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Resistência bacteriana e Sensibilidade de antibióticos

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Tipos de resistência 
A resistência bacteriana é um fenômeno biológico que possibilita aos microrganismos a capacidade de multiplicação ou de maior persistência na presença de níveis terapêuticos do antibiótico administrado. Dessa forma, existem dois tipos de resistência da qual iremos discutir: a resistência natural (ou intrínseca) e a resistência adquirida. 
No caso da resistência natural, ela se baseia como uma característica constante em uma espécie, sendo associada ao cromossomo. Por exemplo, antimicrobianos beta-lactâmicos não atuam sobre espécies de Mycoplasma, pois tais bactérias não possuem parede celular, o alvo de ação de penicilinas e cefalosporinas. Da mesma forma, antimicrobianos aminoglicosídeos (como gentamicina, estreptomicina, amicacina e canamicina) não atuam contra anaeróbicos, uma vez que a absorção celular desses antimicrobianos depende de oxigênio para ocorrer. Bactérias do gênero Lactobacillus e Pediococcus apresentam elevada resistência contra vancomicina, devido à conhecida resistência intrínseca a glicopéptidos destes gêneros bacterianos (PERICHON & COURVALIN, 2000). 
Já a resistência adquirida, é considerada a forma mais preocupante de resistência e um grande problema, visto que pode ocorrer pela aquisição de genes de resistência (normalmente situados em elementos transmissíveis, como plasmídios ou transpósons), por recombinação de DNA exógeno no cromossomo da bactéria ou ainda por mutação. Assim, caso a bactéria adquira resistência, ela poderá se multiplicar na presença do antimicrobiano em questão e, ao ocupar o nicho deixado pela população de bactérias sensíveis, se tornará a variante dominante da espécie. Ou seja, desencadeia maiores transmissões e determina mudanças na sensibilidade dos antibióticos e germicidas. 
Sensibilidade dos antibióticos 
A sensibilidade dos antibióticos é um fator de extrema importância para um tratamento eficiente, visto que é possível evitar algum tipo de resistência ao antibiótico. 
Para isso, faz-se necessário o Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA) ou também chamado de antibiograma. É um exame que tem como objetivo principal determinar o perfil de sensibilidade e resistência de bactérias ou fungos aos antibióticos. Através do resultado do antibiograma o profissional poderá indicar qual o antibiótico mais eficaz para o tratamento do indivíduo, evitando, assim, o uso de antibióticos desnecessários e que não combatem a infecção, além de evitar o surgimento da resistência. 
Para que seja realizado o teste, o médico solicita algumas amostras como de sangue, urina, fezes ou saliva que são encaminhados ao laboratório de microbiologia para análise e cultivado em um meio de cultura, o que favorece o crescimento bacteriano. 
Após crescimento, o microrganismo é isolado e submetido a testes de identificação para que se possa chegar à conclusão do microrganismo responsável pela infecção. O teste pode ser feito de duas maneiras: 
· Antibiograma por difusão em agar: neste procedimento são colocados pequenos discos de papel que contêm diferentes antibióticos em uma placa com meio de cultura apropriado para crescimento do agente infeccioso. Após 1 a 2 dias na estufa, é possível observar se houve ou não crescimento a volta do disco. Na ausência de crescimento, é constatado que o microrganismo é sensível àquele antibiótico, sendo considerado o mais indicado para o tratamento da infecção;
· Antibiograma baseado em diluição: neste procedimento existe um recipiente com várias diluições de antibiótico com doses diferentes, onde são colocados os microrganismos que serão analisados, e é determinada a Concentração Mínima Inibitória (CMI) do antibiótico. O recipiente em que não foi observado crescimento microbiano corresponde à dose do antibiótico que deve ser utilizada no tratamento, já que impediu o desenvolvimento do microrganismo.
Algumas bactérias, como por exemplo a Pasteurella multocida e a Streptococcus canis, têm sensibilidades previsíveis e podem ser tratadas seletivamente com penicilinas de espectro estreito. Da mesma forma, a maioria dos patógenos intracelulares devem ser gerenciados com tetraciclinas, e a grande maioria dos anaeróbios são sensíveis à penicilina e à clindamicina. O teste de sensibilidade é recomendado para bactérias patógenas cuja sensibilidade não pode ser predita.

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