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Guia para Manejo do Comportamento Suicida

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UM GUIA PARA 
PROFISSIONAIS 
DA SAÚDE
COMPREENSÃO, AVALIAÇÃO E MANEJO 
DO COMPORTAMENTO SUICIDA: 
https://www.artmed.com.br/
INTRODUÇÃO 
UM FENÔMENO GLOBAL 
O QUE É COMPORTAMENTO SUICIDA 
FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO 
ASPECTOS COGNITIVOS DO COMPORTAMENTO SUICIDA 
Aspectos do conteúdo cognitivo 
Aspectos relacionados ao processamento de informações 
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO SUICIDA 
MANEJO DO COMPORTAMENTO SUICIDA 
Psicoeducação 
Plano de segurança 
Caixa da esperança/kit de sobrevivência 
Estratégias de resolução de problemas
Desenvolvimento de habilidades interpessoais 
Uso de distratores e estratégias tranquilizantes 
Cartões de enfrentamento 
Comemorar pequenas conquistas 
PREVENÇÃO DE RECAÍDA 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A ARTMED 
REFERÊNCIAS 
S U M Á R I O 2
3
5
6
8
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15
16
17
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20
21
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22
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24
26
27
Quando se trata do comportamento suicida, a informação 
é uma ferramenta poderosa. Com o tempo e conhecimento 
adequados, podemos auxiliar as pessoas a enfrentar os mo-
mentos difíceis. Por isso, este material foi elaborado com o 
que há de mais atual e relevante para a compreensão e ma-
nejo adequados de um fenômeno que é complexo e mul-
tifatorial, resultante da interação entre aspectos biológicos, 
psicológicos, culturais e socioambientais. 
Esperamos que você encontre aqui ferramentas para auxi-
liar em sua prática profissional!
INTRODUÇÃO
2
Apenas uma pequena parcela das pessoas que apresen-
tam pensamentos suicidas realmente planeja, e menos 
ainda efetivamente tenta. Assim, o número de pessoas 
que apresentam ideações é muito maior do que das que 
realmente morrem por suicídio (Burr et al., 2017; Kelly, 
2018). Isso não significa, no entanto, que o assunto seja 
menos preocupante e mereça menos atenção dos res-
ponsáveis por prover cuidados em saúde mental.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 
2021), por ano, cerca de 700 mil pessoas em todo o mun-
do tiram a própria vida, o que significa algo próximo de 
uma pessoa a cada 40 segundos. O suicídio está entre 
as principais causas de morte em todo mundo e foi, em 
2019, a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 
29 anos.
UM FENÔMENO GLOBAL
3
4
No cenário brasileiro, o Sistema de Informação de Agravos de Notifi-
cação (SINAN) registrou 48.200 casos de tentativas de suicídio de 2011 
a 2016. Contudo, estima-se que o número de tentativas seja bem mais 
elevado, pois uma grande parte dos casos não são registrados. Já o Sis-
tema de Informação sobre Mortalidade (SIM) registrou 55.649 óbitos por 
suicídio no Brasil entre 2011 e 2015, com taxas variando entre 5,3 e 5,7 a 
cada 100 mil habitantes (Ministério da Saúde, 2017).
Apesar dos dados alarmantes, o comportamento suicida, ao ser ade-
quadamente abordado, pode ser prevenido e tratado. Neste cenário, a 
Organização Mundial de Saúde lançou um plano para redução das ta-
xas de suicídio global em um terço até 2030. Os dados epidemiológi-
cos indicam que, entre 2000 e 2019, houve uma diminuição de 36% na 
taxa de suicídio, com as diminuições variando de 17% na região do Medi-
terrâneo Oriental a 47% na região europeia e 49% no Pacífico Ocidental. 
Contudo, na região das Américas, as taxas aumentaram 17% no mesmo 
período (Organização Mundial de Saúde, 2021). A seguir, você encontra-
rá informações a respeito da definição, avaliação, manejo e intervenção 
para comportamentos suicidas.
 O comportamento suicida é um fenômeno complexo e multifato-
rial e, por isso, ainda não há consenso entre os pesquisadores sobre um esquema 
de classificação e nomenclatura que seja amplamente aceito. 
Nas pesquisas empíricas (Nock, 2014; Nock et al., 2008; Posner et al., 2007; Wenzel 
et al., 2010), é comumente organizado em ideação suicida, planejamento suici-
da, tentativa de suicídio e suicídio consumado, e se difere de aspectos em que 
não há a deliberada intencionalidade de morte, como ideações vagas de morte, 
comportamentos de risco ou autolesão não-suicida. O comportamento suicida 
é visto como o problema primário, e não como um sintoma de um distúrbio ou 
quadro psicopatológico. 
De uma forma geral, o suicídio pode ser definido como a morte resultante de 
comportamento autolesivo intencional, associado a qualquer intenção de mor-
rer. Para compreendê-lo, a Organização Mundial de Saúde e o EURO Multicentre 
Study propuseram uma tipologia para nomenclatura e classificação, organizada 
em agência, intenção e resultado (Nock, 2014):
O QUE É O COMPORTAMENTO 
SUICIDA?
a) Agência: o comportamento sui-
cida é instigado ou iniciado pela 
própria pessoa, mas não necessa-
riamente autoinfligido;
 Intenção: diz sobre o desejo de 
morrer. Trata-se de um aspecto 
controverso e ainda bastante criti-
cado, por ser difícil de avaliar e in-
terpretar na prática clínica;
 Resultado: o comportamento 
suicida deve ter um potencial real 
ou acreditado de causar a morte.
5
Talvez você já tenha tido 
contato com uma lista gi-
gantesca de fatores de risco 
e proteção para o comporta-
mento suicida. Entendemos 
por fator de risco um atribu-
to, característica ou expo-
sição de um indivíduo que 
aumenta a probabilidade 
de levar ao comportamento 
suicida, ao passo que o fa-
tor de proteção pode ame-
nizar ou inibir o impacto do 
risco (Franklin et al., 2017). A 
seguir, estão alguns fatores 
comumente citados pela li-
teratura:
FATORES DE 
RISCO E PROTEÇÃO
Fatores de risco e proteção para o comportamento suicida:
FATORES DE RISCO FATORES DE PROTEÇÃO
Tensões na vida (ex.: rompimentos român-
ticos, problemas legais, falhas acadêmicas, 
etc.);
Tentativas anteriores de suicídio;
Exposição ao suicídio de outras pessoas;
Quadros psicopatológicos (ex.: depressão, 
transtorno bipolar, transtornos de persona-
lidade, problemas de abuso de substâncias, 
etc.);
Problemas de saúde física graves ou crônicos;
Acesso a meios letais;
Abuso infantil;
Momentos de crise;
Isolamento social;
Encarceramento;
Violência;
Ser migrante;
Ser indígena;
Se não-heterossexual;
Ser praticante ou vítima de bullying.
Estar empregado;
Ter criança em casa;
Ausência de sintomas psicopatológicos;
Senso de responsabilidade com a famí-
lia;
Capacidade de solucionar problemas;
Suporte familiar adequado;
Crenças religiosas, culturais ou étnicas;
Laços sociais estabelecidos;
Ter animal de estimação;
Ter vida social e lazer;
Capacidade de procurar ajuda;
Estar aberto ao conhecimento;
Fatores culturais e sociodemográficos;
Participar de atividades esportivas;
Estar casado;
Perceber uma boa saúde.
6
Apesar de os estudos indicarem uma associação entre os 
fatores de risco e de proteção e o comportamento suicida, 
quando são realizados estudos longitudinais prospectivos, 
os fatores de risco e proteção acabam não sendo predito-
res confiáveis! 
Por exemplo, Franklin e colaboradores (2017) revisaram 
as pesquisas produzidas durante 50 anos (incluíram 395 
estudos) e encontraram que, ao longo do tempo, os fato-
res de risco foram apenas ligeiramente melhores do que 
o acaso para explicar o comportamento suicida. Esse re-
sultado pode parecer bastante estranho em um primeiro 
momento, mas ele confirma o que já sabíamos: o com-
portamento suicida é complexo e, para sua compreensão, 
faz-se importante considerar modelos e propostas mais 
amplas sobre os processos de saúde (Franklin et al. 2017; 
Friedman & Kern, 2014; Wenzel et al., 2010). 
Por isso, há algum tempo, os suicidologistas redireciona-
ram seus esforços para identificar características individu-
ais que tenham o potencial de ser mais direcionadas na 
compreensão e explicação do comportamento suicida 
(Nock, 2014). Atualmente, as variáveis cognitivas são com-
preendidas como aspectos centrais para abordar o sui-
cídio. Além de serem em grande parte passíveis de mo-
dificação com intervenções estruturadas, elas nos dão 
indícios sobre o prognósticodos casos. Por isso, vamos 
nos debruçar sobre elas no próximo tópico.
Por isso, há algum tempo, os suicidologistas redireciona-
ram seus esforços para identificar características indi-
viduais que tenham o potencial de ser mais direciona-
das na compreensão e explicação do comportamento 
suicida (Nock, 2014). Atualmente, as variáveis cognitivas 
são compreendidas como aspectos centrais para abor-
dar o suicídio. Além de serem em grande parte passíveis 
de modificação com intervenções estruturadas, elas nos 
dão indícios sobre o prognóstico dos casos. Por isso, va-
mos nos debruçar sobre elas no próximo tópico.
7
A Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) compreen-
de que os sentimentos, pensamentos e comportamen-
tos estão intimamente relacionados. Para a abordagem, 
as interpretações e percepções que as pessoas têm a 
respeito do ambiente são regidas por meio de três es-
truturas mentais que se conectam às reações fisiológi-
cas, comportamentais e emocionais (Assumpção et al., 
2017). São elas:
ASPECTOS COGNITIVOS 
DO COMPORTAMENTO SUICIDA
Crenças centrais: são ideias e percepções globais, rí-
gidas e hipergeneralizadas sobre si, os outros/o mun-
do e o futuro. Trata-se do nível mais profundo da cog-
nição;
Crenças intermediárias: referem-se a atitudes, pres-
supostos e regras;
Pensamentos automáticos: são pensamentos es-
pontâneos que aparecem na mente a partir dos 
acontecimentos diários, e representam o nível mais 
superficial da cognição.
As crenças tendem a se manter estáveis ao longo do tempo 
e podem se ativar ou não, a depender das situações de vida 
experienciadas. Quando ativadas, as pessoas tendem a focar 
nas informações que confirmam suas crenças e a desconsi-
derar informações contrárias a essa ideia central (Wenzel et 
al., 2010). Essas crenças podem se tornar desadaptativas, e, 
por isso, as intervenções objetivam modificá-las para alterar 
os padrões de cognição, emoção e comportamento.
As variáveis cognitivas englobam um conjunto de crenças e 
formas de processamento e podem ser organizadas em dois 
aspectos. O primeiro é o conteúdo cognitivo, que se refere a 
pensamentos, suposições, atitudes e imagens. Em outras pa-
lavras, é o conteúdo as pessoas estão pensando. O segundo 
está relacionado ao processamento de informação, e refere-
-se a percepção, atenção, memórias, evocação e consolidação 
da informação, ou seja, é a forma como as pessoas estão pen-
sando (Nock, 2014). A literatura em suicidologia indica uma 
série de variáveis cognitivas que são centrais para a compre-
ensão do comportamento suicida.
8
Aspectos do conteúdo cognitivo
 Desesperança: expectativa negativa ou falta de expec-
tativas com relação ao futuro e está associada ao aumento 
da ideação e intenção suicida. É um dos principais aspectos 
relacionados ao comportamento suicida e pode explicar as 
associações entre os fatores de risco e a ideação suicida. Por 
exemplo, após um rompimento romântico (fator de risco), 
o nível de desesperança pode aumentar e contribuir para o 
aparecimento e permanência do comportamento suicida 
(Nock, 2014; Wenzel et al., 2010).
 Perfeccionismo: estabelecimento de padrões elevados 
de desempenho, que são acompanhados por uma autocrí-
tica elevada e uma preocupação constante em evitar falhas 
e erros. A dimensão de Perfeccionismo Socialmente Pres-
crito, advinda do modelo proposto por Hewitt e Flett (1991), 
é a que apresenta maior relação com a ideação suicida e 
fala sobre a percepção de que as outras pessoas esperam 
um desempenho perfeito e estabelecem padrões de de-
sempenho elevados voltados para o eu (Soares, et al., 2018).
 Sentir-se como um peso/estorvo: crença de que 
a incompetência pessoal afeta negativamente as 
outras pessoas. Trata-se de uma variável cognitiva, 
pois não é uma medida objetiva do quanto as ou-
tras pessoas se sentem afetadas (Nock, 2014).
 Baixo pertencimento: percepção individual de 
não ser um membro importante de um grupo. O 
isolamento social é comum em pessoas que rela-
tam ideação suicida bem como naqueles que mor-
rem por suicídio (Nock, 2014; Wenzel, 2021).
 Perceber situações como insuportáveis: tendên-
cia em reagir negativamente, a nível emocional, 
cognitivo e comportamental, às situações aversi-
vas, além de dificuldade de encontrar estratégias 
adequadas para lidar com as situações. O compor-
tamento suicida é visto como uma fuga de tal dor 
(Nock, 2014).
9
Aspectos relacionados ao processamento de informações
 Déficits de resolução de problemas: falha pessoal 
em gerar soluções alternativas para os problemas da 
vida. Assim, o comportamento suicida aparece como 
uma solução viável (Nock, 2014; Wenzel, 2021).
 Estilo de memória generalizada: os indivíduos com 
ideação suicida são mais propensos a recuperar me-
mórias mais genéricas e demoram mais para recupe-
rar memórias específicas. Isso pode gerar dificuldade 
na resolução de problemas e em imaginar eventos fu-
turos, colaborando para a desesperança (Nock, 2014).
 Pensamento dicotômico: tendência em fazer jul-
gamentos extremos e polarizados (popularmente 
conhecido como uma atitude “8 ou 80”), com pouca 
consideração dada às informações ou evidências que 
podem levar a uma avaliação mais equilibrada. O pen-
samento dicotômico tem o potencial de limitar os in-
divíduos com ideação suicida a identificar e avaliar de 
forma precisa as soluções múltiplas para os problemas 
de vida (Nock, 2014; Wenzel, 2021).
 Pensamento futuro: os indivíduos com ideação sui-
cida demonstram prejuízo na geração de expectativas 
positivas para o futuro. Ainda, quando geram expecta-
tivas positivas (como metas), essas tendem a ser acom-
panhadas de uma série de razões pelas quais não se-
rão alcançadas (Nock, 2014).
 Alocação de atenção: tendência a direcionar a aten-
ção para aspectos negativos do ambiente, que con-
firmam as crenças desadaptativas. Por exemplo, uma 
pessoa pode se voltar para os erros cometidos em uma 
prova e ignorar os acertos (Nock, 2014; Wenzel, 2021).
10
Existem diferentes modelos desenvolvidos para a com-
preensão do comportamento suicida e, dentre eles, Amy 
Wenzel e colaboradores (2010) propuseram o modelo cog-
nitivo integrativo, composto por três processos centrais: 
cognitivos associados a distúrbios psiquiátricos, refe-
re-se à ativação de crenças centrais associadas a quadros 
psicopatológicos, como sintomas depressivos, ansiosos, 
transtornos de personalidade, etc. Por fim, os processos 
cognitivos associados à crise estruturam-se durante os 
estados críticos; a desesperança e um processo de atenção 
seletiva colaboram para uma fixação atencional nos even-
tos que desencadearam a crise e, juntamente às crenças 
pessoais de suicídio, podem levar a um episódio de autole-
são ou tentativa de suicídio (a depender do limiar de tole-
rância pessoal). Esses três processos descritos estão em in-
teração e podem explicar os mecanismos subjacentes do 
comportamento suicida (Wenzel, 2021; Wenzel et al., 2010).
FATORES DE VULNERABILIDADE;
PROCESSOS COGNITIVOS ASSOCIADOS A DISTÚRBIOS 
PSIQUIÁTRICOS;
PROCESSOS COGNITIVOS ASSOCIADOS À CRISE. 
Os fatores de vulnerabilidade estão relacionados a fatores 
individuais que colaboram para uma susceptibilidade ao 
comportamento suicida, tais como perfeccionismo, estilo 
de memória generalizado, características de personalida-
de, impulsividade, entre outros. O segundo, os processos
11
O processo de avaliação visa a observar o risco do comportamento 
suicida, a fim de instruir adequada conduta terapêutica. Para isso, 
a melhor abordagem de avaliação é utilizar uma combinação de 
diferentes técnicas, como entrevistas (estruturadas, semiestrutura-
das ou não-estruturadas), escalas de auto ou heterorrelato, obser-
vação, testes situacionais, anamneses, entre outros. Abaixo seguem 
alguns aspectos relevantes que devem ser observados durante a 
avaliação (Wenzel,2021; Wenzel et al., 2010):
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO SUICIDA
Expectativas com relação ao tratamento;
Caso tenha havido uma tentativa anterior, avaliar as reações 
do(a) paciente (por exemplo, se está feliz ou triste por ter sobre-
vivido);
Crenças centrais, intermediárias e pensamentos automáticos;
Presença de fatores de vulnerabilidade, risco e proteção;
Estratégias existentes para lidar com os pensamentos suicidas;
Planejamento e acesso a métodos;
Apoio e vínculos sociais.
Não raramente, as pessoas com comportamen-
tos suicidas recebem tratamentos inadequados 
ou um suporte apenas nos momentos de crise, o 
que pode levar a um ciclo vicioso de múltiplas ten-
tativas. Por isso, conhecer a respeito do processo 
de tratamento anterior acaba sendo fundamental. 
Um exemplo desse ciclo vicioso foi ilustrado por 
Wenzel (2021) e está representado a seguir:
Ciclo vicioso 
de múltiplos 
episódios
Tentativa de 
suícidio
Hospitalização
Retorno dos 
sintomas 
deprimidos
Problemas 
interpessoais 
em casa
Companheiro(a) 
deixa o(a) 
paciente
Intensificação 
dos sintomas
Vergonha/precisa 
ser punido
Ceticismo em 
relação ao 
tratamento
Encaminhamento 
para tratamento 
adicional
Desesperança 
em relação ao 
tratamento
12
Com relação aos instrumentos disponíveis para o contexto brasileiro, Teodoro e colaboradores (2020) realizaram a 
adaptação transcultural do Frequency of Suicidal Ideation Inventory (FSII), um instrumento de autorrelato compos-
to por 5 itens respondidos em uma escala likert, que objetiva avaliar a frequência de ideação suicida no ano anterior.
Inventário da Frequência de Ideação Suicida (FSII)
Tradução e adaptação brasileira por Souza & Teodoro (2016)
Instruções
Por favor, indique a frequência com 
que você teve pensamentos so-
bre suicídio no último ano (últimos 
12 meses). Marque os itens abaixo 
usando a seguinte escala:
1 = Nunca
2 = Menos do que três ou quatro 
vezes no ano
3 = Aproximadamente uma vez 
por mês
4 = Aproximadamente uma vez 
por semana
5 = Quase todos os dias
1. Durante o último ano, quan-
tas vezes você pensou em se 
machucar?
2. Durante o último ano, quan-
tas vezes você acreditou que 
não valia a pena viver?
3. Durante o último ano, quan-
tas vezes você se perguntou o 
que teria acontecido se tivesse 
acabado com sua vida?
4. Durante o último ano, quan-
tas vezes você pensou em co-
meter suicídio?
5. Durante o último ano, quan-
tas vezes você desejou não 
existir? 
Nunca
Menos do que 
três ou quatro 
vezes no ano
Aproximadamente 
uma vez por mês
Quase 
todos os 
dias
1 2 3 4
1 2 3 4
1 2 3 4
1 2 3 4
1 2 3 4
13
Ainda, para investigar as princi-
pais razões individuais para não 
cometer suicídio, Baptista & Go-
mes (2012) adaptaram a Reasons 
for Living Scale, construída por 
Linehan et. al., (1983). Esse instru-
mento é composto por 48 itens 
avaliados em uma escala de 6 
pontos. 
Após a coleta dos dados e com-
preensão do funcionamento 
cognitivo (ex.: por meio da con-
ceitualização cognitiva), deter-
minamos qual é o risco apresen-
tado pelo(a) paciente. Podemos 
classificá-lo em de alto ou baixo 
risco, considerando a chance 
de aparecimento do comporta-
mento suicida. 
Parâmetros para Avaliação de Risco de Comportamento Suicida
PARÂMETRO ALTO RISCO BAIXO RISCO
Circunstâncias do com-
portamento suicida
Sozinho
Planejado
Métodos letais
Próximo a alguém
Não planejado
Métodos de baixa leta-
lidade
Intenção de morrer Alta Baixa
Psicopatologia Presente e grave Ausente ou leve
Mecanismos de 
enfrentamento
Fraco julgamento
Fraco controle de
impulsos
Alta desesperança
Alta impotência
Bom julgamento
Bom controle de
impulsos
Baixa desesperança
Baixa impotência
Comunicação Fraca ou ambivalente Boa, clara 
Apoio familiar Inconsistente e grave Consistente ou leve
Estresse ambiental Alto e grave Baixo ou leve
Fonte: Adaptado de Pfeffer (1995) e retirado de Franzin et al. (2017).
14
Antes de iniciar o acompanhamento e tratamento de pacien-
tes com comportamento suicida, certifique-se de estar con-
fortável com o caso. Fique atento(a) às preocupações e sensa-
ções que o(a) paciente desperta em você. Ainda, certifique-se 
de estar disponível para o acompanhamento, pois não é re-
comendado acolher muitos pacientes com comportamentos 
autolesivos ou suicidas ao mesmo tempo.
Quando possível, busque trabalhar com uma equipe mul-
tidisciplinar, pois os(as) pacientes podem se beneficiar bas-
tante de um trabalho em rede, desenvolvido por um time 
composto por diversos especialistas (dentre eles psi-
cólogos, psiquiatras, nutricionistas, terapeutas ocupa-
cionais, entre outros). Além disso, a TCC tem se mos-
trado como uma excelente ferramenta para manejo 
dos casos (Nock, 2014). Por isso, listamos a seguir uma 
série de técnicas comumente utilizadas na TCC para 
abordar o comportamento suicida e que visam a al-
terar os esquemas e crenças centrais desadaptativas 
(Wenzel, 2021; Nock, 2014). Você pode adequá-las para 
facilitar a compreensão e engajamento do(a) pacien-
te.
MANEJO DO COMPORTAMENTO SUICIDA
15
Quanto mais informações sobre a condição de saú-
de e seu funcionamento (cognitivo, comportamen-
tal e emocional) e sobre a forma de condução do 
tratamento o(a) paciente tiver, maior poderá ser 
sua motivação e participação no processo de mu-
dança. Por isso, o(a) paciente deverá ser capaz de 
compreender a relação entre pensamentos, com-
portamentos e emoções, bem como identificar as-
pectos centrais de seu funcionamento (ex.: o que 
colabora para o aparecimento de crises). 
Para pacientes com ideação suicida, é importante 
abordar os mitos e verdades sobre o tema. Alguns 
mitos comuns são: “o suicídio é falta de religiosida-
de”, “toda pessoa com ideação suicida está depri-
mida” e “apenas pessoas fracas pensam nisso”. O 
uso de materiais escritos, o incentivo à participa-
ção, a solicitação de feedback e a recomendação 
de leituras podem ser ferramentas norteadoras na 
aplicação da psicoeducação (Carvalho et al., 2020).
Psicoeducação
16
O plano de segurança consiste em 
uma lista de estratégias e recursos 
para enfrentar momentos de cri-
se. Ele precisa ser de fácil acesso e 
construído de forma colaborativa. 
Ao lado, estão algumas orientações:
Plano de segurança
 Ao listar as atividades, pense junto ao(a) paciente sobre possíveis obstáculos 
(ex.: chover torna mais difícil fazer caminhada em um parque). É recomendado 
indicar objetivamente a atividade, deixando-a bastante específica (ex.: coloque o 
nome do filme e a forma como ele pode ser acessado);
 Pode ser feito um role-play ensaiando o que o(a) paciente poderia conversar 
com os(as) amigos(as) ou familiares ao ligar em momentos de crise. Verifique a 
qualidade do vínculo entre o(a) paciente e o contato;
 Liste um ou mais serviços de saúde que sejam próximos aos locais comumen-
te frequentados pelo(a) paciente (ex.: escola, trabalho, casa, academia);
 Verifique a possibilidade de o(a) paciente utilizar o plano em momentos de 
crise. Veja os desafios prováveis e trabalhe para diminuí-los ao máximo possível;
 Pergunte sobre onde o(a) paciente manterá o plano de segurança. O ideal é 
que este seja de fácil acesso durante todos os momentos. Por isso, algumas có-
pias podem estar disponíveis nos principais locais frequentados pelo(a) paciente 
e em dispositivos eletrônicos;
 Uma forma de adaptação do plano de segurança é anotar estratégias especí-
ficas para as sensações comumente vivenciadas (por exemplo, “maneiras de lidar 
com a vergonha e a sensação de fracasso: rever meu vídeo de apresentação no 
balé”);
17
Instrução: Se você tiver ideias de se machucar, comece pelo 
Passo 1. Siga cada passo até que você esteja seguro.
Plano de segurança
LEMBRE-SE:
Pensamentos suicidas podem ser muito fortes e pode parecer que 
durarão para sempre.
Com ajuda e tempo, esses pensamentos sempre passam.
Quando eles passarem, você pode investirenergia em solucionar os 
problemas que contribuíram para que você se sentisse tão mal.
A desesperança que você sente neste momento não durará para 
sempre.
É importante que você obtenha ajuda e suporte.
Você pode superar esse momento difícil.
Como pode ser difícil ter foco e pensar claramente quando você tem 
pensamentos suicidas, por favor faça cópias deste plano e coloque-o 
em lugares que você possa facilmente encontrar, como sua mochila, 
bolsa, carteira ou ao lado do telefone.
18
Fazer as seguintes atividades para me acalmar/confortar: 
Fonte: adaptado por Ana Irene Fonseca Mendes para uso nos atendimentos do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental da 
Universidade de São Paulo (LaPICC-USP) do original de Stanley e colaboradores (2008). Retirado de Franzin et al. (2017).
Lembrar das minhas razões para viver: 
Telefonar para um amigo ou membro da família: 
Telefonar para outra pessoa que possa me ajudar caso 
não encontre o contato descrito acima: 
Telefonar para meu(minha) psicólogo/psiquiatra: 
Telefonar para o CVV – Centro de Valorização à Vida 
Ir a um lugar onde eu esteja seguro 
Ir para o Serviço de Urgência do hospital mais próximo 
Se eu sentir que não posso chegar ao hospital com segu-
rança, telefonar para requerer transporte para o hospital. 
Eles vão enviar alguém para me transportar em segurança.
1. 
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3.
1. 
2.
3.
Nome:
Telefone: 
Nome:
Telefone: 
Nome:
Telefone: 
Telefone: 141
1. 
2.
3.
Listar hospitais com serviço de urgência próximos à casa, ao 
trabalho e aos locais que o paciente comumente frequenta.
Telefone: 192
1
2
3
4
5
6
7
8
9
19
Podemos solicitar ao(à) paciente que crie uma caixa com 
fotos, poesias, textos, cartas, bilhetes, cartões de enfrenta-
mento e qualquer outro item significativo que traga boas 
recordações de motivos para viver e que possa ser aces-
sada em momentos de crise (Wenzel, 2021; Wenzel, et al., 
2010).
Caixa da esperança/kit de sobrevivência
A técnica de estratégias de resolução de problemas ob-
jetiva incentivar o(a) paciente a identificar as situações-
-problema (podem ser as já vivenciadas ou as esperadas), 
levantar e avaliar possíveis soluções, tomar decisões e ela-
borar e implementar um planejamento. Essa técnica pode 
ser organizada em seis etapas: 
Estratégias de resolução de problemas
DEFINIÇÃO OPERACIONAL DO PROBLEMA;
LEVANTAMENTO DE POSSÍVEIS SOLUÇÕES;
AVALIAÇÃO DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS;
TOMADA DE DECISÃO SOBRE QUAL SOLUÇÃO UTILIZAR;
IDENTIFICAÇÃO DE ETAPAS E OBSTÁCULOS PARA IMPLE-
MENTAR A SOLUÇÃO;
 E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS. 
As etapas não são sempre lineares, e, caso necessário, po-
demos retornar às etapas anteriores para prosseguir com 
a melhor implementação da estratégia. Você pode per-
guntar como o(a) paciente resolveria um problema similar 
ou como aconselharia outra pessoa a resolver o problema 
(Wenzel, 2021).
20
O desenvolvimento de habilidades interpessoais pode 
auxiliar o(a) paciente a investir ou modificar os rela-
cionamentos existentes ou construir novos relacio-
namentos. Para isso, deve-se identificar quais são as 
pessoas próximas ou em quais ambientes o(a) paciente 
deseja estabelecer ou desenvolver vínculos significa-
tivos. Verifique quais são os pontos fortes e fracos das 
habilidades pessoais do(a) paciente e escolha (cola-
borativamente) uma habilidade para desenvolver. Por 
meio da dramatização/role-play, pode-se modelar o uso 
apropriado da habilidade, que deve ser aplicada nas in-
terações planejadas e, posteriormente, generalizada 
para outros contextos (Wenzel, 2021).
Desenvolvimento de habilidades interpessoais
21
Para os momentos de crise, os(as) pacientes podem se be-
neficiar de técnicas tranquilizantes, como realizar ativi-
dades físicas, praticar o relaxamento muscular, tomar um 
banho ou colocar uma parte do corpo (ex.: mãos ou pés) 
em água fria, estourar plástico bolha, prestar atenção nos 
sentidos (ex.: tato, som, olfato) ou repetir uma palavra por 
um tempo até que ela comece a soar estranha (como re-
petir a palavra “papel” por um minuto) (Nock, 2014; Wenzel, 
2021; Wenzel et al., 2010).
Uso de distratores e estratégias tranquilizantes
Convidamos o(a) paciente a confeccionar um cartão por es-
crito que resuma coisas importantes aprendidas durante o 
processo terapêutico. Pode ser, por exemplo, uma resposta 
para um pensamento automático ou soluções para algum 
problema. Esse cartão pode ser consultado periodicamen-
te ou quando ele(a) estiver sentindo que entrará em um 
estado de crise. Serve como um lembrete rápido e deve ser 
mantido por perto (como em uma escrivaninha, carteira, 
geladeira, painel do carro, entre outros) (Beck, 2014).
Cartões de enfrentamento Podemos incentivar os(as) pacientes a se recompensarem 
e aproveitarem as conquistas pessoais, sejam elas peque-
nas ou grandes. Isso não significa fazer grandes eventos 
comemorativos ou receber prêmios pela conquista, mas 
voltar a atenção para aspectos positivos das experiências. 
Alguns pacientes podem se beneficiar de listas contendo 
as conquistas alcançadas. Também, o(a) paciente pode 
ser solicitado(a) a listar diariamente suas conquistas pes-
soais, como uma espécie de diário (Beck, 2014; Wright et 
al., 2008).
Comemorar pequenas conquistas
22
Quando os(as) pacientes relatarem não apresentar mais o 
desejo de cometer suicídio ou comportamentos autolesi-
vos e apresentarem habilidades para o enfrentamento de 
problemas futuros, devemos prepará-los(as) para a finaliza-
ção do tratamento ou encaminhamentos necessários. Essa 
etapa do tratamento pode ser em 5 fases (Wenzel, 2021):
PREVENÇÃO DE RECAÍDA
Preparar o(a) paciente para o processo de encerramento 
ou encaminhamento, abordando as reações emocionais 
negativas;
Revisar como o(a) paciente relembra e relata o cenário 
da crise anterior; 
Analisar como o(a) paciente descreve estratégias de en-
frentamento adaptativas para lidar com a crise anterior;
Imaginar possíveis crises futuras e quais poderiam ser as 
estratégias para lidar com elas;
Resumir quais foram os aprendizados e mudanças ob-
servadas durante a psicoterapia
1.
2.
3.
4.
5.
23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esperamos que este material tenha trazido contribuições relevantes 
para a sua prática profissional. Buscamos, aqui, sintetizar o que há 
de mais atual e baseado em evidências.
Recomendamos a busca por outros materiais de apoio para abordar 
o comportamento suicida, como os materiais produzidos pelo Cen-
tro de Valorização da Vida e as cartilhas produzidas pelo Instituto 
Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio e pela Socieda-
de Brasileira de Neuropsicologia.
24
https://www.cvv.org.br/blog/
https://www.cvv.org.br/blog/
https://vitaalere.com.br/materiais-online/cartilhas-e-manuais/
https://sbnpbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/11/Cartilha-suic%C3%ADdio_final.pdf
https://sbnpbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/11/Cartilha-suic%C3%ADdio_final.pdf
WILLIAN DE SOUSA RODRIGUES
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Psi-
cologia: Cognição e Comportamento (PPG-CogCom) da 
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Gradua-
do em Psicologia pela UFMG. Pesquisador membro do 
Laboratório de Avaliação e Intervenção na Saúde (LAVIS/
UFMG). Membro da Comissão Jovem da Associação de 
Terapias Cognitivas de Minas Gerais (ATC-Minas). Mem-
bro da Diretoria Consultiva da Liga de Terapias Cognitivo-
-Comportamentais da UFMG (LiTeCC-UFMG).
CARMEM BEATRIZ NEUFELD
Psicóloga. Pós-Doutora em Psicologia pela Universidade 
Federal do Rio de Janeiro. Coordenadora do Laboratório 
de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – 
LaPICC-USP. Professora Associada do Departamento de 
Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de 
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP. Presi-
dente da Associação Latino Americana de Psicoterapias 
Cognitivas - ALAPCO (2019-2022). Presidente da Associa-
ção de Ensinoe Supervisão Baseados em Evidências - 
AESBE (2020-2023).
Este material foi escrito por: Editora-chefe
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26
REFERÊNCIAS
Assumpção, A. A., Teodoro, M. M. L., Maltoni, J., & Neufeld, C. B. (2017). A Perspectiva Adolescente na Teoria Cognitiva de Beck. In C. B. Neufeld (Org.), Terapia Cognitivo-
-Comportamental para Adolescentes: Uma Perspectiva Transdiagnóstica e Desenvolvimental, (pp.42-58). Artmed Editora.
Beck, J. (2014). Terapia Cognitivo-Comportamental: Teoria e Prática (2ª Ed.). Artmed Editora.
Burr, E. M., Rahm-Knigge, R. L., & Conner, B. T. (2018). The Differentiating Role of State and Trait Hopelessness in Suicidal Ideation and Suicide Attempt. Archives of 
Suicide Research, 22(3), 510–517. doi:10.1080/13811118.2017.1366960
Carvalho, M. R., Malagris, L. E. N., & Rangé, B. (2020). A psicoeducação na Terapia Cognitivo-Comportamental. In M. R. Carvalho, L. E. N. Malagris & B. P. Rangé (Orgs.), 
Psicoeducação em Terapia Cognitivo-Comportamental. (2ªEd, pp.15-28). Sinopsys Editora.
Franklin, J. C., Ribeiro, J. D., Fox, K. R., Bentley, K. H., Kleiman, E. M., Huang, X., Musacchio, K. M., Jaroszewski, A. C., Chang, B. P., & Nock, M. K. (2017). Risk factors for suicidal 
thoughts and behaviors: A meta-analysis of 50 years of research. Psychological Bulletin, 143(2), 187–232. doi:10.1037/bul0000084
Franzin, R., Reis, A. H. & Neufeld, C. B. (2017). Emergência Psiquiátrica em Adolescentes: Uma Abordagem Integrada entre Farmacologia e TCC. In C. B. Neufeld (Org.), 
Terapia Cognitivo-Comportamental para Adolescentes: Uma Perspectiva Transdiagnóstica e Desenvolvimental, (pp.321-377). Artmed Editora.
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Recuperado de: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-
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Nock, M. K. (2014). The Oxford Handbook of Suicide and Self-Injury. Oxford University Press.
Nock, M. K., Borges, G., Bromet, E. J., Cha, C. B., Kessler, R. C., & Lee, S. (2008). Suicide and Suicidal Behavior. Epidemiologic Reviews, 30(1), 133-154. doi: 10.1093/epirev/
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Wenzel, A., Brown, G. K., & Beck, A. T. (2010). Terapia cognitivo-comportamental para pacientes suicidas. Artmed Editora.
Wright, J. H., Basco, M. R., & Thase, M. E. (2008). Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental: Um Guia Ilustrado. Artmed Editora.
28
https://www.artmed.com.br/

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