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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS DISCIPLINA DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA PROFª ALANA LISLEA DE SOUZA Roteiros Práticos – Anatomia topográfica (comparativo entre as espécies domésticas) ISADORA VIANA PEREIRA SÃO LUÍ-MA 2021 2 SUMÁRIO 1. Roteiro Prático – Parede Lateral Esquerda do Tórax ................................................ 3 ATIVIDADE PRÁTICA ...................................................................................... 4 2. Projeção Topográfica das Vísceras dos Ruminantes ................................................. 7 ATIVIDADE ........................................................................................................ 7 3. Projeção Topográfica das Vísceras do Equino ........................................................ 14 ATIVIDADE ...................................................................................................... 14 4. Roteiro Prático – Parede Ventrolateral (direita ou esquerda) do Abdome .............. 19 ATIVIDADE PRÁTICA .................................................................................... 20 5. Roteiro Prático – Membro Torácico ........................................................................ 22 ATIVIDADE PRÁTICA .................................................................................... 24 6. Roteiro Prático – Membro Pélvico .......................................................................... 29 ATIVIDADE PRÁTICA .................................................................................... 30 7. Roteiro Prático – Região inguino-escrotal .............................................................. 34 ATIVIDADE PRÁTICA – CASTRAÇÃO DE BOVINO ................................. 35 3 Disciplina de Anatomia Topográfica Discente: Isadora Viana Pereira Roteiro Prático – Parede Lateral Esquerda do Tórax (comparativo entre as espécies domésticas) 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação para a observação e percepção das costelas e dos espaços intercostais (confira, veja que há diferença entre as espécies, observe os esqueletos de cão, bovino e equino). Afaste o braço (membro torácico) e observe o linfonodo axilar (possível de palpação no cão e gato). As paredes laterais do tórax permitem o exame clínico de auscultação de órgãos como o coração e pulmão (frequência cardíaca e respiratória) e percussão da cavidade e do pulmão, além de órgãos abdominais projetados intra-toracicamente, à direita o fígado e à esquerda estômago (retículo e parte do rúmen nos bovinos) e baço os quais estão protegidos. Nela é possível a aplicação de medicamentos pela via subcutânea (principalmente vacinas), forma de absorção lenta, mas cuidado com a formação de abscesso. Estas paredes podem ser acometidas por diversos processos patológicos de ordem geral como inflamatórios, traumáticos, feridas dilacerantes e fraturas de costelas. Importa considerar a frequência de obstruções em esôfagos (segmento torácico), motivadas por corpo estranho, ou por nódulos parasitários (a exemplo Spirocerca lupi) ou tumorais, além de patologias da traqueia e brônquios, ou ainda a presença de líquidos no interior da cavidade, ocasionando hemotórax (sangue), hidrotórax (líquidos) ou ar (pneumotórax). Lembramos ainda, processos patológicos em órgãos contidos na cavidade como o coração, pulmão e aorta, assim como a possibilidade de hérnias diafragmáticas ou esofágicas, valendo o acesso cirúrgico através das paredes laterais do tórax. Ressalta- se a necessidade de drenagem de líquidos da cavidade torácica por meio da toracocentese, havendo a necessidade de introdução via cateter. Cuidado com a pressão interna da cavidade na manutenção e estabilidade funcional do pulmão. 2. Procedimento de Dissecção (lateral esquerda) • Incisão e rebatimento da pele; • Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), com exposição do músculo cutâneo do tronco; • Dissecção com exposição do músculo trapézio e grande dorsal; • Secção do músculo grande dorsal para exposição das costelas, e dos espaços intercostais preenchidos pelos músculos intercostais externo e interno. Observe ainda, os músculos: escaleno, reto do tórax, serrátil ventral e o oblíquo abdominal externo; • Seccione a margem caudal da costela para exposição do plexo vasculo-nervoso (artéria, veia e nervo intercostal), observe a origem dos vasos; • Seccione os músculos intercostais para exposição da fáscia endotoracica, a qual fixa a pleura parietal; • Acesse o interior da cavidade torácica e observe o revestimento interno (pleura parietal e visceral), a topografia dos órgãos internos do pulmão, traqueia, esôfago, coração e grandes vasos (aorta). 4 ATIVIDADE PRÁTICA 1. Observe a imagem e indique as estruturas de limites do tórax. O tórax (representado em rosa) envolve a cavidade torácica, que é acessível cranialmente através da abertura cranial ou do recesso entre as primeiras costelas. Consiste no segmento cranial do tronco e a continuação caudal do pescoço. Encontram- se o esôfago, a traqueia, as veias jugulares, os linfonodos, o nervo vago, o coração, os pulmões, etc. O diafragma (representado em verde) forma um arco cranialmente invadindo a cavidade torácica, separando-a da cavidade abdominal. A cavidade torácica divide-se em duas cavidades pleurais e, entre elas, encontra-se o mediatisno, onde estão os órgãos e tratos da região. Além de apresentar uma abertura cranial e caudal, divide-se em algumas importantes regiões: costal, pré-esternal, esternal e costal. 2. Observe a imagem e identifique os músculos superficiais do tórax. a b c Parede óssea do tórax a – vértebras torácicas (13) b – costelas (13 pares) c – esterno (manúbrio, cartilagem xifóide) A - M. omotransversso B - M. trapézio (parte cervical) C - M. grande dorsal do tórax D - M. peitoral profundo 5 3. Observe a imagem radiográfica e indique as estruturas relacionadas a silhueta cardíaca, traqueia, parênquima pulmonar, indicando os lobos, brônquios e linha diafragmática. 4. Nesta imagem acompanhe o trajeto da traqueia e compare com a imagem anterior. Há diferença? Lobo cranial esquerdo (parte cranial) Parênquima pulmonar Linha diafragmática Parênquima pulmonar Diafragma Lobo cranial esquerdo (parte caudal) Lobo caudal esquerdo 6 Em ambas imagens acima, o trajeto da traqueia de roxo, sendo possível perceber uma diferença. Na primeira imagem, tem-se uma traqueia saudável, sem alterações ou obstruções em seu desenvolvimento. Já na segunda imagem, observa-se uma diminuição no diâmetro da traqueia, podendo ser algum tipo de afecção, como por exemplo o colapso traqueal, que provoca dificuldades respiratórias. 5. Observe a imagem (nome da estrutura?) e identifique as estruturas anatômicas (3, 5, 6, 8 e 10). Link para o vídeo da aula prática da parede do tórax. https://www.youtube.com/watch?v=zjt3P0smopw Diafragma 3 – parte costal 5 – tendão central 6 – aorta 8 – esôfago 10 – veia cava caudal https://www.youtube.com/watch?v=zjt3P0smopw 7 Disciplina de anatomia topográfica Discente: Isadora Viana Pereira PROJEÇÃO TOPOGRÁFICA DE VISCERAS DOS RUMINANTES ATIVIDADE Todas as imagens e links são de domínio público do google. Links. Assista aos vídeos. http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=15421 https://www.youtube.com/watch?v=KgQ2212LTDw 1. Através das imagens observe as estruturas e indique função. Estabelecendo diferençascom o monogástrico herbívoro. A - Segmentos dos estômagos de poligástricos. Vista Externa. • Esôfago – conduz alimento da faringe ao estômago, constituído de partes cervical, torácica e abdominal. Em ruminantes e equinos, o lúmen estreita-se na cavidade torácica e no hiato esofágico, podendo provocar engasgos nesses segmentos. Já em carnívoros, o esôfago apresenta dilatação ou tendência a megaesôfago antes do alimento entrar no abdômen. • Duodeno – parte proximal do intestino delgado, que se prolonga desde a parte pilórica do estômago até o jejuno e se divide em parte cranial, flexura cranial do duodeno e parte descendente. Apresentam-se mais curto nos equinos, nos ruminantes e nos suínos, enquanto que nos carnívoros é mais longo. • Rúmen – reservatório e câmara fermentativa. • Retículo – regurgitação na ruminação; eructação. • Omaso – absorção de nutrientes, compressão e trituração de alimentos. • Abomaso – digestão enzimática. http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=15421 https://www.youtube.com/watch?v=KgQ2212LTDw 8 Somente ruminantes possuem o estômago composto pelos quatro compartimentos gástricos apresentados (rúmen, retículo, omaso e abomaso), por onde o alimento passa sucessivamente. Sendo que os três primeiros são conhecidos como pré-estômagos (proventrículos), os quais são desenvolvidos para lidar com os carboidratos complexos que constituem a dieta normal dos ruminantes, e apenas o último compartimento é comparável em estrutura e função ao estômago simples da maioria das espécies. B - Mucosa dos seguimentos dos estômagos de poligástricos. O Sulco Reticular é delimitado lateralmente pelos lábios direito e esquerdo. O sulco vai desde a cárdia do rúmem até o óstio reticulomasal, sendo responsável pelo reflexo de fechamento da goteira esofágica no animal em amamentação, direcionando o leite diretamente para o sulco do omaso e, então, para o abomaso, onde ocorrerá a digestão proteica desta substância. Nos animais adultos essa goteira se encontra aberta, permitindo a passagem do alimento por todos os compartimentos do estômago. Por fazer parte do retículo, um dos compartimentos exclusivos dos animais poligástricos, por isso animais com estômagos unicavitários, tanto simples (cães, gatos) como composto (equino, suíno) não apresentam o sulco reticular ou goteira esofágica. Nesse caso, o alimento ingerido é conduzido pelo esôfago diretamente para o estômago, onde ele é quebrado através da digestão enzimática, com a liberação do suco gástrico. 2. Com base na figura descreva: - Topografia do estômago e intestino dos ruminantes. - Processo de ruminação indicando os pontos anatômicos. - Região do flanco – indique seus pontos anatômicos. 9 Esôfago Rúmen retículo Abomaso Intestino Omaso Duodeno 10 Topografia do estômago e intestino dos ruminantes ESTÔMAGO É pluvicavitário, composto por 4 compartimentos: rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os três primeiros apresentam uma mucosa aglandular, sendo também chamados de proventrículos; e o abomaso é o estômago glandular ou verdadeiro. Além de ser também caracterizado por seu complexo desenvolvimento, sendo que no bovino adulto preenche Esôfago Abomaso Omaso Intestino Rúmen 11 a metade esquerda da cavidade e ocupa uma parte substancial da direita, medindo cerca de 60 L. O rúmen situa-se na metade esquerda do abdome, o retículo na parte cranial e o omaso, na metade direita. Rúmen é a maior parte do proventrículo, tomando a maior porção da cavidade abdominal. Ele é descrito como um saco imenso, que vai do diafragma até a entrada da cavidade pélvica e apresenta uma face parietal e outra visceral. Está dividido em dois sacos: um dorsal e outro ventral através dos sulcos longitudinais (direito e esquerdo), sulco cranial e sulco caudal. A sua mucosa apresenta-se de cor marrom escuro e com numerosas papilas grandes e cônicas. O esôfago chega à junção entre o rúmen e o retículo, em um orifício chamado cárdia. Internamente esses sulcos correspondem a pilares que recebem os mesmos nomes dos sulcos, onde é observado também a ligação ruminorreticular. Retículo é o segundo compartimento do proventrículo e o menor. Possui formato arredondado, situa-se entre o diafragma e o rúmen. Apresenta um sulco chamado reticular que vai da cárdia até o óstio retículoomasal, sendo essa a primeira parte da goteira esofágica ou sulco gástrico. Omaso é um órgão esférico preenchido por lâminas musculares que se alojam em folhas. Nos pequenos ruminantes é menor que o retículo. Relaciona-se: craniodorsalmente com o fígado, ventralmente com o retículo e abomaso e caudalmente com o jejuno. A mucosa é coberta por papilas curtas rombas que trituram as fibras antes que passem para dentro do abomaso. Internamente apresenta pregas longitudinais de tamanhos variados e um sulco omasal, que se estende do orifício reticuloomasal (onde o alimento entra) até o orifício omasoabomasal, compondo a segunda parte da goteira esofágica ou sulco gástrico. A) Recém-nascido B) Bovino de 5 anos de idade C) Vaca de seis anos em gestação avançada 12 Abomaso é comparado com o estômago dos demais mamíferos domésticos. Tem forma de um saco delgado, e está situado no assoalho da cavidade abdominal. Apresenta uma mucosa glandular lisa e aveludada apresentando pregas no sentido longitudinal (pregas espirais) e glândulas cárdicas, fúndicas e pilóricas. Apresenta o óstio omasoabomasal e o piloro, que demarca a junção do estômago com o duodeno (primeira porção do intestino delgado). INTESTINO É a parte caudal do canal alimentar, que se inicia no piloro e prossegue até o ânus. Divide- se em intestino delgado do piloro até o ceco e intestino grosso do ceco até o ânus. Tem capacidade relativamente pequena em bovinos, sendo relacionado com a eficiência gástrica. Intestino delgado • Duodeno: primeiro seguimento que sai do estômago. É fixo á parede dorsal da cavidade abdominal pelo mesoduodeno, como o segmento anterior do mesentério dorsal. É curto no ruminante; • Jejuno: porção mais cumprida. As pregas do jejuno situam-se no mesentério dorsal (mesojejuno), permitindo sua ampla movimentação no interior da cavidade abdominal. Nos ruminantes, o jejuno ocupa o lado direito, agindo em conjunto com o cólon ascendente no recesso supra-omental, sobre a porção profunda do omento maior; • Íleo: curto segmento em que a prega ileocecal é fixa na margem antimesentérica. O íleo termina na papila ileal, a qual determina o limite entre o ceco e o cólon ascedente. Intestino grosso • Ceco: nos ruminantes, é limitado pela desembocadura do íleo, apresentando uma extremidade cega. Possui tamanho relativamente pequeno e situa-se à direita do plano mediano; • Cólon: sua parte inicial eleva-se à direita, como cólon ascendente que continua transversalmente com o cólon transverso e, por fim, no segmento terminal, ou cólon descedente. Nos ruminantes, o cólon ascendente está disposto em uma forma típica de espiral. Desde o início do ceco, emerge a alça proximal do cólon em forma de S, com a primeira flexura cranialmente e, a segunda, caudalmente. Além de apresentar giros centrípetos e o mesmo número de giros centrífugos; • Reto: continuação do cólon descendente na cavidade pélvica. Está fixado no espaço retroperitoneal preenchido por tecido conjuntivo e adiposo. 13 Processo de ruminação Região do flanco • A parte dorsal do flanco é côncava, formando a fossa a paralombar ao lado do lombo, enquanto que a parte convexa ventral se funde com o assoalho. • O flanco consiste em uma tripla camada de músculos achatados (m. oblíquo externo, m. oblíquo intern)o, que se originam das costelas, processos transversos lombarese ílio. • O conhecimento da topografia e da distribuição dos nervos do flanco é de importância prática na obtenção de anestesia local (ramos dorsais e ventrais). • Presença de linfonodos subilíacos nas pregas do flanco • O rúmen pode alcançar o flanco ventral esquerdo, na sua entrada pélvica, especialmente caudal e ventralmente. Além de ter contato direto do saco dorsal com a parte dorsal do flanco esquerdo, facilitando a ausculta e a palpação. • Quando se abre o flanco direito é possível observar o duodeno descendente. • Ingestão de partículas de alimentos “grandes” • 1° deglutição com pouca mastigação • Alimento sofre fermentação no rúmen INGESTÃO REGURGITAÇÃO • 2° mastigação e salivação • Alimento retorna para o estômago e vai para o omaso • Para ser mastigados e novamente deglutidos para seguirem o processo de degradação e absorção dos nutrientes, no abomaso 2° DEGLUTIÇÃO • Alimento se compacta no retículo próximo ao cárdia • Inspiração (pressão negativa do tórax), dilatação do esôfago • Alimento retorna à cavidade bucal com peristalse inversa do esôfago Divisão do corpo do bovino 1) cauda, garupa 2) membro pélvico 3) flanco 4) costela 5) membro torácico 6) região cervical 7) cabeça 14 Disciplina de anatomia topográfica Discente: Isadora Viana Pereira PROJEÇÃO TOPOGRÁFICA DAS VISCERAS DO EQUINO. ATIVIDADE 1. Estabeleça diferenças anatômicas entre a digestão microbiana do equino e bovino, uma vez que se trata de espécies herbívoras, porém com diferenças dos compartimentos gástricos. Os equinos apresentam aparelho digestivo unicavitário composto, possuindo uma área de mucosa glandular, e outra revestida por uma mucosa aglandular. Possui um trato gastrointestinal com grande capacidade, associado a um abdome grande, mas a extensão do abdome não aparece de imediato porque boa parte está encoberta pela caixa torácica. Esses animais presentam, no tubo digestivo, segmentos ampliados que são importantes para a decomposição da celulose pelas bactérias ali alojadas. Porém os cavalos não são ruminantes, pois não são capazes de regurgita, como os bovinos. Esse último apresenta estômago pluvicavitário que abriga 4 câmaras diferentes (rúmen, retículo, omaso, abomaso) e com funções específicas para cada etapa da alimentação, ajudando na digestão enzimática e mecânica. Tendo, então o processo de ruminação, o qual consiste em partículas de alimentos “grandes” (com pouca mastigação) voltam a cavidade bucal, por meio da regurgitação, para serem mastigadas e novamente deglutidas, permitindo o processo de degradação e absorção de nutriente. 2. Observe a figura e indique as estruturas anatômicas assinaladas pelos círculos (Figura A e B). Acrescente função. Figura A 1) Esôfago: conduz alimento da faringe ao estômago; 8) Borda pregada (margo plicatus): une a mucosa aglandular com a glandular; 9) Fundo (saco cego): parte pré-pilórica, compreende a região do fundo. Secreta muco e suco gástrico; 14) Corpo: parte pilórica e maior região da víscera, se estende por cima da linha mediana até se unir ao duodeno. Secreta muco e suco gástrico. 15 Figura B 8-10) Ceco: primeira parte do intestino grosso, responsável pela digestão de carboidratos complexos como a celulose. No equino possui uma capacidade grande de até 30 L. Na camada longitudinal da camada muscular apresenta faixas visíveis na superfície externa como tênias, entre as quais a parede cecal se ondula em quatro fileiras de saculações. Há quatro tênias sobre a maior parte do ceco, uma faixa medial, uma lateral, uma dorsal e outra ventral, mas a quantidade diminui em direção ao ápice. Compõe-se de: 8) Base do ceco: situada na parte dorsal direita do abdômen em contato com o teto abdominal na região lombar, onde fora uma fixação retroperitoneal; 9) Corpo do ceco: curvado e afunilado, situado em oposição ao flanco direito; 10) Ápice do ceco: próximo a cartilagem xifóidea no assoalho abdominal ventral; 11-19) Cólon: localizado entre o ceco e o reto, responsável pela reabsorção de líquidos e eletrólitos, além da microflora gerar energia através da fermentação. Composto por: 11-17) Cólon maior: também chamado de ascendente, disposto em duas alças em forma de ferradura situadas uma em cima da outra, juntamente como o transverso, curto e está envolvido na fixação dorsal do cólon dorsal direito. É subdividido em quatro segmentos conectados por três flexuras: 11) Cólon ventral direito – início do colo ascendente na parte no óstio cecocólico. Possui 4 tênias com 4 fileiras de saculações; 12) Flexura esternal – onde o cólon ventral direito é defletido através da linha média para se tornar o cólon ventral esquerdo. Possui 4 tênias com 4 fileiras de saculações; 13) Cólon ventral esquerdo – passa caudalmente no assoalho abdominal em direção a pelve. Possui 4 tênias com 4 fileiras de saculações; 16 14) Flexura pélvica – marca o limite entre duas unidades funcionais distintas do cólon. Local onde há diminuição na fluidez da ingesta, alteração repentina de rota e diminuição do calibre, motivo de existir impactações nessa região. Possui 1 tênia com 1 fileira de saculação; 15) Cólon dorsal esquerdo – estreito, possuindo paredes lisas e à medida que emerge da flexura pélvica se alarga. Possui 1 tênia com 1 fileira de saculação; 16) Flexura diafragmática – une o cólon dorsal esquerdo ao cólon dorsal direito. Possui 3 tênias com 3 fileiras de saculações; 17) Colo dorsal direito – parte mais curta e larga, também chamado de ampola do cólon, sendo um local comum de enterólios. Corre inicialmente no sentido caudal até ser desviado medialmente para se tornar o colo transverso. Possui 3 tênias com 3 fileiras de saculações. 19) Cólon menor: também chamado de descendente, mais estreio que as demais partes, tem diversos metros de comprimento e se encontra isolado em um mesentério convencional. É organizado por duas faixas proeminentes em uma série linear de saculações ocupadas pelas bolas fecais secas. Possui 2 tênias com 2 fileiras de saculações; 20) Reto: parte terminal do intestino, considerado um órgão pélvico. Responsável por acumular as fezes, para absorção final de água e parte dos nutrientes; 24) Prega cecocólica: se prolonga entre o ceco e a parte caudal da faixa mesocólica medial do cólon ventral esquerdo. 3. Observe as imagens e anatomicamente indique a localização do Estômago e Cólon Maior do Equino. Informe métodos de estudos anátomo-clínicos, funções e possíveis patologias. Vista Direita Vista Esquerda Cólon maior Estômago 17 ESTÔMAGO • Apresenta tamanho menor em comparação ao tamanho do animal e ao volume de forragem consumida. • Localizado dentro da metade esquerda do abdômen. • Consiste em duas partes que s encontram em um ângulo ventral (parte esquerda pré-pilórica e parte direita pilórica) • Responsável por armazena o alimento ingerido e secreta o suco gástrico. • Apesar da situação variar naturalmente com o grau de distensão, o estômago permanece dentro da proteção da caixa torácica, mesmo quando muito distendido, sendo, portanto, inacessível por métodos usuais de exame clinico, através do flanco ou pelo reto. • O estômago do equino tem limitações de tamanho e não apresentam capacidade de vomitar, o que permite o aparecimento de alterações, como os distúrbios intestinais. CÓLON MAIOR • Cólon ascendente + cólon transverso • Origina-se no lado direito do abdômen na menor curvatura da base do ceco na prega cecocólica, termina no mesmo lado na junção do cólon dorsal direito com o transverso. A ordem sequencial é: cólon ventral direito, flexura esternal, cólon ventral esquerdo, flexura pélvica, cólon dorsal esquerdo, flexura diafragmática, cólon dorsal direito,cólon transverso, cólon menor e reto • Junto com o ceco são fundamentais na fermentação microbiana, disponibilizando os constituintes de celulose da sua dieta, e sua importância é, portanto, comparável aos primeiros compartimentos do estômago de um ruminante. • O grande intestino é tão volumoso que, quase sempre, é logo encontrado quando o abdome é aberto, quando a incisão é feita no assoalho ou no flanco. Sua disposição é complexa e, apesar de ser necessário descrever sistematicamente cada parte individual. PATOLOGIAS: • Cólica equina: é um distúrbio resultante de doenças que atacam o aparelho digestivo. Pode estar relacionada a vários fatores, que vão desde a produção excessiva de gás no estômago, resultado da fermentação dos alimentos, até a obstrução ou torção do intestino, o que requer a intervenção cirúrgica. • Síndrome de Úlcera Gástrica Equina (SUGE): caracterizada por ulceração do esôfago terminal proximal (área aglandular), área gladular do estômago e proximal duodeno. Envolve um complexo de patologias associadas a mucosa esofágica, gástrica e duodenal em animais de diferentes faixas etárias. Alguns dos fatores que influenciam a prevalência de úlceras gástricas incluem práticas de alimentação, confinamento, corrida e treinamento de corrida. • Compactações do cólon maior: frequentemente, desenvolvem-se nos sítios de estreitamento no diâmetro do lúmen intestinal. São identificadas através da palpação transretal que revela uma massa localizada no quadrante ventral esquerdo do abdome caudal. Os equinos com compactação nesta região ocasionalmente podem desenvolver timpanismo cecal secundário, distensão abdominal e sinais mais graves de dor abdominal. 18 Para leitura. Dados Comparativos da capacidade volumétrica do estômago e intestino. 19 Disciplina de Anatomia Topográfica Discente: Isadora Viana Pereira Roteiro Prático – Parede Ventrolateral (direita ou esquerda) do Abdome (comparativo entre as espécies domésticas) 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação para a observação e percepção dos limites anatômicos, nas fêmeas observe a disposição das mamas, assim como nos machos os anéis inguinais (confira, se há diferença entre as espécies por exemplo, nos ruminantes) localize a linha alba e a cicatriz umbilical. Tente palpar os linfonodos inguinais (D/E). As paredes do abdome permitem o exame clínico de auscultação de órgãos como estômago, intestino, feto, além de percussão, lembrando que há órgãos do abdome projetados intra-toracicamente como o fígado, estômago (retículo nos bovinos) e baço os quais estão protegidos pelas costelas. Nela é possível a aplicação de medicamentos pela via intraperitoneal. Estas paredes podem ser acometidas por diversos processos patológicos de ordem geral tais sejam: inflamatórios, traumáticos, como feridas dilacerantes com exposição de vísceras (evisceração), hérnias ou ainda a presença de líquidos no seu interior (ascites). Lembramos ainda, os processos patológicos dos órgãos contidos nesta cavidade como o fígado/vesícula biliar, estômago, intestino, ovário, útero, rins/ureteres e vesícula urinária. O acesso cirúrgico ao interior desta cavidade é realizado por meio das laparotomias (abertura) pela linha alba ou abertura lateral. Em pequenos animais (gatas e cadelas) destacam-se as ovariosalpingohisterectomias (castração em fêmeas), além das cesarianas e mastectomias (retiradas da mama em caso de neoplasias) e nos ruminantes as ruminotomias. 2. Procedimento de Dissecção (lateral e ventral) • Reconhecimento da região, inspeção das glândulas mamárias; • Incisão e rebatimento da pele; • Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), com exposição do músculo cutâneo do abdome; • Dissecção com exposição dos músculos abdominais: oblíquo abdominal externo e sua aponeurose, oblíquo abdominal interno e sua aponeurose, transverso do abdome e sua aponeurose e o reto do abdome; • Vascularização: artéria epigástrica cranial (ramo da a. torácica interna) – ramos superficial e profundo e a artéria epigástrica caudal (ramo do tronco pudendoepigastrico) superficial e profundo; • Inervação: ramos cutâneos dos últimos nervos intecostais, nervo íliohipogástrico cranial e caudal e nervo ílioinguinal; • Linfonodos inguinais. Link sobre anatomia do abdome em cão. https://www.youtube.com/watch?v=VkGON_9_nUI Laparotomia ou celiotomia https://www.youtube.com/watch?v=MbRcPsmzUj8&has_verified=1 https://www.youtube.com/watch?v=VkGON_9_nUI https://www.youtube.com/watch?v=MbRcPsmzUj8&has_verified=1 20 ATIVIDADE PRÁTICA 1. Observe a imagem e as legendas e indique que órgãos ocupariam estes espaços. • Região Xifóide (metade direita) – fígado, intestino delagdo; • Região Xifóide (metade esquerda) – fígado, intestino delgado (estômago); • Hipocôndrica direita – fígado, duodeno, pâncreas, rim direito; • Hipocôndrica esquerda – fígado, estômago, baço, rim esquerdo; • Lateral direita – duodeno descendente, cólon ascendente, ceco, jejuno (íleo); • Lateral esquerda – alça delgada; cólon descendente; • Região umbilical (metade direita) – alça delgada (vesícula urinária); • Região umbilical (metade esquerda) – alça delgada (vesícula urinária). 2. Observe a imagem e a indicação das setas estão em quais estruturas. 1 - Músculo reto do abdômen 2 - Músculo obliquo abdominal externo 3 - Tendão de inserção da linha alba 1 2 3 21 3. Observe a imagem referente a inervação da parede abdominal. 22 Disciplina de Anatomia Topográfica Discente: Isadora Viana Pereira Roteiro Prático – Membro Torácico (comparativo entre as espécies domésticas) 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação dos constituintes ósseos das regiões do ombro, braço, antebraço e mão, perceba no ombro a espinha da escápula e o colo da escápula, o processo ancôneo. Afaste o braço (membro torácico) e observe o linfonodo axilar (possível de palpação no cão e gato). Perceba a veia cefálica superficial na face dorsal do antebraço, ela é usada nas venopunções em cão e gato e em outros animais, conforme a faixa etária. A estrutura óssea desta região está sujeita as fraturas constantes, principalmente às do corpo do úmero, rádio e ulna e o colo da escápula, havendo a necessidade de redução da fratura de forma cirúrgica, com colocação de pino intramedular, placas metálicas e parafusos. Outras vezes pode haver a necessidade de amputação do membro motivado por dilaceração das raízes nervosas do plexo braquial ou por tumores ósseos. Há necessidade de reconhecimento das estruturas da região pelas faces lateral e medial. 2. Procedimento de Dissecção (em vista lateral e medial) • Incisão e rebatimento da pele; • Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), com exposição dos músculos do ombro: trapézio, supra e infraespinhoso, deltóide (parte acromial e escapular), braço: tríceps (cabeça longa, lateral, medial e acessória). • M. bíceps braquial • M. extensor radial do carpo • M. extensor comum dos dedos • M. abdutor longo do dedo I (oblíquo do carpo) • M. extensor lateral dos dedos • M. extensor ulnar do carpo • M. flexor ulnar do carpo (cabeça ulnar) • M. flexor superficial • M. flexor profundo (cabeça umeral e radial) • M. flexor radial do carpo • M. pronador redondo • Veia cefálica • Linfonodo axilar • Plexo braquial (Nervos: musculocutâneo, subescapular, radial –ramo superficial e profundo, axilar, ulnar-mediano)OBS: Reconheça a partir de imagens de atlas as estruturas da região do membro torácico. 23 MEMBRO TORÁCICO – EM VISTA LATERAL E MEDIAL – MÚSCULOS 24 ATIVIDADE PRÁTICA 1. Na prática clínica do atendimento aos animais pelo profissional médico veterinário, há necessidade de coleta de amostras sanguíneas para exames diversos ou mesmo perfusões de líquidos, tais como soros para a hidratação ou outras substâncias. A imagem (1), apresenta um procedimento de coleta sanguínea. Com base na imagem, indique e caracterize topograficamente o vaso sanguíneo utilizado. O vaso sanguíneo indicado é a veia cefálica, local de escolha para injeções intravenosas. É formada a partir da união entre as veias digitais dorsais axiais III e IV e segue medialmente na extensão da margem medial do rádio. Acompanha a face cranial do antebraço, onde pode ser palpada quando elevada pela pressão sobre o cotovelo. Está conectada ao sistema venoso profundo no cotovelo antes de continuar sobre a face lateral do braço, pela veia cubital mediana. No antebraço, a veia repousa sobre o extensor radial do carpo, acompanhada por ramos sensoriais do nervo radial. Imagem 1 25 2. Observe a imagem (2) e veja que este animal apresenta incapacidade de locomoção motivada por lesão de raiz do nervo radial. Com base nessa informação, indique os componentes deste plexo, acrescentando imagens anatômicas. O plexo braquial é formado pelos ramos ventrais dos três últimos nervos cervicais (C6, C7 e C8) e dos dois primeiros nervos espinais torácicos (T1 e T2). Em alguns cães, há uma pequena contribuição do ramo ventral do quinto nervo cervical. Dá origem aos nervos que inervam os músculos e a pele do membro torácico, partes da musculatura da cintura escapular e da parede lateral do tórax e do abdome. Localiza-se cranialmente à primeira costela cranialmente à primeira costela entre o músculo longo do pescoço e os músculos escalenos. As raízes do plexo alcançam a face medial do ombro ao passarem entre as partes média e ventral do escaleno. É formado por: • Nervo torácico longo – inerva o m. serrátil ventral, passando caudalmente na face lateral da sua parte torácica; • Nervo toracodorsal – inerva o m. latíssimo do dorso. Surge a partir último nervo espinal cervical, corre caudalmente, cruza o músculo redondo maior e se ramifica na face medial do m. latíssimo do dorso; • Nervo torácico lateral – surge das partes caudais do plexo e segue a extensão do m. latíssimo do dorso para inervar a parte abdominal do m. cutâneo; • Nervos peitorais craniais e caudais – surgem da parte cranial do plexo e inervam os mm. peitorais; o Nn. peitorais craniais – inervam o m. peitoral superficial o Nn. peitorais caudais – passam caudoventralmente ao m. peitoral profundo • Nervos subescapulares – surgem como nervos individuais ou como um plexo a partir da parte cranial do plexo; • Nervo musculocutâneo – inerva bíceps, braquial e coracobraquial; • Nervo axilar – supre os principais flexores da articulação do ombro. Deixa o espaço articular desaparecendo dorsalmente ao redondo maior e envolve a face caudal da articulação até alcançar o deltoide; • Nervo radial – supre os extensores das articulações do cotovelo, do carpo e dos dígitos. Deixa a axila mergulhando no interior do tríceps, próximo ao terço médio do braço; • Nervo mediano – inerva a maioria dos flexores do carpo e dígitos; • Nervo ulnar – inerva o restante dos flexores do carpo e digitais; Imagem 2 26 3. Observe a imagem (3) e ela indica fraturas em ossos do antebraço (rádio e ulna). Associe a imagem as estruturas musculares presentes pelas faces lateral e medial. Fonte: MEIRELLES, 2013. Fraturas de rádio e ulna em cães no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88993/meirelles Imagem 3 Zonas de inervação cutânea canina 1 - Nervo axilar 2 - Nervo músculocutânea 3 - Nervo ulnar 4 - Nervo radial 5 - Nervo mediano 6 - Zona comum aos nervos mediano e ulnar Vista ventral do plexo braquial Nervo supraescapular (1), nervo musculocutâneo (2), nervo axilar (3), nervo subescapular (4), nervo radial (5), nervo mediano (6), nervos ulnar (7), nervo toracodorsal (8). Nervo cervical 5 (C5), nervo cervical 6 (C6), nervo cervical 7 (C7), nervo cervical 8 (C8), nervo torácico 1 (T1) 27 Músculos da face lateral • Músculo extensor do carpo radial; • Músculo extensor digital comum; • Músculo extensor digital lateral; • Músculo extensor do carpo ulnar; • Músculos flexor do carpo ulnar; • Músculo braquiorradical; • Músculo ancôneo. Músculos da face medial • Músculo flexor do carpo radial; • Músculo flexor digital profundo radial; • Músculo flexor digital profundo umeral; • Músculo flexor digital superficial; • Músculo pronador redondo. 4. Imagem de remodelagem de fratura. Com base na imagem (veja link) aprofunde as informações referentes ao tecido ósseo e o mecanismo de cicatrização. O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo especializado, formado por células do mesênquima e matriz extracelular mineralizada, chamada de matriz óssea. Tem como principais funções: servir de alojamento e proteção da medula óssea, suporte e proteção para as partes moles e órgãos, depósito de cálcio, fosfato e outros íons, aloja e protege a medula óssea, etc. As células desse tecido são: osteócito, presente no interior da matriz extracelular, a fim de mantê-la intacta; osteoblasto, sintetiza a matriz extracelular (como as glicoproteínas, proteoglicanos e colágeno I) e concentra o fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz óssea; osteoclasto, formados por precursores mononucleados da medula óssea combinados com o tecido ósseo. A matriz óssea é composta por 20% de matéria orgânica, 15% de água e 65% de mineral, sendo que a união da parte inorgânica com a orgânica garante dureza e resistência ao osso. A cicatrização do osso pode ocorrer de uma forma direta ou indireta, consistindo tanto na formação óssea intramembranosa ou endocondral. O processo de cicatrização indireta é mais comum, uma vez que a cicatrização direta requer redução anatômica e estabilização do foco de fratura, que na maioria das vezes é obtida por redução aberta e Representação Esquemática dos cinco estágios de cicatrização de fraturas. 1: fratura recente com linha afiada e bem definida; 2: margem dos fragmentos borrada, há redução do aumento de volume de tecidos moles; 3: calo ósseo não estruturado com ponte parcial; 4: calo se torna mais sólido, início de remodelação; 5: a remodelação contínua resulta na redução do tamanho do calo ósseo (DENNIS et al., 2010). Fonte: MEIRELLES, 2013. Fraturas de rádio e ulna em cães no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88993/meirelles 28 fixação interna. No entanto, quando tais condições são alcançadas, a cicatrização direta permite uma regeneração anatômica do osso lamelar e dos sistemas de Havers, sem a necessidade da etapa de remodelação. A formação óssea endocondral ocorre geralmente na parte externa ao periósteo, em regiões que são imediatamente adjacentes ao local da fratura e, mecanicamente menos estáveis. Já a ossificação intramembranosa ocorre na parte interna ao periósteo nas bordas proximal e distal, onde formam um calo. Essa transição de calo rígido ao redor do foco de fratura é que fornece uma estabilização inicial e recuperação da função biomecânica. 29 Disciplina de Anatomia Topográfica Discente: Isadora Viana Pereira Roteiro Prático – Membro Pélvico (comparativo entreas espécies domésticas) 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação dos constituintes ósseos do cíngulo pélvico (quadril), coxa, perna e pé, percebam a articulação do quadril (coxo-femoral) e o trocânter maior do fêmur, palpe a patela e os ligamentos patelares (o cranial no cão e no equino o cranial, lateral e medial), perceba o calcâneo e o ligamento calcanear comum. Observe o linfonodo poplíteo (possível de palpação no cão e gato). Reconheça o trígono da coxa (na face medial da coxa), identificando o músculo pectíneo e sinta o plexo vásculo-nervoso (a., v. e nervo femoral), lembrando que a artéria femoral serve para a tomada da pulsação arterial, enquanto a veia para venopunção, principalmente em felinos. A estrutura óssea desta região está sujeita as luxações, fraturas constantes, como às do colo e corpo do fêmur, tíbia, havendo a necessidade de redução da fratura de forma cirúrgica, com colocação de pino intramedular, placas metálicas e parafusos, e ainda a displasia coxo-femoral, necrose asséptica da cabeça do fêmur. Outras vezes pode haver a necessidade de amputação do membro motivado por dilaceração das raízes, massas musculares ou por tumores ósseos. Lembramos que tanto a massa muscular glútea quanto a da coxa é usada para a aplicação de injeções musculares, tomando-se cuidado com lesões no nervo ciático ou isquiático e seus ramos o fibular comum (face lateral) e o tibial (face caudal). Há necessidade de reconhecimento das estruturas da região pelas faces lateral e medial. 2. Procedimento de Dissecção (em vista lateral e medial) Lateral • Incisão e rebatimento da pele; • Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), com exposição dos músculos da coxa pela face lateral: bíceps femoral, vasto lateral, fáscia lata, semitendinoso. Secção do músculo bíceps femoral para identificação do nervo ciático ou isquiático e seus ramos tibial e fibular. Identifique a veia safena lateral. Medial • Incisão e rebatimento da pele e da tela subcutânea com exposição do plano muscular: sartório (porções cranial e caudal), grácil e pectíneo, vasto medial, reto femoral, adutor da coxa, semimembranoso. • Encontre o plexo vásculo-nervoso da coxa: artéria e veia femoral, veia safena ramos medial cranial e caudal, • Identifique os músculos flexores e extensores da perna. 30 ATIVIDADE PRÁTICA O nervo isquiático é o maior do corpo, sendo a continuação do plexo isquiático dentro do membro pélvico. Continua distalmente pelo tronco lombossacral, passando pelos músculos glúteos médio e profundo antes de se virar para a coxa, caudalmente à articulação do joelho, onde é protegido pelo trocanter maior do fêmur. Segue entre o bíceps femoral, lateralmente, e o semitendinoso, medialmente. Esse nervo proporciona inervação motora para os músculos glúteo profundo, obturatório interno, quadríceps femoral e gêmeos. Além de fornecer fibras sensoriais para a cápsula da articulação coxofemoral. No terço proximal do fêmur, ele termina ao dividir-se nos nervos tibial e fibular comum. Na clínica médica é importante ter cuidados na aplicação de medicações injetáveis na coxa, pois algum erro nesse erro pode comprometer as funções de todo o membro pélvico, já que ele contribui para a inervação sensitiva da maior parte da perna. Assim como também, pode ocorrer a lesão do tecido muscular levando a formação de hematomas, nódulos, paralisias, necrose, abscessos ou paresias. 1. Observe a imagem da coxa do cão nela são apresentados os músculos, e um potente nervo. Busque informações pesquisando sobre a topografia e divisão desse nervo. Na clínica médica deve haver cuidados quando da aplicação de medicações injetáveis na coxa. Concorda com esta afirmativa? Porque? 31 2.a. Estruturas anatômicas: 1) Fêmur; 2) Acetábulo; 3) Ílio; 4) Cabeça femoral; 5) Ísquio; 6) Forame obturador; 7) Sínfise ísquio púbica. 3.b. Sim, é possível perceber uma alteração (parte circulada em vermerlho), denominada displasia coxofemoral (DCF), que acomete cães de grande e médio porte e gatos de raça. É uma doença articular degenerativa que ocorre na região do quadril do animal, afetando a cabeça femoral, colo femoral e acetábulo. A base fisiopatologia dessa afecção é uma disparidade entre a massa muscular da articulação coxofemoral e um desenvolvimento ósseo rápido, e em consequência disso, há instabilidade na articulação, alterações degenerativas (esclerose óssea acetabular, osteofitose, espessamento do colo femoral, fibrose da cápsula articulação, luxação da cabeça femoral, etc). Nos casos mais graves da DCF recomenda-se cirurgia e nos mais leves ou moderados, fisioterapia, medicações, acupuntura, etc. 2. 2.a. Observe a imagem e indique as estruturas anatômicas sinalizadas pelas setas. 2.b. Você consegue identificar alguma alteração? Indique? 1 2 3 4 5 6 7 32 3. 3.a. Observe a imagem radiográfica e indique a estrutura óssea fraturada. 3.b. Adicione imagem com os ossos do pé do cão (informe esses constituintes). 3.a. A estrutura óssea fraturada é a tíbia. 3.b. Os ossos que compões o pé do cachorro são: 33 O vaso sanguíneo utilizado para a venopunção é a veia safena lateral. 4. Observe a imagem e indique com base na seta, o nome do vaso usado para a venopunção em cães. 34 Disciplina de Anatomia Topográfica Discente: Isadora Viana Pereira Roteiro Prático – Região inguino-escrotal (comparativo entre as espécies domésticas) - Machos 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação tanto do prepúcio, quanto da bolsa escrotal e dos anéis inguinais para a observação e percepção das estruturas, buscando informações sobre a presença das gônadas no interior da bolsa (exame andrológico dos machos). Caso elas não forem localizadas podem ter ficado retidas no interior da cavidade abdominal ou no canal inguinal (ocasionando o criptorquidismo uni ou bilateral). Estes órgãos podem ser acometidos de processos patológicos de ordem geral como inflamações da bolsa, testículos (orquites), hidrocele (edema da bolsa), tumorais e hérnia escrotal. No prepúcio observe internamente a presença das glândulas prepuciais, na glande o ósteo externo da uretra que permite a introdução de sonda uretral para acesso ao interior da vesícula urinária nos animais de pênis do tipo cavernoso. É possível a presença de nódulos tumorais característico nos cães (tumor de sticker/ caráter venero – TVT). Mas destacamos as cirurgias de castração com ou sem preservação (orquiectomias ou vasectomia). 2. Procedimento de Dissecção (lateral e ventral) 2.1. Região Inguinal • Incisão e rebatimento da pele; • Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), com exposição da aponeurose do músculo oblíquo abdominal externo, expondo o anel inguinal externo e o funículo espermático, ainda recoberto pela fáscia espermática; • Visualize o músculo cremaster; • Continue com a identificação das demais camadas do abdome e acesse o interior da cavidade e localize o anel inguinal interno e a lâmina do peritônio parietal; • Linfonodos inguinais; 2.2. Região Escrotal • Incisão da pele e da túnica dartos; • Incisão e rebatimento da fáscia escrotal (folheto parietal da túnica vaginal – lâmina do peritônio parietal); • Incisão do folheto visceral da túnica vaginal (lamina do peritônio visceral), que está aderido a túnica albugínea; • Exposição dos testículos; • Observar os segmentos dos epidídimos (cabeça, corpo e cauda contínuaao ducto deferente); • Funículo Espermático (artéria e veia testicular, esta última formando o plexo pampiniforme, nervos e vasos linfáticos) 35 ATIVIDADE PRÁTICA – CASTRAÇÃO DE BOVINO 1. Vídeo sobre procedimento e aplicação da castração em bovinos. https://www.youtube.com/watch?v=y5EnU4TGg-M As principais vantagens quando se pensa em castração de bovinas são a facilidade de manejo, pois tornam esses animais mais dóceis, possibilidade de misturas bois e vacas, diminuindo a competição entre os machos, eliminação de distúrbios de conduta sexual. Além de que um boi castrado produz uma carcaça com melhor acabamento de gordura e carne de melhor qualidade, com um maior acondicionamento, pois possui proteção em relação ao frio evitando seu escurecimento. No entanto, a castração apresenta algumas desvantagens para o criador, como o menor desempenho, baixo ganho de peso em comparação aos animais inteiros. Os animais inteiros precisam de menos matéria seca para ganhar 1kg de peso, e os castrados necessitam comer mais para transformá-los em peso. 2. Órgãos reprodutores do bovino – Observe e indique as particularidades em relação ao cão. Os órgãos genitais masculinos apresentam grande variação entre as espécies domésticas, variando em tipo, forma, volume, característcas físicas e conteúdo bioquímico de suas secreções. De modo geral, incluem testículos, epidídimo, ducto deferente, uretra, glândulas genitais acessoras (próstata, glândulas seminais e glândulas bulbouretrais), pênis e prepúcio. Os testículos apresentam forma oval com diferentes eixos de posição e localização nas espécies. Em cães e gatos é apenas perineal oblíquo. As glândulas bulbo-uretrais ou glândulas de Cowper são tubulares, multi-lobulares ou túbulo-alveolares, não estando presentes no cão. A próstata, maior das glândulas anexas, está em todos os machos e o corpo desta glândula está externamente disposta sobre a uretra na parte pélvica sendo maior em cães. Produz e armazena secreção para ser expelida na hora da ejaculação, regulada pela testorena, assim como a vesícula seminal. E a glândula vesicular é um par, que se unem ao ducto deferente e possui superfície lisa em equinos e aspecto glandular nas demais espécies. O cão e o gato não possuem essa glândula. https://www.youtube.com/watch?v=y5EnU4TGg-M 36 3. Pesquise e identifique as estruturas assinaladas pelos números. 1) Rim direito; 2) Ureter; 3) Bexiga; 4) Testículo; 5) Epidídimo; 6) Funículo espermático; 7) Anel vaginal; 8) Ducto deferente; 9) Próstata; 10) Corpo esponjoso; 11) M. Retrator do pênis; 12) Corpo cavernoso; 13) Glande do pênis; 13’) Bulbo da glande; 14) Osso do pênis; 15) Cavidade prepucial; 16) Prepúcio; 17) Reto. 4. Indique a função das estruturas Corpo do epidídimo: amadurecimento dos espermatozóides, durante sua passagem nesse corpo. Funículo espermático: conduz o feixe neurovascular dos testículos e os suspende no escroto. Cauda do epidídimo: armazenamento do espermatozoide maduro, ocorrendo a absorção de fluido. Cabeça do epidídimo: recebe espermatozoide dos ductos eferentes do testículo. O esperma está diluído. Ducto deferente: continuação direta do ducto do epidídimo. É o canal muscular que conduz os espermatozoides a partir do epidídimo (local de armazenamento após serem produzidos nos testículos) 37 5. Fases de descida dos testículos para a bolsa escrotal. Pesquise sobre as camadas da bolsa escrotal. Patologia – retenção do testículo. A descida do testículo para o interior do escroto é necessária na maioria dos mamíferos. Este processo vai depender do gubernáculo testicular, o qual orienta o testículo em direção ao canal inguinal e através dele. O aumento do peso do testículo, a pressão intraabdominal e a abertura do anel inguinal fornecem a passagem desse órgão para o interior do canal inguinal e, com o total encurtamento do gubernáculo o testículo se posiciona no interior do escroto. Vários outros fatores auxiliam na espermatogenese , como por exemplo, a pele glabra do escroto e com presença de glândulas sudeoríferase sebáceas, internamente ao escroto uma túnica dartus, músculo cremáster e plexo pampiniforme. A bolsa escrotal possui sete camadas, que se dividem em pele (camada mais externa, que possui a rafe escrotal), túnica darthos (camada muscular que forma o septo que separa os testículos), fáscia escrotal (aponeuroses dos músculos abdominais), que se 38 divide em: fáscia espermática externa (proveniente da aponeurose do músculo obliquo abdominal externo), fáscia cremastérica (proveniente da fáscia que envolve o músculo cremaster) e fáscia espermática interna (proveniente da aponeurose do músculo transverso abdominal). Nos bovinos, o desenvolvimento testicular consiste na sua descida para a bolsa escrotal por migração abdominal, via canal inguinal interno. A descida dos testículos e do escroto ocorre através da formação do processo vaginal, um saco proveniente do pericárdio que envolve o escroto e engloba o ligamento inguinal dos testículos com o ligamento diafragmático e o mesorchium, que suspende o testículo. Essas estruturas facilitam a descida progressiva dos testículos dentro da bolsa escrotal ainda no primeiro terço gestacional. Aos 62 dias de gestação, as glândulas testiculares estão unidas ao metânefro, que posteriormente se diferenciará nos rins. Mais tarde, aos 102 dias, já há a formação rudimentar do saco escrotal e canal inguinal que permitirá a descida dos testículos. Por fim, aos 140 dias de gestação, os testículos do feto bovino já estão alojados dentro do escroto com as estruturas adjacentes posicionadas e completando a diferenciação celular.
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