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Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas MATERIAL DIDÁTICO DIREITO URBANÍSTICO E TRIBUTÁRIO U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 UNIDADE 2 – DIREITO URBANÍSTICO ................................................................. 04 2.1 Princípios e autonomia do Direito Urbanístico ................................................... 06 2.2 Objeto e natureza jurídica das normas do Direito Urbanístico .......................... 09 2.3 Legislação urbana municipal ............................................................................. 10 2.4 Estatuto das cidades – Lei nº 10.257/01 ........................................................... 20 2.5 Plano Diretor ..................................................................................................... 21 2.6 Os direitos das pessoas com deficiência e o impacto no direito urbanístico ..... 23 UNIDADE 3 – DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................... 28 3.1 O Direito Tributário ............................................................................................ 28 3.2 Sistema Tributário Nacional .............................................................................. 31 3.3 Espécies tributárias ........................................................................................... 31 3.4 Tributos incidentes sobre imóveis ..................................................................... 33 3.5 Obrigação e crédito tributário ............................................................................ 39 UNIDADE 4 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NO SETOR IMOBILIÁRIO .......... 42 4.1 A importância da contabilidade para os negócios ............................................. 45 4.2 Aspectos tributários do setor imobiliário ............................................................ 47 4.3 Segregação do Empreendimento – O Regime Especial de Tributação (RET) .. 49 4.4 Critérios de contabilização para Real Estate ..................................................... 51 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 53 ANEXOS ................................................................................................................. 58 3 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Há quem pense que o conhecimento da legislação urbana só tem valor para uma gestão mais eficiente e eficaz das cidades pelas autoridades públicas. Ledo engano! Essa matéria tem implicações para aqueles que enveredam pelo caminho dos negócios imobiliários, afinal de contas são inúmeras as questões que envolvem zoneamento e parcelamento do solo as quais interferem nos negócios imobiliários. De igual importância temos o planejamento tributário que nos dias atuais permite reduzir a carga de tributos incidentes nas operações do setor imobiliário de forma lícita. Pois bem, veremos detalhes destes dois ramos do Direito (Urbanístico e Tributário) que muito tem a acrescentar aos gestores de negócios imobiliários. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 UNIDADE 2 – DIREITO URBANÍSTICO Nosso ponto de partida para falar do direito urbanístico, fazendo um recorte no tempo, será fins do século XIX, pois é o momento em que a rede urbana brasileira aflorou. Nesse século ocorreram alguns fatores político-sociais determinantes para o desenvolvimento das áreas urbanas, tais como, a Lei Áurea de 1888, a Proclamação da República, em 1889, e o início da industrialização do país. Esses acontecimentos fizeram com que a população das cidades aumentasse, graças à afluência da população do campo em busca de melhores oportunidades de emprego, bem como à chegada dos imigrantes europeus no final do século XIX e início do século XX. A cidade de São Paulo, no início desse século, já despontava como um centro de industrialização e a cidade do Rio de Janeiro como um centro político- administrativo. Andrade e Lodder (1979) lembram que a situação de dualidade, em que o poder econômico estava fisicamente em São Paulo, mas era exercido no Rio de Janeiro, continuou até os anos 1960. A criação de Brasília como centro político-administrativo nacional acelerou a recomposição do sistema urbano e consolidou São Paulo como a metrópole nacional (ANDRADE; LODDER, 1979). A industrialização que se concentrou, mormente, na grande São Paulo foi a prioridade elencada pelo Estado como saída para o subdesenvolvimento brasileiro. No entanto, a urbanização não teve a mesma primazia, o que levou e ainda leva às crises as grandes cidades. A concentração populacional nas cidades brasileiras evolui num ritmo aceleradíssimo, o que acarreta graves consequências no desenvolvimento urbano. O censo realizado pelo IBGE, em 2000, demonstra que a população brasileira em 1940 era de 41.236.315, sendo a rural de 28.356.133 e a urbana de 12.880.182 – a população urbana representava 31,23%. Em 2000, o total da população era de 169.799.170, sendo a rural 31.845.211 e a urbana de 137.953.959 – a população urbana representava 81%. A cidade de São Paulo contava com uma população em Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 2000 de 10.434.252 (o crescimento da população de São Paulo, segundo registro do IBGE tem sido vegetativa desde 1975 e não migratória), sendo a urbana de 9.813.187 e a rural 621.065, a cidade do Rio de Janeiro com uma população de 5.857.904, sendo a urbana de 5.857.904,e a rural de O (zero), e a cidade de Belo Horizonte com 2.238.526, sendo a urbana de 2.238.526 e a rural O (zero), e por último a cidade de Porto Alegre com a população de 1.360.590, sendo a urbana de 1.320.739 e a rural de 39.851 (IBGE, 2000). Segundo dados do IBGE, divulgados em 2000, o Brasil ultrapassou a marca de 80% de pessoas que residem nas áreas urbanas: Com esse acelerado ritmo de crescimento urbano os problemas pululam, principalmente, nas grandes cidades brasileiras por estas, aparentemente, oferecerem uma melhor qualidade de vida e oportunidades de trabalho, atraindo as levas de migrantes pobres. De acordo com o Censo de 2010, para os estados citados acima, a situação é a seguinte, não diferindo proporcionalmente em relação a 2000: Estado População urbana População rural Minas Gerais 16.715.216 2.882.114 São Paulo 39.585.251 1.676.948 Rio de Janeiro 15.464.239 529.690 Rio Grande do Sul 9.100.291 1.593.638 Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8&uf=00 A urbanização acelerada e descontrolada acarreta uma série de consequências fatais para as cidades, tais como, o mal uso e ocupação do solo urbano, traduzido em cortiços, em favelas, em loteamentos clandestinos, o problema do transporte das massas, implicando no caos no trânsito das grandes cidades, o desrespeito ao meio ambiente, com o aumento cada vez maior da poluição, e, como ponto nodal dos problemas: a falta de planejamento urbano. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 Para solucionar os problemas oriundos da urbanização, é necessário o norteamento do Poder Público, que deve atuar utilizando os instrumentos oferecidos pelo Direito Urbanístico (CARDOSO, 2007). Para tanto, temos o Direito Urbanístico, definido como o conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos, sistemáticos e informados por princípio apropriados, que tenha por fim a disciplina do comportamento humano relacionado aos espaços habitáveis, ou seja, (...) arte e técnica social de adequar o espaço físico às necessidades e à dignidade da moradia humana (SILVA, 1997). 2.1 Princípios e autonomia do Direito Urbanístico A Constituição Federal do Brasil menciona o Direito Urbanístico no inciso I, do artigo 24 que trata das competências concorrentes da União, Estados e Distrito Federal o que, para alguns autores, indica a autonomia da matéria no contexto da ciência jurídica. A matéria de direito urbanístico, longe de se esgotar no artigo 24 da Constituição Federal, encontra relevante disposição no artigo 182 que trata da política de desenvolvimento urbano executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Nesse contexto, fica evidente que o princípio da função social da propriedade constitui o núcleo central do Direito Urbanístico. Existem, ainda, outros princípios Constitucionais que conferem ao Direito Urbanístico, autonomia e relevância material. Destacamos o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio da igualdade. O princípio da dignidade da pessoa humana está disciplinado na Constituição Federal de 1988 no artigo 1º, inciso III. Tal princípio reveste-se do entendimento atual de que o ser humano deverá ser respeitado por se tratar, simplesmente, de um ser humano. É de tal relevância o princípio da Dignidade da Pessoa Humana que na elaboração da nova Carta Constitucional da União Europeia Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 tal preceito encontra-se à frente mesmo do direito à vida. Não é dever garantir-se apenas a vida, mas a vida com dignidade. Considerando o respeito pelas virtudes e qualidades humanas, o Direito Urbanístico, uma vez voltado ao desenvolvimento das técnicas de ordenação dos territórios e utilização social da propriedade, apresenta-se como ciência das mais relevantes para a concretização do direito à dignidade da pessoa humana. Não há dignidade sem moradia, sem condições de habitação, sem instrumentos urbanos que garantam a circulação, o lazer e o trabalho. O Direito Urbanístico é fundado, ainda, no princípio da igualdade. O princípio da igualdade do cidadão perante a lei, consagrado na Constituição Federal do Brasil no artigo 5º, caput. É, pois, um direito fundamental do cidadão brasileiro. Considerando a vinculação da Administração Pública ao princípio da igualdade, esta deve se traduzir na elaboração e aprovação de planos que estabelecem regras respeitantes à ocupação, uso e transformação do solo urbano ou rural. A todo cidadão deve estar garantido, igualitariamente, o acesso à cidade. Mas é com a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, o “Estatuto da Cidade” que fica definitivamente consolidada a chamada “Ordem Urbanística”, entendida como conjunto de normas de direito urbanístico, ramo autônomo na disciplina jurídica. De fato, vislumbramos progressivo incremento das normas que visam ordenar o uso e a propriedade do solo. Tal preocupação pode ser justificada, no caso do Brasil, pela extremada situação de risco que apresentam as cidades mais populosas do nosso país. A escassez do solo, como a escassez de qualquer recurso natural, justifica a ordenação jurídica do seu uso e consumo. Assim, o planejamento do uso do solo é necessário para conseguir um equilíbrio entre a demanda e a oferta. A qualidade de vida pode, ainda, efetivamente ver-se deteriorada pela concentração populacional em determinados lugares. A busca pela qualidade de vida é, então, justificativa para que se ditem medidas limitadoras da densidade máxima de edificações por área, volume por superfície, entre outras. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 A proteção do meio ambiente, intimamente ligada ao elemento anterior, também representa forte argumento para a regulamentação do solo. Desta feita, não só os habitantes atuais, mas as gerações futuras devem ser, desde já, protegidas de um meio ambiente degradado. No que concerne, ainda, às medidas de aproveitamento e utilização do solo, estas estão inspiradas na finalidade de combater a especulação e proteger o usuário do solo, uma vez que este se trata de bem primário para a construção da vida do cidadão. As justificativas elencadas, coadunam-se, em nossa avaliação, com os princípios constitucionais do Estado Brasileiro e reafirmam-se na vontade do legislador constituinte. É o que se depreende dos artigos 24, que conferiu expressamente à União competência legislativa para editar normas de Direito Urbanístico, aos Estados competência suplementar (§2º, artigo 24) e aos municípios competência para editar normas de direito urbanístico de interesse local (inciso II, artigo 30). Além disso, cumprirá ao Direito Urbanístico, servir à definição e implementação da política de desenvolvimento urbano, a qual tem por finalidade ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes (artigo 182, caput). Desta feita, o Direito Urbanístico é uma disciplina jurídica que dia a dia ganha foros de desenvolvimento, justamente porque a cidade, essência do urbanismo, e onde tal Direito incide, exige diuturnamente a sua participação, quer seja buscando compor litígios, quer seja oferecendo os instrumentosnecessários para que o Poder Público e o particular possam encontrar formas de convivência no âmbito dos seus interesses (GUIMÃRES, 2004). No Direito Urbanístico (do latim: urbanus, de urbs, urbis), não se deve entender a expressão urbano como oposição ao que é rural, mas sim deve-se ao mecanismo dinâmico da cidade somar-se a atividade peculiar do campo, integrando- a de modo a se formar uma única comunidade, que é produto natural, de ordem física, moral e mental. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 Em se tratando, ainda, acerca da autonomia do Direito Urbanístico, em relação aos demais ramos do Direito, os mais conceituados juristas brasileiros possuem o entendimento de que o Direito Urbanístico é ramo autônomo do Direito. A posição contrária, por sua vez, atrai outros tantos juristas da mais alta respeitabilidade. Uma vez que o Direito Urbanístico possui princípios e disciplinas próprios, ampliados principalmente com a aprovação do Estatuto da Cidade, concordamos com Guimarães (2004), ao mencionar que ele assume a posição de um ramo autônomo do Direito. 2.2 Objeto e natureza jurídica das normas do Direito Urbanístico O Direito Urbanístico, enquanto conjunto de normas, tem por objeto regular a atividade urbanística e disciplinar a ordenação do território. Visa “precipuamente a ordenação das cidades”, como nota Meirelles (1997, p. 52), mas os seus preceitos incidem também sobre as áreas rurais, no vasto campo da ecologia e da proteção ambiental, intimamente relacionadas com as condições da vida humana em todos os núcleos populacionais, da cidade e do campo. É o ramo do Direito que visa a promover o controle jurídico do desenvolvimento urbano, isto é, dos vários processos de uso, ocupação, parcelamento e gestão do solo nas cidades. O Direito Urbanístico como ciência, é ramo do direito público que tem por objeto expor, interpretar e sistematizar as normas e princípios; vale dizer: estabelecer o conhecimento sistematizado sobre essa realidade jurídica. Para Meirelles (1997) manifestam-se dois aspectos do Direito Urbanístico: o Direito Urbanístico objetivo, que consiste no conjunto de normas jurídicas reguladoras da atividade do poder público destinada a ordenar os espaços habitáveis, o que vale dizer: conjunto de normas jurídicas reguladoras da atividade urbanística; e o Direito Urbanístico como ciência, que busca o conhecimento sistematizado daquelas normas e princípios reguladores da atividade urbanística. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 Podemos também inferir que não é uma matéria nova, mas em pleno amadurecimento e também podemos inferir que é essencial para tratar os mais variados fatos sociais. O operador do direito está, assim, diante de uma disciplina que reúne especialistas de diversas áreas da ciência atual e da ciência jurídica. A disciplina do Direito Urbanístico está, outrossim, diretamente ligada ao Direito de Propriedade. O Direito de propriedade é, objeto de proteção e de disputa ao longo da história do mundo ocidental, passa por momento de “coletivização”. Isso significa que seu conteúdo não mais se justifica pela utilidade que proporciona a um indivíduo, o proprietário, mas a toda a sociedade. No sistema jurídico brasileiro isso está expresso através dos princípios constitucionais da função social, da dignidade da pessoa humana e da igualdade. Tanto que constituem objetivos fundamentais da República Federativa Brasileira erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais (CF artigo 3º, inciso III) (MIRANDA, 2009) 2.3 Legislação urbana municipal Em se tratando da gestão pública municipal, vários são os instrumentos utilizados na gestão municipal, sendo os mais importantes, o Plano, a Lei Orgânica Municipal, a Lei do Perímetro, Lei do Parcelamento do Solo, Lei do Zoneamento, Código de Obras e Código de Posturas. No ordenamento jurídico1, a lei orgânica pode ser: a lei maior de um município; a lei que disciplina o funcionamento de uma categoria específica de alguns dos poderes (Lei Orgânica da Magistratura – encontrada em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp35.htm; Lei Orgânica do Ministério Público encontrada em 1 Conjunto hierarquizado de normas jurídicas (regras e princípios) que disciplinam coercitivamente as condutas humanas, com a finalidade de buscar harmonia e a paz social. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8625.htm, etc.) – não apenas no Brasil, mas em diversos países. É através dessa lei que o legislador busca, por meio da criação de normas jurídicas, proteger os interesses juridicamente relevantes. Enfim, na Lei Orgânica estão contidos os mais diversos princípios que norteiam a vida da sociedade, numa soma comum de esforços visando o bem-estar social, o progresso e o desenvolvimento de um povo. a) Lei do Perímetro urbano O instrumento que define, que fixa a área urbana do município é a Lei de Perímetro Urbano, de competência exclusiva municipal, servindo tanto para fins urbanísticos quanto tributários. Ademais, só podem ser loteadas parcelas de terra incluídas dento dos seus limites. O perímetro urbano indica o limite oficial entre as áreas urbanas e rurais (IBGE, 2001, p.116; MATTOS et al, 2002). Diante dessa exigência legal, o Manual de Delimitação dos Setores de 2000, do IBGE, é bastante claro ao definir os limites das áreas urbanas e rurais: a área urbana é definida como a área interna ao perímetro urbano de uma cidade ou vila, definida por lei municipal. A área rural é definida, por diferença, como área externa ao perímetro urbano. b) Lei de parcelamento do solo A Lei do parcelamento do solo para fins urbanos é elemento importante e fundamental de execução do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado. Segundo Silva (s.d. apud Mattos et al, 2002), “entende-se por parcelamento do solo urbano o processo de urbanificação de uma gleba, mediante sua divisão ou redivisão em parcelas destinadas ao exercício das funções elementares urbanísticas”. Pode ser feito por arruamento, loteamento, desmembramento, desdobro de lote ou reparcelamento. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 Caberá à lei de parcelamento do solo municipal fixar as normas urbanísticas específicas, atendidas as peculiaridades locais, para a aprovação, em primeiro lugar, dos loteamentos, desdobros e reparcelamentos. Caberá ao Município legislar no sentido de disciplinar os loteamentos e desmembramentos para fins urbanos, em seu território, até a zona de expansão urbana, dispondo as exigências de obras de infraestrutura, as diversas percentagens de áreas de reserva pública, as exigências para o arruamento, as densidades de ocupação para as glebas, as áreas não edificáveis destinadas a equipamentos urbanos, etc. A maioria dos Municípios, no Brasil, possui legislações próprias sobre loteamentos e desmembramentos urbanos (MATTOS et al, 2002). A Lei de Parcelamento do Solo é encontrada em 28,1% dos Municípios brasileiros. Em 57,4% dos Municípiosque a possui o tempo de vigência da lei é inferior a 10 anos; em 27,1% dos casos a lei possui entre 10 anos e 20 anos; e em 13,7% dos casos ela possui mais de 20 anos de vigência (IBAM, 2008). Por incrível que possa parecer registra-se uma relação entre o tamanho de população do Município e o tempo de vigência da Lei de Parcelamento do Solo inversa a que se poderia esperar, ou seja, à medida em que aumenta o tamanho do Município diminui o seu grau de atualidade. Em 66,8% dos Municípios com população inferior a 10 mil habitantes, a Lei de Parcelamento do Solo tem vigência inferior a 10 anos; e para os Municípios com população superior a 500 mil habitantes essa vigência ocorre em apenas 32,0% dos seus Municípios (IBAM, 2008). Segundo a Associação Internacional de Administradores Municipais, zoneamento é a divisão de uma comunidade em zonas para o fim de regular o uso da terra e dos edifícios, a altura e o gabarito das construções, a proporção que estas podem ocupar e a densidade da população (...) As posturas referentes ao zoneamento não se assemelham aos códigos de construções e códigos sanitários, os quais, em geral, se aplicam uniformemente a todos os terrenos ou edifícios de uso e caráter equivalentes, estejam onde estiverem localizados dentro da área urbana (...) No zoneamento, as normas impostas podem ser diferentes nas diversas zonas, mas devem ser idênticas em zonas da mesma espécie ou dentro da mesma zona (...) Para cumprir efetivamente seus propósitos e para ser legalmente defensável, toda postura de zoneamento deve ter caráter amplo, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 isto é, aplicar-se a toda a área da comunidade e incluir as prescrições relativamente ao uso, altura e área. c) Lei de zoneamento A lei do zoneamento é outro instrumento de caráter jurídico-urbanístico importantíssimo a ser aplicado no planejamento municipal. Esta lei também é usada no Brasil há muito tempo, entretanto vem sendo atualizada sob o princípio de ser um instrumento útil para a previsão e o controle de densidades nos meios urbanos. O zoneamento faz parte de uma lei em conjunto com o Uso e Ocupação do Solo, uma vez que estabelece gabaritos de alturas e limitações volumétricas de edificações e compatibilidade da convivência de diferentes usos do solo (residencial, comercial, institucional, industrial, misto). O Zoneamento, geralmente é definido através da divisão, principalmente do perímetro urbano, em áreas com algumas condições e aptidões em comum, que serão as zonas. Para a elaboração do projeto de Lei do Zoneamento também são considerados, sem ordem de prioridade, os fatores de capacidade de adensamento populacional, da capacidade de fornecimento de infraestrutura, das condições ambientais e de topografia. A primeira condição é a capacidade de adensamento populacional, que é desejável nos inúmeros vazios urbanos e nas áreas imediatamente contíguas à malha urbana já existente. A capacidade de fornecimento de infraestrutura é uma questão vital, já que nela estão incluídas as condições de acesso viário, fornecimento de água tratada, coleta de esgoto, drenagem, coleta de lixo. Existem partes da cidade onde claramente inexistem condições para a ocupação por edificações altas e de usos de maior demanda de infraestrutura. Em locais onde as condições são favoráveis será permitida uma ocupação mais adensada, por outro lado, onde já se identifica uma saturação dos limites da capacidade da infraestrutura existente serão permitidas ocupações compatíveis (GROSTEIN, 2008). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 A importância do instrumento do Zoneamento é enorme, pois este busca o desenvolvimento equilibrado da aglomeração urbana, permite a coexistência de atividades diferentes desde que adequadamente dosadas, ao mesmo tempo identifica áreas compatíveis com os vários tipos de uso e porte industrial e, finalmente, assegura uma concentração urbana mais equilibrada (GROSTEIN, 2008). Juntamente com a lei do Zoneamento, o instrumento de caráter jurídico- urbanístico que contempla Ocupação e uso do Solo, são úteis para previsão e controle de densidades nos meios urbanos, quando a cidade cresce em sua região central de maneira desorganizada, multiplicando problemas de todas as espécies. Em termos de prognóstico, este instrumento pode proporcionar um desenvolvimento responsável e sustentável, com a intenção concreta de correção de problemas e inversão das tendências. Há necessidade de definir claramente normas para muitos pontos hoje desconsiderados, como: a questão da ocupação das margens dos cursos de água; a necessidade de se avaliar empreendimentos e intervenções que causem algum tipo de impacto no meio ambiente, natural ou construído; a necessidade de garantir um mínimo de segurança em áreas onde se aglomeram pessoas; o controle do uso do solo diz respeito a questões quantitativas e qualitativas. O tipo de ocupação e a compatibilização das atividades são aspectos de grande importância, pois pode-se considerar, segundo Santos (2008), “que as cidades são tanto mais viáveis quanto maior for a complementaridade das funções que abrigam”. Isto também significa que a manutenção da coexistência de usos diferentes deve ser preservada, por se entender que a multiplicidade de usos, desde que compatíveis, é saudável. Entretanto, as incompatibilidades dos usos deverão ser tratadas com atenção. Em geral, vários tipos de usos industriais devem ser localizados em áreas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 adequadas, afastadas de outras categorias de usos. Muitas vezes, o porte de qualquer uso, em geral comercial e institucional, tais como lojas de materiais brutos de construção, supermercados e escolas, é o que mais determina a demanda de áreas para estacionamento, manobras e de carga e descarga. Muitas vezes estes tipos de equipamentos se tornam inviáveis em determinadas áreas da cidade, e nem sempre as adaptações serão possíveis (SANTOS, 2008). Nesta lei deverão estar contempladas formas de intervenção adequada quanto aos aspectos da altura das edificações, o quanto se pode ocupar do terreno, o quanto se pode construir, o quanto as edificações deverão estar afastadas entre si, quantas vagas de estacionamento devem ser garantidas. Para esses pontos importarão a capacidade de adensamento da população e a de garantia de acessibilidade. Desta maneira, a diferenciação destes índices estará demarcada através da organização do território em zonas. Muitas regras importantes estarão presentes na Lei, dentre elas: a taxa de ocupação, definindo o quanto se pode ocupar de um lote ao nível do solo, apresentando algumas variações de acordo com a zona; os afastamentos das construções, que permitirão, onde for possível, ampliações de vias públicas através de indenização, e garantirão acesso e passagem de luz e ventilação necessárias ao bom funcionamento das edificações; o coeficiente de aproveitamento, determinador de densidade populacional, aplicado para o cálculo do quantas vezes a área do lote se pode construir em um terreno em uma determinada zona; uma proporção do lote a ser mantida por solo e cobertura vegetal, conhecida como taxa de permeabilização, para diminuir a sobrecarga no sistema de captação de águaspluviais (SANTOS, 2008). Deste modo, é imprescindível que se determine como ocupar e usar o solo dentro da área urbana, e também como proporcionar meios com que a cidade passe a se desenvolver de forma saudável. As limitações serão muito benignas para a cidade e representarão apenas um desafio a mais para a criatividade dos projetistas e usuários. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 As regras para uso e ocupação do solo são necessárias quando: pretende-se atingir um grau de qualidade de vida possível para toda a cidade; garantir uma área central que seja possível, segura e agradável para circular; que os bairros possam garantir boas condições de acessibilidade e habitabilidade, de conviver com usos diversos, mas não prejudiciais a ninguém (SANTOS, 2008). d) Código de Obras Este código disciplina procedimentos administrativos e executivos e as regras gerais e específicas que dizem respeito a obras, edificações e equipamentos, inclusive os destinados ao funcionamento de órgãos ou serviços públicos, no âmbito da competência do Município. Trata-se de uma lei complementar que tem como objetivos orientar os projetos e as execuções das obras e edificações no Município, assegurar a observância e promover a melhoria dos padrões mínimos de segurança, higiene, salubridade e conforto das edificações de interesse para a comunidade (MATTOS et al, 2002). O Código de Obras é o instrumento que permite à administração Municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço edificado e seu entorno, garantindo a segurança e a salubridade das edificações. Ao utilizar esse instrumento, as Prefeituras buscam assegurar melhor qualidade de vida para seus habitantes, conforto ambiental, conservação de energia e acessibilidade de portadores de deficiências. As diretrizes para construção, presentes no Código de Obras e Edificações, complementam-se e devem estar integradas com outros instrumentos urbanísticos, que por sua vez devem ser elaborados ou revisados para o efetivo controle da atividade edilícia no Município (CÓDIGO DE OBRAS, 2008). O Código de Obras é encontrado com maior frequência na região Sul (58,7%), seguindo-se em importância as regiões Centro-oeste (50,1%) e Sudeste (46,2%) (IBAM, 2008). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 O Plano Diretor apresenta maior frequência na região Sul (31,1%), seguindo- se em importância a região Sudeste (16,2%). No Nordeste, o plano diretor é encontrado em 7,0% dos seus Municípios (IBAM, 2008). Na ocorrência de Código de Obras os diferenciais são mais marcantes. Nos Municípios com população inferior a 10 mil habitantes o Código de Obras é encontrado em 28,3% deles, sendo que esse percentual se eleva a 96,2% para os Municípios com população superior a 500 mil habitantes (IBAM, 2008). A providência inicial, uma vez decidida a elaboração de um projeto de edificação, é a verificação, junto aos Órgãos Públicos, particularmente junto às Prefeituras, das exigências a serem observadas. Tais exigências estão contidas no Código de Obras específico de cada Município. Esses códigos têm por objetivo: coordenar o crescimento urbano; regular o uso do solo; controlar a densidade do ambiente edificado; proteger o meio ambiente; e, garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e iluminação natural adequadas a todos os edifícios. Assim, os códigos de obras definem, entre outros, os seguintes itens: tipo de ocupação permitido para um determinado lote; a projeção máxima do edifício sobre ele (taxa de ocupação); área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização); e, recuos a serem observados com relação às divisas (www.edifique.arq.br, 2008). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 e) Código de Posturas Dispõe sobre medidas de polícia administrativa a cargo do Município, em matéria de higiene e ordem pública: tratamento da propriedade, dos logradouros e dos bens públicos; horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e industriais e matéria conexa, estatuindo as necessárias relações entre o poder público e os particulares (MATTOS et al, 2002). As pessoas físicas e jurídicas são obrigadas a cumprirem as prescrições desta Lei, a colaborarem para a efetivação de suas finalidades e a viabilizarem a fiscalização pertinente dos órgãos municipais. Ela trata em detalhes da higiene, do bem estar público, da conservação e da utilização das edificações, dos locais de culto, de publicidade em geral, da prevenção contra incêndios, das árvores nos imóveis urbanos, das medidas referentes aos animais, da localização e funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais, prestadores de serviços e similares. O Código de Obras possui menos de 10 anos de vigência em 61,5% dos Municípios com menos de 10 mil habitantes; em torno dos 45% para aqueles com população entre 10 mil e 100 mil habitantes; 39,5% para os Municípios com população o entre 100 mil e 500 mil habitantes; e, apenas 4,0% para aqueles com população o superior a 500 mil habitantes. A distribuição dos Municípios, segundo as regiões, mostra que dos Municípios que apresentam maior grau de atualidade do Código de Obras, ou seja, menos de 10 anos de vigência, a região Norte apresenta 63,5% dos seus Municípios; enquanto que na região Nordeste estão nessa situação o 57,2% dos seus Municípios; assim como 54,3% daqueles da região Sul; 51,1% dos Municípios da região Centro-oeste e 40,4% daqueles da região Sudeste (IBAM, 2008). O Código de Posturas é encontrado em 56,2% dos Municípios brasileiros. Em 50,0% daqueles que possuem o referido código, o tempo de vigência é inferior a 10 anos. Em 17,0% dos casos o Código de Posturas tem vigência entre 10 anos e 20 anos; enquanto que para 27,0% dos Municípios o código tem mais de 20 anos (IBAM, 2008). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 O Código de Posturas é encontrado em 43,9% dos Municípios com população inferior a 10 mil habitantes e em 58,9% daqueles com população entre 10 mil e 20 mil habitantes. Para os Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes o percentual de ocorrência é de 73,6%, elevando-se a 82,1% para aqueles com população entre 50 mil e 100 mil habitantes e 82,2% para aqueles com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, alcançando a 84,6% dos Municípios com população superior a 500 mil habitantes (IBAM, 2008). A distribuição dos Municípios, segundo as faixas de tamanho de população, mostra que quanto menor o tamanho do Município, maior é o grau de atualidade do Código de Posturas. De um lado, a legislação urbana deve sua existência ao direito de propriedade, por outro, pode-se dizer que seus fundamentos têm origem nas preocupações higienistas que se manifestaram desde os primórdios da civilização urbana. No entanto, é logo após o advento da Era Industrial, quando as condições de insalubridade e higiene das cidades, agora inchadas pelo afluxo de uma grande massa de trabalhadores, fogem ao controle das autoridades, que se intensifica a produção de leis urbanísticas, visando a possibilitarmedidas saneadoras dotadas de caráter cogente. Segundo Oliveira Filho (2004), as disposições presentes no Estatuto da Cidade afirmam a possibilidade real de efetivação dos princípios da democracia participativa, da gestão democrática e da função social da propriedade urbana. Em relação ao princípio da função social da propriedade, o estatuto busca assegurar o direito a propriedade imobiliária urbana, desde que cumprida a sua função social, como reserva legal prevista constitucionalmente. Propõe, assim, uma mudança de interpretação, reconhecendo a função da propriedade em razão das necessidades da sociedade como um todo. Os sistemas de gestão democráticos passam, com o Estatuto, a serem diretrizes da administração pública, o que inclui o planejamento participativo, como preceito a ser observado pelos municípios. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 2.4 Estatuto das cidades (Lei nº 10.257/01) O Estatuto da Cidade regulamentou e expandiu os dispositivos constitucionais sobre política urbana, além de ter explicitamente reconhecido o “direito à cidade sustentável” no Brasil. Essa lei federal resultou de um intenso processo de negociação de mais de dez anos, entre as forças políticas e sociais, e confirmou e ampliou o papel fundamental jurídico-político dos municípios na formulação de diretrizes de planejamento urbano, bem como na condução dos processos de desenvolvimento e gestão urbana. O Estatuto da Cidade tem quatro dimensões principais, quais sejam: uma conceitual, que explicita o princípio constitucional central das funções sociais da propriedade e da cidade e os outros princípios determinantes da política urbana; uma instrumental, que cria uma série de instrumentos para materialização de tais princípios de política urbana; uma institucional, que estabelece mecanismos, processos e recursos para a gestão urbana; e, uma dimensão de regularização fundiária dos assentamentos informais consolidados. A ordem jurídico-urbanística consolidada pelo Estatuto da Cidade tem sido desde então complementada por importantes novas leis federais, como as que regulamentam as parcerias público-privadas (Lei Federal nº 11.079, de 2004), os consórcios intermunicipais (Lei Federal nº 11.107, de 2005) e a política nacional de saneamento (Lei Federal nº 11.445, de 2007). Um processo significativo de mudança institucional com a criação do Ministério das Cidades e do Conselho Nacional das Cidades, em 2003, merece destaque e tem dado suporte sociopolítico a esse movimento fundamental de reforma jurídica. Um esforço legislativo ainda maior tem sido feito quanto à questão da regularização fundiária, de forma a garantir a efetivação e materialização dos direitos sociais reconhecidos, o que requer a superação de obstáculos jurídicos ainda Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 colocados pela legislação federal — urbanística, ambiental, cartorária e processual — em vigor. A Lei Federal nº 10.931/04 estabeleceu a gratuidade do registro imobiliário nos programas de regularização; a Lei Federal nº 11.481/07 foi aprovada no sentido de facilitar os processos de regularização fundiária pelos municípios nos assentamentos informais consolidados em terras da União; a Lei Federal nº 11.888, de 2008, instituiu o direito das comunidades à assistência técnica em programas de regularização; a Lei Federal nº 11.952, de 2009, regulamentou a regularização fundiária em áreas urbanas da Amazônia Legal; e a Lei Federal nº 11.977, também de 2009, foi aprovada para regulamentar o Programa Habitacional Minha Casa, Minha Vida e para facilitar a regularização fundiária de assentamentos informais. Uma ampla discussão nacional tem ocorrido acerca da revisão da referida Lei Federal nº 6.766, de 1979 (Projeto de Lei nº 3.057, de 2000), que regulamenta os parcelamentos do solo para fins urbanos e a regularização de assentamentos informais (FERNANDES, 2010). 2.5 Plano Diretor Além de cumprir uma exigência prevista na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 182, o Plano Diretor é um instrumento de extrema importância para o processo de planejamento do município. Através deste instrumento, torna-se possível equilibrar o desenvolvimento econômico e urbano com a preservação histórica, cultural e ambiental, além de ter como meta promover o bem-estar e a melhoria da tão falada qualidade de vida dos cidadãos como um todo (MATTOS et al, 2002). O Plano Diretor deve considerar, principalmente, a necessidade da atuação do poder público na produção de um ambiente equilibrado ao alcance de toda a população e na redução das desigualdades entre as diferentes áreas urbanas. Somam-se a esses princípios a definição de mecanismos de ajuste dos processos de crescimento e a instituição de formas de participação popular organizada no processo de elaboração e decisão sobre os planos ou orçamentos (MATTOS et al, 2002). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 O Plano Diretor também permite ordenar a ocupação do solo, fator que em muito contribui para uma administração municipal mais eficaz, sendo acompanhado de outros instrumentos que tratarão das questões do zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo. É uma lei que nasce a partir de preocupações com a implantação de mecanismos para geração e proteção dos padrões adequados de qualidade de vida, servindo de um conjunto de instrumentos de controle do uso do solo, estabelecendo as bases para a diferenciação dos padrões de ocupação em termos físicos como também socioeconômicos (MATTOS et al, 2002). Em síntese, o plano diretor é o produto final de uma elaborada cadeira normativa, em que todos os aspectos do uso do solo serão considerados, desde os de segurança nacional até os de mera conveniência da população de bairros, avenidas e ruas. Deve se orientar pelo Estatuto da Cidade, que apresenta como conteúdo um complexo de normas legais, abrangendo o desenvolvimento econômico-social, o meio ambiente e o uso e ocupação do solo, projetados para um determinado período, para a vida municipal. Sendo um processo longo para aprovação, e uma vez lei, obriga o município e os órgãos públicos federais, estaduais e metropolitanos à sua observância, assim como aos particulares. O Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua principal finalidade é orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população. Ele tem que ser feito por exigência constitucional, para municípios com mais de 20.000 habitantes, sendo que o plano objetiva uma melhor qualidade de vida para todos. É feito por iniciativa do prefeito, participando dele a prefeitura, a população (quando acontecem as discussões com a comunidade) e a câmara municipal (que o transforma em lei). O plano diretor reflete os anseios da comunidade e indica os caminhos para uma cidade melhor. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 Dele se espera... Que proponha meios para garantir e incentivara participação popular na gestão do município. Que aponte rumos para um desenvolvimento local economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado. Que apresente diretrizes e instrumentos para que os investimentos em saneamento, transporte coletivo, saúde, educação, equipamentos urbanos, habitação popular sejam adequadamente distribuídos e beneficiem toda a população. Que proponha soluções para a melhoria da qualidade da gestão pública local, tornando-a mais apta a utilizar os recursos públicos e a prestar melhores serviços à população. Que proponha diretrizes para proteger o meio ambiente, os mananciais, as áreas verdes e o patrimônio histórico local (FERNANDES, 2010). 2.6 Os direitos das pessoas com deficiência e o impacto no direito urbanístico No Brasil, milhares de pessoas possuem algum tipo de deficiência, seja ela uma deficiência motora, visual, auditiva ou mental. Especialmente para essas pessoas, é preciso assegurar o direito à acessibilidade, preparando construções residenciais e comerciais para atender às necessidades deste público. Válida para todos os tipos de imóveis, a norma ABNT NBR 9050:2004 é a responsável por fornecer orientações a respeito dos critérios e parâmetros técnicos que devem ser observados em relação à acessibilidade em edificações, mobiliário, espaço e equipamentos urbanos. Criada com a intenção de assegurar boas condições de acesso às pessoas com algum tipo de deficiência, a norma deve servir como referência para planejamentos, construções e reformas, sem distinção. De acordo com a norma, são classificados como “acessíveis” os imóveis adaptados que priorizam a independência e o conforto de pessoas com alguma Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 limitação. Nesse sentido, alguns critérios devem ser respeitados, dentre os quais, é possível citar: Portas – devem ser largas com, no mínimo, 80 cm de vão, permitindo a movimentação de cadeirantes; entradas – devem contar com rampas de acesso ao imóvel; corredores de acesso – obrigatoriamente, devem permitir aos cadeirantes a realização de manobras de 90º, aumentando sua autonomia de movimentos; paredes – em certos casos, a eliminação de paredes pode ser necessária para assegurar a mobilidade do morador. A intenção é que o ambiente seja espaçoso o suficiente para possibilitar um giro de, pelo menos, 180º; mobília – todo o excesso deve ser retirado, garantindo amplitude ao ambiente e fácil locomoção dos moradores; banheiros – desníveis no piso devem ser removidos, assim como a instalação de barras de apoio é indispensável. Além disso, edificações residenciais multifamiliares, como condomínios e conjuntos habitacionais, devem, obrigatoriamente, contar com áreas comuns acessíveis. Prédios de uso público e edificações privadas destinadas ao uso coletivo também são obrigadas a respeitar normas de acessibilidade, sobretudo locais como escolas, cinemas, teatros, clubes e estádios esportivos. Nesses casos, certas condições devem ser analisadas, a fim de adaptar lugares como salões de festas e de reuniões, quadras esportivas, portarias, auditórios, piscinas, áreas de lazer, bibliotecas e laboratórios. Especialmente ao se tratar de instituições de ensino, as carteiras e o quadro negro também devem ser adaptados. Imóveis antigos, com plantas aprovadas antes das exigências legais, também devem ser adaptados, conforme estabelecido pela Constituição Federal. O que pode acontecer, no entanto, é que haja mais gastos e maiores dificuldades para a adaptação do bem, o que não exclui obrigatoriedade. Já a categoria de imóveis tombados também deve ser adaptada com o diferencial de que, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 nesse caso, podem surgir certas restrições de acordo com as especificidades da construção. Para auxiliar nesse processo de adaptação do imóvel, é possível contar com o acompanhamento de profissionais técnicos na área, como engenheiros ou arquitetos. A norma que regulariza as adaptações de acessibilidade necessárias em cada tipo de imóvel tem como finalidade não apenas orientar obras, mas principalmente, assegurar, tanto administrativamente, quanto judicialmente a acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência, seja ela física, mental, visual, auditiva ou múltipla. A exigência visa proporcionar mais comodidade e qualidade de vida para quem depende de condições especiais de locomoção e moradia, facilitando ainda inúmeras negociações do mercado imobiliário. Quem pretende vender uma casa ou apartamento deve se responsabilizar pela adaptação do imóvel, com o intuito de oferecer um bem que esteja dentro das condições e necessidades do futuro morador. Para evitar dúvidas e problemas futuros, tanto proprietário quanto futuro comprador devem procurar ajuda jurídica e esclarecer todos os detalhes tocantes à acessibilidade de imóveis particulares. Freitas (2012) lembra que o censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. O número corresponde a aproximadamente 24% da população. Do total, 13 milhões de pessoas declararam ter uma deficiência grave motora, visual, auditiva ou mental. Segundo a pesquisa, quatro milhões de pessoas afirmaram ter problemas motores severos. Segundo Freitas (2012), é necessário que o mercado imobiliário esteja preparado para receber pessoas com deficiência, principalmente as com problemas motores. Os imóveis adaptados facilitam e muito a vida de quem não pode se mover com tanta facilidade. O uso de cadeira de rodas, por exemplo, limita a amplitude dos movimentos, exigindo um espaço maior para virar ou dar a volta completa. O cadeirante tem que ter autonomia para realizar estas manobras. Com o Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 planejamento certo na hora de construir, ou até mesmo reformar, isso é possível, destaca. Enfim, os imóveis adaptados devem priorizar a independência e o conforto de quem tem alguma limitação física. Pequenas mudanças podem significar mais qualidade de vida no ambiente residencial e permitir uma locomoção rápida e segura. O espaço para circulação deve ser amplo, pois assim é possível realizar manobras, circular, se aproximar de objetos e alcançá-los. A norma ABNT NBR 9050:2004 dá orientações sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamentos urbanos e é uma referência na hora de planejar, construir ou reformar espaços adaptados. São critérios e parâmetros técnicos que precisam ser observados a fim de assegurar boas condições de acesso às pessoas com algum tipo de deficiência. Somente as edificações que seguem o que está disposto nesta norma podem ser considerados acessíveis, esclarece Freitas, vice-presidente da Associação de Advogados do Mercado Imobiliário (ABAMI). A norma considera que a acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos. Qualquer pessoa, inclusive as com mobilidade reduzida, devem ter acesso a estes espaços. A norma ainda destaca que o termo acessível implica a acessibilidade física e de comunicação, acrescenta o especialista,diretor adjunto de relações com o judiciário da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI). De acordo com os parâmetros estabelecidos na norma ABNT NBR 9050:2004, a altura de objetos como os interruptores, por exemplo, deve estar entre 0,60 e 1,00 m de altura. O documento ainda dispõe que as edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais devem ter áreas comuns acessíveis. Em edificações unifamiliares a aplicação do disposto é facultativa. Esta norma é de extrema importância para as pessoas com dificuldades de mobilidade e representa um avanço para assegurar mais dignidade a esta parcela da população, finaliza. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 Vale a pena conferir a NBR 9050 disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 UNIDADE 3 – DIREITO TRIBUTÁRIO 3.1 O Direito Tributário Por definição, Direito Tributário é um ramo do Direito Público que rege as relações existentes entre o estado (FISCO) e os particulares (CONTRIBUINTES), tendo por objeto regular os tributos. O direito tributário estuda os princípios e as normas que disciplinam a tributação, caracterizando-se como ramo do direito que trata das relações entre o ente estatal e as pessoas submetidas à tributação, com as respectivas limitações do poder de tributar. A sua finalidade é estabelecer regras para limitar o poder estatal de tributar e proteger os cidadãos de abusos no exercício deste poder estatal. Em sua origem, o direito tributário estava inserido dentro do sistema do direito financeiro, uma vez que a atividade financeira inclui a tributação. Com o passar do tempo, a tributação ficou cada vez mais complexa e as normas a ela relacionadas passaram a se modificar com grande rapidez. Esta evolução implicou a autonomia do direito tributário, pois este passou a ter um objeto próprio, princípios e institutos próprios (NEVES; LOYOLA, 2011). OBJETO PRÓPRIO – é a disciplina das relações jurídico-econômicas indicadoras de capacidade contributiva, ou seja, a disciplina do vínculo obrigacional, decorrente de lei, que se estabelece entre o ente estatal e o particular. PRINCÍPIOS PRÓPRIOS – princípios que somente a ele se referem, como exemplo podem ser citados: o princípio da anterioridade; o princípio da vedação ao confisco; o princípio da capacidade contributiva. INSTITUTOS PRÓPRIOS – no direito tributário os institutos próprios são as normas ou dispositivos legais que somente a ele se referem, são elementos que não Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 estão presentes em outros ramos do direito. Como exemplo temos a hipótese de incidência, lançamento, responsável tributário, etc. Segundo Neves e Loyola (2011, p. 708), no direito tributário não se estuda a destinação dos valores arrecadados. Ele abrange desde a origem do tributo até o momento em que desaparece a obrigação tributária. Direito Tributário, segundo alguns doutrinadores: é a disciplina da relação entre Fisco e Contribuinte, resultante da imposição, arrecadação e fiscalização dos impostos, taxas e contribuições (NOGUEIRA, 1990); o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos (CARVALHO, 1991); direito tributário é a ramificação autônoma da Ciência Jurídica, atrelada ao Direito Público, concentrando o plexo de relações jurídicas que imantam o elo do Estado versus contribuinte, na atividade financeira do Estado, quanto à instituição, fiscalização e arrecadação de tributos (SABBAG, 2009); é o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra abusos desse poder (MACHADO, 2009); o Direito Tributário é a disciplina jurídica dos tributos (AMARO, 2007); direito Tributário é o direito que disciplina o processo de retirada compulsória, pelo Estado, da parcela de riquezas de seus súditos, mediante a observância dos princípios reveladores do Estado de Direito. É a disciplina jurídica que estuda as relações entre o fisco e o contribuinte (HARADA, 2009). Tributo vem do latim – tribuo, tributum, tribuere, significa repartir com os cidadãos a despesa pública. É uma obrigação ex lege em moeda, que não constitui sanção por ato ilícito e que tem como sujeito ativo, normalmente, uma pessoa política e por sujeito passivo qualquer pessoa apontada na lei, lei esta que foi elaborada pelo poder legislativo da entidade tributante. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 Obrigação é o vínculo abstrato de conteúdo patrimonial por meio do qual uma pessoa (sujeito passivo) é compelida a fazer, não fazer, dar ou suportar algo em favor de outrem (sujeito ativo). Obrigação ex lege – deriva direta e imediatamente de previsão legal. Esse tipo de obrigação se opõe às obrigações ex volutate, que se originam da vontade das partes. Como dizem Neves e Loyola (2011), o tributo nasce da vontade do Estado, traduzida pelas disposições normativas. Ela não depende da vontade do contribuinte ou da autoridade fiscal (não é esta autoridade que faz nascer a obrigação de pagar o tributo). Tributação significa ação estatal de exigir tributos. O Código Tributário Nacional (CTN) Lei nº 5.172/66 define tributo como: Art. 3º - Tributo é toda prestação Pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Já na Lei nº 4.320/64, encontramos no art. 9 que Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições, nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades. A tributação no Brasil só pode ser levada a efeito pelo Estado, ou seja, pelas pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Somente quem legisla pode criar tributos em abstrato. Assim, somente as pessoas políticas podem instituir tributos; pois detêm capacidade legislativa. A tributação atinge a liberdade e a propriedade. A liberdade é atingida pelo fato de a pessoa não poder transitar livremente com seus bens. Assim, por exemplo, uma pessoa que adquire um computador no exterior, para trazê-lo para o país deve pagar os tributos relacionados com a importação, caso contrário será vedado o ingresso do bem no país. A propriedade também é atingida, pois o Estado compele a pessoa a pagar-lhe uma soma determinada. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00horas 31 3.2 Sistema Tributário Nacional (obrigação, crédito) O Sistema Tributário Nacional é o conjunto de princípios e de normas unificados em torno da ideia de tributo. As disposições sobre o Sistema Tributário Nacional estão contidas nos artigos 145 a 162 da Constituição Federal, constantes sob este título, não obstante existirem outros comandos constitucionais referentes a tributos (art. 195). Tais disposições tratam dos aspectos estruturais básicos do nosso ordenamento jurídico-tributário, contendo regras que devem ser seguidas pelos legisladores infraconstitucionais, bem como por parte da administração tributária e do Poder Judiciário no exercício de suas respectivas funções. 3.3 Espécies tributárias Segundo o Art. 5º CTN, são espécies tributárias: impostos, taxas, contribuição de Melhoria. Art. 145, I, II, III, CF: impostos; taxas; contribuição de Melhoria. Art. 148 - CF: empréstimo Compulsório. Art. 149 - CF: contribuições parafiscais especiais. Assim, as modalidades de tributo são: impostos; taxas; contribuição de melhoria2; contribuições sociais3; empréstimos compulsórios. 2 Como só existe um tipo de contribuição de melhoria, pode-se dizer que é gênero e espécie. 3 As contribuições sociais e os empréstimos compulsórios podem ter suas hipóteses de ocorrência direcionadas para dois dos três tributos acima, quais sejam impostos ou taxa. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 a) Imposto Imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. O fato gerador é do particular. O imposto é espécie do gênero tributo. Art. 3º do CTN – obrigação ex lege, em moeda, que não se constitui em sanção por ato ilícito e que tem por sujeito ativo, normalmente, uma pessoa política e por sujeito passivo, qualquer pessoa apontada na lei. Art. 16 do CTN – imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. É um tipo de tributo que tem por hipótese de incidência um comportamento do contribuinte ou uma situação jurídica na qual ele se encontra. O artigo 77 do CTN preconiza que as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Este ditame tem consonância com o 145, II da CF. b) Taxas É a cobrança que a administração faz em troca de algum serviço público. Neste caso, há um destino certo para a aplicação do dinheiro. Diferentemente do imposto, a taxa não possui uma base de cálculo e seu valor depende do serviço prestado. Como exemplos, estão a taxa de iluminação pública e de limpeza pública, instituídas pelos municípios. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 c) Contribuições de melhoria (ART. 145/ II, da CF) Este tributo depende da realização de uma obra pública, de modo que se enquadra na categoria de tributo vinculado. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (Art. 81) d) Contribuições sociais ou parafiscais ou especiais (ART. 149 DA CF) Este tributo se qualifica por sua finalidade e não pela destinação do produto de sua arrecadação. A constituição delineou as contribuições sociais como tributo com finalidade voltada para: intervenção no domínio econômico; o interesse de categorias profissionais ou econômicas; ou para o custeio da seguridade social. e) Empréstimos compulsórios Essa modalidade é uma espécie de tomada de dinheiro, a título de empréstimo, que o Governo faz em determinadas situações de emergência, para futuramente restituí-lo ao cidadão. Somente a União pode determiná-lo. 3.4 Tributos incidentes sobre imóveis São impostos federais: a) Imposto sobre a propriedade territorial rural – ITR (Arts. 29 a 31 do CTN; art. 153, VI, da CF; Lei nº 9.393/1996 e Decreto nº 4.382/2002). Fato gerador (Art. 29 do CTN): propriedade, domínio útil ou posse de imóvel por natureza situado fora da área urbana. Contribuinte: proprietário, titular do domínio útil ou possuidor. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 Alíquotas: podem ser proporcionais e progressivas, conforme o grau de utilização da área rural (art. 153, § 4º, da CF). E ainda, nos termos do art. 34 do Decreto nº 4.382/2002 depreende-se que pode ser de 0,03 % a 20%, em função do grau de utilização e da área do imóvel. Base de Cálculo: valor da terra nua (VTN), conforme art. 30 do CTN c/c art. 8º da Lei nº 9.393/1996 e com art. 32 do Decreto nº 4.382/2002. b) Imposto sobre grandes fortunas – IGF - Previsto no inc. VII do art. 153 da Constituição, mas ainda não instituído pela União Federal. Impostos estaduais a) Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos – ITCMD (Arts. 35 a 42 do CTN; art. 155, I, da CF). Fato gerador: transmissão da propriedade de quaisquer bens ou transmissão (cessão) da titularidade de direito em virtude da morte de seu detentor ou por doação. Contribuinte: herdeiro ou legatário (transmissão causa mortis) e doador ou donatário, conforme definido na legislação estadual (no caso de doação). Alíquotas: estabelecido por lei estadual, respeitando o percentual mínimo e máximo fixado pelo Senado Federal. Base de Cálculo (Art. 35 do CTN): valor de mercado do bem (valor venal) ou direito transmitidos e da doação. Imposto municipal a) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU (Arts. 32 e seguintes do CTN e Art. 156, I, da CF) Fato gerador: propriedade, domínio útil ou posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física localizado na zona urbana do município. Contribuinte: proprietário, titular do domínio útil ou possuidor. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 Alíquotas: fixadas por lei municipal, lembrando ainda, a possibilidade da progressividade admitida na Constituição Federal, art. 156, § 1º, I e II, e art. 182, § 4º, II. No que se refere a progressividade, vale salientar que, a partir da vigência da EC nº 29/2000, o IPTU passa a ter um caráter de progressividade fiscal, ou seja, poderá ser progressivo em relação ao valor do imóvel tão somente para arrecadar mais, quanto maior seja o valor do imóvel do contribuinte. Não há mais a obrigatoriedade de que o IPTU venha atrelar-se ao cumprimento da função social da propriedade privada. Base de Cálculo - Art. 33 do CTN: valor venal do imóvel. b) Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por atooneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição – ITBI (Arts. 35 a 42 do CTN; art.156, 11, da CF). Fato gerador: transmissão intervivos, por ato oneroso, da propriedade de bens imóveis ou de direitos reais sobre imóveis. Contribuinte: qualquer das partes na operação, conforme definido por lei municipal. Alíquotas: estabelecidas por lei municipal, proporcionais em única percentagem sobre a base de cálculo, sendo vedada a progressividade. Base de Cálculo (Art. 148 do CTN): valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 Abaixo, resumo da classificação dos impostos quanto ao ente tributante: IMPOSTOS FEDERAIS IMPOSTOS ESTADUAIS IMPOSTOS MUNICIPAIS Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados – IE; Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros – II; Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza – IR; Imposto Territorial Rural – ITR. Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS; Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA; Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito – ITCMD; Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana - IPTU; Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS; Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens e Imóveis e de direitos reais a eles relativos – ITBI. Há também o Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF que, apesar de previsto na Constituição, está ocioso, aguardando lei complementar que o regule. Quadro resumo da classificação do Professor Márcio Severo Marques (2005), em sua obra “Classificação Constitucional dos Tributos”, que entendemos abranger todas as espécies tributárias previstas na CF. Essa classificação leva em conta três critérios, a saber: 1º. exigência constitucional de previsão legal de vinculação entre a materialidade do antecedente normativo e uma atividade estatal referida ao contribuinte; 2º. exigência constitucional de previsão legal de destinação específica para o produto de arrecadação; 3º. exigência constitucional de previsão legal e restituição do montante arrecadado ao contribuinte, ao cabo de determinado período. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 Tributos identificados 1º critério 2º critério 3º critério Imposto Não Não Não Taxa Sim Sim Não Contribuição de melhorias sim não não Contribuições não sim não Empréstimos compulsórios não sim sim Vale guardar: Tributos sobre a Propriedade é, grosso modo, o dinheiro, o valor cobrado sobre o patrimônio do cidadão: IPTU - Imposto Predial Territorial e Urbano (para os Municípios) – proprietário de um imóvel deve arcar com o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), cuja alíquota é fixada por lei municipal e incide sobre o valor venal do imóvel. Esse valor venal está previsto naquilo que se denomina Planta Genérica de Valores (PGV), aprovada por lei municipal, no qual todos os imóveis do município estão ali mapeados, seguidos de sua avaliação que serve de base de cálculo para incidência de IPTU. Com relação às alíquotas, o município poderá estabelecer ainda o seguinte: (a) se o proprietário de imóvel localizado em determinada área incluída no plano diretor não promover o uso adequado do solo urbano, o imóvel poderá ser tributado com IPTU progressivo no tempo, ou seja, as alíquotas do IPTU aumentam com o decorrer do tempo; (b) adotar a progressividade também em razão do valor econômico do imóvel; (c) instituir alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. ITR – Imposto sobre a Propriedade Rural (para a União). ITBI – Imposto sobre Transmissão Inter Vivos (para os Municípios) – o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), também de competência municipal, é o imposto que incide na transmissão inter vivos (entre pessoas vivas), a qualquer Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 título, por ato oneroso de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como de cessão de direitos a sua aquisição. Ou seja, sempre que algum proprietário vender o seu imóvel, ou ceder os direitos relativos a esse imóvel, haverá incidência do ITBI que, por sua vez, deverá ser pago pelo comprador. Usualmente, as alíquotas variam de 1% a 3% sobre o valor da negociação ou sobre o valor atribuído pelo município, sempre o que for mais alto. Ou seja, se o valor da operação for inferior ao valor atribuído pela municipalidade, a alíquota do ITBI será calculada sobre o valor mais alto; no caso, sobre o valor atribuído pela municipalidade. Salvo alguns casos específicos, o recolhimento do ITBI deve ser feito quando da lavratura da escritura de transmissão da propriedade, cabendo ao Tabelião de Notas mencionar os dados da guia do respectivo recolhimento. IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores. (para os Estados). ITCMD – Imposto sobre Transmissão de Heranças e Doações (para os Estados) – o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) trata-se do imposto que incide na transmissão causa mortis, ou seja, por sucessão decorrente do falecimento do proprietário do bem, e também, nos casos de doação; e a competência para a sua instituição é dos estados e do Distrito Federal. Usualmente, a alíquota adotada para essas hipóteses é a de 4% sobre o valor do bem transmitido. No caso de “causa mortis”, ou seja, nos processos de inventário de bens deixados por falecimento de alguém, quem paga é o herdeiro beneficiário dos bens deixados pelo falecido. No caso de doação, o responsável pelo recolhimento do imposto é o doador (ALMEIDA, 2010) Imposto de Renda sobre Lucro Imobiliário – por fim, de competência da União, há ainda o Imposto de Renda sobre Lucro Imobiliário, que incide sempre que um imóvel seja transmitido a outro e que se apure um lucro calculado entre o valor original de aquisição e o valor da atual transmissão. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 39 Assim, em uma operação onde um imóvel adquirido por R$ 100.000 seja vendido por R$ 120.000, verifica-se um ganho de R$ 20.000; sobre esse valor de R$ 20.000 aplica-se, quando se tratar de vendedor “pessoa física”, a alíquota de 15% a título de Imposto de Renda sobre Lucro Imobiliário. Portanto, 15% sobre R$ 20.000 perfaz a quantia de R$ 3.000 a ser recolhida a título de imposto de renda sobre lucro imobiliário, que deverá ser pago pelo vendedor. Para cada operação imobiliária devem ser levadas em conta, as suas especificidades, pois alguns fatores podem levar à redução dessa base de cálculo. Quando se tratar de um vendedor “pessoa jurídica”, a alíquota e forma de cálculo do imposto de renda sãodiferentes e variam de acordo com as características da vendedora, como por exemplo, o regime tributário por ela adotado (lucro presumido ou lucro real) (ALMEIDA 2010). 3.5 Obrigação e crédito tributário A obrigação tributária divide-se em obrigação principal e obrigação acessória. Enquanto a primeira surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente, a segunda decorre da legislação e tem por objetivo municiar a administração tributária de informações de interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Ex.: apresentação da declaração de imposto de renda ou da declaração de isentos. O fato gerador será uma situação ou evento previsto na lei e que, quando se realiza no mundo real, provoca o nascimento da obrigação tributária. A ocorrência do fato gerador faz nascer o direito do credor ou sujeito ativo (ente estatal) de receber o tributo (obrigação tributária principal) devido pelo devedor ou sujeito passivo (pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária) ou ver cumpridos os deveres formais instituídos (obrigação tributária acessória) (BRASIL, 2004). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 40 O crédito tributário é o momento da exigibilidade da relação jurídico-tributária (NEVES; LOYOLA, 2011). O Livro Segundo do CTN, que trata das Normas Gerais de Direito Tributário, dedica seu título III ao crédito tributário, dispondo, dentre as disposições gerais, especificamente no art. 139, que o crédito tributário “decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta”. Art. 140 - As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. A obrigação tributária nasce da simples ocorrência do fato gerador, ou seja, havendo subsunção do fato à hipótese descrita na norma, nasce a obrigação tributária. Obrigação essa cujo objeto somente se torna exigível depois de liquidado, ou seja, após o lançamento. Vale dizer que o crédito tributário é a obrigação tributária liquidada. Extinção do crédito tributário é o desaparecimento deste (da exigibilidade, pois o crédito surge com a ocorrência do fato gerador); sua forma mais comum é o pagamento, que significa a satisfação do direito creditório. Quando se fala em Causas Extintivas do Crédito Tributário, na verdade são causas extintivas da obrigação tributária e, não somente do crédito tributário. São elementos da obrigação: sujeito ativo, passivo e crédito tributário – atingindo qualquer um deles, desaparece a obrigação. Exclusão do Crédito Tributário é, por sua vez, benefício fiscal, que consiste na dispensa da exigibilidade de determinado tributo, por parte da Fazenda Pública, nos termos expressamente previstos em lei; significa evitar que ele se constitua; pode ocorrer mediante isenção e anistia. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 41 Isenção é a dispensa do tributo por força de lei; corresponde a uma norma aditiva, que modifica a norma básica, fazendo com que um tributo, em regra devido, não o seja, devido a certas circunstâncias. Anistia é a exclusão do crédito tributário relativo a penalidades pecuniárias; pela anistia, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo, infrator da legislação tributária, impedindo a constituição do crédito tributário. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 42 UNIDADE 4 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NO SETOR IMOBILIÁRIO O planejamento é uma ferramenta técnica que se propõe a avaliar situações de forma sistemática (de maneira continua e dinâmica) com propósito de elaborar estrutura organizada para todo processo. O mesmo é aplicável para empresas de diversos portes e segmentos que buscam analisar toda a sua estrutura fiscal e encontrar oportunidades de ampliar seu negócio, ou seja, partindo da redução de tributos em decorrência de reestruturações operacionais e societárias ou pelo levantamento de créditos tributários. Para isso, é necessário basear-se em elementos que estruturam a obrigação tributária e a operacionalização do tributo. São eles: 1. legislação Tributária (Constituição, CTN, etc.); 2. documento Contábil da Empresa; 3. livros contábeis e fiscais; 4. Guias de recolhimento e Declarações de Rendimentos, DACON, DCTF e PER/DCOMP e outras declarações que são obrigatórias próprias de cada contribuinte. Assim, o planejamento tributário exige uma soma de conhecimentos, tais como o contábil e o jurídico. Contábil porque, além da intimidade com a legislação fiscal, o profissional consegue com mais facilidade identificar no processo operacional da empresa os fatos geradores de tributos. Enquanto o advogado, com seu conhecimento jurídico, conseguem identificar na legislação tributária as oportunidades de redução da carga tributária (LIMA, 2010). Um bom planejamento tributário, ou seja, bem elaborado, permite reduzir a carga de tributos incidentes nas operações, de todos os setores da economia, inclusive do setor imobiliário de forma lícita. Os elementos do Planejamento tributário são encontrados dentro da própria legislação, através do sistema de tributação que a empresa está inserida. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 43 Compreende os elementos do próprio tributo a ser cobrado, utilizando de técnicas administrativas (planejamento) e contábeis (demonstrativos) para que possam ser feitos orçamentos relativos à área fiscal da organização, com a finalidade de obter através de meios legais ou incentivos fiscais a redução da carga tributária (LIMA, 2010). Para Amaral (2002), são três as finalidades do planejamento tributário: evitar a incidência do tributo, tomando-se providências com o fim de desviar- se do seu fato gerador; reduzir o montante do tributo, buscando-se meio de se reduzir a alíquota ou sua base de cálculo; retardar o pagamento do tributo, adotando-se medidas que têm este fim, sem a ocorrência da multa. A operacionalização da economia legal de tributos, ainda segundo Amaral (2002), pode se dar em três esferas: 1. no âmbito da própria empresa, através de medidas gerenciais que possibilitem a não ocorrência do fato gerador do tributo, que diminua o montante devido ou que adie o seu vencimento; 2. no âmbito da esfera administrativa que arrecada o tributo, buscando a utilização dos meios previstos em lei que lhe garantam uma diminuição legal do ônus tributário; e, 3. no âmbito do Poder Judiciário, através da adoção de medidas judiciais, com o fim de suspender o pagamento, diminuição da base de cálculo ou alíquota e contestação quanto à legalidade da cobrança. A finalidade do Planejamento Tributárioé oferecer um conjunto de alternativas viáveis para o pagamento de impostos, o que possibilita boa economia fiscal ou mesmo a redução de tributos, utilizando métodos e procedimentos técnicos que permitem o estudo personalizado e minucioso dos diversos setores e atividades empresariais. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 44 O planejamento tributário é uma obrigação dos gestores e encontramos respaldo na Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A) que prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, por parte dos administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153: “O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios”. O planejamento tributário é uma atividade empresarial estritamente preventiva, que analisa os tributos visando identificar e projetar os atos e fatos tributáveis e seus efeitos, comparando-se os resultados prováveis, para os diversos procedimentos possíveis, de tal forma a possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa. Para que seja possível se organizar desta forma, os gestores e administradores precisam estar preparados, informados e incluídos dentro de uma esfera jurídica que possibilite as alternativas na forma de Lei, para que possam utilizar-se das ferramentas do planejamento tributário sem que pra isso ocorram atos praticados com violação a lei. Segundo Chaves (2008), o planejamento tributário é o processo de escolha de ação, não simulada, anterior a ocorrência do fato gerador, visando direta ou indiretamente à economia de tributos. Fazer o planejamento tributário não é apenas um direito garantido na Constituição Federal, mas também um dever legal determinado pelo artigo 153 da Lei nº 6.404/76. Quando o contribuinte identificar uma situação que possa reduzir seus custos com tributos, o legislador poderá modificar a lei e eliminar possibilidades por meio de Decreto-lei. O planejamento tributário deverá ser iniciado com revisão fiscal, onde o profissional deve aplicar os seguintes procedimentos: 1. fazer o levantamento histórico da empresa, identificando a origem de todas as transações efetuadas, e escolher a ação menos onerosa para os fatos futuros; 2. verificar a ocorrência de todos os fatos geradores dos tributos pagos e analisar se houver cobrança indevida ou recolhimento maior; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 45 3. verificar se houver ação fiscal sobre fatos geradores decaídos, pois os créditos constituídos após cinco anos são indevidos; 4. analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do Imposto de Renda e da contribuição sobre o lucro, calculando de que forma (simples, real ou presumido) a empresa pagará menos tributo; 5. levantar o montante dos tributos pagos nos últimos dez anos, para identificar se existe créditos fiscais não aproveitados pela empresa; 6. analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como isenções, redução de alíquotas etc.; 7. analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos créditos existentes (compensação ou restituição). Lembrando que outros procedimentos podem ser adotados pelo profissional do planejamento do trabalho, quando surgir necessidade de utilizar outros que sejam considerados importantes. 4.1 A importância da contabilidade para os negócios A contabilidade é uma das áreas responsáveis por fornecer informações sobre a gestão das organizações. As informações contábeis assumem relevância primordial na tomada de decisões acertadas, visto que fornecem análises temporais, avaliações e subsídios para diversas circunstâncias, envolvendo o patrimônio da empresa. Estas informações influenciam as tomadas de decisão, motivando os membros de uma organização a agirem visando atingir as metas e os objetivos desta. Entretanto, conforme atesta a literatura estrangeira, as informações contábeis somente serão utilizadas nas tomadas de decisões, se os usuários puderem avaliar a qualidade dessas informações (DEACONU; FILIP; BUIGA, 2008). Segundo Hendriksen e breda (1999, p. 135), é necessário estudar como os usuários das informações contábeis tomam decisões para que, ao determinar como isso ocorre, sejamos capazes de deduzir que informação teria mais valor para eles. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 46 No estudo das decisões tomadas pelos usuários, bem como do impacto dessas decisões sobre o fornecimento de informações, os teóricos da contabilidade têm adotado dois enfoques: normativo e positivo. Para qualquer operador do Direito Tributário, bem como para profissionais contábeis que enfrentam as questões tributárias, a contabilidade tem papel da maior relevância, constituindo, entre outros aspectos: i) meio de prova de eventos tributários; ii) elemento estrutural na fenomenologia da incidência tributária; iii) fundamento para deveres instrumentais (obrigações acessórias). Em vários tributos do sistema brasileiro, a linguagem contábil permeia de forma marcante o fenômeno da incidência tributária; assim, torna-se crucial entender como essa linguagem contábil irá adaptar-se à linguagem jurídica. A contabilidade desempenha papel relevante tanto no Direito Tributário Substantivo – na definição do objeto do comportamento (pagamento do tributo), identificando e mensurando as variações patrimoniais – quanto no Direito Tributário Formal – servindo para prescrever deveres instrumentais associados à escrituração contábil-fiscal. A linguagem contábil permeia com tamanha intensidade as relações jurídicas em geral, que, provavelmente, a Contabilidade seja área de conhecimento não jurídico das mais juridicizadas, circunstância normalmente reconhecida pelos próprios profissionais da área contábil (MARTINEZ, 2010). A linguagem contábil possui fundamentalmente função descritiva, voltada prioritariamente a relatar todos os eventos econômicos que têm reflexo sobre o patrimônio de determinada entidade. Na descrição das transações econômico- financeiras, a linguagem contábil procura, através de seus métodos e procedimentos, evidenciar estática e dinamicamente o que ocorreu com o patrimônio, bem como descrever o valor do conjunto patrimonial em determinado período e como este variou entre um período e outro. O Direito e a Contabilidade são áreas do conhecimento que caminham juntas e se complementam desde longa data, acompanhando a evolução da sociedade. A Contabilidade, orientada para o controle e registro dos atos e fatos da Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 47 administração econômica, serve como ferramenta para, entre outras funções, a prestação de contas entre sócios ou às autoridades responsáveis pela arrecadação de tributos. Nesse contexto, verifica-se que, na prática, a linguagem contábil, além das normas e princípios próprios da Contabilidade, mantém fortes laços com instrumentos normativos presentes no Direito Positivo. Justifica-se, portanto, a necessidade de os operadores do Direito conhecerem o sentido jurídico da linguagem contábil. Não menos importante é estudar o enfoquepositivo, que consiste em perguntar como as pessoas realmente tomam decisões, pois este enfoque permite identificar a informação que é mais útil. Deve ficar claro que a área tributária deve ser tratada estrategicamente, e não como algo corriqueiro ou automático. Por isso, o planejamento tributário deve ser iniciado e estudado principalmente ao final de cada ano, para que a empresa possa se preparar adequadamente nesta área. Esse é mais um dos motivos que retrata a importância das empresas do setor imobiliário contratarem contador (ou escritório de contabilidade) com qualidade, pois as mudanças na contabilidade são várias, e somente os bons profissionais conseguirão acompanhá-la. 4.2 Aspectos tributários do setor imobiliário Para empresas do setor imobiliário, que apurem o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição sobre o Lucro (CSL) pela sistemática do Lucro Presumido, há a garantia, nos termos da Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), da utilização do percentual de base presumida de 8%. Nos termos da citada regra legal, o percentual será aplicado sobre a receita financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 48 quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato (OLIVEIRA et al, 2010). No tocante à CSL, as empresas que apuram pelo lucro presumido poderão utilizar o percentual de base de 12%. Com relação à Contribuição para o Programa de Integração Social (“PIS”) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (“COFINS”), as empresas do setor devem seguir a sistemática de apuração “não cumulativa”, ou seja, com possibilidade de apropriar como crédito o valor do tributo cobrado na operação anterior, para fins de compensação com débitos das contribuições nas operações seguintes. Excetuam-se da regra acima, as “receitas relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quando decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes de 30 de outubro de 2003” (Nova redação do artigo 10 da Lei nº 10.833, dada pela Lei do Bem). Em geral, atividades de Hotelaria e flat são gravadas pelos seguintes tributos: (i) sobre os serviços prestados no hotel/flat, o Imposto sobre Serviços (“ISS”), à alíquota de 5%; (ii) sobre o lucro percebido pela atividade, Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (“IRPJ”) e a Contribuição Social sobre o Lucro (“CSL”), à alíquota de 34%; (iii) sobre a receita bruta, a Contribuição para o Programa de Integração Social (“PIS”), à alíquota de 1,65% e a Contribuição Social sobre o Faturamento (“COFINS”), à alíquota de 7,6%; (iv) sobre a propriedade do imóvel, o Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (“IPTU”), cujo valor é determinado com base em quota fixa sobre o valor do imóvel; (v) se for proprietário de veículos, o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (“IPVA”), à alíquota de 4%. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 49 4.3 Segregação do Empreendimento – O Regime Especial de Tributação (RET) Outra medida adotada pelo atual governo foi a instituição do regime especial tributário, em conjunto com o assim definido “regime de afetação”, que separa o terreno e o prédio construído do patrimônio total da construtora. Segundo Mascarenhas (2012), sob o aspecto tributário, a afetação do patrimônio da incorporação não altera a responsabilidade tributária da empresa incorporadora ou o sistema de apuração do lucro tributável. A lei, entretanto, criou um regime especial, opcional, denominado “regime especial tributário do patrimônio de afetação”. Assim, poderá o incorporador manter a incorporação afetada subordinada ao regime do lucro real ou adotar o regime especial da Lei nº 10.931/2004. O regime de afetação ou patrimônio de afetação, trata-se de um instrumento criado para impulsionar a venda de imóveis, pois os adquirentes do imóvel inserido no patrimônio de afetação, estarão comprando um bem com a garantia de que o mesmo, não responderá por dívidas e obrigações vinculadas à construtora. Com efeito, de acordo com a lei nº 10.931 de 02.08.2004, em caso de decretação de falência ou insolvência civil da construtora, os patrimônios de afetação constituídos ficarão fora da massa falida. Nesse mesmo sentido, a legislação de regência determina que dois meses após a decretação de falência da construtora, os adquirentes, por convocação da comissão de representantes, instituirão o condomínio da construção, que irá decidir sobre a continuação da obra ou sobre a liquidação do patrimônio de afetação. No tocante à tributação, as construtoras que optarem pelo regime especial instituído pela Lei nº 10.931/2004, restrito às receitas oriundas do patrimônio de afetação, pagarão alíquota única de 7%, incidente sobre a totalidade da receita mensal recebida. Tal alíquota pode ser dividida e tem por base os seguintes tributos: - 3% para a COFINS; - 0,65% para o PIS; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 50 - 2,2% para o IRPJ; - 1,15% CSL. Os recolhimentos devem ser feitos a partir do mês da opção, até o 10° dia do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita. É admitida a compensação, mas somente por espécie e com o montante devido no mesmo período de apuração, até o limite desse montante. Pelo regime especial, a incorporação afetada terá um número de inscrição próprio no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ, bem como código de arrecadação próprio. Os débitos do regime especial não poderão ser parcelados (MASCARENHAS, 2012). É importante frisar, que a incorporadora poderá gozar do regime especial de tributação, somente após afetar o terreno e as acessões objeto da incorporação e receber a autorização da Secretaria da Receita Federal, o que deverá ser pleiteado através de “termo de opção ao regime especial de tributação”, a ser entregue na Delegacia da Receita Federal. Com a lei do bem, o RET torna definitivo o pagamento de tributos relativos ao patrimônio afetado, não havendo ajustes ou compensações com valores devidos ou apurados pela Incorporadora ou Construtora na consecução de suas outras atividades. Outras características do RET: (i) contabilidade segregada para cada empreendimento optante pelo RET; (ii) não há limite de receita (48 milhões de reais no Lucro Presumido); (iii) redução de fraudes na medida em que se possibilita a utilização conjunta de vários RETs. O grande benefício desta inovadora legislação é que além de diminuir a carga tributária destas entidades, ela facilita o controle e a fiscalização por parte dos mutuários e melhorando as condições de financiamento de imóveis. Além disso, também para os representantes fazendários há melhores condições de apuração dos eventos sujeitos à tributação, havendo, portanto, uma Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde -13:12 as 18:00 horas 51 relação de verdadeiro “ganha-ganha” entre contribuintes e ente público (OLIVEIRA et al, 2010). Se o incorporador não optar pelo regime especial, continuarão sendo adotados os mesmos procedimentos de apuração de resultados e oferecimento à tributação, apurando-se o resultado de cada incorporação e, após, reunindo-se esses resultados no balanço geral do incorporador. Para esse fim, procede-se à reunião dos resultados de cada uma das incorporações da empresa, somados aos resultados não operacionais e às participações, apurando-se o lucro líquido, ajustando-o pelas adições, exclusões ou compensações, donde de apura o lucro real, que constitui a base de cálculo do imposto de renda da empresa incorporadora (Regulamento do Imposto de Renda, arts. 219, 246, 248 e 277) (MASCARENHAS, 2012). 4.4 Critérios de contabilização para Real Estate – Mercado Imobiliário Traduzindo literalmente do inglês teremos em português “bem imóvel”, portanto, nada mais é do que uma nova expressão para definir bens imobiliários. Real Estate é o setor dos produtos e empreendimentos imobiliários ou com base imobiliária (definição no Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP) Para deixar as coisas mais simples, Tognetti (2011) explica que existem duas formas de ganhar dinheiro nesse mercado: com a venda ou com a renda. Ou você ganha vendendo alguma coisa que você construiu ou comprou barato, ou você ganha com aluguéis, taxas, pedágios cobrados por quem usa o que você construiu (ou comprou pronto). Quando construímos para vender, construímos Empreendimentos Imobiliários, os quais remuneram agressivamente pelo investimento feito (mais dinheiro, mais risco), com horizonte de médio prazo (de 2 a 4 anos, em média). São exemplos deles: torres de apartamentos para a venda; edifícios de salas comerciais para a venda; loteamentos para a venda; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 52 condomínios horizontais para venda. Já quando se investe em Real Estate para faturar com a exploração da propriedade, esses empreendimentos são chamados de Empreendimento de Base Imobiliária (EBI). São exemplos: shoppings Centers; hotéis; centros logísticos para locação; edifícios de escritórios para locação; build-to-suit (quando se constrói com contrato de locação assinado por longo prazo); grandes lojas de rua para locação; concessões rodoviárias; usinas hidroelétricas; usinas eólicas. Nota-se que nos EBI, os ciclos de operação são maiores (10 a 20 anos, em média), com contratos longos de locação ou exploração. Isso diminui o risco, deixando a remuneração de conservadora a moderada (TOGNETTI, 2011). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 53 REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BÁSICAS AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34/Edusp, 2000. HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. PINTO, Victor Carvalho. Direito urbanístico: plano diretor e direito de propriedade. 3 ed. São Paulo: RT, 2011. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário esquematizado. São Paulo: Método, 2007. ALMADA, M. Condomínios fechados saúdam o povo e exigem passagem. 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Disponível em: http://cascavel.cpd.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reget/article/view/4365/3016 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 58 ANEXOS 1) Os impactos dos condomínios fechados Os condomínios horizontais fechados tem se tornado um novo padrão de segregação sócio espacial urbana, com impactos mais negativos que positivos e acreditamos ser interessante trazer algumas considerações a respeito somente para reflexão. Temos visto vários estudos a respeito como o de Caldeira (2000); Bernardes e Soares Junior (2008); Barbosa e Costa (2011), os quais encontram-se nas referências bibliográficas caso desejem aprofundamento. Podemos definir condomínios horizontais como [...] conjuntos de habitações cercados por muros, com entrada única, geralmente controlada por dispositivos comoguarita. São conjuntos, como sugere a denominação, não verticalizados, nos quais as unidades habitacionais possuem acessos independentes e geralmente estão dispostas em lotes definidos. Constituem uma modalidade de ocupação do solo na qual verificam-se vários tipos de agrupamentos, das unidades habitacionais, desde unidades isoladas até blocos de unidades térreas, de dois pavimentos ou sobrepostos, passando por unidades geminadas por um só lado, podendo ser térreas ou de dois pavimentos (TRAMONTANO; REGINALDO, 1999, p. 1). Os Condomínios Fechados Horizontais (CFHs) erguidos no Brasil não constituem invenções originais, pois derivam de modelos residenciais similares adotados nos Estados Unidos, a exemplo dos Common Interest Developments (CIDs), as incorporações por interesse comum, e dos subúrbios daquele país. Fazendo uma diferenciação entre os condomínios brasileiros e os produtos imobiliários similares estadunidenses, Caldeira (2000) tece importantes considerações. Os condomínios brasileiros são fechados e o acesso é controlado, enquanto que, naquele país, os gated communities (empreendimentos fechados) são apenas 20% dos CIDs. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, nossos condomínios não são chamados de comunidades, pois, no Brasil, este termo designa as áreas onde Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 59 moram os pobres, a exemplo das favelas, e, logicamente, as ditas classes média e alta não querem ser confundidas com pobres. “Na verdade, os moradores brasileiros parecem desprezar bastante essa ideia de comunidade” (CALDEIRA, 2000, p. 262). Outra clara diferença dos CFHs brasileiros em relação aos estadunidenses é que, por aqui, as casas não são construídas com o mesmo padrão arquitetônico. De acordo com a autora em contexto, “o alto valor ligado à ‘personalidade’ da casa, compartilhado por todas as classes sociais, provavelmente explica por que casas padronizadas não são comuns entre a elite” (CALDEIRA, 2000, p. 262). Sem dúvida, o elemento mais emblemático dos condomínios é o muro, que acaba por estabelecer uma ruptura, seja ela física ou mesmo simbólica, diante do aglomerado maior da cidade. Conjunto de habitações horizontais, isolado em um sítio urbano comum, caracteriza-se principalmente pelo seu caráter privado e pelo espaço relativamente autônomo e funcional em relação à cidade. “Uma espécie de versão burguesa das conhecidas comunas socialistas segundo uns, um gueto ao contrário, para outros” (ALMADA, 1998, p. 40). Pode-se inferir algumas das motivações como: a busca por maior qualidade de vida, segurança (decorrentes do medo da violência urbana crescente) e status social, pelas famílias de maior poder aquisitivo. Não há dúvidas que, por um lado, o caráter segregacionista, evidenciado por seu espaço, torna-se forte agente na determinação e na reprodução de critérios, quanto a quem pode circular ou estar naquele local, mexendo de certa forma na questão da cidadania (ROBERTS, 2002). Por outro lado, a implantação e a manutenção dos condomínios dependem da criação de toda uma estrutura, o que gera, por exemplo, empregos de prestadores de serviço e a atração de novos comércios. Os serviços de segurança, principalmente externos, oferecem uma sensação de segurança para os moradores do entorno. Esses fatores todos produzem um aumento do valor do solo, valorizando a região. 2) Notícias do mercado imobiliário para 2013. Na segunda semana de dezembro/2012, em um evento realizado pela Bloomberg, o CEO do HSBC Asset Management, Pedro Bastos disse que os investimentos financeiros de 2013 estarão voltados para o Mercado Interno e que os Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 60 mercados com mais potencial são: ações de empresas voltadas para o mercado interno, ativos estruturados e, ele, o mercado imobiliário (http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/onde-estarao-as-oportunidades-de- investimento-em-2013). No caso do mercado imobiliário, o investidor de pessoa física pode acessar este nicho não apenas pelos imóveis residenciais, mas também pelos fundos imobiliários – fundos com cotas negociadas em Bolsa que investem em imóveis corporativos: shopping center, galpões, grandes lajes. Ou seja, o imóvel, mais uma vez, será o porto seguro para investimentos no próximo ano. Isto porque, investir neste mercado oferece menos riscos contra a inflação. A perspectiva é de que, no próximo ano, haja um crescimento no Brasil, influenciado pelo aumento do consumo e de mais áreas para escritórios e galpões. A perspectiva também indica que os preços continuarão crescendo, em ritmo lento. Para Basílio Jafet – presidente da Fiabci Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) e vice-presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) (http://www.i-qualimoveis.com.br/news/setor-imobiliario-estima-avanco-em-2013) – afirma que o novo conjunto de medidas apresentada pelo governo brasileiro irá beneficiar o setor. Entre estas medidas, destacam-se: desoneração da folha de pagamento – isto significa que agora, ao invés de serem pagos 20% do pagamento da contribuição das empresas para o INSS, os setores beneficiados pagaram apenas de 1% a 2% de seu faturamento. Ao tirar o tributo incidente sobre os trabalhadores, o governo busca estimular a geração de empregos no país e melhorar a competitividade das empresas brasileiras; a redução do Regime Especial de Tributação (RET) – o segmento da construção civil terá seu imposto reduzido de 6% para 4%, diminuindo assim os custos com a construção de novos imóveis. Outra grande medida a favor do mercado imobiliário é a ampliação do valor do imóvel enquadrado no programa “Minha Casa, Minha Vida” que passou de R$ 85 mil para R$ 100 mil (http://www.universidadegaia.com.br/artigo/detalhe/-o-mercado- imobili%C3%A1rio-em-2013).