Buscar

História da Teologia - Livro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 216 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 216 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 216 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2020
História da teologia
Prof. Célio dos Santos Ribeiro
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Célio dos Santos Ribeiro
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
R484h
Ribeiro, Célio dos Santos
História da teologia. / Célio dos Santos Ribeiro. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
202 p.; il.
ISBN 978-65-5663-226-1
ISBN Digital 978-65-5663-223-0
1. Teologia. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 230
apresentação
História na concepção hegeliana não é nada linear, mas sempre carre-
gada de movimentos dialéticos que geram algo novo e melhor. Por Teologia, 
seria ingenuidade acolhê-la como mero estudo de Deus e não seria suficiente 
defini-la enquanto estudo da revelação de Deus. Deus, o Theos é o infinito, é o 
Mistério a ser experimentado na existência, por isso pode ser buscado e encon-
trado na história, na cultura, nas religiões e nas relações sociais.
Sobre a História da Teologia há inúmeros trabalhos com a mesma te-
mática e referências, entre os quais destaco os escritos e orientações de Zwin-
glio Mota Dias, quanto ao ecumenismo, João Batista Libânio (in memoriam), 
com uma vasta produção teológica; o Professor Faustino Teixeira, grande 
cientista e filósofo das religiões. Destacamos, ainda, autores e obras como, 
Emile Dermenghem, com sua obra Maomé e Tradição Islâmica; Hans Küng, 
com Religiões do Mundo; Leonardo Boff com Tempo de Transcendência; Pedro 
Iwaschita, com Maria e Iemanjá: análise de um sincretismo e o Dalai Lama com 
sua obra Uma Ética para o Novo Milênio.
Numa pesquisa rápida é possível identificar o currículo e genialida-
de dos autores. Com maestria, competência e habilidades exclusivas, ofere-
ceram como dádiva à comunidade científica e aos que buscam por Deus, no-
bres produções teológicas que revelam as origens e importância da teologia 
para a história do conhecimento.
Com as produções de Zwinglio, Hans Küng e Emile Dermenghem é 
visível a grandeza da presença da teologia, buscando, via pesquisa, um resga-
te da Teologia original, aberta ao diálogo e muito mais do que tolerante, é uma 
teologia que buscou a grandeza da coexistência entre os humanos e o mundo.
Com as produções de Libânio, Pedro Iwaschita, Leonardo Boff, Dalai 
Lama e Faustino Teixeira, a comunidade científica conseguiu assimilar que 
a Teologia transcende os limites estabelecidos pelas igrejas cristãs e que seu 
discurso tem muito a contribuir para com o conhecimento e um mundo mais 
justo, solidário e mais humano.
Ainda, sabendo que Deus é o infinito, é impossível atingir o obje-
to em sua plenitude. Podemos fazer o que as diferentes teologias fizeram: 
aproximar-se do mistério, experimentá-lo e apresentar conceitos e/ou nomes 
possíveis para o mistério e/ou transcendente.
Assim, para narrar, problematizar e refletir sobre a História da Teo-
logia, seria ingenuidade ficar limitado ao cristianismo, que é um entre tantos 
caminhos de buscas por Deus. Por isso, além de recorrer às fontes das de-
mais tradições religiosas, como Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, Budismo, 
Xintoísmo, Taoísmo, as múltiplas experiências de Deus no contexto afro e la-
tino americano, que revelaram esforços, pesquisas, práticas, experiências de 
fé, ortodoxias e ortopraxias específicas, torna-se imprescindível especificar 
os pontos comuns existentes entre as mesmas para comprovar a possibilida-
de de práticas ecumênicas, inter-religiosas e coexistenciais.
Para tal tarefa, você perceberá a sintonia do texto com o pensamento 
dos autores citados e outros expressados nas referências bibliográficas. Ain-
da, esta exposição da Histórica da Teologia não tem a intenção de esgotar o 
assunto, mas possibilitar ao estudante uma noção geral sobre o objeto com 
possíveis lacunas a serem preenchidas via pesquisa.
Aqui, os objetivos são: ressaltar uma História da Teologia que trans-
cenda o discurso eclesiástico e/ou de uma tradição religiosa, produzir um 
texto que possa revelar os valores do discurso teológico na história e apre-
sentar referências teológicas que possibilitam o ecumenismo, o diálogo inter-
-religioso e a coexistência. 
Na Unidade 1, o objeto de estudo será o conceito de Teologia e seus 
aspectos metodológicos, a História da teologia judaica, cristã e islâmica. Na 
Unidade 2 será exposta a vasta produção teológica hindu, budista, xintoísta 
e taoísta. E na Unidade 3, além de contemplar a incansável busca por Deus 
na experiência afro e latino-americana, serão analisadas as teologias cristãs, 
de cunho católico, protestantes, as liberais, a teologia ecumênica, inter-reli-
giosa e coexistencial, ou seja, atualmente em Teologia a expressão “tolerância 
religiosa” vem sendo substituída por “coexistência”, cujo significado é viver 
com o diferente, se colocar à disposição para aprender com todas as experi-
ências religiosas.
 Célio dos Santos Ribeiro
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para 
diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apre-
sentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em 
questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu-
cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar 
seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De-
sempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: 
 CONCEITOS, HISTÓRIA E A IDENTIFICAÇÃO 
 DOS PONTOS COMUNS ....................................................................................... 1
TÓPICO 1 — TEOLOGIA, O QUE É ISSO? ...................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 TEOLOGIA É BUSCA POR DEUS ................................................................................................... 3
3 MÉTODO TRANSCENDENTAL DE BERNARD LONERGAN ................................................ 5
4 MÉTODO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO DE CLODOVIS BOFF ................................... 6
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................................8
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 9
TÓPICO 2 — TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS NO JUDAÍSMO ...................... 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
2 A IMAGEM DE DEUS NO JUDAÍSMO – ONDE DEUS PODE SER ENCONTRADO? .... 13
2.1 A LEI DO SÁBADO ...................................................................................................................... 14
2.2 A LEI DA CIRCUNCISÃO .......................................................................................................... 14
3 NEOJUDAISMO ................................................................................................................................ 14
3.1 A TEOLOGIA DEUTERONOMISTA ......................................................................................... 15
3.2 A TEOLOGIA DA FONTE SACERDOTAL .............................................................................. 15
3.3 A TEOLOGIA NOS ESCRISTOS PROFÉTICOS ....................................................................... 16
3.4 ATEOLOGIA PÓS-EXÍLICA (538 – 50 a.C.) .............................................................................. 16
3.5 ENCONTRAR DEUS NO TEMPLO OU NA SINAGOGA? ................................................... 16
3.6 OUTROS ESCRITOS PROFÉTICOS (Séc. VI – II a.C.) ............................................................. 17
3.7 TEOLOGIA SAPIENCIAL (SÉCULOS VI – I a.C.) ................................................................... 17
4 PRODUÇÃO TEOLÓGICA PELA LITERATURA MIDRASH ................................................. 18
5 ESCOLAS TEOLÓGICAS JUDAICAS .......................................................................................... 19
5.1 ESCOLA DE HILLEL ................................................................................................................... 20
5.2 ESCOLA DE SHAMMAI ............................................................................................................. 20
5.3 ESCOLA DE ZAKKAY OU JÂMNIA OU JABNÉ .................................................................... 20
5.4 ESCOLA DE ISMAEL ................................................................................................................... 21
5.5 ESCOLA DO RABINO AQUIBA ................................................................................................ 21
6 O QUE É TEXTO SAGRADO NO JUDAÍSMO? ......................................................................... 21
7 QUEM É DEUS NO JUDAÍSMO? .................................................................................................. 22
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 23
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 24
TÓPICO 3 — TEOLOGIA CRISTÃ: A BUSCA POR DEUS NO CRISTIANISMO ................ 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 A QUESTÃO DA PROFISSÃO DE FÉ NO MESSIAS ............................................................... 25
3 O DEBATE TEOLÓGICO NO CRISTIANISMO ........................................................................ 28
4 A TEOLOGIA DA SANTÍSSIMA TRINDADE ........................................................................... 29
4.1 TEOLOGIA CLÁSSICA CRISTÃ GREGA ................................................................................. 29
4.1.1 Irineu de Lião ....................................................................................................................... 30
4.1.2 Orígenes (185 – 253) ............................................................................................................. 30
4.1.3 Tertuliano (160 – 220) .......................................................................................................... 30
4.2 TEOLOGIA CLÁSSICA LATINA ............................................................................................... 31
4.2.1 Agostinho de Hipona (354 – 430) ...................................................................................... 31
4.2.2 Tomás de Aquino (1224 – 1274) ......................................................................................... 32
4.2.3 João Duns Scoto (1266 – 1308) ............................................................................................ 33
4.3 TEOLOGIA CLÁSSICA MODERNA ........................................................................................ 34
4.3.1 Teologia da reprodução do modelo de vida comunitária judaica no 
 cristianismo à luz da trindade........................................................................................... 35
4.3.2 Busca por deus no deserto .................................................................................................. 36
4.3.3 Trindade, tradição e pericorese ......................................................................................... 37
5 O QUE É TEXTO SAGRADO NO CRISTIANISMO? ............................................................... 38
5.1 O QUERIGMA ............................................................................................................................... 38
5.2 OS EVANGELHOS ....................................................................................................................... 39
5.3 A CARTA DE BARNABÉ ............................................................................................................ 39
5.4 A BÍBLIA PARA A IGREJA CATÓLICA ................................................................................... 41
6 O CÂNON BÍBLICO ......................................................................................................................... 41
6.1 CÂNON DA ÁFRICA .................................................................................................................. 42
6.2 REFORMA PROTESTANTE E O CÂNON PORTESTANTE .................................................. 42
6.3 A QUESTÃO DO CÂNON NO CRISTIANISMO ORTODOXO ........................................... 42
7 QUEM É DEUS NO CRISTIANISMO........................................................................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 45
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 46
TÓPICO 4 — TEOLOGIA ISLÂMICA: A BUSCA POR DEUS NO ISLAMISMO ................. 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA DO ISLÃ ............................................................................. 49
3 ABRAÃO, JESUS E MARIA NA TEOLOGIA ISLÂMICA ........................................................ 52
4 AS ESCOLAS TEOLÓGICAS NO ISLAMISMO ........................................................................ 53
4.1 A FALSAFA .................................................................................................................................... 54
4.2 A KALAM ...................................................................................................................................... 55
4.3 A MUTAZILA ................................................................................................................................ 55
4.4 O SUFISMO ................................................................................................................................... 57
5 QUEM É DEUS NO ISLAMISMO? ................................................................................................58
6 O QUE É TEXTO SAGRADO NO ISLAMISMO? ...................................................................... 58
6.1 O ALCORÃO SAGRADO ............................................................................................................ 58
6.2 A SUNA .......................................................................................................................................... 59
7 OS CINCO PILARES DO ISLAMISMO ....................................................................................... 59
7.1 SHAHADA: CRER EM ALLAH, O DEUS ÚNICO ................................................................. 59
7.2 SALAT: REZAR CINCO ORAÇÕES DIÁRIAS VOLTADOS PARA MECA ........................ 60
7.3 ZAKAT: SER GENEROSO PARA COM OS POBRES .............................................................. 60
7.4 RAMADAM: O MÊS DO JEJUM ................................................................................................ 60
7.5 HAJJ: IR A MECA AO MENOS UMA VEZ NA VIDA ........................................................... 60
8 BUSCA DE PONTOS COMUNS .................................................................................................... 61
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 63
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 66
UNIDADE 2 — A TEOLOGIA NO HINDUÍSMO, BUDISMO, XINTOÍSMO E TAOÍSMO:
 CONCEITOS, HISTÓRIA E A IDENTIFICAÇÃO 
 DOS PONTOS COMUNS ..................................................................................... 67
TÓPICO 1 — TEOLOGIA NO HINDUÍSMO: BUSCA POR DEUS 
 NO HINDUÍSMO ........................................................................................................ 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 AS VERDADES ETERNAS .............................................................................................................. 70
2.1 A KAMA ......................................................................................................................................... 71
2.2 A ARTHA ....................................................................................................................................... 72
2.3 A DHARMA .................................................................................................................................. 72
2.4 A MOKSHA ................................................................................................................................... 73
3 CASTAS, KARMA E O SAMSARA ............................................................................................... 73
3.1 O KARMA ...................................................................................................................................... 73
3.2 SAMSARA ..................................................................................................................................... 74
3.3 EXEMPLOS DE CASTAS NA ÍNDIA ANTIGA ....................................................................... 74
4 GHANDI: O VAISHYA ILUMINADO QUE SE FEZ DALIT .................................................... 74
5 O QUE É TEXTO SAGRADO NO HINDUÍSMO? ..................................................................... 76
5.1 OS VEDAS ...................................................................................................................................... 76
5.2 UPANISSADES OU UPANIXADES ........................................................................................... 78
5.3 SMRITS OU CÓDIGO DE MANU ............................................................................................. 79
5.3.1 Livro I dos Smrits................................................................................................................. 79
5.3.2 Livro II dos Smrits ............................................................................................................... 80
5.3.3 Livro III dos Smrits .............................................................................................................. 80
5.3.4 Livro IV dos Smrits .............................................................................................................. 80
5.3.5 Livro V dos Smrits ............................................................................................................... 81
5.3.6 Livro VI dos Smrits .............................................................................................................. 81
5.3.7 Livro VII dos Smrits ........................................................................................................... 81
5.3.8 Livro VIII dos Smrits ........................................................................................................... 81
5.3.9 Livro IX dos Smrits .............................................................................................................. 81
5.3.10 Livro X dos Smrits ............................................................................................................. 82
5.3.11 Livro XI dos Smrits ............................................................................................................ 82
5.3.12 Livro XII dos Smrits........................................................................................................... 82
6 BHAGAVAD GITA ............................................................................................................................ 82
7 QUEM É DEUS NO HINDUÍSMO?............................................................................................... 83
8 O HINDUÍSMO CONTEMPORÂNEO ......................................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 86
TÓPICO 2 — TEOLOGIA NO BUDISMO: A BUSCA POR DEUS NO BUDISMO ............... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 COSMOGONIA BÚDICA A PARTIR DO TRIPITAKA ............................................................ 87
2.1 O DESPERTAR DO BUDA SEGUNDO OS SUTRAS DO TRIPITAKA ................................. 88
2.2 A EXPERIÊNCIA DO SAMSARA PARA O NIRVANA .......................................................... 91
2.3 AS QUATRO VERDADES DO BUDA OU SERMÃO DE BANARES ................................... 91
2.4 AS “TRÊS JOIAS” DO BUDISMO .............................................................................................. 92
3 O DALAI LAMA E O BUDISMO TIBETANO ............................................................................ 92
4 BUDISMO ZEN .................................................................................................................................. 94
5 O QUE É TEXTO SAGRADO NO BUDISMO? ........................................................................... 95
6 QUEM É DEUS NO BUDISMO? ................................................................................................... 95
7 BUDISMO CONTEMPORÂNEO ................................................................................................... 96
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 97
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................98
TÓPICO 3 — TEOLOGIA NO XINTOÍSMO: A BUSCA POR DEUS 
 NO XINTOÍSMO ......................................................................................................... 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA COMPREENSÃO 
 DA TEOLOGIA XINTOÍSTA ........................................................................................................ 100
3 O TSUMI ........................................................................................................................................... 101
4 O QUE É TEXTO SAGRADO NO XINTOÍSMO? .................................................................... 101
5 QUEM É DEUS NO XINTOÍSMO? .............................................................................................. 102
5.1 KAMI ............................................................................................................................................ 103
5.2 EXEMPLOS DE KAMI ............................................................................................................... 103
5.3 PARALELO ENTRE KAMI E ANJOS ...................................................................................... 104
5.4 A IDEIA DE TRINDADE NO XINTOÍSMO ........................................................................... 104
6 ORIGEM DA VIDA NO XINTOÍSMO ....................................................................................... 105
7 A QUESTÃO DO TEMPO NO XINTOÍSMO ............................................................................ 105
8 XINTOÍSMO CONTEMPORÂNEO ............................................................................................ 106
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 107
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108
TÓPICO 4 — TEOLOGIA NO TAOÍSMO: A BUSCA POR DEUS NO TAOÍSMO ............. 109
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 109
2 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A TEOLOGIA DO TAOÍSMO ............................ 110
3 O QUE É TEXTO SAGRADO NO TAOÍSMO? ......................................................................... 111
3.1 SOBRE LAO TSE ......................................................................................................................... 111
3.2 ESTRUTURA DO DAOZANG E/OU CÂNON TAOÍSTA .................................................... 111
3.3 OUTROS TEXTOS DO TAOÍSMO ........................................................................................... 112
3.3.1 Taishang Gareying Plan .................................................................................................... 112
3.3.2 Tapijing ................................................................................................................................ 112
3.3.3 Baopuzi ................................................................................................................................ 113
3.3.4 Huainanzi ........................................................................................................................... 113
3.3.5 Zhuangzi ............................................................................................................................. 113
4 QUEM É DEUS NO TAOÍSMO? .................................................................................................. 113
5 YANG E YIN ..................................................................................................................................... 114
6 TAO ENQUANTO APROXIMAÇÃO DO MISTÉRIO E POSSIBILIDADE 
 DE COMUNHÃO ENTRE AS DIFERENTES TRADIÇÕES ................................................... 115
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 118
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 123
UNIDADE 3 — TEOLOGIAS: AFRICANA, LATINO-AMERICANA, CATÓLICAS, 
 PROTESTANTES E LIBERAIS: CONCEITOS, HISTÓRIA E AS 
 POSSIBILIDADES DE DIÁLOGO E COEXISTÊNCIA ................................ 125
TÓPICO 1 — TEOLOGIA AFRICANA: BUSCA POR DEUS NAS 
 TRADIÇÕES AFRICANAS ..................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127
2 ÁFRICA: VENTRE ONDE DEUS GESTOU O HUMANO ..................................................... 127
3 IMPORTÂNCIA DA TRADIÇÃO ORAL ................................................................................... 129
4 QUEM É DEUS NA TEOLOGIA AFRO ...................................................................................... 130
4.1 EXU ............................................................................................................................................... 131
4.2 OGUM .......................................................................................................................................... 131
4.3 OBÁ ............................................................................................................................................... 132
4.4 OXÓSSÍ ......................................................................................................................................... 132
4.5 OXALÁ ......................................................................................................................................... 132
4.6 YEMANJÁ .................................................................................................................................... 132
4.7 YORI .............................................................................................................................................. 132
5 ORIXÁS DO CANDOMBLÉ OU SANTOS CATÓLICOS? ..................................................... 133
6 ÁFRICA EM TERRAS LATINO-AMERICANAS ...................................................................... 133
6.1 ESCRAVIDÃO SOB BÊNÇÃOS CATÓLICAS E RESISTÊNCIA ......................................... 134
6.2 ORGANIZAÇÃO E RESISTÊNCIA COM A ENERGIA DOS ORIXÁS .............................. 135
6.3 RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS ........................................................................................... 136
6.4 O AXÉ DO TERREIRO ............................................................................................................... 136
6.5 RESGATE DA IDENTIDADE AFRO ....................................................................................... 137
7 SINCRETISMO: FÉ CRISTÃ E EXPERIÊNCIA DE DEUS COM ROSTO NEGRO ........... 138
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 141
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 142
TÓPICO 2 — TEOLOGIA LATINO-AMERICANA: BUSCA POR DEUS 
 NA AMÉRICA LATINA .......................................................................................... 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 A IGREJA CATÓLICA NO PROCESSO DE CONQUISTA DA AMÉRICA LATINA ....... 143
2.1 OPÇÃO PREFERENCIAL PELO OURO................................................................................. 144
2.2 A OPÇÃO PREFERENCIAL PELA IDOLATRIA ................................................................... 146
2.3 A OPÇÃO PELA MORTE DOS AMERÍNDIOS ..................................................................... 147
2.4 OPÇÃO PREFERENCIAL PELO PADROADO E O LUCRO ............................................... 148
3 A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO ................................................................................................ 150
3.1 SINCRETISMO TEOLÓGICO ................................................................................................... 151
3.2 AS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE E O SINCRETISMO DE RESISTÊNCIA ..... 152
4 CRISTOLOGIA DA TEOLOGIA LIBERTAÇÃO ...................................................................... 155
4.1 TEOLOGIA E RESGATE DO JESUS HISTÓRICO ................................................................. 155
4.1.1 Conscientização .................................................................................................................. 156
4.1.2 Revisão da prática .............................................................................................................. 157
4.1.3 Revisão da mística ............................................................................................................. 158
4.2 INCULTURAÇÃO DO TEXTO SAGRADO ........................................................................... 158
4.3 RESGATE DO CRISTO DA FÉ .................................................................................................. 159
5 CONTEXTUALIZAÇÃO DO FROFETISMO BÍBLICO NA AMÉRICA LATINA ............. 162
6 TEOLOGIA PENTECOSTAL NA AMÉRICA LATINA ........................................................... 163
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 167
TÓPICO 3 — TEOLOGIAS CATÓLICAS, LIBERAIS E PROTESTANTES: 
 DA MODERNIDADE À CONTEMPORANEIDADE ........................................ 169
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 169
2 TEÓLOGOS LIBERAIS .................................................................................................................. 170
2.1 IMMANUEL KANT E A TEOLOGIA DA IGREJA INVISÍVEL .......................................... 171
2.2 LUDWIG FEUERBACH: TEOLOGIA ENQUANTO ANTROPOLOGIA .......................... 172
2.3 SIGMUND FREUD: TEOLOGIA DA NEUROSE .................................................................. 173
3 TEÓLOGOS CATÓLICOS ............................................................................................................. 173
3.1 TEILHARD DE CHANDIN: TEOLOGIA A PARTIR DA VISÃO CÓSMICA ................... 174
3.2 KARL RAHNER: UMA TEOLOGIA ANTROPOLÓGICA TRANSCENDENTAL ........... 175
3.3 YVES CONGAR: UMA TEOLOGIA ECUMÊNICA .............................................................. 176
4 TEÓLOGOS PROTESTANTES ..................................................................................................... 177
4.1 KARL BARTH: UMA TEOLOGIA DA PALAVRA DE DEUS .............................................. 178
4.2 RUDOLF BULTMANN: UMA TEOLOGIA EXISTENCIALISTA........................................ 178
4.3 JÜRGEN MOLTMANN: UMA TEOLOGIA DA ESPERANÇA........................................... 179
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 181
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 182
TÓPICO 4 — TEOLOGIA ECUMÊNICA, INTER-RELIGIOSA E COEXISTENCIAL ......... 183
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 183
2 TEOLOGIA ECUMÊNICA: POSSIBILIDADE DE COMUNHÃO ......................................... 183
3 TEOLOGIA INTER-RELIGIOSA: POSSIBILIDADE DE RESPEITO ................................... 185
4 TEOLOGIA COEXISTENCIAL: POSSIBILIDADE ÉTICA .................................................... 186
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 188
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 194
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 195
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 196
1
UNIDADE 1 — 
A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, 
CRISTIANISMO E ISLAMISMO: 
CONCEITOS, HISTÓRIA E A 
IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS 
COMUNS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conceituar o que é teologia e expor seus aspectos metodológicos;
• apresentar a origem e desenvolvimento da teologia judaica;
• identificar a origem e desenvolvimento da teologia cristã;
• mostrar a origem e desenvolvimento da teologia islâmica;
• ressaltar os pontos comuns no pensamento teológico no judaísmo, 
cristianismo e islamismo.
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – TEOLOGIA, O QUE É ISSO?
TÓPICO 2 – TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS 
 NO JUDAÍSMO
TÓPICO 3 – TEOLOGIA CRISTÃ: A BUSCA POR DEUS 
 NO CRISTIANISMO
TÓPICO 4 – TEOLOGIA ISLÂMICA: A BUSCA POR DEUS 
 NO ISLAMISMO
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
TEOLOGIA, O QUE É ISSO?
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão apresentados três conceitos tradicionais de teologia. A 
teologia enquanto “estudo de Deus”, a teologia enquanto “revelação de Deus” e a 
teologia enquanto “busca por Deus”. Os dois primeiros partem da ideia cristã, im-
possibilitando qualquer outra afirmação sobre Deus. O terceiro amplia o estudo e o 
debate teológico. Deus não está totalmente definido, não há como esgotar o mistério. 
As expressões gregas “theos” e “logos” apontam que a teologia é o estudo 
de Deus ou estudo da Revelação de Deus ao ser humano. Tanto para o judaísmo, 
quanto para o cristianismo e islamismo as concepções tradicionais de teologia 
estão relacionadas com a ideia de um Deus que se revela, que define o princípio 
do saber teológico nos mitos da criação, culminando de forma diferenciada na 
maneira como cada uma dessas religiões define ou não quem é Deus.
Continuando o tópico, serão expostos dois métodos para a produção teológica. 
O Método Transcendental de Bernard Lonergan e o Método da Teologia da Libertação 
de Clodovis Boff, ressaltando a importância de ambos na produção das teologias.
2 TEOLOGIA É BUSCA POR DEUS
É sabido que há diversas culturas, experiências religiosas e diversas 
teologias. Assim, podemos sustentar a tese de que Deus é buscado pelo ser 
humano. É este, na existência, que define Deus a partir do contexto cultural, 
geográfico, econômico, social, mítico e político.
 
São diversas as culturas que recepcionam a ideia de Absoluto, aquele 
que está só, que é causa e/ou essência da existência ou “motor imóvel”. Há 
pensadores — a exemplo de Jean Paul Sartre — que se calam diante desta ideia, 
preferem o silêncio. Há autores — a exemplo de Ludwig Feuerbach, Karl Marx 
e Sigmund Freud — que negam qualquer possibilidade de existir um Criador. 
Mas as religiões expressamaté mesmo nomes, a partir do próprio contexto, ao 
Absoluto, aclamando-o enquanto Theós, Deus.
Povos que viviam no deserto pensaram a ideia de um paraíso inverso ao 
deserto. Povos que viviam nas margens de rios definiram a água enquanto bem 
precioso e divino. Povos que viviam em montanhas, relacionaram o ambiente 
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
4
geográfico com a ideia de Deus. Povos que viviam em florestas criaram até mesmo 
um culto à mãe natureza. Ainda, povos que viviam em guerras, envolveram Deus 
em seus conflitos. Vencer a guerra é ação de Deus e perder a batalha é castigo 
de Deus. Logo, é a experiência de transcendência a partir da imanência ou na 
existência o ser humano define a essência.
Assim, fica nítido que a teologia e/ou a busca por Deus não está limitada 
ao Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, o planeta já era bem mais extenso em 
relação à visão de mundo dos primeiros teólogos judeus, cristãos e islâmicos. 
China, Índia e a própria África já haviam iniciado a experiência de buscar por 
Deus, resultando diferentes teologias, que culminaram com as profissões de fé 
afro, hindu, xintoísta, taoísta, budista e outras.
É comum a divulgação de cursos de Teologia nos quais a grade curricular é 
totalmente voltada para a teologia cristã, teologia judaica ou islâmica. Seria mais ético que 
as instituições delimitassem o objeto de estudo na divulgação do curso de graduação.
UNI
Logo, aqui, antes de relatar e pensar a História da Teologia, faz-se justo e 
necessário trilhar os caminhos da antropologia. É na existência que o ser humano 
define o objeto e/ou professa sua fé. A teologia é a busca incansável do ser 
humano para definir, entender, relacionar e amar a Deus na própria existência. 
Portanto, não é Deus que se revela, mas o humano que o busca e Deus permite ser 
encontrado, sem esgotar o mistério. 
Ainda, produzir uma História da Teologia requer um discernimento entre 
teologia original e teologia limitada por discursos eclesiásticos e/ou a determinada 
ortodoxia. Para isto, é necessário abordar a temática demonstrando o que revela a 
dimensão transcendental e sua importância e sentido para a imanência. 
Ao expor a história do discurso teológico, sua importância e problemática, 
requer o esforço para entender os caminhos da antropologia para acontecer a teo-
logia, ciente que não há caminho para o transcendente sem passar pelo imanente.
Ainda, pela liberdade humana na existência — na concepção sartreana — 
o humano é o único capaz de definir qualquer objeto na própria existência, isto 
é, a “existência precede à essência”, o que o faz impreterível para a História da 
Teologia. E para definir, entender, delimitar, observar qualquer objeto, torna-se 
imprescindível um ou mais métodos.
TÓPICO 1 — TEOLOGIA, O QUE É ISSO?
5
3 MÉTODO TRANSCENDENTAL DE BERNARD LONERGAN
Na filosofia não há pensador moderno que não tenha tratado sobre a im-
portância do método. Isto é fato em Descartes, Spinoza, Leibniz, Bacon e Kant, 
porém, a teologia ignorou a questão do método por muito tempo.
Um dos autores que trabalhou o tema com profundidade foi Bernard Loner-
gan (1975). Ele desenvolveu o método teológico transcendental, visando estabelecer as 
condições gerais que são pressupostas para o estudo aprofundado da teologia, isto é, a 
formulação e interpretação da busca por Deus e/ou processo de produção da teologia.
Na busca e/ou estudo de Deus, Lonergan divide seu ensaio em duas par-
tes: a primeira trata da elaboração do método transcendental e a segunda expõe a 
aplicação do mesmo à Teologia.
O método transcendental é uma reflexão filosófica que o autor fornece 
enquanto componente antropológico de base a consciência humana, munida de 
procedimentos hermenêuticos, que permitem elaborar uma nova interpretação 
do trabalho do teólogo e do objeto de estudo da teologia, isto é, a busca por Deus.
Enquanto operações intencionais cognitivas, Lonergan divide as mesmas 
em quatro partes: experiência, inteligência, juízo e decisão. Na experiência tem-se 
a apreensão dos dados, prestando-lhe a devida atenção; na inteligência, se obtém 
o entendimento dos dados apreendidos; no juízo, opera-se a aceitação ou rejeição 
dos dados apreendidos e na decisão, se efetua o reconhecimento dos valores ou 
de outros meios que levam à sua aplicação.
Nas quatro operações da consciência há uma correspondência com quatro 
âmbitos do significado: âmbito do senso comum, âmbito da teoria, âmbito da 
interioridade e o âmbito da consciência. A esses quatro âmbitos agregam-se 
literatura, história, teatro e crítica e a arte. Dessa forma, os objetos são apreendidos 
não nas relações que têm conosco, mas nas relações existentes entre si.
A Lonergan cabe o mérito de ter evidenciado, como poucos souberam 
fazer, que em todas as operações intencionais e em todos os níveis do significado 
teológico está inserido um movimento de autoconsciência que conduz de forma 
lógica, ainda que não necessariamente, ao reconhecimento da transcendência. 
Assim, na investigação teológica, nesta incansável busca por Deus, está 
presente uma exigência ilimitada de inteligibilidade. No juízo humano, está uma 
exigência do incondicionado. Na deliberação humana, está presente um critério 
que critica todo bem finito. 
Assim, o ser humano pode chegar a uma melhor compreensão de si, 
indo além do senso comum, da teoria da interioridade e do âmbito em que 
Deus é conhecido e amado. Dessa forma, Lonergan estabelece o movimento de 
autoconsciência e deste deduz quatro regras para o método transcendental: “sê 
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
6
atento, sê inteligente, sê razoável, sê responsável” (LONERGAN, 1975, p. 43).
4 MÉTODO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO DE CLODOVIS 
BOFF
Ainda, quanto ao método, outro teólogo que propiciou grande 
contribuição à Teologia é Clodovis Boff (1998), com sua obra Teoria do Método 
Teológico, na qual o autor expõe a prática da teologia, sua gramática, suas regras 
e sua epistemologia para que o pesquisador possa articular seus doze elementos 
fundamentais: a fé, o texto sagrado, a igreja/instituição, os fiéis, a tradição, o 
magistério, a filosofia, a prática, a linguagem, a razão, a ciência e outras teologias. 
Para Clodovis, para se fazer teologia, o pesquisador deve dividir o seu 
trabalho em quatro partes: técnicas, método, epistemologia e espírito, sem deixar 
de lado a ótica da libertação. Além desse direcionamento, aponta outros como: 
consciência ecológica, étnica, feminista e inter-religiosa.
Ao revelar a fonte da teologia ressalta a fé, o mistério e o amor, rejeitando 
uma perspectiva puramente intelectualizante da teologia, critica a razão 
instrumental iluminista, propondo o uso de uma razão discursiva e intuitiva e 
defende a experiência de fé da comunidade, o ponto de partida da produção 
teológica e/ou início da busca por Deus. 
Para Clodovis, a fé se ouve, se deixa penetrar pela consciência e se pratica, 
isto é, passa pelo ver, julgar e agir, possibilitando sentido para o discurso teológico.
Destarte, neste trabalho, além de acolher as orientações de Losergan, 
torna-se impreterível considerar as orientações metodológicas de Clodovis 
Boff, porque o teólogo passa por duas fases em sua incansável busca por Deus. 
Na primeira transcorre a pesquisa, a interpretação, a história e a dialética. Na 
segunda, a fundação, a doutrina, a sistemática e a comunicação.
A pesquisa recolhe dados sobre a relação humana com o divino; a 
interpretação assegura o significado; a história revela os dados encarnados 
em ações e movimentos; a dialética investiga as conclusões conflitantes dos 
historiadores, intérpretes e pesquisadores; a fundação objetiva o horizonte 
alcançado pela conversão intelectual, moral e religiosa; a doutrina serve-se da 
fé como guia para escolher entre as alternativas propiciadas pela dialética;a 
sistemática procura um esclarecimento definitivo do significado das doutrinas 
e a comunicação tem enquanto finalidade a apresentação inteligível e eficaz do 
resultado encontrado na busca por Deus.
Assim, a História da Teologia tematiza a abertura do ser humano para 
com o Mistério que o envolve de maneira positiva ou rejeita-o. Ressalta a relação 
do ser humano com seu horizonte utópico, possibilitando melhor compreensão 
de si e da própria história porque no fundo de toda situação teológica encontra-se 
TÓPICO 1 — TEOLOGIA, O QUE É ISSO?
7
referência aos fundamentos últimos do ser humano: quanto à origem, quanto ao 
fim e quanto à existência, em que se realiza a teologia.
Em relação a Deus, o teólogo toma a atitude de quem se sente desafiado, 
de quem experimenta um apelo para ir ao encontro de algo que está acima 
da racionalidade. Por isso, a teologia não fala só de Deus, mas também do ser 
humano, sistematizando a relação imanente e transcendente.
Por não estar limitada à pura facticidade, a teologia indaga o fático pelo seu 
ser verdadeiro. Em outras palavras, o pensamento teológico não se contenta como 
as coisas estão ou são definidas, sempre está no processo de busca, expressado 
pela linguagem humana e com categorias humanas.
Logo, a teologia se desenvolve em muitas dimensões, no caminho para fora 
do ser humano, conforme faz o judaísmo, cristianismo e islamismo e no caminho 
para dentro, como expressa o hinduísmo, o xintoísmo, taoísmo e o budismo.
8
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• A teologia é busca, estudo e revelação de Deus.
• Em Teologia é fundamental o uso do método transcendental de Lonergan e 
o método da Teologia da Libertação de Clodovis Boff. 
• O teólogo deve ter consciência do componente antropológico de base na 
produção teológica, sendo esta munida de procedimentos hermenêuticos 
que permitem elaborar uma nova interpretação do trabalho pesquisa produ-
zido.
• O pesquisador tem como tarefa recolher dados sobre a relação humana com 
o divino e interpretar o significado do objeto em questão.
• Em teologia é importante aplicar a dialética para investigar as conclusões 
conflitantes dos historiadores, intérpretes e pesquisadores.
9
1 Conforme os estudos realizados neste tópico, para o Judaísmo, quanto para 
o Cristianismo e Islamismo as concepções tradicionais de teologia estão 
relacionadas com a ideia de um Deus que se revela, podendo o teólogo 
partir da revelação ou não para elaborar a pesquisa. Assim, na elaboração 
da pesquisa teológica, o teólogo pode seguir dois caminhos e/ou métodos 
especificados a seguir?
a) Partir da transcendência para a imanência ( ) Sim ( ) Não. Justifique!
b) Partir da imanência para a transcendência ( ) Sim ( ) Não. Justifique!
2 De acordo com os estudos realizados até agora, são visíveis as diferenças 
entre os métodos teológicos dos autores Bernard Lonergan e Clodovis Boff, 
assim, é verdadeiro afirmar:
a) ( ) Segundo Bernad Lonergan, o pesquisador deve dividir o seu trabalho 
em quatro partes: técnicas, método, epistemologia e espírito, sem deixar 
de lado a ótica da libertação. Além desse direcionamento, aponta outros 
como: consciência ecológica, étnica, feminista e inter-religiosa.
b) ( ) Conforme Clodovis Boff, em todos os níveis do significado teológico está 
inserido um movimento de autoconsciência, que conduz de forma lógica, 
ainda que não necessariamente, ao reconhecimento da transcendência. 
c) ( ) Em teologia não há cientificidade, sendo desnecessária aplicação de 
qualquer método.
d) ( ) Em teologia o pesquisador deve dividir o seu trabalho em quatro partes: 
técnicas, método, epistemologia e espírito, sem deixar de lado a ótica da 
libertação. Além desse direcionamento, aponta outros como: consciên-
cia ecológica, étnica, feminista e inter-religiosa.
3 Em teologia, o teólogo é convidado a fazer uso do auditus fidei para 
posteriormente realizar o intelectus fidei. Portanto, é verdadeiro afirmar: 
a) ( ) Seguindo o método proposto parte-se da realidade transcendental para 
pensar a fé e as estruturas eclesiásticas.
b) ( ) Na fase do auditus fidei, o teólogo se coloca a escuta e análise da fé da 
comunidade cristã. 
c) ( ) Na fase do intelectus fidei o teólogo realiza os procedimentos hermenêu-
ticos necessários para contextualizar a fé. 
d) ( ) A tradição oral foi fundamental para a elaboração método teológico em 
destaque.
AUTOATIVIDADE
10
11
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR 
DEUS NO JUDAÍSMO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, o objeto é a história da busca por Deus no judaísmo. Para 
isso, será enfatizado o processo de construção da identidade judaica a partir dos 
conflitos vivenciados pela história dos hebreus, fortemente marcada pela vontade 
e luta por um território. Disso brotou o vínculo da religião dos hebreus com a 
política administrativa do território conquistado constantemente ameaçado por 
povos mais preparados militarmente.
Judaísmo está relacionado a Judá, Iudá, Iahweh ou IHWH. Aquele que 
é. Judaísmo é a experiência religiosa dos hebreus ou povo de Israel. É comum a 
confusão entre os termos hebreu e judeu. 
No contexto bíblico pré-exílio na Babilônia, hebreu é a nacionalidade do 
povo que fala o hebraico. Hebreu vem de Héber, aquele que se recusou a construir 
a “Torre de Babel” e/ou aquele que preservou o hebraico (Narrativa disponível no 
Livro do Gênesis, 11, disponível na Bíblia Judaica e Cristã), o idioma dos hebreus. 
Héber é neto de Sem (Livro do Gênesis, 10, disponível na Bíblia judaica e bíblia 
cristã). Ainda, Abraão é chamado de “hebreu” (Livro do Gênesis, 14, disponível 
na Bíblia judaica e bíblia cristã). Hebreu é o povo, descendente de Abraão, que 
recebeu a “Terra Prometida”. Hebreu é utilizado enquanto sinônimo de Judeu 
nas mesmas bíblias. Após o 538, com o fim do Exílio na Babilônia, a expressão 
“judeu” passou a ser utilizada para designar os membros da tribo ou clã de Judá 
ou reino do sul. A palavra aparece nas mesmas bíblias nos livros de Segundo Reis 
25 e Jeremias 34. Atualmente, hebreu equivale ao israelita, nascido em Israel e 
judeu é aquele que professa o judaísmo.
Ainda, na análise das fontes da história da teologia judaica, nota-se a 
dificuldade de afirmar qual é o momento exato da origem histórica da teologia 
judaica. É uma teologia que comporta documentos como narrativas, provérbios, 
sermões, poemas, mitos e outros. São autênticas fontes ou testemunhos da 
evolução da busca por Deus ao longo da história do povo hebreu.
Diante de tamanha diversidade de assuntos, e levando em conta que a re-
dação desses documentos se estendeu por um período de mil anos, é fácil concluir 
que não se pode fazer a leitura e interpretação deles de forma literal e/ou uniforme.
Os antigos hebreus não escreviam como nossos historiadores modernos. 
12
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
Os onze primeiros capítulos do Gênesis, por exemplo, não foram escritos como 
um curso sobre as origens da humanidade, com lições de astronomia, história na-
tural e conhecimento biológico. São relatos numa linguagem simples e figurada, 
adaptada às inteligências de um povo em desenvolvimento, são verdades funda-
mentais necessárias ao conhecimento possível sobre Deus, bem como a descrição 
popular das origens do gênero humano.
Sabemos que um teólogo não escreve como um cientista. O teólogo é livre 
no uso da linguagem, faz uso de imagens, comparações, amplificações, relatos 
sem fontes, que um historiador atual jamais utilizaria.
 
Ninguém ignora que as tradições populares, em geral, são imprecisas. Sua 
função primeira é embelezar os heróis e ofuscar os inimigos. Esse processo literário 
pode ser identificado nos mais antigos textos do Judaísmo, que posteriormente 
foram utilizados pelo Cristianismo e Islamismo para a elaboração da teologia 
própria destas tradições.
 
Ainda, é sabido como a mentalidade popular gostade fixar em músicas 
e poemas a lembrança de seus heróis. E mais, é nítido como a parábola, a 
comparação, a anedota, a própria fábula ou lenda, são sugestivas e apropriadas 
para ajudar na compreensão de verdades profundas e abstratas. 
Os autores hebreus, em suas incansáveis buscas por Deus, não 
desdenharam de utilizar esses processos. Assim, eles procuraram inocular mais 
facilmente no espírito do leitor um ensinamento de caráter religioso. Atualmente, 
admite-se que ao tentar escrever como teria sido a origem da humanidade, os 
judeus tenham feito uma descrição paralela, uma descrição mais ou menos igual 
àquilo que aconteceu com eles enquanto povo, fazendo a experiência de buscar 
por Deus. Exemplo disso é a imagem do oleiro (Livro do Gênesis 1, disponível na 
Bíblia judaica e bíblia cristã): Deus faz o humano a partir do barro, reproduzindo 
a atividade profissional dos antepassados do povo hebreu no Egito.
Destarte, essa busca e sua redação foram proporcionando o discurso teológi-
co judaico, que atinge seu auge com o provável Concílio de Jâmnia (90 e 105 d.C.), ou 
Assembleia de Rabinos, ocorrida ao sul da atual Tel Aviv, quando ocorreu a fixação 
definitiva do texto denominado por Bíblia Judaica e/ou Antigo Testamento. Esta data 
marca a conclusão do processo secular de redação e reunião dos vários livros con-
siderados sagrados, já aceitos como palavra divina há muito tempo pelo judaísmo.
Este longo processo de redação tem sido estudado por diferentes linhas teo-
lógicas, com resultados satisfatórios, reconhecendo quase unanimemente, por exem-
plo, no texto da Torah e/ou Pentatêuco, a presença de quatro fontes ou documentos 
principais: a fonte Javista (J), a Eloista (E), a Deuteronomista (D) e a Sacerdotal (P).
Assim, você já pode perceber que a construção do pensamento teológico 
judaico não foi linear, mas extremamente influenciado por diversos documentos 
e/ou fontes de momentos históricos diversos.
TÓPICO 2 — TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS NO JUDAÍSMO
13
Um momento histórico de suma importância para o processo de edição da 
Teologia Judaica foi a destruição de Jerusalém e do seu Templo, em 586 a.C., pelos 
babilônios (Segundo Livro dos Reis, 25, disponível na bíblia judaica e na bíblia cristã), 
um século e meio após a destruição da Samaria e do reino do norte (aniquilado em 
722-720 a.C. pelos assírios). Foi um marco histórico fundamental para a compilação 
da Torah e/ou livro da Lei, fonte fundamental para o discurso teológico do Judaísmo. 
A partir do caos de Jerusalém e de Israel, no processo de reconstrução 
deste foi desenvolvida uma teologia fortemente ligada à monarquia e ao templo. 
O rei é o ungido (em grego, o Cristo), o escolhido (em hebraico, o Messias). Sua 
vontade é interpretada enquanto vontade de Deus. 
O ordenamento jurídico da monarquia hebraica é decretado e relatado 
enquanto norma divina. Aqui está o motivo da preservação histórica do judaísmo. 
É uma tradição religiosa fortemente vinculada ao poder do rei e seu exército. 
Assim, nas vitórias militares do rei, é Deus que agiu a favor de Israel. Nas derrotas, 
Deus é reinterpretado, é aquele que pune e/ou tem novos propósitos ao seu povo.
 
Destarte, no processo de exílio para Babilônia, a teologia tornou-se ainda mais 
fecunda. Da catástrofe política, econômica e religiosa, que parecia pôr fim ao próprio povo 
hebreu, o discurso teológico é remodelado, algo muito presente nas narrativas proféticas. 
Os profetas haviam de longa data pronunciado um determinado “juízo 
divino”, o “dia das trevas” (Livro de Amós 5,18, disponível na bíblia judaica e na bíblia 
cristã), mas a realidade parecia mais desesperadora ainda: nem rei, nem templo, nem 
a própria terra. Disso resultou uma teologia da esperança, carregada de messianismo 
e visões de um novo tempo. Com estas informações preliminares é possível fazer um 
estudo da História da Teologia Judaica, ciente que podemos encontrar insegurança nas 
fontes, visto que as principais informações sobre as origens do judaísmo são narrativas 
sagradas, fortemente amparadas pela tradição oral, mitos, fatos e prodígios.
2 A IMAGEM DE DEUS NO JUDAÍSMO – ONDE DEUS PODE 
SER ENCONTRADO?
Com a construção do templo, o povo hebreu se habituara a encontrar e 
adorar o seu Deus em Jerusalém e com a destruição do templo e longe da terra 
prometida, os exilados o reencontram, mesmo no Exílio. Redescobrem o conceito 
dinâmico da presença divina, como no tempo do nomadismo e do deserto. Inte-
riorizam a ideia de Deus que se manifesta presente onde quer que se observem 
seus mandamentos (Livro do Profeta Jeremias, 7,2-15; 26,2-11 disponível na bíblia 
judaica e bíblia cristã). Por isso foram delimitadas normas jurídicas e religiosas.
14
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
2.1 A LEI DO SÁBADO
No ambiente babilônico, uma cultura diferente — interpretada como 
pagã — os judeus sentiram a necessidade, também por motivos nacionalistas, de 
reforçar a observância religiosa do sábado, cuja origem cultual se situa na antiga 
Mesopotâmia. Assim, a reunião litúrgica no 7º dia, durante a qual professavam 
a fé no Deus dos patriarcas e da Aliança realizada com Moisés no Sinai. Dessa 
forma, enfatiza uma teologia da esperança do retorno à terra dada por Deus (Livro 
do Gênesis, 2,2-3, disponível na Bíblia judaica e bíblia cristã). Assim começou a 
sinagoga, substituindo o templo.
2.2 A LEI DA CIRCUNCISÃO
Embora praticada historicamente, inclusive por outros povos como os 
egípcios, a partir do exílio na Babilônia, a circuncisão passou a ser o “sinal” nacional 
e religioso da Aliança (Livro do Gênesis, 17,10-14 disponível na Bíblia judaica e bíblia 
cristã), distinguindo os hebreus fiéis ao judaísmo e os demais que não a praticavam.
A circuncisão é o corte do prepúcio e/ou sinal de aliança com Deus na 
carne (anel do prepúcio). Ela deve ser realizada no 8º dia após o nascimento. No 
Livro do Levítico 12, disponível na bíblia judaica e cristã, a circuncisão passou a 
ser lei. Todos os homens do clã de Abraão foram circuncidados. 
3 NEOJUDAISMO
Atualmente não há dúvidas, devido à sucessão de catástrofes históricas do 
povo hebreu, que foi gestado um novo judaísmo e/ou recuperação parcial da experi-
ência religiosa durante e após exílio na Babilônia, incluso uma nova teologia judaica.
Numa releitura histórica do povo hebreu, de Moisés até o Exílio da Babilônia 
(Século XII ao século VI a.C.), verifica-se o processo de revisão do judaísmo que culmi-
nou com a denominada teologia deuteronomista, apresentada nos livros: Deuteronô-
mio, Josué, Juízes, Primeiro Samuel, Segundo Samuel, Primeiro Reis e Segundo Reis.
TÓPICO 2 — TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS NO JUDAÍSMO
15
O que é sabido da teologia pré-deuteronomista é um parecer da própria fonte 
deuteronomista, que confirma a existência histórica de uma tradição judaica com uma 
teologia própria, com forte apologia ao monoteísmo.
ATENCAO
3.1 A TEOLOGIA DEUTERONOMISTA
Seus autores e/ou redatores partem do fato teológico de que Deus agiu de 
modo constante na história do povo hebreu, aplicando advertências com ameaças 
e castigos (Livro do Deuteronômio, 28, disponível na bíblia judaica e bíblia cristã), 
chegando a punir com a destruição quase toda Jerusalém. 
Segundo Garcia Lopez (2006), pelo discurso teológico justifica-se a 
catástrofe, o exílio da babilônia e a ação de Deus. Esse discurso histórico-teológico 
é apresentado especialmente nos discursos dos grandes personagens da história 
do povo hebreu: Moisés, Josué, Samuel e Salomão. 
Davi é apresentado como o “rei perfeito”, idealização levada adiante pelos 
teólogos judeus. Ele é o referencial de todos os reis de Israel, tanto do passado 
como do futuro, alimentando a “Teologia do Messianismo”, isto é, a esperança de 
um “novo Davi”, cuja finalidade seria a recuperação política e religiosa do povo 
hebreu, visto que em termos econômicos, não houve, na história do povo hebreu,nada mais salutar para o povo que o próprio exílio.
3.2 A TEOLOGIA DA FONTE SACERDOTAL
Segundo Garcia Lopez (2006, na redação final da Torah, o escrito-fonte Sa-
cerdotal (P) ocorreu no exílio na Babilônia, propiciando uma releitura da história 
do povo hebreu).
Além de demasiada preocupação com o sábado, a fonte sacerdotal ressal-
ta a circuncisão, o tabernáculo, a Arca, o sacerdócio, os sacrifícios, a distinção e o 
cisma entre sagrado-profano, puro-impuro e pecado-expiação (Livro do Levítico 
10, disponível na bíblia judaica e bíblia cristã).
Dessa forma, o documento sacerdotal e/ou discurso teológico é apresenta-
do como um projeto para o futuro, isto é, um programa cultural para a restaura-
ção pós-exílica do povo hebreu, concebido como comunidade religiosa e política. 
Assim verifica-se nele uma grande esperança no término do cativeiro babilônico 
e no retorno à pátria perdida.
16
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
3.3 A TEOLOGIA NOS ESCRISTOS PROFÉTICOS
No pré-exílio, a teologia dos profetas estava relacionada com a ameaça, 
durante o exílio será de consolação. Assim, o profeta-sacerdote Ezequiel, depor-
tado já após a primeira tomada de Jerusalém (597 a.C.), após uma primeira fase 
de ameaças (Livro de Ezequiel 7, disponível na bíblia hebraica e cristã), procurou 
sustentar a esperança dos exilados com as promessas admiráveis de um novo 
tempo, com uma nova realidade política, econômica e religiosa.
Pouco antes do fim do exílio (538 a.C.), a teologia de Ezequiel expressa a voz 
inflamada de um personagem teológico intitulado de Deutero-Isaías (Livro de Isaías, 
40-55 disponível na bíblia hebraica e bíblia cristã), que percebeu nas vitórias de Ciro, 
rei da Pérsia, os sinais da próxima libertação e/ou redenção do povo hebreu. 
Assim, a teologia do profeta, revela um personagem incansável, com 
intuito de reanimar e consolar o povo hebreu, anunciando um novo êxodo (Livro 
de Isaías, 43,16-21 disponível na bíblia judaica e bíblia cristã) para o sonhado 
retorno à pátria perdida.
3.4 ATEOLOGIA PÓS-EXÍLICA (538 – 50 a.C.)
Entusiasmados com os oráculos do Dêutero-Isaías e, finalmente, com o 
próprio decreto de Ciro, o persa (538), que possibilitou a volta dos hebreus para sua 
terra e a reconstrução do Templo (Livro de Jeremias, 29, 1-14 disponível na Bíblia 
judaica e bíblia cristã), fica nítida a inovação teológica na comunidade que se formou 
em torno do Templo de Jerusalém, reconstruído e reinaugurado em 515 a.C.
Importante notar a dificuldade para preservar a unidade entre judeus, tal 
a divergência de opinião entre os conservadores, mais apegados ao culto antigo 
e os tolerantes, abertos às novidades do contexto, após a experiência do exílio. 
Daí a razão de encontrar, nos escritos pós-exílicos, certa “bipolaridade 
teológica”: particularismo versus universalismo judaico, devido à influência 
cultural estrangeira.
3.5 ENCONTRAR DEUS NO TEMPLO OU NA SINAGOGA?
O novo Templo, reconstruído de 521 a 515 a.C., novamente como santuário 
central, não foi aceito por todos, principalmente pelos samaritanos, desde então 
sempre mais separados, reproduziram a experiência religiosa politeísta assimilada 
na Babilônia. Aos hebreus, o Culto e a Lei deram cada vez mais destaques ao 
“judeu fiel”, especialmente pelos esforços do Profeta Neemias, sendo protegido 
pelo sacerdote Esdras, em meados do século V. 
TÓPICO 2 — TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS NO JUDAÍSMO
17
Nos textos atribuídos a Neemias, há um procedimento normativo oposto 
aos casamentos mistos (Livro de Esdras, 10, disponível na bíblia judaica e bíblia 
cristã), observância do sábado e a exigência de taxas para o culto (Livro de Esdras, 
13, disponível na bíblia judaica e bíblia cristã).
Fica visível na narrativa teológica pouco interesse pelos acontecimentos 
contemporâneos, preferindo retomar as antigas tradições e os antigos escritos, 
reescrevendo à luz da renovada insistência sobre o culto e a Lei. Dessa forma foi 
elaborada a redação final da Torah e a compilação dos escritos dos antigos profetas.
3.6 OUTROS ESCRITOS PROFÉTICOS (Séc. VI – II a.C.)
São escritos teológicos breves, às vezes repetindo os seus predecessores. 
Ressaltam o período da reconstrução do Templo, nas teologias do denominado 
Trito-Isaías (Livro de Isaías, 55 — 66, disponível na Bíblia judaica e bíblia cristã), 
Ageu e Zacarias, Malaquias, Abdias e Joel, escritos teológicos dos séculos V e IV a.C.
3.7 TEOLOGIA SAPIENCIAL (SÉCULOS VI – I a.C.)
Parcialmente a teologia sapiencial era cultivada no período pré-exílio, mas 
floresceu no pós-exílio, do século VI até o ano 50 a.C., produzindo obras teológicas 
importantes como a redação final dos Provérbios, o Cântico dos Cânticos, o 
pessimista Eclesiastes, a Sabedoria, Sirácida ou Eclesiástico em meados do século 
II, traduzido para o grego, aproximadamente em 130 a.C.); o livro de Baruc, com 
o seu problema sapiencial e o livro da Sabedoria (Aproximadamente, ano 50 a.C.), 
já redigido originalmente em Grego.
 
A teologia judaica versou no começo os mesmos temas do humanismo 
individualista e terreno encontrados na teologia sapiencial do pré-exílio. Aos 
poucos foi permitido penetrar no javismo e procurou descobrir as manifestações 
da denominada Sabedoria de Deus na história do povo hebreu.
O javismo ou javista, ao lado da eloísta, deuteronomista e sacerdotal, é uma 
das fontes da Teologia Judaica que deu origem ao Texto Sagrado denominado de Torah e/
ou Livro da Lei. Do ponto de vista teológico, “esta fonte constitui um documento único, no 
qual se descreve a condição humana inspirando-se no estilo de vida do povo hebreu por 
volta do século X a.C.” (GARCIA LOPES: 2006, p. 276).
UNI
18
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
Quanto a Eclesiastes (300 a.C.), nota-se que o seu pessimismo e a sua 
insistência na vaidade das coisas humanas, no absurdo de tantas situações da 
vida, na insatisfação mesmo das situações chamadas felizes, preserva-se a fé do 
povo hebreu em Deus – um Deus, aliás, poucas vezes mencionado, a quem a 
teologia judaica se refere em termos mais de conformista que de confiança. Em 
Eclesiastes ainda não contempla, como no Livro de Daniel, Segundo livro dos 
Macabeus e o livro da Sabedoria, a teologia da retribuição em outra vida.
4 PRODUÇÃO TEOLÓGICA PELA LITERATURA MIDRASH
O vocábulo midrash, do hebraico darash, quer dizer “procura, investigação”, 
e designa duas coisas diferentes. Primeiro como método exegético designa a 
própria interpretação rabínica da denominada Bíblia Judaica e enquanto gênero 
literário caracteriza-se pela amplificação dos textos e fatos anteriores. 
As mencionadas fontes teológicas escritas datadas a partir do século X 
a.C., isto é, da época davídico-salomônica em diante, foram demasiadamente 
influenciadas pela fase pré-literária, também objeto da História da Teologia, que 
busca aproximação de suas tradições, transmitidas oralmente desde muito antes. 
No entanto, é possível, com profundidade, formular hipóteses fundamen-
tadas nos estudos da etnologia e do folclore, constatando que a tradição oral tem 
uma dinâmica interna semelhante em diversos povos. Em sua transmissão, pode-
mos distinguir os seguintes elementos:
• É transmitida por narradores individuais (contadores de histórias, poetas, 
trovadores, sacerdotes), de certo modo envolvidos com a comunidade 
(família, clã, tribo). Aliás, essas tradições passam de pai para filhos.
• Sua conservação inalterada por longos séculos é obtida, graças a bem-
sucedidas técnicas de memorização que se valem de palavras-chaves ou do 
ritmo de versos curtos, nos quais nenhuma sílaba é alterada.
• No centro das tradições do clã estão pessoas individuais, os heróis do passado, 
a cujos feitos incorporam as experiências de toda a comunidade. 
• Proclamada em datas marcantes, a tradição oral revestia o caráter de uma 
celebraçãofestiva, “litúrgica”, recordando o passado e, a partir do presente, 
impulsiona o futuro.
• Finalmente, devido a vários fatores como a sedentarização do clã e divulgação 
da escrita, a tradição oral é redigida e transformada em Teologia. 
Ainda, na história do midrash, foram utilizados dois métodos no processo 
de produção teológica: halacá e hagadah. 
No primeiro, devido à necessidade de assegurar um correto entendimento 
dos textos sagrados, exigia-se completar os mandamentos com toda precisão e 
proteção. Assim, quando não se dispunha de um texto que havia sido perdido 
TÓPICO 2 — TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS NO JUDAÍSMO
19
em determinado momento da história, se recorria à analogia e/ou à interpretação 
de mestres reconhecidos pelo judaísmo, via costumes ou precedente admitido. 
Já na hagada o procedimento interpretativo dos textos sagrados que 
estava fora da norma oficial, principalmente o que estava relacionado à vida 
moral e edificação espiritual, era contextualizado. O teólogo, geralmente, parte 
de acontecimentos ou supostos acontecimentos antigos para fundamentar e/ou 
justificar determinada situação do tempo presente.
Assim, se a teologia judaica levou cerca de mil anos para ser escrita e 
fixada (Do século X a.C. até a promulgação do Cânon de Jâmnia, entre 90 e 105 
d.C.), quase outro tanto foi o tempo da formação e crescimento das tradições 
orais que ligam Abraão ao aparecimento dos primeiros escritos-fontes da Torah 
e outros escritos, para posteriormente serem definidos os dogmas do Judaísmo.
Historicamente, as fontes revelam a cultura hebraica e a influência de 
outras no processo de busca por Deus. Entre elas está Alexandria, no Egito, que 
promoveu o encontro da cultura hebraica com a cultura grega. 
Durante o século III a.C., os hebreus dedicaram-se às atividades 
econômicas, incluindo o comércio e para isso, fizeram uso do grego como língua 
diária, inclusive nas sinagogas. Como consequência, surgiu a necessidade de 
traduzir a Torah para o grego possibilitando novos procedimentos hermenêuticos.
 
Segundo Iussim (1996), Ptolomeu II, fundador da Biblioteca de Alexandria, 
teria encomenda a tradução da Torah ao sumo sacerdote de Jerusalém, o 
qual enviou 72 escribas para o trabalho. Disso resultou o texto conhecido por 
Septuaginta e/ou tradução dos setenta, texto fundamental para o Judaísmo de 
Alexandria e ao Cristianismo no primeiro século.
5 ESCOLAS TEOLÓGICAS JUDAICAS
O grande livro sagrado para o judaísmo é a Torah. A partir da mesma e 
devido as constantes surpresas históricas vivenciadas pelo povo hebreu, como 
invasões estrangeiras, conflitos internos e crises econômicas, o afastamento da 
pátria no primeiro século foi necessário, o que é definido por diáspora judaica.
 
Longe de Israel, a terra prometida por Deus, surgiu a necessidade de 
repensar o judaísmo para não ser extinto. Disso resultou a origem das denominadas 
escolas teológicas judaicas.
20
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
5.1 ESCOLA DE HILLEL
Hillel, um sábio que viveu no período herodiano na primeira metade 
do século I. De origem babilônica, não foi seduzido pela teologia de caráter 
messiânico. Possibilitou as condições para o controle racional da Torah.
Na Escola de Hillel foi estabelecido um princípio: a interpretação e a aplicação 
da Torah em seu sentido literal puro. Porém, em certas ocasiões, pode ser contrária ao 
verdadeiro espírito da Lei, porque as circunstâncias históricas são alteradas.
Segundo Barrera (1999), a Escola de Hillel desenvolveu forte apologia 
a direitos, principalmente liberdade às mulheres na vida em sociedade. Ainda, 
esta não se importava em alterar a Lei, contanto que salvasse o sentido e o fim 
primordial da própria Torah.
5.2 ESCOLA DE SHAMMAI
Esta escola acusava Hillel de modernismo pelo fato da mesma admitir 
novas normas derivadas da Torah. Foi uma escola patriota, conservadora das 
tradições judaicas. Essas atitudes revelam a preocupação em salvaguardar os 
princípios fundamentais da Torah. Era mais renitente à admissão de estrangeiros 
e a liberdade feminina.
5.3 ESCOLA DE ZAKKAY OU JÂMNIA OU JABNÉ
Zakkay foi discípulo de Hillel e após a catástrofe ocorrida no ano 70 d.C. 
em Jerusalém, fundou a comunidade de Jâmnia com a finalidade de reorganizar 
o judaísmo e restaurar as instituições políticas do povo hebreu.
Esta escola desenvolveu um sistema normativo e a interpretação da Torah 
com a finalidade de fazer com que as normas e procedimentos interpretativos da 
Escola de Hillel pudessem ter força legal e fossem aplicáveis nas novas realidades 
da diáspora, na qual o povo hebreu foi obrigado a viver a partir de então.
Em Jâmnia, a bíblia judaica foi definida, sendo acolhidos enquanto 
sagrados somente os textos que haviam sido escritos em hebraico, juntamente 
com a profissão de fé do judaísmo, excluindo Jesus de Nazaré enquanto Messias, 
obrigando os cristãos a fundarem suas próprias comunidades.
TÓPICO 2 — TEOLOGIA JUDAICA: A BUSCA POR DEUS NO JUDAÍSMO
21
Uma testemunha da divisão tríplice do cânon hebraico é Flavio Josefo, fariseu 
e historiador judaico que testemunhou a queda de Jerusalém em 70 d.C. “Eram apenas 
vinte e dois os livros do cânon hebraico agrupados nas três divisões do cânon massorético” 
(MANZANARES, 1995, p. 93).
IMPORTANT
E
5.4 ESCOLA DE ISMAEL
Foi uma escola que surgiu no século II e partia do princípio segundo o qual 
toda doutrina ou lei vem expressa em linguagem humana e sua interpretação, 
portanto, há de ser regida pela razão. Foi uma escola dotada de rigor crítico, 
filológico e histórico (BARRERA: 1999, p. 567).
5.5 ESCOLA DO RABINO AQUIBA
É contemporânea da denominada revolta de Bar-kochba (130/131 d.C.). 
Aquiba dava primazia à derivação das leis a partir dos textos sagrados. Assim, 
toda tradição oral poderia ser legitimada pela própria Torah. 
Segundo Barrera (1999), Aquiba sempre esteve próximo dos movimentos 
apocalípticos, messiânicos e políticos. Foi ele que deu interpretação messiânica 
para Bar-kochba, quando liderou uma revolta para expulsar os romanos da 
Palestina. A obra de Aquiba foi continuada por outros grandes mestres, tendo 
grande influência na história posterior do judaísmo.
6 O QUE É TEXTO SAGRADO NO JUDAÍSMO?
O texto sagrado fundamental é a Torah e/ou os mesmos cinco primeiros 
livros que estão na Bíblia Cristã. Entre os séculos II e VII, teólogos judaicos 
destinaram 613 mandamentos que compõem a vida e os costumes dos judeus. 
22
UNIDADE 1 - A TEOLOGIA NO JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: CONCEITOS, HISTÓRIA 
 E A IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS COMUNS
O termo Torah pode ser usado para se referir à Bíblia Hebraica ou, simplesmente 
“Escrituras”, que é composta por três partes: a Torah (O Pentatêuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, 
Números e Deuteronômio), os Nebiim (Os Profetas: Josué, Juízes, Samuel, Reis, Isaías, Jere-
mias, Ezequiel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, 
Zacarias e Malaquias) e os Ketubim (Os escritos: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, 
Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas).
NOTA
Na Sinagoga, a leitura das Escrituras deu origem a outra designação hebraica: 
Miqra (Aquela que é lida). Após a destruição do templo de Jerusalém, no ano 70 d.C., 
a Escola de Zakkay percebeu que a chave para a sobrevivência do judaísmo estava na 
transmissão da erudição judaica e na transferência dos símbolos da religião do templo 
para outros aspectos da vida judaica. Assim, foi desenvolvido um sistema normativo, 
dividido em seis ordens e subdividido em 63 tratados, contendo leis e costumes ju-
daicos e sua adaptação às novas circunstâncias, sendo compilado pelo Rabino Judá, o 
Príncipe, resultando no texto denominado de Mishna (Aquilo que é ensinado).
A seguir, as reflexões e/ou interpretações da Mishna propiciaram a origem 
do Talmud de Jerusalém (400 d.C. e o Talmud da Babilônia (500

Continue navegando

Outros materiais