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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL - 
PARTE ESPECIAL
Dos Crimes contra a Administração Pública 
– Parte II 
Livro Eletrônico
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte II
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
Sumário
Dos Crimes contra a Administração Pública – Parte II ........................................................... 3
1. Dos Crimes Praticados por Particular contra a Administração em Geral ....................... 3
1.1. Usurpação de Função Pública ................................................................................................ 3
1.2. Resistência ................................................................................................................................ 5
1.3. Desobediência ........................................................................................................................... 7
1.4. Desacato .................................................................................................................................... 9
1.5. Tráfico de Influência ............................................................................................................... 11
1.6. Corrupção Ativa .......................................................................................................................13
1.7. Descaminho ..............................................................................................................................15
1.8. Contrabando ............................................................................................................................19
1.9. Inutilização de Edital ou de Sinal ........................................................................................ 22
1.10. Subtração ou Inutilização de Livro ou Documento .......................................................24
1.11. Sonegação de Contribuição Previdenciária ..................................................................... 25
2. Dos Crimes em Licitações e Contratos Administrativos .................................................. 27
2.1. Contratação Direta Ilegal ..................................................................................................... 27
2.2. Frustração do Caráter Competitivo de Licitação ............................................................ 30
2.3. Patrocínio de Contratação Indevida .................................................................................. 32
2.4. Modificação ou Pagamento Irregular em Contrato Administrativo ...........................34
2.5. Perturbação de Processo Licitatório ................................................................................. 36
2.6. Violação de Sigilo em Licitação ..........................................................................................38
2.7. Afastamento de Licitante .....................................................................................................40
2.8. Fraude em Licitação ou Contrato .......................................................................................42
2.9. Contratação Inidônea ...........................................................................................................44
2.10. Impedimento Indevido ........................................................................................................48
2.11. Omissão Grave de Dado ou de Informação por Projetista ........................................... 50
2.12. Multa ....................................................................................................................................... 52
3. Dos Crimes contra a Administração da Justiça .................................................................. 52
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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3.1. Reingresso de Estrangeiro Expulso ................................................................................... 52
3.2. Denunciação Caluniosa ........................................................................................................ 54
3.3. Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção ........................................................ 56
3.4. Autoacusação Falsa .............................................................................................................. 57
3.5. Falso Testemunho ou Falsa Perícia ................................................................................... 59
3.6. Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito .......................................................................61
3.7. Coação no Curso do Processo ............................................................................................. 62
3.8. Exercício Arbitrário das Próprias Razões ........................................................................64
3.9. Subtração ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro ......................................... 66
3.10. Fraude Processual ...............................................................................................................68
3.11. Favorecimento Pessoal ....................................................................................................... 69
3.12. Favorecimento Real ..............................................................................................................71
3.13. Favorecimento Real Impróprio .......................................................................................... 73
3.14. Fuga de Pessoa Presa ou Submetida a Medida de Segurança ................................... 74
3.15. Evasão mediante Violência contra a Pessoa ................................................................. 76
3.16. Arrebatamento de Preso .................................................................................................... 78
3.17. Motim de Presos ...................................................................................................................80
3.18. Patrocínio Infiel .................................................................................................................... 81
3.19. Sonegação de Papel ou Objeto de Valor Probatório .....................................................83
3.20. Exploração de Prestígio ..................................................................................................... 85
3.21. Violência ou Fraude em Arrematação Judicial ...............................................................86
3.22. Desobediência a Decisão Judicial sobre Perda ou Suspensão de Direito ...............88
4. Dos Crimes contra as Finanças Públicas .............................................................................89
4.1. Contratação de Operação de Crédito .................................................................................89
4.2. Inscrição de Despesas Não Empenhadas em Restos a Pagar ......................................91
4.3. Assunção de Obrigação no Último Ano do Mandato ou Legislatura .......................... 93
4.4. Ordenação de Despesa Não Autorizada ........................................................................... 95
4.5. Prestação de Garantia Graciosa ......................................................................................... 97
4.6. Não Cancelamento de Restos a Pagar .............................................................................. 99
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4.7. Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último Ano do Mandato ou 
Legislatura..................................................................................................................................... 101
4.8. Oferta Pública ou Colocação de Títulos no Mercado .................................................. 103
Exercícios ...................................................................................................................................... 106
Gabarito ......................................................................................................................................... 128
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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE II
1. Dos Crimes PratiCaDos Por PartiCular Contra a aDministração em Geral
1.1. usurPação De Função PúbliCa
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA
(ARTIGO 328 DO CP)
Simples (caput)
Usurpação de função pública
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Qualificada (parágrafo único)
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico tutelado é a Administração Pública, em especial, quanto à moralidade e 
probidade administrativa.
• SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum), até mesmo o funcionário público 
investido em outra função.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado. Não se aplica a equiparação do artigo 327, § 1º, do CP. Tam-
bém é sujeito passivo, de forma secundária, o particular prejudicado pela conduta criminosa.
• CONDUTA
Usurpar significa apossar-se, assumir indevidamente. O crime é dividido em duas ações, 
ambas necessárias para a configuração típica. O sujeito não apenas se apossa, como efetiva-
mente exerce, sem direito, determinada função pública. Exemplo: passando-se por auditor-fis-
cal, o sujeito exige de determinada empresa a apresentação de livro fiscal.
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Pratica o crime de usurpação de função pública aquele que, passando-se por policial, efetua 
prisão em flagrante? A princípio, não, afinal, nos termos do artigo 301 do CPP, qualquer do povo 
pode prender em flagrante. Ou seja, o ato independe da investidura em função pública.
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, é imprescindível que o sujeito ativo tenha consciência da ilegitimidade do 
exercício da função usurpada, sob pena de atipicidade. Não é necessário qualquer fim especial 
(dolo específico). É atípica a modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime formal, consuma-se com a efetiva prática de, no mínimo, um ato de ofício típico da 
função pública usurpada. A tentativa é possível.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MENOR POTENCIAL OFENSIVO
No caput, crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal 
(Lei n. 9.099/1995, art. 61), compatível com a transação penal e com a suspensão condicional 
do processo (idem, arts. 76 e 89).
• QUALIFICADORA
No parágrafo único, o crime é material, que se consuma quando o sujeito, de fato, aufere 
vantagem da conduta praticada. É crime de elevado potencial ofensivo.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A usurpação de função pública é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum (pode 
ser cometido por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cor-
tado (na modalidade simples, consuma-se com a prática da conduta criminosa, independen-
temente do efetivo prejuízo à Administração Pública) ou material (na forma qualificada); de 
dano (causa lesão à Administração Pública); de forma livre (admite qualquer meio de execu-
ção); comissivo; instantâneo (consuma-se em um momento determinado, sem continuidade 
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no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (pode ser praticado por um só 
agente, mas admite o concurso); e, quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada 
em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
1.2. resistênCia
RESISTÊNCIA
(ARTIGO 329 DO CP)
Simples (caput)
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente 
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
Qualificadora (§ 1º)
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
Concurso material obrigatório (§ 2º)
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico tutelado é a Administração Pública, em especial quanto à moralidade e pro-
bidade administrativa.
• SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum).
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é a Administração Pública.
• CONDUTA
A conduta consiste em opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. Portanto, o 
crime é composto dos seguintes elementos: a) oposição ativa, mediante violência ou ameaça 
(não é falado em grave ameaça); b) a qualidade ou condição de funcionário competente do 
sujeito passivo ou seu assistente; c) legalidade do ato a ser executado; d) elemento subjetivo 
informador da conduta.
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• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, demanda um especial fim de agir (dolo específico, expressão em desuso), 
consistente em impedir a realização do ato de ofício. Não é típica a modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
No caput, crime formal, cuja consumação se dá com a efetiva prática de violência ou ame-
aça a funcionário ou a quem o auxilia, independentemente de seu exaurimento. No § 1º, forma 
qualificada, crime material, que se consuma quando, em razão da resistência, o ato de ofício 
não é executado. A tentativa é possível quando praticado o delito mediante violência. Entre-
tanto, se cometido por meio de ameaça, a tentativa somente será possívelse a conduta se der 
por escrito.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MENOR POTENCIAL OFENSIVO
No caput, crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal 
(Lei n. 9.099/1995, art. 61), compatível com a transação penal e com a suspensão condicional 
do processo (idem, arts. 76 e 89).
• MÉDIO POTENCIAL OFENSIVO
No § 1º, embora não seja crime de menor potencial ofensivo – a pena máxima excede 
dois anos –, a pena mínima é compatível com a suspensão condicional do processo (Lei n. 
9.099/1995, art. 89).
• QUALIFICADORA
A resistência (caput) é crime formal, que se consuma ainda que não produzido o resultado 
naturalístico. No entanto, caso a resistência impeça, de fato, a execução do ato de ofício pelo 
funcionário público, deve o agente ser punido pela forma qualificada do delito, nos termos do 
§ 1º do artigo 329.
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• CONCURSO MATERIAL OBRIGATÓRIO
A resistência pode ser cometida mediante o emprego de violência ou ameaça (o dispositi-
vo não fala em grave ameaça). Contudo, quando o crime é praticado com emprego de violên-
cia, o agente deve responder pela resistência e também pelo crime resultante da violência (ex.: 
lesão corporal leve).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A resistência é crime pluriofensivo (ofende mais de um único bem jurídico); comum (pode ser 
cometido por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado 
(na modalidade simples) ou material (na forma qualificada); de dano (causa lesão à Adminis-
tração Pública); de forma livre (admite qualquer meio de execução); usualmente, comissivo; 
instantâneo (consuma-se em um momento determinado, sem continuidade no tempo); unis-
subjetivo, unilateral ou de concurso eventual (normalmente praticado por um só agente, mas 
admite o concurso); e unissubsistente ou plurissubsistente (a conduta é fracionada em diver-
sos atos que, somados, provocam a consumação).
1.3. DesobeDiênCia
DESOBEDIÊNCIA
(ARTIGO 330 DO CP)
Desobediência
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico penalmente tutelado é a Administração Pública.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Basta que desobedeça a ordem 
legal de funcionário público da qual seja destinatária.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado.
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• CONDUTA
O crime consiste em desobedecer, não aderir. O agente, de forma passiva, sem violência 
ou ameaça – em oposição à resistência –, não atende a ordem legal de funcionário público. 
A conduta pode se dar tanto por ação quanto por omissão. A legalidade da ordem é condição 
para a configuração da desobediência. Não pratica o delito quem se opõe a ordem ilegal.
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, não demanda qualquer finalidade especial. O tipo penal não se aperfeiçoa 
na sua forma culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime formal, consuma-se com a prática do ato proibido pela ordem, quando esta consiste 
em uma abstenção, ou com a omissão, quando a ordem é para que seja feito algo. A tentativa 
somente é possível quando a ordem consiste em não fazer algo. Entenda: (a) o funcionário 
público ordena ao particular para que faça algo. O crime se consuma no instante em que o par-
ticular, sujeito da ordem, se omite. Como não há meio-termo (crime unissubsistente), ao deixar 
de fazer algo, o delito se consuma; (b) o funcionário público ordena ao particular para que não 
faça algo. Duas são as possibilidades: (b.1) o particular tenta fazer o que não pode, e o crime 
fica na esfera da tentativa; (b.2) o particular faz o que não pode, consumando o crime.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal (Lei n. 
9.099/1995, art. 61), compatível com a transação penal e com a suspensão condicional do 
processo (idem, arts. 76 e 89).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A desobediência é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum (pode ser cometi-
do por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (con-
suma-se com a prática da conduta criminosa, independentemente da produção do resultado 
naturalístico); de dano (causa lesão à Administração Pública); de forma livre (admite qualquer 
meio de execução); comissivo ou omissivo; usualmente, instantâneo, mas excepcionalmente 
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permanente; unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (normalmente praticado por um 
só agente, mas admite o concurso); e unissubsistente ou plurissubsistente (a conduta é fra-
cionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
1.4. DesaCato
DESACATO
(ARTIGO 331 DO CP)
Desacato
Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à dignidade e ao prestígio da fun-
ção exercida em nome do Poder Público.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, o desacato pode ser praticado por qualquer pessoa – inclusive, entre fun-
cionários públicos, independentemente de seu cargo ou posição hierárquica em relação ao 
ofendido. Importante destacar que a imunidade profissional do advogado não alcança o crime 
de desacato (ADI 1.127/DF).
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo do delito é o Estado e, de forma secundária, o funcionário público ofendi-
do. Não se aplica a equiparação do artigo 327, § 1º, do CP.
• CONDUTA
O desacato consiste em humilhar o funcionário público, no exercício de sua função ou em 
razão dela. A ofensa deve se dar na presença do agente público, pois somente assim estará 
evidenciada a finalidade de inferiorizar a função pública. É prescindível aferir se, de fato, ele se 
sentiu ofendido pela conduta.
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• ELEMENTO SUBJETIVO
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de ofender, 
tendo como objetivo o menosprezo da função pública exercida pelo funcionário público. O tipo 
penal não compreende modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime formal, consuma-secom a prática do ultraje. É irrelevante saber se o funcionário se 
sentiu ou não ofendido. A tentativa é possível quando a conduta não se der verbalmente – não 
há meio-termo entre falar ou não falar algo (crime unissubsistente).
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal (Lei n. 
9.099/1995, art. 61), compatível com a transação penal e com a suspensão condicional do 
processo (idem, arts. 76 e 89).
• INFORMATIVOS
Não há incompatibilidade do crime de desacato (art. 331 do CP) com as normativas inter-
nacionais previstas na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH). (STJ, HC 
379.269/MS)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O desacato é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum (pode ser cometido por 
qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-se 
com a prática da conduta criminosa, independentemente da produção do resultado naturalís-
tico); de dano (causa lesão à Administração Pública); de forma livre (admite qualquer meio de 
execução); comissivo; instantâneo (consuma-se em um momento determinado, sem continui-
dade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (normalmente praticado por 
um só agente, mas admite o concurso); e unissubsistente ou plurissubsistente (a conduta é 
fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação) (dependendo da con-
cepção doutrinária adotada).
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1.5. tráFiCo De inFluênCia
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
(ARTIGO 332 DO CP)
Tráfico de Influência
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vanta-
gem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Aumento de pena (parágrafo único)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é 
também destinada ao funcionário.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico tutelado é a Administração Pública, pois o tráfico de influência promove o 
descrédito dos setores públicos.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
O STJ entende atípica a conduta do comprador de fumaça, aquele que paga a quem se diz de-
tentor de influência em relação ao funcionário público (RHC 122.913). Para a Corte, aquele que 
paga é, em verdade, vítima do delito.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado e, de forma mediata, terceiro prejudicado pela conduta 
criminosa.
• CONDUTA
Pratica o crime aquele que solicita, pede, exige, determina, cobra, reclama o pagamento, ou 
obtém, recebe, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de in-
fluir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. No entanto, quem pratica 
a conduta não exerce, de fato, influência em relação ao ato funcional – por isso, a doutrina se 
refere ao sujeito ativo como vendedor de fumaça. Caso o sujeito realmente possa influenciar o 
funcionário público, poderá ficar caracterizado o crime de corrupção ativa, desde que pratica-
da, no mínimo, uma das condutas do artigo 333 do CP.
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• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, acrescido de um especial fim de agir (para sim ou para outrem). O tipo penal 
não abarca modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Nos núcleos solicitar, exigir e cobrar, o tráfico de influência é crime formal, que se consuma 
com a prática do verbo, pouco importando o efetivo recebimento da vantagem. A tentativa é 
possível quando o crime não for praticado verbalmente, mas por meio escrito. No núcleo obter, 
é crime material, que se consuma no instante em que, de fato, o agente recebe a vantagem. É 
compatível com a tentativa.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• AUMENTO DE PENA
A pena é aumentada de metade se o agente alega ou insinua que a vantagem é também 
destinada ao funcionário público. A punição mais rigorosa se dá pelo fato de que o sujeito ativo 
atribui ao funcionário público a pecha de corrupto (CP, art. 317), provocando ainda mais dano 
à Administração Pública.
• INFORMATIVOS
Aquele que compra o prestígio de alguém que alegava ter influência junto a um órgão 
público e que poderia impedir a realização de um ato de ofício da Administração Pública, 
a despeito de praticar uma ato antiético e imoral não praticou nenhum ato ilícito, pois, no 
caso, o ato administrativo foi realizado e o “comprador de fumaça” recebeu uma autua-
ção fiscal (STJ, RHC 122.913).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O tráfico de influência é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum (pode ser 
cometido por qualquer pessoa); formal (nos núcleos “solicitar”, “exigir” e “cobrar”) ou mate-
rial (no núcleo “obter”); de dano (causa lesão à Administração Pública); de forma livre (admite 
qualquer meio de execução); usualmente, comissivo; instantâneo (consuma-se em momento 
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte II
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual 
(praticado por um só agente, mas admite o concurso); e, quase sempre, plurissubsistente (a 
conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
1.6. CorruPção ativa
CORRUPÇÃO ATIVA
(ARTIGO 333 DO CP)
Corrupção ativa
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a prati-
car, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Aumento de pena (parágrafo único)
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o fun-
cionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico tutelado é a Administração Pública.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. O funcionário público que eventu-
almente aceitar a vantagem ou promessa de vantagem responderá pelo crime de corrupção 
passiva (CP, art. 317). Trata-se de exceção à teoria monista, pois os envolvidos na prática deli-
tuosa serão punidos por delitos diversos.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado e, de forma secundária, terceiros prejudicados pela conduta 
criminosa.
• CONDUTA
Pratica o crime quem oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público em tro-
ca de contraprestação consistente em omitir ou retardar ato de ofício. A diferença entre um ver-
bo e outro reside no momento de entrega da vantagem indevida: a oferta é anterior ao ato do 
funcionário público. Ou seja, o pagamento é antecipado. Na promessa, o pagamento é futuro, 
realizado quando o funcionáriopúblico cumprir sua parte no acordo.
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• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, reclama especial fim de agir, consistente em determinar o funcionário públi-
co a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. O crime de corrupção ativa não admite modalida-
de culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime formal, consuma-se com a oferta ou a promessa, independentemente da produção 
do resultado naturalístico, que, se vier a ocorrer, terá por consequência o aumento da pena (pa-
rágrafo único). A tentativa é, em tese, viável, mas pressupõe que o crime seja plurissubsistente 
(ex.: na forma escrita). Quando a conduta se dá verbalmente, a tentativa não é possível.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• AUMENTO DE PENA
A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário 
público efetivamente retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional, 
hipótese em que o corrompido também terá sua pena aumentada (CP, art. 317, § 1º).
O particular oferece ou promete a 
vantagem: consumado o crime de 
corrupção ativa (CP, art. 333, caput).
O funcionário público aceita a oferta 
ou a promessa de vantagem: consu-
mada a corrupção passiva 
(CP, art. 317, caput)
Em razão da oferta ou da promessa, o funcionário público retarda ou deixa de pra-
ticar qualquer ato de ofício ou pratica infringindo dever funcional: a pena é aumen-
tada em relação a ambos. O funcionário público, nos termos do artigo 317, § 1º, e 
o particular, como previsto no artigo 333, parágrafo único.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A corrupção ativa é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum (pode ser cometido 
por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-
-se com a prática da conduta, independentemente da superveniência do resultado); de dano 
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(causa lesão à Administração Pública); de forma livre (admite qualquer meio de execução); 
usualmente, comissivo; instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem continuida-
de no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (normalmente praticado por 
um só agente, mas admite o concurso); e unissubsistente ou plurissubsistente (a conduta é 
fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
1.7. DesCaminho
DESCAMINHO
(ARTIGO 334 DO CP)
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela 
saída ou pelo consumo de mercadoria
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Figuras equiparadas (§ 1º)
§ 1º. Incorre na mesma pena quem:
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio 
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira 
que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto 
de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial 
ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou 
acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
Figura equiparada (§ 2º)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
Aumento de pena (§ 3º)
§ 3º. A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, maríti-
mo ou fluvial.
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Descaminho (art. 334): por meio de 
fraude, o sujeito ativo busca não pa-
gar, total ou parcialmente, o imposto 
devido pela importação ou exporta-
ção de mercadoria
(ex.: telefone celular.)
Contrabando (art. 334 - A): a ques-
tão nada tem a ver com pagamento 
de tributo. A conduta consiste em 
importar ou exportar mercadoria 
proibida (ex: gasolina).
No contrabando, a mercadoria é proibida por oferecer algum perigo, Difere do des-
caminho, em que a coisa pode ser importada ou exportada, desde que pago o res-
pectivo tributo. Portanto, inegavelmente, o contrabando é conduta mais gravosa.
No entando, até o ano de 2014, os dois delitos eram punidos com a mesma pena - 
ambos estavam previstos no artigo 334 do CP. Isso mudou com a entrada em vigor 
da Lei. n 13.008, que os separou.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico tutelado no crime de descaminho é a Administração Pública, em especial 
quanto ao erário público.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, o descaminho pode ser praticado por qualquer pessoa, até mesmo por fun-
cionário público, exceto na hipótese prevista no artigo 318 do CP, quando o agente público, que 
tem por atribuição evitar a prática do delito de descaminho, facilita a sua prática.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado.
• CONDUTA
O verbo nuclear é iludir, no sentido de burlar, empregar fraude. Portanto, o descaminho não 
consiste no simples fato de o sujeito não pagar o tributo devido. Tem de existir o comporta-
mento fraudulento – por exemplo, esconder aparelhos eletrônicos em um fundo falso da mala 
para não ter de pagar imposto de importação.
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• ELEMENTO SUBJETIVO
É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a modalida-
de culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Se o crime se concretizar via controle alfandegário (aduana), a consumação ocorrerá com 
a liberação da mercadoria sem o pagamento do imposto. No entanto, se a entrada ou a saída 
da mercadoria se der por quaisquer outros locais (sem controle aduaneiro), o crime se consu-
mará com a entrada (importação) ou a saída (exportação) de mercadoria do território nacional. 
É possível a tentativa.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MÉDIO POTENCIAL OFENSIVO
Embora não seja crime de menor potencial ofensivo – a pena máxima excede dois anos –, a 
pena mínima é compatível com a suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/1995, art. 89).
• FIGURAS EQUIPARADAS (§ 1º)
− Praticar navegação decabotagem, fora dos casos permitidos em lei.
Obs.: � Navegação de cabotagem: é a realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, 
utilizando a via marítima ou esta e as vias navegáveis interiores. Trata-se de norma 
penal em branco, cujo complemento deve ser extraído do artigo 2º, inc. IX, da Lei n. 
9.432/1997.
− Praticar fato assimilado, em lei especial, a descaminho.
Exemplo: DL n. 399/1968, artigo 3º. Também norma penal em branco, que depende de com-
plemento.
− Vender, expor à venda, manter em depósito ou, de qualquer forma, utilizar em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de pro-
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cedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulen-
tamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou 
de importação fraudulenta por parte de outrem.
Obs.: � Crime próprio, tem de ser praticado por comerciante ou industriário. No § 2º, o legisla-
dor explicou quais atividades são equiparadas a atividades comerciais.
• Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade co-
mercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de do-
cumentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
Obs.: � Modalidade especial do crime de receptação (CP, art. 180), tem por elemento subjetivo, 
na parte final, dolo direto (sabe serem falsos).
• NORMA PENAL EXPLICATIVA
O § 2º conceitua atividade comercial no âmbito do descaminho: equipara-se às atividades 
comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de 
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
• AUMENTO DE PENA
A pena é aplicada em dobro quando o descaminho é praticado em transporte aéreo, maríti-
mo ou fluvial. A pena é mais alta em razão da maior dificuldade em controle, pelo Poder Públi-
co, da prática do delito. A majorante é aplicada apenas nas hipóteses de voos ou embarcações 
de natureza clandestina.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O descaminho é crime simples (ofende um único bem jurídico, qual seja, a Administração Públi-
ca); comum (pode ser cometido por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou 
de resultado cortado (consuma-se com a ilusão em relação ao pagamento dos tributos devi-
dos); de dano (causa prejuízo à Administração Pública); de forma livre (admite qualquer meio 
de execução); usualmente, comissivo; instantâneo (consuma-se em um momento determina-
do, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (praticado 
por um só agente, mas admite o concurso); e, quase sempre, plurissubsistente (a conduta é 
fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
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1.8. ContrabanDo
CONTRABANDO
(ARTIGO 334-A DO CP)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Figuras equiparadas (§ 1º)
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autoriza-
ção de órgão público competente;
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio 
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
Figura equiparada (§ 2º)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
Aumento de pena (§ 3º)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, maríti-
mo ou fluvial.
Descaminho (art. 334): por meio de 
fraude, o sujeito ativo busca não pa-
gar, total ou parcialmente, o impor-
tação ou exportação de mercadoria 
(ex.: telefone celular).
Contrabando (art. 334 - A): a ques-
tão nada tem a ver com pagamento 
de tributo. A conduta consiste em 
importar ou exportar mercadoria 
proibida (ex: gasolina).
No contrabando. a mercadoria é proibida por oferecer algum perigo. Difere do 
descaminho, em que a coisa pode ser importada ou exportada, desde que pago o 
respectivo tributo. Portanto, inegavelmente, o contrabando é conduta mais gra-
vosa. No entando, até o ano de 2014, os dois delitos eram punidos com a mesma 
pena - ambos estavam previstos no artigo 334 do CP. Isso mudou com a entrada em 
vigor da Lei n. 13.008, que os separou.
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• OBJETIVIDADE JURÍDICA
O bem jurídico ofendido pelo contrabando é a Administração Pública, em especial quanto 
ao seu poder de controlar a circulação de produtos pelas fronteiras do país.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, o contrabando pode ser praticado por qualquer pessoa, até mesmo por fun-
cionário público, exceto na hipótese prevista no artigo 318 do CP, quando o agente público, que 
tem por atribuição evitar a prática do delito de contrabando, facilita a sua prática.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado.
• CONDUTA
O contrabando consiste em importar, introduzir, ou exportar, fazer com que saia, do terri-
tório nacional, mercadoria proibida. Mercadoria é qualquer bem móvel apropriável e comer-
cializável. A proibição é estabelecida em normas complementares (norma penal em branco). 
Em alguns casos, o contrabando deve ser afastado em razão do princípio da especialidade, a 
exemplo do que ocorre no tráfico internacional de drogas ou armas de fogo (respectivamente, 
Lei n. 11.343/2006, art. 33, caput, c/c art. 40, I, e Lei n. 10.826/2003, art. 18).
• ELEMENTO SUBJETIVO
É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a modalida-
de culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime formal, consuma-se, na hipótese de importação, com a entrada da mercadoria no 
país e, na exportação, quando a mercadoria ultrapassa os limites fronteiriços. Se a mercadoria 
for submetida a controle aduaneiro, a importação ou a exportação ocorre com a liberação. A 
tentativa é possível.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
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• FIGURAS EQUIPARADAS
− Praticar fato assimilado, em lei especial, a contrabando.
Exemplo: artigo 3º do DL n. 399/1968.
− Importar ou exportar clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise 
ou autorização de órgão público competente.
Obs.: � A mercadoria não é proibida, desde que a importação ou exportação seja submetida a 
registro, análise ou autorização imposta em norma complementar – portanto, norma 
penal em branco.
− Reinserir no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação.
Obs.: � A mercadoria, em si, não é proibida, mas norma complementar a destina à exportação. 
Se reinserida em nosso território, fica caracterizado o crime de contrabando.
− Vender, expor à venda, manter em depósito ou, de qualquer forma, utilizar em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibi-
da pela lei brasileira.
− Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
Obs.: � Crime próprio, tem de ser praticado por quem se encontre no exercício de atividade 
comercial ou industrial (comerciante ou industriário). Norma penal em branco, depen-
de de complemento que especifique quais mercadorias são consideradas ilegais.
• NORMA PENAL EXPLICATIVA
O § 2º descreve a atividade comercial em relação ao crime de contrabando: equipara-se 
às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou 
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
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• CAUSA DE AUMENTO DE PENA
Da mesma forma como acontece no descaminho, a pena aplica-se em dobro se o crime de 
contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. Naturalmente, o dispositivo 
faz referência ao transporte clandestino, quando a fiscalização se torna tarefa árdua às autori-
dades responsáveis por inibir a prática do delito.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O contrabando é crime simples (ofende um único bem jurídico, é dizer, a Administração Públi-
ca); comum (pode ser cometido por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou 
de resultado cortado (consuma-se com a prática da conduta criminosa, independentemente 
da superveniência do resultado naturalístico); de dano (causa prejuízo à Administração Públi-
ca); de forma livre (admite qualquer meio de execução); usualmente, comissivo; instantâneo 
(consuma-se em um momento determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, uni-
lateral ou de concurso eventual (praticado por um só agente, mas admite o concurso); e, quase 
sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam 
a consumação).
1.9. inutilização De eDital ou De sinal
INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL
(ARTIGO 336 DO CP)
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcio-
nário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de 
funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à regularidade do seu funcionamento.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive por funcionário público.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) e, de 
forma mediata, os indivíduos ou as entidades públicas eventualmente prejudicados pela inuti-
lização do edital ou sinal.
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• CONDUTA
O crime consiste em rasgar, dividir coisa em partes, tornando-a imprestável, inutilizar, tam-
bém fazendo com que fique imprestável, total ou parcialmente, ou conspurcar, sujar, manchar, 
edital afixado por ordem de funcionário público, bem como violar, devassar, ou inutilizar selo ou 
sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar 
ou cerrar qualquer objeto.
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, independe de qualquer finalidade especial a ser buscada pelo agente. Pouco 
importa a motivação do crime. É atípica a modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime material, consuma-se com o resultado naturalístico decorrente de cada conduta. A 
tentativa é possível.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Crime de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal (Lei n. 
9.099/1995, art. 61), compatível com a transação penal e com a suspensão condicional do 
processo (idem, arts. 76 e 89).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A subtração ou inutilização de livro ou documento é crime simples (ofende um único bem jurídi-
co); comum (pode ser cometido por qualquer pessoa); material (a lei descreve o resultado natu-
ralístico – modificação no mundo exterior –, que tem de ocorrer para a consumação do delito); 
de dano (causa lesão a interesse da Administração Pública); de forma livre (admite qualquer 
meio de execução); normalmente, comissivo; instantâneo (consuma-se em momento determi-
nado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (normal-
mente praticado por um só agente, mas admite o concurso); e, quase sempre, plurissubsistente 
(a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
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1.10. subtração ou inutilização De livro ou DoCumento
SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
(ARTIGO 337 DO CP)
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à 
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à regularidade do seu funcionamento.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive por funcionário público.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) e, de 
forma mediata, os indivíduos ou as entidades públicas eventualmente prejudicados pela sub-
tração ou inutilização do livro oficial, processo ou documento.
• CONDUTA
A conduta consiste em subtrair, tomar para si, como no furto, ou inutilizar, tornarimprestá-
vel, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcio-
nário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público.
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, independe de qualquer finalidade especial a ser buscada pelo agente. Pouco 
importa a motivação do crime. É atípica a modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime material, consuma-se com o resultado naturalístico decorrente de cada conduta – 
na subtração, com a inversão da posse, e, na inutilização, quando a coisa é tornada imprestável 
ao fim a que se destina. A tentativa é possível.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA
No preceito secundário, é falado, de forma expressa, que o delito do artigo 337 do CP ficará 
configurado quando não caracterizar delito mais grave.
1.11. soneGação De Contribuição PreviDenCiária
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
(ARTIGO 337-A DO CP)
Sonegação de contribuição previdenciária
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as 
seguintes condutas:
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legisla-
ção previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo 
ou a este equiparado que lhe prestem serviços;
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias 
descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e 
demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Extinção da punibilidade / Perdão judicial / Diminuição da pena (§ 1º, § 2º e § 3º)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em 
lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for pri-
mário e de bons antecedentes, desde que:
I – (VETADO);
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido 
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas 
execuções fiscais.
§ 3º. Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 
1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou 
aplicar apenas a de multa.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos 
índices do reajuste dos benefícios da previdência social.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte II
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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O bem jurídico tutelado é o sistema de seguridade social, especialmente na esfera da pre-
vidência social.
• SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo é o comerciante, industrial, titular de firma individual, sócios solidários, ge-
rentes, diretores ou administradores que efetivamente participaram da administração da em-
presa, concorrendo efetivamente para a prática de qualquer das condutas criminalizadas.
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado.
• CONDUTA
A conduta consiste em suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes condutas.
• ELEMENTO SUBJETIVO
O elemento subjetivo geral é o dolo, representado pela vontade consciente de não pagar, 
para quaisquer das modalidades descritas no tipo, as contribuições devidas à Previdência So-
cial. Para configuração do delito, parte da jurisprudência e da doutrina entende, que não é ne-
cessário o elemento subjetivo especial do injusto consistente em algum fim especial de atingir 
o sistema previdenciário, bastando o elemento subjetivo geral focado na redução ou supres-
são da contribuição. Por outro lado, há quem entenda que o especial fim de fraudar a Segurida-
de Social é indispensável para a configuração do crime. Não se admite a modalidade culposa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O momento de consumação do crime do art. 337-A é o momento da supressão ou redução 
efetiva da sonegação da contribuição devida, com constituição por meio do lançamento e ao 
final do prazo para o pagamento, sendo este o resultado material do delito. A tentativa é possí-
vel, embora seja de difícil configuração para exemplificação.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• INFORMATIVOS
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A complexidade do sistema tributário, a alta carga tributária e o suposto ineficiente 
emprego dos tributos arrecadados em nada diminuem a culpabilidade do autor do crime 
de sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-A do CP) para fins de aplicação da 
atenuante inominada do art. 66 do CP, pois não são circunstâncias específicas do caso 
concreto, vez que alcançam a todos que exercem atividade econômica e se submetem ao 
regime tributário nacional. (STJ, AgRg no AREsp 1.648.761/RS)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A sonegação de contribuição previdenciária é crime comum (pode ser praticado por qualquer 
pessoa); material (depende da produção do resultado naturalístico, qual seja, a efetiva supres-
são ou redução da contribuição previdenciária); doloso; de forma vinculada (só pode ser pra-
ticado mediante as condutas determinadas no tipo penal); unissubjetivo, unilateral ou de con-
curso eventual (pode ser cometido por uma só pessoa, mas admite o concurso); omissivo 
próprio ou puro (o tipo penal descreve uma conduta omissiva); unissubsistente (por se dar em 
um único ato, não é admitido o fracionamento da conduta); e instantâneo (consuma-se em um 
momento determinado, sem continuidade no tempo).
2. Dos Crimes em liCitações e Contratos aDministrativos
2.1. Contratação Direta ileGal
CONTRATAÇÃO DIRETA ILEGAL
(ARTIGO 337-E DO CP)
Contratação direta ilegal
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
• LEI N. 14.133/2021 – ANTES E DEPOIS
Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação 
fora das hipóteses previstas em lei, ou 
deixar de observar as formalidades 
pertinentes à dispensa ou à 
inexigibilidade:
Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) 
anos, e multa.
Contratação direta ilegal
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar 
causa à contratação direta fora das 
hipóteses previstas em lei:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) 
anos, e multa.
• OBJETIVIDADEJURÍDICA
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Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à legalidade, ao interesse público, 
à impessoalidade, à moralidade, à publicidade e à transparência na denominada contratação 
direta – hipótese de inexigibilidade ou de dispensa da licitação –, bem como à probidade na 
atuação dos seus agentes.
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO (Lei n. 
14.133/2021, art. 74)
DISPENSA DE LICITAÇÃO (Lei n. 
14.133/2021, art. 75)
Quando a licitação é inviável. Exemplos:
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a 
competição, em especial nos casos de:
I – aquisição de materiais, de equipamentos ou 
de gêneros ou contratação de serviços que só 
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou 
representante comercial exclusivos;
II – contratação de profissional do setor artístico, 
diretamente ou por meio de empresário exclusivo, 
desde que consagrado pela crítica especializada ou 
pela opinião pública; (...)
A licitação é possível, mas o 
legislador decide pela contratação 
direta. Exemplos:
Art. 75. É dispensável a licitação:
I – para contratação que envolva 
valores inferiores a R$ 100.000,00 
(cem mil reais), no caso de obras 
e serviços de engenharia ou de 
serviços de manutenção de veículos 
automotores;
II – para contratação que envolva 
valores inferiores a R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais), no caso de 
outros serviços e compras; (...)
• SUJEITO ATIVO
Crime próprio, deve ser cometido por agente público que tem por atribuição decidir sobre a 
exigência, a dispensa ou a inexigibilidade de licitação. Em razão da parte final do artigo 30 do 
CP, é possível o concurso de pessoas, até mesmo, com particulares.
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
Para a celebração do contrato administrativo, é imprescindível a presença das figuras do 
contratante (nesse caso, a Administração Pública) e do contratado, pessoa natural (física) ou 
jurídica, que conhece ou deveria conhecer a ilegalidade da contratação. Portanto, estamos 
diante de crime plurissubjetivo e de condutas paralelas (os agentes ajudam-se de forma mútua 
para a produção do resultado comum).
• SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o Estado, de forma direta, e, mediatamente, eventuais prejudicados pela 
prática do crime (ex.: pessoa jurídica interessada em participar da licitação dispensada).
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• CONDUTA
O tipo penal possui três núcleos: admitir (aceitar), possibilitar (tornar possível, viabilizar) e 
dar causa (provocar). As condutas são praticadas com o objetivo de promover a contratação 
direta fora das hipóteses previstas em lei (norma penal em branco homogênea heterovitelina). O 
complemento deve ser extraído dos artigos 74 e 75 da Lei n. 14.133/2021, que dispõe a respei-
to das hipóteses de inexigibilidade e dispensa de licitação. Ademais, por se tratar de tipo penal 
misto alternativo, se praticado, em um mesmo contexto fático, mais de um verbo nuclear (ex.: 
admitir e possibilitar), não ficará configurado concurso de crimes, mas crime único.
Para que ocorra a contratação direta, tem de ser observado o procedimento estabelecido pela 
Lei n. 14.133/2021, a partir do artigo 89. Portanto, a prática do delito é possível somente quan-
do o agente observa as formalidades legais, fazendo com que seja classificado como delito de 
forma vinculada.
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, é atípica a modalidade culposa. Embora pareça óbvio o interesse do agente 
em locupletar-se ilicitamente e (ou) provocar danos ao erário, o tipo penal não traz qualquer 
exigência nesse sentido. Por isso, parece certo concluir pela ausência de finalidade específica 
– o denominado dolo específico, expressão atualmente em desuso.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
A consumação depende da efetiva contratação direta (crime material). É prescindível o 
prejuízo econômico ao erário. Crime instantâneo, o momento consumativo é a celebração do 
contrato. A tentativa é possível em razão de se tratar de delito plurissubsistente, cuja execução 
pode ser fracionada em mais de um ato (ex.: o contrato deixa de ser celebrado por ter se des-
coberto esquema de contratação direta ilegal).
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada. Crime de elevado potencial ofensivo, não é compa-
tível com a suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/1995, art. 89).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A contratação direta ilegal é crime simples; próprio (somente pode ser praticado pelo agente 
público autorizado a efetuar a contratação direta); doloso, material ou causal (a consumação 
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depende da celebração do contrato administrativo); de dano; de forma vinculada (o contrato 
administrativo deve respeitar as formalidades legais); usualmente, comissivo, embora seja pos-
sível a prática por omissão (omissão imprópria); instantâneo ou instantâneo de efeitos perma-
nentes; plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário (exige-se a participação de, no 
mínimo, duas pessoas: um contratante e um contratado) e de condutas paralelas; e plurissub-
sistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
2.2. Frustração Do Caráter ComPetitivo De liCitação
FRUSTRAÇÃO DO CARÁTER COMPETITIVO DE LICITAÇÃO
(ARTIGO 337-F DO CP)
Frustração do caráter competitivo de licitação
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da 
adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo licitatório:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
• Lei n. 14.133/2021 – Antes e Depois
Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante 
ajuste, combinação ou qualquer outro 
expediente, o caráter competitivo do 
procedimento licitatório, com o intuito de 
obter, para si ou para outrem, vantagem 
decorrente da adjudicação do objeto da 
licitação:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, e multa.
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com 
o intuito de obter para si ou para 
outrem vantagem decorrente da 
adjudicação do objeto da licitação, 
o caráter competitivo do processo 
licitatório:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 
8 (oito) anos, e multa.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à igualdade entre os licitantes, à 
impessoalidade e à moralidade administrativa.
• SUJEITO ATIVO
Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. Não se trata, portanto, de crime 
necessariamente funcional.
• SUJEITO PASSIVO
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O sujeito passivo é o Estado, bem como eventuais prejudicados.
• CONDUTA
O dispositivo possui dois verbos nucleares: frustrar, prejudicar, ou fraudar, ludibriar, median-
te ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento 
licitatório. O sujeito ativo age motivado pela possibilidade de obter, para si ou para outrem, 
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. A adjudicação consiste no conse-
guimento do objeto da licitação por seu vencedor.
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, reclama um especial fim de agir: o agente busca obter, para si ou para ou-
trem, vantagem decorrente do objeto da adjudicação. A modalidade culposa é atípica.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime formal, consuma-se com a prática de ato direcionado a frustrar ou fraudar a licita-
ção. É prescindível a efetiva obtenção da vantagem desejada – todavia, se alcançada, poderá 
ser considerada no cálculo da pena-base (CP, art. 59). A tentativa é possível.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada. Crime de elevado potencial ofensivo, não é compa-
tível com a suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/1995, art. 89).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A frustração do caráter competitivo da licitação é crime simples (ofende um único bem jurídico); 
comum (pode ser cometido por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de 
resultado cortado (consuma-se com a prática da conduta descrita em lei, independentemente 
da produção do resultado naturalístico); de dano (lesa o bem jurídico tutelado); de forma livre 
(admite qualquer meio de execução); usualmente, comissivo; instantâneo (consuma-se em um 
momento determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso 
eventual (normalmente cometido por uma única pessoa, mas admite o concurso); e plurissub-
sistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação).
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2.3. PatroCínio De Contratação inDeviDa
PATROCÍNIO DE CONTRATAÇÃO INDEVIDA
(ARTIGO 337-G DO CP)
Patrocínio de contratação indevida
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, 
dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser de-
cretada pelo Poder Judiciário:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
• Lei n. 14.133/2021 – antes e depois
Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021
Art. 91. Patrocinar, direta ou 
indiretamente, interesse privado 
perante a Administração, dando 
causa à instauração de licitação 
ou à celebração de contrato, cuja 
invalidação vier a ser decretada pelo 
Poder Judiciário:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 
2 (dois) anos, e multa.
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou 
indiretamente, interesse privado 
perante a Administração Pública, 
dando causa à instauração de 
licitação ou à celebração de contrato 
cuja invalidação vier a ser decretada 
pelo Poder Judiciário:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 
3 (três) anos, e multa.
• OBJETIVIDADE JURÍDICA
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à moralidade, à probidade e à im-
pessoalidade.
• SUJEITO ATIVO
Crime próprio, tem de ser praticado por funcionário público. Em razão da ressalva trazida 
na parte final do artigo 30 do CP, é possível o concurso de pessoas com particulares.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
• SUJEITO PASSIVO
É o Estado, bem como eventuais prejudicados pela conduta criminosa.
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• CONDUTA
Pratica o crime quem patrocina (favorece, ajuda, advoga) interesse privado perante a Ad-
ministração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja 
invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário. Trata-se de modalidade especial do 
crime de advocacia administrativa (CP, art. 321).
• ELEMENTO SUBJETIVO
Crime doloso, reclama um especial fim de agir (dar causa à instauração de licitação ou à 
celebração de contrato administrativo). A modalidade culposa é atípica.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Crime material, consuma-se com a instauração de licitação ou com a celebração de contrato. 
Em razão da condição objetiva de punibilidade trazida no tipo penal, não é possível a tentativa.
Embora a consumação ocorra quando instaurada a licitação ou celebrado o contrato, o tipo 
penal impõe condição objetiva de punibilidade, consistente na invalidação da licitação ou do 
contrato pelo Poder Judiciário. Até que se obtenha essa sentença definitiva de mérito, não se 
fala em tentativa, mas em impossibilidade de punição do agente.
• AÇÃO PENAL
A ação penal é pública incondicionada.
• MÉDIO POTENCIAL OFENSIVO
Embora não seja crime de menor potencial ofensivo – a pena máxima excede dois anos –, a 
pena mínima é compatível com a suspensão condicional do processo (Lei n. 9.099/1995, art. 89).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O patrocínio de contratação indevida é crime simples (ofende um único bem jurídico); pró-
prio (somente pode ser cometido pelo funcionário público); material ou causal (a consumação 
depende da produção do resultado naturalístico); de dano (lesa o bem jurídico tutelado); de 
forma livre (admite qualquer meio de execução); usualmente, comissivo; instantâneo (consu-
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ma-se em um momento determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou 
de concurso eventual (normalmente cometido por uma única pessoa, mas admite o concurso); 
e subordinado a condição objetiva de punibilidade.
2.4. moDiFiCação ou PaGamento irreGular em Contrato aDministrativo
MODIFICAÇÃO OU PAGAMENTO IRREGULAR EM CONTRATO ADMINISTRATIVO
(ARTIGO 337-H DO CP)
Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorro-
gação contratual, em favor do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a Ad-
ministração Pública, sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos 
contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
• Lei n. 14.133/2021 – antes e depois
Lei n.

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