contagem dos prazos em dias úteis (art. 219 do CPC/2015) aplica-se ao sistema de juizados especiais. Em nosso entender, essa é a resposta correta, tendo em vista os argumentos acima expostos. (ii) Contudo, em março de 2016, poucos dias antes da vigência do NCPC, o Fórum Nacional de Juizados Especiais (FONAJE) divulgou “nota técnica” afirmando que, no JEC, não se aplica o prazo em dias úteis – e indicando que isso será votado, como enunciado, em encontro a ocorrer em junho de 2016. Os argumentos para tal conclusão são a celeridade, duração razoável do processo e especialidade dos Juizados. Há, entretanto, um detalhe importante. Não se indica qual o diploma legal a ser utilizado para a contagem de prazo processual em dias corridos, já que é afastada a contagem de prazos em dias úteis do NCPC e não há previsão acerca desse tema na Lei 9.099/95. Seria o CPP? Seria a CLT? Seria a aplicação das regras revogadas do CPC/1973? De qualquer forma, não se trata de posição isolada no Judiciário. A tese de contagem de prazos em dias contínuos foi defendida publicamente pela Ministra Nancy Andrighi, do STJ e atual corregedora nacional do CNJ e teve enunciado aprovado no âmbito do Fórum dos Juizados Especiais do Estado de São Paulo (FOJESP), realizado em 18/03/16 – ainda que por apertada maioria. A respeito do conflito com o enunciado ENFAM, um dos representantes do FONAJE se manifestou, sendo conveniente reproduzir o seguinte trecho de notícia divulgada pela Associação de Magistrados do Brasil (AMB) : Para o Juiz de Direito e Secretário-Geral do FONAJE, Gustavo A. Gastal Diefenthäler, “tal entendimento é equivocado e foi extraído sem que fosse ouvido o FONAJE, foro adequado para deliberações sobre as questões e temas que afetam o Sistema de Juizados Especiais, em seus 19 anos de existência”. Tem-se, portanto, uma divergência pública entre magistrados, que causa confusão entre os advogados e demais profissionais do Direito (inclusive, é claro, os próprios juízes dos Juizados). Isso é de causar perplexidade, especialmente considerando o comando legislativo inserto no NCPC que afirma que os tribunais deverão “uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente” (artigo 926). ENUNCIADOS DO X FOJESP (Fórum dos Juizados Especiaisde São Paulo), de 23/03/2016 1. “Considerado o princípio da especialidade, o CPC 2015 somente terá aplicação ao Sistema dos Juizados Especiais nos casos de expressa e específica remissão, ou na hipótese de compatibilidade com os critérios previstos no art. 2º da Lei 9.099/95” (passou a ser Enunciado 66 do Fojesp); Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 7 2. “Não se aplica ao Sistema dos Juizados Especiais a regra do art. 489 do CPC 2015 diante da expressa previsão contida no art. 38, caput, da Lei 9.099/95” (passou a ser Enunciado 67 do Fojesp); 9.099, Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. ===== CPC, Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. 3. “Os procedimentos de tutela de urgência requeridos em caráter antecedente, na forma prevista nos arts. 303 a 310 do CPC/2015 são incompatíveis com o Sistema dos Juizados Especiais” (passou a ser Enunciado 68 do Fojesp); 8 4. “O art. 229, caput, do CPC 2015, não se aplica ao Sistema de Juizados Especiais” (passou a ser Enunciado 69 do Fojesp); Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. § 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 5. “A desistência da ação, mesmo sem a anuência do réu já citado, torna prejudicado eventual pedido contraposto e implica a extinção do processo sem resolução do mérito, ainda que tal ato se dê em audiência de instrução e julgamento, salvo quando houver indícios de litigância de má- fé ou de lide temerária” (passou a ser a nova redação do Enunciado 35 do Fojesp); 6. “A multa prevista no art. 523, § 1º, do CPC 2015, aplica-se aos Juizados Especiais Cíveis, ainda que o valor desta, somado ao da execução, ultrapasse o limite de alçada; a segunda parte do referido dispositivo não é aplicável, sendo, portanto, indevidos honorários advocatícios de dez por cento” (passou a ser Enunciado 70 do Fojesp); § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. 7. “O art. 332 do CPC 2015 aplica-se ao Sistema dos Juizados Especiais; e o disposto no respectivo inc. IV também abrange os enunciados e as súmulas de seus órgãos colegiados” (passou a ser Enunciado 71 do Fojesp); Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 8. “Na hipótese de realização de exame técnico previsto no art. 10 da Lei 12.153/09, em persistindo dúvida técnica, poderá o juiz extinguir o processo pela complexidade da causa” (passou a ser Enunciado 72 do Fojesp); http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art241 9 9. "O condomínio e o espólio não podem propor ação nos Juizados Especiais em razão do disposto no art. 8º, par. 1º, da Lei 9.099 95" (nova numeração prejudicada, tendo em vista que já se tem o Enunciado 10 do Fojesp); 10. "O art. 1.063 do CPC 2015 não estabelece hipótese de competência absoluta dos Juizados Especiais" (passou a ser o Enunciado 73 do Fojesp); 11. Todos os prazos, no Sistema dos Juizados Especiais, serão contados de forma contínua, excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento" (passou a ser o Enunciado 74 do Fojesp); 12. “No Sistema dos Juizados Especiais, o juízo prévio de admissibilidade dos recursos deve ser feito pelo juízo a quo” (Enunciado 75 do FOJESP). PEÇA PRÁTICA PROCESSO CIVIL Tício teve seu veículo abalroado por Bruno na Vila Madalena enquanto parado no semáforo. Atualmente Tício exerce atividade remunerada com o veículo, por meio do aplicativo UBER. Além de testemunhas, um policial presenciou o acidente e lavrou o respectivo Boletim de Ocorrência em seguida ao acidente. Apesar da apresentação de orçamentos da ordem de R$5.000,00 para o reparo do veículo, que precisará ficar 10 dias na oficina para reparos, Tício encontra dificuldade em obter o ressarcimento de Bruno, que não lhe retorna a ligação. Tício então o procura para promover a competente ação, pedindo-lhe optar pelo procedimento mais célere e econômico possível. QUESTÃO: Como advogado do terceiro lesado, aja em seu prol. EXERCÍCIO DE MEMORIZAÇÃO 01- Qual a Justiça, Foro e Juízo competentes? 02- Quem são os autores? 03- Quem é o réu? 04- No caso, é necessário qualificar as partes? 05- O que deve ser requerido? 06- Quais os fatos e fundamentos da petição? 07- Dá-se valor à causa? Por que? 08- Como deve ser feito o encerramento da petição? 09- Justifique a medida adotada.
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