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FAM – FACULDADE DAS AMÉRICAS ENFERMAGEM - MATUTINO Ana Laura Gonçalves Gomes - RA: 221964 Clarice Santos De Oliveira Reis – RA: 218227 Gustavo dos Santos Silva – RA: 220358 Raissa Vieira Galdino de Melo – RA: 00267762 Thalia Minelli Ribeiro Luiz – RA: 00339244 COVID E SAÚDE MATERNA SÃO PAULO 2022 Definição. A covid-19 é uma nova doença respiratória, de elevada transmissibilidades e de distribuição global, provocada por um tipo de vírus que ainda não sido identificado em seres humanos. Não é o vírus mais letal descoberto, mas apresenta um potencial de morbidade e mortalidade bastante elevado, tendo em vista que mais de um milhão de pessoas perderam suas vidas. Com o intuito de diminuir as graves consequências da COVID-19, foram identificados grupos de risco para complicações e morte do vírus, como os idosos, portadores de doenças crônicas, obesidade, pneumopatas, profissionais da área da saúde e gestantes. No início dessa pandemia os estudos não definiram as gestantes como grupo de risco, devido à baixa frequência de gestantes na China, que foi o primeiro país a ser acometido pela doença. Mesmo quando ocorreu a europeização da doença, os países inicialmente mais acometidos, Espanha e Itália, são países com baixa taxa de natalidade e poucas gestantes. Isso explica porque as séries iniciais publicadas incluíram poucas gestantes e mesmo revisões sistemáticas publicadas nos primeiros meses da pandemia dificilmente tiveram número suficiente para identificar óbitos e complicações graves da doença. Por outro lado, alguns pesquisadores, sempre tiveram a preocupação de que houvesse risco aumentado para as gestantes, o que pode ser justificado pelas alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez em diversos sistemas, cardiovasculares, respiratórias, imunológicas e da coagulação. Essas modificações tornam a gestante mais susceptível a pneumonias virais, como aconteceu há pouco mais de 10 anos com o vírus H1N1 e mais recentemente com a SARS-CoV e com a MERS-CoV. Sintomas que acometem a gestante durante a infecção da covid-19. Referente às gestantes infectadas com SARS-CoV-2, alguns estudos mostraram um aumento da incidência de pré-eclâmpsia, o que pode ser justificado pelo dano endotelial causado pelo estresse oxidativo placentário e efeito antiangiogênico, que provoca hipertensão e proteinúria, aumento das enzimas hepáticas, insuficiência renal e até mesmo trombocitopenia. Outras alterações laboratoriais observadas, além dessas mencionadas, foram leucocitose, linfopenia, neutrocitose, anemia, aumento da procalcitonina, aumento de D-dímero, da proteína C reativa e do LDH. Observou-se também que os sintomas são muito diversos, visto que varia de gestantes assintomáticas a gestantes com quadro clínico típico de infecção de vias aéreas (tosse, dispneia, expectoração, coriza/congestão nasal, dor de garganta) e a quadros inespecíficos com sintomas sistêmicos (febre, inapetência, tontura, fadiga e cefaleia) ou gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia). O número de gestantes com quadro grave não foi prevalente, tendo em vista que 11,68% delas utilizaram suporte ventilatório e apenas 1,86% foram admitidas em UTI, além de que a taxa de mortalidade também foi considerada baixa (0,43%). Em relação aos desfechos obstétricos, houve um nítido aumento do número de cesarianas, por indicação obstétrica, a fim de reduzir sobretudo a possibilidade de transmissão da mãe para o filho no momento do parto. Ademais, consequente ao aumento de cesáreas, observou-se aumento de prevalência de TPP. De acordo com o Ministério da Saúde, a regra é de que o pré-natal seja mantido normalmente, tomando sempre os cuidados de higiene e evitando contato e aglomerações. Caso a gestante apresente sintomas de gripe, consultas e exames de rotina devem ser adiados em 14 dias e, quando necessário, realizados em locais isolados de outras pacientes. Possibilidade de transmissão vertical ou pelo leite materno. As informações sobre a possibilidade de transmissão vertical de SARS-CoV-2 ainda são limitadas, entretanto, já existem registros na literatura de complicações maternas que ocorreram devido à infecção pelo novo coronavírus, como por exemplo, a ruptura prematura de membranas ovulares, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão. Além dessas, já foram registradas complicações neonatais como pneumonia, baixo peso ao nascer, asfixia, morte perinatal, erupção cutânea, coagulação intravascular disseminada. Também nota-se a possibilidade de a pandemia estar provocando um aumento no número de cesarianas e partos prematuros por indicação materna, o que é muito preocupante, visto que isso poderá aumentar a morbimortalidade desses bebês. Quando chegar o momento de amamentar, o Ministério da Saúde esclarece que ainda não há comprovação de que o novo Coronavírus seja transmitido através do leite e que a mãe não precisa ser separada do bebê. De qualquer forma, é imprescindível a adequada lavagem das mãos antes e depois da amamentação ou da ordenha do leite materno. Além disso, as mulheres lactantes, mesmo sem estarem infectadas, devem usar máscara durante a amamentação para proteger o bebê de gotículas de saliva que possam ser transmitidas da mãe para o filho. Vacinas O Ministério da Saúde destaca que o benefício das vacinas em gestantes e puérperas se mantém favorável, considerando que o risco de morte por Covid-19 no Brasil foi 20 vezes superior ao risco de ocorrência de tromboses, em 2021. O ministro informou que as gestantes que já receberam a primeira dose da AstraZeneca devem completar a imunização com a mesma vacina após o puerpério de 45 dias. Ele também falou sobre a importância de todos os estados e municípios do país seguirem a recomendação do Ministério. As grávidas e lactantes até 45 dias após o parto serão vacinadas com imunizantes que não contenham vetor viral. Esse é o caso das vacinas Covid-19 da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã, e do imunizante da farmacêutica da Pfizer, disponível desde abril no Brasil. Será necessário apresentar uma prescrição médica para que a imunização seja realizada. Gestantes e puérperas que já receberam a vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz devem procurar atendimento médico imediato se apresentarem, nos 4 a 28 dias seguintes a vacinação, algum desses sintomas: falta de ar; dor no peito; inchaço na perna; dor abdominal persistente; sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade, borrada, dificuldade na fala ou sonolência; ou pequenas manchas avermelhadas na pele além do local em que foi aplicada a vacina. Conclusão Apesar de a maioria dos casos evoluir favoravelmente, é importante um olhar aprimorado da equipe de saúde, sobretudo em relação àquelas com maior possibilidade de agravamento do quadro, a exemplo daquelas que precisam de suporte ventilatório e admissão em UTI, a fim de assegurar, dessa forma, que sendo feita uma assistência de qualidade, a taxa de mortalidade de gestantes com COVID- 19 mantenha-se em números reduzidos. Diante disso, a preocupação com os cuidados às gestantes e puérperas é imprescindível, principalmente porque essa população apresenta dificuldades de acesso ao pré-natal de qualidade, o que pirou ainda mais nesse período de pandemia. Não só pré-natal, mas toda assistência à saúde à mulher foi afetada pela pandemia, seja pelo receio de algumas gestantes de procurar o serviço de saúde devido às incertezas e ao medo de sair de casa, aumentando a frequência de sinais e sintomas de ansiedade e depressão, ou por falhas graves e muito frequentes da assistência à mulher nos municípios, priorizando a assistência ao tratamento da COVID-19.
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