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AULA 01 - ESTRUTURA DA CONTABILIDADE BRASILEIRA

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ESTRUTURA DA CONTABILIDADE
BRASILEIRA
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Edenise Aparecida dos Anjos
CONVERSA INICIAL
Caro aluno, seja bem-vindo à nossa aula. Vamos apresentar a você a importância da
contabilidade para as entidades (empresas) e como ela pode ser usada para auxiliar as pessoas a
tomarem decisões.  
CONTEXTUALIZANDO
A contabilidade é um instrumento que fornece a maioria das informações úteis para a tomada
de decisão no mundo dos negócios. Seu objetivo é evidenciar a situação patrimonial (saúde
financeira e econômica) de uma entidade.
A técnica contábil permite que todas as transações (movimentações) que envolvem recursos
monetários, no ambiente dos negócios de uma entidade, sejam registradas (contabilizadas),
estruturadas e apresentadas em relatórios contábeis, com uma linguagem clara e objetiva, para que
seus usuários as utilizem como base para analisar, interpretar e tomar decisões.
No entanto, para entender como a contabilidade registra as transações que ocorrem em uma
entidade, como a técnica é aplicada, ou como seus relatórios são preparados, é necessário conhecer
a estrutura conceitual da contabilidade, que se resume a um conjunto de normas, conceitos e
definições que determinam, ainda, a classificação dos elementos que compõem os demonstrativos
contábeis, assim como a qualidade das informações. Enfim, vamos apresentar todas as terminologias
usadas pelos profissionais da contabilidade para o exercício da função, comuns no ambiente dos
escritórios de contabilidade e/ou departamentos contábeis nas entidades.
Bons estudos!
TEMA 1 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA CONTÁBIL
O que é contabilidade? Em termos conceituais, a contabilidade é uma ciência social aplicada ao
ambiente dos negócios, que estuda e controla o patrimônio das entidades. Resumindo, é a ciência
do controle econômico e financeiro de uma entidade.
A contabilidade é definida ainda como ciência social aplicada, metodologicamente sistemática,
concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as
situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade.
Essa última definição se aproxima da ciência prática – ou melhor, se aproxima da realidade da
contabilidade inserida no ambiente de negócios.
1.1 CONTABILIDADE NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Para descrever a contabilidade no ambiente dos negócios, é importante observar para quem ela
é mantida. Assim, pode-se dizer que a contabilidade é um instrumento de controle e registro do
patrimônio de pessoas jurídicas públicas ou privadas (comércios, indústrias, prefeituras, ONGs etc.).
Pode ainda ser aplicada ao controle do patrimônio de pessoas físicas, quando forem equiparadas a
pessoas jurídicas. As pessoas jurídicas ou físicas para quem a contabilidade é mantida são
denominadas entidades. Entidade é um termo genérico usado para se referir a todos os tipos de
organizações jurídicas, com ou sem fins lucrativos. Por exemplo: indústrias, comércios, associações,
prefeituras, escolas, bancos, prestadores de serviços, entre outras.
A contabilidade estuda e controla o patrimônio das entidades, mas como se dá o processo?
Vamos a um exemplo, em que consideramos a inserção da contabilidade no ambiente de uma
empresa. Veja a representação na Figura 1.
A empresa, representada na figura pelos sócios (proprietários), desenvolve suas atividades,
negociando produtos ou serviços. A contabilidade, por sua vez, registra todas as movimentações que
envolvem os recursos econômicos, como compra e venda de mercadorias, registrando, mensurando
e emitindo relatórios para atender as necessidades informacionais de seus usuários.
Figura 1 – Contabilidade no ambiente de uma empresa
Crédito: Monkey Business Images/Shutterstock; Indypendenz/Shutterstock.
Para que a contabilidade registre todas essas operações, é necessário aplicar um processo
sistemático (por meio de uma técnica denominada de partidas dobradas), trabalhando conceitos e
classificações dos elementos patrimoniais (caixa, mercadorias para revenda) e de resultados (vendas,
despesas, lucros), de acordo com as normas contábeis elaboradas pela estrutura conceitual da
contabilidade, que no Brasil é definida pelo CPC 00.  Desse modo, as transações desenvolvidas pelas
entidades serão registradas e mensuradas em valores monetários, para avaliar o Patrimônio da
entidade e seus resultados, com vistas a medir seu desempenho em determinado período.
Buscando consolidar tais aspectos conceituais, Borinelli e Pimentel (2018) apresentam uma
consolidação das definições de contabilidade, baseando-se em três elementos distintos.
Figura 2 – Definição de contabilidade
Fonte: Elaborado com base em Borinelli; Pimentel, 2018.
Saiba mais
Patrimônio: é um conjunto de elementos necessários para a existência de uma entidade.
Composto por tudo que a empresa tem ou dispõe para desenvolver suas atividades.
Classificação:
Ativos: bens, direitos (recursos econômicos), como estoques, máquinas,
equipamentos, entre outros.
Passivos: obrigações para com outras partes (reinvindicações), impostos a pagar,
fornecedores a pagar, salários a pagar etc.
Patrimônio líquido: valor residual do patrimônio da empresa (ativos menos passivos
é igual a patrimônio líquido). São exemplos de elementos do Patrimônio líquido, o
capital Inicial da empresa e lucros do período.
Usuários: os interessados nas informações úteis para tomada de decisão. Pode ser a
própria empresa. Neste caso, são classificados como usuários internos (proprietários,
gerentes, funcionários) e os usuários externos (entidade, como bancos, fornecedores,
sindicatos, governo, funcionários, entre outros).
Informações úteis: são informações geradas de acordo com as normas contábeis,
relevantes e de qualidade que auxiliam a tomada de decisão de seus usuários.
Vejamos mais alguns dados relevantes.
Em 2008, foi criado no Brasil, pelo Conselho Federal de Contabilidade, em conjunto com
demais órgãos, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, com o intuito de:
Promover a Convergência das Normas Contábeis Brasileiras às Normas Internacionais de
Contabilidade: em termos gerais, quer dizer que a contabilidade praticada no Brasil
possui a mesmas normas e estrutura conceitual das praticadas ao redor do mundo.
Centralizar a emissão de normas contábeis: a contabilidade possuía uma pluralidade de
normas e legislação emitidos por diversos órgãos. Após a criação do CPC, somente este
emite normas e pronunciamentos contábeis.
Ter uma representação e processos democráticos na emissão das informações, ou seja,
o CPC, quando observa, a necessidade do alinhamento das normas às normas
internacionais, revisão, ou elaboração de novos pronunciamentos submete-as a audiências
públicas para aprovação dos órgãos associados (Adriano, 2019).
O primeiro documento emitido pelo CPC foi a estrutura conceitual para relatório
financeiro, mais conhecida como CPC 00. Esse momento, a Contabilidade Brasileira, tinha à sua
disposição dos documentos: 
Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade: emitida pela Deliberação n. 29 de 1986, da
Comissão de Valores Mobiliários, obrigatória para as sociedades anônimas.
Princípios Fundamentais de Contabilidade, emitido pelo Conselho Federal de
Contabilidade, promulgado pela Resolução n. 750, de 1993.
O que é importante saber? No Brasil, tem-se apenas uma estrutura conceitual contábil
vigente, elaborado pelo CPC, disponibilizado pelo CFC, como também pelo NBC TG Estrutura
Conceitual, e alinhados com as normas internacionais de contabilidade, que dá suporte
conceitual e bases para a elaboração de normas, pronunciamentos, políticas e demais
documentos relativos, assim como as características qualitativas e quantitativas da informação
contábil. Conforme segue:
1ª Versão: 14 mar. 2008
Revisão 1: 15 dez. 2011
Revisão 2: 10 dez. 2019
TEMA 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Demonstrações contábeis são relatórios produzidos pela contabilidade com informações sobre
as movimentaçõesdos negócios realizados por uma entidade. Esses relatórios sintetizam, de forma
estruturada, a informação contábil para a tomada de decisão, visando atender as necessidades
comuns dos usuários que as tomam como fonte de informações (Borinelli; Pimentel, 2018). Assim,
pode-se dizer que a contabilidade gera e divulga informações por meio de seus Relatórios
Financeiros denominados Demonstrações Contábeis.
Vamos agora aprender sobre os principais demonstrativos contábeis e a sua finalidade.
2.1 OBJETIVO DOS RELATÓRIOS FINANCEIROS PARA FINS GERAIS
As demonstrações contábeis fornecem informações financeiras sobre os recursos econômicos
(exemplos: mercadorias para revenda, duplicatas a receber de clientes) da entidade que reporta,
reivindicações (exemplos: fornecedores a pagar, impostos a pagar), contra a entidade que são úteis
aos principais usuários na tomada de decisões referentes ao fornecimento de recursos à entidade
(CPC, 2019).
São preparadas de forma sistemática e ordenada a partir da escrituração contábil de todas as
movimentações que possam ser medidas monetariamente no desenvolvimento da atividade fim de
uma entidade.  
Quadro 1 – Tipo de informações contábeis
Fonte: Elaborado com base em Borinelli; Pimentel, 2018.
As informações geradas pelos demonstrativos contábeis devem ser úteis para uma ampla gama
de usuários, que inclui proprietários/sócios e administradores, como também investidores,
fornecedores e credores por créditos, auditores, governo e demais interessados.
Entende-se, desse modo, que as demonstrações contábeis são relatórios padrões, ou seja, têm a
finalidade de fornecer o mesmo tipo de informação a todos os usuários. Caso algum usuário ou
grupo de usuários necessite de informação adicional, devem solicitar à entidade.
A elaboração dos demonstrativos contábeis se dá a partir do “processo contábil”, que consiste
em coletar dados da empresa, registrar ou processar, gerar informações e divulgar os relatórios.
Figura 3 – Processo Contábil para elaboração dos demonstrativos contábeis
Fonte: Gelbcke; Martins; Santos, 2018.
A informação contábil divulgada deve ser classificada como útil para a tomada de decisão por
parte dos usuários. Assim, a informação, para ser útil, deve ser clara e objetiva, apresentada no tempo
certo, passível de ser comparada com período anteriores ou com outras empresas, e representar
fielmente a situação financeira e econômica da entidade no período de sua divulgação.
Por exemplo: se o gestor observar que o lucro de uma filial da empresa XX vem diminuindo nos
últimos anos, impactando negativamente os resultados da organização como um todo, pode decidir,
com base nas informações contidas nos últimos demonstrativos contábeis, se a unidade será
descontinuada.
Para melhor entender o conteúdo apresentado até aqui, vamos conhecer os elementos que
compõem os demonstrativos contábeis e suas classificações.
TEMA 3 – ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO
BALANÇO PATRIMONIAL E DRE
Contabilmente, os elementos das Demonstrações Contábeis são classificados em Contas
Patrimoniais, que compõem o Balanço Patrimonial, e Contas de Resultados, que compõem a
Demonstração do Resultado.
3.1 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é um dos principais relatórios contábeis, sendo considerado uma
demonstração da estática patrimonial, como uma foto que registra um momento específico,
retratando a situação patrimonial no fim de um período. Este relatório evidencia não apenas as
transações comerciais e financeiras, mas todas as atividades da entidade, desde a sua constituição.  
Para entender as informações contidas no Balanço Patrimonial, é preciso saber como é
composto o patrimônio de uma entidade. O patrimônio é composto por um conjunto de bens,
direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa ou entidade.
Bens são as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades de pessoas e entidades (Marion;
Santos, 2018).
Figura 4 – Bens
Por direito entende-se o poder que a entidade possui para exigir algo de outra parte ou alguma
coisa. Por exemplo:
Quando uma entidade comercial vende suas mercadorias a prazo, passa a ter o direito de
receber por esta venda nas datas futuras; passa a ter o direito de receber do seu cliente,
registrando na contabilidade como Duplicatas a receber.
Ao fazer uma aplicação financeira em um banco, obtém-se o direito de receber juros como
remuneração pelo dinheiro aplicado (poupança).
Exemplos de direitos: duplicatas de clientes a receber, aluguel a receber, títulos a receber,
impostos a recuperar etc.
Obrigações representam as dívidas a pagar de uma pessoa ou entidade. São os exigíveis
(reinvindicações), ou seja, os compromissos que a empresa precisará pagar ou honrar até a data do
vencimento.
As entidades adquirem obrigações no decurso normal de suas atividades.
Por exemplo, ao comprar mercadorias (estoques) a prazo para revender, gera a obrigação de
pagar seus fornecedores. Ao contratar mão de obra, funcionários, estes trabalham 30 dias para
receber no quinto dia útil, que são os salários a pagar. Tem-se ainda outras contas a pagar,
empréstimos a pagar, impostos a pagar etc.
Observe que o patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma pessoa ou entidade
normalmente é visto de maneira positiva. Assim, para medir a riqueza, utiliza-se a seguinte equação
do Patrimônio Líquido:
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações
O patrimônio líquido corresponde ao valor residual, ou seja, o valor que sobraria para os
sócios ou acionista caso a empresa descontinuasse as atividades.
Assim, no relatório do Balanço Patrimonial, por convenção, a parte positiva da empresa fica do
lado esquerdo (Ativo), pois são os recursos econômicos da empresa. Do lado direito (Passivo +
Patrimônio Líquido), a parte negativa, como as obrigações a pagar, que são as reinvindicações que
reduzem o patrimônio líquido da entidade. Vejamos uma representação gráfica do Balanço
Patrimonial.
Quadro 2 – Representação simplificada do Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
RECURSO ECONÔMICO REIVINDICAÇÕES
Bens + Direitos Obrigações
• Caixa
• Duplicatas a receber
• Estoques
• Móveis e utensílios
• Veículos
• Máquinas e equipamentos
• Terrenos e edifícios
• Marcas e patentes, licenças
• Salários a pagar
• Fornecedores a pagar
• Impostos a recolher
• Impostos sobre o lucro a pagar
• Empréstimos a pagar
• Financiamentos a pagar
Contabilmente, esses elementos patrimoniais são classificados como contas conforme segue.
Quadro 3 – Elementos patrimoniais
Ativos:
• Pela sua capacidade de trazer benefício econômico para a entidade, ou seja, se converter em dinheiro no
caixa da empresa. Por exemplo, os estoques que se convertem em vendas, as máquinas que produzem os
produtos para venda, da estrutura física que permite o desenvolvimento das atividades.
Passivos: • Pela sua capacidade de financiar a entidade. São as reinvindicações, ou seja, as obrigações a pagar.
• Por exemplo: os fornecedores que vendem as mercadorias a prazo, os funcionários que trabalham 30 dias
para receber no quinto dia útil após o período laboral, o governo por permitir que a entidade desenvolva
atividade econômica e recolha os tributos devidos em uma determinada data após o fato gerado, etc.
Patrimônio
líquido:
• A diferença entre os Ativos e Passivos, ou seja, o valor residual que pertence aos sócios. Por exemplo, os
lucros acumulados registrados no Patrimônio líquido e que ainda não foram distribuídos a parte dos sócios
como dividendos.
Assim, apresenta-se uma estrutura simplificada (sem a classificação da estrutura com os
elementos de curto prazo – circulante e de longo prazo – não circulante) do Balanço Patrimonial, de
acordo com suas respectivas contas.
Quadro 4 – Representação simplificada do Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVOS PASSIVO
• Caixa
• Duplicatas a receber
• Estoques
• Móveis e utensílios
• Veículos
• Máquinas e equipamentos
• Terrenos e Edifícios
• Marcase patentes
• Licenças
• Salários a pagar
• Fornecedores a pagar
• Impostos a recolher
• Impostos sobre o lucro a pagar
• Empréstimos a pagar
• Financiamentos a pagar
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Deste ponto em diante, sempre que nos referirmos a um Ativo, estaremos tratando de um bem
ou direito; ao Passivo, das obrigações a pagar; ao Patrimônio Líquido, como valor residual (Ativo –
Passivo).
Para promover o entendimento da estrutura do Balanço Patrimonial, vamos a um exemplo. A
empresa Descolada Ltda apresentou o seguinte patrimônio em determinado período.
Tabela 1 – Descolada Ltda
Contas Em reais
Caixa 200,00
Duplicatas a receber de clientes 2.500,00
Estoques 12.200,00
Moveis e utensílios 8.000,00
Veículo 50.000,00
Salários a pagar 1.200,00
Fornecedores a pagar 7.500,00
Financiamento do Veículo 30.000,00
Qual o patrimônio Líquido da Empresa Descolada Ltda? A partir dos dados apresentados,
vamos elaborar o Balanço. Inicialmente, anote ao lado de cada conta, identificando qual conta é de
ativo e qual conta é passivo (utilize os conceitos de bens, direitos e obrigações).
Tabela 2 – Contas
Contas Em reais Classificação
Caixa 200,00 Ativos - Bem
Duplicatas a receber de clientes 2.500,00 Ativos - Direito
Estoques 12.200,00 Ativos - Bem
Móveis e utensílios 8.000,00 Ativos - Bem
Veículo 50.000,00 Ativos - Bem
Salários a pagar 1.200,00 Passivo - Obrigação
Fornecedores a pagar 7.500,00 Passivo - Obrigação
Financiamento do Veículo 30.000,00 Passivo - Obrigação
Na sequência, elabora-se o Balanço Patrimonial. No cabeçalho, apresenta o tipo de Relatório e
Empresa. Indica-se em termos monetários se foi elaborado em moeda corrente (real), dólar, euro.
Lembrando que os demonstrativos elaborados e divulgados no Brasil devem estar em moeda
corrente nacional (real). Informar ainda o período de tempo, utilizado para elaborar este Balanço.
Normalmente, este período corresponde a um exercício social (12 meses) compreendendo o período
de janeiro a dezembro (fins de imposto de renda). Inserido o cabeçalho, organiza os elementos
patrimoniais já classificados, Ativos do lado esquerdo e Passivo do lado direito.
Tabela 3 – Balanço patrimonial: empresa Descolada Ltda
BALANÇO PATRIMONIAL
EMPRESA DESCOLADA LTDA
Janeiro a dezembro de 2019 (em mil de reais)
ATIVOS   PASSIVOS  
Caixa 200,00 Salários a pagar 1.200,00
Duplicatas a receber de clientes 2.500,00 Fornecedores a pagar 7.500,00
Estoques 12.200,00 Financiamento do Veículo 30.000,00
Moveis e utensílios 8.000,00    
Veículo 50.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ???
Na sequência somar o total de ativos e total de Passivos.
Tabela 4 – Balanço patrimonial: empresa Descolada Ltda
BALANÇO PATRIMONIAL
EMPRESA DESCOLADA LTDA
Janeiro a dezembro de 2019 (em mil de reais)
ATIVOS 72.900,00 PASSIVOS 38.700,00
Caixa 200,00 Salários a pagar 1.200,00
Duplicatas a receber de clientes 2.500,00 Fornecedores a pagar 7.500,00
Estoques 12.200,00 Financiamento do Veículo 30.000,00
Móveis e utensílios 8.000,00    
Veículo 50.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ???
Para calcular o Patrimônio líquido voltamos à equação do Patrimônio Líquido:
(Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações)
=
(Patrimônio Líquido = Total de Ativos – Total de Passivos)
Patrimônio Líquido = 72.900,00 – 38.700,00
Patrimônio Líquido = 34.200,00
Para fechar o Balanço Patrimonial da Empresa Descolada Ltda, inserimos o Valor do Patrimônio
Líquido.
Tabela 5 – Balanço patrimonial: empresa Descolada Ltda
BALANÇO PATRIMONIAL
EMPRESA DESCOLADA LTDA
Janeiro a dezembro de 2019  (em mil de reais)
ATIVOS 72.900,00 PASSIVOS 38.700,00
Caixa 200,00 Salários a pagar 1.200,00
Duplicatas a receber de clientes 2.500,00 Fornecedores a pagar 7.500,00
Estoques 12.200,00 Financiamento do Veículo 30.000,00
Móveis e utensílios 8.000,00    
Veículo 50.000,00 PATRIMONIO LÍQUIDO 34.200,00
E agora o balanço patrimonial está fechado? Ainda não, pois precisamos somar agora o Total de
Ativos e o Total de Passivos mais Patrimônio Líquido.
  Motivos? No Balanço Patrimonial, a soma total dos ativos deve ser igual à soma total dos
passivos + patrimônio líquido. E se o resultado da soma for diferente? Simples, está errado, deixou-se
de contabilizar ou somar uma conta, sendo preciso voltar e verificar onde está a inconsistência,
corrigir.
Veja na figura a seguir uma representação da equivalência Patrimonial, em que obrigatoriamente
a soma total dos ativos deve ser igual à soma dos Passivos + Patrimônio Líquido.
Figura 5 – Equivalência Patrimonial
Crédito: Tetiana Sukhorukova/Shutterstock.
Vamos somar e verificar se Balanço Patrimonial da Descolada vai fechar.
Tabela 6 – Balanço patrimonial: empresa Descolada Ltda
BALANÇO PATRIMONIAL
EMPRESA DESCOLADA LTDA
Janeiro a dezembro de 2019 (em mil de reais)
ATIVOS 72.900,00 PASSIVOS 38.700,00
Caixa 200,00 Salários a pagar 1.200,00
Duplicatas a receber de clientes 2.500,00 Fornecedores a pagar 7.500,00
Estoques 12.200,00 Financiamento do Veículo 30.000,00
Móveis e utensílios 8.000,00    
Veículo 50.000,00 PATRIMONIO LÍQUIDO 34.200,00
TOTAL DO ATIVOS 72.900,00
TOTAL DO PASSIVO +
PATRIMÔNIO LÍQUIDO=
72.900,00
Pronto, fechamos nosso primeiro balanço! Aprendemos sobre os elementos que compõem o
Balanço Patrimonial. Vamos agora às contas (elementos) que compõem a Demonstração do
Resultado, para entender como o Lucro ou Prejuízo de uma empresa é formado.
3.2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Assim como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado é um demonstrativo
tradicional obrigatório. Tem como objetivo evidenciar como o lucro é formado em determinado
período por meio da confrontação das Receitas de vendas do período, menos despesas do período
de forma dedutiva.
Quadro 5 – Demonstração do resultado
Entende-se, assim, que é um demonstrativo que evidencia o desempenho da empresa e sua
capacidade de gerar resultados por meio de suas atividades.
O Lucro representa o ganho ou recompensa obtido nas transações desenvolvidas por uma
entidade. É reconhecido na venda de produtos ou serviços, obtido de forma dedutiva: receitas
menos despesas incorridas no período. Representa ainda o aumento do capital monetário da
entidade, apurado na Demonstração do Resultado e transferido para o Patrimônio Líquido (CPC, 00).
Por outro lado, o prejuízo representa a diminuição do capital monetário do Patrimônio Líquido
de uma entidade. Evidencia a ineficiência da empresa em gerar resultados positivos – ou seja, as
receitas não foram suficientes para cobrir todas os custos e despesas da entidade.
Agora vamos entender os elementos que compõem a Demonstração do Resultado: Contas de
Receitas e Despesas.
Figura 6 – Elementos da Demonstração
3.2.1 Receitas
As receitas representam a entrada de recursos no caixa de uma entidade. São oriundas da
atividade principal da empresa, como a indústria, que obtém receitas nas vendas de produtos
acabados. Uma prestadora de serviços obtém receitas na prestação de serviços prestados, e uma
empresa comercial na venda de mercadorias adquiridas para revenda.
As Receitas de uma empresa, que figuram na primeira linha da demonstração do Resultado, são
decorrentes da atividade principal da empresa.
Quadro 6 – Demonstração do resultado
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Empresa Comercial Descolada Ltda (em mil R$)
RECEITA DE VENDAS DE MERCADORIAS
(-) Despesas administrativas, comerciais e financeiras
(=) Resultado do período (Lucro ou Prejuízo).
Mas existem outros tipos de receitas? Sim, pois as empresas podem auferir receitas financeiras
(rendimento de aplicações financeiras), receitas de aluguéis, arrendamento mercantil etc. Via de
regra, as receitas correspondem às vendas de produtos ou serviços prestados.
Por exemplo: quando uma empresa comercial adquire mercadorias para revenda, estabelece um
preço de venda para seu produto, que seja, um valor superior aos seus custos de aquisição,
estabelecendo uma margem de lucro. Ao vender essas mercadorias, ela obtém receitas de vendas,ou
seja, troca as mercadorias adquiridas por um bem (Ativos), representado pela entrada de dinheiro no
caixa se for a vista, ou reconhece o direito de receber do seu cliente em uma data futura. Receitas são
definidas aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos no patrimônio
líquido (CPC, 2019).
Figura 7 – Definição de receitas
Fonte: CPC, 2019.
Aumentos nos ativos é quando há uma venda de mercadorias (Ativos). Aumentam as contas de
ativos, caixa se for a vista ou clientes a receber, o que em contrapartida resultam em aumentos no
patrimônio líquido
Reduções nos passivos é quando há pagamentos de uma dívida (obrigação). Este fato reduz o
passivo, que resulta em aumentos no patrimônio líquido.
Como assim aumentos no patrimônio líquido? Quando a empresa apura seus resultados em
determinado período, o lucro ou prejuízo é transferido para a conta do Patrimônio líquido no
Balanço Patrimonial. Por isso, são relatórios complementares, pois não é possível fechar um balanço
patrimonial de uma empresa que está em pleno funcionamento operacional, sem o resultado do
exercício.
Mas como as entidades apuram receitas? Isso depende do tipo de empresa:
Uma empresa de comércio apura suas Receitas de Vendas, quando vende suas mercadorias
(estoques). Uma empresa prestadora de serviços apura receitas de prestação de serviços
quando presta serviços; já uma indústria, quando vende sua produção.
Observe que uma empresa aufere receitas na venda quando transfere a controle de seus ativos
a outras partes (clientes).
3.2.2 Despesas
Ao contrário das receitas, as despesas reduzem o benefício econômico futuro. Conceitualmente,
“as Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no
patrimônio líquido” (CPC, 2019, item 4.69).
Figura 8 – Definição de despesas
Fonte: CPC, 2019.
Mas como identificar uma despesa? As despesas representam o esforço que a uma empresa
realiza para desenvolver sua atividade fim. Por exemplo, para que uma empresa comercial possa
vender suas mercadorias, precisa manter uma estrutura, pagar despesas com aluguel da loja física,
despesas administrativas, despesas com energia elétrica, despesas com internet, e despesas
com salários e despesas com comissões dos vendedores.
Observe que, para obter receitas por meio de vendas, é necessário investir em uma estrutura que
garanta esse suporte. Entende-se assim que as Despesas são confrontadas com as Receitas.
Receitas e despesas são elementos das demonstrações contábeis que se referem ao
desempenho econômico da entidade. Exemplo: vamos supor que as duas empresas (Descolada e
Fracassada), têm o mesmo ramo de atividade, estão localizadas no mesmo município, e tem os
mesmos clientes alvos – ou seja, são concorrentes. Vamos considerar ainda que há mercado para as
duas.
Tabela 7 – Desempenho das empresas no ano de 2019
Demonstração do resultado
Descolada Ltda (em mil R$)
Demonstração do resultado
Fracassada Ltda (em mil R$)
Receita de Vendas            120.000
(-) Despesas                      (95.000)
(=) Lucro                              25.000
Receita de Vendas            120.000
(-) Despesas                      (125.000)
(=) Prejuízo                           (5.000)
Observe que, embora as duas empresas tenham obtido o mesmo valor de receitas por meio de
suas vendas, em termos de desempenho, a Descolada teve um bom desempenho em 2019, quando
comparada com sua concorrente. Teve menos despesas, administrou melhor os seus recursos
econômicos, e obteve lucro de R$ 25.000. Por outro lado, a empresa Fracassada não conseguiu
otimizar suas despesas no período e obteve um prejuízo no valor R$ 5.000.
Veja que a demonstração do resultado evidencia como os recursos econômicos geram
resultados positivos para a empresa por meio da receita de vendas. Apontam ainda, como o lucro
ou prejuízo é formado.
Os usuários das demonstrações contábeis precisam de informações, tanto sobre a posição
econômica da entidade, como sobre o seu desempenho econômico. Assim, embora receitas e
despesas sejam definidas em termos de mudanças em ativos e passivos (movimentando contas
patrimoniais e de resultados simultaneamente), são indicativos de desempenho essenciais para a
tomada de decisão.
A partir desse entendimento, apresenta-se uma síntese demonstração do resultado.
Quadro 7 – Síntese da Demonstração de Resultado
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
(+) RECEITAS
Aumento dos benefícios
econômicos
Aumentam o Patrimônio Líquido
(aumentam o ativo/reduzem
passivo)
Recebimentos de receita de vendas das mercadorias
- Aumenta conta Caixa ou banco.
- Aumenta conta de clientes a receber
(-) DESPESAS Sacrifício necessário para que haja a vendas de mercadorias (ativos).
Reduzem os benefícios
econômicos Futuros
Diminuem o Patrimônio
(reduzem o ativo/aumentam o
passivo)
- Aumenta as contas a pagar
- Diminui a conta caixa ou banco.
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
Mede o desempenho da empresa (LUCRO OU PREJUIZO)
- O lucro ou prejuízo são transferidos no final do exercício para o Patrimônio líquido
no Balanço Patrimonial.
Quadro 8 – Definições amplas de elementos dos demonstrativos contábeis
Item Elemento Definição
Recurso
econômico
Ativo
• Recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos
passados.
• Recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios
econômicos.
Reivindicação
Passivo
• Obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado
de eventos passados.
Patrimônio
líquido
• Participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus
passivos.
Fonte: CPC, 2019.
Exemplo de estruturação sistemática e ordenada para registros contábeis
A contabilidade é a ciência do controle registra e mensura todas as transações que ocorrem
no ambiente de uma entidade. Esse registro é sistemático e ordenado, ou seja, as contas
contábeis são agrupadas em grupo de contas e codificadas, para que se possa fazer os registros.
Por exemplo, os elementos das demonstrações contábeis são codificados por convenção como:
1. Ativos
2. Passivos
3. Receitas
4. Despesas
Essa codificação permite que uma entidade estruture um Plano de Contas, que corresponde
ao agrupamento das contas dentro da estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do
Resultado, necessários para o registro sistemático, ordenado e cumulativo das transações de
uma entidade.
Exemplo de um recorte de um plano de contas, representando a codificação por níveis da
conta caixa e bancos no Ativo de uma entidade:
1. Ativo
1.1 Ativo circulante
1.1.1 Disponíveis
1.1.1.1 Caixa e bancos
1.1.1.1.1 Caixa
1.1.1.1.2 Banco Bradesco
1.1.1.1.3 Banco Santander
TEMA 4 – USOS E USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
Durante nossa aula, estudamos que as demonstrações contábeis são preparadas para fins gerais,
tendo como finalidade atender as necessidades informacionais do maior número possível de
usuários. Mas quem são esses usuários? Tem-se inicialmente dois tipos de usuários.
Quadro 9 – Tipo de informações contábeis
Os relatórios contábeis são preparados e divulgados, preferencialmente para os usuários
externos, pois estes não têm acesso privilegiado a informação, dependendo das divulgações e
publicações dos Demonstrativos Contábeis para a tomada de decisão. São classificados ainda como
usuários primários, em função dos objetivos dos demonstrativos contábeis de propósito geral, de
atender necessidades informacionais de uma ampla gama de usuários interessados, como
investidores interessados em investir na entidade e credores por créditos (CPC, 2019).
Já os usuários internos são os proprietários/sócios da entidade, administradores, gerentes e
demais funcionários. Não precisam se apoiar em relatórios contábil-financeiros de propósito geral,
preparados de acordo com as normas, para tomar decisões, porque têm à disposição relatórios
internos ou gerenciais para subsidiar a tomada de decisão.
Com base nessas classificações,Borinelli e Pimentel (2018, p.27) elaboram um quadro explicativo,
apresentando os diversos usuários da informação contábil e o uso para suas respectivas decisões.
Quadro 10 – Tipo de informações contábeis
USUÁRIOS DECISÕES
Investidores • Decidir quando comprar, manter ou vender um investimento.
Investidores e demais usuários
• Avaliar a administração quanto à gestão dos recursos que lhe foram confiados, à
qualidade de seu desempenho e prestação de contas.
Empregados
• Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes
outros benefícios.
Credores
• Avaliar a segurança quanto à capacidade da entidade de devolução dos recursos
financeiros que lhe foram ou serão emprestados.
• Fornecer recursos para a entidade.
Proprietários e Administração • Determinar políticas de distribuição de lucros e dividendos.
Governo • Estabelecer políticas tributárias, monetárias, dentre outras.
Órgãos Reguladores • Regulamentar as atividades das entidades.
Fonte: Borinelli; Pimentel, 2018, p. 27.
Em síntese, os relatórios financeiros para fins gerais são elaborados para atender uma ampla
gama de usuários. São voltados para atender as necessidades dos usuários primários, externos à
organização.
TEMA 5 – RELATÓRIOS FINANCEIROS OBRIGATÓRIOS E
RELATÓRIOS FINANCEIROS NÃO OBRIGATÓRIOS
Durante a aula, apresentamos os relatórios contábeis e seus usuários, mas quais deles são
obrigatórios e que tipo de informação evidenciam?
5.1 CONJUNTO COMPLETO DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS
O CPC 26 (2011) define as demonstrações contábeis como uma representação estruturada
da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. Elas são elaboradas para
evidenciar informação da entidade acerca do seguinte: ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e
despesas, incluindo ganhos e perdas, alterações no capital próprio mediante integralizações dos
proprietários e distribuições a eles, e fluxos de caixa.
Assim, estabelece-se um conjunto de demonstrativos contábeis necessários para cobrir as
necessidades informacionais dos usuários e com os objetivos estabelecidos.
Quadro 11 – Conjunto completo de demonstrativos contábeis
Fonte: CPC, 2011.
Veja que já estudamos previamente as demonstrações do Balanço Patrimonial e dos Resultados.
Isso é importante porque assim como a Demonstração do resultado, e com exceção da DVA, todos os
demonstrativos complementam as informações disponíveis no Balanço Patrimonial. O Quadro 12
apresenta a finalidade de cada demonstrativo.
Quadro 12 – Conjunto de demonstrativos obrigatórios
DEMONSTRATIVO FINALIDADE
Balanço
Patrimonial (BP)
• É o principal demonstrativo, O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e
patrimonial da empresa em determinado período (fechamento do exercício social). É a representação
estática do Patrimônio da entidade.
Demonstração do
Resultado
• Evidencia o desempenho, a capacidade da empresa em transformar seus ativos (estoques por
exemplo) em caixa (dinheiro). Apresenta como o lucro ou prejuízo é formado em determinado
período. No Balanço representa a conta de lucros ou de prejuízos (CPC, 2011).
Demonstração do
fluxo de caixa
(DFC)
• Elaborada com o objetivo de gerar informações sobre entradas e saídas (os pagamentos e
recebimentos), em dinheiro, de uma entidade, em determinado período.
• A DFC possibilita analisar a capacidade da empresa em gerar fluxo de caixa futuros por meio das
atividades operacionais, de investimentos e financiamentos. No Balanço Patrimonial representa a
linha da conta caixa (CPC, 2010; Gelbcke; Martins; Santos, 2018).
Demonstração das
mutações do
Patrimônio líquido
– DMPL
• Busca evidenciar as alterações do patrimônio da entidade, como ações, lucros, prejuízo, reservas,
aumento de capital, subscrição de capital dos sócios em determinado período de tempo.
• Indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Líquido durante o
exercício (CPC, 2010; Gelbcke; Martins; Santos, 2018).
Demonstração do
Valor adicionado –
DVA
• É elaborada a partir das informações do Balanço e da DR. No entanto não se posiciona em
nenhuma linha do BP.
• É considerada como um demonstrativo social, pois evidencia a criação da riqueza de uma entidade
e como esta é distribuída entre seus agentes, tais como empregados, clientes, fornecedores,
financiadores e governo (CPC, 2010; Gelbcke; Martins; Santos, 2018).
Notas explicativas
(NE)
• E, por fim, além dos demonstrativos contábeis, as entidades devem elaborar notas explicativas,
apresentando de forma analítica como o resultado de contas específicas e relevantes foram
formadas, são complementares ou integrantes dos demonstrativos (Gelbcke; Martins; Santos, 2018).
Observe que cada um dos demonstrativos apresenta um tipo de informação complementar ao
Balanço Patrimonial. Por exemplo, a DFC evidencia as variações que ocorreram na conta caixa da
entidade durante o período. Do mesmo modo, a DMPL apresenta as variações e a composição do
patrimônio líquido. Por sua vez, a DRE evidencia a desempenho e a composição do resultado de um
período (lucro ou prejuízo).
Já as notas explicativas têm como função apresentar quais critérios, políticas e normas foram
utilizados como bases para os registros contábeis, complementando as informações apresentadas no
conjunto de demonstrativos. A DVA, por sua vez, demonstra não só a riqueza gerada pela entidade,
como sua distribuição em forma de pagamentos de funcionários, impostos, acionistas.
A partir da representação gráfica a seguir, pode-se observar as informações evidenciadas pelos
demonstrativos contábeis, representando a dinâmica patrimonial. 
Figura 9 – Dinâmica Patrimonial
Fonte: Elaborado com base em Borinelli; Pimentel, 2018.
5.2 OBRIGATORIEDADE DE ELABORAÇÃO, DIVULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As exigências do CPC 26 (CPC, 2011) se aplicam a todos os tipos de entidades, tanto as
entidades individuais e sociedades por quotas de responsabilidade limitadas (empresas Ltda.), como
as Sociedades por Ações – S.A., também conhecidas como sociedades anônimas, inscritas na bolsa de
valores (CVM – Comissão de valores mobiliários), que são segmentadas em dois grupos, as
sociedades de capital aberto ou de capital fechado.
Assim, podemos entender que todas as entidades devem elaborar seus demonstrativos
contábeis e divulgá-los a seus usuários. Agora, em relação à divulgação pública, ou seja, a tornar
público em meios de comunicação, como em jornais de grande circulação, a obrigatoriedade recai
somente sobre as sociedades por ações. Observe a Figura 10.
Figura 10 – Obrigatoriedades de elaboração e divulgação
A elaboração corresponde ao ato de gerar demonstrações contábeis com base em escrituração
contábil permanente, de acordo com os critérios e normas contábeis e as legislações pertinentes.
A divulgação dos demonstrativos contábeis corresponde ao ato de comunicar informações
sobre ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas (CPC, 2019). Essa comunicação pode
ser realizada por meios de comunicação internos da entidade, encartes, sites, jornais, revistas, ou
outros meios que a entidade julgue necessários para atender seus usuários. Agora, elaborar e
divulgar os demonstrativos contábeis não é o mesmo que tornar público.
A publicação se refere à obrigatoriedade de a entidade divulgar seus relatórios em meios de
comunicação em massa, como jornais de grande circulação e o Diário Oficial da União, do estado ou
Distrito Federal, pelo menos uma vez por ano, estando sujeitos ao atendimento das exigências dos
órgãos reguladores, como a CVM, que estabelece as diretrizes para a publicação das sociedades por
ações.
Importante que os demonstrativos DRA, DMPL e DVA são obrigatórios somente para as
sociedades por ações de capital aberto. Para todas as demais, sua elaboração é orientada, mas
permanece facultativa – ou seja, a entidade deve analisar o custo benefício da sua elaboração e
divulgação.
As demonstrações contábeisdevem ser preparadas e divulgadas no término de um exercício
social compreendendo o período de 12 meses (janeiro a dezembro), ou 365 dias. Normalmente o
prazo de fechamento coincide com o prazo determinado pela legislação do imposto de renda,
fechando em 31 de dezembro de cada ano.
Saiba mais
A legislação das Sociedades por ações (11.604/76) equiparou as empresas de grande porte,
ou seja, aquelas que possuem ativos totais de valor superior a 240 milhões, ou receita bruta
anual de 300 milhões, às sociedades por ações. Todavia, não esclarece que elas devem divulgar
publicamente seus relatórios, o que é considerada uma brecha para discussões jurídicas.
Existem relatórios contábeis que não são obrigatórios, de elaboração e divulgação
voluntária? Sim, existem. Temos como exemplo o Balanço Social, a antiga Demonstração de Origens
e Aplicações de Recursos – DOAR, que foi substituída pela DFC, além de relatórios gerenciais,
relatórios de planejamento orçamentário da empresa, entre outros.
TROCANDO IDEIAS
Nesta aula, trouxemos um enfoque sobre a contabilidade no ambiente dos negócios, seus
relatórios, objetivos e usuários da informação contábil. Entende-se, assim, que a contabilidade é a
linguagem dos negócios, sendo sua aplicação de extrema importância para todo tipo de entidade,
independentemente da finalidade (com ou sem fins lucrativos), pública ou privada.
No tocante à profissão contábil, vem sendo cada vez mais respeitada no mercado de trabalho,
com vários campos de atuação. Como o Professor José Carlos Marion já dizia, é uma área muito
prolífera, na qual você pode trabalhar como contador, auditor, perito, professor, analista fiscal etc.
Permite que se possa empreender ou prestar serviços em organizações privadas e públicas,
dependendo da aptidão individual de cada profissional contador.
Assim, convidamos você a entrar no fórum de seu ambiente virtual e conversar com seus colegas
para verificar quais são suas expectativas sobre a profissão.
NA PRÁTICA
A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades. O patrimônio, por
sua vez, é composto por bens + direitos - obrigações. Analise os seguintes dados em reais da
empresa Exemplificada Ltda, para calcular o valor do seu patrimônio líquido:
Impostos a pagar 1.500
Estoques de mercadorias 12.000
Dinheiro em caixa 2.500
Fornecedor a pagar 8.000
Veículo 25.000
Duplicatas de Cliente a receber 3.800
Com base dos dados, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta do valor dos bens,
direitos e obrigações e valor do patrimônio líquido da empresa (procure montar uma estrutura do
Balanço patrimonial para responder).
a. Bens, 37.000 (+) direitos 6.300 (-) Obrigações 9.500 = Patrimônio Líquido de 33.800.
b. Bens, 27.500 (+) direitos 15.800 (-) Obrigações 8.000 = Patrimônio Líquido de 35.300.
c. Bens, 40.800 (+) direitos 2.500 (-) Obrigações 9.500 = Patrimônio Líquido de 33.800.
d. Bens, 39.500 (+) direitos 3.800 (-) Obrigações 1.500 = Patrimônio Líquido de 41.800.
e. Bens, 39.500 (+) direitos 3.800 (-) Obrigações 9.500 = Patrimônio Líquido de 33.800.
O gabarito para essa seção pode ser encontrado ao final deste material, após as referências.
FINALIZANDO
Nesta aula, estudamos a contabilidade como ciência social aplicada, e sua importância para o
mundo dos negócios. Apresentamos os relatórios contábeis e os elementos que os compõem (Ativos,
Passivos, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas). Para finalizar, identificamos ainda os principais
usuários da informação contábil, com o conjunto de demonstrativos obrigatórios e não obrigatórios.
REFERÊNCIA
ADRIANO, S. Manual dos Pronúncias Contábeis Comentados. São Paulo: GEN 2018.
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C.  Contabilidade para Gestores, Analistas e outros
Profissionais. 2. ed. São Paulo: GEN, 2018.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. (CPC 09): Demonstração do Valor Adicionado.
2008. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso
em: 10 mar. 2020.
_____. CPC 00 (R2): Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. 2019. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em: 10 mar. 2020.
_____. CPC 03 (R2): Demonstração dos Fluxos de Caixa: Pronunciamento Técnico. 2010.
Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em:
10 mar. 2020.
_____. CPC 26 (R1): Apresentação das Demonstrações Contábeis, Pronunciamento Técnico. 2011.
Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em:
10 mar. 2020.
GELBCKE, E. R.; MARTINS, E.; SANTOS, A. dos. Manual de contabilidade societária: aplicável a
todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARION, J. C.; SANTOS, A. C. M. Contabilidade básica, 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GABARITO
A resposta correta é a e.
BALANÇO PATRIMONIAL DE 2019
EMPRESA EXEMPLIFICADA LTDA
Bens:
Dinheiro em caixa (2.500) + Estoques (12.000) + Veículo (25.000) =
total de 39.500
 
Direitos:
Obrigações:
Impostos a pagar (1.500) + Fornecedores a pagar
(8.000) = 9.500
 
Duplicatas de Cliente a receber no valor de 3.800 Patrimônio líquido =
Bens + direitos – obrigações=
  39.500+3.800-9500
Patrimônio Líquido = 33.800

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