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Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Farmacologia UCXVII Dislipidemias O tratamento das dislipidemias pode agir em: Síntese endógena de colesterol Transporte por meio das apolipoproteínas Diminuição da formação da placa de ateroma O colesterol pode ser obtido de 2 formas: Endógena: produzida pelo próprio corpo (fígado); muito significativa, +60% de todo o circulante Exógeno: dieta Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nas concentrações séricas das lipoproteínas. Quando a dislipidemia é resultado de ações medicamentosas ou consequência de alguma doença de base é chamada de secundária. Por exclusão todas as outras formas de dislipidemias são consideradas primárias. OBS.: nem sempre pacientes com exames laboratoriais acima do VR têm estilo de vida ruim. Metabolismo das lipoproteínas Classes de Lipoproteínas: Quilomícrons: transporte de TG e CL do TGI para tecidos (clivagem pela lipoproteína lipase) → fígado → colesterol para VLDLs VLDLs: transporte de TG e CL aos tecidos → TG removidos → LDLs o ↑ VLDL: ↑ triglicerídeos (hipertrigliceridemia) o Se diminuir síntese da APO-B → libera menos VLDL → libera pelos triglicerídeos LDLs: alta concentração colesterol, captado pelos tecidos e fígado por meio de receptores de LDL (APO-B) HDLs: adsorvem colesterol dos tecidos (incluindo artérias). Fazem transporte reverso do colesterol A APO-B é uma apoproteína (proteínas que transportam os lipídeos, principalmente CL e TG) a qual liga-se a muitos TG e poucos CL, sendo liberada pelo fígado na circulação sistêmica como VLDL. O VLDL sofre ação das lipases séricas + doa TG pros tecidos + recebe CL → forma o IDL (partícula intermediária) → forma o LDL (poucos TG, muitos CL). Há um sistema de “reciclagem” de lipídeos no fígado, por meio de receptores para a APO-B. No órgão, o IDL e o LDL são destruídos a fim de formar novas moléculas de VLDL. ↑ LDL: ↓ receptores APO-B ↓ LDL: ↑ receptores APO-B (ideal) Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Valores referenciais do perfil lipídico adultos > 20 anos: Lipídeo Com jejum Sem jejum Colesterol total <190 <190 HDL-c >40 >40 Triglicerídeos <150 <175 HDL↓ tem risco cardiovascular tão alto quanto LDL↑ Idealmente: proporção de 2 LDL : 1 HDL HDL-C: Transportado pela APO-A É sintetizada no fígado/luz do vaso sanguíneo Recolhe colesterol dos tecidos, de IDL e de LDL, levando para o fígado (TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL) Ácidos graxos (azeite de oliva, oleaginosas, amendoim, abacate, ômega 3, ômega 6...) ajudam na síntese o HDL-C Aterosclerose: doença inflamatória com deposição de APO-B rica em colesterol no espaço subendotelial → desencadeamento de processo inflamatório. 1. LDL-C liga-se com espécies oxidantes/radicais livres (as quais são quimicamente instáveis) 2. LDL é oxidada 3. Ao permear a camada íntima das artérias, o LDL + espécie oxidante é reconhecido pelos macrófagos (outros lipídeos podem permear também, porém, o LDL é o principal) 4. Macrófagos fagocitam, porém, não têm lipase para digerir a gordura – NECROSE 5. Citocinas são ativadas 6. A placa é constituída por plaquetas, células de músculo liso, células gordurosas OBS.: causadores de stress oxidativo – HAS, cigarro, dislipidemia (↑LDL ↑disponibilidade pra ser oxidado) Artéria endurecida: não faz mais vasodilatação ↑PA → trombo desprende → tromboembolismo Regulação da síntese do colesterol A enzima HMG-Coa Redutase é essencial para a produção endógena do colesterol. Tem sua atividade máxima à noite. Inibição por “feed-back”: o colesterol proveniente da dieta inibe a síntese de colesterol no fígado, mas não no intestino, por meio da inibição da HMG-CoA redutase. Ritmo circadiano: a síntese de colesterol atinge o pico 6 horas após ter escurecido e o mínimo aproximadamente 6 horas após a re-exposição à luz. A atividade é regulada pela enzima HMG-CoA redutase. Regulação hormonal: insulina aumenta a atividade de HMGCoA redutase enquanto glucagon e cortisol inibem a atividade da enzima. O fígado, seguido do intestino, são os principais locais da síntese do colesterol. Pode também ser produzido nos testículos, ovários e córtex adrenal. Acetil CoA → 3 HMGCoA → ação da HMGCoA Redutase → Mevalonato → Esqualeno → Colesterol Colesterol incorpora-se nas lipoproteínas VLDL (ApoB). Na circulação, recebem as apoproteínas E e C2 das HDL e ao passar pelos capilares cedem TG e tornam-se IDL (lipoproteína de densidade intermediária) e depois em LDL. Em indivíduos normais, aproximadamente metade das IDL retornam ao fígado e os remanescentes IDL são convertidos em LDL. Se inibir a enzima HMGCoA Redutase: ↓ produção endógena de colesterol Algumas pessoas superexpressam essa enzima, causando ↑ produção endógena de colesterol o Polimorfismo genético o Quadro comum: paciente jovem, hígido, com boa alimentação e atividade física regular, apresenta hipercolesterolemia Tratamento não medicamentoso das dislipidemias A terapia nutricional deve sempre ser adotada. O TRATAMENTO É MULTIPROFISSIONAL! O alcance das metas de tratamento é variável e depende: Da adesão à dieta Das correções no estilo de vida: perda de peso, atividade física e cessação do tabagismo Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Influência genética da dislipidemia em questão. Preferir: grãos integrais, vegetais crus e cozidos, soja, frutas frescas ou congeladas, adoçantes não calóricos, peixe magro, frango sem a pele, leite e derivados desnatados, clara de ovos, molhos sem gordura, alimentos grelhados e cozidos no vapor. Ao aumentar vegetais, legumes e frutas: ação antioxidante + fibras solúveis o Fibras solúveis: gomas, pectinas (laranja, aveia, maçã) importantes para a redução dos níveis de CL no sangue o As fibras solúveis atuam como adsorventes, diminuindo o colesterol EXÓGENO A redução da ingesta de álcool também exerce impacto importante nos TG. O álcool, ao ser metabolizado no fígado, forma acetato e é utilizado pelas enzimas do órgão pra produzir TG e colesterol. Outras medidas relevantes: redução do peso, redução de ingesta de gorduras trans e saturados, ingesta de fitoesteróis, proteínas da soja e aumento da atividade física. Inibidores de HMG-CoA Redutase (Estatinas) Local de ação: fígado – inibição da HMG-CoA redutase. Inibem competitivamente a enzima 3-hidroxi-3- metilglutaril-CoA (HMG-CoA) redutase que limita a velocidade de biossíntese de colesterol, pois impedem a conversão de HMG-CoA em ácido mevalônico. Com a diminuição intracelular de colesterol, há estímulo para formação de LDL-receptores na membrana das células (principalmente nos hepatócitos) e maior captação das partículas de LDL, diminuindo sua concentração plasmática. Há também diminuição da síntese hepática das VLDL. A expressão dos LDLR nos hepatócitos é a principal responsável pelas concentrações de colesterol no sangue e depende da atividade da enzima Hidroximetilglutaril Coenzima A (HMGCoA) redutase, enzima-chave para a síntese intracelular do colesterol hepático. A inibição da HMG-CoA redutase e, portanto, da síntese intracelular do colesterol é um importante alvo terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia. Com a queda do conteúdo intracelular do colesterol, ocorrem o aumento da expressão de LDLR nos hepatócitos e a maior captura de LDL, IDL e VLDL circulantes por estas células Em razão do ritmo circadiano da HMG-CoA redutase, determinando maior síntese de colesterol no período noturno (pico máximo: 24h - 2h), as estatinas devem ser administradas preferencialmente à noite. Ou seja: estatinas bloqueiam a HMG-CoA redutase → aumentam a expressão dos receptores para a APO-B no fígado → há maiorcaptação de LDL → menor síntese endógena de colesterol Tem sua atividade máxima à noite, por isso a maioria dos pacientes em uso de estatinas devem tomar o fármaco antes de dormir (o pico máximo da ação do medicamento tem que coincidir com a atividade máxima da enzima, que é o alvo terapêutico) o As estatinas com meia-vida de 4hs ou menos devem ser tomadas a partir das 20 h, podendo ser com alimentos (exceto – pravastatina). o Exceção: rosuvastatina e atorvastatina podem ser tomadas durante o dia. Parâmetros Farmacocinéticos das Estatinas: Absorção intestinal das estatinas varia entre 30 e 85%. Sinvastatina e lovastatina são pró-fármacos. Precisam de bioativação para ter seu efeito Alta fixação à proteína plasmática: 95% Pico plasmático: 1- 4 h Meia-vida: 1-4 h (exceto atorvastina e rosuvastatina: 20 h) Excreção: 70% via biliar Uso clínico: dislipidemia associada à riscos ou doenças como: coronariopatia, AVC, insuficiência vascular periférica, DM2, idade (acima 45), hipertensos e fumantes, síndrome metabólica Pouco efeito em pacientes com ↓ HDL Se Hipercolesterolemia mista: nos primeiros 2 meses deve-se administrar fármaco para ↓ colesterol e só então introduzir medicamento para ↓ TG (fibratos) o As estatinas auxiliam um pouco na ↓ TG o A redução do LDL-C (LDL circulante) varia muito entre as estatinas, sendo essa diferença fundamentalmente relacionada com a dose inicial. o Melhores: atorvastatina, rosuvastatina Sinvastatina (SUS): geralmente 10-20mg o Em uso de estatina + exames laboratoriais normais → não deve ser feita a retirada, uma vez que se realizada, aumentará o colesterol novamente (fator endógeno ↑) Atorvastatina e Rosuvastatina (Ambulatorial, $): 5-10-20mg Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Com base nas evidências, o uso de estatina está indicado em terapias de prevenção primária e secundária como primeira opção. A redução do LDL-c varia entre as estatinas, e esta diferença está fundamentalmente relacionada à dose inicial. Há diferenças na potência das estatinas quanto à sua capacidade de levar à redução do LDL-c, mas todas são capazes, em estudos clínicos randomizados, de reduzir eventos e mortes cardiovasculares. Assim, as diretrizes brasileiras recomendam que seja empregada a estatina que estiver disponível no serviço, procurando-se atingir as metas terapêuticas recomendadas, com o ajuste de doses e a eventual associação de fármacos. Os efeitos adversos não são frequentes, mas um dos mais sérios está relacionado à ação hepatotóxica e miopatias, com evolução a rabdomiólises e insuficiência renal. Hepatotoxicidade: os fibratos (tto TG) interferem na metabolização das estatinas e podem desencadear hepatotoxicidade Miopatia: relacionada Às concentrações plasmáticas de estatinas. Fatores que diminuem catabolismo de estatinas e podem precipitar miopatias: o Idade principalmente se associada DM o Disfunção hepática ou renal o Períodos peri-operatórios o Hipotireoidismo o Fármacos As estatinas devem ser usadas com cautela e em dose reduzida em pacientes com doença hepática parenquimatosa, asiáticos e idosos. A presença de doença hepática grave pode impedir o seu uso. Em geral, a atividade da aminotransferase deve ser medida em condições basais em 1 a 2 meses e, em seguida, a cada 6 a 12 meses (quando estável). A monitoração das enzimas hepáticas deve ser mais frequente se o paciente estiver em uso de outros fármacos que apresentam interações potenciais com as estatinas. Os níveis plasmáticos de glicose em jejum tendem a aumentar em 5 a 7 mg/dL com o tratamento com estatinas. Os pacientes podem exibir elevações pronunciadas na atividade da CK, com frequência acompanhadas de desconforto generalizado ou fraqueza nos músculos esqueléticos (lesões musculares). Pode ocorrer mioglobinúria, levando à lesão renal. Sempre acompanhar o paciente quanto às queixas musculares ALT, CPK (mas essas dores podem ser também devido ao uso de IBP pela deficiência de magnésio) Interações medicamentosas: Diminuem catabolismo das estatinas e aumentam risco de miopatias: o Fibratos: genfibrozila o Ciclosporina o Digoxina o Varfarina o Antibióticos macrolídeos (exceto azitromicina) o Antifúngicos azólicos: cetoconazol, fluconazol o Niacina o Inibidores de proteases tratamento do HIV: ex. saquinavir o Amiodarona o Nefazodona, fluoxetina, sertralina, fluvoxamina Inibidores e indutores da via do citocromo P450 o CYP3A4: atorvastatina, iovastatina, sinvastatina o CYP2C9: fluvastatina, rosuvastatina Importante: ATC, fluoxetina, sertralina, corticosteroides Resinas de Ligação de Ácidos Biliares Colestiramina: colesterol é normalmente solubilizado ao se ligar aos sais biliares (emulsificação), porém a Colestiramina inativa os sais biliares, os quais não são Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina absorvidos → colesterol da dieta não interage com receptor → excretados na fezes (ESTEATORREIA). Sem sais na vesícula biliar → fígado capta o colesterol para fazer mais ácidos biliares → não são absorvidos novamente → excreção Questran Light® - envelopes com 4 g Agente de adsorção de sais biliares e outras moléculas no intestino Resinas de troca aniônica → administradas VO sequestram os ácidos biliares no intestino, impedem sua reabsorção e recirculação enterohepática Diminuem a absorção de colesterol exógeno, aumentam o metabolismo do colesterol endógeno em ácidos biliares no fígado (aumentam a remoção o LDL-colesterol plasmático) Administrar antes ou junto às refeições; porém, se o paciente fez colecistectomia, o medicamento não tem muito impacto. Age localmente Efeitos Adversos: pouco absorvido, paladar desagradável, sintomas GI (náuseas, distensão abdominal, constipação/diarreia) Interações: interferem na absorção de vitaminas lipossolúveis (K, A, D, E) e de alguns fármacos (clorotiazida, tiroxina, digoxina, varfarina, tiazídicos, vastatinas e fibratos). Devem ser administrados com intervalos de 1 hora antes ou 4 horas depois do uso da colestiramina Usos: tratamento da hipercolesterolemia primária ou secundária, risco coronariopatia. Ezetimiba Mecanismo de Ação: atua na borda em escova da superfície apical dos enterócitos inibindo a absorção de colesterol por meio da inibição NPC1-L1 – transportador de colesterol no intestino. Colesterol, ácidos graxos (TG) da dieta → intestino → transportador de colesterol nas bordas em escova → circulação sanguínea COLESTEROL EXÓGENO Farmacocinética: Dose única de 10 mg ao dia. Pode ser administrada a qualquer hora do dia, com ou sem alimentação, não interferindo na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis. Inibe o transportador nas bordas em escova dos enterócitos (NPC1-L1) Efeitos Adversos: fadiga, dor abdominal diarreia, raros: faringite, sinusite. Usos: monoterapia complementar a dieta e associado com estatinas (vastatinas – Ex: Vytorin ®: ezetimiba + sinvastatina) Novos Alvos terapêuticos Pró-proteína Convertase Subtilisina/Kexina Tipo 9 (PCSK9) é uma protease expressa no fígado, intestino e rins, capaz de promover a reciclagem do LDLR resultando em menor número de receptores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL. A inibição da PCSK9, tem sido empregada na terapêutica da hipercolesterolemia, bloqueia a degradação do LDLR, com maior capacidade de clearance da LDL circulante. Esses anticorpos monoclonais ligam-se seletivamente à PCSK9 e evita que a PCSK9 circulante se ligue ao receptor da lipoproteína de baixa densidade (LDLR) na superfície das células do fígado, impedindo assim a degradação do LDLR mediada pela PCSK9. O aumento das concentrações do LDLR no fígado resulta em reduções no LDL-colesterol (LDL-C sérico). Ou seja: anticorpos monoclonais impedem a degeneração do receptor APO-B por meio da inibição daPCSK9 → mais receptores → maior retirada de colesterol da corrente sanguínea O uso dos inibidores da PCSK9 em geral é seguro e bem tolerado. É descrita a ocorrência de nasofaringite, náuseas, fadiga e aumento da incidência de reações no local da injeção (vermelhidão, prurido, edema ou sensibilidade/dor). OBS: redução vitamina E e relatos de alterações cognitivas Fibratos Usados para hipertrigliceridemia Bezafibrato (Cedur), Ciprofibrato (Lipless), Genfibrozila (Lopid), Fenofibrato (Lipidil), Clofibrato (Claripex AL) o Bezafibrato e Ciprofibrato: RENAME alto custo o Todos tem mesmo perfil de eficácia e de segurança Os fibratos ligam-se a proteínas PPARα, e reduzem os triglicerídeos pela estimulação mediada pelo PPARα da oxidação dos ácidos graxos, por aumento da síntese de LPL (aumenta a depuração das lipoproteínas ricas em triglicerídeos) e expressão reduzida da apoC-III (aumenta a depuração das VLDL). Os aumentos dos níveis de HDL-C mediados pelo fibrato são devidos à estimulação da expressão da apoA-I e da apoA-II pelo PPARα, com aumento dos níveis de HDL. Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Ou seja: fibratos ligam-se às PPARs alfa e gama → ativam a transcrição gênica da APO-B → inibem a APO-B → reduzem síntese hepática de VRDL → reduzem os TG Se concentram mais no fígado A maioria dos fibratos exerce efeitos antitrombóticos potenciais, incluindo inibição da coagulação e aumento da fibrinólise Respostas esperadas dos fibratos: Menor fluxo de ácidos graxos livres para o fígado; Menor síntese hepática de VLDL; Aumento da excreção biliar de colesterol hepático. Podem causam impactação/obstrução Como resultado final da produção diminuída e depuração aumentada, obtém-se redução variável das concentrações de triglicerídeos (VLDL) circulantes. Efeitos Adversos: dor e/ou fraqueza muscular, distúrbios gastrintestinais (náuseas, diarreia, cálculo biliar), cefaleia, exantemas, urticária, queda de cabelo, anemia, impotência, raramente aumento de transaminases, diminuição da libido e alteração do sono Farmacocinética: Os fibratos sofrem absorção rápida e eficiente (>90%) quando tomados com uma refeição. o Tomar pela manhã e à noite As concentrações plasmáticas máximas são alcançadas em 1 a 4 horas. Mais de 95% desses fármacos no plasma estão ligados à proteína, quase exclusivamente à albumina. As meias-vidas dos fibratos variam de 1,1 hora (genfibrozila) a 20 horas (fenofibrato). Os fármacos distribuem-se largamente por todo o corpo e as concentrações no fígado, nos rins e no intestino ultrapassam os níveis plasmáticos. Os fibratos são excretados predominantemente como conjugados glicuronídeos (60-90%) na urina, com quantidades menores aparecendo nas fezes. A excreção desses fármacos encontra-se comprometida na insuficiência renal. Usos: pacientes com elevação significativa dos TG, com dislipidemia mista. Pacientes com dislipidemia grave resistente ao tratamento. Tratamento de pacientes que apresentam os fenótipos IIb, III, IV e V, após confirmada a falha do tratamento dietético. Ácido nicotínico – acipimox – derivado da niacina (Olbetam) Vitamina, uso controverso Mecanismo de Ação: Inibe a atividade das lipases hormônio-sensíveis, diminuindo a liberação de ácidos graxos livres para o fígado e a síntese de VLDL; estimula a síntese e secreção de HDL e de apo A1 → aumento dos valores de HDL-colesterol. Farmacocinética: via oral e eliminação via urinária Efeitos Adversos: A tolerância é baixa: rubor facial, prurido, dores abdominais, aumento das enzimas hepáticas, da glicemia e da uricemia. Usos: hipertrigliceridemia endógena, nas hiperlipidemias mistas e também na hipercolesterolemia isolada, como alternativa as vastatinas e fibratos Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Ácidos graxos - ômega 3 São ácidos graxos poli-insaturados derivados do óleo de peixes e de certas plantas e nozes. O óleo de peixe contém tanto o ácido docosa-hexaenoico (DHA) quanto o ácido eicosapentaenoico (EPA), mas os óleos de origem vegetal contêm predominantemente o ácido alfa-linolênico (ALA). Em altas doses (4 a 10g ao dia) reduzem os TGs e aumentam discretamente o HDL-C, podendo, entretanto, aumentar o LDL-C. Em um estudo inicial, a suplementação com ω-3 foi relacionada com benefício clínico, mas recentes metanálises não confirmam o benefício dessa terapia na redução de eventos CVs, coronarianos, cerebrovasculares, arritmias ou mortalidade global. Assim, sua indicação na terapia de prevenção de doenças cardiovasculares não está recomendada (recomendação III, evidência A) Boa parte dos ômega 3 não estão registrados como medicamentos, mas sim suplementos
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