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Resenha dos caps 1 e 2 de Peace a World History

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UNILA, Universidade Federal de Integração Latino-Americana
Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais
A Paz na Pré-História e na Antiguidade
Ana Paula Ricardo da Silva[footnoteRef:0] [0: Bacharel em Direito pelo Centro Universitário UNA (2019); Advogada; Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná; pesquisadora de Raça e Relações étnico-raciais, Direitos Humanos e Cidadania e Teoria Política.] 
No primeiro capítulo da obra “Peace, a World History”, Antony Adolf propõe-se a entender como começa a história da paz, desde a pré-história às primeiras civilizações, reconhecendo isso constitui um desafio. Então, primeiramente, procura estabelecer a relevância dos primatas para o início da pré-história, sob o argumento de que “ a paz como uma condição social e a pacificação como um processo instintivo entre primatas preparam o cenário para suas contrapartes, os humanos” (ADOLF, 2009, p. 12, tradução da autora), sendo assim, os humanos herdam dos primatas capacidades pacíficas inatas e só depois essas habilidades são desenvolvidas de forma específica para os seres humanos, além disso, faz apontamento importante sobre as diferentes formas de pacificação entre os diversos grupos de primatas e como isto pode ser comparado aos contrastes entre os grupos culturais de humanos, ou seja, assim como os chimpanzés, bonobos e macacos rhesus se conciliam e reconciliam de maneiras diferentes, “se nenhuma das partes mudasse seu comportamento de pacificação: a má interpretação levaria a sérios mal-entendidos” (ADOLF, 2009, p. 15, tradução da autora) casos estes grupos quisessem interagir. De forma similar, para o estabelecimento da paz real e pacificação entre os diferentes grupos culturais humanos seja possível é necessário reconhecimento e a adaptação a diferentes condições. (Adolf, Antony. p. 15). 
No que tange aos primeiros humanos, o autor destaca que duas características podem ser fundamentais para compreender as origens da guerra e paz, quais sejam: andar ereto e possuir um aparelho dental menos. A primeira pode ser a origem mais antiga da guerra organizada como conhecemos, e a segunda a primeira evidência fisiológica da paz entre os humanos pois precede o andar ereto, “confirmando que características culturais pacíficas eram predominantes em todo o nosso passado e pelo menos poderiam ter precedido as bélicas” (ADOLF, 2009, p. 15, tradução da autora). Segundo Antony, o desenvolvimento da cooperação e coexistência pacífica junto com a fabricação de ferramentas permitiram molares menores. Salienta ainda que, uma análise mais recente da evolução humana acredita que “embora os imperativos biogenéticos tenham historicamente causado o surgimento temporário de estruturas sociais dominadoras, os imperativos culturais garantem a sobrevivência das estruturas sociais de parceria no longo prazo” (ADOLF, 2009, p. 18, tradução da autora), sendo assim, a paz deve prevalecer para que as culturas humanas sobrevivam e evoluam.
Por fim, o autor demonstra como estudar a história da paz de maneira evolutiva revela tanto sobre a origem das civilizações quanto seus traços contínuos. Ao analisar a paz na Mesopotâmia nota-se que “eles viam a guerra como apenas um dos muitos fatores que contribuem para a composição geral de uma era, concentrando-se em mudanças estruturais e culturais de longo prazo” (ADOLF, 2009, p. 18, tradução da autora), a paz era a razão de ser, o pré-requisito e o motivo subjacente para suas guerras, tudo isso é importante para compreender a transição das aldeias para as cidades.
Já no segundo capítulo, o autor disserta acerca da paz no Antigo Egito, Grécia e Roma. As observações e constatações feitas por Antony Adolf acerca da paz no Antigo Egito são no mínimo interessantes, pois correlacionam a busca da paz física à espiritualidade. “Os faraós eram considerados deuses que protegem os céus, mas também aqueles que mantêm a paz na terra” e o seu principal dever era defender a verdade e a justiça (Maat), esta era portanto, a promessa de defender a paz e a prosperidade do povo, o que também tornou-se uma justificativa para o poder absoluto dos faróis. Com relação à força vital eterna de um indivíduo (Ka), o autor aponta:
no caso dos faraós (...) era, além disso, visto como a essência divina de sua autoridade e a fonte de seu poder à qual todos os seus súditos deviam fidelidade, cujo elemento espiritual em parte continuava a existir independentemente e em parte transferido para o sucessor em um A morte física do faraó (ADOLF, 2009, p. 30, tradução da autora).
	Assim, os faraós eram antes de mais nada os mediadores entre os reinos espiritual e físico, o que torna a paz um “imperativo religioso explícito onde antes era apenas implícito” (ADOLF, 2009, p. 30, tradução da autora). As pirâmides são, nesse sentido, a representação da busca pela paz física imediata e espiritual, construídas com o apoio dos súditos e dos deuses, descartando a possibilidade de que elas tenham sido construídas apenas por escravizados. À vista disso:
As Grandes Pirâmides não são apenas monumentos impressionantes aos reis que as construíram; eles são ainda mais imponentes como monumentos a uma era de paz e segurança (...) Da Era da Pirâmide em diante, os governantes e ativistas religiosos ocidentais quase universalmente ligaram a paz espiritual ao mundo físico e a paz na terra ao mundo espiritual por meio de símbolos mais ou menos duradouros de crenças coletivas (ADOLF, 2009, p. 30, tradução da autora).
Faz-se importante ressaltar, que a história da paz no antigo Egito é anterior aos faraós, conforme o autor, houve antes disso, a unificação pré-dinástica por conciliações sociais, econômicas e políticas (Adolf, Antony. p. 31).
Referências Bibliográficas 
Adolf, Antony. Peace: A World History. Cambridge: Polity Press. Cap. 1 - 3, 2009.

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