Buscar

Aula_02_Ciclo_de_auditorias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO SERZEDELLO CORRÊA 
Auditoria operacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 
Introdução 
 
Aula 2 
Ciclo de auditorias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 2 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 
 
 
 Nesta aula você vai conhecer as principais etapas de realização de 
uma auditoria operacional, desde a seleção do objeto de auditoria até a 
fase de monitoramento das recomendações propostas. Essas etapas são 
as mesmas realizadas por diferentes Entidades de Fiscalização Superior 
(EFS), com exceção da etapa de apreciação do relatório de auditoria, 
típico das cortes de contas como o Tribunal de Contas da União, do que 
trataremos no capítulo 4. 
 
Fonte: adaptado de NAO, 1996. 
 
Para facilitar o estudo, esta aula está organizada da seguinte 
forma: 
 
AULA 2 – CICLO DE AUDITORIAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 
1. SELEÇÃO DO OBJETO DE AUDITORIA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2. ETAPA DE PLANEJAMENTO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 11 
3. ETAPAS DE EXECUÇÃO, RELATÓRIO E COMENTÁRIOS DO GESTOR -------------------------------------------------------------- 29 
4. ETAPA DE APRECIAÇÃO DO RELATÓRIO E DIVULGAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------- 35 
5. MONITORAMENTO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40 
SÍNTESE --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 3 
Ao final do Capítulo 1. Seleção do objeto de auditoria, esperamos 
que você tenha condições de: 
� Identificar os principais critérios que orientam as escolhas 
dos temas de auditoria 
� Identificar o instrumento utilizado para selecionar objetos 
de auditoria que apresentem maior potencial para 
aperfeiçoamento da gestão. 
 
Ao final do Capítulo 2. Planejamento, esperamos que você tenha 
condições de: 
Identificar as atividades desenvolvidas durante o 
planejamento e os produtos elaborados nessa fase do 
trabalho de auditoria 
Ao final do Capítulo 3. Etapas de execução e comentários do 
gestor, esperamos que você tenha condições de: 
� Identificar cada etapa da execução do trabalho de auditoria; 
� Identificar os procedimentos adotados para o registro dos 
comentários do gestor no relatório de auditoria; 
� Descrever a importância do registro do comentário do 
gestor no relatório de auditoria. 
 
Ao final do Capítulo 4. Etapa de apreciação do relatório e 
divulgação, esperamos que você tenha condições de: 
� Identificar os procedimentos de apreciação das auditorias 
operacionais no Tribunal de Contas da União; 
� Identificar os instrumentos de divulgação das auditorias 
operacionais usados pelo TCU. 
Ao final do Capítulo 5. Monitoramento, esperamos que você tenha 
condições de: 
� Definir monitoramento; 
� Identificar os instrumentos da sistemática de 
monitoramento; 
� Identificar a estrutura dos relatórios. 
 
 
 
Pronto para começar? Então, vamos! 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 4 
1. Seleção do objeto de auditoria 
 
 
Primeiramente, reflita por alguns instantes sobre as atividades 
desenvolvidas pela instituição em que você trabalha. 
Procure identificar as atividades prioritárias, defina critérios que 
justifiquem a sua escolha, ou seja, observe a importância dessas 
atividades consideradas prioritárias em relação às demais. 
Se você como auditor fosse designado para avaliar o desempenho 
das atividades desenvolvidas por sua instituição, por onde você 
começaria? 
 
Ao começar qualquer trabalho de auditoria, o primeiro passo é 
fazer a seleção do seu objeto. Mas como fazer essa seleção? 
Neste capítulo, vamos abordar a 1ª etapa da auditoria 
operacional: a seleção do objeto da auditoria. 
A importância da seleção está na identificação de oportunidade de 
realização de trabalhos que contribuam para o aperfeiçoamento da 
administração pública e para oferecer à sociedade informações que 
permitam um julgamento independente sobre o desempenho da atividade 
pública. 
 
 
 
 Saiba mais... 
 
 Segundo a ISSAI 3000, as EFS procuram atingir um ou mais dos 
seguintes objetivos com as ANOp: 
• proporcionar ao poder legislativo exame independente sobre a 
economicidade, eficiência ou efetividade dos recursos e dos arranjos 
utilizados para a implementação de políticas ou programas de governo; 
• proporcionar ao poder legislativo análise independente e ad hoc 
sobre a viabilidade e confiabilidade dos sistemas de mensuração do 
desempenho ou declarações ou auto-avaliações sobre desempenho que 
são publicadas por entidades executoras; 
• proporcionar ao poder legislativo a análise independente dos 
problemas de economia, eficiência e efetividade em atividades do 
governo e contribuir para melhorias; 
• proporcionar ao poder legislativo avaliações, com independência, 
sobre os impactos intencionais ou não intencionais, diretos e indiretos 
dos programas de governo bem como verificar se as metas declaradas 
ou objetivos têm sido alcançados e em que medida, ou razão de não 
terem sido alcançados. 
Assim, o método a ser aplicado na ANOp deve abranger os 
objetivos que se pretende atingir com os resultados do trabalho. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 5 
Ao determinar a alocação de seus recursos, o órgão de controle 
deve priorizar atividades que precisam, por lei, ser completadas em certo 
prazo, a exemplo do relatório e pareceres prévios sobre as contas do 
Governo da República. Este capítulo não trata desses casos, mas dos 
cuidados que devem ser adotados ao se priorizar as auditorias de 
iniciativa própria. 
 
O modelo apresentado nesta aula tem por base as diretrizes a 
Intosai (ISSAI 3000/3.2, 2004) e do Tribunal de Contas da União (TCU), 
segundo as quais devem ser observadas as seguintes etapas para 
definição dos objetos de auditoria: 
• definir os possíveis temas de fiscalização a partir dos quais se 
selecionarão as áreas estratégicas para atuação da instituição; 
• estabelecer os critérios que serão empregados para a seleção de 
áreas. 
 
1.1. Integração com o plano estratégico 
A ISSAI 3000 define que o processo de seleção de fiscalizações 
deve estar integrado ao planejamento estratégico e ao sistema de 
planejamento anual da EFS. 
Esta integração orientará escolhas que definirão: 
a) alocação de recursos como, por exemplo, programas de 
capacitação, ferramentas de trabalho e alocação de pessoal; 
b) diretrizes de atuação da EFS, relativamente às áreas de 
governo que serão examinadas prioritariamente. 
Após a definição da abordagem estratégica, inicia-se o plano 
operacional. 
 
1.2. Critérios para selecionar objetos específicos de auditoria 
Os critérios de seleção podem ter maior ou menor peso no 
processo de escolha, dependendo do contexto. Os atributos do possível 
objeto de auditoria devem ser examinados em relação a cada um dos 
critérios listados abaixo para, em conjunto, construir uma escala de 
prioridades. 
 
 
 
 
 
Para saber mais... 
O modelo de gestão 
governamental, com a edição do 
Decreto nº 2.829/1998, que 
estabeleceu normas para a 
elaboração e execução do Plano 
Plurianual (PPA) e dos 
Orçamentos da União, introduziu 
na administração pública a 
gestão gerencial de planejamento 
e orçamento, voltada para a 
solução de problemas e obtenção 
de resultados por meio de 
programas. 
Nesse novo contexto, a alocação 
dos recursospúblicos deixou de 
ser orientada pela natureza da 
despesa e passou a ser focada no 
resultado da ação 
governamental. A efetiva e 
regular aplicação dos recursos 
públicos está, portanto, 
diretamente relacionada aos 
elementos que definem a 
qualidade do gasto público: 
 
Atenção!
As escolhas realizadas devem ser justificadas e 
fundamentadas, ainda que prevaleça a opinião 
qualificada de um grupo de profissionais. O critério 
mais importante é a agregação de valor. Outros 
critérios podem ser usados, entre os quais se destacam 
os citados nos normativos da Intosai e do TCU: 
materialidade, relevância e vulnerabilidade. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 6 
Agregação de 
valor 
 Significa produzir novos conhecimentos e perspectivas 
sobre o objeto de estudo, a partir de algumas situações. 
As seguintes situações podem indicar a possibilidade de a 
auditoria agregar valor significativo: 
a) discussão sobre nova política pública ou mudança 
significativa na implementação de programa ou na 
organização de ente governamental; 
b) surgimento de novas ou urgentes atividades ou 
mudanças de condição; 
c) escassez de auditorias anteriores ou trabalhos de outros 
órgãos de pesquisa ou de controle sobre o objeto de 
auditoria; 
d) pouco conhecimento sobre a relação causa e efeito entre 
a ação de governo e a solução de problemas. 
Materialidade É a importância relativa ou representatividade do valor ou 
do volume de recursos envolvidos, em determinado 
contexto. 
O critério de materialidade indica que o processo de seleção 
deve levar em consideração os valores envolvidos no objeto 
de auditoria, pois a auditoria deve produzir benefícios 
significativos. Nem sempre benefícios das auditorias 
operacionais são financeiros, mas o aperfeiçoamento de 
processos em objetos de auditoria com alta materialidade 
tem grande possibilidade de gerar economia ou eliminar 
desperdícios. 
O volume de recursos disponíveis no orçamento é indicador 
de materialidade. No entanto, em ambientes orçamentários 
nos quais existe grande diferença entre o orçado, o 
contratado e o pago, o exame dos valores envolvidos em 
cada uma dessas fases da despesa pode ser necessário. 
Além disso, na fiscalização da área de regulação, a dimensão 
econômica do setor no qual se insere o objeto de auditoria 
deve ser levada em consideração. 
Relevância São questões de interesse da sociedade que estão em debate 
público e são valorizadas, a partir da opinião de vários 
setores da sociedade. 
Para avaliar a importância relativa do objeto de auditoria é 
necessário levantar informações mediante pesquisas nos 
sistemas disponíveis e entrevistas com stakeholders. 
Os meios que devem ser usados para aferir a relevância do 
possível objeto de auditoria são: 
• opinião de parlamentares, de técnicos das casas 
legislativas ou de institutos de pesquisa e de figuras 
proeminentes de diversos setores da sociedade; 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 7 
• declarações de prioridades nos planos e 
orçamentos públicos, como o Plano Plurianual, a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias, a mensagem do Poder Executivo 
que encaminha o orçamento ao Poder Legislativo, os planos 
setoriais, a manifestação pública de priorização pelo 
governo; 
• relatos reiterados de desperdícios, erros, 
desobediência a procedimentos; 
• presença na mídia. 
Vulnerabilidade No contexto do processo de seleção, as vulnerabilidades são 
situações ou propriedades intrínsecas do objeto de 
auditoria que podem estar associadas à ocorrência de 
eventos adversos (ABNT, 2009). Conforme a natureza do 
objeto de auditoria que esteja sendo selecionado, é 
necessário investigar áreas específicas referentes à 
operação de programas de governo, organizações públicas 
ou mesmo municípios a serem auditados. Nesse último caso, 
podem ser examinadas características relacionadas ao 
desenvolvimento institucional local. 
 Exemplos de situações que podem estar associadas à 
ocorrência de eventos adversos (ISSAI 3000/2.2, 2004): 
• Estruturas gerenciais complexas que envolvem 
diferentes organizações governamentais, de uma mesma 
esfera ou de esferas de governo diferentes, e organizações 
não-governamentais. 
• Falta de informações confiáveis ou atualizadas 
sobre o desempenho do objeto de auditoria, como alcance 
de metas, custos dos produtos, público atendido. 
• Problemas de estrutura, de planejamento, de 
controle. 
• Falta de clareza sobre objetivos, metas, 
responsabilidades, processos de tomada de decisão. 
• Problemas operacionais com sistemas 
informatizados. 
1.3. Levantamento 
Para passar do planejamento estratégico para o plano operacional, 
é necessário obter informações atualizadas do objeto que se pretende 
auditar. Coletam-se informações sobre estrutura, funções e operações 
com objetivo de identificar áreas com alta materialidade, que apresentem 
vulnerabilidades e que tenham potencial para que a auditoria contribua 
para gerar melhorias na administração. 
Isto pode ser feito por meio de levantamento que é um tipo de 
instrumento de fiscalização. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 8 
 levantamento tem por objetivo servir como instrumento para 
selecionar futuros temas para auditorias e para decidir se é viável realizar 
auditorias específicas. 
Dependendo do objetivo e do conhecimento acumulado sobre a 
área em exame, o levantamento poderá ter escopo amplo ou restrito. 
Levantamento 
de escopo 
amplo 
Tem por objetivo conhecer a organização e o 
funcionamento das áreas que poderão ser fiscalizadas, 
mediante análise do geral para o particular e em 
perspectiva plurianual, bem como identificar objetos e 
instrumentos de fiscalização. Tendo em vista sua amplitude, 
ele pode identificar oportunidades de realizar tanto 
auditorias operacionais quanto de conformidade. 
Levantamento 
de escopo 
restrito 
Permite aprofundar o levantamento para estudar a 
viabilidade de realização da fiscalização, isto é, examinar se 
o objeto de auditoria indicado é auditável, o que 
corresponde a um dos possíveis objetivos do levantamento. 
Permite, também, verificar a questão da oportunidade de 
realização da auditoria. 
Como o levantamento de escopo amplo visa identificar 
objetos de auditoria no curto, médio e longo prazos, as 
mudanças de condição podem exigir a atualização de 
informações e a reavaliação dos critérios de seleção. 
Em geral, o estudo de viabilidade traz informações sobre os 
principais processos operacionais e produtos, de forma a 
esclarecer a forma de execução das ações. Além disso, 
examinam-se: 
a) a qualidade dos indicadores de desempenho já 
identificados, destacando oportunidades de melhoria; 
b) a disponibilidade de dados e sistemas de informações, 
abordando sua confiabilidade e abrangência; 
c) os relatórios gerenciais existentes e as avaliações 
anteriormente efetuadas; 
d) as limitações à execução da auditoria, 
e) a receptividade do gestor em participar da fiscalização; 
f) a necessidade de empregar habilidades especializadas na 
auditoria; 
g) os possíveis prejuízos aos objetivos do controle externo, 
caso a fiscalização não seja realizada. 
Para facilitar a seleção de possíveis áreas que possam ser objeto de 
fiscalização, o TCU aplica método de levantamento para identificação de 
eventos de riscos em organizações, programas ou atividades 
governamentais. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 9 
Para a identificação de eventos de risco, consideram-se os 
conceitos da ABNT (ISO GUIA 73/2009), exceto quando indicado o 
contrário: 
Risco possibilidade de algo acontecer e ter impacto nos objetivos, 
sendo medido em termos de consequências e 
probabilidades (IN TCU 63/2010). 
Consequência resultado de um evento que afeta os objetivos. 
Probabilidade chance de algo acontecer. 
Evento ocorrência ou mudança em um conjunto específico de 
circunstâncias; incidente. 
Identificação de 
riscos 
processo de busca, reconhecimento e descrição de riscos.Análise de risco processo de compreender a natureza do risco e determinar 
o nível de risco. 
Avaliação de 
riscos 
processo de comparar os resultados da análise de riscos 
com os critérios de risco para determinar se o risco e/ou 
sua magnitude é aceitável ou tolerável. 
 
Resumo do método: 
1. Coleta preliminar de informações 
2. Aplicação de técnicas de diagnóstico (análise SWOT e DVR , 
Stakeholder e outras.) 
3. Mapeamento de processos 
4. Identificação de eventos de risco (principais aspectos que 
podem apontar para uma área de risco são (TCU, 2011): 
• relevância da área em relação aos objetivos da entidade; 
• inexistência de processos ou sistemas que permitam à 
gerência acompanhar o andamento de atividades relevantes 
para os objetivos; 
• potenciais falhas ou fragilidades nos controles; 
• existência de fatores externos de risco; 
• dificuldade de responder tempestivamente aos fatores 
externos; 
• incidência de falhas apontadas em trabalhos anteriores; 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 10 
5. Elaboração da matriz de risco – a matriz de risco contém as 
seguintes colunas (TCU, 2011): 
• Nome do processo mapeado 
• Objetivo: descrição sucinta do objetivo do processo 
mapeado 
• Descrição do evento: eventos de risco identificados pela 
equipe que podem impactar os objetivos do processo. 
Normalmente, em cada processo identificam-se vários riscos 
• Probabilidade 
• Consequências 
• Nível: magnitude de um risco, expressa em termos da 
combinação das consequências e probabilidade 
• Ações de controle: a partir dos riscos identificados, a 
equipe de levantamento deve propor ações de controle a serem 
realizadas pelo órgão de controle 
Algumas versões da matriz de riscos podem trazer ainda os 
Mecanismos de controle existentes, que podem contribuir para diminuir 
ou suprimir o risco. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 11 
2. Etapa de planejamento 
 
 
Voltando ao ciclo dos trabalhos de ANOp, após definirmos o 
objeto, passamos à etapa de planejamento. 
 
Fonte: adaptado de NAO, 1996. 
 
Em ANOp, assim como em qualquer outro tipo de fiscalização, é 
imprescindível definir o escopo e as questões de auditoria. 
 
Na sua opinião, o que mais devemos definir na etapa de 
planejamento do ciclo de auditoria? 
Comentário do especialista 
 
 Na etapa de planejamento, elabora-se um projeto de auditoria, 
por meio do qual são definidos e documentados os objetivos, a 
extensão, os procedimentos de coleta e de análise de dados, os recursos 
e o prazo da auditoria. 
O planejamento está sintetizado em uma matriz de planejamento, 
principal instrumento de apoio à elaboração do projeto de auditoria, 
pois contém as informações essenciais que o definem. Seu propósito é 
auxiliar a elaboração conceitual do trabalho e a orientação da equipe na 
fase de execução. É fundamental para facilitar a comunicação de 
decisões sobre o método e a condução dos trabalhos de campo. 
 Como elaborar um projeto de auditoria operacional é o tema deste 
capítulo. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 12 
No planejamento de uma auditoria, algumas atividades são fundamentais 
para que se tenha uma visão clara do direcionamento do trabalho e para 
garantir a sua qualidade. Veja as atividades da fase de planejamento de 
auditoria: 
 
O planejamento visa, portanto, delimitar o objetivo e o escopo da 
auditoria, definir o método a ser adotado para investigar as questões de 
auditoria e estimar os recursos, os custos e o prazo necessários à sua 
realização. 
O estabelecimento de boas relações com os gestores, desde o 
início dos trabalhos, é de suma importância para o sucesso da auditoria. 
Especial atenção deve ser dada à cuidadosa organização dos contatos com 
os gestores, desde a fase de planejamento. O contato inicial deve ser por 
telefone, seguido de uma reunião em que a equipe de auditoria, 
acompanhada do supervisor, apresenta os objetivos do trabalho para o 
gestor e sua equipe. Deve-se solicitar a presença do representante do 
controle interno. 
O objetivo desta reunião inicial, além das apresentações das 
equipes de auditoria e da instituição ou programa auditado, é esclarecer 
sobre a modalidade de auditoria que será realizada e sua finalidade, as 
principais dimensões de análise (economicidade, eficiência, eficácia e 
efetividade), as etapas e os prazos previstos para a realização do trabalho. 
É fundamental destacar a importância da colaboração do gestor e a 
garantia de sua participação em todas as fases do trabalho, ressaltando-se 
o envio de relatório preliminar para sua análise e comentários. A atitude 
da equipe de auditoria deve favorecer a confiança mútua e a interação 
produtiva ao longo de todo o trabalho, sem, entretanto, descuidar da 
observância de limites necessários à salvaguarda de sua independência 
na condução da auditoria (ISSAI 3000/4.4, 2004; ISSAI 200/2.25/2.29, 
2001). 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 13 
Para evitar conflitos desnecessários, os auditores devem procurar 
entender a natureza específica do objeto de auditoria. Para isso, deverão 
considerá-lo a partir de diferentes perspectivas e adotar atitude aberta e 
objetiva diante de opiniões divergentes, esforçando-se para explicitá-las 
de maneira a construir uma visão final tão verdadeira e justa quanto 
possível (ISSAI 3000/4.4, 2004). 
Na fase de planejamento, é importante cumprir as seguintes 
etapas: 
• análise preliminar do objeto de auditoria; 
• definição do objetivo e escopo da auditoria; 
• especificação dos critérios de auditoria; 
• elaboração da matriz de planejamento; 
• validação da matriz de planejamento; 
• elaboração de instrumentos de coleta de dados; 
• teste-piloto; 
• elaboração do projeto de auditoria. 
Vamos examinar cada etapa. 
 
2.1. Cronograma das atividades 
Para garantir a realização de todas as atividades listadas 
anteriormente, um cronograma deve ser elaborado no primeiro momento 
do planejamento. 
O cronograma deve conter: 
• a relação das tarefas a serem executadas; 
• os responsáveis pelas tarefas; 
• o prazo para execução das tarefas. 
Esse instrumento permite que a equipe planeje e organize suas 
atividades, para facilitar a alocação de seus membros de acordo com as 
tarefas necessárias e o tempo disponível. 
O cronograma deve ser acordado entre os membros da equipe e 
ser submetido ao supervisor, que o utilizará para o acompanhamento do 
desenrolar dos trabalhos. Para facilitar essa tarefa, também podem ser 
utilizados softwares específicos de acompanhamento de projetos. 
Compete ao coordenador da equipe assegurar que o trabalho seja 
planejado corretamente e que os demais membros da equipe e os 
gestores do objeto da auditoria estejam suficientemente informados 
acerca do propósito do planejamento. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 14 
É importante que todos os membros da equipe estejam cientes do 
prazo final para conclusão de cada tarefa e que as informações levantadas 
sejam disseminadas entre todos. Os componentes da equipe de auditoria 
devem informar ao coordenador e, se necessário, ao supervisor as 
limitações ou entraves ao cumprimento dos prazos e tarefas acordados 
inicialmente. 
Reuniões curtas e periódicas são importantes e necessárias para 
que a equipe nunca deixe de interagir e tenha uniformidade de 
entendimento a respeito das conclusões de cada tarefa e da elaboração 
dos papéis de trabalho. 
Pontos de vista e posições antagônicas sempre vão existir. Deve-se 
procurar não perder tempo demais com discussões pouco importantes ou 
improdutivas; solucionar rapidamente impasses ou conflitos, e cumprir as 
atividades tempestivamente. 
A equipe deve repassar ao supervisor, nos prazos acordados, 
informações fundamentadas e conclusivas a respeito das atividades 
concluídas e seu impacto sobre os rumos da auditoria, em relação aos 
dados obtidos até aquele ponto do planejamento. 
Durante o planejamento, é importante que o coordenador da 
equipe avalieos prazos estimados inicialmente. Se houver necessidade de 
readequação, o coordenador da equipe deve submeter novo cronograma 
de atividades ao supervisor. Essa proposta deve ser feita logo que a 
necessidade for identificada, para que providências sejam encaminhadas 
em tempo hábil. 
 
2.2. Análise preliminar do objeto auditado 
A análise preliminar do objeto da auditoria consiste no 
levantamento de informações relevantes sobre o objeto em estudo de 
modo a obter conhecimento necessário à formulação das questões que 
serão examinadas na auditoria. 
Objetivos Metas Responsáveis 
Histórico 
Aspectos orçamentários e 
financeiros 
Legislação 
Pontenciais beneficiários 
Processo de tomada de 
decisão 
Principais recursos 
Relevância Sistemas de controle 
Indicadores de 
desempenho 
 
Para saber mais... 
Consulte, na biblioteca do curso, o 
exemplo de um cronograma elaborado 
pela equipe responsável pelo 
planejamento de auditoria na Ação de 
Formação de Estoques Públicos em 
2009. 
 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 15 
A compreensão do objeto da auditoria permite identificar os 
riscos e pontos críticos existentes. A extensão e o nível de detalhamento 
dos dados que serão coletados devem levar em consideração o tempo e 
recursos disponíveis, e os objetivos da auditoria. 
Apresentamos algumas das principais informações sobre o objeto 
de auditoria a serem levantadas e estudadas pela equipe: 
O objeto e seu 
contexto 
• objetivos (gerais ou parciais, dependendo da extensão 
do trabalho); 
• estratégia de atuação (ações desenvolvidas, metas 
fixadas, clientes atendidos, procedimentos e recursos 
empregados, bens e serviços ofertados e benefícios 
proporcionados); 
• estrutura organizacional (linhas de subordinação e de 
assessoramento e relação com as atividades 
desenvolvidas); 
• abrangência de atuação e metas dos órgãos, entidades, 
programas, projetos e atividades governamentais que 
atuam na mesma área; 
• fontes de financiamento e principais itens de custo e 
despesa (histórico da execução orçamentária); 
• situação no contexto das prioridades governamentais; 
• histórico (a partir da data de criação, as denominações 
anteriores e mudanças na sua concepção lógica em 
relação a objetivos, público-alvo e formas de 
implementação); 
• grupos de interesse e características do ambiente 
externo e interno; 
• natureza da atuação de outros órgãos ou programas 
governamentais que atuam na mesma área (linhas de 
coordenação). 
Funcionamento 
do objeto 
auditado 
• processos gerenciais; 
• bases de dados existentes; 
• ambiente de controle; 
• restrições enfrentadas (imposições legais e limitações 
impostas pela concorrência, pela tecnologia, pela 
escassez de recursos ou pela necessidade de cooperar 
com outras entidades). 
Dados sobre 
desempenho 
• procedimentos de coleta de dados sobre desempenho; 
• qualidade dos indicadores de desempenho usados; 
• uso de indicadores de desempenho no processo de 
tomada de decisões. 
 
Os dados de desempenho são 
fundamentais para a avaliação dos 
aspectos da economicidade, eficiência, 
eficácia e efetividade do objeto da 
auditoria. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 16 
 
 
 
 
 
 
Veja as principais fontes para obter fontes de informações sobre o 
objeto auditado: 
- documentação legal e institucional que dá suporte ao objeto de 
auditoria; 
- legislação orçamentária (PPA, LDO e LOA); 
- missão declarada, planos estratégicos e relatórios de gestão; 
- pronunciamentos feitos e decisões tomadas pelas autoridades 
competentes; 
- organogramas, diretrizes internas e manuais operacionais; 
- atas de reuniões; 
- sistemas de informações gerenciais; 
- bases de dados informatizadas; 
- sistemas de informações da administração pública (SIAFI, 
SIGPlan, SIDOR, SIASG); 
- bibliografia especializada; 
- gestores e especialistas; 
- beneficiários de programas governamentais; 
- relatórios e estudos produzidos por fonte credenciada 
(relatórios do IPEA, INEP, FGV, UnB, INESC, Unicamp, por exemplo); 
- mídia especializada. 
- relatórios de fiscalizações realizadas por órgãos de controle 
externo (inquéritos legislativos e fiscalizações dos tribunais de contas, 
por exemplo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção!
As sugestões apresentadas não esgotam as 
possibilidades de inclusão de outros dados relevantes; 
também não se deve considerar obrigatória a 
investigação de todos esses aspectos, pois algumas 
informações são mais adequadas à avaliação de órgãos, 
e outras se aplicam à avaliação de programas e 
projetos. 
Atenção!
Cuidado especial deve ser dedicado ao uso de revistas, 
jornais e outras publicações jornalísticas, bem como 
informações da internet que, embora possam oferecer 
informações de caráter geral e indicar a relevância de 
determinado tema, não são submetidas a revisões 
qualificadas, próprias de publicações científicas 
(revisão por pares). Outras publicações, mesmo de 
caráter oficial, devem ser interpretadas com reserva 
ante à possibilidade de apresentarem fatos 
seletivamente, de maneira a dar sustentação a 
determinado ponto de vista (LEE e LINGS, 2008). 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 17 
2.3. Aplicação de técnicas de diagnóstico 
Ainda na fase de análise preliminar podem ser utilizadas técnicas 
de diagnóstico para facilitar a interpretação sistemática das informações 
coletadas e a identificação dos principais problemas relativos ao 
desempenho do objeto selecionado. 
O quadro a seguir resume as principais técnicas de diagnóstico, 
seus objetivos e as informações que elas poderão fornecer ao auditor na 
fase de planejamento da auditoria. 
Técnica de 
diagnóstico 
Objetivo 
SWOT e 
Diagrama de 
Verificação de 
Risco 
• identificar as forças e fraquezas do ambiente interno do 
objeto da auditoria e as oportunidades e ameaças do 
ambiente externo; 
• identificar possíveis áreas a investigar; 
• identificar fatores de risco e conhecer a capacidade 
organizacional para o seu gerenciamento; 
• estimar os possíveis impactos de cada risco identificado 
Análise 
Stakeholder 
• identificar principais grupos de interesse (atores 
interessados); 
• identificar opiniões e conflitos de interesses e 
informações relevantes. 
Mapa de 
produtos e 
indicador de 
desempenho 
• conhecer os principais objetivos de uma entidade ou 
programa; 
• representar as relações de dependência entre os 
produtos; 
• identificar os responsáveis pelos produtos críticos; 
• desenvolver indicadores de desempenho. 
Mapa de 
processos 
• conhecer o funcionamento de processos de trabalho; 
• identificar boas práticas; 
• identificar oportunidades para racionalização e 
aperfeiçoamento de processos de trabalho. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 18 
2.4. Especificação dos critérios de auditoria 
Dependendo do caso examinado, a fonte mais adequada para o 
critério de auditoria será ou a norma oficial, expressa em leis e 
regulamentos, ou a fundamentação científica, tendo como referência 
literatura especializada, ou normas profissionais e boas práticas. 
Nas auditorias operacionais, a escolha do critério de auditoria é 
mais flexível e frequentemente contém elementos de discricionariedade e 
de julgamento profissional. 
Entre as fontes que podem ser empregadas para a definição de 
critérios de auditoria, estão: 
• leis e regulamentos que regem o funcionamento da entidade 
auditada; 
• decisões tomadas pelos Poderes Legislativo ou Executivo; 
• referências a comparações históricas e comparações com a 
melhor prática; 
• normas e valores profissionais; 
• indicadores-chave de desempenho estabelecidos pela entidade 
auditada ou pela Administração; 
• opinião predominante de especialistas independentes; 
• critérios utilizados em auditorias similares ou empregados por 
outras entidades de fiscalização superior – EFS; 
• organizações que realizem atividades semelhantes ou tenham 
programassimilares; 
• bibliografia especializada. 
 
 
 
 
 
Confiabilidade Deve resultar em conclusões consistentes quando aplicado 
por outro auditor na mesma circunstância. 
Objetividade Deve ser livre de qualquer tendenciosidade por parte do 
auditor ou do gestor. 
Utilidade Deve resultar em achados e conclusões que atendam às 
necessidades de informação dos interessados. 
Atenção!
Ao definir critérios de auditoria, a equipe deve 
assegurar que eles sejam razoáveis, exequíveis e 
relevantes para os objetivos da auditoria. Os critérios 
devem possuir, ainda, os seguintes atributos (ISSAI 
3000/Apêndice 2, 2004): 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 19 
Clareza Deve ser enunciado de modo a não estar sujeito a 
interpretações significativamente diferentes. 
Comparabilidade Deve ser consistente com critérios utilizados para auditar 
programa ou atividade similar e com aqueles usados 
previamente para auditar o mesmo objeto de auditoria. 
Completude Deve incorporar as dimensões relevantes para avaliar o 
desempenho. 
Aceitabilidade Deve ter aceitação por parte de especialistas independentes, 
órgão ou entidade auditada, legislativo, mídia e público em 
geral. 
 
Como esses critérios balizarão as conclusões da auditoria, os 
gestores devem ser consultados acerca da sua pertinência. 
 
2.5. Elaboração da matriz de planejamento 
Uma vez definidos o problema e as questões de auditoria, a equipe 
deve elaborar um quadro resumo, denominado matriz de planejamento, 
em que conste a proposta de trabalho da auditoria, com todos os 
elementos relevantes do que se pretende realizar durante a fase de 
execução. 
A matriz de planejamento possibilita ao auditor esquematizar de 
forma clara e concisa o que se deseja analisar, as informações que se 
deseja obter e como elas serão obtidas. 
Informações que deverão constar na matriz de planejamento: 
• problema de auditoria; 
• questões de auditoria; 
• informações requeridas para responder à questão de auditoria; 
• fontes de informação; 
• procedimentos de coleta de dados; 
• procedimentos de análise de dados; 
• limitações aos trabalhos de auditoria; 
• o que a análise vai permitir dizer. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 20 
Veja um modelo de matriz de planejamento: 
 
É importante a revisão da matriz de planejamento nos seguintes 
pontos: 
• o problema de auditoria foi devidamente explicitado? 
• as questões de auditoria estão claramente formuladas? 
• existe relação clara e satisfatória entre as questões de auditoria e 
o problema a ser investigado? 
• os procedimentos (métodos de coleta e análise de dados) são 
adequados para responder às questões formuladas? 
• foram colocadas na matriz informações suficientes sobre as 
limitações e as conclusões esperadas (o que a análise vai permitir dizer) 
do trabalho de auditoria proposto? 
A matriz de planejamento será detalhada na Aula 6 – Matriz de 
planejamento, quando você terá a oportunidade de examinar um exemplo 
e exercitar sua elaboração. 
 
Matriz de planejamento 
Problema de auditoria: expressar, de forma clara e objetiva, aquilo que motivou a auditoria. 
Questão / 
subquestão 
de auditoria 
Informações 
requeridas 
Fontes de 
informação 
Procedi-
mentos 
para coleta 
de dados 
Procedi-
mentos de 
análise de 
dados 
Limitações O que a 
análise vai 
permitir 
dizer 
Especificar os 
termos-chave 
e o escopo da 
questão: 
• critério; 
• período de 
abrangência; 
• atores 
envolvidos; 
• abrangência 
geográfica. 
Identificar as 
informações 
necessárias 
para 
responder a 
questão de 
auditoria. 
Identificar as 
fontes de 
cada item de 
informação. 
Identificar 
as técnicas 
de coleta de 
dados que 
serão 
usadas e 
descrever os 
respectivos 
procedimen
tos. 
Identificar 
as técnicas a 
ser 
empregadas 
na análise 
de dados e 
descrever os 
respectivos 
procedimen-
tos. 
Especificar as 
limitações 
relativas: 
• à estratégia 
metodológica 
adotada; 
• ao acesso a 
pessoas e 
informações; 
• à qualidade 
das 
informações; 
•às 
condições 
operacionais 
de realização 
de trabalho. 
Esclarecer 
precisamente 
que 
conclusões 
ou resultados 
podem ser 
alcançados. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 21 
2.6. Validação da matriz de planejamento 
O processo de validação da matriz passa por duas etapas: 
1ª) realização do painel de referência; 
2ª) apresentação da matriz aos gestores do objeto auditado. 
 
São objetivos do painel de referência: 
• conferir a lógica do projeto de auditoria e o rigor do método 
proposto, questionando as fontes de informação, a estratégia 
metodológica e o método de análise a ser utilizado, em confronto com os 
objetivos da auditoria. 
• orientar e aconselhar a equipe de auditoria sobre a abordagem a 
ser adotada pela auditoria. 
• prover um variado conjunto de opiniões especializadas e 
independentes sobre o objeto de auditoria. 
• assegurar a qualidade do trabalho e alertar a equipe sobre falhas 
no seu desenvolvimento/concepção. 
A organização do evento é de responsabilidade da equipe de 
auditoria. 
 
2.7. Orientações para a organização e condução do painel de 
referência 
Ao longo da fase de planejamento 
• identifique os agentes cuja participação poderia agregar valor à 
discussão de aspectos técnicos e metodológicos do trabalho; 
• contate os agentes escolhidos, verificando a melhor data para a 
realização do evento. 
5 dias antes do evento 
• providencie os arranjos de organização: reserva de sala, reserva 
de projetor, marcação de videoconferência, confecção de prisma de 
identificação dos participantes, solicitação de água e café; 
• providencie pedido de pagamento de passagens e diárias, papel e 
lápis/caneta para participantes, lista de presença com nome, cargo e 
contato dos participantes; 
• encaminhe aos participantes documento com a formalização do 
convite (com dia, hora, local e objetivo do encontro), documento com 
aspectos gerais da auditoria e a matriz de planejamento. 
 
O painel de referência deve ser 
organizado pela equipe com o objetivo 
de colher críticas e sugestões para o 
aprimoramento da matriz de 
planejamento. 
Além disso, constitui-se em 
oportunidade para promover o 
fortalecimento do controle social, ao 
informar os principais stakeholders 
sobre a natureza das ações de 
fiscalização do TCU, gerando 
expectativa sobre os resultados do 
trabalho e fortalecendo a imagem 
institucional. 
Portanto, a composição do painel deve 
favorecer o debate e refletir diferentes 
pontos de vista sobre o tema da 
auditoria. O painel poderá contar com a 
participação de especialistas 
convidados de universidades, centros 
de pesquisa e consultorias técnicas do 
Congresso com interesse no tema; 
representantes do controle interno e 
dos órgãos de planejamento e 
orçamento; representante do Ministro-
Relator; auditores com reconhecida 
experiência no tema e representantes 
de organizações do terceiro setor, 
quando for o caso. O gestor poderá 
participar do painel de referência 
sempre que a equipe e o supervisor 
entenderem que a sua presença não 
trará prejuízo aos objetivos do painel. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 22 
2 dias antes do evento 
• confirme o recebimento dos documentos enviados e a 
participação no evento; 
• prepare documento com a pauta da reunião e informações sobre 
os participantes, para ser entregue ao supervisor. 
No dia do painel de referência 
• inspecione o local da reunião, verificando se todos os 
instrumentos necessários à apresentação estarão disponíveis; 
• solicite água e café; 
• disponibilize lápis/caneta, papel e providenciar algumas cópias do 
material que será discutido. 
Na reunião 
• apresente todas as pessoas, citando nome e cargo/ocupação; 
• explique o objetivo da reunião, bem como o encaminhamento das 
conclusões; 
• apresente o trabalho de auditoria em linhas gerais; 
• abra a discussão, explicando qual será o procedimento adotado 
para a discussão da matriz deplanejamento; 
• ao final do encontro, agradeça aos presentes e defina como será 
dado o encaminhamento do resultado da reunião aos participantes. 
Após a reunião 
• encaminhe documento ao órgão dos convidados, se for o caso, 
agradecendo a participação. 
Depois de realizados os ajustes sugeridos no painel de referência, 
a matriz de planejamento deve ser apresentada aos gestores responsáveis 
pelo objeto de auditoria para colher sua apreciação crítica sobre o 
desenvolvimento dos trabalhos. Para a validação da Matriz de 
Planejamento com os gestores do órgão ou programa auditado, a equipe 
poderá realizar um workshop. 
 
2.8. Elaboração de instrumentos de coleta de dados 
É importante registrar, organizar, documentar e referenciar os 
dados e informações obtidos durante todas as fases de auditoria, em 
forma de papéis de trabalho (ISSAI 3000, Anexo 3, 2004; GAO, 2007). 
 
Papéis de trabalho são os 
documentos relevantes coletados e 
gerados durante a auditoria. Devem 
ser suficientemente completos e 
detalhados para permitir que um 
auditor experiente, que não teve 
contato prévio com a auditoria, seja 
capaz de entender, a partir da 
documentação, a natureza e os 
resultados da auditoria realizada, os 
procedimentos adotados, as evidências 
obtidas e as conclusões alcançadas. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 23 
Uma vez definidos os procedimentos de coleta de dados, devem-se 
elaborar os instrumentos de coleta a serem utilizados durante a execução 
da auditoria. As técnicas mais comumente usadas são: 
Entrevista A entrevista é um método de coleta de informações que 
consiste em uma conversação, individual ou em grupo, com 
pessoas selecionadas cuidadosamente, e cujo grau de 
pertinência, validade e confiabilidade é analisado na 
perspectiva dos objetivos da coleta de informações (KETELE, 
1999). 
Em resumo, é uma sessão de perguntas e respostas para obter 
uma informação específica (ISSAI/Apêndice 1, 2004). 
Grande parte da auditoria operacional é baseada em 
entrevistas. Elas servem para: 
• ampliar o conhecimento sobre o objeto auditado; 
• obter a percepção de gestores, especialistas e beneficiários 
de programas governamentais sobre o aspecto examinado; 
• coletar informações preliminares, na fase de diagnóstico do 
problema, que serão usadas no desenho do projeto de 
auditoria; 
• auxiliar na interpretação de dados obtidos por meio do uso 
de outros métodos de coleta; 
• explorar possíveis recomendações (ISSAI/Apêndice 1, 
2004). 
Questionário Possibilita coletar informações quantitativas ou qualitativas 
de uma ampla população, conhecer a opinião e o ponto de 
vista de beneficiários ou executores de programas, identificar 
a frequência de um dado evento (quando se tratar de amostra 
representativa da população) e testar hipótese de trabalho, 
por exemplo, investigar relações causais. 
Questionários enviados pelo correio ou por meio eletrônico 
são muito utilizados por apresentar as seguintes vantagens: 
baixo custo; não há necessidade de entrevistadores e de 
treinamento; não há necessidade de deslocamento de pessoal; 
pode-se obter informação de uma amostra numerosa e 
dispersa. 
Observação 
direta 
Registro presencial e sistemático de informações, 
predefinidas em roteiro. Requer treinamento e preparação 
específica em, por exemplo, técnicas de anotação de campo, 
bem como capacidade de concentração e percepção seletiva. 
Auxilia na compreensão da entidade auditada, em particular 
quando se pretende avaliar a prestação de serviço à 
população. 
O observador treinado deve ser capaz de coletar informações 
exatas, válidas e confiáveis. 
 
Para saber mais... 
Consulte: Tribunal de Contas da União 
(TCU). Técnica de Pesquisa para 
Auditorias. Brasília: TCU, 2010, na 
biblioteca do curso. 
 
Para saber mais... 
Consulte: Tribunal de Contas da União 
(TCU). Técnica de Entrevista para 
Auditorias. Brasília: TCU, 2010, na 
biblioteca do curso. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 24 
A observação direta é muito empregada em avaliações de 
programa do tipo qualitativo, como estudos de caso. As 
vantagens desse método podem ser assim resumidas: 
• permite ao observador compreender o contexto no qual se 
desenvolvem as atividades do programa; 
• permite que o observador use a abordagem indutiva (ao 
testemunhar os fatos, as impressões e opiniões do observador 
dependerão menos de percepções prévias sobre o programa); 
• permite que um observador treinado perceba aspectos que 
escapam aos participantes, rotineiramente envolvidos com o 
programa; 
• pode captar aspectos do programa sobre os quais os 
participantes não desejam falar numa entrevista, por ser um 
tema delicado ou embaraçoso; 
• traz para a análise as percepções do próprio observador, 
que, ao serem confrontadas com as percepções dos 
entrevistados, fornecem uma visão mais completa do 
programa estudado; 
• permite que o observador forme impressões que 
extrapolem o que é possível registrar, mesmo nas mais 
detalhadas anotações de campo, que podem auxiliar na 
compreensão do programa e dos seus participantes. 
Uso de dados 
existentes 
É possível agregar valor e extrair informações originais de 
dados existentes, identificando tendências e examinando-as 
de modo criativo. 
O uso de dados existentes requer cuidados especiais por parte 
da equipe de auditoria. Além da confiabilidade dos dados, 
outras questões devem ser consideradas: 
• Que tipo de dado está disponível? Ele se adapta à questão 
que se pretende investigar? 
• Os dados estão completos e o período de abrangência é 
suficiente para a análise? 
• De que forma o dado está armazenado? Quais as limitações 
relativas à forma dos dados e quais as dificuldades existentes 
para a sua obtenção? 
• Que atividades de coleta são realizadas regularmente? Foi 
realizada coleta de dados com objetivo específico? 
• Há outras fontes relevantes de dados para o tema a ser 
investigado? 
 
 
 
Para saber mais... 
Consulte: Tribunal de Contas da União 
(TCU). Técnica de Observação Direta 
em Auditoria. Brasília: TCU, 2010, na 
biblioteca do curso. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 25 
Grupo focal Grupo Focal é uma técnica qualitativa de pesquisa que tem 
como fonte de coleta de dados discussões ocorridas entre 
participantes de um determinado grupo sobre o tema de 
interesse. 
 
Com a realização de Grupo Focal busca-se ouvir opiniões, 
perceber atitudes, motivações e preocupações de indivíduos 
com relação a determinado assunto. Não se busca consensos 
por meio desta técnica. O objetivo é reunir grupos, que variam 
de quatro a doze participantes, sob a condução de um 
moderador. Podem ser realizados de modo presencial ou à 
distância por meio de teleconferência. Cabe apenas cuidar 
para que o local da discussão seja neutro e reservado, pois não 
é admissível interferência de terceiros e interrupção das 
discussões. 
Algumas características são comuns a todos os grupos focais: 
• as reuniões são sempre conduzidas por um moderador, que 
funciona como um líder e estimula as discussões entre os 
participantes sem influenciar ou tentar dirigir as conclusões; 
• os grupos são compostos de forma homogênea (pessoas de 
um mesmo setor; profissionais envolvidos em uma mesma 
atividade); 
• as reuniões são, sempre que possível, gravadas para 
permitir o completo registro dos procedimentos. 
 
Ao se optar por uma técnica de coleta de dados, deve-se 
considerar, primeiramente, a conveniência de que sejam utilizados 
instrumentos que obedeçam ou não a um padrão pré-elaborado 
(estruturado). 
Entre as vantagens de um instrumento estruturado de coleta de 
dados, destacam-se as seguintes: 
a) atinge maior número de pessoas; 
b) possibilita a comparação das respostas; 
c) permite análise estatística e 
d) possibilita generalizar conclusões, no caso de amostras 
aleatórias. 
 
 
 
 
 
 
Atenção!
A equipe deve atentar para o fato de que o 
desenvolvimento e o pré-testedos instrumentos de 
coleta são: 
• demorados; 
• podem requerer conhecimento especializado; e 
• é difícil garantir o rigor das informações 
prestadas. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 26 
2.9. Teste piloto 
A equipe deve realizar teste piloto para validar e ajustar as tarefas 
e instrumentos de coleta de dados propostos. 
Muitas vezes, a complexidade e a falta de informações precisas a 
respeito do objeto da auditoria podem comprometer o resultado da 
auditoria operacional. Assim, torna-se recomendável a realização de teste 
piloto. 
O teste piloto permite conferir: 
• as premissas iniciais acerca do funcionamento do objeto auditado; 
• a estratégia metodológica proposta na matriz de planejamento; 
• a adequação dos instrumentos de coleta (questionários, roteiro de 
observação direta, roteiro de entrevista, roteiro de grupo focal); 
• a qualidade e a confiabilidade dos dados que se pretende coletar; 
entre outras verificações que a equipe julgar necessárias. 
Para realizar o teste piloto, a equipe deve escolher um local ou 
aspecto do objeto de auditoria que apresente dificuldades potenciais à 
condução dos trabalhos, o que permite à equipe antecipar as dificuldades 
que poderão ser enfrentadas durante a fase de execução. Isso permitirá 
ainda que a equipe conheça problemas que poderão ocorrer; ajustar o 
tamanho da amostra, caso seja necessário, e saber se a estratégia 
metodológica responderá satisfatoriamente às questões propostas pela 
auditoria. 
 
2.10. Elaboração do projeto de auditoria 
Ao final do planejamento de auditoria, deve ser apresentado um 
projeto com a síntese dos dados coletados e as conclusões alcançadas, 
bem como a indicação do tipo de trabalho de auditoria que se pretende 
realizar. Este produto é denominado projeto de auditoria. Ele cumpre a 
função de documentar os principais aspectos do planejamento realizado, 
o que permite a verificação futura da qualidade e da robustez do trabalho. 
O principal instrumento de apoio à elaboração do relatório de 
planejamento de auditoria é a matriz de planejamento. O projeto, em sua 
essência, é a motivação para se investigar determinado problema de 
auditoria, sob particular aspecto e com a utilização de certo método. A 
matriz é a representação resumida do projeto de auditoria, daí a 
importância da discussão amadurecida da matriz antes de se iniciar a 
redação do projeto. 
O projeto de auditoria pode ser estruturado da seguinte 
maneira: 
Folha de rosto Contém os elementos necessários para identificação do relatório, 
entre os quais: objeto da auditoria, número dos autos do processo, 
objetivo da auditoria, período abrangido pela auditoria, período de 
realização do planejamento, equipe de auditoria. 
Para saber mais... 
Veja um exemplo de projeto de 
auditoria na biblioteca do curso. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 27 
 
Introdução 
 
A introdução do programa é mais simplificada do que a introdução 
do relatório de auditoria e incorpora visão geral, também 
resumida. Compõe-se do seguinte: 
• identificação e características resumidas do objeto de auditoria, 
necessárias à compreensão do projeto. Alguns dos elementos da 
visão geral podem ser: objetivos, responsáveis, histórico, 
beneficiários, principais produtos, relevância, metas, aspectos 
orçamentários, processo de tomada de decisão, sistemas de 
controle; 
• antecedentes, que contemplam as razões que originaram a 
auditoria, a deliberação que a autorizou e a existência de 
fiscalizações anteriores no mesmo objeto; 
• processos conexos, onde se analisam relações com processos 
acerca de objetos que se referem a auditoria. 
Objetivo e 
escopo da 
auditoria 
Com base nas informações propiciadas pela análise preliminar do 
objeto de auditoria, expresse, de forma clara e objetiva, o 
"problema" que será enfocado e que norteará a concepção e 
execução da auditoria. O problema é a justificativa para a 
realização da auditoria sob o enfoque proposto. Nessa seção, 
justificam-se as questões de auditoria, isto é, o enfoque a ser 
adotado e as dimensões de desempenho a ser abordadas. A equipe 
deve acrescentar também informações sobre qual será o período 
de análise e sua base geográfica. 
Método No projeto de auditoria, o método é a descrição dos pontos a 
serem investigados, como se fará a investigação e quais as 
conclusões a que se deseja chegar. Essa seção é composta com 
base na matriz de planejamento, orientando-se por suas linhas. Na 
seção de método deve-se descrever o que a análise permitirá dizer 
e como se pretende chegar a essas conclusões. É fundamental 
destacar os resultados que se pretende alcançar com a realização 
da auditoria, indicando as oportunidades de aperfeiçoamento e, 
sempre que possível, de economia de recursos públicos, a fim de 
permitir análise de custo-benefício da auditoria. 
Compõem essa seção: questão de auditoria, o que a análise 
permitirá dizer, critérios, informações requeridas, fontes de 
informação, procedimentos de coleta de dados, procedimentos de 
análise de dados e limitações. Registram-se ainda a participação de 
especialistas e de outras unidades técnicas. 
Conclusão A conclusão deve trazer a manifestação da equipe sobre a 
oportunidade de realização da auditoria, com seu embasamento, 
expresso de forma bastante resumida. Devem-se destacar as 
possibilidades de melhoria de desempenho e possíveis áreas de 
recomendação, além de resumir os principais benefícios 
esperados. Sempre que for possível, os benefícios devem ser 
quantificados. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 28 
Apêndice Os apêndices são informações produzidas pela equipe de auditoria 
durante a fase de planejamento e não incluídas no texto para 
evitar a descontinuidade da sua sequência lógica. Exemplos de 
apêndices em programas de auditoria são a tabela que registra a 
estimativa de custos, a matriz de planejamento, o cronograma das 
fases de execução e relatório. 
Além disso, os apêndices podem detalhar o método, expor estudos 
de caso e registrar os papéis de coleta de dados (questionários, 
roteiros de observação direta e outros) e os papéis de trabalho 
referentes a técnicas usadas para diagnóstico e análise do 
ambiente e do nível de desempenho do objeto da auditoria (mapa 
de processo, análise SWOT, DVR, análise RECI, análise stakeholder 
e outras). 
Referências Listagem das fontes bibliográficas utilizadas na produção do texto. 
Devem ser apresentadas conforme a norma NBR 6023, da ABNT. 
 
 
 
Atividade 
 
 Antes de fazer a autoavaliação desse capítulo, consulte na 
biblioteca da aula 1 um exemplo de projeto de auditoria operacional. 
Sua leitura ajudará a fazer a conexão entre a teoria de auditoria e sua 
prática. Lembre-se é um exemplo real de trabalho de equipe de 
auditoria, não é um modelo de livro texto. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 29 
3. Etapas de execução, relatório e comentários 
do gestor 
 
 
Agora que a auditoria foi planejada, chegou a hora de executá-la. 
 
3.1. Duração 
 
Você saberia estimar o tempo de duração de uma 
auditoria operacional? 
 
A duração da auditoria operacional varia segundo vários fatores, 
entre os quais, o tamanho da equipe, a experiência de seus componentes, 
o escopo da auditoria e outros. Levantamento do TCU sobre 14 ANOp de 
grande porte realizadas em 2009/2010 revelou os seguintes prazos 
médios: 
• fases de planejamento, execução e relatório: 5 meses. 
• revisão do supervisor, comentários dos gestores, análise dos 
comentários e revisão final: 3 meses. 
Esses prazos também podem variar, considerando as demais 
atividades concorrentes da unidade técnica por ocasião do término da 
fase de relatório. Só então o documento será enviado ao Ministro-Relator, 
que o submeterá ao Plenário do Tribunal. 
 
3.2. Competências da equipe 
A ANOp é normalmente realizada por uma equipe de dois a cinco 
auditores, os quais podem ser apoiados por outros auditores ou 
profissionais para orientaçãosobre temas específicos. A composição da 
equipe deve estar associada à complexidade do trabalho e ao prazo 
disponível. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 30 
A necessidade de apoio externo pode estar relacionada à natureza 
especializada do objeto da auditoria ou à aplicação de técnicas ainda não 
dominadas pela equipe. 
Por exemplo: 
1 – a equipe examina a qualidade da prestação de serviço de certo 
programa de assistência social. Conclui que precisará realizar grupos 
focais com beneficiários do programa. Propõem a participação de auditor 
de outra unidade técnica de coleta de dados para treinar a equipe e 
acompanhar sua aplicação em teste piloto. 
2 – a equipe examina procedimentos de fiscalização de uma 
agência reguladora. Conclui que precisa de opinião profissional sobre a 
correção do plano amostral usado para selecionar os regulados que serão 
fiscalizados. Para isso, solicita apoio técnico da Secretaria de Métodos 
Aplicados e Suporte à Auditoria (Seaud) ou propõe a requisição de 
profissional especializado para emitir parecer estatístico. 
 
3.3. Etapas da execução 
A execução consiste na obtenção de evidências apropriadas e 
suficientes para respaldar os achados e conclusões de auditoria. 
Achados são situações verificadas pelo auditor durante o trabalho 
de campo que serão usadas para responder às questões de auditoria. O 
processo lógico de identificação de achados consiste na comparação entre 
a situação existente ou condição (o que é) e o critério de auditoria (o que 
deveria ser). As discrepâncias identificadas, suas causas e seus efeitos 
constituem os demais atributos do achado de auditoria. 
A causa do achado servirá de base para as deliberações propostas 
e o efeito é a consequência da diferença encontrada entre situação 
encontrada e o critério. O efeito indica a gravidade da situação encontrada 
e determina a intensidade da ação corretiva. 
As principais atividades realizadas na fase de execução estão 
organizadas em 4 etapas: 
 
 1ª etapa: desenvolvimento dos trabalhos de campo 
O trabalho de campo consiste na coleta de dados e informações 
definidos no planejamento de auditoria. O tipo de dados a coletar e as 
fontes desses dados dependerão da estratégia metodológica e dos 
critérios estabelecidos. Os dados coletados devem ser precisos, completos 
e comparáveis. 
Normalmente, a coleta de dados é feita in loco e a equipe aplica os 
instrumentos desenvolvidos e testados na fase de planejamento. Os 
métodos de coleta de dados mais usados são entrevista, questionário, 
observação direta e uso de dados existentes. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 31 
Estratégias metodológicas mais utilizadas em ANOp realizadas 
pelo TCU: 
Estudo de caso “Estudo de caso é um método usado para conhecer uma 
situação complexa, baseado em compreensão abrangente 
da situação, obtida a partir de sua ampla descrição e análise, 
considerada como um todo e no seu contexto.” [grifamos] 
(GAO, 1990, p. 14). 
Pesquisa 
documental 
Abrange o exame de toda espécie de registros 
administrativos, inclusive estatísticas oficiais. Além de 
material produzido pela instituição auditada, são pesquisados 
relatórios de auditorias anteriores do TCU e da CGU, assim 
como estudos realizados por outras instituições. Ao se realizar 
pesquisa documental é necessário avaliar a confiabilidade das 
informações divulgadas, assim como determinar a natureza, 
localização e disponibilidade dos documentos no início da 
auditoria. 
Pesquisa (ou 
survey) 
A pesquisa é uma estratégia metodológica que permite obter 
informações de caráter quantitativo e qualitativo relacionadas 
tanto aos aspectos operacionais e gerenciais, como aos 
resultados esperados. Com frequência, é utilizada em conjunto 
com estudos de caso como suporte para as análises de caráter 
qualitativo, típicas dessa última estratégia. Quando a pesquisa 
for baseada em amostragem estatística, é possível generalizar 
as conclusões para toda a população. 
A pesquisa que tem como objetivo todos os membros de uma 
população é denominada censo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Situação complexa significa que 
muitos fatos podem influenciar os 
acontecimentos e que essas 
influências podem interagir não-
linearmente, tornando muito difícil 
isolar os efeitos das variáveis sob 
estudo. 
Compreensão abrangente indica 
que os estudos de caso visam obter 
uma representação, a mais completa 
possível, do que está acontecendo e 
do porquê. 
Ampla descrição e análise refere-
se ao emprego de informações ricas 
e completas, provenientes de várias 
fontes, particularmente de 
observações diretas. Ademais, a 
análise é ampla, comparando dados 
obtidos de diferentes tipos de fontes 
por meio do método denominado 
triangulação. 
O preenchimento da matriz de achados deve ser iniciado 
durante os trabalhos de campo, à medida que os achados 
são constatados. Os esclarecimentos que se fizerem 
necessários devem ser colhidos ainda em campo, para 
evitar mal-entendidos e eventuais novas solicitações de 
informações, com o consequente desperdício de esforços. 
Dica! 
Comentário do especialista 
 
 Para o sucesso dos trabalhos de campo, é necessária a realização 
de diversas atividades operacionais. 
Antes da execução da auditoria, a equipe deve: 
a) agendar visitas de estudo, entrevistas e grupos focais; 
b) providenciar ofícios de apresentação; 
c) reservar passagens e hotéis; 
d) informar telefones de contato ao supervisor; 
e) preparar material necessário (cópias de questionários, roteiros de 
entrevistas e observação direta). 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 32 
 
 
 
2ª etapa: análise dos dados coletados 
Após a coleta de dados, a equipe inicia a fase de tratamento e 
análise, com o uso de ferramentas e técnicas adequadas. A definição do 
método de análise dependerá da estratégia metodológica adotada. 
 O estágio final da análise de dados consiste em combinar os 
resultados obtidos de diferentes fontes. Não há método geral para fazer 
isto, mas é fundamental que o auditor trabalhe de forma cuidadosa e 
sistemática na interpretação dos dados e informações coletados. Para 
essa atividade, é necessário analisar argumentos e afirmações, consultar 
especialistas e fazer comparações. Também é vital que o auditor adote 
abordagem crítica e mantenha objetividade com relação às informações 
disponíveis. Ao mesmo tempo, ele deve ser receptivo a diferentes 
argumentos e pontos de vista (ISSAI 3000/4.2 e 4.5, 2004). 
 
 
 
 
 
3ª etapa: elaboração da matriz de achados 
Nas ANOp, os achados de auditoria são registrados em uma matriz 
específica, por questão de auditoria. Os seguintes itens compõem a 
matriz: situação encontrada, critério, evidências e análises, causas, 
efeitos; boas práticas; recomendações e determinações; e benefícios 
esperados. 
A matriz de achados é instrumento útil para subsidiar e nortear a 
elaboração do relatório de auditoria, porque permite reunir, de forma 
estruturada, os principais elementos que constituirão os capítulos 
centrais do relatório. A matriz propicia compreensão homogênea dos 
achados e seus elementos constitutivos pelos integrantes da equipe de 
auditoria e demais interessados. 
Você estudará a matriz de achados na aula 7. 
 
4ª etapa: validação da matriz de achados 
A validação da matriz de achados é feita por meio da realização do 
2º Painel de Referência. O Painel de Referência é uma prática de controle 
de qualidade adotada pelo TCU desde 2001. Realiza-se essa atividade em 
dois momentos diferentes da auditoria: ao final da fase de 
planejamento e ao final dos trabalhos de campo. 
 
Atenção!
É fundamental que você se atualize constantemente, pois 
novas técnicas de coleta e análise de dados estão sendo 
introduzidas nas auditorias operacionais. 
Atenção!
As etapas da ANOp estão apresentadas aqui de forma 
sequencial, mas, na prática, a equipe de auditoria analisa 
dados desde seu início. A etapa de análise é apresentadaaqui como o momento no qual os dados coletados, 
conforme previsto no planejamento, estão disponíveis 
para serem trabalhados e tornarem-se evidências. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 33 
Como vimos no capítulo 2, o objetivo do Painel de Referência 
realizado na fase de planejamento é verificar se o projeto de auditoria 
previa uma investigação consistente do problema e das questões de 
auditoria. 
A equipe organiza o segundo painel de referência, após o 
preenchimento da matriz de achados com o objetivo de testar a 
consistência das conclusões da auditoria. Nessa ocasião, os participantes 
são convidados a discutir com a equipe aspectos relevantes relacionados 
às conclusões apresentadas, suficiência das evidências coletadas, a 
adequação das análises realizadas e à pertinência das propostas de 
encaminhamento. 
Os procedimentos para a realização de painéis de referência, bem 
como os modelos de correspondência encaminhados aos integrantes dos 
painéis, podem ser consultados no capítulo 2. 
 
3.4. Relatório de auditoria 
O relatório é o principal produto da auditoria. É o instrumento 
formal e técnico que é utilizado para apresentar o objetivo e as questões 
de auditoria, o método usado, os achados, as conclusões e a proposta de 
encaminhamento. 
Inicialmente, a equipe de auditoria elabora um relatório 
preliminar, o qual será encaminhado ao gestor, para que ele apresente 
seus comentários. 
No TCU, o relatório final de ANOp apresenta os comentários do 
gestor e a devida manifestação da equipe de auditoria sobre os itens 
comentados. O relatório final, após ser examinado pela supervisão, será 
encaminhado ao gabinete do Ministro-relator. 
 
Uma vez finalizados os relatórios, como o TCU aprecia e divulga os 
achados de auditoria e as propostas de encaminhamento? 
 
Após a etapa de execução, o orgão de controle ocupa-se da 
apreciação e da divulgação dos relatórios de auditoria. No TCU, a 
apreciação dos relatórios de ANOp é competência privativa do Plenário, 
conforme art. 15 do Regimento Interno do TCU. 
A divulgação dos relatórios de ANOp tem como objetivo dar maior 
transparência ao trabalho do órgão de controle e promover o debate 
público qualificado sobre os resultados alcançados pela Administração 
Pública. 
Esses dois temas serão tratados no próximo capítulo. 
Para saber mais... 
Veja um exemplo de relatório de 
auditoria na biblioteca do curso. 
Você encontrará orientações sobre a 
elaboração do relatório final na aula 8 
deste curso. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 34 
 
Curiosidades 
Você sabia que o Manual de ANOp trata 
da gestão da qualidade da ANOp? 
A auditoria operacional é submetida a processo de gestão da 
qualidade de modo a garantir que todas as etapas do ciclo de auditoria, o 
produto final e sua divulgação alcancem os níveis desejados de 
objetividade, confiabilidade, consistência e utilidade. 
A gestão da controle de qualidade é exercida com os seguintes 
objetivos: 
- assegurar a qualidade dos relatórios de auditoria; 
- identificar oportunidades de melhoria na condução de trabalhos 
futuros e evitar a repetição de deficiências; 
- localizar deficiências no desenvolvimento dos trabalhos e 
corrigi-las tempestivamente; 
- reduzir o tempo de tramitação dos processos das auditorias; 
- diminuir a necessidade de retrabalho para correção de 
deficiências; 
- evidenciar boas práticas na execução dos trabalhos que possam 
ser disseminadas; 
- contribuir para o desenvolvimento de competências por meio da 
identificação de necessidades de treinamento; 
- identificar a necessidade de revisão ou de elaboração de 
documentos técnicos que contenham orientações para a execução das 
atividades; 
- suprir a administração com informações sistemáticas e 
confiáveis sobre a qualidade dos trabalhos; 
- responder as necessidades de informação dos principais atores 
envolvidos. 
O acompanhamento das etapas da auditoria é realizado por meio 
de um cronograma, que discrimina as atividades, responsáveis e prazos 
de execução. Ao longo da auditora, coordenador e supervisor revisam os 
papéis de trabalho produzidos, alguns dos quais são validados por 
especialistas e auditados. As matrizes de planejamento e de achados são 
submetidos à supervisão e à crítica dos painéis de referência. O relatório 
de auditoria é comentado pelos auditados e também são submetidos à 
supervisão. Todos esses cuidados procuram contribuir para que o 
processo e o produto final alcancem os padrões desejados de qualidade. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 35 
4. Etapa de apreciação do relatório e 
divulgação 
 
Vamos dar continuidade ao estudo do ciclo da auditoria 
operacional. 
 
As aulas anteriores trataram das etapas de planejamento e 
execução das ANOp. O produto dessas duas etapas foi o relatório de 
auditoria operacional, o qual incorpora os comentários dos gestores e as 
propostas de encaminhamento. 
 
O que você conseguiu perceber de diferença entre o processo de 
trabalho para a realização de uma ANOp e o processo utilizado para 
a realização de uma auditoria de conformidade? 
 
 Em primeiro lugar, cabe ressaltar que o controle procedimental 
clássico, em geral, e a auditoria tradicional, em particular, são diferentes 
do controle por desempenho e da auditoria de desempenho sob diversos 
aspectos. Os modelos que caracterizam os conceitos dos dois tipos de 
fiscalização diferem, em variados graus, em pelo menos sete dimensões: 
as posições estratégicas adotadas pelas EFS; os critérios usados pelos 
auditores; as técnicas aplicadas; as habilidades necessárias aos auditores; 
o relacionamento entre o auditado e a EFS; as questões que se desejam 
responder e os incentivos para os gestores; o público interessado na 
informação (BARZELAY, 1997, p. 237-239). Logo, conferir tratamento 
igual aos dois tipos de trabalho seria inapropriado. 
Por exemplo, com relação ao relatório, em ANOp, normalmente não 
se espera que o auditor de forneça um parecer geral sobre a 
economicidade, eficiência e eficácia, de uma entidade auditada da mesma 
maneira que uma opinião sobre as demonstrações financeiras. Sempre 
que a natureza da auditoria permitir que isso seja feito em relação a áreas 
específicas das atividades de uma instituição, o auditor deve apresentar 
um relatório que descreve as circunstâncias e o contexto para chegar a 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 36 
uma conclusão específica ao invés de uma declaração padronizada. (ISSAI 
3100/29). 
 Pois bem, o que diferencia a auditoria de conformidade da 
auditoria operacional é a natureza e o objetivo da investigação. A 
auditoria de conformidade investiga a operacionalização das 
organizações dos programas e das ações de governo com base em 
critérios definidos em lei. 
 
Você se lembra da definição de matéria normativa em ANOp? 
 
 Questões normativas são aquelas que tratam de comparações 
entre a situação existente e aquela estabelecida em norma, padrão ou 
meta, tanto de caráter qualitativo quanto quantitativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Assim, as auditorias operacionais também examinam o aspecto da 
conformidade a leis e regulamentos, porém esse não é o foco do trabalho. 
Esse aspecto é examinado na medida em que afeta o desempenho do 
objeto de auditoria. Pode ocorrer também que os problemas legais sejam 
tão graves que afetem o resultado da auditoria e podem ensejar a 
realização de outro tipo de fiscalização. 
Vamos relembrar as principais dimensões examinadas em ANOp no 
diagrama abaixo: 
 
Veja o que a Intosai diz sobre a investigação de 
questões de conformidade em ANOp: 
 
 Quando as leis, as regulamentações e outros 
requisitos de cumprimento relativos à entidade auditada 
são significativos para os objetivos da auditoria, os 
auditores têm que planejar a auditoria de maneira que 
proporcione uma segurança razoável do cumprimento de 
tais requisitos. Nas auditorias operacionais, os auditores 
devem estar alerta ante situaçõesou transações que 
podem ser indicativas de atos ilegais ou de abusos. O 
auditor necessita também determinar o grau em que tais 
atos afetam os resultados da auditoria (ISSAI 3000/3.3). 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 37 
 
Após a etapa de relatório, em que foram registradas as conclusões 
da auditoria, pergunta-se: o que fazer com o relatório? 
Passa-se agora às outras etapas do ciclo: apreciação e divulgação. 
 
4.1. Apreciação 
A apreciação dos relatórios de auditoria operacional é uma 
competência privativa do Plenário. As ANOp devem ser apreciadas e 
votadas por todos os ministros do Tribunal, diferentemente dos outros 
processos de fiscalização que podem ser apreciados pela 1ª ou 2ª 
Câmara. 
O relatório final, após ser revisado pela supervisão do trabalho, será 
encaminhado ao gabinete do Ministro-Relator. 
O relatório encaminhado pela unidade técnica será utilizado como 
subsídio para o relatório e voto do Ministro-Relator a ser encaminhado ao 
Plenário para apreciação. 
Como sabemos, o produto final das ANOp é o relatório, que contém 
propostas de recomendações e determinações. O relatório visa contribuir 
para a accountability de desempenho e o aperfeiçoamento da gestão 
pública. 
Após a apreciação do relatório de ANOp, são expedidas cópias do 
Relatório e Voto do Ministro-relator e do Acórdão do TCU para os 
gestores responsáveis pelo objeto de auditoria, bem como para as 
autoridades e organizações indicadas no relatório da equipe. 
 
Você acha que a comunicação formal aos gestores é suficiente para 
promover a accountability de desempenho e contribuir para o 
aperfeiçoamento da gestão pública? 
As Câmaras do TCU são 
compostas por quatro ministros e 
um auditor. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 38 
 
4.2. Divulgação 
As instituições de controle podem ter um papel indutor do 
desenvolvimento da responsabilização por desempenho e na melhoria da 
gestão por intermédio da produção e divulgação ampla de avaliações que 
revelem dados sobre o desempenho governamental de forma crítica. 
Essas informações devem ser apresentadas de modo que as entidades da 
sociedade civil organizada, a mídia e o Congresso Nacional possam usá-las 
para cobrar dos gestores o melhor desempenho dos programas públicos. 
Para que haja transparência das ações governamentais e para que 
as informações constantes nos relatórios de auditoria alcancem o maior 
número de pessoas e entidades possível, o TCU constatou a necessidade 
de seguir uma sistemática de divulgação ampla dos trabalhos realizados. 
Atualmente, assim que os relatórios de auditoria são finalizados, o 
coordenador da equipe elabora um folder com as informações mais 
relevantes sobre o trabalho e o sumário executivo. Após a apreciação do 
relatório, a assessoria de comunicação divulga as notas à imprensa. 
O TCU adotou a prática de divulgar na internet os relatórios de 
ANOp, alguns deles diagramados. Veja no Relatório de Avaliação do 
Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, disponível na 
biblioteca do curso, a diferença que o tratamento gráfico faz para a 
veiculação direcionada ao público externo. 
Você deve ter notado que há uma preocupação com a forma de 
apresentação dos instrumentos de divulgação, que são destinados a 
diversos públicos interessados. Lembre-se que o conteúdo é fundamental, 
mas a forma é fator decisivo para que a mensagem seja lida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um dos muitos desafios do controle é o de acompanhar as 
inovações propostas para a Administração Pública, a fim de elevar os 
níveis de transparência, torná-la mais permeável à participação e ao 
controle dos cidadãos e mais eficaz e ágil no atendimento das demandas 
da sociedade. 
 
Folder: impresso de uma única 
folha, com duas ou mais dobras, de 
apresentação atraente, resumindo as 
principais informações da auditoria. 
O folder destina-se aos diferentes 
públicos interessados no tema e é 
uma forma de divulgação de baixo 
custo. 
Sumários executivos: são 
documentos que contêm informações 
resumidas dos trabalhos realizados e 
são distribuídos para órgãos 
públicos, organismos internacionais, 
bibliotecas, parlamentares, 
organizações não-governamentais e 
outras entidades relacionadas com o 
objeto da auditoria. 
Notas à imprensa: sob a orientação 
da unidade técnica responsável pela 
ANOp, a Secretaria de Comunicação 
do TCU disponibiliza notas de 
divulgação, logo que as auditorias 
são apreciadas. 
Veja um exemplo de folder, sumário 
executivo e nota à imprensa na 
biblioteca do curso. 
Instrumentos de divulgação das ANOp 
• publicação dos relatórios no Diário Oficial da União; 
• distribuição de folders; 
• notas à imprensa; 
• encaminhamento dos sumários executivos ao público 
interessado; 
• divulgação de relatórios de ANOp na internet; 
• participação dos servidores do TCU em eventos 
relacionados aos objetos de auditoria, por exemplo, em 
audiências no Congresso Nacional. 
 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 39 
É fundamental que a sociedade reconheça a importância do 
trabalho das instituições de controle. Isso ocorrerá se esse trabalho 
mostrar-se útil, tempestivo e capaz de contribuir para que as ações 
governamentais sejam efetivas. 
As democracias reservam papel de destaque ao controle externo: 
subsidiar o Parlamento e a sociedade civil com informações suficientes e 
fidedignas que lhes permitam exercer de modo efetivo o controle da 
atuação governamental. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 40 
5. Monitoramento 
 
 
Para refletir... 
 
 
 
Recomendações, por si só, são insuficientes para produzir 
melhorias sugeridas pelas auditorias. Como verificar se as recomendações 
estão sendo implementadas? Como avaliar se a implementação das 
recomendações estão provocando o efeito esperado? É por meio do 
instrumento de fiscalização denominado “monitoramento” que se pode 
fazer essa verificação. Esse é o tema deste capítulo. 
Vamos conhecer a sistemática de monitoramento das auditorias 
operacionais, estudando o caso do Tribunal de Contas da União. 
 
Em primeiro lugar... 
 
O que é monitoramento? 
No ciclo dos trabalhos de ANOp, monitorar consiste na verificação 
do cumprimento das deliberações do órgão de controle e dos resultados 
delas advindos, com o objetivo de verificar as providências adotadas e 
aferir seus efeitos, de modo a aumentar a probabilidade de resolução dos 
problemas identificados durante a auditoria. 
 
Quem se beneficia do monitoramento? 
O monitoramento permite aos gestores e demais envolvidos 
acompanhar o desempenho do objeto auditado, pois atualiza o 
diagnóstico e oferece informações necessárias para verificar se as ações 
adotadas têm contribuído para o alcance dos resultados desejados. 
Para o órgão de controle, como ferramenta da gestão da 
qualidade, o monitoramento permite a identificação de oportunidades e 
aperfeiçoamento, de aprendizado e a qualificação de benefícios 
atribuíveis à auditoria. As informações obtidas podem, também subsidiar 
o processo de seleção de novos objetos de auditoria e o cálculo de 
Você deve estar se 
perguntando o que esta 
imagem tem a ver com o 
trabalho de auditoria. 
 
 
Aula 2 – Ciclo de auditorias 41 
indicadores de efetividade da atuação do controle, como o percentual de 
implementação de deliberações e a relação custo/benefício da auditoria. 
O artigo 243 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da 
União estabelece que “monitoramento é o instrumento de fiscalização 
utilizado pelo Tribunal para verificar o cumprimento de suas deliberações 
e os resultados delas advindos”. 
Como no decorrer da auditoria, a fase de monitoramento deve ser 
realizada em sintonia com os gestores responsáveis, de forma a 
maximizar a implementação das recomendações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Saiba mais... 
 
 As recomendações visam à melhoria do desempenho do objeto 
de auditoria e, sem querer esgotar

Continue navegando