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Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PENAL REVISÃO EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE CONCEITOS Crime é entendido como fato típico, ilícito e culpável, estes são os elementos do delito (teoria tripartida do crime). Mas, culpabilidade não é punibilidade. A punibilidade é uma consequência de um injusto culpável, consequência da existência do fato típico, ilícito e culpável, que surge para o Estado a possibilidade de punir o fato, mas ela não necessariamente acontecerá pois a punibilidade pode ser afetada por circunstâncias legais. Punibilidade é consequência de um fato mas não necessariamente porquê aconteceu o crime que ocorrerá punibilidade pois ela pode ser afetada. A extinção é um impeditivo de se aplicar uma pena a quem cometeu o delito por fatos previstos em lei. NUCCI: Obstáculos legais que impedem que a o Estado aplique a pena ao sujeito. CAUSAS DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE: ART 107 DO CP (exemplificativo) Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. Perceba que a prescrição, a decadência e a perempção são causas da extinção da punibilidade (inciso IV). O direito penal difere do direito civil, a prescrição e a decadência aqui não se relacionam com a perda dá pretensão de um direito, e sim, é um modo de extinguir a punibilidade. Esse rol não é exaustivo (é exemplificativo), nem todas as causas estão ai, apesar da maioria estar. Às previsões são da legislação como um todo, um exemplo fora deste art é o 342 do CP (falso testemunho): Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade EFEITOS · PRETENSÃO PUNITIVA: Extingue todos os efeitos de uma eventual sentença penal condenatória, ou seja, além de uma possível restrição de liberdade, também se extingue por exemplo o efeito civil de reparação do dano, reincidência... · PRETENSÃO EXECUTÓRIA: Quando se atinge essa pretensão, ela diz respeito apenas a aplicação de uma pena restritiva de liberdade/direitos, todos os efeitos extra penais de uma eventual sentença penal condenatória serão mantidos. Ou seja, se manteria por exemplo os efeitos cíveis. Só pode ser após o trânsito em julgado dá sentenca penal condenatória. DECADÊNCIA, PEREMPÇÃO E PRESCRIÇÃO · ART 107, IV, CP DECADÊNCIA: CONCEITO: É a perda do direito de exercer a ação penal privada ou de exercer a representação na ação penal pública condicionada em razão do não exercício deste direito no prazo legalmente previsto DELIMITAÇÃO LEGAL: 103 DO CP + 38 DO CPP Decadência do direito de queixa ou de representação Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia PRAZO: Em regra são 6 meses. MAS A PARTIR DE QUANDO ESSE PRAZO COMEÇA A SER CONTADO? É um prazo peremptório (não se interrompe e nem se suspende), contado a partir (em regra) do conhecimento dá autoria do infrator. O sujeito têm em regra 6 meses a partir que sabe quem é o autor do delito. Decadência é a parte de direito de exercer ou representar na ação penal dentro do prazo legalmente previsto (6 meses - peremptório), contado a partir do momento do conhecimento dá autoria do delito. No caso dá ação penal privada subsidiária dá pública (direito dá vítima de uma vez o MP perdendo o prazo, ela pode ajuizar a ação) o prazo é contado a partir do momento que o MP perde o prazo. Exemplo DESATUALIZADO (Até 2018 o crime de estupro era ação penal pública condicionado a representação dá vítima): Imaginemos uma pessoa estuprada por um indivíduo que estava de capuz e tinha uma tatuagem no braço, a vítima não sabe quem é, 2 anos depois, a vítima reconhece o agente passando na rua, e a partir daí começa a contar o prazo decadencial condicionada a representação dá vítima. Exemplo 2: Imagine que Caio está recebendo várias mensagens ofensivas de um perfil anônimo (injúria - crime de ação penal privada), mas ele não sabe quem é, até que o momento que ele descobre quem é o fake meses depois, a partir do momento que ele descobre ele tem 6 meses para exercer a ação penal privada. O prazo não se suspende e nem se interrompe, então se eu ofendido na ação penal privada tenho 6 meses para AJUIZAR A AÇÃO. Uma vez iniciado o prazo dá decadência se têm 6 meses para protocolar a queixa crime e iniciar a ação penal, se dentro desses 6 meses e requerer a instauração do inquérito ELE NÃO INTERROMPE O PRAZO PARA EXERCER A AÇÃO PENAL PRIVADA, e no caso dá ação penal privada é para EXERCER (em juízo e não em delegacia). PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO E REPRESENTAÇÃO NÃO INTERROMPE DECADÊNCIA!!! PEREMPÇÃO PAULO QUEIROZ: É a perda do direito de prosseguir na ação penal privada, sanção processual aplicada ao querelante em razão do seu desinteresse/abandono da causa/ em razão de outras hipóteses previstas em lei. A perempção só existe DURANTE A AÇÃO PENAL PRIVADA, justamente por ser uma sanção ao querelante que abandona o processo. HIPÓTESES LEGAIS: ART 60 DO CPP Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Embora ter natureza jurídica penal material (extinção de punibilidade), ela está delimitada no CPP. Perceba que esse rol é taxativo. No caso de ação penal privada subsidiária da pública não haverá perempção já que a titularidade poderá ser assumida pelo ministério público. · QUERELANTE: Privado que ajuizou a ação penal privada. · QUERELADO: Réu na ação penal privada. PRESCRIÇÃO BITTENCOURT: É a perda do direito de punir (executar a pena ou a ação penal) pelo decurso do tempo, em razão do seu não exercício dentro do prazo legalmente definido. PAULO QUEIROZ: Perda do direito dá pretensão punitiva ou executória pelo decurso do tempo. DECADÊNCIA PEREMPÇÃO PRESCRIÇÃO ANTES da ação penal DURANTE a ação penal Antes, durante ou depois da ação penal Ação penal privada e pública condicional Ação penal Privada Ação penal privada ou pública, seja condicionada ou incondicionada CATEGORIAS DE PRESCRIÇÃO: · PRESCRIÇÃO DÁ PRETENSÃO PUNITIVA (TÊM 4 ESPÉCIES(=): Acontece até a sentença penal condenatória com trânsito em julgado, queé até o momento que o Estado obtém seu título punitivo. · PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA (SÓ TÊM ELA): Pretensão de executar essa pena que o Estado já dispõe no seu titulo executivo. ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO PUNITIVA: (vai decorrer mais na frente) · EM ABSTRATO: · RETROATIVA: · INTERCORRENTE: · VIRTUAL: INTERRUPÇÃO, SUSPENSÃO E MARCO INICIAL DA PRESCRIÇÃO TERMO INICIAL NO PRAZO PRESCRICIONAL: Momento que se começa a contar a prescrição. Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; // É a regra geral, o CP adota a teoria do resultado para o termo inicial. II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; // ÚLTIMO ATO EXECUTÓRIO, no caso de delito tentado se conta no momento que cessou o ato executório. III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. TEMPO DO CRIME (TEORIA DA AÇÃO: não importa o resultado - art 4º do CP) ≠ MARCO INICIAL DA PRESCRIÇÃO (TEORIA DO RESULTADO: A prescrição começa a ocorrer a partir do resultado). NÃO CONFUNDIR CRIME PERMANENTE COM CRIME CONTINUADO: O crime permanente têm a consumação continuada (exemplo: art 33 dá lei de drogas, enquanto o indivíduo portar a droga o delito está se consumando, no momento que el deixar de portar é que a prescrição começar a correr). Lembrando que Crime continuado são vários delitos autônomos independentes ocorridos em mesma circunstância que são tidos como um só na dosimetria dá pena, em nada isso se relaciona com a prescrição do inciso III, no caso dos crimes continuados cada crime têm uma contagem diferente dá prescrição. REDUÇÃO DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO: ART 115 DO CP Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. · Seja da pretensão punitiva seja dá executória. · Essa sentença no caso é a primeira condenação dentro do processo, nessa primeira condenação no caso o agente vai ter que ter mais de 70 ou menos de 21 anos para fazer jus a essa redução. CAUSAS SUSPENSIVAS/IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO: NÃO ZERA Se têm uma causa suspensiva a prescrição é parada e quando voltar vai voltar de onde ela parou, ele volta exatamente de onde parou. NO DIREITO PENAL SUSPENSÃO E IMPEDIMENTO SAO SINONIMOS. Às causas do art 116 do CP são exemplificativas: Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e // Rogério Sanches entende que os embargos podem ser de 1º ou 2º grau, e os recursos sejam eles extraordinários ou especiais no STF ou no STJ. IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. OUTRAS HIPÓTESES DE CAUSAS SUSPENSIVAS: · Art 89, §5º dá lei 9099/95 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. · Art 366 do CPP Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO: ZERA A interrupção está disciplinada no art 177 do CP. Na interrupção da prescrição o lapso temporal é zerado e ela começa a correr do zero. Aqui, todo o lapso temporal é apagado. Por isso, o art 117 é taxativo. Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; // NÃO CONFUNDIR COM O PROTOCOLO DE OFERECIMENTO da denúncia, o despacho de recebimento da denúncia ou da queixa é quem vai interromper a prescrição. II - pela pronúncia; // 1ª decisão proferida pelo juiz ao fim da primeira fase do rito do tribunal do júri, que verifica existir indícios de autoria e de materialidade para o julgamento do júri. III - pela decisão confirmatória da pronúncia; // Aqui é a situação que o réu recorreu dá decisão de pronúncia. IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; // Isso também inclui acórdão condenatório/confirmatório desde que recorrível. V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. Perceba que se pode interromper a prescrição até 3x dentro do mesmo processo. MUDANÇA DE ENTENDIMENTO STF ACERCA DO ACÓRDÃO CONFIRMATÓRIO (STF): Plenário, HC 176473/RR, Rel Min Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020: Antigamente o acórdão que apenas confirmava a condenação, mas desde abril deste ano passou a ser. Mas perceba que se o acórdão reforma a decisão obviamente será marco interruptivo e vai zerar e reiniciar a prescrição. · SÚMULA 191 DO STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. SENTENÇA OU ACÓRDÃO ABSOLUTÓRIO NÃO INTERROMPE A PRESCRIÇÃO. ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO: APROFUNDAMENTO EM ABSTRATO/ORDINÁRIA: Art 109 do CP Ela é regulada pelo máximo dá pena em abstrato, pois, na prescrição em abstrato não se têm uma sentença individualizando a pena, assim, o legislador escolhe usar a pior situação possível computando às maiores e menores causas de aumento/diminuição. PRESCRIÇÃO ANTES DÁ SENTENÇA (que é quando vai ter a pena individualizada). Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. MÁXIMO DÁ PENA TEMPO DÁ PRESCRIÇÃO INFERIOR A 1 ANO 3 ANOS 1 ANO A MENOS DE 2 ANOS 4 ANOS DOIS ANOS A MENOS DE 4 ANOS 8 ANOS QUATRO ANOS A MENOS DE 8 ANOS 12 ANOS OITO ANOS A MENOS DE 12 ANOS 16 ANOS SUPERIOR A DOZE ANOS 20 ANOS Essa tabela de tempo vainos dizer que não pode ter mais que esse período entre o marco inicial dá contagem dá prescrição e o primeiro marco interruptivo, e após o marco interruptivo os marcos. Exemplo: crime de ameaça que têm uma pena máxima de 6 meses o estado têm até 3 anos para dar início a persecução penal, logo, não pode ter mais de 3 anos entre a consumação do crime e o recebimento dá denúncia. Prescrição se conta no prazo penal = inclui o começo e exclui o final, ou seja, se o crime se consuma dia 20/08/2020 ele prescreve dia 19/08/2023. Repare ainda que se o delito tiver alguma causa de aumento, eu vou jogar na tabela somado a pior pena cominada no tipo + a pior possibilidade do aumento de pena. RETROATIVA: Art 110 §1º do CP Têm como base a pena aplicada ao agente. REQUISITOS: · PENA INDIVIDUALIZADA NA SENTENÇA · TRÂNSITO EM JULGADO PARA A ACUSAÇÃO OU IMPROVIDO RECURSO Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. SÓ PODE CONTAR A PRESCRIÇÃO DÁ PRETENSÃO RETROATIVA ENTRE O RECEBIMENTO DÁ DENÚNCIA E A PUBLICAÇÃO DÁ SENTENÇA. Exemplo: Imagine um sujeito que comete lesão corporal leve (pena max 1 ano - prescrição em abstrato em 4 anos) no dia 23/7/2017 e há recebimento dá denúncia em 23/7/2018 (zera aqui a abstrata e recomeça) e há a SPC em 24/07/2021 condenando há 11 meses, assim, pega essa pena individualizada, joga na tabela do 109 (11 meses prescreve em 3 anos), pega o lapso temporal entre o recebimento dá denúncia e a publicação dá sentença e ve se já passou o tempo dá tabela do 109, se sim, o crime está prescrito. No exemplo, já se passou 3 anos entre 32/7/2018 e 24/7/2021, logo, o crime está prescrito e não há mais punição. Uma vez prescrito retroativamente o próprio juiz extingue a punibilidade. A prescrição retroativa vai pegar o tempo dá pena individualizada, joga na tabela do 109 e olha para trás dá sentença até o recebimento. Lesão leve 23/7/17 Rec denuncia 23/7/18 24/7/21 SPC SUPERVENIENTE Têm os mesmos pré requisitos dá retroativa mas invés de olhar para trás, você olha para frente, entre os recursos, entre a sentença e o acórdão. No exemplo de cima dá lesão leve, o Estado têm 3 anos para julgar o recurso defensivo entre a sentença o acórdão. Mas supondo que o crime não tenha prescrito na data dá SPC e o MP que recorre, e não a defesa, o prazo é a abstrata e começa a contar a partir dá SPC, justamente porque se o MP quem recorrer pode haver a reformatio in pejus. Se o recurso do MP for julgado improvido, vai se olhar para trás, e ai você vai descobrir se prescreveu retroativamente. OBS: · se o réu quem recorre não pode aumentar · se a acusação quem recorre pode aumentar VIRTUAL/RETROATIVA ANTECIPADA É a prescrição retroativa antes dá retroativa se consumar, é entre o recebimento dá denúncia e antes dá prolação dá sentença, quando você tá no meio do processo e se percebe que quando a sentença acontecer vai estar prescrita. DEPENDE DO CASO CONCRETO. · VEDADA PELO STJ: Súmula 438 - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. (Súmula 438, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010) image3.png image4.png image1.png
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