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Envelhescentes na Universidade

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1 
 
p 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA 
COLEGIADO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDINETE COSTA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENVELHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR DA BAHIA: 
AS ESPECIFICIDADES DO ALUNO ENVELHESCENTE/IDOSO NO CURSO 
DE SERVIÇO SOCIAL DA UFRB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRA-BA 
2022 
 
2 
 
EDINETE COSTA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENVELHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR DA BAHIA: 
AS ESPECIFICIDADES DO ALUNO ENVELHESCENTE/IDOSO NO 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DA UFRB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao 
colegiado do Curso de Serviço Social da Universidade 
Federal do Recôncavo da Bahia, como requisito para 
obtenção do Grau de Bacharel em Serviço Social. 
 
Orientadora Prof.ª. Drª Marcela Mary José da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRA-BA 
2022 
 
3 
 
EDINETE COSTA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENVELHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR DA BAHIA: 
AS ESPECIFICIDADES DO ALUNO ENVELHESCENTE/IDOSO NO 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DA UFRB 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
__________________________________________________________________________ 
Orientadora profa. Dra Marcela Mary José da Silva 
 
 
 
 
__________________________________________________________________________ 
Orientadora Profa. Dra. Marcia da Silva Clemente 
 
 
 
 
__________________________________________________________________________ 
 
Profa. Me. Mércia Custódio Torres Nogueira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRA/-BA 
Março/2022 
 
 
4 
 
 
 
 
 
DESPERTEI... 
 
Dirce Encarnacion Tavares – 2008 
Sou um ser único... 
Desenvolvo minhas capacidades, minha inteligência, meu ser... 
Melhoro minha auto-imagem... 
Busco aplicar meus talentos para fins nobres e elevados. 
Ouço o melhor, falo no melhor, Penso no melhor. 
Trabalho, trabalho, trabalho na construção de um mundo melhor. 
O pensamento é vida... 
A velhice é vida... 
A vida é paixão... 
A vida é expansão... 
Coloco gotas diárias de alegria, otimismo, ideal, amor e 
confiança. 
Movimento tudo... 
Turbino minha vida; 
Desperto..., vivo..., revivo... 
Acredito, venço. 
 
Dirce Escarnación Tavares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse Trabalho de Conclusão de Curso em primeiro lugar a Deus por ter me 
dado vida, força e fé e em especial a minha mãe Valdelice Costa (in memória) que 
tanto desejou ler e escrever e por ser minha maior inspiração como mulher negra, 
analfabeta, mãe solo, uma sobrevivente desse mundo tão desigual, que conseguiu 
criar seus filhos com maior sacrifício, com a força física do seu trabalho braçal, assim 
como tantas outras mulheres nessa condição e mesmo sem ter oportunidade estudar 
entendia e acreditava que a educação era um dos caminhos para a sucesso. 
Infelizmente, a senhora não teve a oportunidade ver no mundo físico seus filhos em 
uma universidade e formando. Veja agora no mundo espiritual sua primeira filha se 
formar. E como diz Cora Coralina: “O que vale na vida não é o ponto de partida, e sim, 
a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” 
 
Minha mãe, não foi fácil, eu caminhei, semeei e EU CONSEGUI! 
Essa vitória é sua, mãe, é nossa! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Quem disse que seria fácil? 
Foram muitas lutas, muitos desafios, muitas vezes ultrapassando meus 
próprios limites em prol da realização de um grande sonho, sobretudo por ser quem 
eu sou: mulher negra, viúva, trabalhadora, discente envelhescente, excluída em 
diversos meios sociais, inclusive no meio universitário, foi assim que cheguei até aqui, 
nesse momento tão esperado e sonhado. Entretanto, eu reconheço que em nenhum 
momento estive só, mesmo naqueles momentos dos “nãos; Você não vai conseguir”; 
“Pra que todo esse sacrifício?” “Você não precisa? “É egoísta”, falando com os 
olhares, nos gestos Você não é capaz, na reprovando e na anulação da minha fala, 
da minha presença. 
Enfim, chegou o grande dia e eu aqui estou para agradecer aqueles que 
acreditaram ou não no meu potencial. Vocês foram meu combustível para prosseguir 
e vencer essa jornada! 
 
É a você que eu agradeço: 
 
A meu Deus por ser minha força, minha fé, meu consolo, meu guia, por enxugar 
todas as minhas lágrimas nas horas difíceis e me fazer sorrir nas horas alegres e sem 
a sua misericórdia não teria vencido os obstáculos, as incertezas, os desânimos e as 
inseguranças quando apareceram; 
 
A UFRB e ao curso de Serviço Social por essa porta aberta possibilitando a 
inclusão de uma discente envelhescente nesse espaço; 
 
 A minha orientadora Professora Dra. Marcela Silva, por despertar as minhas 
potencialidades, por motivar, apresentar trajetos, fortalecer interesse e oportunizar 
caminhos científicos que possibilitou a adentrar na pesquisa e extensão, em particular 
essas temáticas envelhescimento/educação, assim como, disponibilizou o apoio nos 
momentos mais difíceis, estendendo as mãos, segurando e não soltando até o 
momento, sempre com o direcionamento do caminho da humanização, da 
coletividade, do respeito aceitando e compreendendo nas diversas diferenças e as 
especificidades do outro, entendendo que o processo do conhecimento é partilha, é 
 
7 
 
dar e receber, é empatia. Enfim, por ser parceria e dar todo suporte cientifico durante 
todo curso e nesse trabalho final direcionando para que juntos possamos ter êxito, 
ressaltando a paciência que teve de suportar minha ansiedade e por ser esse ser 
humano impar, diferenciado, empático, amigo quando se trata de acolher o outro. 
Fique certa que é meu referencial como professora, pesquisadora e como ser 
humano. “EU sou porque NÓS somos”! Gratidão professora Marcela Silva; 
 
Ao Grupo de Trabalho de envelhecimento Populacional ( GTENPO) e o Grupo 
de Trabalho de Serviço Social na Educação (GTSSEDU) e aos membros, por todo 
suporte cientifico e emocional, pelo aprendizado e reflexões através das diversas 
temáticas discutidas em diversos espaços, por possibilitar a minha inclusão, 
crescimento intelectual, levando a refletir sobre a forma de pensar, por permitir a 
conviver e respeitar o outro com suas diferenças, pela partilha do conhecimento, por 
todo aprendizado nesse espaço interageracional. Enfim, por ter me dado acolhida, 
incentivo apoiando e fortalecido o interesse por esse tema, sobretudo por despertar o 
interesse pela pesquisa e extensão no percurso dessa jornada como aluna 
envelhescente. 
 
A todos os professores do Curso de Serviço Social, por transferir conhecimento 
em toda minha jornada acadêmica, no qual está explicito nesse trabalho. Tem um 
pouco de cada um de vocês. 
 
A minha família: 
Meu esposo, Nilton Santiago (in memória) que mesmo ausente fisicamente me 
deu suporte financeiro e emocional por intermédio dos nossos filhos, para que eu 
continuasse lutando por meus ideais. 
Meus filhos e neta: Adrielle Costa, Adrian Costa e Manuella Costa por 
compreender minha ausência e me motivar apoiando a jornada. Vocês são a razão 
da minha existência. 
 
Aos meus amigos (os): 
Lucas Vieira, um grande amigo, meu maior incentivador, minha inspiração para 
ingressar no ensino superior, obrigada por estar presente mesmo distante, me 
incentivando com palavras de encorajamentos, de correções, de sabedoria mostrando 
 
8 
 
que a educação, o conhecimento é o nosso maior investimento. Suas orientações eu 
levo pra vida, mesmo chorando. Afinal, “quando a necessidade falar, ouça vozes. 
Quando a saudade acabar, faça as malas. Quando ficar sufocada, abra a porta. Se 
der vontade de gritar, seja as vozes. Se o tempo fechar, procure as chaves. E quando 
o pensamento voar, crie asas” Lucas Vieira. Assim eu segui e venci! 
Adson Bezerra, pelas palavras de motivação: Sempre dizendo: Você é grande, 
tem potencial, vai conseguir,eu sou seu reflexo!”... Eu acreditei nas suas palavras e 
seguir confiante! Gratidão meu amigo pelo apoio; 
 As amigas, minhas meninas da república de Cruz das Almas: Beatriz França, 
Dalila Costa, Crislane Neves, Géssica Santos e Vitória Nascimento, vocês foram os 
maiores presentes que Deus e a UFRB me proporcionaram depois do conhecimento, 
vocês seguraram em minhas mãos e não soltaram em nenhum momento, nunca me 
sentir só quando estava com vocês, encontrei respeito, ânimo, inspiração, alegria, 
apoio, empatia, colo, abraço nas madrugadas, nas noites de estudos, de desespero, 
de choro e riso. Eu recebi acolhimento, foi com vocês que me senti universitária, 
incluída totalmente, a ponto de compartilhei os melhores e piores momentos da minha 
vida particular e universitária. Meu muito obrigada por me aceitar como eu sou. Vocês 
fazem parte dessa trajetória e levaria cada uma para a vida, assim como todo 
aprendizado dessa convivência intergeracional. É da UFRB para a vida. 
Aos colegas da universidade: Camila Santos, Analice Simões, Estéffani dos 
Santos, Flávia Aline, Luis Carlos Miranda, Iuri Nobre, Rosimere Paixão, Ana Maria 
Vatin e outros pelo apoio escuta e aprendizado em algum momento nessa trajetória. 
Aos colegas que contribuíram respondendo o questionário da pesquisa, 
confiando na seriedade e assim enriquecendo ainda mais esse trabalho. 
A Mariana Santos, pelo encorajamento, por ter sido um suporte nos momentos 
de fragilidade e dificuldades. 
A todos os amigos (as), colegas que contribuíram diretamente e indiretamente 
me dando apoio, suporte em algum momento para permanência do curso assim como, 
na realizasse nesse trabalho. 
Gratidão a todos! 
Eu nunca estive só! 
Nós vencemos! 
. 
 
 
9 
 
RESUMO 
 
Este estudo cujo tema é “Envelhecimento no Ensino Superior Público da Bahia: As 
especificidades do aluno envelhescente/idoso no curso de Serviço Social da 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia”, aborda sobre a inserção e o 
acolhimento das pessoas mais velhas nas universidades. Analisa como a 
universidade pública acolhe o aluno envelhescente/idoso no espaço acadêmico. E 
com isso mapeia o perfil dos discentes envelhescentes/idoso no ensino superior 
público no Curso de Serviço Social na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 
Além disso, verifica como os discentes envelhescentes/idoso são tratados no mundo 
acadêmico e identifica as políticas educacionais para o ensino superior público e como 
tratam a inclusão, acolhimento e a permanência do aluno envelhescente/idoso. Além 
da pesquisa bibliográfica que traz o embasamento teórico para a temática, utilizou-se 
a análise documental, com documentos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatísticas (IBGE) entre outros, que expõem diversas análises e estatísticas quanto 
à permanência do idoso em diversos setores da sociedade, bem como a probabilidade 
desse público envelhescente aumentar ao longo do tempo devido a perspectiva de 
longevidade. Na pesquisa de campo, o instrumento utilizado foi o questionário, e 
buscou-se analisar discentes do curso de Assistente Social com idade acima dos 50 
anos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia para fazer a análise de dados 
para que o se entenda como se dá o “Processo De Envelhecimento” (cap.1), e 
compreender todo o histórico do Brasil no que diz respeito à “Educação para adultos 
no Brasil: Um caminho até o Ensino Superior”(cap.2); Também destaca “Os cabelos 
brancos na UFRB em tempos de pandemia” (cap.3) mostrando o resultado e a analise 
desta pesquisa. 
 
Palavras chave: Aluno. Envelhescente. Idoso. Preconceito. Aceitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
RESUME 
 
 
This work, whose theme is "Aging in Public Higher Education in Bahia: The specifics 
of the aging/elderly student in the Social Service course at the Federal University of 
Recôncavo da Bahia", approaches the insertion and reception of elder people in 
universities. It analyzes the mode in wich the public university system welcomes the 
aging/elderly student in the academic space. And with that, it maps the profile of 
aging/elderly students in public higher education in the Social Service Course at the 
Federal University of Recôncavo da Bahia. Besides, it verifies how aging/elderly 
students are treated in the academic world and identifies educational policies for public 
higher education and how they treat the inclusion, reception and permanence of 
aging/elderly students. Furthermore to the bibliographic research that brings the 
theoretical basis for the theme, document analysis was used, with documents from the 
Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) amid others, which expose 
sundry analyzes and statistics regarding the permanence of the elderly in several 
sectors of the population. society, as well as the probability of this aging public 
increasing over time due to the prospect of longevity. In the field research, the 
instrument used was the questionnaire, and it was sought to analyze students of the 
Social Service course aged over 50 years, from the Federal University of Recôncavo 
da Bahia to perform data analysis so that it is understood how to gives the “Aging 
Process” (chapter 1), and understand the entire history of Brazil with regard to “Adult 
Education in Brazil: A path to Higher Education” (chapter 2); It also highlights “White 
hair at UFRB in times of a pandemic” (chapter 3) showing the results and analysis of 
this research. 
 
KEYWORDS: student. aging. elderly. preconception. acceptance. 
 
 
 
 
 
. 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: Estimativas das taxas de natalidade e mortalidade ................................ 24 
Gráfico 2: População e relativa de idosos de 60 anos e mais ................................. 26 
Gráfico 3: Distribuição da população por sexo e grupo de idade / Distribuição da 
população de acordo cor ou raça. ............................................................................ 27 
Gráfico 4: Projeção para população brasileira por proporção de pessoas por grandes 
faixas etárias, 2018. ................................................................................................ 30 
Gráfico 5: População Bahia. .................................................................................. 33 
Gráfico 6: População de 4 a 17 anos fora da escola. .............................................. 51 
Gráfico 7: População de 4 a 17 anos fora da escola. .............................................. 52 
Gráfico 8: Taxa de analfabetismo ........................................................................... 74 
Gráfico 9: Taxa de Analfabetismo entre pessoas de 15 ou mais idade .................. 75 
Gráfico 10: Nível de instrução das pessoas ............................................................ 76 
Gráfico 11: Pessoas de 14 a 29 anos com nível de instrução inferior ao médio 
completo .................................................................................................................. 80 
Gráfico 12: Pessoas que frequentavam ou concluíram curso técnico de nível médio, 
segundo a condição de estudante (%) ..................................................................... 82 
Gráfico 13: Pessoas que frequentavam ou concluíram curso técnico de nível médio, 
segundo a condição de estudante (%). .................................................................... 83 
Gráfico 14: Pessoas de 15 a 29 aos de idade, com no máximo o ensino superior 
incompleto ............................................................................................................... 85 
Gráfico 15: Nível de instrução das pessoas com 25 anos ou mais de idade (Brasil - 
2019)........................................................................................................................ 86 
Gráfico 16:Total de Matriculados & Novas Matrículas – Bahia ................................90 
Gráfico 17: Aluno Bahia (cor / raça) / (pública – particular) .................................... 91 
Gráfico 18: Fatia no total de docentes em ensino superior em (%). ........................ 95 
Gráfico19: 16 Anos UFRB 2015– 2021 ................................................................. 121 
Gráfico 20: Distribuição do ano de 2020 por gênero ............................................. 122 
Gráfico 21: Distribuição do ano de 2021 por gênero. ............................................ 123 
Gráfico 22: Distribuição de faixa etária nos três semestres de 2020 ..................... 123 
Gráfico 23: Distribuição de faixa etária primeiro semestre de 2021. ...................... 124 
Gráfico 24: Como Retardar o Pico da Pandemia. ................................................. 127 
 
12 
 
Gráfico 25: Semestre dos entrevistados. .............................................................. 140 
Gráfico 26: Distribuição por cor/raça. ................................................................... 142 
Gráfico 27: Idade dos Discentes. .......................................................................... 143 
Gráfico 28: Motivo do não ingresso no ensino superior quando era mais jovem 
 .................................................................................................................. 148 
Gráfico 29: Como foi recebido na universidade ............................................... 148 
Gráfico 30: Relação com pessoas mais jovens na faculdade ............................ 148 
Gráfico 31: Sentiram dificuldades em acompanhar os conteúdos acadêmicos .. 149 
Gráfico 32: Relação com colegas ................................................................... 150 
Gráfico 33: Se sentiu incluído em sala de aula ................................................ 151 
Gráfico 34: Se sentiu incluído no seu curso .................................................... 151 
Gráfico 35: Existe preconceito entre jovens e pessoas mais velhas ................. 152 
Gráfico 36: Em algum momento julgado devido a idade ...................................... 153 
Gráfico 37: Habilidades para mexer em computador, celular. ........................... 154 
Gráfico 38: Sentiram dificuldades no dificuldade do ensino remoto ...................... 155 
Gráfico 39: Concorrência em editais da universidade .......................................... 155 
Gráfico 40: Apoio da universidade durante a pandemia. ................................. 156 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: População e relativa de idosos de 60 anos e mais .................................. 36 
Tabela 2: População de 4 a 17 anos que não completou a Educação Básica ......... 52 
Tabela 3: População de 4 a 17 anos fora da escola ................................................ 53 
Tabela 4: Taxa de Analfabetismo (%). .................................................................... 77 
Tabela 5: Pessoas de 18 a 24 anos de idade, por indicadores de educação ........... 79 
Tabela 6: Ranking de Cursos – Presencial ............................................................. 91 
Tabela 7: Ranking de Cursos – EAD ...................................................................... 92 
Tabela 8: Perfil Do Discente Universitário (Semestre, município e religião). .......... 140 
Tabela 9: Perfil Do Discente Universitário (sexo, cor/raça, idade e estado civil). ... 141 
Tabela 10: Filhos dos discentes. .......................................................................... 144 
Tabela 11: Cursos e Atividades dos Discentes. ..................................................... 144 
Tabela 12: Percurso Antes de Chegar ao Serviço Social ...................................... 145 
Tabela 13: Motivos para fazer o curso de Serviço Social ....................................... 146 
Tabela 14: Sobre as políticas públicas idosos no ensino superior ......................... 147 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
LISTA DE SIGLAS: 
ABMES: Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior 
CEB: Câmara de Educação Básica 
BPC: Benefícios de Prestação Continuada 
CAHL: Centro de Artes Humanidades e Letras 
CEB: Câmara de Educação Básica 
CNBB: Confederação Nacional dos Bispos do Brasil 
CNDI: Conselho Nacional dos Direitos do Idoso 
CNE: Conselho Nacional de Educação 
CPCs: Centros Populares de Cultura 
CNE: Conselho Nacional de Educação 
CONEP: Conselho Nacional de Ética em Pesquisa 
CPCs: Centros Populares de Cultura 
EJA: Educação de Jovens e Adultos 
EAD: Educação a Distância 
FGV: Fundação Getúlio Vargas 
FIES: Fundo de Financiamento Estudantil 
FORPROEX: Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas 
FUNDEB: Fundo do Desenvolvimento da Educação Básica 
FUNDEF: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental de 
Valorização do Magistério 
GTENPO: Grupo de Trabalho de Envelhecimento Populacional 
GTSSEDU: Grupo de Trabalho de Serviço Social na Educação 
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IES: Instituições de Educação Superior 
INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
LDB: Lei de Diretrizes e Base da Educação 
 
15 
 
MEB: Movimento de Educação de Base 
MEC: Ministério de Educação e Cultura 
MOBRAL: (Movimento Brasileiro de Alfabetização 
OMS: Organização Mundial da Saúde 
ONU: Organizações das Nações Unidas 
OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde 
PAS: Programa de Alfabetização Solidária 
PCD: Pessoas com Deficiência 
PNA: Plano Nacional de Educação 
PNADC: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 
PNE: Plano Nacional de Educação 
PNAC: Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania 
PBP: Programa de Bolsa Permanência 
PNA: Plano Nacional de Alfabetização 
PNI: Política Nacional do Idoso 
PROUNI: Programa Universidade Para Todos. 
REUNI: Reestruturação e Expansão das Universidades Federais 
RIPSA: Rede de Intergerencial e de Informação para a Saúde. 
SEMESB: Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior da Bahia 
SEA: Serviço de Educação de Adultos 
SUS: Sistema Único de Saúde 
SIADI: Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho Individual 
SES : Sistema de Ensino Superior 
TECLE: Tecnologia da Informação e Comunicação 
TIC: Tecnologia da Informação e Comunicação 
 
16 
 
TOPA: Todos Pela Alfabetização 
UATI: Universidade Aberta para a Terceira Idade 
UFRB: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 
UNATI: Universidade Aberta da Terceira 
UNESCO: Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura 
UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância 
UTIs: Universidades da Terceira Idade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 18 
 
CAPÍTULO I – PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ............................................. 23 
1.1 Envelhecer é um atributo a vida ou um fardo social? ......................................... 36 
1.2. A Complexidade em Conceituar Envelhecimento .............................................. 39 
1.3. Ser velho numa sociedade contemporânea ...................................................... 44 
 
 
CAPÍTULO II – EDUCAÇÃO PARA ADULTO NO BRASIL: UM CAMINHO ATÉ O 
ENSINO SUPERIOR ................................................................................................ 50 
2.1 A Invisibilidade do Idoso na Educação ............................................................................ 55 
2.2 Analfabetismo do Passado Afeta o Idoso no Presente ..................................... 73 
2.3 A Quem Destina a Educação Superior da Bahia? .............................................. 89 
2.4 Como o Processo de Envelhecimento Aparecena Política de Educação? ........ 96 
2.5. A Expansão do Ensino Superior e a Inclusão do Velho na Academia ............ 102 
2.6. Estratégias de inclusão do envelhescente/idoso nas instituições públicas: 
Existem? ................................................................................................................ 107 
 
 
CAPÍTULO III – OS CABELOS BANCOS NA UFRB EM TEMPOS DE PANDEMIA 
............................................................................................................................... 119 
3.1. Pandemia E Seus Impactos No Ensino Superior............................................. 125 
3.2 Metodologia ..................................................................................................... 136 
3.3. Mostrando a realidade ................................................................................... 139 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 158 
 
 
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 163 
 
 
ANEXOS ............................................................................................................... 180 
 
18 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso, com o tema “Envelhecimento no Ensino 
Superior Público da Bahia: As especificidades do aluno envelhescente/idoso no curso 
de Serviço Social da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia” surgiu do 
interesse de ser falar sobre uma temática que é observada não só nos meios 
acadêmicos, mas em todas as esferas da sociedade: a inserção e o acolhimento das 
pessoas mais velhas em diversos espaços sociais, eclodindo o preconceito e a 
exclusão. 
A necessidade de falar sobre tal temática adveio a partir de experiências 
vivenciadas pela própria autora desta pesquisa, haja vista, que a mesma ingressou 
no Ensino Superior já em idade acima dos 50 anos de idade, após mais de 30 anos 
de conclusão do ensino médio, sobretudo ao vivenciar alguns entraves no mundo 
acadêmico, pelo simples fato de estar inserido num ambiente onde foi pensado para 
pessoas mais jovens. No decorrer do percurso do curso de Serviço Social, na 
disciplina optativa Gerontologia e no grupo GTENPO (Grupo de Trabalho 
Envelhecimento Populacional) e o GTSSEDU (Grupo de trabalho de Serviço Social 
na Educação) surgiram vários questionamentos onde são trazidas várias discussões 
com reflexões relevantes sobre o envelhecimento humano como temática, 
principalmente no momento que todos foram pego de surpresa com a Pandemia da 
Covid-19, sendo mais que necessária essa discussão, na coordenação da 
Pesquisadora, Dra. Marcela Silva, Professora de Serviço Social na Universidade 
Federal do Recôncavo da Bahia, na qual, também é um dos referenciais científico 
sobretudo pelo incentivo, acolhimento aos seus alunos. 
 Nesse processo, venho constatando através de diversos pesquisadores como 
Carvalho (2015), Saviani (2007), Mucida (2006) entre outros que a temática não é de 
grande relevância em muitos espaços, principalmente no mundo universitário, pois a 
mesma não consta na grade curricular do curso de Serviço Social como componente 
obrigatório, assim conforme o pensamentos dos autores referenciados existem 
algumas problemáticas de limitações, adaptação e socialização no espaço 
acadêmico, com isso surgiu o interesse de discutir as raízes dessas especificidades, 
e procurar compreender as razões para essas situações em que o envelhecimento 
está associado às doenças, incapacidades e dependência, negligenciando outros 
aspectos importantes na atenção aos alunos envelhescentes/idosos, tais como as 
19 
 
políticas públicas educacionais que garantam a inclusão, o acolhimento e a 
permanência e as relações socioculturais. 
 Desta forma, esse tema partiu do pressuposto de compreender o contexto em 
que o aluno envelhescente/idoso está inserido e tem como objetivo geral: Analisar 
como a universidade pública acolhe o aluno envelhescente/idoso no espaço 
acadêmico. E a pesquisa foi elaborada especificamente com objetivos de: Mapear o 
perfil dos discentes envelhescentes/idoso no ensino superior público no Curso de 
Serviço Social na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Verificar como os 
discentes envelhescentes/idoso são tratados no mundo acadêmico. Identificar as 
políticas educacionais para o ensino superior público e como tratam a inclusão, 
acolhimento e a permanência do aluno envelhescente/idoso. 
Foi utilizada para esta pesquisa análise documental – IBGE sobre como se deu 
o progresso da educação de pessoas adultas no Brasil e de o porquê é uma realidade 
pessoas envelhescentes ou idosas estarem ainda nos bancos acadêmicos. Além 
disso, foi feito uma pesquisa de campo, e o instrumento utilizado foi questionário 
através do google forms que foram encaminhados para alunos do curso de Assistente 
Social com idade a cima dos 50 anos, responderam a um questionário mostrando as 
especificidades do aluno envelhescente/idoso no curso de Serviço Social da 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 
Além da Introdução, esta pesquisa foi dividida em tópicos para melhor 
compreensão do assunto. O capítulo 1 ”PROCESSO DE ENVELHECIMENTO” trás a 
discussão de diversos estudiosos que refletem sobre esse tema e outras que outras 
que envolvem o envelhecimento, como: Mocelin (2017, p.04), Oliveira, (2015) 
Carvalho (2004), Camarano (2002), Castiglioni (2012), Camarano (2002), Duarte, 
2008), Lebrão (2007), (Paixão, Rosimere, 2021, p. 16). Vem mostrando como o 
número da população jovem vem diminuindo no Brasil e como está aumentando a 
população idosa no país e que mudança demográfica é a queda de natalidade e queda 
de mortalidade e isso aumenta o processo de envelhecimento populacional 
influenciado na qualidade de vida desses idosos. O capítulo aponta ainda que conceito 
sobre ser velho é algo cultural e que o mundo atual é permeado pela ideia do novo, 
do corpo perfeito e da desvalorização do saber dos mais velhos e diante disso, existe 
uma complexidade em conceituar o envelhecimento e que o conceito de ser velho 
está associado à condição de incapaz. No entanto, com o intuito de quebrar diversos 
paradigmas e preconceitos e garantir às pessoas mais velhas alguns direitos que lhes 
20 
 
são inerentes depois de algumas décadas de vida, foi criado o Estatuto do Idoso, que 
garante às pessoas, acima de 60 anos, alguns direitos como ter preferência em 
atendimentos públicos. Além disso, incentiva-se que as pessoas devem ser 
respeitadas e a sociedade deve mudar o pensamento de achar que ser velho é algo 
negativo. O capítulo aponta que ser velho na sociedade contemporânea não significa 
ser um problema para a sociedade, ao contrário, a Organização Mundial de Saúde 
(OMS) criou políticas públicas para um envelhecimento ativo, garantindo qualidade de 
vida às pessoas mais velhas. Mas ainda há preconceitos contra pessoas mais velhas 
devido à valorização exagerada do corpo perfeito, corpo “malhado” em que ser velho 
foge ao modelo padronizado e que acaba por estigmatizá-lo. 
O capítulo 2 “A EDUCAÇÃO PARA ADULTOS NO BRASIL UM CAMINHO ATÉ 
O ENSINO SUPERIOR” traz estudos de vários pesquisadores que refletem sobre 
essa temática entre eles: Silva, Marcela (2021), Leão (2008), Florence Buer (2019), 
Moura (2003), Ribeiro (2001), Paiva (1987), Haddad (2000), Paiva (1987), Freire 
(1981), Gohn, (2006) Brandão (1981), Cruz, Ana Maria (2021), Marx (2011), Yamamoto; 
Carvalho, (2014), Carvalho (2015), Netto, (2009) e outras discussões que explanam 
sobre como se deu a educação para o adulto no Brasil, ao longo do tempo, o que se 
tornou um caminho para o Ensino Superior. No Brasil, devido a diversos aspectos 
econômicos e históricos, há uma grande distorção de idade-série no modelo 
educacional e se observam adolescentes e até crianças fora da escola. O capítulo 
esclarece que a Educaçãode Jovens e Adultos (EJA) teve uma trajetória de lutas e 
que devido ao grande número de analfabetos no Brasil, foram criados vários 
programas e políticas sociais para reverter esse quadro, e se destaca a figura de Paulo 
Freire que apresenta uma educação inovadora para essa clientela. A EJA teve um 
retardo durante a Ditadura Militar e durante esse regime, se destacou o MOBRAL 
(Movimento Brasileiro de Alfabetização) e este foi extinto na década de 80 surgindo a 
Fundação Nacional de Jovens e Adultos, que ficou conhecida como “EDUCAR”. Para 
o processo de alfabetização de adultos, surgem vários programas como PAS 
(Programa de Alfabetização Solidária), Brasil Alfabetizado (Nacional), TOPA (Todos 
pela Educação- Bahia). Todos estes programas tiveram o intuito de alfabetizar os 
adultos e inseri-los no ensino regular para dar continuidade aos estudos. A EJA 
deixou de ter um caráter assistencialista quando foi reconhecida pela LDB (Lei de 
Diretrizes de Bases) 9394/96, como um Direito Público e uma modalidade da 
educação básica, tanto que em 10/05/2000 foi elaborado pela CNE (Conselho 
21 
 
Nacional de Educação) as Diretrizes Curriculares para Educação de Jovens e Adultos. 
Observou-se ainda, neste capítulo, que o analfabetismo do passado afeta o idoso no 
presente, pois, de acordo com dados do IBGE de 2019, é comum ver idosos 
procurando se capacitarem para entrar no mercado de trabalho. Mas infelizmente, o 
ensino noturno, mais utilizado pela EJA, ainda é visto como fracasso escolar, 
sobretudo porque está voltado para o mercado de trabalho. Sobre o Ensino Superior, 
o capítulo mostra o percentual de pessoas adultas que saíram da Educação Básica 
(Fundamental e Médio) mas não dão continuidade ao Ensino Superior, por diversos 
fatores: financeiros (falta de recursos ou mesmo ter que dar prioridade ao trabalho), 
ou para assumir obrigações familiares (cuidar dos filhos ainda menores) e essas 
pessoas acabam por voltar ao ensino superior quando estão mais estáveis 
economicamente ou quando seus filhos já estão adultos – ou seja, quando já estão 
em idade avançada, seja por satisfação pessoal ou para se qualificar e entrar no 
mercado de trabalho. Estas pessoas mais velhas estão buscando cada vez o ensino 
superior devido a programas como FIES, UAB, PROUNI que não existia quando estes 
eram mais jovens. Dessa forma, é uma realidade nos bancos acadêmicos ter pessoas 
envelhescentes ou idosas, ainda que em números insignificantes. 
O capítulo 3 “OS CABELOS BRANCOS NA UFRB EM TEMPOS DE 
PANDEMIA” Para explanação desse tema selecionamos alguns pesquisadores entre 
outros que fortaleceram o dialogo nesse trabalho: Oliveira Júnior, (2014). Sathler, 
(2020) Costa (2020), Silva, Marcela ( 2020 e 2021) Tavares (2008) Dourado (2020), 
Salgado, (2007), Grimber, (1998) Renato Veras, (2007): Debert, (1998). Silva, (2008), 
(Faleiros; Rebouças, (2006), entre outros, nos quais apresentamos histórico desta 
instituição como um espaço de formação, e uma política de ensino, pesquisa, 
expansão e interiorização. A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, foi 
fundada oficialmente através da Lei 11.151/2005 e que muito tem contribuído para o 
estado da Bahia e para o Brasil, na formação de profissionais qualificados e atividades 
de ensino, pesquisa e extensão, fruto de lutas sociais, sendo vista como uma grande 
oportunidade de inclusão das pessoas menos favorecidas socialmente. O curso de 
Serviço Social iniciou em 2008 e foi reconhecido pela Portaria 2020 de 2012 e é 
ofertado na cidade de Cachoeira (BA). Tem como objetivo capacitar e formar 
Assistentes Sociais críticos e competentes, capazes de compreender as diversas 
formas que assume a questão social, articulando sua dimensão local e global. 
Atualmente funciona nos turnos, diurno e noturno. O capítulo também mostra ainda 
22 
 
que a pandemia trouxe alguns impactos no Ensino Superior principalmente para 
idosos que são parte do grupo de risco e de todos (jovens e idosos) tiveram que 
continuar seus estudos através de recursos digitais, em um modelo de ensino remoto. 
Além disso, o capítulo vem esclarecendo a importância da troca de conhecimento e 
saberes interageracionais no ensino superior e o preconceito as dificuldades que os 
envelhescentes/idosos ainda sofrem. 
Diversos autores embasaram esta pesquisa bem como documentos oficiais, 
educação do envelhescente/idoso no mundo acadêmico, trazendo vários marcadores 
que envolve a todo ser humano como livros, artigos, revistas, TCC, teses, que foram 
de suma importância para toda a pesquisa. 
Convido a todos a leitura dessa pesquisa, assim como compartilhem com 
outros leitores, haja vista que é um tema instigador que emerge muitas questões 
relacionadas ao envelhecimento e ao ensino superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
CAPÍTULO I – PROCESSO DE ENVELHECIMENTO 
 
O envelhecimento é um fenômeno natural, com início no período da 
fecundação e término com a morte. O processo de envelhecimento é 
entendido como o processo de vida, que contém a fase da velhice, mas não 
se esgota nela. [...] O processo de envelhecimento contém a fase da velhice, 
mas não somente ela, visto que a qualidade de vida e o próprio processo de 
envelhecimento se encontram ligado aos fatores sociais, culturais e 
econômicos. (BRÊTAS, 2006). 
 
 Conforme diversos estudiosos que se debruçam sobre a temática 
envelhecimento populacional entre eles: Oliveira, (2015) Carvalho (2004), Camarano 
(2002), Castiglioni (2012), o Brasil está vivenciando momento de grandes 
modificações demográficas, e que associada a transição epidemiológica e ao 
envelhecimento da população, consequentemente influenciam na condição 
econômica, social e cultural nos anos vindouros. 
 Segundo Camarano (2002), o envelhecimento é um acontecimento que tem 
revelado ao mundo, um grande aumento da população comparado as demais faixas 
etárias. Moreira (2001), define envelhecimento populacional como uma multiplicação 
da população idosa em uma proporção tal que, de maneira comprovada, expande a 
sua parcela referente na totalidade populacional. 
O envelhecimento é um processo natural de todo o ser humano, e apresenta 
as seguintes características: 
 
[...] é universal, por ser natural, não depende da vontade do indivíduo, todo 
ser nasce, desenvolve-se, cresce, envelhece e morre. É irreversível, apesar 
de todo o avanço da medicina [...] nada impede o inexorável fenômeno, nem 
o faz reverter. 
(DUARTE, 2008). 
 
 De acordo Lebrão (2007), durante muitos anos, o Brasil foi conceituado como 
um país de jovens, de repente, reconhece-se com os cabelos brancos. Contudo, o 
país ainda dispõe de uma grande quantidade de crianças em sua população, porém, 
com a diminuição do crescimento da população brasileira, a faixa etária de 0 a 14 anos 
revela constantes quedas. 
 Diante do crescimento populacional, o Brasil vem sinalizando, como indica o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017),um declínio significativo 
da natalidade, o que indica uma decadência no crescimento do contingente 
populacional conforme o gráfico 1: 
24 
 
 
Gráfico 1:Estimativas das taxas de natalidade e mortalidade- Brasil 2010 – 2060-Fonte: IBGE (2017) 
 
 A queda do quantitativo de nascidos vivos concorre pela redução da 
mortalidade, a associação dessas variáveis com a aumento da expectativa de vida 
exacerba o processo de Envelhecimento Populacional. Conforme sinaliza o IBGE, 
(2017). 
 A transformação de hábitos da população o que é chamado de Transição 
Demográfica, diminui o contingente de crianças e aumenta o número dos velhos. 
A Transição Demográfica contribui para o Envelhecimento Populacional e 
estes dois processos são associados à Transição Epidemiológica, que 
consiste na mudança do perfil de mortalidade, que passa de uma situação 
onde as principais causas de mortes são as doenças infecciosas e 
parasitárias, característicasde locais com baixos níveis de desenvolvimento 
econômico e social, para uma nova fase, em que as doenças típicas da 
velhice começam a ocupar uma posição cada vez mais intensa entre as 
enfermidades mais comuns. (OLIVEIRA, 2015, p. 45). 
 
 Segundo Castiglioni (2006), a Transição Demográfica resulta na mudança de 
um cenário de queda e de aumento da população, consequências de grandes 
números de nascimentos e de mortalidade, ainda existe outro ciclo evidenciado pela 
queda, tornando estável ou quando esse aumento é negativo, em que natalidade e 
mortalidade são baixas. 
 As implicações da queda da mortalidade e da fecundidade e os impactos no 
processo de envelhecimento populacional do Brasil, foi percebido no século XX e os 
impactos com o crescimento gradativo das pessoas idosas, Moreira (1998) cita que: 
25 
 
 
A queda da mortalidade brasileira que beneficiou proporcionalmente mais aos 
recém-nascidos, reduzindo-se mais fortemente a mortalidade infantil, 
combinada com níveis de fecundidade ainda por algum tempo relativamente 
elevados, fez com que o envelhecimento da população brasileira, mensurado 
pelo aumento da população idosa – acima de 65 anos – vis-à-vis a população 
jovem – menor de 15 anos – só se tornasse uma realidade social mais 
palpável já nas décadas finais do século XX. (MOREIRA, 1998, p. 2). 
 
 
 Muitas mudanças ao longo dos anos vêm acontecendo em relação a 
fecundidade e mortalidade com grandes veemências não vivenciados em outros 
tempos. 
 Partindo da reflexão de Castiglioni (2012), entende-se que o envelhecimento 
populacional tem uma conexão com os processos de transição demográfica e de 
transição epidemiológica. Desta forma, é o modo de proceder demográfico da 
população, com a conduta das elevações da natalidade e de mortalidade, com essas 
transições interfere três grupos populacional, acontecendo ou o envelhecimento e ou 
ficando mais jovem. 
 Entende-se por transição demográfica, de acordo com Oliveira (2019, p. 70) 
como “mudança do comportamento da população”, que segundo o autor, o Brasil 
passa por grandes transformações demográficas em que após anos de crescimento 
populacional, o país vem registrando quedas de natalidade, diminuindo, dessa forma, 
o contingente populacional. Além da redução do número de nascimentos há também 
a queda de mortalidade, intensificando o processo de envelhecimento populacional. 
Isso influenciará diretamente na qualidade de vida dos idosos, pois, como afirma 
Camarano (2004, p.86): “No futuro, os idosos terão melhores níveis de escolaridade 
e participação ativa na vida social e cultural”, ou seja, os idosos terão uma vida mais 
saudável advindas de políticas públicas centradas na promoção da saúde. Assim 
como, vai impactar na fecundidade compartilhando nos três faixas etárias (a 14 anos, 
15 a 59 anos e 60 anos ou mais). 
 Oliveira (2019, p.71) esclarece que, com as mudanças nos níveis de 
fecundidade e de mortalidade, em que se reduz a quantidade de nascimentos e 
também de mortes, provocando um envelhecimento da população, houve um 
“aumento da participação de idosos na população do Brasil”. Segundo o IBGE (2008), 
o país terá um crescimento populacional positivo até 2039, e o IBGE estima que em 
2050, o grupo dos idosos será maior que o grupo das crianças, transformando o país 
em um dos países mais envelhecidos do mundo. 
26 
 
 O Envelhecimento Brasileiro acompanha ao do mundo quanto ao crescimento 
da população idosa, contudo, o processo de envelhecimento populacional no Brasil é 
mais acelerado, conforme pode ser comparado no gráfico abaixo da Organização das 
Nações Unidas (ONU), que apresenta percentuais de idosos bem acima dos 
percentuais globais, conforme destaca através do gráfico 2: 
 
 
Gráfico 2: População e relativa de idosos de 60 anos e mais, 65 anos e mais e 80 anos e mais: Brasil: 
1950-2100. Fonte: UN/Pop Division: World Population Prospects, 2019 
 
 Segundo os dados utilizados pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação 
Getúlio Vargas (FGV) 2018, da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
Contínua (PNAD Contínua) anual, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), nos últimos anos a população brasileira ganhou 4,8 milhões de 
idosos desde 2012, ultrapassou a marca de 30,2 milhões em 2017. 
 As pessoas com 60 anos ou mais eram de 25,4 milhões em 2012. Os 4,8 
milhões de novos idosos em cinco anos representam a um crescimento de 18% dessa 
faixa etária, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil. As mulheres 
têm uma representatividade nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), 
enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo). 
Em 2020, a população nacional acima dos 60 anos de idade triplicou nos 
últimos 50 anos, passando de 5,8% na década de 70 para 18,8%. 
O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), 
identifica que 10,53% da população brasileira têm 65 anos ou mais. Os dados 
utilizados pela FGV são da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
Contínua (PNAD Contínua) anual, de 2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). 
27 
 
 O aumento no número de pessoas com 65 anos ou mais na população 
brasileira foi de 20% na comparação com os dados de 2012, quando a proporção de 
idosos era de 8,8%. Há mais idosos entre as mulheres e entre amarelos e/ou brancos, 
que também têm uma maior expectativa de vida e uma taxa de fertilidade menor. 
Conforme o gráfico 3: 
 
 
Gráfico 3: Distribuição da população por sexo e grupo de idade / Distribuição da população de acordo 
cor ou raça. Fonte: IBGE – PNAD, 2017. 
 
Conforme os pesquisadores da PNAD em 2017 os idosos são as pessoas de 
referência ou os chefes de família de 19,3% dos domicílios brasileiros. 
Em 1997, quase a metade dos homens idosos trabalhadores exerciam 
atividades rurais. Para as mulheres, os serviços pessoais eram 
predominantes. Hoje, o trabalho por conta própria está aumentando. Entre os 
idosos do grupo de 60-64 anos esta atividade é exercida por cerca de 50% 
dos homens trabalhadores. Com o aumento da idade, cresce o percentual 
dos que exercem esta atividade. Entre o grupo de 75-79 anos, o trabalho por 
conta própria é exercido por mais de 60% dos idosos trabalhadores. 
 (WAJNMAN; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 1999, p. 190). 
 
 Na relação que ocupam com a pessoa de referência da casa, eles são 91,5% 
dos avós, 69% dos sogros ou sogras e 61,2% dos pais ou mães, esse dado indica a 
dificuldade na política de isolamento domiciliar desta parcela da população. Os dados 
indicam também que os domicílios com idosos têm 25,6% menos pessoas do que a 
média nacional. Sinalizando números consideráveis dos idosos e idosas aptos para o 
trabalho e em atividades. 
 De acordo com Coutrim (2004), os idosos que recebem benefícios é um dos 
setores sociais com mais constância, e o aumento de número de casos em que são 
atribuídos a eles o provedor das suas famílias, permanecendo saudável, e com mais 
28 
 
idades. Os de menor poder aquisitivo apela para o trabalho informal, que, mesmo com 
a renda baixa, possibilita outros ganhos como os vínculos de amizades, autoridade 
dentro da própria casa, autonomia de poder de compra e a liberdade. Destacando que 
não será reconhecido como um aposentado, mas como um trabalhador, lhe dando o 
poder e o status de provedor, sendo membro integrante e útil na família, portanto, 
longe da segregação. 
 Barros, Mendonça e Santos (1999) destacam que, embora o salário da 
pessoa decline após os 60 anos, quando ocorre a aposentaria, a pobreza entre esse 
grupo da população diminuiu (50% entre 1983 e 1998), acontecendo uma 
redistribuição intergeracional da renda do idoso. 
 Assim, há possibilidades de perceber que famílias com baixa renda ou que 
estão em situação de vulnerabilidade, atingindo a linha de pobreza que residem com 
seus idosos, dependem diretamente da renda desses idosospara sobreviverem 
 Sobre a renda, a FGV (2018), indica que os idosos correspondem a 17,44% 
dos 5% dos brasileiros mais ricos e 1,67% dos 5% mais pobres. Eles são 15,54% da 
classe AB, 13,07% da classe C, 4,71% na classe D, e 1,4% dos idosos são da classe 
E. Quanto à fonte de renda, os idosos recebem 59,64% das aposentadorias da 
Previdência Social, 40,78% dos Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e apenas 
0,89% do Bolsa Família. 
 Os micros dados utilizados pela FGV são da última da última Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) anual, de 2018, feita 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). também traz dados 
mundiais sobre a proporção da população idosa. O país mais envelhecido em 2020 é 
o Japão, com 28,4% da população idosa, seguido da Itália: 23,3%. Os locais com as 
menores taxas de idosos são o continente africano e o Oriente Médio: Emirados 
Árabes Unidos (1,26%), Catar (1,69%) e Uganda (1,99%). 
 Os dados da Pesquisa FGV social (2018), os territórios mais ricos do mundo 
também apresentam maior proporção de idosos na população. O Brasil está em uma 
categoria intermediária, porém, a proporção de pessoas com 65 anos ou mais varia 
de acordo com a renda. Entre 98 países analisados, o Brasil está em 80º no ranking do 
número de idosos, se considerados os 20% mais pobres, e em 31º do ranking entre 
os 20% mais ricos. 
A população brasileira está em trajetória de colisão com o envelhecimento e, 
até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% 
29 
 
para 25,5%. Ou seja, 1 em cada 4 brasileiros será idoso. É o que aponta projeção 
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2018), e ainda 
assim continua negando esse processo da população. Segundo a pesquisa, a fatia de 
pessoas com mais de 65 anos alcançará 15% da população já em 2034, 
ultrapassando a barreira de 20% em 2046. Em 2010, estava em 7,3%. 
 A pesquisa mostra que em 2039, o número de idosos com mais de 65 anos 
superará o de crianças de até 14 anos, o que acelerará a trajetória de envelhecimento 
da população. Atualmente, a população com até 14 anos representa 21,3% dos 
brasileiros e cairá para 14,7% até 2060, de acordo os dados do IBGE (2018). Já a 
faixa entre 15 e 64 anos, que nos dias atuais, responde por 69,4% da população, cairá 
para 59,8% em 2060. Com isso a população brasileira provavelmente chegará a 233 
milhões em 2047. A partir deste ano, entrará em declínio gradual chegando a 228,3 
milhões em 2060. 
 Antes de 2048, 12 estados (Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas 
Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraná e Rio 
Grande do Norte) deverão ter redução no número de habitantes. Segundo o IBGE, a 
principal característica dessas unidades da Federação é o saldo migratório negativo. 
No limite da projeção em 2060, oito estados (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do 
Sul, Santa Catarina, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre) não terão queda nas suas 
populações. O IBGE explicou que eles apresentam saltos migratórios positivos e/ou 
têm taxas de fecundidade total mais elevadas. A expectativa do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), faz parte da Revisão 2018 da Projeção de População, 
que estima demograficamente os padrões de crescimento da população do país ano 
a ano, por sexo e idade para os próximos 42 anos, como confirma o gráfico 4: 
 
30 
 
 
Gráfico 4: Projeção para população brasileira por proporção de pessoas por grandes faixas etárias, 2018 
Fonte: IBGE, 2018 — Foto: Fernanda Garrafiel/G1 
 
 O órgão acrescentou que o crescimento populacional é determinado pela 
combinação do perfil migratório, incluindo áreas de expulsão ou atração de pessoas; 
com taxas de fecundidade de uma unidade da Federação. Os estados do Piauí e da 
Bahia apresentam quedas importantes de fecundidade nos últimos anos e, segundo 
o instituto, perdem população para outros estados. Não registrando altas quedas de 
fecundidade, atualmente, a situação já foi diferente para o Rio Grande do Sul, que é 
também um estado “emissor”. Na definição do IBGE, as três unidades da Federação 
devem ser os primeiros a apresentar redução de população. 
A taxa de fecundidade também deve continuar caindo no Brasil, segundo o 
IBGE. Atualmente, é de 1,77 filhos para cada mulher. Pela projeção, deverá cair para 
1,66 em 2060. Em 2010, estava em 1,75 e chegou a 1,8 em 2015. 
 A idade média em que as mulheres têm filhos é atualmente de 27,2 anos e, 
segundo o IBGE (2018), chegará a 28,8 anos em 2060.Já a projeção para a 
expectativa de vida do brasileiro ao nascer, atualmente de 72,74 anos para homens e 
31 
 
79,8 anos para mulheres, é alcançar 77,9 anos para homens e 84,23 anos para as 
mulheres em 2060. 
 Prata (1992), descreve o ciclo de transformação do perfil caracterizando os 
motivos da morte como sendo a ocorrência da mortalidade crescente, determinadas 
principalmente por doenças infecciosas com um nível de mortalidade baixa, de modo 
que, as enfermidades consequentes do processo de agravos do organismo e as 
causas externas ocupam o primeiro lugar do ranking das causas de mortalidade. 
 As enfermidades que relacionam ao envelhecimento são atribuídas a grande 
parte das mortes do Brasil. De acordo com Castiglioni (2012), “o grupo de doenças 
ligadas ao envelhecimento já era responsável por 68,4% das mortes no Brasil em 
2010, sendo as doenças do aparelho circulatório as que mais matam no país”. 
 Em relação ao envelhecimento da população baiana, o (IBGE) 2019, informou 
que está acontecendo o crescimento dos idosos e a diminuição de nascimento em 
todo território baiano, assim como no Brasil e no mundo, aponta que de 2010 para cá, 
23,6% da população tinha até 13 anos. Existindo uma queda para 19,1%. Por outro 
lado, o índice dos idosos da Bahia com mais de 60 anos foi de 10,3% para 15,4%. 
 Ademais, a população baiana não tem um crescimento contínuo. Nos últimos 
dez anos, o crescimento anual aconteceu menos a meio por cento: 0,41%. Em 
contrapartida, IBGE (2019), revela um indicador positivo da população na região 
metropolitana da capital. Quatro municípios estão com os melhores índices do estado: 
Camaçari, que cresceu 1,84%; Dias D’Ávila, com 1,76%; Madre de Deus, que 
aumentou 1,72% e Lauro de Freitas com crescimento de 1,71%. 
 Segundo o Técnico do IBGE Gabriel Brandão, existe uma probabilidade que 
em 2035 a população da Bahia já comece a cair e essa queda não tem impacto direto 
na economia. Entretanto, essa queda na economia vai ser a redução de 69% para 
59% da população total, em relação à população em idade ativa. Porém, só em 2060 
a população da Bahia presenciará essa queda, assim como todo território nacional. 
Confirmando que o envelhecimento é um fenômeno que está crescendo em no 
mundo. 
 Em 2019, a população da Bahia era de 14.854 milhões de pessoas. Em 
relação a 2018, quando havia 14,793 milhões de moradores no estado, o número 
cresceu apenas 0,4% (mais 61 mil pessoas em um ano) indicando os dados da 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2019, divulgados 
em maio de 2020 pelo IBGE. 
32 
 
 Segundo o órgão PNADC (2019), a taxa de crescimento populacional no 
estado tem se mantido baixa e estável em torno de 0,4% desde 2012, quando se 
iniciou a série histórica da PNADC para esse indicador, e é quase a metade da taxa 
nacional. Entre 2018 e 2019, a população do Brasil cresceu 0,79%, chegando a 
209,946 milhões no ano passado (1,643 milhão a mais que em 2018). 
 Observando-se a população baiana conforme PNADC (2019), se tratando dos 
grupos etários que refletem as diferentes etapas da vida, percebe-se que, tanto entre 
2018 e 2019 quanto na comparação com 2012, os totais de crianças (0 a 14 anos) e 
adolescentes ou jovens (15 a 24 anos) diminuem. 
 Em 2019, como divulgou o IBGE havia 3,081 milhões de pessoas de 0 a 14 
anos no estado,-2,0% que em 2018 e -12,4% que em 2012. No grupo de idade 
seguinte (15 a 24 anos) estavam 2,272 milhões de adolescentes e jovens, -8,1% que 
em 2018 e -7,5% que em 2012. 
 O número de adultos (25 a 59 anos) aumenta nas duas comparações, 
chegando a 7,237 milhões de pessoas em 2019 (+2,7% que em 2018 e +7,4% que 
em 2012). Mas é o total de idosos (60 anos ou mais) que tem as maiores taxas de 
crescimento. 
 Entre 2018 e 2019, o número de idosos na Bahia cresceu 6,4%, passando de 
2,126 milhões para 2,262 milhões, o que representou mais 136 mil pessoas de 60 
anos ou mais de idade em um ano. Frente a 2012, a taxa de crescimento da população 
idosa no estado chegou a 32,0%, pouco mais de dez vezes a taxa média de 
crescimento da população em geral no período (3,0%). O aumento absoluto dos 
idosos nesse intervalo de sete anos foi de mais 549 mil pessoas de 60 anos ou mais 
de idade na Bahia, o maior dentre todos os grandes grupos etários. 
 Em 2019, os idosos representavam 15,3% da população baiana, frente a 
14,4% em 2018 e 11,9% em 2012. No Brasil, as 32,860 milhões de pessoas de 60 
anos ou mais de idade representavam 15,7% da população nacional, no ano passado. 
O processo de envelhecimento da população é ainda mais intenso na capital do 
estado. 
 Em Salvador, os idosos somavam 489 mil pessoas em 2019, o que significava 
17,0% dos 2,872 milhões de soteropolitanos. Na capital, o número de pessoas de 60 
anos ou mais de idade mostrou um crescimento de 18,1% em apenas um ano (eram 
414 mil em 2018) e de 67,5% na comparação com 2012 (quando eram 292 mil). 
33 
 
 Entretanto, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 
(IBGE) divulgado em 27 de agosto de 2021, estimou a população atual da Bahia em 
14.985.284 habitantes. O número coloca o estado como o quarto com maior 
população do país, atrás de São Paulo (46.649.132), Minas Gerais (21.411.923) e Rio 
de Janeiro (17.463.349), representando um aumento da população da Bahia com os 
dados de 2010,2020 e 2021, apresentando um aumento significativo representado 
pelo gráfico 5: 
 
 
Gráfico 5: POPULAÇÃO BAHIA. Fonte: IBGE (2021) 
 
 Segundo o IBGE (2021), as estimativas da população não são resultado de 
pesquisa, mas elaboradas segundo um cálculo matemático cuja metodologia, 
referendada internacionalmente, utiliza duas fontes: As populações do Brasil e das 
Unidades da Federação obtidas nas Projeções da População mais recentes, 
divulgadas em 2018; e o crescimento populacional de cada município, medido a partir 
das respectivas populações recenseadas nos dois últimos Censos Demográficos, 
realizados em 2000 e 2010. 
 Os efeitos da pandemia da Covid-19 no efetivo populacional não foram 
incorporados nesta projeção, devido à ausência de novos dados de migração, além 
da necessidade de consolidação dos dados de mortalidade e fecundidade, 
fundamentais para se compreender a dinâmica demográfica como um todo, informou 
em nota o IBGE (2021). 
 A estatística reflete o aumento da expectativa de vida entre os brasileiros é de 
76,3 anos, segundo o IBGE, (2019). Com a longevidade, vieram também a inclusão 
digital e mais acesso a novas tecnologias. Muitas instituições de ensino superior têm 
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/08/27/nova-estimativa-da-populacao-nao-incorpora-efeitos-da-pandemia-diz-ibge.ghtml
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/08/27/nova-estimativa-da-populacao-nao-incorpora-efeitos-da-pandemia-diz-ibge.ghtml
34 
 
cursos livres e programas de extensão para os idosos. Ou ainda, incentivam o 
ingresso desse público em cursos regulares de graduação ou pós-graduação. 
 Outra política de incentivo para este público veio da Comissão de Educação 
da Câmara dos Deputados, que aprovou no ano 2019 uma proposta que reserva aos 
idosos entre 5% e 20% das vagas não preenchidas em instituições de ensino superior. 
Há ainda as iniciativas municipais, quando as câmaras criam programas de bolsas de 
estudo viabilizadas por meio de convênios e parcerias com instituições de ensino para 
permitir que os idosos ingressem nas universidades locais. Sobre a posse de bens e 
ativos, os idosos são 13,17% dos que possuem casa própria em terreno próprio, são 
22,47% dos brasileiros sem acesso à internet e 12% dos que têm TV, correspondendo 
a 10,22% dos que têm canais pagos. 
 Diante do crescimento gradativo da população idosa, uma realidade que ora 
vivenciamos na Bahia, no Brasil e no mundo, conforme os dados demográficos, 
estatísticos, assim como, os inúmeros estudos dos pesquisadores citados acima, 
como o Brasil enfrentará essa situação, uma vez que vai impactar em todas as áreas 
da sociedade, inclusive a área educacional. 
 Oferecendo uma melhor qualidade de vida aos idosos, Camarano garante 
que: 
No futuro, os idosos terão melhores níveis de escolaridade e participação 
ativa na vida social e cultural. Tais características podem afetar positivamente 
as condições de saúde e bem-estar dos idosos, apontando para um cenário 
positivo, que dependerá, no entanto, de políticas públicas centradas na 
promoção da saúde desde as primeiras idades (CAMARANO, 2004, p. 86). 
 
 Carvalho (2015), afirma que as políticas públicas proporcionam um 
“envelhecimento ativo” à sociedade, assegurando um envelhecimento saudável, 
possibilitando viver melhor, contribuindo com a sociedade, sentindo-se útil, 
independente e com autonomia para exercer sua cidadania. 
 Sendo assim, é de grande importância que a rede de assistência à saúde no 
Brasil preste serviços de prevenção, educação e assistência com eficácia, com isso, 
podendo contribuir para diminuir as demandas pelos serviços ofertados, sobretudo 
reduzir os custos com tratamentos., proporcionando melhor qualidade de vidas aos 
idosos 
 Conforme Alonso (2010) discorre, o processo de envelhecimento no Brasil é 
heterogêneo e impacta as desigualdades das diversas regiões constatadas em todo 
país. Sobre a contradição econômica, social e cultural do Brasil, Castiglioni (2012), diz 
35 
 
que essa é traduzida em padrões diferenciados do crescimento quando refletirmos os 
processos de transição demográfica, transição epidemiológica e do envelhecimento 
populacional entre as diversas regiões do Brasil. 
 As gerações do futuro serão formadas por um número bem menor de pessoas, 
com índice de fecundidade caindo, os nascidos vivos não vão garantir uma queda, ou 
estabilizar o envelhecimento. Em consequências, a juventude terá poucos espaços e 
os idosos terão um crescimento na totalidade da população. Diante desse cenário, 
surgirá uma moderna realidade demográfica, como nunca vista no Brasil, com muitos 
idosos, que necessitarão de novo olhar. Kalache (1987), classifica algumas 
especificidades do aumento de idosos na população do país: 
 
O envelhecimento da população brasileira é um fato irreversível e que deverá 
se acentuar no futuro próximo imediato. O impacto desta nova ordem 
demográfica é imenso, sobretudo, quando se observa que os fatores 
associados ao subdesenvolvimento continuarão se manifestando por um 
tempo difícil de ser definido. (KALACHE et.al, 1987, p. 219). 
 
Diante dessa realidade, o Brasil exibirá crescimento elevação do grupo dos 
mais idosos, constituídos por pessoas a partir dos 80 anos. O país irá envelhecer, e 
diminuirá o grupo da faixa etária das crianças, elevando o grupo dos idosos, com o 
aumento da expectativa de vida. “Nas próximas décadas, o declínio da mortalidade 
no Brasil, se concentrará, provavelmente, nas idades mais avançadas. Esse sim terá 
como efeito uma aceleração do processo de envelhecimento”. (CARVALHO, WONG, 
2006, p. 8). 
De acordo com a ONU, foi divulgado em 17 de junho de 2019, que o processo 
de envelhecimento populacional no Brasil é grande. A população brasileira em 1950 
tinha um total de 54 milhões de habitantes em 1950 e passou para 213 milhões em 
2020 e pode chegar 229 milhões em 2050 e em seguida ir reduzindo para 181milhões 
de habitantes em 2100. O número de brasileiros idosos de 60 anos e mais era de 2,6 
milhões em 1950, aumentou para 29,9 milhões em 2020 e existe uma expectativa de 
alcançar 72,4 milhões em 2100. O crescimento absoluto foi de 3,3 vezes em 150 anos 
(menor do que os 4,3 vezes do crescimento da população mundial. Assim, aponta 
abaixo a Tabela 6: 
 
36 
 
 
TABELA 1: População e relativa de idosos de 60 anos e mais, 65 anos e mais e 80 anos e mais: Brasil: 
1950-2100 (em mil). Fonte: UN/Pop Division: World Population Prospects, 2019 
 
 Nessa perspectiva, o Brasil com a taxa de natalidade em queda e o aumento 
de um grande número de pessoas velhas com 60 anos ou mais, vem impactando 
mudanças individuais, coletivas, nas famílias e na sociedade necessitando de políticas 
sociais, educacionais que garantam a esse grupo populacional direitos para viver com 
dignidade como: saúde, educação, esporte, lazer, cultural, trabalho possibilitando 
viver com dignidade, autonomia, bem estar, sentindo sujeito útil e produtivo a 
sociedade dentro das suas condições físicas e mentais. 
Como bem adverte Ramos (2014, p.21): “os velhos não são apenas uma 
questão numérica, mas especialmente uma questão social, motivo pelo qual o 
envelhecimento populacional precisa ser analisado com muita cautela”, assim como 
destaca Silva(2011) “a preocupação em melhor entender o processo de 
envelhecimento, bem como de otimizar a qualidade de vida dos idosos é cada dia 
mais frequente e investigada em caráter multidisciplinar”, como o Brasil enfrentará 
essa situação, uma vez que vai impactar em todas as áreas da sociedade, inclusive a 
área educacional? 
 
1.1 Envelhecer é um atributo a vida ou um fardo social? 
 
 Alves (2020) esclarece que o envelhecimento é uma realidade no Brasil, 
fenômeno que tem sido temática fomentada entre os estudiosos nos últimos anos em 
virtude do crescimento população nessa faixa etária e algumas inquisições que 
envolvem a dimensão humana. Segundo dados da Rede Interagencial de Informação 
para a Saúde (RIPSA), são classificadas como idosas as pessoas de 65 e mais anos 
e com habilidades para produzir as de 15 a 64 anos. Porém, para ser coerente com 
37 
 
os outros indicadores e para atender à Política Nacional do Idoso (Lei nº. 8842, de 4 
de janeiro de 1994), utiliza-se o parâmetro de 60 e mais anos para a população idosa 
e de 15 a 59 anos para a população potencialmente produtiva. 
 De acordo Mucida (2006, p. 14), na atualidade o incômodo cultural é 
“envelhecer em um mundo permeado pelo imperativo do novo”, onde o corpo idoso é 
a contradição ao protótipo corporal da capacidade. “Há a desvalorização do saber dos 
mais velhos em favor do novo, da beleza e da juventude.” (MUCIDA, 2006, p. 80). A 
experiência e os saberes, provavelmente oriundos da vivência no cotidiano, uma vez 
sinalizada como identidade da velhice, nos últimos anos não tem mais importância, 
pois a até mesmo a forma de envelhecer, é determinada por métodos estruturados e 
estabelecidos que devem ser utilizados por aqueles que alcançam esse período da 
vida. Magnani (2001, p. 18) também ressalta que o corpo quando envelhece é 
percebido como inconveniente, um incômodo social e compreender essa perspectiva 
social só é permitido através do conhecimento, da sociedade e da cultura: “o corpo 
não é apenas um suporte de símbolos, mas ele próprio é uma construção social e só 
se torna inteligível no imaginário e quadro conceitual de cada cultura em partícula.” 
 A velhice na reflexão de (Debert, 1999) é considerada a vida caracterizada 
pela declínio físico e afastamentos de atribuições sociais a partir da segunda metade 
do século XIX. O aumento da idade ocorreria a continuidade de perdas e de 
dependência, que seria associado como incapacidade aos idosos, responsabilizando 
por muitos conceitos negativos associados à velhice. 
 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística- IBGE (2019), a 
população brasileira em 2012 ganhou 4,8 milhões de idosos e em 2017 ultrapassou a 
marca de 30,2 milhões. Alves (2020) afirma que a população brasileira era de 213 
milhões em 2020 e com expectativa de passar para 229 milhões em 2050 e o número 
de brasileiros idosos de 60 anos e mais era de 2,6 milhões em 1950, passou para 29,9 
milhões em 2020 e deve alcançar 40 milhões em 2050. 
 Com a confirmação do IBGE, é visível que a sociedade brasileira está 
envelhecendo e pesquisar os múltiplos aspectos do envelhecimento, suas 
especificidades são imprescindíveis considerando que o Brasil enfrentará grandes 
desafios pela frente, sobretudo por ser um país com pessoas com idade mais jovens. 
 Conforme Barros e Branco (2017, p.1), com o processo de envelhecimento, 
aumenta-se as complexidades em que são envolvidos os fenômenos da natureza que 
podem atingir as condições de saúde, socioeconômicas, educacionais e culturais das 
38 
 
pessoas de cada território. Barros e Branco (2017, p.1) continua afirmando que “(...) o 
processo de envelhecimento é uma das poucas coisas que unificam e definem todos. 
Estamos todos envelhecendo e isso é um fato a ser comemorado.” 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) em1978 relatou que a saúde é 
conceituada como “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
simplesmente como a ausência de doenças ou enfermidades”. Assim entende-se que 
ter uma vida saudável interfere positivamente no envelhecimento. O envelhecimento 
ativo segundo OMS (2005) “é o processo de otimização das oportunidades de saúde, 
participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida 
que as pessoas ficam mais velhas”. 
 A velhice na reflexão de Debert (1999) é considerada a vida caracterizada 
pelo declínio físico e afastamentos de atribuições sociais a partir da segunda metade 
do século XIX. O aumento da idade ocorreria a continuidade de perdas e de 
dependência, que seria associado como incapacidade aos idosos, responsabilizando 
por muitos conceitos negativos associados à velhice. 
 Quando se fala em idoso, de acordo com Veras e Oliveira (2018, p.1931), a 
perspectiva que prevalecia no Brasil, no início do século XX, era a de afastamento das 
pessoas idosas, promovendo a prática de internações em asilos, que proliferaram 
nessa época, na expectativa de camuflar as questões sociais, políticas e econômicas. 
 Quando se trata da imagem do idoso, ou imagem da velhice assim como é 
conhecida, o que é propaganda é uma imagem muito relacionada a aspectos 
negativos, de doente, tristezas, perdas físicas, visão de coisas feias e assustadoras, 
de algo que é ruim, além da preocupação com a aparência (do envelhecer). 
O padrão da estética e da beleza baseado somente na ótica do jovem e com 
a contribuição global da mídia que condena o envelhecimento, exalta a 
juventude e negligencia a longevidade. O homem repete suas ações 
ancestrais que não percebiam sua finitude. 
(LOPES; ARANTES e LOPES, 2007, p. 50). 
 
 Esta visão, entende-se que se deva à excessiva preocupação que se tem 
atualmente com a aparência e com a questão midiática da pessoa ter que ser jovem, 
magra, seguir um padrão de beleza sendo associada à juventude. 
 
 
 
 
39 
 
1.2. A Complexidade em Conceituar Envelhecimento 
 Ferreira et.al (2010, p.357) enfatizam que estudos científicos apontam muitas 
definições sobre a evolução humano no que diz respeito a envelhecimento. Estes 
conceitos são refletidos através de diferentes particularidades que movimentam o 
campo biológico, social, psicológico e cultural, por isso: 
(...) não é possível encontrar uma definição de envelhecimento que envolva 
os complicados caminhos que levam o indivíduo a envelhecer e como este 
processo é vivenciado e representado pelos próprios idosos e pela sociedade 
em geral. (FERREIRA et.al, 2010, p.357) 
 
 Entretanto, existem possibilidades de averiguar como se dá o processo de 
envelhecimento em diferentes aspectos dasociedade. Por exemplo, Ferreira et.al 
(2010, p. 358), afirma que nos tempos atuais, estudos mostram que a ideia de idoso 
se associa a aspectos negativos relacionando à ideia de pessoa necessitada, 
dependentes, frágil e caducos. Já Dawalibi (2013, p.394), afirma que “o 
envelhecimento pode ser definido como um processo sociovital multifacetado ao longo 
de todo o curso da vida”. “A velhice denota o estado de “ser velho”, condição que 
resulta do processo de envelhecimento que gerações vivenciaram e vivenciam dentro 
de contextos sociais, políticos e individuais diversos.” (LIMA et al., 2008; NERI, 2006). 
 Envelhescente, de acordo com Silva, Silva e Freitas (2020, p.50) “(...) vem 
sendo empregado em trabalhos acadêmicos (...)”, é semelhante com a adolescência, 
se refere a um planejamento para a velhice, assim como a adolescência é uma 
preparação para a idade adulta. 
 Para Chaves (2006, p.189, apud SILVA, SILVA e FREITAS, 2020, p.50 ) “a 
envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim como 
a adolescência é uma preparação para a maturidade”, porém, essa palavra, muito 
utilizada no campo acadêmico, ainda não existe um significado no dicionário, levando 
em consideração ao processo de envelhecimento, portanto, quando se citar essa 
palavra envelhescente, é a fase que vem antes da velhice que corresponde, de acordo 
com o Estatuto do Idoso, artigo 1º (BRASIL, 2013, p.07) pessoas com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos de idade. 
 Estabelecer a idade inicial da velhice na sua multiplicidade é uma tarefa árdua 
porque dá generalização ao se tratar à velhice, como também existem várias 
circunstâncias para conceituar o início da uma idade de idosos e velhices, pois a idade 
é uma informação pré-determinante, entretanto, está associado as características da 
pessoa. Essas situações são contraditórias entre vários profissionais e pesquisadores. 
40 
 
Entre tantas formas de definir velhice uma delas é recomendada pela Organização 
Mundial da Saúde, que é baseada na idade cronológica, na qual a definição de idoso 
inicia aos 65 anos nos países desenvolvidos e aos 60 anos nos países em 
desenvolvimento. 
 No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (2003), “as pessoas com idade 
igual ou superior a 60 anos são reconhecidas como idosas”. Entretanto, alguns direitos 
como a gratuidade no transporte coletivo público urbano e semi-urbano só é 
concedida aos maiores de 65 anos. Atualmente, muitos pesquisadores, inclusive 
Papalia, Olds & Feldman, que se debruçam estudar envelhecimento citam-se três 
grupos de pessoas mais velhas: os idosos jovens, os idosos velhos e os idosos mais 
velhos. 
O termo idoso jovens geralmente se refere a pessoas de 65 a 74 anos, que 
costumam estar ativas, cheias de vida e vigorosas. Os idosos velhos, de 75 
a 84 anos, e os idosos mais velhos, de 85 anos ou mais, são aqueles que têm 
maior tendência para a fraqueza e para a enfermidade, e podem ter 
dificuldade para desempenhar algumas atividades da vida diária. 
(PAPALIA, OLDS & FELDMAN, 2006, (p.586). 
 
 Na reflexão de Bee (1997) esta categorização é bastante usada, muitas 
pesquisas apontam que o envelhecimento é uma experiência heterogênea, vivida 
individual. Algumas pessoas, aos 60 anos, já apresentam alguma incapacidade; 
outras estão cheias de vida e energia aos 85 anos. 
 Para Derbet (1999, apud DARDENGO e MAFRA, 2018, p.09) “A velhice foi 
caracterizada a partir da segunda metade do século XIX como uma etapa da vida 
assinalada pela decadência e pela ausência de papéis sociais”. Dardengo e Mafra 
(2018, p.09) também apontam que “O envelhecimento foi inicialmente observado 
através de estudos biológicos e fisiológicos, sendo associado à deterioração do 
corpo”. 
Para os autores citados, na contemporaneidade, mesmo após alguns estudos, 
o envelhecimento ainda é compreendido e associado a doença, fragilidade e perdas, 
relacionado como um problema médico, está associado degeneração do corpo, ao 
definhamento, a um ser inútil, prestes a morrer. "Na base da rejeição ou da exaltação 
acrítica da velhice, existe uma forte associação entre esse evento do ciclo vital com a 
morte, a doença, o afastamento e a dependência" (Neri & Freire, 2000, p. 8). Conforme 
as autoras, os estigmas correlacionados à velhice vêm de um processo histórico, 
mesmo com tantos mecanismos usados para prevenção, com o intuito de postergar, 
41 
 
ou evitá-la, a velhice é vista com muito temor e encarada com uma fase vista como 
ruim, odiada. 
 Segundo Uchôa, (2003), pesquisas apontam que a velhice pode ser 
vivenciada como algo singular de cada pessoa, analisada como uma prática positiva 
ou negativa, de acordo a narrativa de vida da pessoa e da reprodução de velhice que 
está arraigado na sociedade em que vive. Sobretudo, podendo compreender que não 
é importante a idade da pessoa, mas sim, experiência vivida e o tratamento que ela 
recebe da sociedade sendo uma pessoa velha. 
Estudos realizados em sociedades não ocidentais apresentam imagens 
positivas da velhice e do envelhecimento, ensinando que a representação de 
velhice enraizada nas ideias de deterioração e perda não é universal. À 
medida que o envelhecimento é documentado em outros povos, constata-se 
que ele é um fenômeno profundamente influenciado pela cultura. 
(UCHÔA, 2003). 
 
 Para Jones (2006), importa ressaltar que os conceitos de velhice é fruto de 
uma construção histórica com valores e princípios contraditórios enraizados de uma 
determinada sociedade com múltiplos problemas. No mesmo momento que incentiva 
a prolongação da vida, a sociedade exclui os velhos da sociedade, considerando sem 
valor e sem capacidade. Na sociedade capitalista, só tem valor o que é o novo, 
produtivo visando a produção e o capital. 
 Nesse contexto, o velho perde seu valor, sua importância, é descartado, 
considerado inútil para o mercado e a sociedade. Compreende-se melhor essa lógica 
com o pensamento de Pacheco (2005, p. 65), “O ser humano envelhecido é nos 
apresentados, pela ideologia dominante, como o aparelho ultrapassado. Fala, mas 
ninguém quer!” Quando exemplifica com os aparelhos de celulares: É transformado 
várias vezes no ano. Modificam os projetos, aplicativos e funções, são planejados para 
que as pessoas despertem interesses pela aparência, pelo status, para que os jovens 
sejam vistos como bem-sucedidos. É semelhante o medo que se tem de envelhecer 
para não ser excluído, descartado, inferiorizado é o mesmo sentimento de usar um 
celular antigo de muitos anos. Para o autor Pacheco (2003, p. 65), o status que 
inferioriza o velho estão relacionado a esse movimento contemporâneo da exaltação 
da juventude, como bela, que tem vigor, valor, é independente e tem força para 
exercer atividades laborais produtivas e reprodutivas, inerente do sistema capitalista. 
Nessa condição, o próprio velho também assimila e reproduz esses valores negativos 
que lhe são atribuídos, contudo não é uma exclusividade. 
42 
 
 Para Jones (2006), o significado social relacionado às pessoas mais velhas é 
amplamente negativo, embora não seja exclusivamente assim. “Os estereótipos 
negativos são atribuídos pelos próprios idosos, que não se reconhecem como tal e 
falam da categoria "velho" como se não fizessem parte da mesma”. 
As pessoas querem ter vida longa, porém não querem ficar velha. Desse modo: 
A velhice é uma construção social, uma produção histórica, assim como os 
demais tempos da vida, e como tal, seu significado é diferente em cada 
sociedade e em cada tempo histórico. Em nossa sociedade – ocidental, 
moderna – vivemos o paradoxo de aspirar uma vida mais longa ao mesmo 
tempo em que recusamos as marcas do envelhecimento e da velhice, suas 
fraquezas. Essa questão está presente não apenas no momento atual, mas 
em toda a história da velhice, não importando o momento histórico em que 
ela foi abordada (BOIS, 1994; ORDA, 1995, apud ALVES JÚNIOR,

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