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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...........................................................................................................................5
1. LINGUAGEM..............................................................................................................................7
1.1 LÍNGUA E FALA .....................................................................................................................7
1.2 NOÇÕES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA...............................................................................7
1.3 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO..............................................................................................9
1.4 FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................11
1.5 FIGURAS DE LINGUAGEM.................................................................................................13
1.6 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS.....................................19
1.7 PRODUÇÃO DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS......................................................................20
2. GÊNEROS LITERÁRIOS.........................................................................................................24
2.1 CONCEITO...............................................................................................................................24
2.2 ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................25
2.3 PROSA, POEMA E NOÇÕES ELEMENTARES DE VERSIFICAÇÃO..............................27
2.4 PONTUAÇÃO: A VÍRGULA ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO....................................29
2.5 TIPOS DE DISCURSO: DIREITO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE................................31
2.6 LEITURA E ANÁLISE DE PARÁGRAFOS: NARRATIVOS, DESCRITIVOS E DISSERTA-
TIVOS.............................................................................................................................................33
2.7 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS POÉTICOS E DRAMÁTICOS.......................37
2.8 PRODUÇÃO DE POEMAS....................................................................................................37
3. ESTRUTURA DO TEXTO NARRATIVO..................................................................................40
3.1 CONCEITO...............................................................................................................................40
3.2 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.................................................................41
3.3 INTRODUÇÃO À LITERATURA..........................................................................................43
3.4 LITERATURA INFORMATIVA..............................................................................................44
3.5 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NARRATIVOS..........................................45
3.6 PRODUÇÃO DE CONTOS.....................................................................................................46
4 TEXTO DESCRITIVO................................................................................................................48
4.1 ESTRUTURA DO TEXTO DESCRITIVO.............................................................................48
4.2 REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA................................................................................48
4.3 O BARROCO BRASILEIRO...................................................................................................51
4.4 DIFICULDADE DA LÍNGUA.................................................................................................53
4.5 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DESCRITIVOS ........................................54
4.6 PRODUÇÃO DE TEXTOS DESCRITIVOS..........................................................................53
5 PALAVRAS ................................................................................................................................60
5.1 CLASSE DE PALAVRAS – EMPREGO................................................................................60
5.2 COESÃO TEXTUAL: USO DE PRONOMES.......................................................................61
5.3 O ARCADISMO NO BRASIL.................................................................................................62
5.4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS INFORMATIVOS..........................................64
5.5 PRODUÇÃO DE NOTICIAS...................................................................................................65
6 VERBOS......................................................................................................................................68
6.1 VERBOS IRREGULARES: EMPREGO..................................................................................68
6.2 MODO IMPERATIVO: FORMAÇÃO E EMPREGO...........................................................68
6.3 VOZES VERBAIS....................................................................................................................70
6.4 O ROMANTISMO NO BRASIL.............................................................................................73
6.5 PRODUÇÃO DE CRÔNICAS..................................................................................................75
7 VERBAL......................................................................................................................................78
7.1 CONCORDÂNCIA VERBAL.................................................................................................78
7.2 O REALISMO, O NATURALISMO E O PARNASIANISMO NO BRASIL............................81
4
7.3 ELEMENTOS DA TEXTUALIDADE: COESÃO E COERÊNCIA.....................................82
7.4 PRODUÇÃO DE TEXTO: RELATO PESSOAL...................................................................87
8 NOMINAL...................................................................................................................................88
8.1 CONCORDÂNCIA NOMINAL..............................................................................................88
8.2 FRASE: ORAÇÃO E PERÍODO ..........................................................................................89
8.3 A PONTUAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS.........................................................91
8.4 O SIMBOLISMO NO BRASIL...............................................................................................92
8.5 REDAÇÃO TÉCNICA.............................................................................................................94
9 PERIODO COMPOSTO.............................................................................................................95
9.1 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO..................................................................95
9.2 O PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL....................................................................................96
9.3 REDAÇÃO TÉCNICA: LEITURA E ANÁLISE II.................................................................97
9.4 RESENHA CRÍTICA.............................................................................................................100
10 SUBORDINAÇÃO...................................................................................................................102
10.1 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS............................................................102
10.2 O MODERNISMO NO BRASIL: LINGUAGEM MODERNISTA..................................103
10.3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS 
.......................................................................................................................................................110
10.4 ORAÇÃO SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ADJETIVAS........................................111
10.5 COLOCAÇÃO PRONOMINAL .........................................................................................114
10.6 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGOS DE OPINIÃO .......................................117
10.7PRODUÇÃO DE ARTIGOS DE OPINIÃO...........................................................................118
11 REGÊNCIA..............................................................................................................................121
11.1 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL..................................................................................121
11.2 CRASE..................................................................................................................................123
11.3 PRODUÇÃO DE CARTAS...................................................................................................124
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................127
5
APRESENTAÇÃO
Começamos um percurso dos estudos de língua portuguesa que pretende ajudá-lo (a) a reconhecer 
com proficiência os conceitos básicos para a produção de um texto literário e empresarial, a partir 
de confrontos entre as normas apresentadas pela Gramática Normativa e pela LINGUÍSTICA em 
suas diversas inter-relações com as línguas escrita e oral. 
Os estudos da língua portuguesa contribuirão para que você, possa ter uma visão mais ampla da 
Língua na relação dicotômica: gramática normativa versus Linguística. Do confronto, espera-se 
que você, como futuro profissional, possa produzir textos com mais propriedade. É importante 
ressaltarmos que o conhecimento mais apurado, na maioria das vezes, representa uma projeção 
favorável ao seu usuário. Quem escreve e fala bem, sem o pedantismo da gramática tradicional, 
costuma ter também as melhores oportunidades no mercado de trabalho. 
A língua portuguesa, como diversas outras disciplinas, é importante, pois, na contemporaneidade, 
conhecer a língua, em suas realizações mais profundas, demonstra domínio profundo e visão apri-
morada da sociedade em que vivemos. Do ponto de vista da língua, enquanto objeto social, não é 
possível um entendimento e análise coerentes de um texto, se não compreendermos o processo de 
construção do mesmo, pois a língua é uma instituição social, ela é parte social e não premeditada 
da linguagem; o indivíduo, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la, trata-se essencial-
mente de um contrato coletivo ao qual temos que nos submeter em bloco se quisermos comunicar. 
Esperamos que você possa, a partir dos estudos conceituais e práticos da língua portuguesa, chegar 
a uma compreensão maior e mais profunda da linguagem e da língua em seus diversos aspectos.
6
7
1. LINGUAGEM
1.1 LÍNGUA E FALA
A linguagem é a capacidade específica à espécie humana de comunicar por meio de um sistema 
de signos vocais (ou língua), que coloca em jogo uma técnica corporal complexa e supõe a exis-
tência de uma função simbólica e de centros nervosos geneticamente especializados. Esse sistema 
de signos vocais utilizado por um grupo social (ou comunidade linguística) determinado constitui 
uma língua particular.
Podemos dizer que, genericamente, define-se linguagem como todos os meios de comunicação, 
dentre elas: a dança das abelhas, a pintura, os gestos, os sinais de trânsito. No entanto, devemos 
diferenciar a linguagem humana da linguagem animal. 
Em se tratando do ser humano, o termo é empregado à capacidade humana que consiste em asso-
ciar sons produzidos pelo aparelho fonador a um conteúdo significativo e utilizar o resultado dessa 
associação para a interação verbal. Daí falar em linguagem verbal e não verbal. 
Neste sentido, à voz e aos gestos dos animais irracionais, pode-se atribuir, muitas vezes, um pro-
pósito mais ou menos preciso. No entanto, a impossibilidade de se elevarem a um trabalho mental 
de “construção representativa” diante do mundo exterior e interior diferencia os animais irracio-
nais dos racionais. Se pensarmos nos signos, a linguagem será um código que se caracteriza por 
um conjunto de signos sujeitos a regras de combinação, utilizado para se produzir e compreender 
uma mensagem. 
A linguagem, enquanto código, é composto de signos e os signos, são compostos de significante e 
significado. Podemos dizer que o código é um conjunto de signos sujeitos a regras de combinação 
e é utilizado na produção e na compreensão de uma mensagem. 
Em síntese, podemos dizer que a linguagem é a matéria de nosso pensamento e veículo de comu-
nicação social. Sem a linguagem, não há comunicação; sem comunicação, não há sociedade, pois 
tudo o que se produz como linguagem é para comunicar algo.
1.2 NOÇÕES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por 
intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, 
a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. 
Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O por-
tuguês que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. 
8
Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de acordo 
com a comunidade na qual se manifesta.
As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é com-
preensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. Os 
diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as 
variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua 
ao status. O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exem-
plo, pode ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças 
enriquecem esse patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa.
As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão 
inseridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, en-
quanto outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também 
que a língua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se 
comunicar de maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova 
disso é que você não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a 
qual você conversa com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo?
Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão rebuscada e cheia de arcaísmos nas mais 
corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente perderíamos a espontaneidade da fala, sem 
contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudicada. Podemos elencar também nos tipos 
de variação linguística os falares específicos para grupos específicos: os médicos apropriam-se 
de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exercendo o ofício, mas essas marcas 
podem aparecer em outros tipos de interações verbais. O mesmo acontece com os profissionais de 
informática, policiais, engenheiros etc.
Variações regionais: 
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como 
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais 
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às ca-
racterísticas orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais: 
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução 
9
de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, 
tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Repre-
sentando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, 
dentre outros.
Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no 
Brasil, não devemosfazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com 
a ideia da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística 
superior a outra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões 
menos favorecidas. 
1.3 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. Isso 
porque ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas as 
formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de maneira oral 
(fala), seja na forma escrita, recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma língua, os 
quais atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo, que é o sentido literal da palavra, 
expressão ou enunciado, e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra, expressão ou enun-
ciado.
Vejamos mais detalhadamente cada um deles:
DENOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu 
sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e enun-
ciados de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das 
palavras.
De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função 
referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos 
assuntos, como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico, ata, 
receita, bula de remédio, entre outros. 
Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos, 
fatos, ações em seu sentido literal.
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Exemplos:
• A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia.
• A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu.
• O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para a 
fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores.
• Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.
CONOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu 
sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo sig-
nificado em situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido 
denotativo (literal) das palavras e expressões.
De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursi-
vos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos 
secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem 
conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros 
discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir mais expressividade às pala-
vras, enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes.
Exemplo:
Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a 
maneira como o poeta define a palavra/sentimento ‘amor’ utilizando linguagem conotativa: Amor 
é fogo que arde sem se ver.
1.4 FUNÇÕES DA LINGUAGEM
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante. 
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função 
fática, função conativa e função metalinguística.
Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação: emis-
sor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos 
comunicativos.
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Toda linguagem tem um objetivo. A linguagem verbal, por sua vez, tem alguns objetivos muito 
claros e por isso devem ser estudados para que possamos melhor entendê-la e utilizá-la.
Vejamos primeiramente como funciona o sistema de comunicação, utilizando a linguagem verbal.
Aquele que emite a mensagem, codificando-a em palavras chama-se EMISSOR.
Quem recebe a mensagem de a decodifica, ou seja, apreende a ideia, é chamado de RECEPTOR.
Aquilo que é comunicado, o conteúdo da comunicação é chamado de MENSAGEM.
CÓDIGO é o sistema linguístico escolhido para a transmissão e recepção da mensagem.
REFERENTE, por sua vez, é o contexto em que se encontram o emissor e o receptor.
O meio pelo qual esta mensagem é transmitida é nomeado CANAL.
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num 
mesmo texto.
As funções da linguagem são:
1 – Função emotiva ou expressiva – quando a linguagem está centrada no próprio emissor, reve-
lando seus sentimentos, suas emoções. Ex.: “Solto a voz nas estradas/ Já não posso parar/ Meu 
caminho é de pedra/ Como posso sonhar”.
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2 – Função apelativa ou conativa – quando o emissor organiza a mensagem com o objetivo de in-
fluenciar o receptor. É muito usada em mensagens publicitárias. Ex.: Não deixe para última hora! 
Programe suas férias.
3 – Função referencial ou denotativa – quando a intenção do emissor é falar objetivamente sobre 
o contexto real. É a linguagem de caráter informativo. Ex.: Textos de jornal, revistas, livros didá-
ticos, científicos etc.
4 – Função metalinguística – quando a linguagem fala dela mesma, se destina à explicação das 
próprias palavras (códigos). Ex.: Quando digo “alto”, significa “parem”.
5 – Função fática – quando a linguagem é usada para confirmar se de fato o emissor está sendo 
ouvido. É um canal de comunicação. Ex.: Você está me entendendo? Certo? Não é verdade? Etc.
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6 – Função poética - quando a linguagem revela um cuidado especial com o ritmo das frases, com 
a sonoridade das palavras, com o jogo de ideias. Ex.: Textos literários, provérbios etc.
1.5 FIGURAS DE LINGUAGEM
Em resumo, as figuras de linguagem são recursos de nosso idioma para tornar as mensagens que 
emitimos mais expressivas e significativas. Tais recursos podem ampliar o significado de uma 
oração, assim como suprir lacunas de uma frase com novos significados
Tipos de Figuras de Linguagem
• Metáfora
A metáfora ocorre quando é utilizada uma substituição de termos que possuem significados dife-
rentes, atribuindo a eles o mesmo sentido. Veja o exemplo abaixo:
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
Na frase acima o autor dá o sentido de “pensamento” ao termo “rio subterrâneo”, que nada têm 
em comum, mas passam a ter na oração.
14
• Metonímia
Metonímia é o uso da parte pelo todo. Ocorre quando o autor substitui uma palavra por outra pró-
xima. É utilizada para evitar a repetição de palavras em um texto. Por exemplo:
– “Os meus braços precisam dos teus”
Na frase acima, Vinicius de Morais se refere à necessidade que ele tem de ter a presença de outra 
pessoa e não somente dos braços.
– “Eu adoro ler Maurício de Souza”
Na frase acima, a pessoa está querendo dizer que gosta de ler as obras de Maurício de Souza, e não 
ler o autor, o que seria impossível.
No exemplo acima, a palavra “cabeças” representa o número de animais. Esse recurso que toma 
a parte pelo todo é conhecido como metonímia
• Sinestesia
A sinestesia é o jogo da mistura das sensações. Quando na mesma oração o autor realiza o cruza-
mento de diferentes sentidos humanos.
Sinestesia é uma figura de linguagem muito utilizada em livros e poesias em geral. É muito co-
mum também notar sua presença em letras de música.
Perceba no exemplo abaixo:
“Ela sentiu o sabor frio da derrota”
 
Na frase acima, a sensação de frio que sentimos nos tatos foi direcionada para o paladar (sabor). 
De fato, não podemos sentir o sabor do “frio”, por isso ocorreu um cruzamento de sensações na 
frase, o que configura uma figura de linguagem sinestesia.
15
• Catacrese
A Catacrese é um tipo de recurso muito interessante. Tal figura de linguagem ocorre quando atri-
buímos um “nome” a algo que não possui um nome específico, fazendo referênciaa outras coisas 
e objetos.
Um ótimo exemplo seria o “céu da boca” ou a “asa da xícara”. Perceba que nossa boca não possui 
um céu de fato, assim como a xícara não possui asas de fato, parte atribuída somente às aves.
• Antítese
Quando, em uma mesma oração, usamos termos que possuem sentidos contrários, configura-se a 
antítese. Por exemplo:
“O Renato estava dormindo acordado na aula”
Perceba que “dormindo” e “acordado” entram em contraste de significado na frase.
16
• Paradoxo
Esta figura de linguagem se refere a algo “contrário ao que se pensa”, fugindo do senso comum e 
até mesmo refletindo a falta de nexo. Confira um exemplo simples de um paradoxo:
“Ele não passa de um pobre homem rico”
Apesar de “ferida que dói e não se sente” ser uma proposição falsa - já que toda ferida que dói na 
vida real é sentida -, o verso traz verdades do ponto de vista poético, quando se refere ao senti-
mento do amor
• Eufemismo
Troca de um termo por outro mais “leve”, que acaba passando uma conotação mais agradável a 
um sentido. Um bom exemplo de eufemismo é quando trocamos o termo “morreu” por “foi para 
o céu “.
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Sua irmã está um pouco cheinha. No lugar de: sua irmã está gorda.
• Hipérbole
Ao contrário de eufemismo, a hipérbole é uma figura de linguagem que dá um exagero intencional 
ao contexto. Por exemplo, em vez de dizermos “eu estou com muita sede”, as vezes dizemos “es-
tou morrendo de sede”. Na verdade, não estamos morrendo literalmente, mas ocorre um exagero 
para ilustrar a grandeza da sede.
Na imagem acima o sanduiche possui adjetivos exagerados se comparado com a realidade.
• Ironia
Ironia é a utilização proposital de termos que manifestam o sentido oposto do seu significado. Por 
exemplo, uma pessoa que foi demitida após péssimo dia de trabalho, dizer: “- Era o que faltava 
para encerrar o meu dia maravilhosamente bem”.
Exemplos:
“Moça linda bem tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor!
(Mário de Andrade)
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.
(Monteiro Lobato)
• Apóstrofe
Apóstrofe é muito interessante. Esta figura de linguagem ocorre quando alguma pessoa faz uso da 
“invocação” de algo ou alguém para manifestar algum sentido ao contexto. Por exemplo: “Meu 
Deus! Que susto!”.
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• Personificação ou Prosopopeia
A personificação ou prosopopeia ocorre quando atribuímos sentidos racionais a elementos irra-
cionais. Por exemplo, quando dizemos “A natureza está em chorando…” estamos atribuindo o 
“choro” (algo racional) à natureza (um elemento irracional). Outro exemplo seria dizer “Meu 
coração está em pratos… “.
Exemplo da imagem acima: Dizer “está um dia triste” implica a atribuição de um sentimento a 
uma entidade que de fato nunca poderá estar triste mas cujas características (céu nublado, frio, 
etc).
• Pleonasmo
Pleonasmo é muito utilizado no dia-a-dia. Trata-se da repetição de palavras que tem o mesmo 
significado, em uma mesma oração.
Exemplos: “Sair para fora”, “subir para cima”, “dupla de dois” …
• Cacofonia
A cacofonia surge quando ocorre uma junção do final de um vocábulo e começo de outro, for-
mando tonalidades estranhas, dando significados controversos, quando lemos ou pronunciamos a 
frase rapidamente. Assim, outras pessoas podem entender ou atribuir sentidos contrários ao que 
falamos. É considerado um vício de linguagem.
Exemplo:
Eu vi ela na praça. (vi+ ela= viela)
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Alma minha gentil que te partiste (Alma + minha = maminha)
Trata-se portanto de um vício de linguagem caracterizado pelo encontro ou repetição de fonemas 
ou sílabas que produzem efeito desagradável ao ouvido. A cacofonia também pode ser chamada 
de “cacófato”.
Assim, a cacofonia se revela no som. Isto é, este vício de linguagem se manifesta ao pronunciar-
mos as palavras, por isto é considerado um efeito precisamente acústico.
Acontece devido ao encontro de determinados fonemas em palavras próximas. Ao serem pro-
nunciados juntos, formam outras palavras de sentido inadequado, muitas vezes com significado 
engraçado ou obsceno.
1.6 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS
Os textos selecionados para análise foram publicados nos seguintes suportes:
- Jornal impresso, Jornal digital, Jornal radiofônico (via internet), Revista impressa. 
Os objetivos que norteiam a análise proposta são:
- Descrever as características linguísticas dos textos em estudo. 
 
- Identificar a variedade linguística utilizada e relacionar tal uso com seu público-alvo.
- Discutir como a linguagem verbal e a linguagem não-verbal (fotografia, som) relacionam-se 
para produzir sentidos e servir de propósito para persuadir os leitores dos textos escolhidos.
Reflexões gerais:
A afirmação de que a função conativa ou imperativa é predominante na linguagem publicitária é 
incontestável, pois evidencia forte apelo ao leitor/consumidor. 
Através dos textos publicitários, o locutor/enunciador intenciona persuadir o interlocutor/enun-
ciatário. Para que essa persuasão ocorra e, de fato, o leitor/consumidor torne-se seduzido pelo 
produto ou serviço anunciado, o locutor/enunciador utiliza inúmeras estratégias.
O Texto Publicitário um tipo de texto veiculado em campanhas publicitárias e podem ser textos de 
natureza escrita, oral e visual. Eles estão presentes no nosso cotidiano e possuem o intuito princi-
pal de convencer o leitor para a compra de produtos e/ou serviços.
20
Geralmente são encontrados nos meios de comunicação: jornal, revista, televisão, rádio, internet, 
outdoors, dentre outros.
Os textos publicitários são textos sugestivos, retóricos e persuasivos os quais contém uma lingua-
gem sedutora para despertar nos consumidores o desejo de consumir. Desse modo, são produzidos 
através da função conativa ou apelativa da linguagem, ou seja, a mensagem está centrada no re-
ceptor ou interlocutor com a finalidade de despertar emoções, sentimentos e sensações.
Os textos publicitários não seguem uma estrutura padrão e podem ser frases, textos visuais audi-
tivos e escritos os quais utilizam a linguagem verbal e não-verbal. Geralmente são textos curtos 
com o objetivo de vender algum produto e/ou serviço, e podem ser de diversos gêneros (argumen-
tativos, narrativos ou descritivos) sendo que alguns deles incluem os três gêneros num só texto.
É muito comum encontrarmos os textos publicitários com imagem e textos. Observe que a ima-
gem é um recurso muito importante dos textos publicitários, que tem a função principal de pro-
mover a marca e despertar no leitor a vontade de possuir tal produto ou serviço.
Podem apresentar títulos (na linguagem publicitária são chamados de “headline”) bem atrativos e 
criativos com presença de alguma das palavras-chave, com o intuito de chamar mais atenção do 
leitor para o que se pretende comercializar.
Em seguida, no corpo do texto será apresentada a ideia principal que apresentará descrições, nar-
rações ou argumentos para a escolha da marca; e, por fim, a conclusão do pretendido seguidos da 
assinatura do anunciante da marca.
Os slogans são elementos fundamentais dos textos publicitários, posto que definem em poucas 
palavras (ou frases de efeito) a marca de maneira criativa e que aproxime o leitor da proposta 
publicitária.
Correspondem aos textos de fácil memorização, por exemplo, quando dizemos “Amo muito tudo 
isso” logo nosso pensamento nos leva a pensar na empresa de fast food “Mc Donalds”, que divul-
gou amplamente sua marca através desse slogan.
1.7 PRODUÇÃO DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS
Toda empresa deseja atrair e conquistar clientes. E essa é uma tarefa complicada, que exige muito 
empenho dos empresários e dos seus colaboradores. Na ponta desse processo está a redação pu-
blicitária — técnica responsável por conceituar as campanhas de divulgação e um dos pilares da 
Publicidade.
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Apesar do nome, a redação publicitária não consiste apenas na produção de textos e abrange todo 
o processo criativo essencial para as atividades de comunicação.
Dessa forma, o redator publicitário atua desde a criaçãodo conceito de uma ação de marketing até 
o fechamento da campanha de divulgação. Um trabalho essencial para qualquer mecanismo de 
propaganda utilizada por uma empresa.
Uma campanha de marketing começa com a definição de um objetivo e a identificação de qual 
público pretende atingir. A partir daí, entra o redator publicitário, que vai conduzir as pesquisas e 
criar um conceito que vai orientar todo o processo de divulgação. E não para por aí: ele também 
vai determinar como a linguagem vai se encaixar no contexto e como vai se aproximar das pes-
soas.
Dessa forma, independentemente do tipo de peça que será criada, a redação publicitária é um 
elemento de grande importância para o desenvolvimento de um trabalho mais amplo: todo o pro-
cesso de divulgação das empresas e das marcas.
Para escrever uma boa redação publicitária, é necessário ficar atento a alguns quesitos necessários 
para a aplicação da técnica. Nos próximos parágrafos, vamos apresentar alguns dos elementos 
essenciais para produzir bons textos e contar com uma divulgação de qualidade. Confira:
Um bom texto é aquele em que as pessoas conseguem entender a mensagem.
Se o leitor-cliente não conseguir compreender o que você escreveu, provavelmente a sua ação de 
divulgação não trará resultados. E isso acarreta perda de tempo e dinheiro. Portanto, uma redação 
publicitária precisa ser clara e objetiva.
Para algumas pessoas, os bons textos são longos e repletos de palavras de todos os tipos. Mas, 
na verdade, a qualidade de uma redação se mede pela capacidade do autor em se expressar pela 
linguagem escrita.
Para conquistar a atenção do leitor, é preciso produzir um conteúdo interessante e que se destaque 
em meio à concorrência (outros anúncios e textos que possam vir próximos ao seu material).
22
No meio publicitário existe uma máxima que diz: “o importante não é como você fala, mas o 
que você fala”. Ou seja, a forma como o anúncio será veiculado não é mais importante do que o 
conteúdo da sua divulgação.
O texto do seu anúncio ou da sua divulgação precisa convencer as pessoas de que os seus produtos 
ou os seus serviços são essenciais para a vida deles e, com isso, fazê-los procurarem a sua empresa 
para consumir.
Uma propaganda que não desperte o interesse do cliente em comprar é sinônimo de prejuízo. A 
empresa perde o tempo e o esforço usados na criação da campanha, e até o cliente perde tempo 
lendo o seu texto.
A redação publicitária não caminha sozinha. Geralmente, ela vem acompanhada de artes e tra-
balho gráficos, que são desenvolvidos pelo designer. Portanto, é importante saber trabalhar em 
equipe para não perder boas ideias e criar uma campanha ruim, que vai atrapalhar a estratégia de 
marketing.
Às vezes, um bom texto acaba sendo escondido ou perdido diante de uma direção de arte malfeita, 
assim como uma bela produção gráfica não salva uma redação ruim.
O equilíbrio está na interação e no diálogo com os profissionais que trabalham na campanha ou 
que possam acrescentar algo ao trabalho.
Exercícios
1. Leia o texto abaixo e complete as lacunas a seguir.
“Diariamente, duas horas antes do caminhão da prefeitura, a gerência de um restaurante da cidade 
deposita na calçada dezenas de sacos plásticos com restos de sanduíches.”
A mensagem do texto foi transmitida através da linguagem ...................(verbal/não verbal), utili-
zando um código estruturado denominado ....................(língua/fala). Por ser um emprego individu-
al da ....................(língua/fala), é uma representação ........................(oral/escrita) da .....................
(língua/fala).
2. Diga se as frases são exemplos de registro coloquial, culto ou popular.
a) Traga o prato pra mim comer. ..................
b) “Quando oiei a terra ardendo / Quá foguera de são João.” ..................
c) Qué apanha, sordado? Qué apanhá?...................
d) Dê-me um cigarro / Diz a gramática /Do professor e do aluno / E do mulato sabido. ..................
e) Me perco nesse mar de solidão. ......................
f) Cem mil pessoas morreram. ...................
g) A gente não sabe mais o que fazer. .................
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ANOTAÇÕES:
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2. GÊNEROS LITERÁRIOS
2.1 CONCEITO
Gêneros literários são divisões feitas em obras literárias de acordo com características formais 
comuns, agrupando-as segundo critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
A divisão clássica remonta à Grécia antiga e define três gêneros literários:
• Gênero lírico;
• Gênero épico;
• Gênero dramático.
Esta classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos e, presente-
mente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero narrativo, mais abrangente e atual, 
ficando, dessa forma, a seguinte divisão:
• Gênero lírico;
• Gênero narrativo;
• Gênero dramático.
Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio de uma estrutura típica, que não cor-
responde à estrutura de outro gênero literário, visto que cada um apresenta características próprias.
Gênero lírico
O gênero lírico…
• É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu;
• Expressa sentimentos e emoções;
• Exterioriza um mundo interior;
• Apresenta um caráter subjetivo;
• Usa palavras no seu sentido conotativo;
• Recorre a muitas figuras de linguagem.
Gênero narrativo
• É escrito maioritariamente em prosa;
• Apresenta um narrador que conta a ação;
• Narra uma sucessão de acontecimentos reais ou imaginários;
• Apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão;
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• Desenrola-se num tempo e num espaço;
• Utiliza discurso direto, indireto e/ou indireto livre.
Gênero dramático
• É feito para que haja a sua encenação;
• Está dividido em atos e cenas;
• Conta a história através da fala das personagens;
• Apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação.
Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa.
A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos. Atualmente, é 
entendida como algo flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a subdivisão em vários sub-
gêneros.
Apesar da divisão em lírico, narrativo e dramático, há uma característica comum aos três gêneros: 
a literatura.Sendo gêneros literários, apresentam aspectos comuns que definem a literatura como uma expres-
são artística que possui funções recreativas, sociais e críticas. Assim, não só ocorre a manifestação 
de sentimentos e invenção de histórias por parte do autor, como também ocorre a crítica à socie-
dade e há referências a momentos históricos.
O texto literário, quer ocorra em verso ou em prosa, transmite a noção artística do autor, que traba-
lha com a função conotativa da linguagem, que utiliza uma linguagem mais poética e rebuscada, 
recorrendo ao uso de figuras de linguagem e que respeita estruturas no estilo e forma, como a mé-
trica e a rima. O autor debruça-se sobre a seleção e combinação de palavras, para que transmitam 
o sentido pretendido, contribuindo para a concretização da intenção do autor.
2.2 ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
Curiosamente, o português surgiu da mesma língua que originou a maioria dos idiomas europeus 
e asiáticos.
Com as inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial existente acabou subdividida em 
26
cinco ramos: o helênico, de onde veio o idioma grego; o românico, que originou o português, o 
italiano, o francês e uma série de outras línguas denominadas latinas; o germânico, de onde surgi-
ram o inglês e o alemão; e finalmente o céltico, que deu origem aos idiomas irlandês e gaélico. O 
ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a outras diversas línguas atualmente faladas na Europa 
Oriental.
O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas: o latim clássico, que 
era empregado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, senadores, etc.), e 
o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo. O português originou-se do latim 
vulgar, que foi introduzido na península Ibérica pelos conquistadores romanos. Damos o nome 
de neolatinas às línguas modernas que provêm do latim vulgar. No caso da Península Ibérica, 
podemos citar o catalão, o castelhano e o galego-português, do qual resultou a língua portuguesa.
O domínio cultural e político dos romanos na península Ibérica impôs sua língua, que, entretanto, 
mesclou-se com os substratos linguísticos lá existentes, dando origem a vários dialetos, generi-
camente chamados romanços (do latim romanice, que significa “falar à maneira dos romanos”). 
Esses dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até constituírem novas línguas. Quando os 
germânicos, e posteriormente os árabes, invadiram a Península, a língua sofreu algumas modifica-
ções, porém o idioma falado pelos invasores nunca conseguiu se estabelecer totalmente.
Somente no século XI, quando os cristãos expulsaram os árabes da península, o galego-português 
passou a ser falado e escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos originados pelo contato 
do árabe com o latim. O galego-português, derivado do romanço, era um falar geograficamente 
limitado a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo aos atuais territórios da Galiza e 
de Portugal. Em meados do século XIV, evidenciaram-se os falares do sul, notadamente da região 
de Lisboa. 
Assim, as diferenças entre o galego e o português começaram a se acentuar. A consolidação de 
autonomia política, seguida da dilatação do império luso consagrou o português como língua ofi-
cial da nação. Enquanto isso, o galego se estabeleceu como uma língua variante do espanhol, que 
ainda é falada na Galícia, situada na região norte da Espanha.
As grandes navegações, a partir do século XV d.C. ampliaram os domínios de Portugal e levaram 
a Língua Portuguesa às novas terras da África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e 
Príncipe), ilhas próximas da costa africana (Açores, Madeira), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), 
Oceania (Timor) e América (Brasil).
27
Destacam-se alguns períodos:
1) Fase Proto-histórica
Compreende o período anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade 
usada apenas em documentos, por esta razão também denominada de latim tabeliônico).
2) Fase do Português Arcaico
Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos distintos:
a) do século XII ao XIV, com textos em galego-português;
b) do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português.
3) Fase do Português Moderno
Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características 
do português atual. A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida por Camões, 
desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de 
Oliveira publicou a primeira gramática de Língua Portuguesa, a “Grammatica de Linguagem Por-
tuguesa”. Seu estilo baseava-se no conceito clássico de gramática, entendida como “arte de falar 
e escrever corretamente”.
2.3 PROSA, POEMA E NOÇÕES ELEMENTARES DE VERSIFICAÇÃO
Versificação ou metrificação é o estudo dos metros, pés, acento e ritmo do verso. A versificação ou 
metrificação estabelece normas para a contagem das sílabas de um verso.
Todavia, procuraremos, de forma didática e sucinta, esclarecer o que é poesia, bem como alguns 
conceitos elementares ligados a ela. 
• Poesia: é, na realidade, a qualidade presente em certos artefatos culturais, capaz de desper-
tar o sentimento do belo e provocar o encantamento estético. Dessa forma, a poesia pode estar em 
um conto, na cena de um filme, ou de uma telenovela; nas artes plásticas, como a pintura, a escul-
tura; ou, como reconhecia Bandeira, nas ruas. Dizia o poeta: “Dois automóveis colidem, ou uma 
senhora desmaia, ou um homem é assassinado... Paira no ar um certo tumulto emocional, criando 
uma atmosfera de poesia. Pois bem, o poeta suscita a mesma coisa, só que mediante apenas uma 
colisão de palavras”. 
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• Poema: é o texto composto em versos (linhas breves) e estrofes, numa oposição ao texto com-
posto em prosa (linhas longas), isto é, composto em orações, períodos e parágrafos. Sendo assim, 
é evidente que nem todo poema obrigatoriamente é ou contém poesia. Assim como a boa prosa de 
ficção só é boa porque está carregada de poesia. 
 
• Verso: é o nome que se dá a cada uma das linhas que constituem um poema. 
 • Metro: é o nome que se dá à extensão da linha poética. Pela contagem de sílabas de um verso, 
podemos estabelecer seu padrão métrico e suas unidades rítmicas. 
• Ritmo: é a sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares. No ver-
so, o ritmo é formado pela sucessão de unidades rítmicas resultantes da alternância entre sílabas 
acentuadas (fortes) e não-acentuadas (fracas); ou entre sílabas construídas por vogais longas e 
breves. 
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• Melodia: é a sequência de notas (no caso da poesia, de sons) que, apresentando organização rít-
mica com sentido musical, se relacionam reciprocamente, de modo a formar um todo harmônico, 
uma linha melódica. 
• Rima: é a igualdade ou semelhança de sons na terminação das palavras: asa, casa; asa, cada. Na 
rima asa, casa há paridade completa de sons a partir da vogal tônica; na rima asa, cada a paridade 
é só das vogais. As rimas do primeiro tipo se chamam consoantes; as do segundo, toantes.
O verso apresenta quatro elementos principais: metro, ritmo, melodia e rima. 
2.4 PONTUAÇÃO: A VÍRGULA ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO
Caso quiséssemos atribuir o uso da vírgula a cada pausa retratada pelo falante, concluiríamos que 
nossa pretensão mostra-se aquém das reais possibilidades, fato esse decorrente das diferenças que 
se acentuam entre a fala e a escrita, visto que a riqueza melódica da oralidade não se compara com 
o convencionalismo da escrita.
A linguagem oral, via de regra, torna-se mais isenta de postulados preestabelecidos, posto que se 
condiciona a traços individuais do próprio emissor, cabendo a ele atribuir as possíveis entonações 
no momento em que achar conveniente. Na linguagem escrita, em contrapartida, tais pretensões 
estão sujeitas a normas que, indiscutivelmente, precisam estar em consonância com nossos co-
nhecimentos. 
Para tanto, seguem em evidência algumas considerações dignasde nota, as quais retratam os ca-
sos em que se materializa ou não o uso da vírgula.
Circunstâncias em que usamos a vírgula:
a) Para isolar topônimos (nomes próprios relacionados com um determinado lugar), seguidos de 
sua respectiva data.
Exemplo: Maceió, 12 de fevereiro de 2009.
b) Separar orações coordenadas assindéticas (isentas de conectivos que as liguem).
Exemplo: Ao iniciar a reunião, todos se apresentaram, começaram a discutir os assuntos pertinen-
tes e chegaram a um consenso muito antes do esperado.
c) Separar orações coordenadas sindéticas iniciadas pelas conjunções adversativas, alternativas, 
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conclusivas ou explicativas.
Exemplos:
* Precisava urgentemente se decidir, ou somente trabalhava, ou estudava.
* A aluna preparou-se muito para as olimpíadas de Matemática, logo obteve a primeira colocação.
* Não me sinto preparada para esta viagem, pois tive que decidir rapidamente.
* Sinto-me honrada com suas desculpas, porém nossa amizade não será mais a mesma.
d) Isolar expressões explicativas, corretivas ou continuativas representadas por: isto é, por exem-
plo, ou seja, aliás, entre outras.
Exemplos:
* A violência social é um fato grave, ou melhor, assustador.
* Pretendo despachar os documentos em breve, isto é, na próxima semana.
e) Separar apostos e vocativos em uma oração.
Exemplos:
* Marcos, traga seu certificado assim que puder, pois preciso entregá-lo ao Departamento de Pes-
soal.
* Marta, irmã de Pedro, casou-se ontem.
f) Separar um adjunto adverbial antecipado ou intercalado entre o discurso.
Exemplos:
* Naqueles tempos, havia uma maior interação entre as pessoas.
* Sem que ninguém esperasse, repentinamente, ela apareceu.
g) Entre a oração subordinada substantiva e a principal.
Ex.: Seu desejo| era que todos o visitassem.
Or. principal | oração subordinada substantiva predicativa.
31
2.5 TIPOS DE DISCURSO: DIREITO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE
Discurso Direto, Discurso Indireto e Discurso Indireto Livre são tipos de discursos utilizados 
no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens. Seu uso varia de 
acordo com a intenção do narrador.
• Discurso Direto
No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do per-
sonagem. O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o 
narrador se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito.
Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por um 
estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.
Características do Discurso Direto
• Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo “di-
zer”. São chamados de “verbos de elocução”, a saber: falar, responder, perguntar, indagar, decla-
rar, exclamar, dentre outros.
• Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas.
• Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada.
Exemplos de Discurso Direto
1. Os formados repetiam: “Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes com 
firmeza e honestidade.”.
2. O réu afirmou: “Sou inocente!”
3. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:
— Alô, quem fala?
— Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.
• Discurso Indireto
No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem preferindo suas pala-
vras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem.
Características do Discurso Indireto
• O discurso é narrado em terceira pessoa.
• Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar, 
indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do travessão, pois geralmente as orações 
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são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado através da con-
junção “que” (verbo + que).
Exemplos de Discurso Indireto
1. Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com firmeza 
e honestidade.
2. O réu afirmou que era inocente.
3. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava falando. 
Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia com quem 
a pessoa queria falar.
Transposição do Discurso Direto para o Indireto
Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o discurso de acordo 
com a intenção pretendida.
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• Discurso Indireto Livre
No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há inter-
venções do narrador bem como da fala dos personagens.
Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do 
narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas.
Características do Discurso Indireto Livre
• Liberdade sintática.
• Aderência do narrador ao personagem.
Exemplos de Discurso Indireto Livre
1. Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso. Talvez nãotenha 
sido suficientemente justo com as crianças…
2. O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!
3. Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão!
Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha sido sinalizada a mudança da 
fala do narrador para a do personagem.
2.6 LEITURA E ANÁLISE DE PARÁGRAFOS: NARRATIVOS, DESCRITIVOS E DIS-
SERTATIVOS
Os tipos de textos, são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e finalidade. De ma-
neira geral, a tipologia textual é dividida em: texto narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo 
e injuntivo.
• Texto Narrativo
A marca fundamental do Texto Narrativo é a existência de um enredo, do qual se desenvolvem as 
ações das personagens, marcadas pelo tempo e pelo espaço. Assim, a narração possui um narrador 
(quem apresenta a trama), as personagens (principais e secundárias), o tempo (cronológico ou 
psicológico) e o espaço (local que se desenvolve a história).
Sua estrutura básica é: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
•Texto Descritivo
O Texto Descritivo expõe apreciações e observações, de modo que indica aspectos, característi-
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cas, detalhes singulares e pormenores, seja de um objeto, lugar, pessoa ou fato.
Dessa maneira, alguns recursos linguísticos relevantes na estruturação dos textos descritivos são: 
a utilização de adjetivos, verbos de ligações, metáforas e comparações.
Estrutura do texto descritivo
• Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser ou objeto que será descrito, de 
modo a que o leitor foque sua atenção nesse ser ou objeto.
• Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou ser em foco, apresentando seus 
aspectos mais gerais e mais pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e outras 
mais subjetivas.
• Conclusão: A descrição está concluída quando a caracterização do objeto ou ser estiver 
terminada.
Características do texto descritivo
• O texto descritivo não se encontra limitado por noções temporais ou relações espaciais, 
visto descrever algo estático, sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória 
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, em detrimento de verbos, sendo 
maioritariamente necessária a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, permanecer, 
ficar, continuar, tornar-se, andar…
• O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário rico e variado, bem como o 
uso de enumerações e comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para melhor apresen-
tar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo o texto e tornando-o mais interessante para o leitor.
• A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos físicos, ou mais subjetiva, foca-
lizando aspectos emocionais e psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre os 
dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito apresentado nas suas diversas vertentes.
• Nadescrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, ou seja, aquilo que pode ser 
observado e a descrição de aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, personali-
dade, humor…, apreendidos pelo convívio com a pessoa e pela observação de suas atitudes. Na 
descrição de lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a descrição do ambiente 
social, econômico, político… Na descrição de objetos, embora predomine a descrição de aspectos 
físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que estimule os sentidos do leitor.
Tipos de descrição
Embora seja possível distinguir tipos de descrição, é essencial que os três tipos estejam presentes 
numa descrição, de forma a torná-la completa, rica e interessante.
1. Descrição objetiva:
• Descrição exata e precisa do objeto ou ser;
• Maior aproximação possível da realidade;
• Isenta de opiniões e duplos sentidos;
• Descrição de aspectos físicos;
35
• Utilização de uma linguagem clara, direta e realista;
• Utilização de uma linguagem denotativa;
• Descrição que torna o texto mais verídico.
2. Descrição subjetiva:
• Confere um cunho pessoal ao objeto ou ser descrito;
• Transmissão de um estado de espírito e de sentimento;
• Descrição de aspectos emocionais;
• Utilização de uma linguagem simbólica e metafórica;
• Utilização de uma linguagem conotativa;
• Descrição que torna o texto mais interessante.
3. Descrição sensorial (provoca sensações no leitor, explorando diversos sentidos):
- Sensações visuais: saia vermelha, mãos enormes, tecido florido, toalha redonda,…
- Sensações auditivas: crianças barulhentas, casa silenciosa, ruído ensurdecedor, sibilante som das 
sílabas,…
- Sensações gustativas: resposta amarga, bolo delicioso, prazer agridoce, mar salgado,…
- Sensações olfativas: cheiro nauseabundo, aroma agradável, odor fétido e pestilento, roupa per-
fumada,…
- Sensações táteis: chão duro e áspero, seda macia, pele fria, tecido rugoso,…
Exemplo de excerto de texto descritivo:
“O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lôbrego, nu, latejado de pedregulhos – agora res-
plandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, plantas decorati-
vas, vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que Carlos trouxera de Espanha, trabalhados 
em talha, solenes como coros de catedral. Em cima, na antecâmara, revestida como uma tenda de 
estofos do Oriente, todo o rumor de passos morria: e ornavam-na divãs cobertos de tapetes persas, 
largos pratos mouriscos com reflexos metálicos de cobre, uma harmonia de tons severos, onde 
destacava, na brancura imaculada do mármore, uma figura de rapariga friorenta, arrepiando-se, 
rindo, ao meter o pezinho na água.” (Os Maias, Eça de Queirós)
• Texto Dissertativo
O Texto Dissertativo busca defender uma ideia e, logo, é baseado na argumentação e no desen-
volvimento de um tema.
Para tanto, sua estrutura é dividida em três partes fundamentais:
- Tese (introdução): define o modelo básico para apresentar uma ideia, tema, assunto.
- Antítese (desenvolvimento): explora argumentos contra e a favor.
36
- Nova tese (conclusão): sugere uma nova tese, ou seja, uma nova ideia para concluir sua funda-
mentação.
Os textos dissertativos-argumentativos, além de ser um texto opinativo, buscam persuadir o leitor.
O texto dissertativo é composto por três partes essenciais:
- Introdução:
É um bom início de texto que desperta no leitor vontade de continuar a lê-lo. Na introdução é que 
se define o que será dito, e é nessa parte que o escritor deve mostrar para o leitor que seu texto 
merece atenção.
O assunto a ser tratado deve ser apresentado de maneira clara, existem assuntos que abrem espaço 
para definições, citações, perguntas, exposição de ponto de vista oposto, comparações, descrição.
A introdução pode apresentar uma:
- Afirmação geral sobre o assunto
- Consideração do tipo histórico-filosófico
- Citação
- Comparação
- Uma ou mais perguntas
- Narração
Além destes, outras introduções podem ser empregados de acordo com quem escreve.
- Desenvolvimento:
Na dissertação a persuasão aparece de forma explícita, essa se faz presente no desenvolvimento 
do texto. É nesse momento que o escritor desenvolve o tema, seja através de argumentação por 
citação, comprovação ou raciocínio lógico, tomando sua posição a respeito do que está sendo 
discutido.
O conteúdo do desenvolvimento pode ser organizado de diversas maneiras, dependerá das pro-
postas do texto e das informações disponíveis.
37
- Conclusão:
A conclusão é a parte final do texto, um resumo forte e breve de tudo o que já foi dito, cabe também 
a essa parte responder à questão proposta inicialmente, expondo uma avaliação final do assunto.
2.7 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS POÉTICOS E DRAMÁTICOS
A natureza do texto – O poético, o narrativo, o dramático:
Desde a Grécia Antiga com Aristóteles, temos as principais manifestações literárias muito bem 
definidas. Entre as principais formas de texto temos: a poesia, a narrativa e o drama.
1) O poético – Apresenta o eu-lírico fonte de inspiração para a poesia; a linguagem é figurada 
(estilística) e diferente da prosa; utiliza-se figuras de linguagem como metáfora, eufemismo e per-
sonificação etc. Ou qualquer outra figura de exagero ou transformação de sentido que se distancia 
da realidade que vivemos.
2) O narrativo – É a prosa. Narra-se, ou relata-se algo por meio da 1ª pessoa do singular (Eu 
vejo uma rua etc...), apresenta personagens; é descritivo (usam-se adjetivos ao descrever cenas, 
personagens, etc.); tem enredo (intriga) ou apenas conta uma história como a Crônica em que se 
observam os acontecimentos do dia-a-dia. 
3) O dramático – A palavra drama em grego significa ação. É um tipo de texto que se caracteriza 
por uma prosa ficcional (inventada) ou não ficcional (verdadeira). Segundo o Houaiss situação ou 
sequência de acontecimentos em que predomina emocionante conflito de forças, podendo apre-
sentar tumulto e agitação/ catástrofe produzida por um acidente, um crime etc.
2.8 PRODUÇÃO DE POEMAS 
A palavra poema deriva do verbo grego poein, que significa “fazer, criar, compor”, geralmente 
escrito na forma vertical.
Um poema possui os seguintes elementos: 
- Versos: São as linhas que compõem o poema. Cada linha um verso. 
- Estrofe: É a reunião dos versos, em blocos.
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- Rima: É a regularidade sonora que pode estar tanto no meio como no final do verso, quando não 
há rima, chama-se verso branco.
Na maioria das vezes é usado para expressar emoções, sentimentos e visões diversas da realidade. 
O poema é um gênero textual que pode ser escrito conforme rígidas normas — os poemas de for-
ma fixam — ou em versos livres, nos quais mais valem as imagens do que a métrica.
Afinal, o que é o poema? A poesia, como expressão da arte, pode ser definida?
O poema é um gênero textual relacionado com os gêneros literário. É impossível dissociar o po-
ema da literatura, arte que tem a palavra como matéria-prima. Na literatura não há compromisso 
com a objetividade, tampouco com a sintaxe ou com a semântica. A palavra pode ser lapidada, 
dissecada, subvertida de acordo com as vontades de quem escreve o poema para assim atingir seu 
principal fim: impressionar o leitor e nele despertar diferentes sensações.
Embora seja difícil conceituar a poesia, elemento da subjetividade presente nas mais variadas ma-
nifestações artísticas, é possível estabelecer parâmetros que nos ajudem a compreender o poema 
como gênero textual e suas características formais e estilísticas. Como gênero, o poema apresenta 
algumas peculiaridades que o diferem dos demais gêneros, peculiaridades essas que facilitam sua 
identificação. Mas se engana quem acredita que todo poema é composto por versos e estrofes: há 
poemas em prosa, bem como poemas que aliam elementos visuais à linguagem verbal, contrarian-
do assim a ideia de que o poema deve prender-se a regras como métrica ou rimas.
O poema é, portanto, um gênero textual que apresenta delimitações, tal qual os demais gêneros 
do universo literário,como o conto e a crônica. Mas para a poesia (que pode estar contida ou não 
no poema, haja vista que nem todo poema é dotado de lirismo e beleza) não existem limites, por 
isso, faz-se importante salientar as diferenças entre o poema e a poesia. Em não raras situações 
um texto poético esbarra na compreensão de seu leitor, que pode subaproveitar suas imagens, sua 
musicalidade e suas metáforas. Por isso, a poesia depende da percepção de quem lê um poema, 
de quem observa uma pintura, de quem ouve uma música ou assiste a uma peça de teatro ou a um 
filme. Diferente do poema, que existe enquanto gênero textual, a poesia só existe se percebida – e 
sentida – pelo receptor.
39
Exercícios
1. O gênero narrativo, na maioria das vezes, é expresso pela:
a) Poesia;
b) Show;
c) Jornal;
d) Romance;
e) Ode.
2. O soneto é uma das formas mais tradicionais e, na maioria das vezes, tem conteúdo:
a) lírico;
b) cronístico;
c) épico;
d) dramático;
ANOTAÇÕES:
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3. ESTRUTURA DO TEXTO NARRATIVO
3.1 CONCEITO
Texto narrativo é um tipo de texto que esboça as ações de personagens num determinado tempo 
e espaço. Geralmente, ele é escrito em prosa e nele são narrados (contados) alguns fatos e acon-
tecimentos.
Alguns exemplos de textos narrativos são: romance, novela, conto, crônica e fábula.
Estrutura da Narrativa:
• Apresentação: também chamada de introdução, nessa parte inicial o autor do texto apresenta os 
personagens, o local e o tempo em que se desenvolverá a trama.
• Desenvolvimento: aqui grande parte da história é desenvolvida com foco nas ações dos perso-
nagens.
• Clímax: parte do desenvolvimento da história, o clímax designa o momento mais emocionante 
da narrativa.
• Desfecho: também chamada de conclusão, ele é determinado pela parte final da narrativa, onde 
a partir dos acontecimentos, os conflitos vão sendo desenvolvidos.
Elementos da Narrativa
• Narrador - é aquele que narra a história. Dividem-se em: narrador observador, narrador persona-
gem e narrador onisciente.
• Enredo - trata-se da estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações. São 
classificados em: enredo linear, enredo não linear, enredo psicológico e enredo cronológico.
• Personagens - são aqueles que compõem a narrativa sendo classificados em: personagens princi-
pais (protagonista e antagonista) e personagens secundários (adjuvante ou coadjuvante).
• Tempo - está relacionado com a marcação do tempo dentro da narrativa, por exemplo, uma data 
ou um momento específico. O tempo pode ser cronológico ou psicológico.
• Espaço - local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num ambiente físico, ambiente 
psicológico ou ambiente social.
Tipos de Narrador
Os tipos de narrador, também chamado de foco narrativo, representam a “voz textual” da narra-
ção, sendo classificados em:
• Narrador Personagem - a história é narrada em 1ª pessoa onde o narrador é um personagem e 
participa das ações.
• Narrados Observador - narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece os fatos, porém, não 
participa da ação.
• Narrador Onisciente - esse narrador conhece todos os personagens e a trama. Nesse caso, a histó-
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ria é narrada em 3ª pessoa. No entanto, quando apresenta fluxo de pensamentos dos personagens, 
ela é narrada em 1ª pessoa.
Tipos de Discurso Narrativo
• Discurso Direto - no discurso direto, a própria personagem fala.
• Discurso Indireto - no discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem. Em outras 
palavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da personagem.
• Discurso Indireto Livre - no discurso indireto livre há intervenções do narrador e das falas dos 
personagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto
3.2 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Quando falamos em estrutura e classe de palavras, estamos falando de nada menos do que a 
Morfologia, que é o estudo de cada estrutura, formação e classe de palavras da língua portuguesa. 
Por isso, a morfologia está dividida em 10 classes de palavras ou, como as conhecemos, classes 
gramaticais, sendo elas: artigo, numeral, advérbio, preposição, interjeição, conjunção, pronome, 
adjetivo, verbo e substantivo.
O importante na língua portuguesa é o modo como as palavras são estruturadas e classificadas, 
mas para que isso seja possível é preciso que cada palavra seja dissecada ao máximo, fazendo 
assim com que possamos entender melhor como é sua estrutura.
No português as palavras são constituídas por morfemas, que são pequenas unidades de palavras 
que quando unidas se transforma nas palavras propriamente ditas, são, portanto, as células das 
palavras que, quando juntas, formam o corpo da palavra.
Esses morfemas podem ser divididos em três elementos: os significativos ou básicos, os modifi-
cadores e os de ligação. Eles, juntos, formam todos os elementos que uma palavra precisa para 
ter sentido.
A raiz é aquele elemento que carrega o núcleo das palavras e que costuma não sofrer derivações, 
se mantendo sempre a mesma. Algumas palavras são da mesma família e possuem o mesmo ra-
dial, como as palavras estar e constar, sendo a raiz o st.
Já o radical é quem carrega o significado básico de todas as palavras e, por isso, suas variações 
42
possuem sempre o mesmo núcleo também, como em pedra, pedreiro, pedraria. Nesse caso, Pedr 
é o radical de todas essas palavras. Se pensar nos verbos, o radical é toda aquela parte que sobra 
quando tiramos o er ou o ar do verbo. Por exemplo, temos a palavra andar, nela o radical é and.
Os afixos são aquelas pequenas células que se unem ao radical para conseguir formar novas pala-
vras e podem ser tanto prefixos, quanto sufixos. Por exemplo: se usar a palavra feliz e colocarmos 
um prefixo, teremos infeliz, já se colocarmos um sufixo na mesma palavra teremos felizmente.
Já os infixos são aquelas palavras que são conhecidas como consoantes ou vogais de ligação. Elas, 
no entanto, não são classificadas como morfemas, mas estão presentes também na estrutura das 
palavras. Por exemplo: em roda, se usarmos a vogal ‘o’ seguida do radical ‘via’, formaremos a 
palavra ‘rodovia’.
Já a vogal temática são as vogais a, e, i, o que se juntam ao radical e que podem estar presentes até 
mesmo nos verbos, como em falar, em fala a vogal ‘a’ é temática.
No entanto, quando nós temos flexões verbais de número ou gênero, são chamados de Desinên-
cias, que podem ser nominais, com as vogais o e a para gênero e s ou a ausência dele para número. 
Já nas desinências verbais, eles podem ser modo-temporais, que indicarão o tempo da palavra ou 
número pessoal. 
Na língua portuguesa, as palavras podem ser formadas de duas maneiras: por meio de composi-
ção ou de derivação. Elas diferem quanto ao número de radicais, sendo que naderivação é usado 
apenas um radical; já em composição são usados mais de dois radicais por palavra.
As palavras derivadas têm, portanto, a característica de se obterem a partir de uma palavra já exis-
te, como no caso de terra, que possui como derivados as palavras, terreiro, aterrar, enterrar, etc.
Já na derivação, ela pode existir como prefixal, na qual um prefixo se une a palavra ou sufixal no 
qual se une um sufixo, como já mostramos. No entanto, existe ainda a derivação parassintética que 
é quando a palavra possui o acréscimo tanto de um sufixo quanto de um prefixo, como na palavra 
emudecer, no qual o radical é o ‘mud’, o prefixo a vogal ‘e’ e o sufixo a célula ‘ecer’.
• Classes de palavras
43
Os substantivos são palavras que designam o nome dos seres em geral, como as palavras, casa, 
balde, cachorro, entre outros. Os adjetivos são as palavras que modificam os substantivos e dão 
uma qualidade ou estado para as palavras como amoroso, dengoso, entre outras.
Os artigos são as palavras que definem ou não definem os substantivos e podem ser um, uma, uns, 
umas, o, os, a e as. Pronome é aquele que substitui ou acompanha o nome. Como os pronomes eu, 
seu, sua, meu, entre outros.
Numeral é a classe que organiza os substantivos e dá a quantidade exata, como, por exemplo, a 
palavra dobro ou metade. Verbo é aquela palavra que define uma ação ou estado e que é variável.
Os advérbios são classes invariáveis que exprimem circunstâncias como tempo, lugar, afirmação, 
entre outros. Já a preposição é aquela que liga os termos de toda a oração, como a palavra de, do, 
da, entre outras. Conjunção liga as orações de forma coordenada ou subordinada e a interjeição 
expressa emissões ou sensações.
3.3 INTRODUÇÃO À LITERATURA
A literatura está relacionada ao campo da arte, faz parte dela, de modo que pode ser chamada de 
manifestação artística. A arte, então, é uma forma de expressão do pensamento humano que pode 
ocorrer nas mais variadas formas e através das mais variadas atividades. Por isso, talvez, seja tão 
difícil definir em termos exatos o que é e se torna arte ou não.
Textos, poemas, contos, romances, crônicas, desenhos, pinturas, esculturas, instalações, danças, 
performances teatrais, filmes e mais toda uma série de ações humanas que acabam ganhando o 
status de arte e temos dificuldade em dizer por quê.
A literatura, como manifestação artística, tem por finalidade recriar a realidade a partir da visão de 
determinado autor (o artista), com base em seus sentimentos, seus pontos de vista e suas técnicas 
narrativas.
O que difere a literatura das outras manifestações é a matéria-prima: a palavra que transforma 
a linguagem utilizada e seus meios de expressão. Porém, não se pode pensar ingenuamente que 
44
literatura é um “texto” publicado em um “livro”, porque sabemos que nem todo texto e nem todo 
livro publicado são de caráter literário.
Essa é uma questão que ainda gera discussão em diversos meios, pois não há um critério formal 
para definir a literatura a não ser quando contrastada com as demais manifestações artísticas (evi-
denciando sua matéria-prima e o meio de divulgação) e textuais (evidenciando um texto literário 
de outro não literário).
“O que é literatura?” é antes de tudo uma pergunta histórica. O que conhecemos por literatura 
não era o mesmo que se imaginava há, por exemplo, duzentos anos quando, na Europa, o gênero 
literário “romance” começou a se desenvolver graças ao desenvolvimento dos jornais, que possi-
bilitou uma maior divulgação do gênero, mudando o que se entendia a respeito do assunto.
3.4 LITERATURA INFORMATIVA
A literatura informativa surgiu no Brasil no século XVI, mais precisamente no ano de 1500 com 
o descobrimento do país por Portugal. Nesta época o continente europeu vivia em pleno Renasci-
mento cultural e o gênero foi resultado das Grandes Navegações que tiveram o objetivo de desco-
brir novas rotas comerciais em direção às Índias. Este tipo de literatura possui caráter informativo, 
preocupando-se em descrever claramente a nova terra, sua fauna e flora, riquezas, habitantes e 
seus costumes.
Temos como pioneiro da literatura informativa, também bastante conhecida como Quinhentismo 
Brasileiro, o viajante Pero Vaz de Caminha. Com o descobrimento do Brasil no ano de 1500 os 
viajantes das Grandes Navegações acabaram por se deparar com uma terra completamente distin-
ta à que conheciam, com fauna e flora exuberante, inúmeras riquezas inexploradas além de abrigar 
um povo estranho, com costumes e religião ainda desconhecida pelos europeus. Portugal, inclu-
sive toda a Europa, vivia imersa num capitalismo a todo vapor, preocupada com suas riquezas e 
desenvolvimento econômico, bem diferente do Brasil no momento de seu descobrimento.
Estilo descritivo, com intenção de suprir as necessidades dos europeus que se encontravam além-
-mar.
45
Louvor e exaltação extrema a terra recém-descoberta.
Destaque para as belezas naturais e riquezas presentes na terra.
Por ser de estilo estritamente descritivo, o quinhentismo, ou literatura informativa, não foi, por 
muitos, considerada como literatura propriamente dita, contudo é um gênero literário que foi de 
extrema importância para o desenvolvimento inicial de nosso país e que enriqueceu a sua cultura. 
Após este tipo de literatura de descrição e informação o Brasil viu-se invadido por outro tipo de 
literatura, a dos Jesuítas que tinha como objetivo principal expandir o cristianismo.
3.5 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NARRATIVOS
Narrar é o mesmo que contar, relatar, informar acontecimentos. Eis aí o papel da narrativa, visto 
de forma geral, não teórica, não no plano literário. Deste modo, essa proposta é meramente didá-
tica, para que possa o estudante perceber a natureza da modalidade narrativa.
Normalmente, um romance, um conto, uma novela (textos pertencentes à prosa literária) é narrati-
va. Todavia, há narrativas em verso, por exemplo, a bela narrativa épica de Camões, Os Lusíadas.
A feitura do texto narrativo baseia-se em dois polos: o do acontecimento real, verdadeiro, conhe-
cido e o do inventado, gerado na mente do escritor. Claro que o relato de uma viagem de férias ao 
planeta Marte pertence à invenção narrativa. 
A narrativa de ficção apresenta uma proposta do possível de acontecer, imaginado pela criativi-
dade do artista. Esse tipo de texto carece da verossimilhança: elemento da composição capaz de 
angariar a conivência do leitor para a possibilidade de ser factível o texto.
A narração é a modalidade de texto que relata fatos, acontecimentos que se desenvolvem dentro 
de um período de tempo. Por isto, toda narração conta algo que tem um momento inicial, um pe-
ríodo de evolução e um processo de finalização. Há, nesse tipo de texto, uma “voz” que conversa 
46
com o leitor. Essa voz chama-se narrador. É o narrador que nos faz saber os acontecimentos trazi-
dos no texto narrativo. Há também seres que executam ações. São as personagens.
3.6 PRODUÇÃO DE CONTOS
Uma das etapas mais importantes de uma produção de texto é o planejamento. É preciso ter em 
mente quais serão os pontos abordados, qual a finalidade do que será produzido, para quem se 
escreve, qual a linguagem vai ser utilizada e até mesmo qual será a forma dada ao texto. Tendo 
como ponto de partida esses critérios, iniciamos nosso trabalho com a produção de texto com as 
turmas dos sextos anos.
O gênero textual conto foi o primeiro a ser abordado nessa primeira etapa. Vimos que uma narra-
tiva é constituída de elementos básicos: narrador, tempo, espaço, personagens e enredo. É possível 
contar uma boa história usando diferentes meios desde que exista um conflito que prenda o leitor. 
Todos nós somos fascinados por histórias. Gostamos de contar, de ouvir, de ler. Por que não criar 
uma história bem interessante?
A primeira produção de texto dos sextos anos da tarde foi o momento de colocar em prática nossos 
estudos. A ideia foi planejar de forma coletiva os elementos iniciais do texto: um pequeno conto. 
Pensamosem um personagem comum para todas as histórias e a turma elegeu um nome peculiar: 
Jubileu Pneu. Lancei um desafio que mexeu com a imaginação de todos os alunos: pedi para que 
o conflito central das narrativas criadas fosse a realização de um sonho desse personagem. 
Instiguei a criatividade de cada um ao pedir que elaborassem problemas que dificultassem a rea-
lização desse sonho, mas que eles criassem formas de solução para esses conflitos. Senti a turma 
entusiasmada e conheci diferentes enredos curiosos e apaixonantes. 
47
EXERCÍCIOS
1. Um escritor destaca-se pela produção dos gêneros conto, crônica e romance. A sua produ-
ção está relacionada com o gênero:
a) épico;
b) lírico;
c) narrativo;
d) poético;
e) dramático.
2. São características do gênero narrativo:
a) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável pelo subje-
tivismo atribuído a esse tipo de composição.
b) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico, sempre rela-
cionado com o íntimo e a introspecção.
c) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a modificação da 
situação inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos que compõem o gênero narrativo 
são narradores, tempo, lugar, enredo ou situação e as personagens.
d) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando histórias e fa-
tos grandiosos e heroicos sobre a história de um povo. O narrador fala do passado, o que justifica 
os verbos sempre empregados no tempo pretérito.
ANOTAÇÕES:
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4 TEXTO DESCRITIVO
4.1 ESTRUTURA DO TEXTO DESCRITIVO
O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto, pessoa, 
animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as impressões e 
as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de 
um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras. Para tanto, alguns aspectos são 
de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde as características físicas e/ou psi-
cológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, 
função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação, localização, dentre outros.
Características do texto descritivo:
• Retrato verbal
• Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
• Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
• Utilização da enumeração e comparação
• Presença de verbos de ligação
• Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)
• Emprego de orações coordenadas justapostas
Tipos de Descrição
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do 
emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores.
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as caracterís-
ticas concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. 
Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de di-
cionários e enciclopédias.
4.2 REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Quem diz que a língua portuguesa tem muito acento está mal informado. Comece a reparar nos 
textos e você vai perceber que a maioria das palavras não recebe acento gráfico. As regras de 
acentuação foram elaboradas de maneira a evitarmos a acentuação das palavras mais comuns na 
língua.
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Não confunda acentuação gráfica com acentuação tônica. Toda e qualquer palavra tem acento 
tônico, isto é, uma sílaba que é pronunciada com mais força do que as outras, mas não é em todas 
as palavras que tal sílaba recebe acento gráfico. Isso vai depender das regras. Então, vamos a elas.
Primeiramente, é preciso saber que as pa¬lavras se classificam de acordo com a posição da sílaba 
tônica:
Oxítonas – são as palavras cuja sílaba tônica é a última.
Paroxítonas – são aquelas em que a sílaba tônica é a penúltima.
Proparoxítonas – quando a sílaba tô¬nica é a antepenúltima.
Há, ainda, os monossílabos (palavras de apenas uma sílaba), que podem ser átonos ou tônicos. 
Compare as frases: a) Ele nos viu; b) Nós voltaremos. Na primeira, note que “nos” é pronunciado 
de maneira átona, por isso a tendência é que o “o” seja lido como um “u”; já na segunda frase, 
temos um monossílabo tônico “nós”
Regras básicas
a) Proparoxítonas: como são as mais raras, todas levarão acento. É o caso de lâmpada, música, 
sábado, exército, gramática.
b) Oxítonas: são acentuadas as que terminam em:
• a(s): sofá, marajás;
• e(s): você, jacarés;
• o(s): cipó, avôs;
• em (ens): também, parabéns.
c) Paroxítonas: são acentuadas todas as palavras que terminam em:
• i, is, us: táxi, lápis, bônus
• ã, ão, um: órfã, sótão, álbum
• r, x, l, n, ps: éter, tórax, fácil, pólen, bíceps
• ditongo: colégio, água, série
d) E quanto aos monossílabos tônicos, são acentuados os terminados em:
• a(s): lá, pás
• e(s): fé, rés
• o(s): dó, sós
50
Regras especiais de acentuação gráfica
Até aqui você conheceu as regras para acentuar a maioria das palavras existentes. Só com elas, 
é possível usar corretamente os acentos de quase todos os vocábulos. Agora, vamos ver alguns 
casos específicos: são regrinhas especiais que tomam por base determinados aspectos sonoros das 
palavras, e não a posição da sílaba tônica.
Você se lembra das regras sobre as oxítonas? Vimos que são acentuadas aquelas terminadas em 
“a”, “e”, “o”, “em”. Então, como podemos explicar a palavra “açaí” ou “baú” ou ainda “Tambaú”? 
Seriam exceções? Nada disso. Veja que “xixi” e “urubu” não levam acento, seguindo exatamente 
as regras. Então, qual é a diferença entre “urubu” e “baú”? Não são oxítonas terminadas em “u”? 
São, mas essa segunda é especial. Observe as regras a seguir:
Hiatos
Acentuam-se o I e o U, quando são a segunda vogal tônica de hiato, ou seja, quando essas letras 
aparecem sozinhas (ou seguidas de s) numa sílaba. Veja: sa-í-da, e-go-ís-mo, sa-ú-de, ba-ú, ba-la-
-ús-tre.
Observações:
• Se junto ao I e U vier qualquer outra letra (na mesma sílaba), não haverá acento: Ra-ul, ru-im, 
ju-iz, sa-ir.
• Se o I for seguido de nh, não haverá acento. É o caso de rainha, moinho, campainha.
Também não haverá acento se a vogal se repetir, como, por exemplo, em xiita.
Ditongos
a) Acentuam-se os ditongos abertos, orais e tônicos das palavras oxítonas terminadas em éis, éu, 
éus, ói, óis: papéis.
b) Com relação aos verbos terminados em guar, quar e quir, em algumas formas verbais, eles 
admitem duas pronúncias:
• Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas: enxáguo, delín-
que.
• Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas: en-xaguo, delin-
que.
c) O trema deve ser usado apenasem palavras estrangeiras: Muller
51
Acentos diferenciais
Como o nome diz, o acento diferencial ser¬ve para marcar a diferença entre palavras que são 
escritas da mesma forma (homógrafas).
a) Primeiramente, vamos nos lembrar do acento que diferencia os verbos ter e vir (e seus deriva-
dos) no presente do indicativo, caso estejam na terceira pessoa:
• ele tem – eles têm
• ele vem – eles vêm
• ele mantém – eles mantêm
• ele intervém – eles intervêm
• ele detém – eles detêm
• ele provém – eles provêm
b) Há um caso de acento diferencial de timbre (aberto/ fechado): pode (verbo no presente) – pôde 
(verbo no pretérito)
c) Usa-se o acento circunflexo no verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por, que não é acen-
tuada.
4.3 O BARROCO BRASILEIRO
O Barroco no Brasil tem início no final do século XVII. No país, essa tendência artística teve 
grande destaque na arquitetura, escultura, pintura e literatura.
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publicação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento 
Teixeira. Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi sem dúvida um dos maiores artistas barrocos 
brasileiros.
Influenciado pelo barroco português, no Brasil este estilo se desenvolveu durante o período colo-
nial no chamado “Século de Ouro”. Foi durante o ciclo do ouro que a exploração desse minério 
foi a principal atividade econômica desenvolvida no país. Minas Gerais foi o grande foco onde 
muitas jazidas foram encontradas.
Nessa época, a primeira capital do Brasil, Salvador, foi transferida para o Rio de Janeiro. Diante 
disso, o número de habitantes no Brasil aumentou consideravelmente o que propiciou uma época 
de forte desenvolvimento econômico no país. No barroco mineiro, merece destaque o escultor e 
arquiteto brasileiro: Aleijadinho.
52
Características do Barroco
As principais características são:
• Linguagem dramática;
• Racionalismo;
• Exagero e rebuscamento;
• Uso de figuras de linguagem;
• União do religioso e do profano;
• Arte dualista;
• Jogo de contrastes;
• Valorização dos detalhes;
• Cultismo (jogo de palavras);
• Conceptismo (jogo de ideias).
Principais Autores e Obras
Os principais autores e obras escritas no Brasil são:
• Bento Teixeira (1561-1618): autor de “Prosopopeia” (1601), poema épico com 94 estrofes que 
exalta a obra de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania de Pernambuco.
• Gregório de Matos (1633-1696): um dos maiores representantes da literatura barroco no Brasil, 
que se destacou com sua poesia lírica, religiosa, erótica e satírica. É conhecido como “Boca do 
Inferno”, uma vez que sua poesia ironizava diversos aspectos da sociedade.
• 
53
 • Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711): foi o primeiro brasileiro a publicar versos no estilo 
barroco. De sua obra destaca-se: “Música do Parnaso” (1705).
• Frei Vicente de Salvador (1564-1636): historiógrafo e o primeiro prosador do país. De sua obra 
destacam-se: “História do Brasil” e “História da Custódia do Brasil”.
• Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768): autor de “Eustáquios” e “Descrição da 
Ilha de Itaparica”.
4.4 DIFICULDADE DA LÍNGUA
Na língua portuguesa, algumas palavras e expressões podem suscitar dúvidas quanto ao seu 
emprego. Pensando nisso, selecionei algumas expressões de uso corriqueiro, mas que pro-
vocam confusão e publicarei uma série de quatro artigos sobre elas.
A / há
Emprega-se há em referência a tempo passado, equivalendo ao verbo “fazer”; a é utilizado como 
preposição nas indicações de tempo futuro.
Há dias que chove muito em São Paulo.
Não vejo meus primos há meses.
Daqui a pouco falo com você.
Meu irmão, que mora no exterior, voltará daqui a um ano.
A fim de / afim
A fim de é uma locução que indica finalidade; afim é um adjetivo e significa “semelhante”.
Telefonou para o escritório a fim de justificar o atraso.
Nós temos temperamentos afins.
A meu ver
A expressão significa “na minha opinião”.
A meu ver este será um ótimo ano.
A par / ao par
Usa-se a par com o significado de “bem informado” e ao par significando equivalência cambial.
Estou a par de suas decisões.
54
O dólar e o euro estão ao par.
À toa / à-toa
 
À toa é uma locução adverbial de modo, que significa “sem razão” , “inutilmente”; já a expres-
são à-toa é um adjetivo que significa “inútil”, “desprezível”.
Continuava à toa.
Esse foi um gesto à-toa e precipitado.
Acerca de / há cerca de 
Acerca de é uma locução prepostiva e significa “a respeito de”. Há cerca de equivale a “Há 
aproximadamente”.
Envie-me um e-mail acerca de suas dúvidas.
Há cerca de uma semana recebi um cartão-postal.
Ao invés de / em vez de
Ao invés de significa “ao contrário de”; em vez de corresponde a “no lugar de”.
Ao invés de chamar a polícia, correu atrás do ladrão.
Em vez de Ana, apareceu a irmã.
Aonde/ onde
Emprega-se aonde com verbos que indicam movimento em direção a algum lugar. Com verbos 
que não transmitem essa ideia, usa-se onde.
 
Aonde você pensa que vai?
Aonde ele foi?
Onde você está?
Onde você mora?
4.5 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DESCRITIVOS
O texto descritivo é caracterizado por descrever algo ou alguém detalhadamente, sendo possível 
ao leitor criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito, de acordo com a descrição efetuada. 
Descrição essa tanto dos aspectos mais importantes e característicos que generalizam um objeto 
55
ou ser, como dos pormenores e detalhes que os diferenciam dos outros.
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, encontrando-se presente em outros textos, como o 
texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração quando há uma pausa no de-
senrolar dos acontecimentos para caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou uma 
pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar a atenção do leitor.
• Características do texto descritivo
O texto descritivo não se encontra limitado por noções temporais ou relações espaciais, visto 
descrever algo estático, sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória predomi-
nância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, em detrimento de verbos, sendo maiorita-
riamente necessária a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, permanecer, ficar, 
continuar, tornar-se, andar, …
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário rico e variado, bem como o uso de 
enumerações e comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para melhor apresentar o 
objeto ou ser em descrição, enriquecendo o texto e tornando-o mais interessante para o leitor.
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos físicos, ou mais subjetiva, focalizando 
aspectos emocionais e psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre os dois tipos 
de descrição, sendo o objeto ou ser descrito apresentado nas suas diversas vertentes.
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, ou seja, aquilo que pode ser observado 
e a descrição de aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, personalidade, humor, 
apreendidos pelo convívio com a pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de luga-
res ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a descrição do ambiente social, econômico, 
político, Na descrição de objetos, embora predomine a descrição de aspectos físicos, pode ocorrer 
uma descrição sensorial, que estimule os sentidos do leitor.
• Tipos de descrição:
Embora seja possível distinguir tipos de descrição, é essencial que os três tipos estejam presentes 
numa descrição, de forma a torná-la completa, rica e interessante.
56
Descrição objetiva:
• Descrição exata e precisa do objeto ou ser;
• Maior aproximação possível da realidade;
• Isenta de opiniões e duplos sentidos;
• Descrição de aspectos físicos;
• Utilização de uma linguagem clara, direta e realista;
• Utilização de uma linguagem denotativa;
• Descrição que torna o texto mais verídico.
Descrição subjetiva:
• Confere um cunho pessoal ao objeto ou ser descrito;
• Transmissãode um estado de espírito e de sentimento;
• Descrição de aspectos emocionais;
• Utilização de uma linguagem simbólica e metafórica;
• Utilização de uma linguagem conotativa;
• Descrição que torna o texto mais interessante.
Descrição objetiva X descrição subjetiva
Leia o trecho do romance naturalista O cortiço, de Aluísio Azevedo:
“(…) Rita havia parado em meio do pátio.
Cercavam-na, homens, mulheres e crianças; todos queriam novas dela. Não vinha em trajo de 
domingo; trazia casaquinho branco; uma saia que lhe deixava ver o pé sem meia num chinelo de 
polimento com enfeites de marroquim de diversas cores. No seu farto cabelo crespo e reluzente, 
puxado sobre a nuca, havia um molho de manjericão e um pedaço de baunilha espetado por um 
gancho. E toda ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aro-
máticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para 
a esquerda, pondo a mostra um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam sua fisionomia 
com realce fascinador (…)”.
AZEVEDO, ALUÍSIO. O Cortiço. Ed. São Paulo. 1975.
Embora o trecho acima também faça a descrição de uma personagem feminina, podemos observar 
que existem diferenças significativas entre essa descrição e a descrição da personagem Capitu, 
feita por Machado de Assis na obra Dom Casmurro. Ao contrário de Machado de Assis, Aluísio 
Azevedo não mostra uma imagem vaga e imprecisa; procura transmitir uma imagem concreta e 
definida da personagem que descreve, destacando com nitidez os detalhes que a caracterizam, 
inclusive os olfativos.
É importante observar que o escritor empregou, além de substantivos e adjetivos, verbos para des-
crever a personagem, conferindo assim um caráter dinâmico à descrição. Desta forma, podemos 
57
afirmar que a descrição de Rita Baiana é um exemplo de descrição objetiva, ainda que o autor 
faça interferências por meio de elementos da subjetividade, como no trecho “E toda ela respirava 
o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando 
o atrevido e rijo quadril baiano”. Isso acontece porque uma descrição dificilmente será absoluta-
mente objetiva, haja vista que sempre haverá alguma interferência do autor em relação àquilo que 
está sendo descrito.
A descrição subjetiva vai além do simples retrato (vide o trecho do livro Dom Casmurro), pois 
transmite ao leitor uma visão pessoal ou uma interpretação do autor acerca daquilo que descreve, 
revelando assim uma imagem singular, original e criativa. O objeto descrito é transfigurado con-
forme a sensibilidade do observador, isto é, é descrito da forma como ele é visto e sentido, não 
havendo, portanto, preocupação com a exatidão dos detalhes, já que o importante é transmitir a 
impressão que o objeto causa ao observador.
Descrição sensorial (provoca sensações no leitor, explorando diversos sentidos):
• Sensações visuais: saia vermelha, mãos enormes, tecido florido, toalha redonda, …
• Sensações auditivas: crianças barulhentas, casa silenciosa, ruído ensurdecedor, sibilante som das 
sílabas, …
• Sensações olfativas: cheiro nauseabundo, aroma agradável, odor fétido e pestilento, roupa per-
fumada, …
• Sensações táteis: chão duro e áspero, seda macia, pele fria, tecido rugoso, …
Exemplo de excerto de texto descritivo:
“O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lôbrego, nu, latejado de pedregulhos – agora res-
plandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, plantas decorati-
vas, vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que Carlos trouxera de Espanha, trabalhados 
em talha, solenes como coros de catedral. Em cima, na antecâmara, revestida como uma tenda de 
estofos do Oriente, todo o rumor de passos morria: e ornavam-na divãs cobertos de tapetes persas, 
largos pratos mouriscos com reflexos metálicos de cobre, uma harmonia de tons severos, onde 
destacava, na brancura imaculada do mármore, uma figura de rapariga friorenta, arrepiando-se, 
rindo, ao meter o pezinho na água.” (Os Maias, Eça de Queirós)
Descrição técnica
A descrição técnica tem como objetivo transmitir a imagem do objeto por meio de uma linguagem 
58
técnica, utilizando assim um vocabulário preciso, normalmente ligado a uma área da ciência. Ela 
pode ser encontrada na descrição de peças e aparelhos, em experiências e fenômenos, no funcio-
namento de mecanismos, na redação de manuais de instruções bem como em artigos científicos. 
Veja o exemplo:
“(…) Sabe-se que, ao mudar o meio em que a luz se propaga, alteram-se também o comprimento 
de onda e a propagação. Tendo como referência as características apresentadas pela luz no vácuo, 
o parâmetro chamado “índice de refração” mede essas alterações e permite ainda caracterizar a 
absorção de luz pelo material. No entanto, com a descoberta do laser, tornou-se possível constatar 
que esse índice não é propriedade invariável dos materiais, pois depende também da intensidade 
da luz incidente.
Recentemente se tornaram conhecidos novos materiais que apresentam uma variação apreciável 
do índice de refração mesmo para campos luminosos pouco intensos. Essas descobertas apresen-
tam grande variedade de aplicações, seja na amplificação de imagens ópticas, no reconhecimento 
de formas (usados na robótica), etc (…)”. “Hologramas Dinâmicos e Espelhos Conjugados” – 
Revista “Ciência Hoje”, no. 22, pg. 16.
Na descrição técnica deve prevalecer a clareza e a precisão para que uma comunicação eficaz seja 
alcançada. É preciso ser objetivo e convincente, evitando assim interpretações variadas. Por isso, 
nesses textos, a linguagem deve ser denotativa.
4.6 PRODUÇÃO DE TEXTOS DESCRITIVOS
O texto descritivo é marcado pela proposta de ser um retrato de pessoas, objetos ou cenas. Assim, 
esse tipo de texto é uma espécie de fotografia do objeto descrito.
Além das características físicas, o leitor é incitado a compreender por meio do uso de todos os 
sentidos: tato, visão, audição, paladar e olfato.
Conforme o que será descrito, o leitor é levado a compreender também as características psicoló-
gicas e interiores do objeto.
Dica:
É imprescindível que o leitor tenha o máximo de informações possíveis sobre o objeto descrito e 
não somente a enumeração de características. Ou seja, quem vai descrever deve esgotar o objeto, 
mas manter a coerência.
59
EXERCÍCIOS
1. Sobre um texto do tipo descritivo, é correto afirmar:
a) Sua principal característica é narrar um fato fictício ou não, com tempo e espaço bem definidos 
e personagens que executam as ações que movimentam o enredo.
b) Sua principal característica é explicar um assunto e discorrer sobre ele. Tem como intenção 
expor um argumento e defendê-lo.
c) Sua principal característica é completar os elementos da narrativa com a caracterização de per-
sonagem e de ambiente para transmitir ao leitor dados significativos sobre as personagens.
d) Sua principal característica é indicar como realizar uma ação, com linguagem simples e objeti-
va e predomínio do modo imperativo.
e) Sua principal característica é fazer uma defesa de ideias ou de um ponto de vista do autor do 
texto. A linguagem é predominantemente persuasiva e denotativa.
ANOTAÇÕES:
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5 PALAVRAS
5.1 CLASSE DE PALAVRAS – EMPREGO
As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, 
artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio. Essas categorias são divididas em 
palavras variáveis (aquelas que variam em gênero, número ou grau) e palavras invariáveis (as que 
não variam).
Palavras Variáveis e Flexões
• Substantivo
É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, 
dentre outros.
Exemplos: Ana, Brasil, beleza.
Flexões: Gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e dimi-
nutivo).
• Verbo
É a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza.
Exemplos: existir, sou, chovendo.
Flexões: Pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo (presente, passa-
do e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).
• Adjetivo
É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos.
Exemplos: feliz, superinteressante, amável.
Flexões: Gênero (uniforme e biforme), número (simples e composto) e grau (comparativo e su-
perlativo).
• Pronome
É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discur-
so.
Exemplos: eu, contigo, aquele.
Flexões: Gênero, número e pessoa.
• Artigo
É a palavra que antecede o substantivo.
61
Exemplos: o, as, uns, uma.
Flexões: Gênero e número.
• Numeral
É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.
Exemplos: um, primeiro, dezena.
Flexões: Gênero, número e grau.
Palavras Invariáveis
• Preposição
 É a palavra que liga dois elementos da oração.
Exemplos: a, após, para.
• Conjunção
É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical.
Exemplos: mas, portanto, conforme.
• Interjeição 
É a palavra que exprime emoções e sentimentos.
Exemplos: Olá!, Viva! Psiu!
• Advérbio
É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de 
tempo, modo, intensidade, entre outros.
Exemplos: melhor, demais, ali.
Embora seja considerado invariável porque não sofre flexão de gênero e número, os advérbios 
apresentam flexões de grau: comparativo e superlativo.
5.2 COESÃO TEXTUAL: USO DE PRONOMES
A coesão textual está relacionada ao encadeamento das ideias dentro de texto e às referências que 
fazemos. É ideal que se siga um fluxo, facilitando a leitura. Quando há a sensação de fluidez, o 
texto não fica cansativo; afirmamos que ele é coeso.
Temos então os mecanismos de coesão referencial, aqueles que fazem remissão a outro elemento 
da malha textual. Tal remissão pode ser anafórica (referente a um elemento que já foi citado) ou 
catafórica (ligada a um elemento que ainda será mencionado). 
62
 Pronominalização, sejam os pronomes em questão retos, oblíquos, demonstrativos, possessivos, 
relativos, indefinidos, de tratamento.
 Processos de sinonímia, aí incluídos os hiperônimos, hipônimos e casos de sinonímia contextual.
 Elipse, ou seja, a própria supressão da referência direta, por esta já estar óbvia no contexto.
 Nominalização, ou seja, a utilização de um substantivo que retoma, semanticamente, um verbo 
utilizado no texto.
 Uso de epítetos, menções culturais de mundo, quando se traz ao texto uma informação ou atribui-
ção que, normalmente, funciona como referência de conhecimento universal.
 Repetição parcial ou integral do nome.
5.3 O ARCADISMO NO BRASIL
No Brasil, o Arcadismo teve como marco inicial a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio 
Manuel da Costa em 1768 e, ademais, a fundação da “Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica.
Vale lembrar que o nome dessa escola literária provém das Arcádias, ou seja, das sociedades lite-
rárias da época. Os principais escritores brasileiros desse período são: Cláudio Manuel da Costa, 
Santa Rita Durão, Basílio da Gama e Tomás Antônio Gonzaga.
Características do Arcadismo
• Exaltação da natureza
• Valorização do cotidiano e da vida simples, pastoril e no campo (bucolismo)
• Crítica a vida nos centros urbanos
• Modelo clássico
• Linguagem simples
• Utilização de pseudônimos
• Objetividade
• Temas simples: amor, vida, casamento, paisagem
• Fugere Urbem (fugir da cidade)
• Inutilia Truncat (cortar o inútil)
• Aurea Mediocritas (mediocridade áurea/vida comum)
63
• Locus Amoenus (refúgio ameno/agradável)
Autores Brasileiros do Arcadismo
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Poeta, advogado e jurista brasileiro, é considerado o precursor do Arcadismo no Brasil e destacou 
-se por sua obra literária, mais precisamente, a poesia.
O poeta mineiro em seus textos, aborda elementos locais, descrevendo paisagens, temática pasto-
ril e expressando um forte sentimento nacionalista.
Acusado de participar da Inconfidência Mineira junto com Tiradentes, foi preso em 1789 e suici-
dou-se na cadeia. Suas obras que merecem destaque: Obras Poéticas (1768) e Villa Rica (1773).
José de Santa Rita Durão (1722-1784)
Autor do poema épico Caramuru (1781), Freire Santa Rita Durão foi poeta e orador, considerado 
um dos precursores do indianismo no Brasil.
Influenciado por Camões, o poema Caramuru, com subtítulo “Poema épico do Descobrimento da 
Bahia”, é baseado no modelo da epopeia tradicional: proposição, invocação, dedicatória, narração 
e epílogo. É composto de dez cantos e versos decassílabos em oitava rima.
64
O texto conta a história de um português, o Caramuru, que após ter naufragado em terras brasilei-
ras, começa a viver com os índios Tupinambás.
Suas principais obras: Pro anmia studiorum instauratione oratio (1778) e Caramuru (1781).
José Basílio da Gama (1741-1795)
Poeta mineiro e autor do poema épico O Uraguai (1769), Basílio da Gama, nesse texto, aborda 
as disputas entre os europeus, os jesuítas e os índios sendo considerado um marco na literatura 
brasileira.
Diferente do poema épico clássico, O Uraguai é composto de cinco cantos, com ausência de rima 
(rima branca) e estrofação.
Participou da Arcádia Romana na Itália e foi preso em Portugal em 1768, acusado de manter rela-
ções de amizades com os jesuítas.
Suas Principais obras são: O Uraguai (1769), Epitalâmio às Núpcias da Senhora Dona Maria 
Amália (1769), A Declamação Trágica (1772) e Quitúbia (1791).
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
Jurista, Político e Poeta luso-brasileiro, é um dos grandes poetas árcades de pseudônimo Dirceu.
A obra que merece destaque é Marília de Dirce (1792) carregada de lirismo e baseada no seu ro-
mance com a brasileira Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
Com fortes impulsos afetivos, Dirceu declara-se para sua pastora idealizada: Marília. 
Curiosidades
• Os autores árcades portugueses que merecem destaque são: Manuel Maria Barbosa du Bocage, 
António Dinis da Cruz e Silva, Correia Garção, Marquesa de Alorna e Francisco José Freire.
• Outros escritores brasileiros que merecem destaque são: Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-
1793) e Silva Alvarenga (1749-1814)
• Apesar de ser um poeta nascido em Portugal, a cidade de Marília, no Paraná recebe esse nome 
em homenagem ao escritor Tomás Antônio Gonzaga.
5.4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS INFORMATIVOS
Texto informativo é uma produção textual com informação sobre um determinado assunto, que 
tem como objetivo esclarecer uma pessoa ou conjunto de pessoas sobre essa matéria.
65
Normalmente em prosa, o texto informativo elucida e esclarece o leitor sobre o tema em ques-
tão. Podem existir textos informativos sobre animais, com características e informações sobre os 
animais ou sobre doenças como a dengue. Um texto informativosobre a dengue, por exemplo, 
provavelmente disponibilizará informação sobre os sintomas, tratamento e formas de prevenção. 
Neste último caso, estamos perante um texto informativo científico, com informações autentica-
das de acordo com a ciência. Os textos informativos podem ser jornalísticos ou técnicos, sendo 
que os textos informativos técnicos são manuais de instrução ou bulas de remédios, por exemplo.
No âmbito estrutural, muitos textos informativos são compostos por uma breve introdução, de-
senvolvimento e conclusão. A linguagem utilizada em um texto informativo deve ser clara, direta 
e objetiva, e devem ser mencionados conceitos concretos e reais, juntamente com a referência de 
fontes e exemplos. Normalmente, os textos informativos não têm figuras de linguagem que po-
dem remeter a difícil interpretação, como metáforas e paradoxos.
O jornalismo é responsável pela criação de vários textos informativos, em notícias, revistas, jor-
nais, entrevistas, etc. Também são considerados informativos os textos que fazem parte de artigos 
científicos. Concluindo, este texto é um texto informativo sobre o que é um texto informativo.
5.5 PRODUÇÃO DE NOTICIAS
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes e tem como intenção nos in-
formar acerca de determinada ocorrência. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de 
comunicação em geral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais ou revistas.
Este texto caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa, pautan-
do-se no relato de fatos que interessam ao público em geral.
A estrutura da notícia
A estrutura da notícia é denominada pirâmide invertida, pois caracteriza-se por apresentar, logo no 
primeiro parágrafo, a principal e mais relevante informação. Este primeiro parágrafo é chamado 
de lead, e nele são expostos os traços peculiares condizentes ao fato, buscando expor as informa-
ções básicas relacionadas às seguintes questões: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê?
66
Os elementos constituintes do texto notícia são os seguintes:
• Manchete ou título principal – Geralmente é grafado de forma bastante evidente, com o objetivo 
de chamar a atenção do leitor.
• Título auxiliar – Serve como um complemento do principal, com o acréscimo de algumas infor-
mações, a fim de torná-lo ainda mais chamativo ao leitor.
• Lide (lead) – Corresponde ao primeiro parágrafo e nele são expostas as informações que mais 
despertar a atenção do leitor para continuar com a leitura do texto. Busca responder às questões: 
Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê?. Esta estratégia é bastante utilizada em jornais 
devido ao seu caráter informativo e por poder levar informações rápidas e claras ao leitor.
• Corpo da notícia – Trata-se da informação propriamente dita, com a exposição mais detalhada 
dos acontecimentos mencionados. Após trazer as informações mais importantes no primeiro pará-
grafo, os parágrafos seguintes apresentam os outros acontecimentos sempre em ordem decrescen-
te de relevância. As informações realmente necessárias para o entendimento dos fatos – tais como 
as personagens, o espaço e o tempo – são priorizadas.
Outras informações com detalhes mais importantes vêm logo em seguida, como a causa do acon-
tecimento, o desenrolar dos fatos e as consequências do mesmo. Tais informações já são mencio-
nadas no lead, no entanto, elas são apresentadas novamente com mais detalhes. Em uma notícia, 
os eventos são apresentados pelo interesse, na perspectiva de quem conta e pelo o que o leitor 
pode considerar mais importante.
Veracidade dos fatos e impessoalidade
A notícia é um relato de uma série de fatos verídicos e não deve, de maneira alguma, apresentar 
informações incertas ou mentirosas. O texto deve ser o mais impessoal possível, contando com 
informações concretas que podem ser comprovadas através de entrevistas com as testemunhas, 
fotos ou filmagens. Tais detalhes asseguram ao leitor a veracidade dos fatos.
A linguagem jornalística deve prezar pela imparcialidade, neutralidade sobre aquilo que relata. 
Para alcançar o objetivo, há o privilégio do uso de terceira pessoa e dos verbos no modo indi-
cativo, ausência de enunciados de opinião e não uso de adjetivos que possam dar impressão de 
subjetividade.
A linguagem do jornal é, de preferência, coloquial, isto é, mais próxima à maneira como falamos. 
Isto ocorre intencionalmente, pois o objetivo é se aproximar e se adequar ao leitor, buscando uma 
comunicação mais eficiente.
67
EXERCÍCIOS
1. Assinale a frase cujas palavras sublinhadas sejam substantivo e pronome, respectivamente:
a) A lata de doce é dele;
b) A Inglaterra é um país muito bonito;
c) Fale sobre tudo o que lhe perguntar;
d) As pessoas estão inconformadas;
e) Os refugiados não queriam sair do alojamento.
2. As expressões sublinhadas correspondem a um adjetivo, exceto em:
a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo;
b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho;
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira;
d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim;
e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
ANOTAÇÕES:
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68
6 VERBOS
6.1 VERBOS IRREGULARES: EMPREGO
Os verbos regulares e irregulares são as duas flexões de verbos pautadas nas formas de conjugação 
as quais pertencem. Assim, importante destacar que os verbos são divididos em 3 tipos de conju-
gação de acordo com o término das palavras.
Os verbos das primeiras conjugações são terminados em – ar, os da segunda são terminados em 
– er e os da terceira em – ir.
Feita essa consideração, os verbos regulares são aqueles que seguem o modelo de conjugação, 
caracterizados por conjugações invariáveis.
Eles não alteram seu radical e suas desinências, uma vez que, nesses casos, seguem um paradig-
ma. Já os verbos irregulares não seguem esse modelo, alterando, dessa forma, seus radicais e suas 
desinências.
Desinências Verbais
As desinências verbais são morfemas que indicam nas conjugações verbais, o modo (Indicativo 
ou Subjuntivo), o tempo (presente, passado, futuro), o número (singular ou plural) e a pessoa (o 
sujeito da ação marcado pelos pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, nós, vós, eles).
Em outras palavras, as desinências são terminações dos verbos por meio de suas flexões. Dessa 
forma, as desinências são classificadas em:
1. Desinência modo temporal: Esse tipo de morfema indica o modo e o tempo em que a ação ocor-
re, por exemplo: “canta-vas” (desinência que indica o pretérito imperfeito do modo indicativo)
2. Desinência número pessoal: Essas desinências indicam o número e a pessoa do verbo, por 
exemplo: “cant-o” (desinência que indica o verbo na primeira pessoado singular “eu”)
6.2 MODO IMPERATIVO: FORMAÇÃO E EMPREGO
O modo imperativo é empregado de duas formas, no afirmativo e no negativo. Para exemplificar, 
vamos usar o verbo “cantar”:
Imperativo Afirmativo: Canta tu/cante ele/cantemos nós/cantai vós/cantem eles
Imperativo Negativo: não cantes tu/não cantes ele/não cantemos nós/não canteis vós/não cantem 
eles
Para entendermos melhor seu emprego, vamos relembrar rapidamente como o modo imperativo é 
69
formado na língua portuguesa. O imperativo afirmativo tem formas próprias apenas nas segundas 
pessoas, ou seja, para “tu” e para “vós”. Para as demais pessoas, “ele”, “nós” e “eles”, a forma será 
idêntica às do presente do modo subjuntivo.
Já para o imperativo negativo, esse modo não possui nenhuma forma própria, em nenhuma das 
pessoas, e todas as suas formas são idênticas à do presente do subjuntivo.
É neste ponto que surgem algumas dúvidas e confusões, mas a regra é simples: basta lembrar que 
o imperativo expressa uma ordem, um comando. Já o subjuntivo, que irá compor o imperativo 
negativo e algumas pessoas do imperativo afirmativo, expressa uma vontade, um desejo.
EMPREGO DO MODO IMPERATIVO
Tanto o Imperativo Afirmativo quanto o Negativo são usados em orações absolutas, orações coor-
denadas ou em orações principais. Sua utilização exprime:
– Ordem ou Comando. Exemplo: Tire já essas roupas sujas de cima da cama!
– Conselho ou Exortação. Exemplo: Não falte, é seu primeiro dia de trabalho.
– Solicitação ou Convite. Exemplo: Cantem todos, cantem!
– Súplica. Exemplo: Não me abandone, por favor!
– Sugerir uma hipótese: neste caso, o imperativo pode ser usado, e substituirá as asserções condi-
cionais, que são expressas do seguinte modo (se + futuro do subjuntivo). Exemplo: Adquira essa 
mercadoria e não se arrependerá. Neste exemplo, a frase substituirá essa: Se você adquirir essa 
mercadoria, não se arrependerá.
Importante: lembre-se sempre que a intenção nas frases imperativas estará sempre ligada ao tom 
e ao contexto que a frase quer exprimir. Dependendo de como é dada a entonação, o que era pra 
exprimir comando pode se transformar em súplica e vice-versa. Aconselha-se então uma análise 
não só da sintaxe e da morfologia, mas também do contexto e da entonação que a frase tem no 
texto como um todo. Portanto, leia a frase em voz alta algumas vezes e leve em consideração o 
contexto em que está inserida.
EMPREGO DO MODO IMPERATIVO: OUTRAS MANEIRAS
O modo imperativo pode ser utilizado também de algumas outras maneiras, por exemplo:
– Para emitirmos uma ordem, ou comando, pode-se utilizar frases nominais ou ainda interjeições. 
Exemplos: Fujam! / Mãos ao alto! / Quietos!
– Podemos utilizar alguns tempos do modo indicativo para atenuar uma frase, dando uma ordem 
70
ou efetuando um pedido de maneira mais polida, sem que a ordem ou pedido pareça grosseira ou 
ainda agressiva. Por exemplo, na frase “Pague-me o que deve amanhã”, que pode soar intransi-
gente e ríspido, podemos atenuar a forma, utilizando o indicativo: “Amanhã você me paga o que 
deve”.
– Outra utilização interessante do Imperativo é a de generalizar um pedido ou ordem, sem perso-
nalizá-lo. Neste caso, estamos construindo o Imperativo Impessoal. Esse caso é bastante utilizado 
em frases de comando ou de proibições que valham para mais de uma pessoa, que se refiram a um 
ambiente ou para expressar regras às quais todos estão sujeitos. Exemplo: Não fume! / Não sentar 
nos lugares marcados. /Sublinhar os pronomes do texto.
Como vimos, o emprego do modo imperativo é bastante simples e segue regras fáceis de serem 
assimiladas por todos. Seu entendimento é muito importante, pois fazem parte do nosso cotidia-
no e são utilizados com bastante frequência, não só nos textos, mas principalmente na fala. Sua 
utilização coloquial é bastante comum, e deve ser aplicada corretamente. Muitos anúncios publi-
citários se utilizam do emprego do modo imperativo para oferecer seus produtos, e algumas vezes 
de maneira incorreta. Portanto, aproveite que sua utilização é feita com frequência, para perceber 
e fixar as regras de sua utilização correta.
Relembre também que é fundamental levar em conta a entonação e o contexto em que o modo 
indicativo é empregado. Muitas frases podem ter o sentido alterado a partir dessa conotação. 
6.3 VOZES VERBAIS
As vozes verbais são a forma como os verbos se apresentam na oração a fim de determinar se o 
sujeito prático ou recebe a ação. As vozes verbais, ou vozes do verbo, podem ser de três tipos: 
ativa, passiva ou reflexiva.
Voz ativa
Na voz ativa o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação.
Exemplos:
• Bia tomou o café da manhã logo cedo.
• Aspiramos a casa toda.
• Já fiz o trabalho.
Voz passiva
Na voz passiva o sujeito é paciente e, assim, não prática, mas recebe a ação. A voz passiva pode 
ser analítica ou sintética.
71
Formação da voz passiva analítica
A voz passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjuga-
do no particípio + agente da passiva.
Exemplos:
• O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.
• A casa toda foi aspirada por nós.
• O trabalho foi feito por mim.
Formação da voz passiva sintética
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome 
se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador “se” + sujeito 
paciente.
Exemplos:
• Tomou-se o café da manhã logo cedo.
• Aspirou-se a casa toda.
• Já se fez o trabalho.
Voz reflexiva
Na voz reflexiva o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, uma vez que o sujeito prático e 
recebe a ação.
Formação da voz reflexiva
A voz reflexiva é formada por:
Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos), que serve de objeto direto ou, por 
vezes, de objeto indireto, e representa a mesma pessoa que o sujeito.
Exemplos:
• Atropelou-se em suas próprias palavras.
• Partiu-se todo naquele jogo de futebol.
• Olhei-me ao espelho.
72
Voz reflexiva recíproca
A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quando o verbo reflexivo indica reci-
procidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos praticam a ação, ao mesmo tempo que também 
são pacientes.
Exemplos:
• Eu, meus irmãos e meus primos damo-nos bastante bem.
• Os dias e as noites passam-se sem que haja qualquer novidade.
• Sofia e Lucas amam-se.
Vozes verbais e sua conversão
Geralmente, por uma questão de estilo, podemos transpor orações que têm a voz verbal ativa para 
orações que têm a voz verbal passiva.
Ao fazer a transposição, o sujeito da voz ativa torna-se o agente da passiva e o objeto direto da voz 
ativa torna-se o sujeito da voz passiva.
Exemplo na voz ativa: Aspiramos a casa toda.
Sujeito da ativa: Nós (oculto)
Verbo: Aspiramos (transitivo direto)
Objeto direto: a casa toda.
Exemplo na voz passiva: A casa toda foi aspirada por nós.
Sujeito: A casa toda
Verbo auxiliar: foi
Verbo principal: aspirada
Agente da passiva: por nós.
Observe que o verbo auxiliar foi está no mesmo tempo verbal que o verbo aspiramos estava na 
oração cuja voz é ativa. O verbo aspiramos na oração cuja voz é passiva está no particípio.
Assim, a oração transposta para a voz passiva é formada da seguinte forma:
Sujeito + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) conjugado no mesmo tempo verbal que o 
verbo principal da oração na voz ativa + verbo principal da ação conjugado no particípio + agente 
da passiva.
É importante lembrar que somente os verbos transitivos admitem transposição de voz. Isso porque 
uma vez que os verbos intransitivos não necessitam de complemento, não têm objeto que seja 
73
transposto em sujeito.
6.4 O ROMANTISMO NO BRASIL
O Romantismo foi para além da literatura, foi um movimento artístico e filosófico que surgiu no 
final do século XVIII na Europa, indo até o final do século XIX. A maior característica do Roman-
tismo era a visão de mundo que se contrapunha ao racionalismo do período anterior (neoclassi-
cismo). O movimentoromântico cultiva uma visão de mundo centrada no indivíduo, e, portanto, 
os autores voltavam-se para si mesmo, retratando dramas pessoais como tragédias de amor, ideias 
utópicas, desejos de escapismo e amores platônicos ou impossíveis. O século XIX seria, portanto, 
marcado pela arte voltada para o lirismo, a subjetividade, a emoção e a valorização do “eu”.
No Brasil, o período histórico era marcado por um sentimento nacionalista, em especial pelo fato 
marcante que foi a Independência, em 1822. Encontramos, pois, elementos que caracterizam o 
período, presentes nas obras dos autores românticos. É o exemplo da exaltação da Pátria feita por 
Gonçalves Dias, e do clima nostálgico presente nas poesias de Alvares de Azevedo e Fagundes 
Varela, sem falar no engajamento nas causas sociais, presente fortemente na obra de Castro Alves, 
o qual abordou temas polêmicos como a escravidão.
A produção Romântica foi rica e vasta, tanto em outros países, quanto aqui, tanto em prosa, quan-
to em versos.
Na poesia, a obra que marca o início das produções românticas é “Suspiros Poéticos e Saudades”, 
de Gonçalves de Magalhães. A poesia romântica é dividida em 3 gerações:
74
Primeira Geração: Nacionalismo - influenciada pela Independência do Brasil, a poesia buscava a 
identificação do país com suas raízes históricas, linguísticas e culturais. O desejo era o de construir 
uma arte brasileira, livre da influência de Portugal, e o sentimento era de nacionalidade, resgatan-
do elementos da história do país. Foi fortemente marcada pelo indianismo e trazia à toda elemen-
tos da natureza (flora e fauna) brasileiros. O índio era exaltado como herói, pois representava o 
povo brasileiro, e o Brasil em sua essência.
Segunda Geração: Mal do Século - Neste período, que se iniciou por volta de 1850, a poesia vinha 
de encontro às ideias e temáticas da geração anterior: o eu-lírico volta-se mais para si e afasta-se 
da realidade social à sua volta. Traz em si o pessimismo e o apego aos vícios. Os sentimentos são 
exagerados e aparecem de forma idealizada na poesia. Além disso, elementos como a noite, a 
melancolia, o sofrimento, a morbidez e o medo do amor são recorrentes em seus textos poéticos. 
O eu-lírico vivem em meio solidão, aos devaneios e às idealizações.
Terceira Geração: Condoreirismo - a última geração da poesia romântica se inspira em Victor 
Hugo, e traz um foco político e social. Na época, ideias abolicionistas e republicanas vinham à 
tona, e junto com elas o desejo de se libertar do Império. É a fase que prenuncia o Realismo, que 
viria em seguida, tanto é que tem como foco a realidade social, a crítica à sociedade, a poesia 
liberal, enfim, era o final do movimento romântico no Brasil. O condoreirismo se refere à figura 
do condor, uma ave que tinha voo alto, assim como os poetas românticos faziam em busca de 
defender seus ideais libertários.
Enquanto isso, na prosa romântica, iniciava-se, de fato, a produção de prosa literária no Brasil. 
Neste campo, o romantismo se dividiu por tendências, sendo elas:
• Romance Urbano - ligava-se à vida social, principalmente no Rio de Janeiro, descrevendo os 
tipos humanos encontrados naquela sociedade.
• Romance Regionalista (sertanejo) - demonstrava atração pelo pitoresco e tinha como principal 
característica a retratação da vida no interior do Brasil, seus hábitos, seu modo de falar, etc.
• Romance Histórico - tratou-se de uma revalorização do passado, trazendo ao romance persona-
gens da nossa história, retratando-os de modo nacionalista.
• Romance Indianista - por fim, porém não menos importante, há o romance indianista, que teve 
como maior representante o romancista José de Alencar, e como característica a idealização do 
ínidio, como herói brasileiro, nobre e valente.
75
Já em relação aos aspectos formais, a literatura romântica é desvinculada dos padrões do Classi-
cismo, caracterizando-se pelo verso livre, sem métrica e pelo verso branco, sem rima.
Características como o subjetivismo e o sentimentalismo não podem ser separadas da estética 
romântica, pois estiveram presentes em toda ela, tanto na prosa, quanto na poesia.
Além destas, há outras características tipicamente românticas, como o nacionalismo, o ufanismo, 
a religiosidade, a evasão, a idealização da realidade e do ser amado, o escapismo e o culto à na-
tureza.
6.5 PRODUÇÃO DE CRÔNICAS
A Crônica é um tipo de texto narrativo curto, geralmente produzido para meios de comunicação, 
por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui uma “vida curta”, ou seja, 
as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano.
Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com 
o passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto.
No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual bem difundido desde a publicação dos “Folhetins” 
em meados do século XIX.
Alguns escritores brasileiros que se destacaram como cronistas foram: Machado de Assis, Carlos 
Drummond de Andrade, Rubem Braga, Luís Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, Carlos Hei-
tor Cony e Caio Fernando Abreu. 
A crônica foi inicialmente desenvolvida com caráter histórico (as crônicas históricas). Elas relata-
vam desde o século XV fatos históricos (reais ou fictícios) ou acontecimentos cotidianos (suces-
são cronológica), algumas com toque de humor.
Mais tarde, esse tipo de texto despretensioso foi se aproximando do público e conquistando os 
leitores mundo afora. Hoje, esse fato é confirmado pela enorme difusão das crônicas, sobretudo 
nos meios de comunicação.
Principais Caraterísticas
• Narrativa curta
• Linguagem simples e coloquial
• Poucos personagens, se houver
• Espaço reduzido
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• Acontecimentos cotidianos
Tipos de Crônica
Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo, (com enredo, foco narrativo, persona-
gens, tempo e espaço) há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais.
Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica dissertativa. Além delas, temos:
• Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de “crô-
nicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade 
para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.
• Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, 
tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
• Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o pú-
blico, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar 
alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc. Importante destacar que mui-
tas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e 
humorística.
EXERCÍCIOS
1.Todos os verbos apresentam uma irregularidade no futuro do subjuntivo em:
a) pôr – ver – rir;
b) dar – saber – ouvir;
c) dizer – equivaler – medir;
d) fazer – dispor – vir;
e) incendiar – caber – intervir.
2. Das alternativas abaixo, a que apresenta o particípio irregular dos verbos expressar, tingir e 
enxugar é:
a) expressado, tinto e enxugado;
b) expresso, tingido e enxugado;
c) expressado, tingido e enxuto;
d) expresso, tinto e enxugado;
e) expresso, tinto e enxuto.
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ANOTAÇÕES:
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7 VERBAL
7.1 CONCORDÂNCIA VERBAL
Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou plural) e em pes-
soa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
Exemplos de concordância verbal
• Eu sou feliz.
• Nós somos felizes.
• Mariana já tomou banho.
• Mariana e Alice já tomaram banho.
Embora pareça uma regra simples, existem diversos casos específicos que confundem o falante, 
podendo levar ao erro.
Embora haja a regra básica de concordância verbal com o sujeito gramatical, existem diversos 
casos específicos.
Concordância verbal com sujeito simples
O sujeito é considerado simples quando apresenta apenas um núcleo. É com esse núcleo que o 
verbo deverá concordar em número e pessoa.
• A criança gosta de jogar videogame.
• As crianças gostam de jogar videogame.
• Eu vi o incêndio.
• Nós vimos o incêndio.
Concordância verbal com sujeito composto
O sujeito é considerado composto quando apresenta dois ou mais núcleos. O verbo deverá concor-
dar em número e pessoa com todos os núcleos, aparecendo sempre no plural.
• O Paulo e a Helena estão namorando.
• Ele e ela estão namorando.
Concordância verbal com verbos impessoais
Quando os verbos não apresentam sujeito, sendo chamados de impessoais, a concordância verbal 
deverá ser feita sempre com a 3.ª pessoa do singular.
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• Havia mesas e cadeiras suficientes para todos (verbos haver)
• Faz cinco anos que eu o conheci. (verbo fazer)
• Chovia todos os dias. (verbos de fenômenos atmosféricos)
Concordância verbal com a partícula se
Quando a palavra se é uma partícula apassivadora, a concordância verbal é estabelecida com o 
sujeito paciente, variando em número.
• Vende-se apartamento.
• Vendem-se apartamentos. 
Quando a palavra se é uma partícula indeterminadora do sujeito, a concordância verbal é estabe-
lecida sempre com a 3.ª pessoa do singular.
• Precisa-se de empregado. 
• Precisa-se de empregados. 
Concordância verbal com o verbo ser
O verbo ser estabelece concordância com o sujeito gramatical, conforme a regra base de concor-
dância verbal. Contudo, sendo um verbo de ligação, em alguns casos estabelece concordância 
com o predicativo do sujeito.
• Quem são os pais desta criança?
• São nove da manhã.
• Até parece que tudo são rosas.
Concordância verbal com o verbo parecer
Nas construções em que o verbo parecer aparece conjugado com um verbo no infinitivo pode 
ocorre apenas a flexão do verbo parecer ou apenas a flexão do verbo no infinitivo. O erro ocorre 
quando é feita a flexão dos dois verbos em simultâneo.
• Os cachorros pareciam entender a dona. (flexão do verbo parecer)
• Os cachorros pareciam entenderem a dona. (flexão do verbo no infinitivo)
Concordância verbal com os verbos dar, bater e soar
Com os verbos dar, bater e soar, a concordância verbal é feita com o sujeito da oração se for dada 
ênfase ao substantivo. Sendo dada ênfase ao verbo, a concordância verbal é feita com o numeral.
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• O relógio da torre deu onze horas. (concordância com o sujeito)
• Deram onze horas no relógio da torre. (concordância com o numeral)
Concordância verbal com verbos no infinitivo
Os verbos no infinitivo podem ser utilizados de forma flexionada (infinitivo pessoal) ou de forma 
não flexionada (infinitivo impessoal). 
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo pessoal sempre que houver um sujeito 
definido ou quando se quiser definir o sujeito. Também quando o sujeito da segunda oração for 
diferente do da primeira e para indicar uma ação recíproca.
• Este lanche é para nós comermos.
• Acho importante finalizares o projeto.
• A mãe não viu os filhos entrarem em casa.
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo impessoal quando não houver um sujeito 
definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração em locuções verbais 
e com alguns verbos que não formam locução verbal (ver, sentir, mandar…), quando o verbo tiver 
regência de uma preposição e quando o verbo apresentar um sentido imperativo.
• Apenas os especialistas conseguiram ler as escrituras.
• Fui obrigada a saber essas datas de cor.
• Ser feliz é o mais importante!
Concordância verbal com haja vista
Com a expressão haja vista são aceitos dois tipos de concordância verbal. Ou a expressão se man-
tém inalterada, sempre no singular, ou ocorre flexão do verbo haver em número, ficando haja ou 
hajam vista. Ambas as formas devem ser consideradas corretas.
• É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista a injustiça social que ainda ocorre.
• É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista as injustiças sociais que ainda ocorrem.
• É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista as injustiças sociais que ainda ocorrem.
Concordância verbal e concordância nominal
Numa frase, além de concordância verbal, ocorre também concordância nominal, ou seja, concor-
dância em gênero e número entre o substantivo e os diversos termos da oração que se relacionam 
com ele.
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7.2 O REALISMO, O NATURALISMO E O PARNASIANISMO NO BRASIL
Esse período foi uma época plena de desenvolvimento científico na Europa: as máquinas trazem 
grande desenvolvimento no transporte e comunicação; uso da eletricidade; do ferro (estradas de 
ferro, entre outras atividades) entre outros avanços. A Europa vive o desenvolvimento industrial. 
Em paralelo, a miséria cresce nas classes operárias na medida do crescimento do desenvolvimento 
industrial. Com isso, intensificam-se as revoltas sociais, principalmente na Inglaterra, França e 
Itália.
Surgem tentativas de mudança no campo da política e na ciência. No campo das atividades literá-
rias há um movimento contra o subjetivismo. É o momento do racionalismo, da crítica; no lugar 
dos heróis, o poeta quer as pessoas comuns com seus defeitos, suas fraquezas. Esse foi o clima que 
compôs três movimentos que se entrelaçaram: realismo, naturalismo e parnasianismo.
O Realismo quer expressar-se de forma, praticamente, documental, de forma lenta, no tempo 
psicológico do personagem; quer entrar nas minúcias dos diálogos e na intimidade das pessoas. O 
Naturalismo introduz o caráter científico ao Realismo - o homem é produto do meio, resultado do 
ambiente social e da hereditariedade psicofisiológica. O Parnasianismo reforça os valores clássi-
cos – daí o equilíbrio entre razão, objetividade, purismo linguístico e perfeição formal.
Essas novas tendências apoiavam, portanto, o positivismo, que defende a ciência como o único 
ponto válido; o darwinismo, que demonstrou que a natureza seleciona os mais fortes e o determi-
nismo, que crê que é o meio, raça e momento histórico que determina o comportamento humano.
O Parnasianismo
Movimento Realismo/Naturalismo, nascido na França com a publicação do Le Parnasse Contem-
porain. Segundo a lenda, Parnassus era um monte na Grécia, onde se reuniam os poetas.
O movimento tem como lema: A arte pela arte. Isso significatem que ter como centro a própria 
arte e não os sentimentos do poeta – chega de sentimentalismos, é hora da ciência. Portanto, re-
torno ao Classicismo, porém de forma mais formal. Dessa forma, as manifestações literárias têm 
como eixo o retorno ao Classicismo e a rigidez formal.
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São características desse movimento
• A arte pela arte;
• Gosto pelas descrições (modelo classicismo);
• Rigidez formal: linguagem culta e direta;
• Objetividade;
• Linguagem poética, de preferência, soneto;
• Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico;
• Intimidade do eu-lírico com o personagem;
• Universalismo;
• O herói é um homem comum, com seus problemas e fraquezas;
• Linguagem rica de adjetivos, descrições, imitação do real;
• Exotismo, termos extravagantes;
• A mulher é vista com naturalidades, com seus defeitos e/ou qualidades;
• O amor está subordinado a interesses sociais.
Parnasianismo no Brasil
A primeira manifestação brasileira ocorreu em 1878, com a polêmica causada pela Batalha do 
Parnaso, publicação em jornais cariocas de versos que atacavam a arte de escrever do Roman-
tismo. Em 1882, o livro de poesias Fanfarras, de Teófilo Dias marca o início do parnasianismo 
brasileiro.
Autores brasileiros
• Naturalistas: Aluízio de Azevedo (naturalista- marco do naturalismo no Brasil)
• Realistas: Machado de Assis (autor realista); Raul Pompeia; Adolfo Caminha
• Parnasianistas: Alberto de Oliveira; Raimundo Correia; Olavo Bilac.
7.3 ELEMENTOS DA TEXTUALIDADE: COESÃO E COERÊNCIA
Estas duas palavrinhas, coesão e coerência, podem fazer muita confusão na cabeça de algumas 
pessoas, ao mesmo tempo que são elas as responsáveis pela ordenação das palavras e das ideias 
quando você escreve.
A coesão tem a ver com a estrutura do texto, quando as palavras adequadas são utilizadas para 
construí-lo, por isso é importante saber usar corretamente as conjunções, os advérbios, os prono-
83
mes e outros elementos linguísticos.
Como o texto é um emaranhado de palavras, frases, orações e parágrafos, a coesão é a conexão 
que existe entre todos esses elementos.
Quando você escreve, sabe dizer se os elementos estão bem ligados? Vamos conhecer um pouco 
mais sobre o assunto.
Elementos de coesão
O texto coeso é bem estruturado porque, ao escrever, temos que nos atentar aos elementos de 
coesão. São as conjunções que opõem as ideias, que as complementam, são os pronomes que re-
tomam outras partes no texto, os advérbios que marcam o tempo, lugar, ou seja, todas as palavras 
que têm a função de conectivos.
Vejamos um exemplo:
Maria saiu de casa para ir ao supermercado, mas estava chovendo, então retornou ao seu quarto 
para pegar o guarda-chuva, o qual estava na gaveta.
Perceba que essa frase tem uma sequência bem coordenada e que as conjunções, preposições e 
pronomes fazem a ligação entre todos os períodos.
A conjunção, “mas” traz a adversidade, pois se estava chovendo, Maria não poderia sair. “Então” 
(conjunção conclusiva), retornou ao “seu” quarto. O pronome “seu” retoma o sujeito, que é Maria, 
e a frase segue com uma locução prepositiva que é o “para”, que indica uma finalidade.
Para encerrar, “o qual”, pronome relativo, refere-se ao guarda-chuva. É nesse momento que mos-
tramos a riqueza de nosso vocabulário, sem precisar repetir a mesma palavra. Existem, portanto, 
elementos que fazem referência e elementos que dão sequência de sentido.
A coesão referencial serve para evitar a repetição dos termos, desse modo, ela aponta para outros 
elementos do texto, para acrescentar novas informações sobre o que já foi dito.
A coesão sequencial se utiliza das conjunções para encadear as ideias no texto, estabelecendo 
relações lógicas como as de causa, efeito, oposição, consequência, tempo, modo, finalidade etc.
84
Elementos Endofóricos
Esses elementos são a ligação entre tudo que está dentro do texto. Eles se dividem em anafóricos 
(quando se referem a um termo já citado) e catafóricos (quando se referem a um termo posterior).
Como pode ser formulada uma questão sobre eles no vestibular? Por exemplo, uma palavra é 
destacada e pedem para que você encontre um pronome com referência anafórica ou catafórica.
Elementos Exofóricos
Elementos exofóricos são aqueles que apontam para fora do texto, que necessitam de um contex-
to, então só vou conseguir dizer quem é o referente por esse contexto.
Os pronomes demonstrativos são bastante utilizados para essa função:
Ali será azul.
Esta é minha! A sua blusa é aquela.
Agora que você já sabe da importância de estruturar bem seus textos e conhece alguns elementos 
que o ajudam a conseguir isso, passemos para a construção dos sentidos, a coerência.
O que é coerência?
Coerência é a organização das ideias em uma forma lógica, assim, um texto precisa estar escrito 
corretamente, mas com ideias interligadas e que fazem sentido.
Se eu digo: Os cachorros em minha casa têm asas e voam por toda parte. Apesar da estrutura cor-
reta, você já viu algum cachorro voar?
A não ser que esteja escrevendo um conto de ficção, é algo que não faz sentido. Por isso, para que 
o texto seja coerente, as informações precisam ser passadas de forma clara e objetiva.
Elementos de coerência
Existem vários tipos de coerência (semântica, sintática, estilística, pragmática, temática ou gené-
rica), porém, o que determina um texto coerente é o encadeamento das ideias dentro da estrutura.
É preciso:
• Eliminar ambiguidades;
• Usar os conectivos corretamente;
• Evitar contradições;
85
• Relacionar os sentidos;
• Evitar trechos irrelevantes, que estejam fora de contexto;
• Atentar-se à sequência da escrita;
• Empregar a variedade adequada da língua e mantê-la até o final do texto;
• Seguir o gênero textual proposto do início ao fim.
Diferença entre coesão e coerência
Podemos concluir que coesão e coerência têm as suas diferenças, mas andam juntas, porque a 
estrutura e a organização do texto necessitam das ideias que irão trazer a informação de forma 
clara e objetiva.
A coesão é o tecido no qual está contido o texto e todos os seus fios e a coerência é a agulha que 
alinhava os sentidos, tornando tudo “amarradinho”.
7.4 PRODUÇÃO DE TEXTO: RELATO PESSOAL
O Relato Pessoal é uma modalidade textual que apresenta uma narração sobre um fato ou acon-
tecimento marcante da vida de uma pessoa. Nesse tipo de texto, podemos sentir as emoções e 
sentimentos expressos pelo narrador.
Tal qual uma narração o relato pessoal apresenta um tempo e espaços bem definidos donde o 
narrador torna-se o protagonista da história. Note que além de narrativo, o relato pessoal pode ser 
descritivo, com a descrição do local, personagens e objetos.
De acordo com o grau de intimidade entre os interlocutores (emissor e o receptor), a linguagem 
utilizada no relato pessoal pode ser formal ou informal.
Observe que o relato possui uma função comunicativa muito importante na construção das subje-
tividades podendo ser nas modalidades: escrito ou oral. Os relatos pessoais podem ser divulgados 
pelos meios de comunicação, por exemplo, jornal, revista, livro, internet, redes sociais, dentre 
outros.
Relato Oral e Relato Escrito
Ainda que sejam textos que possuam a mesma função comunicativa, ou seja, de relatar um epi-
sódio relevante da vida do protagonista (narrador), os relatos pessoais podem surgir de maneira 
oral ou escrita.
A grande diferença entre as duas modalidades é certamente a linguagem empregada em cada uma 
delas. Enquanto no relato oral notamos a presença da oralidade com uma linguagem mais des-
contraída, no relato escrito, a linguagem formal é utilizada seguindo as normas da língua como 
concordâncias, pontuação, ortografia, dentre outros.
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É possível que um relato oral seja transformado em escrito por meio da técnica de transcrição da 
fala do protagonista. Nesse caso, faz se necessário organizar o texto e incluir pontuação, concor-
dância e nalguns casos, substituir algumas expressões populares (por exemplo, gírias) que mar-
cam oralidade do discurso.
Características
As principais características dorelato pessoal são:
• Textos narrados em 1ª pessoa;
• Verbos no presente e em grande parte no pretérito (passado);
• Caráter subjetivo;
• Experiências pessoais
• Presença de emissor e receptor;
Estrutura: Como Fazer um Relato Pessoal?.
Ainda que não exista uma estrutura fixa, para produzir um relato pessoal é essencial estarmos 
atentos a alguns pontos, por exemplo: quem? (narrador que produz o relato), o que? (fato a ser 
narrado), quando? (tempo), onde? (local que ocorreu), como? (de que maneira aconteceu o fato) 
e porque? (qual o causador do fato):
• Título: ainda que não seja necessário em todos os relatos, há alguns indicados com um título 
referente ao tema que será abordado.
• Tema: primeiramente é importante delimitar o tema (assunto) que será abordado no relato pes-
soal, seja um evento que ocorreu, uma fase da vida, uma conquista, uma superação, ou até mesmo 
uma história triste.
• Introdução: pequeno trecho em que aparecem as principais ideias que se quer relatar. Nessa parte 
é possível encontrar o local, tempo e personagens que fazem parte da narrativa.
• Contexto: observe em que contexto se passa o relato que será narrado. Fique atento a utilização 
dos tempos verbais no presente e no passado e ainda ao espaço (local) que ocorrem os fatos.
• Personagens: observe no seu relato quais são as pessoas envolvidas e de qual maneira devemos 
mencioná-las no texto. Por exemplo se elas são relevantes e fazem parte do acontecimento.
• Desfecho: após apresentar a sequência de fatos (ordem dos acontecimentos), é extremamente 
importante pensar numa conclusão para seu relato, seja uma questão que surgiu com a escrita, ou 
mesmo uma sugestão para as pessoas enfrentam tal problema.
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EXERCÍCIOS
1. Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma verbal está errada:
a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem;
b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT;
c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos;
d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados;
e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado.
2. A ocorrência de interferências ___ -nos a concluir que ___ uma relação profunda entre homem 
e sociedade que os ___ mutuamente dependentes.
a) leva, existe, torna;
b) levam, existe, tornam;
c) levam, existem, tornam;
d) levam, existem, torna;
e) leva, existem, tornam.
ANOTAÇÕES:
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8 NOMINAL
8.1 CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral 
substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes ad-
jetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo. Por exem-
plo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. 
Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Por exemplo:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar 
no plural. Por exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma mas-
culino plural se houver substantivo feminino e masculino). Exemplos:
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.
Exemplos:
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
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3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum mo-
dificador. Por exemplo:
Água é bom para saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro 
determinativo. Por exemplo:
Esta água é boa para saúde.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere. Por exem-
plo:
Juliana as viu ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + pre-
posição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular. Por Exemplo:
Os jovens tinham algo de misterioso.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem função adjetiva e concorda normalmente 
com o nome a que se refere. Por exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.
7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser 
usadas as construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo. Por exem-
plo:
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por exemplo:
Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
8.2 FRASE: ORAÇÃO E PERÍODO
Para que possamos compreender a sintaxe da Língua Portuguesa, ou seja, o conjunto das relações 
que as palavras estabelecem entre si, é necessário, antes de tudo, estudarmos a respeito dos enun-
ciados e suas unidades, os quais apresentam características estruturais próprias: a Frase, a Oração 
e o Período. 
90
FRASE
A frase pode ser definida por seu propósito comunicativo. Isso significa que Frase é todo enun-
ciado capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em um contexto de comunicação, de 
interação verbal.
Tipos de Frases
• Frases interrogativas: Entonação de pergunta. Geralmente, é finalizada com ponto de interroga-
ção (?). Exemplo: Que dia você volta?
• Frases exclamativas: Entonação expressiva, reação mais exaltada. Geralmente, finalizada com 
ponto de exclamação ou reticências (! …). Exemplo: Que horror!
• Frases declarativas: Não são marcadas pela entonação expressiva ou intencional. Geralmente 
apresentam declarações afirmativas ou negativas e são finalizadas com o ponto final (.). Exemplo: 
Amanhã não poderei levantar.
• Frases imperativas: Enunciado que traz um verbo no modo imperativo. Geralmente sugere uma 
ordem e é finalizado pelos pontos de exclamação e final (! .). Exemplo: Fale mais baixo!
ORAÇÃO
A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciadolinguístico cuja estrutura carac-
teriza-se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo. Na verdade, a oração é caracterizada, 
sintaticamente, pela presença de um predicado, o qual é introduzido na língua portuguesa pela 
presença de um verbo. Geralmente, a oração apresenta um sujeito, termos essenciais, integrantes 
ou acessórios.
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Observe alguns exemplos de orações:
– Corra!
– Esses doces parecem muito gostosos.
– Chove muito no inverno.
PERÍODO
O período é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado construído por uma ou mais orações 
e possui sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela entonação e, 
na escrita, são marcados pela letra maiúscula inicial e a pontuação específica que delimita sua 
extensão. Os períodos podem ser simples ou compostos. Vejamos cada um deles:
• Período simples
Os períodos simples são aqueles constituídos por uma oração, ou seja, um enunciado com apenas 
um verbo e sentido completo. Exemplo: Os dias de verão são muito longos! (verbo ser)
• Período composto
Os períodos compostos são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais 
verbos. Exemplo: Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde. (Período composto por 
três orações: verbos ligar, dizer e vir.)
8.3 A PONTUAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS
O uso da vírgula é um dos temas relacionados à Gramática que pode nos deixar com bastante dú-
vida, não é mesmo? Utilizar o sinal de pontuação corretamente é muito importante, pois um erro 
pode modificar todo o sentido que se deseja empregar à frase.
Desta maneira, é fundamental que saibamos as regrinhas de uso deste sinal de pontuação. Assim 
como acontece no período composto por subordinação, o uso da vírgula também aparece no perí-
odo composto por coordenação, que é aquele constituído de orações independentes.
As orações coordenadas possuem como característica marcante o fato de possuírem orações equi-
valentes, porém independentes entre si. Ou seja, as orações não apresentam nenhuma dependência 
sintática entre os termos que as constituem, eles se coordenam de forma mútua.
As orações coordenadas podem ser classificadas em sindética ou assindética. Na oração coorde-
nada assindética, as orações coordenadas aparecem uma ao lado da outra sem qualquer conjunção 
92
que as una; já no caso de as orações coordenadas estarem ligadas por uma conjunção coordenati-
va, elas são classificadas como sindéticas.
As orações coordenadas sindéticas são aquelas que se prendem às outras pelas conjunções coor-
denativas. Podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. A vírgula 
aparece em todas elas, com exceção das aditivas, ou seja, aquelas que dão uma ideia de adição.
• Aditivas – Expressam adição, sequência de fatos
Exemplo: As pessoas não se moviam nem falavam.
• Adversativas – Exprimem contraste, oposição
Exemplo: “É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
• Alternativas – Exprimem alternância, exclusão
Exemplo: Ou você se esforça, ou você não obterá um bom resultado na avaliação.
• Conclusivas – Expressam conclusão, consequência
Exemplo: Ela é tua mãe: respeita-lhe, pois, a vontade.
• Explicativas – Exprimem explicação, motivo
8.4 O SIMBOLISMO NO BRASIL
O simbolismo no Brasil surge em 1893 com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e 
Souza. Esse é considerado o maior representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de 
Guimarães.
Características do Simbolismo
• Não-racionalidade
• Subjetivismo, individualismo e imaginação
• Espiritualidade e transcendentalidade
• Subconsciente e inconsciente
• Musicalidade e misticismo
Autores Brasileiros Simbolistas
Cruz e Sousa (1861-1898)
Considerado o precursor do simbolismo no Brasil, João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro 
nascido em Florianópolis.
Sua obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade com temáticas individualistas, satânicas, 
93
sensuais. Suas principais obras: Missal (1893), Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885), Faróis 
(1900) e Últimos Sonetos (1905).
Alphonsus de Guimarães (1870-1921)
Um dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso Henrique da Costa Guimarães, possui 
uma obra marcada pela sensibilidade, espiritualidade, misticismo, religiosidade. Sua temática é a 
morte, a solidão, o sofrimento e o amor.
Sua produção literária apresenta características neo-romântico, árcades e simbolistas. Suas.prin-
cipais obras: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), 
Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923).
Augusto dos Anjos (1884-1914)
Augusto dos Anjos foi um dos grandes poetas brasileiros simbolistas, embora, muitas vezes, sua 
obra apresente características pré-modernas.
Patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, publicou um livro intitulado “Eu”, 
e foi chamado de “Poeta da morte”. Isso porque seus poemas exploram temas sombrios.
94
8.5 REDAÇÃO TÉCNICA
Primeiramente, vejamos esses dois termos em separado:
Redação é o ato de redigir, ou seja, de escrever, de exprimir pensamentos e ideias através da escri-
ta. Técnica é o conjunto de métodos para execução de um trabalho, a fim de se obter um resultado.
Logo, para que você escreva uma redação técnica é necessário que certos processos sejam segui-
dos, como o tipo de linguagem, a estrutura do texto, o espaçamento, a forma de iniciar e finalizar 
o texto, dentre outros.
Dessa forma, a necessidade de certa habilidade e de se ter os conhecimentos prévios para se fazer 
uma redação técnica é imprescindível!
Por esse motivo, criamos esta seção, para que os internautas tenham material para servir de emba-
samento teórico, pois há carência desse tipo de conteúdo no universo virtual.
A redação técnica engloba textos como: ata, circular, certificado, contrato, memorando, parecer, 
procuração, recibo, relatório, currículo.
EXERCICIOS
1. Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destacadas permanecem 
invariáveis:
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só;
b) Meia palavra, meio tom – índice de sua sensatez;
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa;
d) Passei muito inverno só;
e) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo.
ANOTAÇÕES:
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9 PERIODO COMPOSTO
9.1 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de acordo com a função sintática que desem-
penham e a classe de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. 
Para notar as diferenças que existem entre esses três tipos de orações, tome como base a análise 
do período abaixo:
Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.
Nessa oração, o sujeito é “eu”, implícito na terminação verbal da palavra “percebi”. “A profun-
didade das palavras dele” é objeto direto da forma verbal “percebi”. O núcleo do objeto direto é 
“profundidade”. Subordinam-se ao núcleo desse objeto os adjuntos adnominais “a” e “das pala-
vras dele “. No adjunto adnominal “das palavras dele”, o núcleo é o substantivo “palavras”, ao 
qual se prendem os adjuntos adnominais “as” e “dele”. “Só depois disso” é adjunto adverbial de 
tempo.
 
É possível transformar a expressão “a profundidade das palavras dele”, objeto direto,em oração. 
Observe:
Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.
Nesse período composto, o complemento da forma verbal “percebi” é a oração “que as palavras 
dele eram profundas”. Ocorre aqui um período composto por subordinação, em que uma oração 
desempenha a função de objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma função 
substantiva da oração, ou seja, é função desempenhada por substantivos e palavras de valor subs-
tantivo. É por isso que a oração subordinada que desempenha esse papel é chamada de oração 
subordinada substantiva.
Pode-se também modificar o período simples original transformando em oração o adjunto adno-
minal do núcleo do objeto direto, “profundidade”. Observe:
Só depois disso percebi a “profundidade” que as palavras dele continham.
Nesse período, o adjunto adnominal de “profundidade” passa a ser a oração “que as palavras dele 
continham”. O adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou seja, é função exercida por 
adjetivos, locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas de 
96
subordinadas adjetivas as orações que, nos períodos compostos por subordinação, atuam como 
adjuntos adnominais de termos das orações principais.
Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a transformação do adjunto 
adverbial de tempo em uma oração. Observe:
Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele.
Nesse período composto, “Só quando caí em mim” é uma oração que atua como adjunto adverbial 
de tempo do verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma função adverbial da oração, ou 
seja, é função exercida por advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordi-
nadas adverbiais as orações que, num período composto por subordinação, atuam como adjuntos 
adverbiais do verbo da oração principal.
9.2 O PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL
O Pré-Modernismo foi um período da literatura brasileira, que teve seu desenvolvimento nas dé-
cadas de 1910 e 1920. Muitos estudiosos da literatura brasileira afirmam que foi um período de 
transição entre o simbolismo e o modernismo.
 
Contexto histórico
 O Pré-Modernismo brasileiro situa-se no contexto histórico da consolidação da República. A 
expectativa de um novo Brasil, mais justo e moderno, com o advento do regime republicano foi 
frustrada. No novo regime, as desigualdades continuaram, a oligarquia se manteve no poder, a 
participação política ficou restrita às elites e os conflitos sociais (exemplos: Guerra da Vacina, 
Guerra do Contestado, Cangaço e Revolta da Chibata) pipocaram pelo Brasil. Foi este contexto 
que influenciou a produção literária das duas primeiras décadas do século XX.
 
Principais características do Pré-Modernismo no Brasil:
 - Abordagem de problemas sociais brasileiros (desigualdade, conflitos, pobreza e exclusão social 
e política). Estes temas serão retratados, principalmente, nas obras de dois importantes escritores 
do período: Lima Barreto e Euclides da Cunha.
 
- Regionalismo: valorização de aspectos culturais de regiões do Brasil.
 
- Estética literária marcada por valores do Naturalismo.
 
- Mistura de estilos literários de escolas anteriores.
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- Surgimento, em alguns escritores (Lima Barreto, por exemplo) do uso da linguagem coloquial.
 
- Surgimento, embora o conservadorismo ainda se faça presente, de inovações técnicas na forma 
de expressão literária.
 
* importante: por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as ca-
racterísticas acima não estão presentes nas obras de todos os escritores pré-modernistas. Cada 
escritor possui seu próprio estilo e suas próprias temáticas de destaque.
 
Principais escritores pré-modernistas e suas obras:
 
- Lima Barreto – escritor carioca, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma.
 
- Monteiro Lobato – escritor paulista, autor de Cidades Mortas e Urupês.
 
- Graça Aranha – escritor maranhense, autor de Canaã.
 
- Euclides da Cunha – escritor carioca cuja principal obra foi: Os sertões.
 
- João Simões Lopes Neto – escritor gaúcho, autor de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.
 
- Augusto dos Anjos – poeta paraibano, autor da obra Eu.
9.3 REDAÇÃO TÉCNICA: LEITURA E ANÁLISE II
Os maiores obstáculos do estudo e da aprendizagem, em ciência e filosofia, estão diretamente 
relacionados com a correspondente dificuldade que o estudante encontra na exata compreensão 
dos textos teóricos. Habituados à abordagem de textos literários, os estudantes, ao se defrontarem 
com textos científicos ou filosóficos, encontram dificuldades logo julgadas insuperáveis e que re-
forçam uma atitude de desânimo e de desencanto, geralmente acompanhada de um juízo de valor 
depreciativo em relação ao pensamento teórico. 
Na realidade, mesmo em se tratando de assuntos abstrato, para o leitor em condições de “seguir o 
fio da meada” a leitura torna-se fácil, agradável e, sobretudo, proveitosa. Por isso é preciso criar 
98
condições de abordagem e de inteligibilidade do texto, aplicando alguns recursos que, apesar de 
não substituírem a capacidade de intuição do leitor na apreensão da forma lógica dos raciocínios 
em jogo, ajudam muito na análise e interpretação dos textos. 
O QUE É LER? 
Você está lendo neste momento e lê quando consulta a lista telefônica e verifica o preço dos 
produtos numa loja. Certamente você leu “as flores do mal”, ou talvez “O capital”. O que há de 
comum em todas essas atividades? Ler o que é isso? A leitura é um modo particular de aquisição 
de informações, os objetivos da leitura são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma 
impressão de beleza, porque quando lemos, estabelecemos frequentemente associações, evoca-
mos imagens, construímos raciocínios, às vezes até sonhamos acordados. 
Texto, a obra, é a expressão do viver, participar; é o produto humano colocado no mundo. É a ma-
nifestação do que o homem produz nos vários campos das artes, da literatura e do saber. Expressa 
– se por meio dos mais variados meios simbólicos: peças de teatro, filmes, televisão, pinturas, 
esculturas, literatura, poesia, livros científicos, artigos de revistas, jornais. 
Os textos teóricos requerem sempre o emprego da razão reflexiva, e isso pressupõe uma certa 
disciplina intelectual, um método de estudo. Método entendido como o caminho a ser percorrido, 
demarcado do começo ao fim, por fases ou etapas. O método serve de guia para o estudo sistemá-
tico do texto teórico: compreende-o e interpretá-lo. 
A Importância da Leitura pode ser considerado um manual para principiantes em graduação, que 
através de uma linguagem clara e objetiva nos mostra que o ato de ler exige uma consciência 
crítica e sistemática, adquiridos através da prática. Afirma que a leitura não deve ser confundida 
com o simples ato de descodificar sinais gráficos, pelo contrário, é necessário passar pelos planos 
da intelecção, da interpretação para finalmente chegar a aplicação, podendo ser: icônica, gestual 
e sonora. 
Pode-se partir da consideração de que a comunicação se dá quando da transmissão de uma men-
sagem entre um emissor e um receptor. O emissor transmite uma mensagem que é captada pelo 
receptor. Este é o esquema geral apresentado pela teoria da comunicação. 
99
Ao escrever um texto, o autor (o emissor) codifica sua mensagem que, por sua vez, já tinha sido 
pensada, concebida e o leitor (o receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do autor, para 
então pensá-la, assimila-la e personaliza-la e compreendendo-a. 
LEITURA 
Denomina-se leitura a compreensão de uma mensagem codificada em signos visuais (geralmente 
letras e cifras). O ensino e o incentivo da leitura representam, portanto, um objetivo básico de todo 
sistema educativo. 
Normalmente existem duas espécies de leitura: uma praticada por cultura geral ou entretenimento 
desinteressado, que ocorre quando você lê uma revista ou um jornal; e outra que requer atenção 
especial e profunda concentração mental, realizada por necessidade de saber, como por exemplo, 
quando vocêlê um livro, um texto de estudo ou uma revista especializada. 
Para que a leitura seja eficiente, eficaz e proveitosa, orienta-se dedicada atenção no que se está 
lendo, caso contrário a leitura será superficial e, portanto, pouco entendida. Além de atenção, há 
necessidade de velocidade na leitura. Pela orientação de Galliano (1986:70), ao ler um parágrafo, 
o leitor deve fazer uma leitura rápida, obedecendo as pausas que, com um bom treinamento, pas-
sam ser momentos de fixação. 
Cada assunto requer uma velocidade própria de leitura, se o seu campo de visão for estreito, li-
mitando somente a palavra que você está lendo naquele momento, a sua leitura se tornará lenta. 
Quando o comportamento ocorre desta maneira, sua percepção acaba ligando palavras sem sen-
tido, devido às interrupções das pausas e o ritmo apropriado. Quanto mais lenta é a leitura, mais 
facilmente a atenção se dispersa. 
A leitura, apesar da individualidade do ato realizado, é um ato social, pois existe um processo de 
comunicação e de interação entre o leitor e o autor do texto, ambos com objetivos estabelecidos 
anteriormente dentro do contexto de cada um. Apesar de, aparentemente simples e tão natural, o 
processo de leitura possui uma complexidade que está subjacente porque depende do processa-
mento humano de informações e da cognição de quem lê. 
Cada leitor deve preocupar-se com o texto que está lendo, já que esse deve ser sistematizado e 
com o objetivo de fornecer informações para uma melhor assimilação, possibilitando uma leitura 
mais rica e proveitosa. 
100
O conhecimento textual faz parte do conhecimento prévio do leitor, e é uma das condições para 
que haja compreensão de leitura, quanto mais habilidade e familiaridade o leitor possuir a respeito 
de tipologias e estruturas textuais, mais facilidade ele terá na busca por compreensão. 
ESTUDO DO TEXTO 
Para estudar um determinado texto, devemos fazê-lo como um todo até adquirir uma visão global, 
para que possamos dominar e entender a mensagem que o autor pretendia relatar quando escre-
veu. Os textos de estudos requerem reflexão por aqueles que os estudam.
9.4 RESENHA CRÍTICA
Toda resenha é a descrição de um objeto (seja uma obra literária, um filme ou uma apresentação 
artística) e seu papel é justamente apresentar o tema analisado. Trata-se, portanto, de um texto de 
informação e de opinião.
Ela é um pequeno resumo no qual propõe a exposição de ideias, agregado ao juízo de valor do 
autor, ou seja, sob a ótica do emissor.
Elaboração da Resenha Crítica: Passo a Passo
A resenha é uma análise interpretativa e, por isso, faz-se necessário atentar ao tema que será dis-
corrido e, além disso, as considerações pessoais sobre o objeto analisado.
Assim, se a resenha será de uma peça de teatro é muito importante que você vá assisti-la e crie seu 
próprio juízo de valor a respeito do tema.
Da mesma forma, se a tarefa for fazer uma resenha crítica de um livro, faz-se necessário a leitura 
e uma análise sobre a obra.
Para produzirmos uma resenha devemos seguir os seguintes passos:
• Escolha do tema a ser analisado;
• Aprofundamento e contextualização do tema;
• Argumentação e criação de um juízo de valor ou opinião pessoal sobre o tema.
No último tópico, observe que não precisamente o discurso aparecerá em primeira pessoa (eu), 
101
mais comum, aparecer em terceira pessoa (ele, ela, você).
Outros elementos importantes para a elaboração de uma resenha crítica são: conhecimento sobre 
o autor e sua obra bem como a relação com outros textos, conceitos e autores.
Dessa forma, vale ressaltar que quanto mais o resenhista amplia os conhecimentos que envolvem 
o tema, a resenha ficará muito melhor.
Tipos de Resenha
Segundo sua finalidade, a resenha pode apresentar duas modalidades:
• Resenha-resumo: caracterizado por ser um texto informativo e descritivo o qual sintetiza os as-
pectos e os pontos mais relevantes do objeto analisado.
• Resenha-crítica: além de sintetizar as ideias principais do objeto, a resenha crítica é marcada 
pelo juízo de valor do resenhista.
Exercícios
Por definição, oração coordenada que seja desprovida de conectivo é denominada assindética. 
Observando os períodos seguintes:
 
I. Não caía um galho, não balançava uma folha.
II. O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.
III. O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova. Acabara o exame.
 
Nota-se que existe apenas coordenação assindética em:
 
a) I apenas;
b) II apenas;
c) III apenas;
d) I e III;
e) Nenhum deles.
ANOTAÇÕES:
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102
10 SUBORDINAÇÃO
10.1 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Orações subordinadas substantivas são orações que exercem as funções de sujeito, objeto direto, 
objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto, tendo a mesma função que 
um substantivo na estrutura frásica.
As orações subordinadas substantivas começam, maioritariamente, com as conjunções integran-
tes que e se. São classificadas conforme a função sintática que exercem na oração.
Oração subordinada substantiva subjetiva
Exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
• É necessário que você se apresente ao serviço amanhã.
• Foi anunciado que Pedro é o vencedor do concurso.
Oração subordinada substantiva objetiva direta
Exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
• Quero que você seja meu marido.
• Os funcionários não sabiam que era dia de despedimentos.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta
Exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal, sendo sempre iniciada por uma 
preposição.
• O diretor da empresa necessita de que todos os colaboradores estejam presentes na reunião.
• A professora insistiu muito em que os alunos tivessem aulas de recuperação.
Oração subordinada substantiva completiva nominal
Exerce a função de complemento nominal, completando o sentido de um nome pertencente à 
oração principal. É sempre iniciada por uma preposição.
• Todos temos esperança de que a humanidade pare de destruir o planeta.
• Sinto necessidade de que você me deixe descansar um pouco.
Oração subordinada substantiva predicativa
103
Exerce a função de predicativo do sujeito do verbo da oração principal. Aparece sempre depois 
do verbo ser.
• O bom é que ela sempre foi bem-comportada.
• A dúvida era se seriam necessários mais ajudantes.
Oração subordinada substantiva apositiva
Exerce a função de aposto de qualquer termo da oração principal.
• Helena apenas desejava uma coisa: que fosse muito feliz com sua família.
• Pedi um favor a meus amigos: que esperassem por mim.
Orações desenvolvidas e reduzidas
As orações subordinadas podem ser desenvolvidas ou reduzidas. 
As orações subordinadas substantivas acima apresentadas são orações desenvolvidas, iniciadas 
com pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas. Possuem um verbo conjugado no modo 
indicativo ou subjuntivo.
Já as orações reduzidas, diferentemente das orações desenvolvidas, não são introduzidas por con-
junções ou pronomes. Possuem verbos conjugados numa das formas nominais.
Exemplos de orações subordinadas substantivas reduzidas
• É essencial entender a questão. (subjetiva)
• O importante é ser o melhor. (predicativa)
• O diretor insistiu em trabalharmos com mais afinco. (objetiva indireta)
Outros tipos de orações subordinadas
Além das orações subordinadas substantivas, existem também asorações subordinadas adjetivas, 
que têm a mesma função que um adjetivo na oração, e as orações subordinadas adverbiais, que 
têm a mesma função que um advérbio na oração.
10.2 O MODERNISMO NO BRASIL: LINGUAGEM MODERNISTA
O Modernismo foi um movimento literário e artístico do início do século XX. Tinha como prin-
cipal objetivo romper com a estética tradicionalista, libertando-se dos paradigmas, formalismos e 
regras que até então imperavam.
104
No Brasil, o Modernismo preconizava a independência cultural do país, sendo valorizada a cul-
tura cotidiana brasileira, em específico, a linguagem popular. As obras modernistas são de suma 
importância e extremamente enriquecedoras da literatura brasileira.
Fases do Modernismo no Brasil
Três momentos distintos, chamados de fases ou gerações, caracterizaram o Modernismo no Brasil.
• Primeira Fase (1922 a 1930) 
Também chamada de Fase Heroica, foi a mais radical no rompimento com os paradigmas tra-
dicionais. Houve a redescoberta e valorização do cotidiano brasileiro, com grande destaque da 
linguagem coloquial e espontânea, com suas gírias, erros e capacidade expressiva (humor, ironia 
e sarcasmo). Ocorreu também a negação brusca do passado a nível formal, sendo desvalorizadas 
as regras de rima e métrica da poesia. 
Principais autores da Primeira Fase
• Mário de Andrade; 
105
• Alcântara Machado.
• Segunda Fase (1930 a 1945)
Esta segunda fase, também chamada de Geração de 30, foi uma fase de consolidação do Moder-
nismo brasileiro. Sendo uma fase mais madura, foi quando o movimento ganhou mais força e se 
criaram obras essenciais da literatura brasileira.
Na prosa, houve uma grande reflexão e crítica da realidade brasileira, sendo retratados problemas 
sociais das diferentes regiões, com destaque para o regionalismo nordestino. Na poesia, houve um 
questionamento do sentido da existência, com profunda análise dos sentimentos humanos e das 
angústias sociais.
Principais autores da Segunda Fase
• Carlos Drummond de Andrade;
106
107
108
Prosa da Segunda Fase 
• Vidas Secas, de Graciliano Ramos;
• Menino de Engenho, de José Lins do Rego;
• O país do Carnaval, de Jorge Amado; 
• Capitães de Areia, de Jorge Amado; 
• O quinze, de Rachel de Queiroz.
109
• Terceira Fase (1945 a 1960)
Conhecida também como Geração de 45, a última fase do Modernismo, considerada por muitos 
como já Pós-Modernismo, é caracterizada pela liberdade. Abandonam os diversos ideais defendi-
dos pela primeira geração do Modernismo, como a exploração da realidade brasileira e a lingua-
gem popular. Na poesia há inclusivamente um retorno à forma, sendo encarada como a arte da 
palavra. Nesta última fase, houve a exploração da psicologia humana, sendo abordados conteúdos 
inovadores.
Principais autores da Terceira Fase
• Guimarães Rosa;
Prosa da Terceira Fase
• Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
• Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa;
• A Hora da Estrela, de Clarice Lispector;
110
• A cidade sitiada, de Clarice Lispector.
10.3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATI-
VOS
O Texto Dissertativo-Argumentativo é um dos tipos de gêneros textuais. Outros tipos são texto 
narrativo, texto descritivo, texto expositivo e texto injuntivo.
Este tipo de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações, à medida 
que é dissertativo; bem como seu objetivo central reside na formação de opinião do leitor, ou seja, 
caracteriza-se por tentar convencer ou persuadir o interlocutor da mensagem, sendo nesse sentido 
argumentativo.
A produção textual requer planejamento. Assim, antes de começar a escrever, convém elaborar 
um plano daquilo que será abordado e de que forma (estratégia).
Essa planificação servirá de ponte para o sucesso do texto, embora o mais importante para se al-
cançar esse resultado seja observar atentamente os fatores de coesão e coerência.
Para melhor exemplificar, as etapas necessárias para produzir um texto dissertativo-argumentati-
vo são:
• Problema: No momento inicial busca-se o problema, ou seja, os fatos sobre o tema pretendido e, 
ademais a tese (ideia central do texto).
• Opinião: A opinião pessoal sobre o tema reforçará a argumentação, por isso é importante buscar 
uma verdade pessoal ou juízo de valor sobre o assunto abordado.
• Argumentos: O mais importante de um texto dissertativo-argumentativo é a organização, clareza 
e exposição dos argumentos. Para tanto, é importante selecionar exemplos, fatos e provas a fim de 
assegurar a validade de sua opinião, sem deixar de justificar.
• Conclusão: Nesse momento busca-se a solução para o problema exposto. Assim, é interessante 
apresentar a síntese da discussão, a retomada da tese (ideia principal) além disso, a proposta de 
solução do tema com as observações finais.
111
O texto dissertativo-argumentativo segue o padrão dos modelos de redação, ou seja, introdução, 
desenvolvimento e conclusão.
Introdução
Na introdução devem ser mencionados os temas que são abordados no texto - ou o problema - de 
modo a situar o interlocutor.
Esta parte deve compreender cerca de 25% da dimensão global do texto.
Desenvolvimento
Todas as ideias mencionadas na introdução devem ser desenvolvidas de forma opinativa e argu-
mentativa nessa parte do texto, cuja dimensão deve compreender cerca de 50% do mesmo.
Conclusão
A conclusão deve ser uma síntese do problema abordado, mas com considerações que expressam 
o resultado do que foi pensado ao longo do texto.
10.4 ORAÇÃO SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ADJETIVAS
Orações subordinadas adjetivas são orações que exercem a função de adjunto adnominal de um 
termo da oração principal, tendo a mesma função que um adjetivo na estrutura frásica.
As orações subordinadas adjetivas começam, maioritariamente, com o pronome relativo que. São 
classificadas conforme a sua capacidade de ampliar ou reduzir o sentido do nome a que se refere.
• Oração subordinada adjetiva explicativa
Acrescenta uma informação acessória, ampliando ou esclarecendo um detalhe de um conceito que 
já se encontra definido. Aparece sempre separada por vírgulas e pode ser retirada da frase sem que 
haja alteração do sentido dela.
• O leão, que é um animal selvagem, atacou o domador.
• A professora Ana Luísa, que é a professora mais nova da escola, não veio trabalhar hoje.
• Oração subordinada adjetiva restritiva
112
Especifica o sentido do nome a que se refere, restringindo seu significado a um ser único, definido 
por ele. Não existe marca de pausa, como vírgulas, entre este tipo de oração e a oração principal. 
São indispensáveis para a compreensão da frase.
• Ele é um dos poucos diretores que é apreciado por todos os funcionários.
• Toda comida que é fresca é mais saborosa.
• As orações subordinadas podem ser desenvolvidas ou reduzidas.
Aqui foram apresentadas as orações subordinadas adjetivas desenvolvidas, que são introduzidas 
por pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas e que apresentam o verbo no modo indicativo 
ou subjuntivo.
As orações reduzidas, diferentemente das orações desenvolvidas, não são introduzidas por con-
junções ou pronomes e apresentam verbos numa das formas nominais.
Exemplos de orações subordinadas adjetivas reduzidas
• Já foram comidos os biscoitos comprados por mim.
• A bailarina, a dançar no lado esquerdo do palco, era minha irmã.
Outros tipos de orações subordinadas
Além das orações subordinadas adjetivas, existem também as orações subordinadas substantivas, 
que têm a mesma função que um substantivo na oração, e as orações subordinadas adverbiais, que 
têm a mesma função que um advérbio na oração.
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a 
ele equivale.
As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do 
antecedente.
Observe o exemplo:
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é pos-sível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. 
113
Veja:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
 Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela 
modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pro-
nome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria 
exercido pelo termo que o antecede.
Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, altera-se o modo verbal da segunda 
oração.
Atenção:
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser 
substituído por: o qual - a qual - os quais -as quais
Por Exemplo: Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Essa oração é equivalente a:
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou 
subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem 
as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (po-
dem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, 
gerúndio ou particípio).
Por Exemplo:
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo 
pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No se-
gundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu 
verbo está no infinitivo.
114
10.5 COLOCAÇÃO PRONOMINAL
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase. 
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas 
normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.
Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São 
elas:
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.
Ex.: Não se esqueça de mim.
b) Advérbios. 
Ex.: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas. 
Ex.: Soube que me negariam.
d) Pronomes relativos. 
Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.
e) Pronomes indefinidos. 
Ex.: Poucos te deram a oportunidade.
f) Pronomes demonstrativos. 
Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.
2) Orações iniciadas por palavras interrogativas. 
Ex.: Quem te fez a encomenda?
3) Orações iniciadas por palavras exclamativas. 
Ex.: Quanto se ofendem por nada!
115
4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). 
Ex.: Que Deus o ajude.
Mesóclise
É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:
1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos 
não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. 
Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.
Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.
Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não 
forem possíveis:
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo. 
Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.
2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal. 
Ex.: Não era minha intenção machucar-te.
3) Quando o verbo iniciar a oração. 
Ex.: Vou-me embora agora mesmo.
4) Quando houver pausa antes do verbo. 
Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
5- Quando o verbo estiver no gerúndio.
Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.
116
Exemplos:
É preciso encontrar um meio de não o magoar.
É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.
Colocação pronominal nas locuções verbais
1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio
a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. 
Ex.: Haviam-me convidado para a festa.
b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo 
auxiliar. 
Ex.: Não me haviam convidado para a festa.
Dicas:
Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, 
desde que não haja palavra atrativa antes dele. 
Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.
2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do 
verbo principal. 
Exemplos:
Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.
Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois 
do verbo principal. 
Exemplos:
Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.
Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando.
117
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Exemplos:
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las. 
Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alte-
ram-se para no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.
4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, 
podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise. 
Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)
10.6 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGOS DE OPINIÃO
O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posiciona-
mento diante de algum tema atual e de interesse de muitos.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor 
além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e admissíveis.
118
Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade do autor, e, por este 
motivo, ele deve ter cuidado com a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o 
texto no final.
Contudo, em vestibulares, a assinatura é desnecessária, uma vez que pode identificar a autoria e 
desclassificar o candidato.
É muito comum artigos de opinião em jornais e revistas. Portanto, se você quiser aprofundar 
mais seus conhecimentos a respeito desse tipo de produção textual, é só procurá-lo nestes tipos 
de canais informativos. A leitura é breve e simples, pois são textos pequenos e a linguagem não é 
intelectualizada, uma vez que a intenção é atingir todo tipo de leitor.
Uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na ten-
tativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. 
Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor 
satírico, ironia e fontes de informações precisas.
Como dito anteriormente, a linguagem é objetiva e aparecem repletas de sinais de exclamação e 
interrogação, os quais incitam à posição de reflexão favorável ao enfoque do autor.
Outros aspectos persuasivos são as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, 
etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, po-
rém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.
Geralmente, é escrito em primeira pessoa, já que se trata de um texto com marcas pessoais e, por-
tanto, com indícios claros de subjetividade, porém, pode surgir em terceira pessoa.
10.7 PRODUÇÃO DE ARTIGOS DE OPINIÃO 
O artigo de opinião é um tipo de texto dissertativo-argumentativo ondeo autor tem a finalidade de 
apresentar determinado tema e seu ponto de vista, e por isso recebe esse nome.
Possui as características de um texto jornalístico e tem como principal objetivo informar e persu-
adir o leitor sobre um assunto.
Assim, a argumentação é o principal recurso retórico utilizado nos artigos de opinião, que surgem 
sobretudo, nos textos disseminados pelos meios de comunicação, seja na televisão, rádio, jornais 
ou revistas.
Por esse motivo, esse tipo de texto geralmente aborda temas da atualidade, sendo muito pedido 
nos vestibulares e concursos públicos.
119
Principais Características
• Uso da argumentação e persuasão
• Textos escritos em primeira e terceira pessoa
• Geralmente são assinados pelo autor
• São produções veiculadas nos meios de comunicação
• Possuem uma linguagem simples, objetiva e subjetiva
• Escolha de temas da atualidade
• Possuem títulos polêmicos e provocativos
• Contém verbos no presente e no imperativo
Estrutura: Como fazer um artigo de opinião?
Geralmente, os artigos de opinião seguem o padrão da estrutura dos textos dissertativos argumen-
tativos:
• Introdução (exposição): apresentação do tema que será discorrido durante o artigo.
• Desenvolvimento (interpretação): momento em que a opinião e a argumentação são os principais 
recursos utilizados.
• Conclusão (opinião): finalização do artigo com apresentação de ideias para solucionar os proble-
mas sobre o tema proposto.
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ANOTAÇÕES:
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11 REGÊNCIA
11.1 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
A regência verbal e a regência nominal ocorrem entre os diferentes termos de uma oração. Ocorre 
regência quando há um termo regente que apresenta um sentido incompleto sem o termo regido, 
ou seja, sem o seu complemento.
A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu comple-
mento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos 
regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado).
A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu comple-
mento (termo regido) através do uso de uma preposição.
Exemplos de regência verbal preposicionada
• assistir a;
• obedecer a;
• avisar a;
• agradar a;
• morar em;
• apoiar-se em;
• transformar em;
• morrer de;
• constar de;
• sonhar com;
• indignar-se com;
• ensaiar para;
• apaixonar-se por;
• cair sobre.
Exemplos de regência nominal:
• favorável a;
• apto a;
• livre de;
122
• sedento de;
• intolerante com;
• compatível com;
• interesse em;
• perito em;
• mau para;
• pronto para;
• respeito por;
• responsável por.
Regência verbal sem preposição
Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido, não sendo necessá-
ria uma preposição para estabelecer a regência verbal. 
Exemplos de regência verbal sem preposição:
• Você já fez os deveres?
• Eu quero um carro novo.
• A criança bebeu o suco.
O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?, indicando o elemento que 
sofre a ação verbal.
Regência verbal com preposição
Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo regido, sendo obriga-
tória a presença de uma preposição para estabelecer a regência verbal. 
Exemplos de regência verbal com preposição:
• O funcionário não se lembrou da reunião.
• Ninguém simpatiza com ele.
• Você não respondeu à minha pergunta.
O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de quem? para quem? 
em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação verbal.
Preposições usadas na regência verbal
As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma simples, bem como con-
traídas ou combinadas com artigos e pronomes. 
123
Preposições simples: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,...
Contração e combinação de preposições: à, ao, do, das, destes, no, numa, nisto, pela, pelo,...
As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e por.
• Preposição a: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,...
• Preposição de: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,...
• Preposição com: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,...
• Preposição em: participar em, teimar em, viciar-se em,...
• Preposição para: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,...
• Preposição por: interessar-se por, começar por, ansiar por,...
Regência nominal com preposição
A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma preposição para 
se ligar ao seu complemento nominal.
Exemplos de regência nominal com preposição:
• Sempre tive muito medo de baratas.
• Seu pai está furioso com você!
• Sinto-me grato a todos.
Preposições usadas na regência nominal
Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma simples e contraídas 
ou combinadas com artigos e pronomes.
As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com, em, para, por.
• Preposição a: anterior a, contrário a, equivalente a,...
• Preposição de: capaz de, digno de, incapaz de,...
• Preposição com: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,...
• Preposição em: negligente em, versado em, parco em,...
• Preposição para: essencial para, próprio para, apto para,...
• Preposição por: admiração por, ansioso por, devoção por,...
11.2 CRASE
Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na jun-
ção de uma preposição com outra palavra. Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra 
quando feita a união. Observe:
124
• Aonde (preposição a + advérbio onde)
• ao (preposição a + artigo o)
Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja:
• da (preposição de + artigo a)
• na (preposição em + artigo a)
Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase.
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com 
as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a 
qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assina-
lado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devoempregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao” e o substantivo 
feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com 
certeza há crase.
É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões 
que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na ex-
pressão “à moda”. 
Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pes-
soais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem signi-
ficado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras 
repetidas (dia a dia).
11.3 PRODUÇÃO DE CARTAS
A carta ou correspondência está entre os mais aplicados na comunicação do cotidiano. A principal 
característica desse gênero textual é a existência de um emissor (remetente) e um receptor (des-
tinatário).
Com a tecnologia, a carta passou por um processo de adaptação na forma de transmissão que 
125
deixou de ocorrer somente em papel e assumiu o meio eletrônico. Na atualidade, a forma de trans-
missão mais utilizada para a carta é o e-mail (electronic-mail - correio eletrônico).
Há três tipos básicos de carta, independente da maneira como será transmitida: a correspondência 
oficial e a correspondência comercial e a correspondência pessoal.
• Carta Pessoal 
As cartas pessoais não seguem um modelo pronto. Nelas, o texto reflete as intenções do remente 
ao destinatário. Ainda assim, a coerência textual é recomendável como forma de clareza à men-
sagem enviada.
Quando enviadas pelo correio físico - em papel – esse tipo de carta exibe no topo a data em que 
foi escrita (saudação inicial) e o selo da empresa a data do despacho. Essa forma de envio, porém, 
é pouco utilizada atualmente.
Enviada por e-mail, a carta pessoal já traz no topo a data em detalhes, inclusive o horário de envio. 
E o corpo do texto é inserido no espaço padrão do programa onde é escrito. Os programas também 
facilitam o armazenamento da mensagem.
• Carta Argumentativa
 
Além do texto dissertativo-argumentativo, a carta argumentativa, embora menos usual, também 
pode ser exigida em exames para ingresso em universidades ou concursos públicos.
A principal diferença entre os dois modelos de gênero textual está no fato de que o texto disserta-
tivo-argumentativo é dirigido a um receptor universal, enquanto a carta argumentativa é destinada 
a um receptor específico. Ambos têm como objetivo a persuasão.
A carta argumentativa é composta pela saudação inicial, introdução, desenvolvimento, conclusão 
e despedida.
• Carta do Leitor 
As cartas do leitor são enviadas, em geral, para jornais e revistas como maneira de conferir apoio 
ou demonstrar insatisfação com o material veiculado, seja ele informativo ou publicitário.
126
Não existe um modelo específico para as cartas de leitores e há veículos que publicam trechos ou 
a íntegra, conforme a repercussão do assunto.
Com o aumento da leitura pela Internet, jornais e revistas eletrônicas direcionam espaço específi-
co no projeto gráfico para comportar as cartas do leitor.
Alguns, contudo, informam a moderação, que consiste na publicação de material que não ofenda 
a coletividade, como palavras de baixo calão e ataques a grupos ou pessoas específicas.
• Carta Aberta 
A carta aberta está entre os principais instrumentos de participação política. É uma maneira de 
demonstrar de forma clara um problema, assunto ou tema de interesse coletivo.
Como gênero textual, obedece aos critérios do texto argumentativo, mas tem caráter mais amplo 
que a carta argumentativa porque é destinada à coletividade.
O remetente também não é individual, podendo ser um grupo de pessoas, representantes, sindica-
tos ou associações.
EXERCÍCIOS
Assinale a alternativa em que a regência verbal está de acordo com a norma culta.
a) As crianças, obviamente, preferem mais os doces do que os legumes e verduras;
b) Assista uma TV de LCD pelo preço de uma de projeção e leve junto um Home Theater!
c) O jóquei Nélson de Sousa foi para Inglaterra visando títulos e euros;
d) Construir impérios a partir do nada implica inovação e paixão pelo risco;
e) A Caixa Econômica informou os mutuários que não haverá prorrogação de prazos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev., ampl. e atual. conforme o novo 
Acordo Ortográfico. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BOMFIM, Eneida. do R. M. Advérbios, preposições ou conjunções? Fronteiras entre classes de 
palavras. In: VALENTE, André (org.) Aulas de Português: Perspectivas inovadoras. Petrópolis 
(RJ): Vozes, 1999a.
BRITO, Ana Maria. Gramática: história, teorias, aplicações. 2010. Disponível em: <https://ler.
letras.up.pt/uploads/ficheiros/8300.pdf>. Acesso em: 30/03/2019.
CUNHA, Celso & CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FERRARI, Elir. Língua Portuguesa. 2017. Disponível em: <http://www.elirferrari.pro.br/down-
load/apostila_lingua_portuguesa.pdf>. Acesso em: 30/03/2019.
LUFT, Celso P. Moderna gramática brasileira: edição revista e atualizada. São Paulo: Globo, 
2002.
SANTOS, Arenildo dos. Gramática Básica. Disponível em: <https://site.livrariacultura.com.br/
imagem/capitulo/5169330.pdf>. Acesso em: 30/03/2019.
ANOTAÇÕES:
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ANOTAÇÕES:
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