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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
PENAL ESPECIAL
Decreto-Lei n. 3.688/1941 - 
Contravenções Penais
Livro Eletrônico
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Sérgio Bautzer
Decreto-Lei n. 3.688/1941 - Contravenções Penais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei das Contravenções Penais: Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de outubro de 1941 ...............4
Introdução ......................................................................................................................4
Parte Geral .....................................................................................................................6
Competência...................................................................................................................6
Sistema Penal ................................................................................................................9
Aplicação da Lei das Contravenções no Espaço ............................................................ 10
Elemento Subjetivo ....................................................................................................... 11
Tentativa ....................................................................................................................... 11
Desistência Voluntária e do Arrependimento Eficaz ....................................................... 11
Penas ............................................................................................................................ 11
Possibilidade de Conversão da Pena ............................................................................. 12
Duração da Pena .......................................................................................................... 12
Suspensão Condicional da Pena .................................................................................... 13
Ação Penal ................................................................................................................... 13
Parte Especial .............................................................................................................. 16
Ponto Controvertido sobre a Possibilidade de Aplicação do art. 18 da Lei de 
Contravenções Penais para Armas Brancas ................................................................. 16
Contravenções em Espécie ............................................................................................17
Das Contravenções Referentes à Pessoa .......................................................................17
Das Contravenções Referentes ao Patrimônio ..............................................................22
Das Contravenções Referentes à Incolumidade Pública ................................................24
Das Contravenções Referentes à Paz Pública ...............................................................33
Das Contravenções Referentes à Fé Pública .................................................................37
Das Contravenções Relativas à Organização do Trabalho .............................................39
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Das Contravenções Relativas à Polícia de Costumes .....................................................42
Das Contravenções Referentes à Administração Pública ..............................................53
Mapas Mentais .............................................................................................................56
Questões de Concurso ................................................................................................. 58
Gabarito ....................................................................................................................... 77
Gabarito Comentado .....................................................................................................78
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 124
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Decreto-Lei n. 3.688/1941 - Contravenções Penais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS: DECRETO-LEI N. 
3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941
Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a). Eu sou o professor Sérgio Bautzer e leciono legislação 
penal especial há 15 anos. O estudo das contravenções penais se faz necessário por conta 
dos concursos de promotor de justiça e delegado de polícia. Por conta do mandamento cons-
titucional, previsto no art. 109 da Constituição Federal, as contravenções penais são julgadas 
pela Justiça Estadual, por isso não haverá cobrança de tal matéria em concursos da magis-
tratura federal, de procurador da república ou de delegado de polícia federal. Mesmo assim, 
se você for prestar tais concursos na área federal, deverá ficar antenado na própria letra da 
Constituição Federal, nos julgados que tratam da competência para se julgar as contravenções 
penais praticadas por pessoas que possuem foro por prerrogativa e na questão dos delitos 
de competência da Justiça Federal conexos às contravenções. Devemos nos lembrar sempre 
de que a contravenção de jogo do bicho está prevista em outro Decreto-Lei, e que existe até 
súmula do STJ sobre a atuação do “apontador” no cometimento de tal infração. Outra con-
travenção que não está prevista na LCP, mas você deve ficar atento, é a retenção indevida de 
documentos de identificação pessoal, infração prevista no art. 3 da Lei n. 5.553/1968. Você 
deve sempre estar antenado na Lei de Introdução ao Código Penal, que diz como é punida a 
contravenção no sistema penal. Eu como professor sugiro que desde já você memorize que o 
legislador define o que é crime e o que é contravenção. Ah, e em 2020, o STJ decidiu que o porte 
de arma branca não é fato atípico aos olhos do Direito Penal. Qualquer dúvida, procure o fórum 
do Gran Cursos Online, que é o melhor, maior e mais completo curso virtual preparatórios do 
mundo. Boa aula! Sucesso.
Introdução
Infração penal é gênero da qual são espécies crime e contravenção penal.
Tal diferença fora estipulada pelo art. 1 da Lei de Introdução ao Código Penal, Decreto-Lei 
n. 3.914, de 9 de dezembro de 1941, que considera crime a infração penal na qual a Lei comi-
na pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente 
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com a pena de multa; contravenção, a infração penal na qual a Lei comina, isoladamente, pena 
de prisão simples1 ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Não existe diferença ontológica, de essência, entre crime (ou delito) e contravenção. 
O mesmo fato pode ser considerado crime ou contravenção pelo legislador, de acordo com a 
necessidade de prevenção social. Assim, uma contravenção pode no futuro vir a ser definida 
como delito.
Aliás, vários são os exemplos de tipos penais que nasceramcomo contravenção penal e 
com o passar do tempo, atendendo às mudanças da sociedade e à necessidade de maior re-
primenda do comportamento, com o fito de se adequarem socialmente, passaram a ser consi-
derados crimes. Cite-se, por exemplo, o art. 63, I, da LCP (Importunar alguém, em lugar público 
ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor) que foi revogado pela Lei n. 13.718/2018 
e passou a ser previsto no Código Penal no art. 215-A (Praticar contra alguém e sem a sua anu-
ência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro).
As contravenções penais são infrações penais de menor potencial ofensivo. De acordo 
com o art. 61 da Lei n. 9.099/1995, consideram-se infrações de menor potencial ofensivo as 
contravenções penais e crimes nos quais a Lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) 
anos, cumulada ou não com multa.
A 1ª Turma do STF decidiu que crime previsto no Estatuto Penal não pode ser absorvido 
por contravenção penal:
EMENTA Habeas corpus. Penal. Princípio da consunção. Alegação de que o crime de 
falso (art. 304 do CP) constitui meio de execução para a consumação da infração de exer-
cício ilegal da profissão (art. 47 do DL n. 3.688/1941). Não ocorrência. Impossibilidade 
de um tipo penal previsto no Código Penal ser absolvido por uma infração tipificada na 
Lei de Contravenções Penais. Ordem denegada. 1. O princípio da consunção é aplicável 
quando um delito de alcance menos abrangente praticado pelo agente for meio neces-
sário ou fase preparatória ou executória para a prática de um delito de alcance mais 
abrangente. 2. Com base nesse conceito, em regra geral, a consunção acaba por deter-
1 Prisão Simples é a pena cumprida sem rigor penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão 
comum, em regime aberto ou semiaberto. Trata-se de pena aplicada em face de contravenção penal (Lei das Contravenções 
Penais – Decreto Lei n. 3.688/1941), que, por sua vez, é infração penal de menor potencial ofensivo – conceito retirado do 
Wikipédia – enciclopédia livre.
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minar que a conduta mais grave praticada pelo agente (crime-fim) absorve a conduta 
menos grave (crime-meio). 3. Na espécie, a aplicabilidade do princípio da consunção 
na forma pleiteada encontra óbice tanto no fato de o crime de uso de documento falso 
(art. 304 do CP) praticado pelo paciente não ter sido meio necessário nem fase para 
consecução da infração de exercício ilegal da profissão (art. 47 do DL n. 3.688/1941) 
quanto na impossibilidade de um crime tipificado no Código Penal ser absorvido por 
uma infração tipificada na Lei de Contravenções Penais. 4. Habeas corpus denegado. 
(HC 121652, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 22/04/2014, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-107 DIVULG 03-06-2014 PUBLIC 04-06-2014).
Parte Geral
ComPetênCIa
O inciso IV do art. 109 da Constituição da República:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
[...]
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interes-
ses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções 
e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral.
O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula n. 38, que dispõe que compete à Justiça 
Estadual o processo e julgamento das contravenções, ainda que cometidas em detrimento de 
bens da União, vejamos:
Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por 
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da 
União ou de suas entidades.
Caberá à Justiça Estadual julgar a contravenção penal mesmo quando for conexa com 
crime de competência da Justiça Federal.
O Superior Tribunal de Justiça decidiu:
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CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PENAL. CONTRAVENÇÃO. EXPLORAÇÃO DE JOGOS DE 
AZAR (ART. 50 DECRETO-LEI n. 3.688/1941). CONTRABANDO (ART. 334 DO CP). CONE-
XÃO. INVIABILIDADE DE JULGAMENTO PERANTE O MESMO JUÍZO. SÚMULA n. 38/STJ. 
DESMEMBRAMENTO. 1. Apesar da existência de conexão entre o crime de contrabando 
e contravenção penal, mostra-se inviável a reunião de julgamentos das infrações penais 
perante o mesmo Juízo, uma vez que a Constituição Federal expressamente excluiu, em 
seu art. 109, IV, a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções 
penais, ainda que praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União. 
Súmula n. 38/STJ. Precedentes. 2. Firmando-se a competência do Juízo Federal para 
processar e julgar o crime de contrabando conexo à contravenção penal, impõe-se o 
desmembramento do feito, de sorte que a contravenção penal seja julgada perante o 
Juízo estadual. 3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito do 8º 
Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro/RJ, o suscitado, para processar e julgar a 
conduta relacionada à contravenção, remanescendo a competência do Juízo Federal da 
9ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro-RJ, suscitante, para o pro-
cesso e julgamento do crime de contrabando. (CC 120.406/RJ, Rel. Ministra ALDERITA 
RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE), TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 12/12/2012, DJe 01/02/2013 – Informativo 511).
No mesmo sentido:
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PENAL. CONTRAVENÇÃO. EXPLORAÇÃO DE JOGOS DE AZAR 
(ART. 50 DECRETO-LEI n. 3.688/1941). CONTRABANDO (ART. 334 DO CP). CONEXÃO. INVIA-
BILIDADE DE JULGAMENTO PERANTE O MESMO JUÍZO. SÚMULA n. 38/STJ. DESMEMBRA-
MENTO. 1. Apesar da existência de conexão entre o crime de contrabando e contravenção 
penal, mostra-se inviável a reunião de julgamentos das infrações penais perante o mesmo 
Juízo, uma vez que a Constituição Federal expressamente excluiu, em seu art. 109, IV, 
a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções penais, ainda que 
praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União. Súmula n. 38/STJ. Pre-
cedentes. 2. Firmando-se a competência do Juízo Federal para processar e julgar o crime 
de contrabando conexo à contravenção penal, impõe-se o desmembramento do feito, de 
sorte que a contravenção penal seja julgada perante o Juízo estadual. 3. Conflito conhe-
cido para declarar a competência Juízo de Direito do 8º Juizado Especial Criminal do Rio 
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de Janeiro/RJ, o suscitado, para processar e julgar a conduta relacionada à contravenção, 
remanescendo a competência do Juízo Federal da 1ª Vara Criminal da Seção Judiciária do 
Rio de Janeiro-RJ, suscitante, para o processo e julgamento do crime de contrabando. (CC 
124.037/RJ, Rel. Ministra ALDERITARAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA CONVO-
CADA DO TJ/PE), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/10/2012, DJe 31/10/2012).
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região também já se posicionou quanto ao tema:
PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CONTRAVENÇÃO PENAL. ABSOLVIÇÃO DO CRIME 
DE CONTRABANDO. PRORROGAÇÃO DA JURISDIÇÃO. 1. “Verificada a reunião dos pro-
cessos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria 
venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração 
para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação 
aos demais processos.” (art. 81 - CPP). 2. Na espécie, tendo havido absolvição no juízo 
federal quanto ao crime de contrabando (as máquinas caça-níqueis teriam componen-
tes estrangeiros), que firmara a conexão para o julgamento da contravenção (uso da 
máquina), não se dá o deslocamento do processo, quanto à contravenção, para a justiça 
estadual, competente, em situações normais, para a matéria. 3. Provimento da apelação. 
Competência da justiça federal. Reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva 
(art. 61 - CPP). (TFR1 - ACR 0000523-02.2005.4.01.4000, DESEMBARGADOR FEDERAL 
OLINDO MENEZES, TRF1 - QUARTA TURMA, e-DJF1 23/10/2012 PAG 175.)
A Segunda Turma do STF já decidiu:
A competência penal da Justiça Federal comum – que possui extração constitucional – 
reveste-se de caráter absoluto, está sujeita a regime de direito estrito e apenas deixa de 
incidir naquelas hipóteses taxativamente indicadas no texto da própria Carta Política.2
Além do mais, a competência da Justiça Federal, fixada na Constituição, somente pode ser 
ampliada ou reduzida por emenda constitucional, contra ela não prevalecendo dispositivo legal 
hierarquicamente inferior.3
2 STF – HC n. 79.33a1, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, J. A 24/8/1999.
3 STJ – (RSTJ n. 92/157).
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Todavia, cumpre lembrar a competência da Justiça Federal para julgar contravenções 
quando o agente for detentor de foro por prerrogativa de função naquela esfera do judiciário, 
uma vez que a competência é absoluta.
É importante destacar que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, em maio de 2018 
(AP 937-QO), decidiu que o foro por prerrogativa de função conferido aos Deputados Federais e 
Senadores se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções 
a ele relacionadas.
No julgamento da citada Questão de Ordem, foram firmadas duas teses que devem ser 
destacadas:
a. As  normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por 
prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos 
crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como 
Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 
1ª instância, mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o de-
lito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercí-
cio do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
b. Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais 
não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o 
cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
SIStema Penal
O Brasil adota o critério bipartido, sendo que a infração penal é gênero, da qual são espécies 
crime e contravenção.
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O professor Wilson Lavorenti diz que os mesmos institutos aplicados aos crimes, aplicam-se 
às contravenções:
• Princípio da Legalidade;
• Da anterioridade;
• Da abolitio criminis;
• Da retroatividade da lei mais benéfica;
• As regras da contagem de prazo;
• As causas excludentes de ilicitude;
• Das descriminantes putativas;
• As causas de exclusão da imputabilidade;
• As causa de exclusão da culpabilidade;
• A aberratio ictus;
• A aberratio criminis;
• As regras do concurso de pessoas;
• As regras do concurso material, formal e contravenção continuada;
• A obrigação de reparar o dano civil da sentença condenatória;
• As causas de exclusão da punibilidade;
• As regras das várias formas de prescrição.
Todavia, não se aplicam às contravenções penais:
• Prisão temporária;
• Lei dos Crimes Hediondos;
• Prisão preventiva;
• Regime fechado;
• Regras de extraterritorialidade.
aPlICação da leI daS ContravençõeS no eSPaço
Rege o artigo 2 da norma em estudo:
Art. 2º a lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
Assim, as contravenções penais praticadas no exterior não serão punidas no Brasil, já que 
é adotado o princípio da territorialidade absoluta.
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elemento SubjetIvo
Dispõe o artigo 3º do Decreto-Lei n. 3.688/1941:
Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter 
em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico.
A doutrina, ao comentar esse dispositivo, ensina que:
Nos termos do dispositivo, a contravenção não exige dolo ou culpa, contentando-se com o sim-
ples querer (voluntariedade). (...). Hoje, entretanto, adotada a teoria finalista da ação e vedada a 
responsabilidade objetiva pela reforma penal de 1984, o disposto no art. 3º, que diz prescindir a 
contravenção de dolo e culpa, está superado: a contravenção, assim como o crime, exige dolo ou 
culpa, conforme a descrição típica. O dolo se apresenta como elemento subjetivo implícito no tipo; 
a culpa, como elemento normativo. Ausentes, o fato é atípico. (JESUS, Damásio de. Lei das Contra-
venções Penais anotada: Decreto-lei n. 3.688, de 3-10-1941, 13ª edição.. Saraiva, 2014).
tentatIva
Diz o artigo 4º da Lei em comento: “art. 4º não é punível a tentativa de contravenção”.
Não se pune a forma tentada da contravenção por questões de política criminal, por se 
tratar de conduta a que se atribui pena mais branda, multa e a prisão simples.
Desse modo, a tentativa é cabível, mas não punível.
deSIStênCIa voluntárIa e do arrePendImento efICaz
Defendemos a tese de que é incabível a aplicação dos institutos da desistência voluntária 
e do arrependimento eficaz, ambos previstos no art. 15 do Código Penal.
Ora, se a punição da tentativa da contravenção está afastada pelo próprio texto legal, 
é impraticável o agente desistir deum fato considerado delito, uma vez que a contravenção já 
fora consumada. Ao se falar em contravenção na fase executória, ou se consuma ou não se 
leva para a esfera do Direito Penal.
PenaS
Dispõe o art. 5º da Lei das Contravenções Penais que são penas principais a prisão simples 
e a multa. Não são impostas as penas de detenção ou de reclusão ao contraventor.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
De acordo com o art.  6º, a  pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor 
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime 
semiaberto ou aberto.
O condenado à pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados à pena de 
reclusão ou de detenção. O trabalho do condenado é facultativo, se a pena aplicada não excede 
a quinze dias.
Com a alteração do art. 61 da Lei n. 9.099/1995, todas as contravenções penais são de 
competência do Juizado Especial Criminal. Assim, são cabíveis todas as medidas despenali-
zadoras – transação penal, composição civil, sursis processual e exigência de representação 
– previstas na Lei dos Juizados Especiais e, em consequência, não é imposta atualmente a 
prisão simples ao contraventor.
PoSSIbIlIdade de ConverSão da Pena
O art. 9º da Lei das Contravenções Penais diz que:
A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código Penal sobre a con-
versão de multa em detenção. Reza o parágrafo único que se a multa é a única pena cominada, 
a conversão em prisão simples se faz entre os limites de quinze dias e três meses.
Vale lembrar que o art. 9º fora revogado pela Lei n. 9.268/1996, que extinguiu a possibili-
dade de conversão da multa em prisão. Desta forma, tratando-se de contravenção penal, ainda 
que o contraventor não venha pagar a multa devida, jamais ocorrerá a conversão da pena de 
multa em prisão simples.
duração da Pena
A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, 
nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos, na forma do art. 10 da Lei das 
Contravenções Penais.
A mesma regra fora adotada pelo Código Penal ao afirmar que o tempo de cumprimen-
to das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 anos (conforme redação do 
art. 75 dada pela Lei n. 13.964/2019 – Pacote Anticrime).
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Cumpre salientar que a aplicação da multa segue as regras dos artigos 59 a 76 do 
Código Penal.
Destaca-se, ainda, que transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será execu-
tada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas 
relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas 
e suspensivas da prescrição, na forma do art. 51, do Código Penal, com redação dada pela Lei 
n. 13.964/2019 – Pacote Anticrime.
SuSPenSão CondICIonal da Pena
Desde que reunidas as condições legais, o  juiz pode suspender a execução da pena de 
prisão simples, por tempo não inferior a um ano nem superior a três, bem como conceder 
livramento condicional.
O art. 11 traz em seu bojo a possibilidade de que o agente que cometa uma contravenção 
penal venha a ser beneficiado com o instituto do sursis, ou seja, a  suspensão condicional 
da pena.
ação Penal
Segundo Décio Luiz,
Quando se fala em ação penal nas contravenções penais, somente se pode falar em AÇÃO PENAL 
PÚBLICA INCONDICIONADA, inexistindo, pois, ação penal privada ou pública condicionada à repre-
sentação ou requisição.
Sustentamos que a contravenção de vias de fato é de ação penal pública condicionada, pois, 
se a lesão corporal de natureza leve exige representação, com mais razão o “delito-anão” exigirá.
O STF tem entendimento em sentido contrário ao nosso:
Tratando-se de contravenção penal, a ação é pública incondicionada devendo o Ministério 
Público oferecer denúncia independentemente de representação da vítima. Com esse 
entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus que objetivava o trancamento de ação 
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penal instaurada pelo Ministério Público pela prática da contravenção penal de vias de 
fato (LCP, art. 21), no qual se sustentava a decadência do direito de representação da 
vítima. Considerou-se que permanece em vigor a primeira parte do art. 17 da LCP (“A 
ação penal é pública”), não se aplicando o art. 88 da Lei n. 9.099/1995, que tornou condi-
cionada à representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves (HC 
n. 80.617/MG, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, julg. em 20/3/2001).
Por fim, com inteira propriedade, Ada Pellegrini Grinover, Antonio Magalhães Gomes Filho, 
Antonio Scarance Fernandes e Luiz Flávio Gomes deixaram assentado que:
A contravenção prevista no art. 21 da Lei das Contravenções Penais (vias de fato), embora implique 
menor ofensa ao bem jurídico integridade física, continua sendo de ação penal pública incondiciona-
da. Aqui não prevalece a regra, intocável do ponto de vista lógico, de que se a lei exige representação 
para o mais (lesão corporal) também se faz necessária para o menos (vias de fato). O raciocínio não 
é válido tendo em vista o disposto no art. 100, § 1º, do CP, que diz: A ação pública é promovida pelo 
Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição 
do Ministro da Justiça. Por falta de previsão legal expressa a referida contravenção, em síntese, con-
tinua ‘incondicionada’ (Juizados Especiais Criminais, Editora Revista dos Tribunais, 1995, p. 180).
Marino Pazzaglini Filho (1996, p. 91) ainda explana o  tema: “Não se aplica o art.  88 à 
contravenção de vias de fato, por ausência de expressa determinação legal”.
O Enunciado n. 76 do FONAJE dispõe:
A ação penal relativa à contravenção de vias de fato dependerá de representação.
A lógica adotada é a de que se a lesão corporal, que é mais grave, depende de representação, 
também deve ser exigida a representação em relação às vias de fato.
Apesar do enunciado do FONAJE e da argumentação acerca da desproporcionalidade 
instituída na legislação, há decisões do Superior Tribunal de Justiça que priorizam a Lei das 
Contravenções Penais, não estendendo o art. 88 da Lei n. 9.099/1995 às vias de fato:
O artigo 88 da Lei n. 9.088/1995, que tornou condicionada à representação a ação 
penal por lesões corporais leves e lesões culposas, não se estende à persecução das 
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contravenções penais. A contravenção penal de vias de fato, insculpida no artigo 21 da 
Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei n. 3.688/1941), ainda que de menor potencial 
ofensivo em relação ao crime de lesão corporal, não foi incluída nas hipóteses do artigo 
88 da Lei n. 9.099/95. 2. A Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei n. 3.688/1941) 
continua em pleno vigor e nela há expressa previsão legal de que a ação penal é pública 
incondicionada, conforme disciplina o seu artigo 17. 3. Recurso ordinário desprovido. 
(RHC 47.253/MS, Rel. Ministra Maria Thereza De Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 
04/12/2014, DJe 17/12/2014)
Quanto às vias de fato praticadas no contexto de violência doméstica, a  jurisprudência 
entende que a ação penal é pública incondicionada, da mesma forma que a ação referente à 
lesão corporal leve, haja vista que a Lei n. 9.099/1995 não seria aplicável às infrações penais 
apuradas no âmbito da Lei Maria da Penha:
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. VIAS DE FATO. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. DIREITO DA VÍTIMA AO SILÊNCIO. NULIDADE. AUSÊNCIA. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. PREJUÍZO NÃO COMPROVADO. PRECEDEN-
TES. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Nos termos do art. 565 do CPP, nenhuma das partes poderá 
arguir nulidade referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse, 
de modo que eventual direito da vítima ao silêncio somente interessaria à ofendida, que 
não a está arguindo. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem se mani-
festando quanto à natureza pública incondicionada da ação penal em caso de delitos 
de vias de fato praticados mediante violência doméstica e familiar contra a mulher. 3. 
Segundo o princípio pas de nullité sans grief, previsto no art. 563 do CPP, não comprovado 
efetivo prejuízo ao réu, não há falar em nulidade do processo. 4. Agravo regimental impro-
vido. (AgRg no REsp 1738183/AM, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado 
em 27/11/2018, DJe 06/12/2018).
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIAS DE FATO. VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 1. A natureza da ação penal para 
a contravenção de vias de fato é pública incondicionada, pois o art. 17 da LCP (Decreto 
Lei n. 3.688/1941) remanesce em vigor. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega 
provimento. (AgRg no AREsp 972.372/ES, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, 
SEXTA TURMA, julgado em 07/02/2017, DJe 16/02/2017).
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Parte eSPeCIal
Em um primeiro momento, é salutar mencionar que os arts. 18 e 19 da Lei das Contra-
venções Penais encontram-se derrogados pelos arts. 17, 18 e 19 da Lei n. 10.826/2003, que 
dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição e, ainda, sobre o 
Sistema Nacional de Armas (Sinarm).
Ponto ControvertIdo Sobre a PoSSIbIlIdade de aPlICação do art. 18 da 
leI de ContravençõeS PenaIS Para armaS branCaS
Uma informação que é importante ser levada em conta é com relação à aplicação da Lei 
de contravenções às armas brancas. A doutrina diverge muito quando se depara com tal tema. 
Uma corrente afirma que os arts. 18 e 19 da Lei das Contravenções estariam parcialmente 
derrogados, uma vez que a Lei n. 10.826/2003 traz em seu bojo condutas criminosas relacio-
nadas às armas de fogo, acessórios e munições. Damásio de Jesus afirma:
O art. 18 foi derrogado pela Lei n. 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, que define os crimes de porte 
ilegal de armas de fogo. A Lei n. 9.437, de 1997, em parte, foi revogada pela Lei n. 10.826, de 2003 
(Estatuto do Desarmamento), que disciplina os ilícitos relacionados com a arma de fogo e munição. 
Assim, tratando-se de armas brancas, continua aplicando-se o art. 18 da LCP; cuidando-se, entretan-
to, de armas de fogo, incide o Estatuto do desarmamento.
Como afirmado acima, em relação às armas de fogo, o art. 19 da Lei de Contravenção 
Penal foi tacitamente revogado pelo art. 10 da Lei n. 9.437/1997, que, por sua vez, também 
foi revogado pela Lei n. 10.826/2003. O porte ilegal de arma de fogo caracteriza, atualmente, 
infração aos arts. 14 ou 16 do Estatuto do Desarmamento, conforme seja a arma permitida ou 
proibida. Entrementes, permaneceu vigente o referido dispositivo do Decreto-Lei n. 3.688/1941 
quanto ao porte de outros artefatos letais, como as armas brancas.
A jurisprudência, em especial do Superior Tribunal de Justiça, é  firme no sentido da 
possibilidade de tipificação da conduta de porte de arma branca como contravenção prevista 
no art. 19 do Decreto-Lei n. 3.688/1941, não havendo que se falar em violação ao princípio da 
intervenção mínima ou da legalidade, tal como pretendido.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Veja:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONTRAVENÇÃO PENAL PREVISTA NO 
ART. 19 DO DECRETO-LEI N. 3.688/1941. ALEGAÇÃO DE ATIPICIDADE DA CONDUTA. 
NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. Em relação às armas de fogo, o art. 19 
da Lei de Contravenção Penal foi tacitamente revogado pelo art. 10 da Lei n. 9.437/97, 
que por sua vez também foi revogado pela Lei n. 10.826/2003. O porte ilegal de arma 
de fogo caracteriza, atualmente, infração aos arts. 14 ou 16 do Estatuto do Desarma-
mento, conforme seja a arma permitida ou proibida. Entrementes, permaneceu vigente 
o referido dispositivo do Decreto-Lei n. 3.688/1941 quanto ao porte de outros artefatos 
letais, como as armas brancas. 2. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido da 
possibilidade de tipificação da conduta de porte de arma branca como contravenção 
prevista no art. 19 do Decreto-Lei n. 3.688/1941, não havendo que se falar em viola-
ção ao princípio da intervenção mínima ou da legalidade, tal como pretendido. 3. Não 
obstante o Supremo Tribunal Federal tenha reconhecido a repercussão geral da matéria 
nos autos do Agravo em Recurso Extraordinário n. 901.623, estando, pois, pendente de 
apreciação o mérito da controvérsia. Isso não obsta, contudo a validade da interpretação 
desta Corte sobre o tema, não havendo nenhuma flagrante ilegalidade a ser reconhecida 
pela presente via, mormente porque não se determinou a suspensão dos processos pen-
dentes. 4. Recurso desprovido. (RHC 56.128/MG, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA 
TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe 26/03/2020).
Deve ser destacado que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da 
matéria nos autos do Agravo em Recurso Extraordinário n. 901.623, estando, pois, pendente de 
apreciação o mérito da controvérsia.
ContravençõeS em eSPéCIe
daS ContravençõeS referenteS à PeSSoa
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto: (Redação dada pela 
Lei n. 6.734, de 1979)
Pena – multa de um mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação dada pela Lei n. 6.734, de 1979)
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Verbo-núcleo
Anunciar significa dar informação ao público.
Objetividade Jurídica
A objetividade jurídica é tutelar a vida em sua forma intrauterina.
Sujeito Ativo e Passivo
Qualquer um pode ser sujeito ativo. Porém, o sujeito passivo é a coletividade, portanto, 
é crime vago.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
A contravenção se consuma com a simples realização de uma das condutas descritas 
no tipo.
Com relação à possibilidade de se caracterizar a tentativa, como já foi afirmado (art. 4º da 
LCP), esta é impunível.
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se 
o fato não constitui crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
A mais corriqueira das contravenções é a “vias de fato”.
É a violência contra a pessoa, sem que ocorram lesões corporais na vítima.
Alguns exemplos: alguém rasgar a roupa de outrem, desferir um tapa na cara sem a inten-
ção de humilhar, sacudi-la, dar empurrões, puxões de cabelos, bofetadas, socos e pontapés em 
que não há lesão.
Ressalta-se, ainda, que existe uma linha muito tênue entre as vias de fato e a lesão corporal. 
A diferença encontra-se na intenção do agente. Se o agente tem animus de lesionar, responderá 
pelo crime de lesão corporal ou tentativa, se for o caso. Caso contrário, onde não houver tal 
objetivo, responderá por contravenção penal.
Ainda, é  importante traçar uma diferença com relação à injúria real e a contravenção. 
Aquela tem como objetivo ofender a dignidade ou o decoro da pessoa. Por exemplo: Tício 
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segura Mévio para esbofetá-lo e, ainda, o xinga, com o objetivo de humilhá-lo. Neste caso, não 
haverá a contravenção de vias de fato, mas sim injúria real.
Verbo-núcleo
Praticar significa realizar.
Objetividade Jurídica
A objetividade jurídica é tutelar a integridade física do indivíduo.
Sujeito Ativo e Passivo
Quanto aos sujeitos da infração, tanto o ativo quanto o passivo pode ser qualquer um.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa. Ao contrário deste entendi-
mento, entende-se que há possibilidade na modalidade culposa (doutrinadores Valdir Szinck 
(1991) e Paulo L. Nogueira (1993)).
Consumação e Tentativa
A contravenção se consuma com a simples realização de uma das condutas descritas 
no tipo.
Com relação à possibilidade de se caracterizar a tentativa, como já afirmado (art. 4º da 
LCP), esta é impunível.
Jurisprudência
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRAVENÇÃO PENAL. 
VIAS DE FATO. MATERIALIDADE. AUSÊNCIA DE VESTÍGIOS. EXAME DE CORPO DE DELITO. 
DESNECESSIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. In casu, a vítima compareceu para regis-
tro da ocorrência da agressão física somente duas semanas após o evento. A conclusão 
dos julgadores a respeito da materialidade da contravenção de vias de fato decorreu, 
portanto, da análise de elementos probatórios colhidos nos autos: interrogatórios, fotos 
e mensagens enviadas pelo réu. 2. De acordo com precedentes desta Corte, a contraven-
ção penal de vias de fato nem sempre deixa vestígios, motivo pelo qual se permite a dis-
pensa da realização do exame de corpo de delito. A materialidade, em tais casos, pode 
ser constatada pela ponderação do julgador a respeito de outros elementos probatórios, 
como previsto no art. 167 do Código de Processo Penal. 3. Agravo regimental despro-
vido. (AgRg no AREsp 1422430/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA 
TURMA, julgado em 13/08/2019, DJe 26/08/2019)
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
PENAL. ART. 21 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS. LEGÍTIMA DEFESA AFASTADA. 
RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. 
As provas produzidas, harmônicas e coe rentes, demonstraram que após discussão verbal 
o réu desferiu socos e chutes nas três vítimas mulheres. Reação imoderada. Legítima 
defesa afastada. 2. Materialidade e autoria da contravenção penal do art. 21 da Lei de Con-
travenções Penais devidamente comprovada. Sobre a matéria o pertinente precedente do 
e. TJDFT, de relatoria do Exmo. Des. Edson Alfredo Smaniotto: “(...) 2. Para restar caracteri-
zada a legítima defesa própria, necessário que o agente utilize moderadamente dos meios 
necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem (...)” 
(20070110385359APR; 1ª Turma Criminal; DJ 4/9/2009, p. 207). 3. Recurso conhecido e 
desprovido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos, com súmula de julgamento 
servindo de acórdão na forma do art. 82, § 5º, da Lei n. 9.099/1995. (20070910228609APJ, 
Relator SANDRA REVES VASQUES TONUSSI, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS 
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DF, julgado em 22/9/2009, DJ 1/10/2009, p. 105).
Ação Penal
Veja os apontamentos da parte geral, na qual foi tratada a controvérsia da natureza da 
ação penal na contravenção das vias de fato.
Art.  22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e  nele internar, sem as formalidades legais, 
pessoa apresentada como doente mental:
Pena – multa.
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazo legal, 
internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, aquele que, sem 
observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa 
nele, internada.
Verbos-núcleo
Os verbos-núcleo do tipo são receber (aceitar, acolher), em estabelecimento psiquiátrico 
(clínica ou hospital especializado em cuidar de doentes mentais), e nele internar (abrigar em 
hospital) pessoa apresentada como doente mental.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Objetividade Jurídica
É a liberdade pessoal do indivíduo internado.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa, embora a maior parte das vezes seja o administrador do 
estabelecimento ou o médico do hospital, enfim, pessoa que detenha atribuição para internar. 
Já o sujeito passivo é a pessoa internada.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Na hipótese do caput, ocorre a consumação com a internação em estabelecimento psi-
quiátrico sem as formalidadeslegais de pessoa apresentada como doente mental. No § 1º, 
ao término do prazo concedido para a comunicação e, no § 2º, com a saída do doente mental 
do estabelecimento psiquiátrico. A tentativa é impunível.
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem au-
torização de quem de direito:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é receber (aceitar, acolher) e ter sob sua custódia (ter em vigilância).
Objetividade Jurídica
Protege-se a liberdade pessoal.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é o doente mental.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre no instante em que se inicia a custódia do doente mental. A tentativa é impunível.
Subsidiariedade
O tipo previsto no art. 23 é subsidiário em relação ao do art. 22.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
daS ContravençõeS referenteS ao PatrImônIo
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime 
de furto:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa.
Verbos-núcleo
Os verbos-núcleo do tipo são fabricar (construir, criar), ceder (transferir a outrem), ou ven-
der (alienar por determinado preço). Os objetos materiais são a gazua ou outro instrumento 
empregado usualmente para prática de furto (pé de cabra, lima, alicate, serra, etc.).
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não existe a forma culposa.
Objetividade Jurídica
Protege-se o patrimônio.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o inicio da fabricação. A tentativa é impunível.
Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto 
sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas 
ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não 
prove destinação legítima:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano e multa.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo “ter em seu poder” (possuir livremente) é a conduta. O objeto é a gazua 
(chave falsa) e o instrumento destinado usualmente à prática de furto, por ser impreciso, me-
rece exemplos doutrinários: alicate, pé de cabra, serra, etc.
Objetividade Jurídica
O patrimônio.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo somente pode ser vadio (pessoa que não trabalha porque não quer, cultivan-
do, assim, a ociosidade), mendigo (pessoa que pede esmola para sobreviver) ou o condenado 
anteriormente por furto (art.155 do Código Penal). Já o sujeito passivo é a coletividade.
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Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não existe a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com a posse do objeto material. A tentativa é impunível.
Jurisprudência
Sobre a constitucionalidade do dispositivo em comento, já decidiram os Magistrados do DF:
PENAL. DELITO DO ART. 25 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS. CRIME DE PERIGO 
PRESUMIDO. CONSTITUCIONALIDADE DO DISPOSITIVO LEGAL. CRIME CONFIGURADO. 
1  – Portar, o  agente, chave “mixa”, instrumento empregado na prática de crime, com 
eficiência testada, conforme laudo pericial, depois de condenado por crime de roubo e 
sem prova de destinação legítima, configura a contravenção prevista no art. 25 da Lei 
de Contravenções Penais. 2 – Os crimes de perigo abstrato não são inconstitucionais 
e justificam-se como opção do Estado no sentido de proteger bens jurídicos relevantes 
antes mesmo da ocorrência de uma ameaça concreta de lesão. 3 – Recurso conhecido 
e improvido. (20070710082975APJ, Relator ARLINDO MARES, Segunda Turma Recursal 
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, julgado em 30/6/2009, DJ 11/9/2009, 
p. 297).
Todavia, de forma diferente entendeu o Supremo Tribunal Federal que, em decisão unâni-
me do plenário, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 583.523, seguiu entendimento 
do relator, ministro Gilmar Mendes, segundo o qual o dispositivo é discriminatório e contraria 
o princípio fundamental da isonomia.
O Tribunal, por unanimidade, superou a questão da prescrição da pretensão punitiva. No 
mérito, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, deu provimento ao 
recurso extraordinário por reconhecer, no acórdão recorrido, a  violação dos princípios 
constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia, previstos nos artigos 
1º, inciso III; e 5º, caput e inciso I, da CF, ante a não recepção do artigo 25 do Decreto-Lei 
n. 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais) pela Constituição Federal de 1988, e, em 
consequência, absolver o recorrente, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Pro-
cesso Penal. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, 
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http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI187697,21048-E+inconstitucional+artigo+da+lei+das+contravencoes+penais+sobre+porte
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o  Ministro Dias Toffoli, participante da “V Conferência Iberoamericana sobre Justicia 
Electoral”, em Santo Domingo, República Dominicana. Plenário, 03.10.2013.
Art. 26. Abrir alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou ofício análogo, a pedido ou por 
incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou 
qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar ou objeto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo “abrir” (destrancar) é a conduta. O objeto é a fechadura (peça apropriada 
para fechar janelas ou portas) ou outro aparelho destinado à defesa de lugar ou objeto (exemplo: 
cadeado).
Objetividade Jurídica
O patrimônio.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é o serralheiro ou pessoa que exerça ofício que dependa de habilidade, 
como, por exemplo, o chaveiro. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
É a culpa, pois consiste na negligência do sujeito de certificar-se das qualidades da pessoa 
que lhe solicita o serviço.
Consumação e Tentativa
Ocorre com a abertura da fechadura. A tentativa é impunível.
O art.  27 da Lei de Contravenções Penais encontra-se revogado pela Lei n.  9.521, de 
27/11/1997.
daS ContravençõeS referenteS à InColumIdade PúblICa
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em 
direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de 
duzentos mil réis a dois contos de réis, quem,em lugar habitado ou em suas adjacências, em via 
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pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo 
de artifício ou solta balão aceso.
A infração prevista no caput do artigo supracitado foi revogada pelo art.  15 da Lei 
n. 10.826/2003, que rege:
Disparo de Arma de Fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em 
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de 
outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Veja ADI n. 3.112-1).
Com relação ao parágrafo único, pode-se afirmar que houve uma revogação parcial, pois, 
o art. 42 da Lei n. 9.605/1998 normatiza a soltura de balões, in verbis:
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e 
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Já com relação à deflagração, que significa detonar, estourar ou explodir, o entendimento 
dominante é que se deve aplicar o disposto no § 1º do art. 251 do Código Penal, que rege:
Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, 
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Desta forma, a contravenção apenas subsiste no que se relaciona à queima de fogos de 
artifícios, como, por exemplo, rojões, “bombas” ou qualquer outro artefato sem a devida licença 
da autoridade competente.
É importante destacar que, se da queima dos fogos ocorrer incêndio, há o crime do art. 250 
do CP, que acabará por absorver a contravenção penal.
Quando houver venda de fogos de artifícios à criança ou ao adolescente, haverá o crime do 
art. 244 da Lei n. 8.069/1990.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, à criança ou 
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, 
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
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Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe 
causa:
Pena – multa, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública.
Verbos-núcleo
Os verbos-núcleo do tipo são provocar (gerar, produzir) ou dar causa (ser fonte de algo). 
As condutas voltam-se ao desabamento de construção (queda, ruína).
Objetividade Jurídica
Protege-se a incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
Tal contravenção é praticada de maneira culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o desabamento total ou parcial da construção. A tentativa é impunível.
Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo estado ruinoso de construção que lhe pertence 
ou cuja conservação lhe incumbe:
Pena – multa.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é omitir (deixar de fazer). É não tomar a providência (serviço) reclamada 
(necessária), pelo estado ruinoso (que está para desabar) da construção.
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo, podendo tal contravenção ser punida na forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com a simples omissão. A tentativa é impunível.
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Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida 
cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
Verbos-núcleo
Deixar em liberdade (permitir que fique solto), confiar à guarda (entregar a outrem com a 
finalidade de vigilância) de pessoa inexperiente (sem experiência) e não guardar (não tomar 
conta, com a devida cautela (atenção necessária) são as condutas que têm por objeto o animal 
perigoso (é o que pode causar dano a terceiro, seja ou não feroz).
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa, embora, em regra, seja o proprietário do animal. Já o 
sujeito passivo é a sociedade e secundariamente as pessoas vítimas do risco de lesão.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o abandono do animal ou com a simples omissão de cautela. Na alínea a, com 
sua entrega a terceiro. Já na alínea b, com excitação ou irritação e, por fim, na alínea c, com o 
perigo decorrente da condução perigosa. A tentativa é impunível.
Jurisprudência
Sobre a contravenção em estudo, já decidiu o TJ-RS:
CONTRAVENÇÃO PENAL. OMISSÃO DE CAUTELA NA GUARDA DE ANIMAL PERIGOSO. 
ART 31 DA LCP. 1. PRESCRIÇÃO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. INOCORRÊNCIA. O lapso 
prescricional da contravenção penal, considerando tanto a pena em abstrato quanto o 
apenamento fixado pelo juízo a quo, é de três anos, nos termos do art. 109, VI, do Código 
Penal. Prazo prescricional que não transcorreu entre quaisquer dos marcos interrupti-
vos previstos no art. 117, do Diploma Penal. 2. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. SENTENÇA 
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CONDENATÓRIA MANTIDA. Conjunto probatório que bem demonstrou a falta de cau-
tela da acusado na guarda de animal perigoso (cão da raça rottweiler), uma vez que o 
mesmo circulava solto e desacompanhado pela via pública, colocando em risco a integri-
dade física dos moradores da localidade, a ponto de atacar criança e causar-lhe lesões 
corporais. Conduta caracterizadora da contravenção penal prevista no art.  31, do DL 
3.688/1941. Impositiva a manutenção do édito condenatório.3. Carece de amparo legal 
a substituição de pena privativa de liberdade por prestação de serviços à comunidade na 
hipótese de a primeira não ser fixada em montante superior a seis meses, nos termos do 
art. 46, do Código Penal. Pena substitutiva redimensionada para prestação pecuniária no 
montante de um salário mínimo. RECURSO IMPROVIDO. PENA READEQUADA, DE OFÍCIO. 
(Apelação Criminal, n. 71008848681, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Rela-
tor: Luis Gustavo Zanella Piccinin, Julgado em: 21-10-2019)
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em águas 
públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
A respeito da direção sem habilitação, é correto afirmar que, segundo posição dominante 
no STF e na doutrina, o art. 32 da LCP, que define a contravenção de direção sem habilitação, 
foi derrogado pelo art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro. Quando se tratar de veículo auto-
motor, há crime; quando se tratar de embarcação a motor, existe contravenção.4
Dispõe o art. 309 do CTB:
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilita-
ção ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
A Súmula n. 720 da Suprema Corte assim dispõe:
O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano, 
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação 
em vias terrestres.
4 NCE/UFRJ/Delegado da Polícia Civil de 3ª classe do RJ/Questão 8/Assertiva i/2002.
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Dessa forma, houve uma derrogação, ou seja, remanesce apenas a figura do tipo relacionada 
à direção de embarcações a motor em águas públicas.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é dirigir, significa conduzir. Cumpre ressaltar que deve haver a condução 
sem a devida autorização, licença embarcação a motor em águas públicas.
Note que o tipo fala em águas públicas, ou seja, a condução de embarcação em águas 
particulares é considerada fato atípico, uma vez que o Direito Penal não adota a analogia 
in malem partem.
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo imediato é a sociedade. 
Porém, o sujeito passivo mediato é o indivíduo sujeito a sofrer as lesões.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune pela culpa.
Consumação e Tentativa
A contravenção se consuma com a simples realização de uma das condutas descritas 
no tipo.
Com relação à possibilidade de se caracterizar a tentativa, como já afirmado (art. 4º da 
LCP), esta é impunível.
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos 
de réis.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é dirigir, significa conduzir. O sujeito ativo deve conduzir sem estar devida-
mente licenciado.
Assim, incorre em contravenção penal quem dirige aeronave sem estar devidamente 
licenciado, mesmo que tenha como passageiro um piloto que possua experiência no mesmo 
artefato e esteja em dia com sua documentação junto ao Departamento de Aviação Civil.5
5 Delegado de Polícia Substituto de Santa Catarina/Questão 31/Assertiva d/2001.
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Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune pela culpa.
Consumação e Tentativa
A contravenção se consuma com a simples realização de uma das condutas descritas 
no tipo.
Com relação à possibilidade de se caracterizar a tentativa, como já afirmado (art. 4º da 
LCP), esta é impunível.
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a se-
gurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é dirigir (conduzir) veículo (meio de transporte), na via pública (lugares de 
livre acesso da população), ou dirigir embarcações (construções aptas a navegar em águas, 
a motor ou não) em águas públicas (lugares de livre acesso da população).
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
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O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre em momento definido. A tentativa é impunível.
Jurisprudência
DIREÇÃO PERIGOSA NA VIA PÚBLICA. ART. 34 DO DL 3.688/1941 NÃO DERROGADO 
PELO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. TIPICIDADE DA CONDUTA. SENTENÇA 
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ABSOLUTÓRIA REFORMADA. 1 – A conduta do réu de efetuar manobras perigosas com 
um automóvel, em via pública movimentada, vindo a colidir contra uma árvore, caracte-
riza a contravenção em comento, na medida em que colocada em perigo a segurança 
alheia. 2 – O CTB não derrogou o art. 34 da Lei das Contravenções Penais, passando, 
apenas, a reger algumas formas de direção perigosa, consoante se infere de seus arti-
gos 306, 308 e 311. As condutas remanescentes de condução perigosa de veículo auto-
motor, não abrangidas por tais dispositivos, seguem regidas pelo art. 34 da LCP, que não 
foi abrangido pela Súmula 720 do STF. RECURSO PROVIDO. Relator Min. Gilmar Mendes.
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei 
o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é entregar-se (dedicar-se a algo) na prática de aviação (direção de aero-
nave) e acrobacias (manobras bruscas) ou a voos baixos (abaixo da linha permitida), ou fazer 
descer (aterrissar) a aeronave em lugar diverso do autorizado.
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com a prática da manobra proibida. A tentativa é impunível.
Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade 
e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a evitar 
perigoa transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
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Verbos-núcleo
O núcleo do tipo é deixar de colocar (abster-se) os objetos, ou os sinais (algo que serve 
para advertência), ou obstáculo (barreira) que serve para impedimento destinado a evitar (im-
pedir) perigo (risco de dano) aos transeuntes (pessoas que caminham por vias públicas).
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é a pessoa que tem obrigação legal de inserir o sinal ou o obstáculo descrito 
no tipo. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre no instante em que se exige do sujeito o cumprimento do dever de colocar em via 
pública o sinal ou obstáculo, vindo a omitir-se. A tentativa é impunível.
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa 
que possa ofender, sujar ou molestar alguém:
Pena – multa.
Verbos-núcleo
Arremessar (atirar com força, lançar), ou derramar (deixar correr um líquido para fora) coisa 
(qualquer objeto), que possa ofender (lesar), sujar (manchar) ou molestar (incomodar) alguém 
(pessoa humana) em via pública (local de livre acesso da população, em lugar de uso comum) 
(local de acesso comum) ou de uso alheio (uso particular).
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o arremesso, derramamento, etc. A tentativa é impunível.
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Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar 
alguém:
Pena – multa.
O artigo supracitado foi revogado pelo art. 54 da Lei dos Crimes Ambientais.
daS ContravençõeS referenteS à Paz PúblICa
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob com-
promisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em parte, 
para reunião de associação que saiba ser de caráter secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto 
da associação.
Verbos-núcleo
Participar (tomar parte) de associação (liga de pessoa que possui um propósito em comum) 
secreta (oculta, escondida) é a conduta principal. Todavia, há alguns requisitos: número de 
pessoas (mínimo seis); encontros periódicos (frequentes); ocultando sua existência da autori-
dade; bem como o objetivo da organização.
Objetividade Jurídica
A segurança pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é o Estado.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Infração habitual, sendo assim, consuma-se com a realização do início da última reunião 
que demonstre a periodicidade. A tentativa é impunível.
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou 
ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave;
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Sérgio Bautzer
Decreto-Lei n. 3.688/1941 - Contravenções Penais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Verbos-núcleo
Provocar (dar causa) tumulto (desordem) ou portar-se (agir), de modo inconveniente (ino-
portuno), ou desrespeitoso (em reverência) são as condutas. Enumerar o tipo em comento, 
os locais onde tais manifestações são inadmissíveis: solenidade (festividade), ou ato oficial 
(cerimônia organizada pelo Estado), assembleia (reunião de pessoas para determinado fim), 
espetáculo público (exibição teatral ou cinematográfica em local aberto ao público).
Objetividade Jurídica
A incolumidade pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o tumulto ou conduta inconveniente. Da mesma forma, a tentativa é impunível.
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz 
de produzir pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Verbos-núcleo
Provocar significa dar causa, alarmar (tumultuar). Exige-se que o agente anuncie (noticie) 
desastre (acidente), ou perigo (probabilidade de dano) inexistente (não autêntico).
Objetividade Jurídica
A ordem pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o alarme ou com a realização de ato que provoca pânico ou tumulto. A tentativa 
é impunível.
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Sérgio Bautzer
Decreto-Lei n. 3.688/1941 - Contravenções Penais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
É bem comum a prática de tal contravenção “contra” escolas e faculdades em dias de prova 
e repartições públicas, principalmente as policiais, paralisando de sobremaneira as atividades 
concernentes.
Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Verbos-núcleo
Perturbar (atrapalhar) o trabalho (atividade profissional), ou o sossego (tranquilidade) de 
pessoas.
Objetividade Jurídica
A paz pública.
Sujeito Ativo e Passivo
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Ocorre com o ato de perturbar o trabalho ou o sossego alheio. A tentativa é impunível.
Jurisprudência
Sobre a contravenção em estudo, já decidiu o Egrégio TJDFT:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. CONTRAVENÇÃO DE PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO 
PÚBLICO. HOMOLOGAÇÃO

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