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1) (ASF1) Discutir sobre os mecanismos de ação e sobre os efeitos adversos dos fármacos anti- histamínicos. Os fármacos anti-histamínicos são antagonistas diretos, ou seja, têm como principal mecanismo de ação, bloquear o efeito da histamina atuando diretamente sobre os receptores H1, H2, H3, e H4 da histamina. Os principais efeitos dos anti-histamínicos são impedir a vasodilatação, impedir secreção gástrica, etc. Os fármacos antagonistas H1 bloqueiam os receptores H1 de histamina por possuir uma maior afinidade com estes. Esses fármacos têm como principal efeito farmacológico inibir a contração da musculatura lisa (principalmente das vias respiratórias), inibir a vasodilatação, diminuir a formação de edemas, e etc (sintomas de distúrbios alérgicos). São divididos em anti-H1 de 1ª geração e de 2ª geração. Os primeira geração são mais apolares, possibilitando sua passagem pela barreira hematoencefálica (BHE) e, como consequência, o paciente apresenta sinais de sonolência. Além disso, esses fármacos possuem certa afinidade pelos receptores muscarínicos da acetilcolina (receptores M3), atuando como um antimuscarínico indireto provocando a anti-cinetose, ou seja, a diminuição de náuseas e ânsia de vômito (quando se liga ao receptor M3, a acetilcolina provoca, na zona quimiorreceptora gatilho, ânsia de vomito e, a ligação do anti-histamínico com esse receptor, impede a ação da acetilcolina). A sonolência e a diminuição das náuseas e da ânsia de vômito são efeitos adversos, já que não é essa a principal intenção do medicamento. Não são indicados para crianças. Já os antagonistas de H1 de segunda geração, tem suas moléculas mais polares, o que não permite a passagem destas pela BHE, logo não provocam a sonolência. Além disso, também não possuem ação antimuscarínica. O principal efeito farmacológico é para o tratamento de distúrbios alérgicos. E o uso pediátrico é permitido. Alguns exemplos de anti-histamínicos H1 de primeira geração são prometazina, difenidramina e dimenidrato. E, os de segunda geração são loratadina, fenoxfenadina e citirizine. Os antagonistas dos receptores H2 tem como principal ação farmacológica inibir a secreção gástrica bloqueando os receptores H2 encontrados nas células oxínticas na glândula gástrica, através da alcalinizacao do estômago. Esse aumento no pH no estômago pode alterar a absorção de outros medicamentos (interação medicamentosa). É indicado no tratamento de úlceras e esofagite de refluxo. Alguns exemplos são cimetidina, ranitidina e famotidina (mais eficaz). Quando a histamina se liga ao receptor H3, a liberação de neurotransmissores (noradrenalina, serotonina, GABA, etc.) é inibida. Desse modo, os antagonistas de H3 facilita a liberação desses neurotransmissores. Estudos mostram que anti-histamínicos H3 têm apresentado um potencial terapêutico em doenças neurológicas. 2) Comentar sobre a fisiopatologia da alergia relacionando com o uso de anti-histamínicos no tratamento. Inicialmente, quando o organismo é exposto a um novo antígeno, ele é fagocitado pelo macrófago e apresentado ao linfócito T. A partir dessa identificação, ocorre a liberação de IgE (anticorpo), pelos linfócitos B, que, ao se ligar a superfície dos basófilos e mastócitos, induz a produção de histamina. Ao se conectar a superfície das células produtoras de histamina, elas são sensibilizadas para este novo antígeno. Em um segunda exposição a este antígeno, o corpo estranho se liga diretamente ao anticorpo na membrana dos mastócitos e basófilos, o que, por si só, inicia a liberação da histamina. A histamina em si tem ação pró-inflamatória provocando vasodilatação, formação de edemas (tríplice de Lewis), broncoconstrição, aumento da permeabilidade capilar, etc., o que caracterizam os sintomas de uma alergia, e por isso é utilizado o anti-histamínico no tratamento. 3) Diferenciar a 1ª geração e a 2ª geração dos anti-histamínicos H1. Os anti-histamínicos anti-H1 atuam bloqueando o receptor H1 da histamina, sendo chamados de antagonistas diretos. Em geral, a ação farmacológica normal dos anti-H1 é diminuir os sintomas de alergia (vasodilatação, edema, etc.). A primeira geração dos anti-H1 se caracteriza por moléculas apolares, possibilitando sua passagem pela BHE bloqueando os receptores de histamina no sistema nervoso central. Desse modo, esse fármaco promove então, como efeito adverso, sonolência. Além disso, esses fármacos possuem afinidade com o receptor M3 da acetilcolina atuando então como anti-muscarínico e agindo sobre eles na zona quimiorreceptora gatilho, provocando, como consequência, uma ação antiemética (diminuição de náuseas e vômito). Já os anti-H1 de segunda geração se caracterizam por moléculas polares, o que impede sua passagem pela Barreira Hematoencefálica (BHE), além de serem altamente específicos para o receptor H1 e não agirem como antimuscarínicos, consequentemente seus efeitos adversos são menores. Esses são os “anti-alérgicos” indicados para crianças pelo fato de não atravessarem a BHE. 4) Dona Regina faz uso de medicação antidepressiva diariamente. Por engano, ao invés de tomá-la, ingeriu um anti-histamínico de 1ª geração (dimenidrato - dramin) que havia em sua caixa de remédios. Pouco tempo depois sentiu grande sonolência e não foi capaz de cuidar de seu esposo. Escrever o principal receptor afetado pelo medicamento mencionado e o motivo de dona Regina apresentar este efeito adverso. Esse fármaco atravessa a barreira hematoencefálica se ligando aos receptores H1 do sistema nervoso central, como no SNC a histamina se relaciona com o despertar (mais histamina = acordar), o anti-histamínico vai atuar diminuindo esse efeito, ou seja, causando sono. 5) Dona Manuela procurou seu médico na UPA reclamando de dores na região epigástrica e pirose, sendo diagnosticado com úlcera péptica, após endoscopia. Você deverá mencionar o mecanismo de ação de um dos grupos de medicamentos que podem ser usados para tratamento desta patologia. O grupo que pode ser utilizado é o de anti-histamínicos anti-H2, já que estes atuam na inibição da secreção gástrica (HCl), ou seja, atuam na alcalinização do TGI. 6) (ASF2) Comentar sobre a fisiopatologia da enxaqueca e justifique a prescição do medicamento (sumatriptana). A enxaqueca é uma doença multifatorial relacionada, principalmente, com a hiperatividade do nervo trigêmeo. Essa hiperatividade provoca, dentre outros fatores, a liberação de serotonina e noradrenalina, moléculas pró-inflamatórias que podem causar tanto vasoconstrição quanto vasodilatação. A vasodilatação, desencadeada pela liberação de prostaglandinas e cininas no processo inflamatório, provoca extravasamento do plasma causando edema, que, como consequência comprime o nervo trigêmeo provocando dor. Além disso, pela ação vasoconstritora da serotonina em algumas regiões, ocorre uma hipóxia desses vasos contribuindo ainda mais para o quadro de dor. A dor frequente pode ser acompanhada de fotofobia, hiperacusia, além de náuseas, vômitos, mudanças de humor, sono e apetite. Devido as diversas atuações da enxaqueca no organismo, seu tratamento pode ser feito com várias classes de fármacos: antiemético (náuseas), AINES (anti-inflaamtório), analgésicos e triptanas ou opioides em casos mais graves. A sumatriptana é um fármaco da classe das triptanas que se liga aos receptores 5-HT1 da serotonina. Ao se ligar nesses receptores, as triptanas impedem a ligação da serotonina a ele, provocando então, uma constrição dos vasos sanguíneos cerebrais, diminuindo a dor causada pela vasodilatação. Devido a esse fato, ele é utilizado para o tratamento das crises de enxaqueca, como o caso citado. 7) Dona Regina está passando por um momento difícil em sua vida, além do convívio diário com as doenças de seus familiares, vem tendo crises graves de enxaqueca.Por este motivo procurou a UPA e dra Sílvia, recém- formada, prescreveu-lhe a seguinte medicação: Triptanas para tratar a crise e beta-bloqueadores como profilaxia. Explicar a fisiopatologia da doença mencionada, escrever os mecanismos de ação dos grupos de fármacos mencionados e justificar a escolha de tratamento para o quadro de dona Regina. A enxaqueca está relacionada, principalmente, como a hiperatividade do nervo trigêmeo. Essa hiperatividade provoca, entre outro fatores, a liberação de serotonina e noradrenalina, moléculas pró-inflamatórias. Quando se inicia o processo inflamatório, há a liberação de prostaglandinas e cinina provocando a vasodilatação, que vai pressionar o nervo trigêmeo causando dor. Além disso, em alguns locais, a serotonina age na constrição de vasos, o que vai acarretar uma hipóxia, que além de causar mais dor, também libera prostaglandinas contribuindo para a vasodilatação das outras regiões. Na crise, o uso das triptanas é escolhido pelo fato de que essas agem no receptor 5-HT1 da serotonina inibindo sua ação, ou seja, diminuindo a vasodilatação e reestabelecendo o fluxo sanguíneo no crânio. Já os betabloqueadores, são indicados na profilaxia da enxaqueca pelo fato de agirem bloqueando os receptores beta adrenérgicos, diminuindo então sua ação vasoconstritora, ou seja, estimulando a vasodilatação. 8) Relacionar a bradicinina ao uso de iECA. A bradicinina é um autacoide pró-inflamatório que tem como principal função causar a despolarização dos neuronios nociceptivos provocando a dor, e também é aumentar a permeabilidade capilar de vênulas e capilares provocando o edema na inflamação. A degradação da bradicinina é feita pela cininase II ou ECA (enzima conversora de angiotensina II). Os fármacos da classe dos iECAs – Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina II – já dizem por si só, inibem a ECA e, como consequência, a bradicinina não é degradada e se acumula no organismo. Esse acúmulo de bradicinina causa o angioedema, que provoca um inchaço (edema) em diversas regiões do organismo. 9) Citar 3 efeitos da bradicinina. Dor, aumento da permeabilidade capilar (edema) e broncoconstrição. 10) Dona Regina apresentou grave reação quando utilizou IECA para tratar sua hipertensão há 3 anos. Tal reação foi diagnosticada como angioedema. Escrever o mecanismo de ação do medicamento que pode ser utilizado para tratamento deste quadro urgente de Dona Regina. Uma classe de medicamentos que pode ser utilizado no caso de Dona Regina são os antagonistas B2, fármacos que agem sobre os receptores b2 da bradicinina impedindo sua atuação, ou seja, causando a diminuição do edema (- permeabilidade capilar). 11) (ASF3) Justifique a prescrição do diclofenaco no caso. O diclofenaco é um anti-inflamatório não esteroidal que atua inibindo a COX e, impedindo então, a ação das prostaglandinas. Esse fármaco foi indicado no tratamento das cólicas da paciente pois é o AINE com maior potencial anti-inflamatório e atua sobre a musculatura do miométrio impedindo sua contração ao inibir a produção da prostaglandina F2alfa (responsável por contrair a musculatura do miométrio) no local. Cabe destacar que o paracetamol é um AINE com baixo potencial anti-inflamatório por perder sua capacidade de inibição da COX em altas concentrações de peróxidos, como acontece na inflamação. Desse modo, ele atua de forma mais efetiva como analgésico e antipirético. 12) Comentar sobre os eicosanoides. Os eicosanoides são autacoides pró-inflamatórios produzidos a partir de fosfolipídios. Os fosfolipídios são transformados em ácido araquidônico e fator ativador de plaquetas (PAF) pela enzima fosfolipase. O PAF atua recrutando células para o local da inflamação, além de aumentar a permeabilidade capilar, bronconstrição, etc. já o acido araquidônico, sofre ação da COX ou da LOX para ser transformado, respectivamente, em prostaglandinas/tromboxano e leucotrienos. Existem diferentes tipo de prostaglandinas, mas sua ação consiste em provocar vasodilatação, broncoconstrição, contração do miométrio e dor, além de algumas possuírem função cardioprotetora (reduz a PA), renoprotetora (diminui a reabsorção de Na+) e promoverem a secreção de muco no TGI (atua como protetor também). O tromboxano A2 atua na agregação plaquetária, tem ação trombótica. E os leucotrienos promove a quimiotaxia e broncoconstrição. Vale comentar que a COX pode ser dividida em COX-1 e COX-1, onde a primeira origina eicosanoides ligados a proteção gastrointestinal, dor (despolarização dos neuronios nociceptivos) e agregação plaquetária, enquanto a COX-2 à eicosanoides da inflamação, além de atuar de forma positiva na filtração glomerular. 13) Relacionar o uso de coxíbeis com doenças cardiovasculares. Os coxíbeis são AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroidais) que atuam inibindo a COX-2 especificamente. Pelo fato de a COX-2 atuar positivamente nos rins promovendo a diminuição da reabsorção de Na+, sua inibição pode acarretar o aumento dessa reabsorção e, consequentemente, aumentar a retenção de líquido no organismo. Essa condição pode provocar o aumento da pressão arterial gerando problemas cardiovasculares. 14) Dona Regina, 56 anos foi diagnosticada com cefaleia por tensão e depressão. Ambas as doenças comprometem a qualidade de vida da paciente e vem sendo tratadas de forma ineficaz nos últimos anos. O cetoprofeno, um AINES, foi prescrito a ela para tratamento da cefaleia. Justificar a escolha deste grupo de medicamento, escreve seu mecanismo de ação, assim como um efeito adverso que poderia ser agravado como uma contraindicação. Sabe-se que algumas prostaglandinas têm como ação, entre diversas outras, promover a despolarização de neurônios nociceptivos, permitindo a condução do impulso da dor. Deviso a este fato, foi indicado para Dona Regina o uso do cetoprofeno, um AINE que atua inibindo a cicloxigenase (COX), enzima responsável por transformar o ácido araquidônico em prostaglandinas, e que, consequentemente, atua como analgésico, impedindo que a despolarização dos neurônios nociceptivos aconteça, diminuindo/cessando a dor. Além disso, outras prostaglandinas têm como ação estimular a secreção mucosa no trato gastrointestinal, muco que protege o TGI contra sua própria acidez. Desse modo, a inibição da COX e, consequentemente, da ação dessas prostaglandinas, faz com que pacientes que utilizam AINEs desenvolvam úlceras gástricas como efeito adverso. Em pacientes com algum tipo de úlcera gástrica já existente ou histórico desse tipo de distúrbio, a utilização de AINEs é contraindicada. 15) Regina, 56 anos, apresenta quadro de hipertensão, diabetes e obesidade. Como parte do tratamento hipertensivo tem-se a utilização de medicamentos anticoagulantes, os quais passaram a ser utilizados desde seu infarto. Citar o principal AINE utilizado para este fim, escrever um mecanismo de ação; um efeito adverso que poderia ser critério de contraindicação e argumentar a favor desta medicação no quadro da paciente. Um AINE utilizado com o fito de ação anticoagulante é o Acido Acetilsalicílico (AAS), que, tem como principal mecanismo de ação, inibir a COX para inibir então, a ação do tromboxano A2, este responsável por estimular a coagulação sanguínea. Um efeito adverso que provocaria a contraindicação desse medicamento seria o próprio fato de inibir a coagulação sanguínea e, em pacientes com deficiência na coagulação, pode ser de fato um risco. Pelo fato de a paciente se hipertensa, diabética e obesa, as chances de ela desenvolver alguma cardiopatia só aumenta. A hipertensão arterial provoca o aumento da frequência cardíaca que, somada a quantidade de gordura e glicose circulante no corpo da paciente, aumenta as chances de acontecer a formação de trombos e/ou placas de ateroma. Assim, o anticoagulante auxiliana prevenção contra o possível desenvolvimento de trombos, etc. 16) (ASF4) Justifique a escolha do corticoide no caso (prednisona). A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta o revestimento das articulações, causando inchaço e dor. A prednisona é um corticoide que apresenta efeito anti-inflamatório maior do que de retenção de Na+ e água, assim é utilizado para inibir inflamações em quadros exagerados. Além de ser um bom anti-inflamatório, a prednisona, por ser um corticoide, apresenta um certo aspecto imunossupressor, por diminuir a produção de leucócitos no organismo, desse modo, além de atuar diminuindo a inflamação da paciente com artrite reumatoide, ela atua diminuindo a ação da doença autoimune em si. Como a paciente foi diagnosticada com uma exacerbação aguda da doença, a prednisona foi o mais indicado para ela, pelo fato de ser um corticoide que pode ser aplicado inicialmente em uma dose alta, entretanto deve acontecer uma redução gradual para uma dose baixa evitando efeitos adversos. 17) Conceituar o uso de corticoides no tratamento de doenças autoimunes. Os corticoides, além, de outras funções, atuam provocando a pancitopenina, ou seja, a diminuição do número e da ação de células do sistema imunológico (leucócitos, basófilos, eosinófilos, etc.) circulantes. Isso ocorre pelo fato de os corticoides diminuírem a permeabilidade capilar restringindo a migração dos linfócitos para a região da inflamação. Pelo fato de provocar a pancitopenina, os corticoides agem como imunossupressores e então, nota-se sua importância no tratamento de doenças autoimunes, já que o fármaco vai diminuir a ação das células que estão atacando o organismo. 18) O uso crônico de corticoides implica em certos cuidados em pacientes diabéticas e hipertensas, como dona Regina. Escreva o mecanismo de ação e dois efeitos adversos do grupo de medicamentos mencionado que justificam essa afirmativa. O principal mecanismo de ação dos corticoides é estimular a expressão de genes anti-inflamatórios e inibir a expressão de genes pró-inflamatórios, bloqueando, por exemplo, a transcrição do gene que expressam a COX e LOX (enzimas que produzem prostaglandinas e outras moléculas importantes no processo inflamatório). A ligação dos corticoides a receptores nucleares na adrenal provoca a liberação de adrenalina e noradrenalina, promovendo uma ativação simpática, que, como efeito adverso provoca o aumento da pressão arterial, sendo de alto risco para dona Regina, visto que, ela já é hipertensa. Em concomitância, os corticoides também estimulam a gliconeogênese, ou seja, a produção de glicose, que causa uma hiperglicemia e resistência insulínica no paciente. Devido a isto, esse efeito adverso também é de risco no caso de Regina por ela ser diabética. 19) Explicar o mecanismo de ação dos opioides. O mecanismo de ação dos opioides é atuar inibindo a via nociceptiva. Em determinados locais da via nociceptiva (núcleo da rafe, lócus cerúleos, etc.), os opioides se ligam aos seus receptores (RAPGi) inibindo a liberação de neurotransmissores álgicos (bradicinina, glutamato e substância P) e a liberação do GABA, que, como consequência, promove a liberação de nor e 5-HT, neurotransmissores que também atuam dificultando a ascensão do impulso da dor. Além disso, ao inibir essa via, os opioides promovem a ativação da via dopaminérgica de recompensa/vício. 20) Aponte o papel dos opioides no vício. Os opioides podem causar tolerância, já que, quando seu uso é contínuo, o organismo sofre uma dessensibilizarão e tende a diminuir seus receptores (down-regulation), o que constantemente aumenta a necessidade de se elevar a dose para obter os mesmos resultados. Devido a essa tolerância e o constante uso dos opioides, o organismo se “acostuma” com a constante percepção de recompensa (via dopaminérgica) e, na ausência da droga acontece uma hiperativação simpática caracterizada pelos sintomas do vicio (midríase, hipertermia, hiperalgesia, etc.) e o uso compulsivo do fármaco. 21) Em 25 de Junho de 2009, Michael Joseph Jackson faleceu vítima de intoxicação por propofol (opioide) e benzodiazepina em sua residência, em Holmby Hills, Los Angeles, Estados Unidos. Comentar a respeito do mecanismo de ação, efeitos farmacológicos do primeiro grupo de fármacos mencionado e uma possível complicação resultante da associação de ambos os medicamentos. Os opioides atuam diretamente no SNC causando analgesia, euforia e sedação. Seu mecanismo de ação consistem em inibir a via nociceptiva através da inibição dos neurotransmissores álgicos (bradicinina, glutamato, etc.) e do GABA, promovendo a liberação de serotonina e noradrenalina, neurotransmissores que atuam diminuindo a ascensão do impulso da dor. A associação de opioides com benzodiazepínicos causa uma depressão massiva do SNC, podendo provocar uma depressão respiratória.
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