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Contabilidade Intermediaria 2

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Universidade Aberta do Brasil
Universidade Federal do Espírito Santo
www.neaad.ufes.br
(27) 4009 2208 
Ciências Contábeis
CONTABILIDADE
INTERMEDIÁRIA 2 
Fernando Nascimento Zatta 
Universidade Aberta do Brasil
Universidade Federal do Espírito Santo
www.neaad.ufes.br
(27) 4009 2208
Ciências Contábeis
Bacharelado
CONTABILIDADE
INTERMEDIÁRIA 2 
Fernando Nascimento Zatta
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 2
Este texto dá importância à elaboração e compreensão das 
demonstrações contábeis, dando 
continuidade às demonstrações 
estudadas na disciplina de 
Contabilidade Intermediária 1 
formando assim, o conjunto das 
demonstrações contábeis obrigatórias. 
Esta abordagem é justi cada por 
diversas razões. A elaboração e 
compreensão são processos vitais 
para a aplicação do conhecimento da 
contabilidade para  ns práticos. Ainda, 
a compreensão é relevante em função 
do crescente uso da contabilidade 
por pro ssionais não contadores, a 
partir das informações preparadas e 
analisadas por contadores.
Fernando Nascimento Zatta
Doutorando em Engenharia de 
Produção (PPGEP) em Gestão e 
Estratégia pela UNIMEP/SP. Mestre 
em Contabilidade e em Finanças pela 
FUCAPE/ES. Docente da Universidade 
Federal do Espírito Santo – UFES. 
Pós-graduado em Contabilidade 
pela EPGE/ FGV, em Engenharia de 
Produção pela UFES. Graduado em 
Ciências Contábeis UVV e Pós MBA 
em Inteligência Empresarial pela FGV.
Auditor Independente (CNAI) do 
CFC. Auditor interno na prática de 
Control Self-Assessment (CSA) e 
Gestão de Riscos Corparativos e 
Controles Internos (GRCI). Auditor 
interno associado ao Instituto dos 
Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) 
e (IIA-USA). Associado da Associação 
Brasileira de Engenharia de Produção 
– ABEPRO. Membro da Sociedade 
Brasileira de Finanças (SBFin). 
Membro do Instituto Brasileiro de 
Finanças (IBEF), Seção Espírito Santo. 
Auditor do Sistema de Garantia da 
Qualidade (SGQ).
Este texto dá importância à elaboração e compreensão das 
demonstrações contábeis, dando 
continuidade às demonstrações 
estudadas na disciplina de 
Contabilidade Intermediária 1 
formando assim, o conjunto das 
demonstrações contábeis obrigatórias. 
Esta abordagem é justi cada por 
diversas razões. A elaboração e 
compreensão são processos vitais 
para a aplicação do conhecimento da 
contabilidade para  ns práticos. Ainda, 
a compreensão é relevante em função 
do crescente uso da contabilidade 
por pro ssionais não contadores, a 
partir das informações preparadas e 
analisadas por contadores.
Fernando Nascimento Zatta
Doutorando em Engenharia de 
Produção (PPGEP) em Gestão e 
Estratégia pela UNIMEP/SP. Mestre 
em Contabilidade e em Finanças pela 
FUCAPE/ES. Docente da Universidade 
Federal do Espírito Santo – UFES. 
Pós-graduado em Contabilidade 
pela EPGE/ FGV, em Engenharia de 
Produção pela UFES. Graduado em 
Ciências Contábeis UVV e Pós MBA 
em Inteligência Empresarial pela FGV.
Auditor Independente (CNAI) do 
CFC. Auditor interno na prática de 
Control Self-Assessment (CSA) e 
Gestão de Riscos Corparativos e 
Controles Internos (GRCI). Auditor 
interno associado ao Instituto dos 
Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) 
e (IIA-USA). Associado da Associação 
Brasileira de Engenharia de Produção 
– ABEPRO. Membro da Sociedade 
Brasileira de Finanças (SBFin). 
Membro do Instituto Brasileiro de 
Finanças (IBEF), Seção Espírito Santo. 
Auditor do Sistema de Garantia da 
Qualidade (SGQ).
Universidade Aberta do Brasil
Universidade Federal do Espírito Santo
www.neaad.ufes.br
(27) 4009 2208 
Ciências Contábeis
CONTABILIDADE
INTERMEDIÁRIA 2 
Fernando Nascimento Zatta 
Universidade Aberta do Brasil
Universidade Federal do Espírito Santo
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(27) 4009 2208
Ciências Contábeis
Bacharelado
CONTABILIDADE
INTERMEDIÁRIA 2 
Fernando Nascimento Zatta
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 2
Este texto dá importância à elaboração e compreensão das 
demonstrações contábeis, dando 
continuidade às demonstrações 
estudadas na disciplina de 
Contabilidade Intermediária 1 
formando assim, o conjunto das 
demonstrações contábeis obrigatórias. 
Esta abordagem é justi cada por 
diversas razões. A elaboração e 
compreensão são processos vitais 
para a aplicação do conhecimento da 
contabilidade para  ns práticos. Ainda, 
a compreensão é relevante em função 
do crescente uso da contabilidade 
por pro ssionais não contadores, a 
partir das informações preparadas e 
analisadas por contadores.
Fernando Nascimento Zatta
Doutorando em Engenharia de 
Produção (PPGEP) em Gestão e 
Estratégia pela UNIMEP/SP. Mestre 
em Contabilidade e em Finanças pela 
FUCAPE/ES. Docente da Universidade 
Federal do Espírito Santo – UFES. 
Pós-graduado em Contabilidade 
pela EPGE/ FGV, em Engenharia de 
Produção pela UFES. Graduado em 
Ciências Contábeis UVV e Pós MBA 
em Inteligência Empresarial pela FGV.
Auditor Independente (CNAI) do 
CFC. Auditor interno na prática de 
Control Self-Assessment (CSA) e 
Gestão de Riscos Corparativos e 
Controles Internos (GRCI). Auditor 
interno associado ao Instituto dos 
Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) 
e (IIA-USA). Associado da Associação 
Brasileira de Engenharia de Produção 
– ABEPRO. Membro da Sociedade 
Brasileira de Finanças (SBFin). 
Membro do Instituto Brasileiro de 
Finanças (IBEF), Seção Espírito Santo. 
Auditor do Sistema de Garantia da 
Qualidade (SGQ).
Este texto dá importância à elaboração e compreensão das 
demonstrações contábeis, dando 
continuidade às demonstrações 
estudadas na disciplina de 
Contabilidade Intermediária 1 
formando assim, o conjunto das 
demonstrações contábeis obrigatórias. 
Esta abordagem é justi cada por 
diversas razões. A elaboração e 
compreensão são processos vitais 
para a aplicação do conhecimento da 
contabilidade para  ns práticos. Ainda, 
a compreensão é relevante em função 
do crescente uso da contabilidade 
por pro ssionais não contadores, a 
partir das informações preparadas e 
analisadas por contadores.
Fernando Nascimento Zatta
Doutorando em Engenharia de 
Produção (PPGEP) em Gestão e 
Estratégia pela UNIMEP/SP. Mestre 
em Contabilidade e em Finanças pela 
FUCAPE/ES. Docente da Universidade 
Federal do Espírito Santo – UFES. 
Pós-graduado em Contabilidade 
pela EPGE/ FGV, em Engenharia de 
Produção pela UFES. Graduado em 
Ciências Contábeis UVV e Pós MBA 
em Inteligência Empresarial pela FGV.
Auditor Independente (CNAI) do 
CFC. Auditor interno na prática de 
Control Self-Assessment (CSA) e 
Gestão de Riscos Corparativos e 
Controles Internos (GRCI). Auditor 
interno associado ao Instituto dos 
Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) 
e (IIA-USA). Associado da Associação 
Brasileira de Engenharia de Produção 
– ABEPRO. Membro da Sociedade 
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Membro do Instituto Brasileiro de 
Finanças (IBEF), Seção Espírito Santo. 
Auditor do Sistema de Garantia da 
Qualidade (SGQ).
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Núcleo de Educação Aberta e a Distância
Fernando Nascimento Zatta
Vitória
2011
CoNtabilidade
iNtermediária 2 
Laboratório de Design Instrucional
Copyright © 2011. Todos os direitos desta edição estão reservados ao ne@ad. Nenhuma parte deste material poderá 
ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, 
por escrito, da Coordenação Acadêmica do Curso de Graduação em Química, na modalidade a distância. 
A reprodução de imagens de obras em (nesta) obra tem o caráter pedagógico e cientifico, amparado pelos limites 
do direito de autor no art. 46 da Lei no. 9610/1998, entre elas as previstas no inciso III (a citação em livros, jornais, 
revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins deestudo, crítica ou 
polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra), sendo toda 
reprodução realizada com amparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil. 
LDI coordenação
Heliana Pacheco
José Otavio Lobo Name
Ricardo Esteves
Gerência
Susllem Meneguzzi Tonani 
Editoração
Marianna Schmidt
Capa
Marianna Schmidt
Impressão
Presidente da República
Dilma Rousseff
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
DED - Diretoria de Educação a 
Distância Sistema Universidade Aberta 
do Brasil
João Carlos Teatini de Souza Clímaco
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Reitor pro tempore
Prof. Reinaldo Centoducatte
Pró-Reitora de Ensino de Graduação
Profª. Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa
Diretor-Presidente do Núcleo de 
Educação Aberta e a Distância - ne@ad
Prof. Reinaldo Centoducatte
Diretora Administrativa do Núcleo de 
Educação Aberta e a Distância - ne@ad
Maria José Campos Rodrigues
Diretor Pedagógico do ne@ad
Julio Francelino Ferreira Filho
Coordenadora do Sistema Universidade 
Aberta do Brasil na Ufes
Maria José Campos Rodrigues
Coordenadora do Curso de Graduação 
em Ciências Contábeis - Bacharelado, 
modalidade a distância
Marília Nascimento
Revisor de Conteúdo
Fernando José Arrigoni
Revisora de Linguagem
Cleonara Maria Schwartz
Design Gráfico
LDI - Laboratório de Design Instrucional
ne@ad
Av. Fernando Ferrari, n.514 - 
CEP 29075-910, Goiabeiras - Vitória - ES
(27)4009-2208
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
Zatta, Fernando Nascimento.
 Contabilidade intermediária, 2 / Fernando Nascimento Zatta.
- Vitória : Universidade Federal do Espírito Santo, Núcleo de
Educação Aberta e a Distância, 2011.
 111 f. : il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN: 978-85-8087-031-2
 1. Contabilidade. I. Título.
 CDU: 657
Z38c
1. Apresentação 7 
2. Introdução e histórico 11
3. Objetivo das demonstrações contábeis 11 
4. Usuários das demonstrações contábeis 12
5. Legislação societária 14
6. Princípios de contabilidade 19
7. Demonstrações contábeis 20
8. Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) 22
9. Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) 27
10. Inclusão da DLPA na DMPL 33
11. Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) 36
12. Substituição da DOAR pela DFC 46 
13. Demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR) 53 
14. Demonstração do valor adicionado (DVA) 61 
15. Notas explicativas 72
 Notas Explicativas | Exemplos 82
16. Relatório da Administração 98
17. Demonstrações contábeis em moeda de capacidade 
 aquisitiva constante 103
Referências bibliográficas 108
sumário
7
1 Apresentação
Segundo a Universidade de Brasília (UnB, 2010), o avanço das tec-
nologias da informação e comunicação (TICs), que se iniciou nos anos 
de 1990 e tem se acelerado vertiginosamente desde então, provocou e 
está provocando transformações profundas em todas as esferas sociais. 
Especialmente no sistema produtivo, o reflexo do progresso tecnológico 
pode ser percebido na expansão do mercado de trabalho e, consequen-
temente, na demanda por ampliação da oferta de ensino para a forma-
ção de quadros profissionais qualificados e continuamente atualizados.
Desta forma foi criado o Sistema Universidade Aberta do Brasil 
(UAB) pelo Ministério da Educação no ano de 2005, em parceria com a 
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino 
Superior – ANDIFES e Empresas Estatais, no âmbito do Fórum das Esta-
tais pela Educação com foco nas Políticas e a Gestão da Educação Supe-
rior. Trata-se de uma política pública de articulação entre a Secretaria de 
Educação a Distância (SEED/MEC) e a Diretoria de Educação a Distância 
(DED/CAPES) com vistas à expansão da educação superior, no âmbito do 
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do qual a Universidade 
Federal do Espírito Santo (UFES) faz parte.
Este fascículo foi desenvolvido de acordo com o Plano de Curso da 
Disciplina Contabilidade Intermediária II a ser aplicada na modalidade 
de Educação Distância do curso de Ciências Contábeis da UFES.
A contabilidade possui diversos níveis de complexidade. O nível in-
termediário envolve temas que são advindos dos conhecimentos básicos 
e introdutórios, que vão se aprofundando.
Esperamos que os assuntos aqui tratados sejam de fácil assimilação. 
A Contabilidade tem como finalidade evidenciar a situação patrimo-
nial e financeira das entidades, sejam com ou sem finalidade de lucro, 
para as partes que se interessam pelas informações por ela geradas. Es-
sas pessoas que se utilizam da informação contábil fazem parte direta 
ou indiretamente da empresa. São elas os usuários internos e externos, 
apresentados no tópico “Usuários das Demonstrações Contábeis” deste 
fascículo.
Além desses usuários que requerem informações necessárias para 
aferição das condições em que uma empresa se encontra, bem como 
procuram por meio das informações contábeis inferirem estudos para 
prospecção futura, da mesma forma, também fazem uso dessas infor-
8
mações as pessoas físicas, com conhecimentos básicos de Contabilidade, 
para elaborar um controle e equilíbrio nos seus orçamentos domésticos, 
estruturando um modelo de contabilidade pessoal. Vocês escolheram, na 
visão deste conteudista, uma profissão de natureza contínua, de aplica-
ção ilimitada e de uso global.
1.1. Conteúdo Programático
O Plano de Curso abordado na Disciplina Contabilidade Intermediá-
ria II constitui-se dos seguintes tópicos:
Quanto ao objetivo da disciplina
Expor a utilidade e a importância de cada demonstrativo contábil; 
desenvolver técnicas que possibilitem a correta interpretação e elabo-
ração dos demonstrativos contábeis; identificar como as modificações 
patrimoniais poderão ser representadas nos demonstrativos contábeis.
Quanto à ementa da disciplina
Princípios fundamentais de contabilidade: revisão. Estrutura Con-
ceitual Básica da Contabilidade e Pronunciamento Conceitual Básico do 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Demonstração dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Demonstração das Mutações do Patri-
mônio Líquido (DMPL). Demonstração das Origens e Aplicações de Re-
cursos (DOAR): Apresentação. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Notas Explicativas. Demons-
trações Contábeis em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante (CMI). 
Quanto ao conteúdo programático da disciplina
Os conteúdos da disciplina Contabilidade Intermediária II são apre-
sentados a seguir:
Princípios de Contabilidade:
Em 28 de maio de 2010 o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), 
por meio da RESOLUÇÃO CFC Nº 1282/10, atualizou e consolidou os 
dispositivos da Resolução CFC nº. 750/93, que dispõe sobre os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade.
Tal atualização e consolidação se deram por conta do processo de 
convergência às normas internacionais de contabilidade, tendo em vista 
que o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T 1 – Estrutura 
9
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contá-
beis, que discute a aplicabilidade dos Princípios Fundamentais de Conta-
bilidade contidos na Resolução CFC n.º 750/93.
Neste sentido, a Resolução CFC n.º 750/93 foi e continuará sendo re-
ferência para outros organismos normativos e reguladores brasileiros e, em 
consideração à importância do conteúdo doutrinário apresentado nesta Re-
solução, continua sendo, nesse novo cenário convergido em alicerce para o 
julgamento profissional na aplicação dasNormas Brasileiras de Contabilidade. 
Para assegurar a adequada aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade 
à luz dos Princípios de Contabilidade, há a necessidade de harmonização dos 
dois documentos vigentes (Resolução CFC n.º 750/93 e NBC T 1).
Por conta dessa harmonização, o CFC alterou a denominação de Prin-
cípios Fundamentais de Contabilidade para Princípios de Contabilidade 
(PC), julgando ser suficiente para o perfeito entendimento dos usuários 
das Demonstrações Contábeis e dos profissionais da Contabilidade.
A aplicação dos postulados, dos princípios e convenções, e alguns 
exemplos práticos serão vistos dentro de cada tópico explicitado nas de-
monstrações elencadas na ementa.
Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade
Trata dos pressupostos básicos dos Regimes de Competência e da 
Continuidade;
Trata das características qualitativas das Demonstrações Contá-
beis, quais sejam: compreensibilidade, relevância / materialidade, 
confiabilidade, comparabilidade;
Trata dos atributos que devem ser observados para alcançar a 
confiabilidade da informação contábil, que são a: representação 
adequada, primazia da essência sobre a forma, neutralidade, pru-
dência, integridade; 
Trata das limitações na relevância e na confiabilidade da infor-
mação contábil, definidas como: tempestividade, equilíbrio entre 
custo e benefício, equilíbrio entre características qualitativas.
Balanço Patrimonial (BP) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Revisão e combinação com as demais demonstrações.
Demonstração do Resultado Abrangente (DRE-A)
Aspectos introdutórios;
Métodos de elaboração;
Técnicas de elaboração. 
10
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Aspectos Introdutórios;
Conteúdos, forma de elaboração;
Forma de apresentação; origem das parcelas;
Substituição da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumula-
dos pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Aspectos Introdutórios;
Mutações nas contas patrimoniais;
Técnicas de elaboração; 
Apresentação;
Aplicação às Companhias Abertas.
Demonstrações dos Fluxos de Caixa (DFC)
Aspectos Introdutórios;
Métodos de elaboração;
Técnicas de elaboração. 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Aspectos introdutórios;
Métodos de elaboração;
Técnicas de elaboração.
Notas Explicativas:
Aspectos introdutórios: as notas explicativas conforme a lei das socie-
dades por ações e normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
Comentários sobre as notas da Lei das Sociedades por Ações;
Outras notas explicativas;
Notas explicativas em demonstrações contábeis comparativas 
de acordo com as normas brasileiras de contabilidade técnicas 
(NBC T’s) emanadas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Metodologia de Avaliação
A metodologia de avaliação é constituída pelas diretrizes para o Ensino 
Superior a Distância estabelecidas pela UFES. 
11
2 Introdução e histórico
3 Objetivo das demonstrações 
 contábeis
A Contabilidade tem como objetivo básico o controle do patrimônio das 
entidades com ou sem finalidades de lucro, bem como o das pessoas naturais.
A principal finalidade da Contabilidade é fornecer informações para 
serem usadas pelos usuários no processo decisório. Diante disso, a Con-
tabilidade identifica, mensura e demonstra os eventos econômicos de 
uma entidade.
A Contabilidade possui diversos níveis de complexidade. O nível in-
termediário envolve temas que extrapolam conhecimentos básicos mais 
aprofundados no pressuposto de formar um alicerce para os temas apli-
cados no nível avançado.
O objetivo das Demonstrações Contábeis é fornecer informações so-
bre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na 
posição patrimonial e financeira da entidade, que sejam úteis a um grande 
número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisões econômicas.
As Demonstrações Contábeis buscam atender às necessidades co-
muns da maioria dos seus usuários. Entretanto, elas não fornecem todas 
as informações que os usuários possam necessitar, uma vez que retratam 
os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não incluem, neces-
sariamente, informações não-financeiras.
As Demonstrações Contábeis também objetivam apresentar os re-
sultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua ca-
pacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram 
confiados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação 
de contas da administração fazem-no com a finalidade de estar em con-
dições de tomar decisões econômicas que podem, por exemplo, incluir, 
manter ou vender seus investimentos na entidade, reeleger ou substituir 
os membros da administração.
12
4 Usuários das demonstrações
 contábeis
Os usuários das Demonstrações Contábeis podem ser classificados 
em internos e externos.
Usuários internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas rela-
cionadas com a empresa e que têm facilidade de acesso às informações 
contábeis, tais como:
Gerentes ou Administradores: para a tomada de decisões.
Funcionários e empregados: com interesses em melhorias e bene-
fícios estão interessados em informações sobre a estabilidade e 
a lucratividade de seus empregadores. Interessam-se por infor-
mações que lhes permitam avaliar a capacidade da entidade de 
prover sua remuneração, seus benefícios e suas oportunidades de 
emprego, bem como mensurar o quanto o seu trabalho agrega de 
valor ao negócio.
Diretores: para a execução de planejamentos organizacionais.
O usuário interno principal na organização é a alta-administração 
que, pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração de 
relatórios específicos para auxiliar na gestão dos negócios. A alta-admi-
nistração pode utilizar a contabilidade em diferentes situações, para de-
cidir sobre um novo produto, a elaboração de um projeto para conhecer 
a viabilidade econômico-financeira de um produto, empreendimento ou 
de um negócio, entre outras decisões.
Os relatórios específicos podem abranger quaisquer áreas de infor-
mação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a receber, contas a pa-
gar, custos de fabricação ou de venda, despesas de funcionamento, entre 
outras) e podem ser elaborados em períodos determinados (diariamente, 
semanalmente, mensalmente, entre outros períodos, de acordo com as 
necessidades da organização.
Usuários externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas quem 
não têm a mesma facilidade de acesso direto às informações, mas que as 
recebem por meio de publicações. 
13
Estes usuários possuem acesso mais limitado às informações, tendo 
em vista a menor possibilidade de obter essas informações sobre a en-
tidade. Para esses usuários as fontes de informações importantes são as 
Demonstrações Financeiras publicadas, apuradas em conformidade com 
as normas e práticas contábeis vigentes. 
Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de ana-
lisar essa concessão de empréstimos e financiamos e medir essa 
capacidade de retorno do capital emprestado.
Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa 
para poderem atuar no mercado.
Governos e suas Agências: necessitam obter informações sobre as 
receitas e as despesas para poder, essa atuar sobre o resultado 
operacional no que concerne à parcela de tributação e planeja-
mento macroeconômico (base para determinar a renda nacional 
e estatísticas para fins diversos). Além disso, os governos e suas 
agências estão interessados na destinação de recursos e, portanto, 
nas atividades das entidades. Necessitam também de informações 
a fim de regulamentarem essas atividades das entidades e estabe-
lecerem políticasfiscais.
Clientes: interessados em medir a integridade da empresa e a ga-
rantia que seu pedido será atendido nas especificações e termos 
contratuais ajustados. Os clientes também têm interesse em in-
formações sobre a continuidade operacional da entidade, espe-
cialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, 
ou dela dependem como fornecedor importante.
Fornecedores: interessados em conhecer a situação da empresa 
para poderem continuar ou não as transações comerciais, além de 
avaliarem a capacidade futura de recebimento.
Investidores: provedores de capital de risco e seus analistas que se 
preocupam com o risco inerente ao investimento e ao retorno que 
ele pode produzir. Eles necessitam de informações para ajudá-los 
a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os 
acionistas também estão interessados em informações que os ha-
bilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos.
Outros credores por empréstimos: são os interessados em informa-
ções que lhes permitam determinar a capacidade da entidade para 
pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento.
Outros Credores Comerciais: além dos fornecedores, outros credo-
res estão interessados em informações que lhes permitam avaliar 
14
se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respec-
tivos vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão 
interessados em uma entidade por um período menor do que os 
credores por empréstimos, a não ser que dependam da continui-
dade da entidade como um cliente importante.
Público (outros usuários): As entidades afetam o público de diversas 
maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial 
à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e 
utilizando fornecedores locais. As Demonstrações Contábeis podem 
ajudar o público fornecendo informações sobre a evolução do de-
sempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes.
5 Legislação societária
No Brasil, a Contabilidade é regulada pela Lei das Sociedades Anô-
nimas, Lei nº 6.404/76 e suas alterações. Em 28 de dezembro de 2007, 
foi sancionada a Lei nº 11.638/07, que introduziu modificações na Lei nº 
6.404/76, em suas disposições de natureza contábil, sendo que alguns 
ajustes são relativos à situação de natureza tributária. Essa lei entrou em 
vigor em primeiro de janeiro de 2008. 
As Demonstrações Contábeis de algumas sociedades, referentes ao exer-
cício findo em 31 de dezembro de 2008, foram preparadas de acordo com as 
práticas contábeis adotadas no Brasil, com base nas disposições contidas na Lei 
das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei nº 11.638/07 e pela 
Medida Provisória no. 449/08 convertida na Lei nº 11.931/09, bem como nas 
normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)1, nos Pro-
nunciamentos, nas Orientações e nas Interpretações emitidas pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
Outras sociedades, mesmo não havendo exigência, se antecederam e pu-
blicaram suas Demonstrações Contábeis referentes ao exercício findo em 31 de 
dezembro de 2007 de acordo com a nova lei, para o fim de possibilitar a com-
parabilidade com o exercício findo em 31 de dezembro de 2008 e seguintes.
1 Comissão de Valores Mobiliários - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia 
vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil, instituída pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
e juntamente com a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) disciplinará o funcionamento do 
mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas. A CVM tem poderes para disciplinar, 
normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder normatizador 
abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários. 
15
5.1. Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e Medida 
Provisória no 449/08
As Demonstrações Contábeis para o exercício findo em 31 de de-
zembro de 2008 foram as primeiras apresentadas de acordo com as 
novas práticas contábeis adotadas no Brasil. Essas Demonstrações Con-
tábeis foram preparadas de acordo com o Pronunciamento Contábil CPC 
nº 13 aprovado pela Deliberação CVM no. 565/08. 
5.2. Sumário das Práticas Contábeis Modificadas
A seguir são apresentadas as principais alterações nas práticas con-
tábeis promovidas pela Lei nº 11.638/07 e pelos artigos 36 e 37 da Me-
dida Provisória no. 449/08. Alterações estas também feitas por meio de 
normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelos 
pronunciamentos, orientações e pelas interpretações emitidas pelo Co-
mitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Todo este arcabouço aplicá-
vel às sociedades mercantis surgiu para ser adotado para elaboração das 
Demonstrações Contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezem-
bro de 2008. As principais alterações são as seguintes:
a) Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Re-
cursos pela Demonstração do Fluxo de Caixa. 
b) Eliminação da rubrica “Resultados Não Operacionais” na de-
monstração do resultado conforme regulamentado pela Medida 
Provisória no. 449/08, sendo os saldos registrados na conta de ou-
tras receitas e despesas operacionais;
c) Eliminação da reserva de reavaliação de ativos. Os saldos existentes 
nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até sua efetiva rea-
lização ou deveriam ter sido estornados até o fim do exercício social 
em que a lei entrou em vigor, neste caso, em 31 de dezembro de 2008. 
A nova lei surgiu trazendo mudança de filosofia, postura e pensa-
mento, e introduziu novos conceitos quanto a alguns aspectos que a 
seguir são relatados.
16
5.3. Primazia da Essência sobre a Forma
Considerada uma das mudanças mais relevantes, para que a infor-
mação represente adequadamente as transações e outros eventos que 
ela se propõe a representar. Este tópico leva em consideração a subs-
tância e a realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A 
essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente 
com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente 
produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um ter-
ceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal 
da propriedade a esse terceiro. Entretanto, poderão existir acordos que 
assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios 
econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de certo tempo 
por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido 
de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, repor-
tar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada.
5.4. Primazia da Análise de Riscos e Benefícios 
Sobre a Propriedade Jurídica
A nova Lei nº 11.638/07 introduziu alterações nos critérios de conta-
bilização e mensuração relativas a ativos imobilizados. A nova lei incluiu 
um novo conceito para classificação no ativo imobilizado: de acordo 
a nova lei são classificados como imobilizados os bens decorrentes de 
operações em que haja a transferência de benefícios e controle do risco, 
independentemente de haver a transferência de propriedade. Uma vez 
estando presentes esses atributos, o ativo precisa ser contabilizado no 
balanço da entidade, independentemente da propriedade jurídica. 
Neste caso, a Lei nº 11.638/2007 modificou a definição do Imobili-
zado, baseada, fundamentalmente, na “Primazia da Análise de Riscos e 
Benefícios Sobre a Propriedade”. Com isso a alteração no artigo 179, IV, 
da Lei nº 6.404/76, promove a convergência às práticas das normas in-
ternacionais (IAS 17), qualificando as operações que transfiram a com-
panhia os benefícios, riscos e controle de bens como, por exemplo,as 
operações de leasing financeiro incluídas, a partir do novo texto, no 
ativo imobilizado. 
17
5.5. Normas Orientadas em Princípios e Julgamentos
Esta é uma adoção da filosofia de que as normas contábeis devem ser 
posicionadas nos princípios e nos objetivos do que se pretende obter com 
a informação do que em observância a um enorme conjunto de regras.
Nesse caso o contador passa a ter um poder de responsabilidade 
incrementado, bem como a entidade e a gestão, de igual modo, au-
menta-se a responsabilidade do auditor, que precisa ter conhecimento 
da operação registrada e de sua essência econômica para fazer o exercí-
cio de julgamento ou opinião profissional.
5.6. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade
As Demonstrações Contábeis são preparadas e apresentadas para 
usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e 
necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fis-
cais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para 
atender a seus próprios fins.
O Pronunciamento Conceitual Básico do Comitê de Pronunciamen-
tos Contábeis (CPC) é uma tradução do documento original Framework 
for the Preparation and Presentation of Financial Statements do Inter-
national Accounting Standards Booard (IASB).
O CPC tem por objetivo estudar, preparar e emitir pronunciamentos 
técnicos sobre procedimentos de contabilidade e divulgar informações 
dessa natureza, visando a permitir a emissão de normas uniformes pelas 
entidades-membro, levando sempre em consideração o processo de con-
vergência às normas internacionais.
O CPC é composto em sua maior parte por instituições representa-
tivas dos contadores. Atualmente o CPC é composto por seis entidades:
a) Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA);
b) Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do 
Mercado de Capitais (APIMEC);
c) Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA);
d) Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
e) Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Finan-
ceiras (FIPECAFI/USP); e 
f) Instituto dos Auditores independentes do Brasil (IBRACON).
18
Em 28 de março de 2008 o Conselho Federal de Contabilidade apro-
vou por meio da Resolução CFC nº. 1.121/08 a NBC T 1, a “Estrutura Con-
ceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. 
Essa estrutura conceitual havia sido adotada pelo IASB em abril de 2001.
Essa estrutura conceitual é considerada como mais abrangente do 
que a Resolução CFC nº 750/93 que trata dos Princípios Fundamentais 
de Contabilidade, e do que a Deliberação CVM nº 29/86, que trata dos 
Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.
A expressão “princípios contábeis” foi originada pela Circular nº 
179/72 do Banco Central e pela Resolução nº 321/72 do CFC.
O Pronunciamento Conceitual Básico tem como objetivo assegu-
rar que as Demonstrações Contábeis elaboradas forneçam informações 
sobre a posição patrimonial e financeira da entidade, sobre seu desem-
penho e sobre as modificações na sua posição financeira. Esse pronun-
ciamento definiu que, para que as normas contábeis brasileiras sejam 
convergentes com as normas contábeis internacionais, seria necessária a 
aplicação dos seguintes pressupostos:
Pressupostos Básicos
Regime de Competência;
Continuidade. 
Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis
Compreensibilidade;
Relevância / Materialidade;
Confiabilidade; e
Comparabilidade.
Essas características são os atributos que tornam as Demonstrações 
Contábeis úteis para seus usuários.
Atributos que devem ser observados para alcançar a 
“Confiabilidade da Informação” contábil
Representação Adequada; 
Primazia da Essência sobre a Forma; 
Neutralidade;
Prudência; e
Integridade. 
19
Limitações na Relevância e na Confiabilidade da Informação 
Contábil
Tempestividade; 
Equilíbrio entre Custo e Benefício; e
Equilíbrio entre Características Qualitativas. 
Visão Verdadeira e Apropriada (True and Fair View)
A aplicação das principais características qualitativas e de normas 
e práticas de contabilidade apropriadas normalmente resultam em De-
monstrações Contábeis que refletem aquilo que geralmente se entende 
como apresentação verdadeira e apropriada das referidas informações 
(true and fair view).
6 Princípios de contabilidade
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade aplicados no Brasil, 
anteriormente conceituados como PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, desde 
28 de maio de 2010, por ato do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), 
por meio da RESOLUÇÃO CFC Nº 1282/10, passaram a ser conceituados 
como PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE.
Os Princípios 
Fundamentais de 
Contabilidade e 
os Princípios de 
Contabilidade, de 
acordo com as 
Resoluções CFC nº. 
750/93 e 1282/10, 
respectivamente, 
estão disponíveis 
na Plataforma 
Moodle.
20
7 Demonstrações contábeis
7.1. Introdução
Recapitulando o que verificamos no item: Conteúdo Programático, 
as Demonstrações Contábeis que integram a ementa são as seguintes:
1. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL;
• Substituição da Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados – DLPA pela Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido – DMPL;
2. Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC; 
• Substituição da Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos – DOAR pela DFC;
3. Demonstração do Valor Adicionado – DVA;
4. Notas Explicativas;
5. Demonstrações Contábeis em Moeda de Poder Aquisitivo Constante
7.2. Demonstrações Contábeis (Financeiras)
Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as Demons-
trações Financeiras (terminologia utilizada pela lei das S/A), ou Demons-
trações Contábeis (terminologia preferida pelos contadores).
7.3. Demonstrações Contábeis pela Lei nº 6.404/76
A Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A) estabelece que ao fim de cada exer-
cício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração contábil, 
as seguintes Demonstrações Contábeis:
a) Balanço Patrimonial (BP);
b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) (in-
clusa a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
d) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR);
e) Notas Explicativas.
21
7.4. Demonstrações Contábeis Instituídas pela Lei 
nº 11.638/07
A Lei nº 11.638/07 introduziu novas disposições à Lei nº 6.404/76 
acerca da escrituração e elaboração de Demonstrações Contábeis (obri-
gatoriamente auditadas para as companhias de grande porte), mesmo 
que não sejam sociedades por ações.
Modificações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007
Como observado, antes da Lei nº 11.638/07 tínhamos como obriga-
tórias as seguintes demonstrações:
Balanço Patrimonial (BP);
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
Demonstração de Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR).
Com o advento da Lei nº 11.638/07 surgiram como obrigatórias as 
seguintes novas demonstrações:
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC); e
Demonstração de Valor Adicionado (DVA), sendo esta exclusiva 
para companhias de capital aberto.
Note que a DOAR não é mais obrigatória. Houve a substituição da 
DOAR pela DFC. A DOAR não foi abolida do conceito contábil, apenas 
não é mais obrigatória pela Lei das S/A. A DFC passou a ser obrigatória 
para todas as companhias abertas e para todas as companhias fechadas 
com Patrimônio Líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões) de re-
ais na data do balanço.
A outra modificação introduzida pela Lei nº 11.638/2007, é a intro-
dução obrigatória da DVA para todas as companhias abertas. Assim, a 
Demonstração de Origens e Aplicações dos Recursosdeixou de ser obri-
gatória e surgiu a Demonstração dos Fluxos de Caixa como obrigatória. 
A sua elaboração e publicação não será obrigatória para companhias 
fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a dois 
milhões de reais. A Demonstração de Valor Adicionado tornou-se obri-
gatória apenas para as companhias de capital aberto.
22
8 Demonstrações das mutações 
 do patrimônio líquido (DMPL)
8.1. Introdução
Esta demonstração não é de divulgação obrigatória pela Lei nº 
6.404/76 e nº 11.638/07. Porém a sua publicação é exigida pela CVM, de 
acordo com a Instrução CVM nº 59, de 22/12/86, para as companhias de 
capital aberto.
Na apresentação e divulgação da DMPL a Demonstração de Lucros 
ou Prejuízos Acumulados passa a ser parte integrante desta demonstra-
ção, não necessitando, portanto, a divulgação das duas demonstrações.
Utilidade da DMPL
Fornece a movimentação ocorrida nas diversas contas que com-
põem o grupo de Patrimônio Líquido;
Indica o fluxo movimentado de uma conta para outra;
Indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no Pa-
trimônio Líquido;
Fornece informações complementares ao Balanço Patrimonial e à 
Demonstração do Resultado do Exercício. 
A DMPL tem como importância os seguintes aspectos
Indica a formação e utilização de todas as reservas;
Esclarece sobre o cálculo dos dividendos obrigatórios;
Auxilia na elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações 
de Recursos;
Auxilia na avaliação dos investimentos pelo método de equiva-
lência patrimonial.
Mutações das contas patrimoniais
As operações que formam a mutação patrimonial consistem nos se-
guintes destaques demonstrados a seguir:
a) Operações que não influenciam no total do Patrimônio Líquido:
• Transferências das contas de Reservas para a conta de Capital;
23
• Transferência da conta de Lucros Acumulados para a 
conta Capital;
• Reversões de Reservas da conta de Lucros do período 
para Lucros Acumulados.
b) Operações que modificam o total do Patrimônio Líquido:
• Aumento da conta Capital com incorporação de bens 
ou dinheiro;
• Entrada de novas Reservas de Capital;
• Ajustes de Avaliação Patrimonial;
• Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido 
do exercício;
• Acréscimo ou redução por ajustes de exercícios anteriores;
• Distribuição de lucros (dividendos).
Técnica de preparação da DMPL
A preparação dessa demonstração é de fácil entendimento, tendo 
em vista que basta representar de forma resumida as movimentações 
ocorridas durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido. 
A técnica mais apropriada é abrir um papel de trabalho e fazer constar 
de forma sumariada e coordenada a movimentação ocorrida durante o 
exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido. Essa movimentação 
deve ser extraída das fichas do Livro Razão dessas contas, levando em 
consideração alguns procedimentos a serem seguidos.
Os procedimentos a serem seguidos são:
1. Abrir um papel de trabalho colunado, no qual se transcreve, no topo 
de cada coluna, os nomes das contas, reservando espaço nas primeiras 
colunas para descrição da natureza das transações, e uma coluna final 
para o total; 
2. Transcrever o saldo de abertura de cada conta na data do Balanço Fi-
nal do exercício anterior;
3. Somar os saldos por conta para preencher a coluna “Total”;
4. Adicionar ou subtrair os movimentos ocorridos nas referidas contas, no 
período, abrindo linhas para cada natureza de transação;
5. Totalizar, ao final, as colunas, cujos saldos devem coincidir com os sal-
dos do Balanço, e totalizar também as linhas.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido pode ser 
apresentada de duas formas, a saber:
24
Modelo detalhado
Possui a vantagem de ser mais completa e demonstra o movimento 
em cada conta do patrimônio. Este modelo é demonstrado no Quadro 1. 
Quadro 1 – Modelo detalhado da DMPL
Movimentações
Capital 
realizado
Reserva de 
Capital Reservas de Lucro Lucros ou 
Prejuízos 
Acumulados
Total
Saldo em 
31-12-X7
Ágio na 
Emissão de 
Ações
Legal Estatutária Contingência Orçamentária Lucros a realizar
(+ -) Ajustes 
de Exercícios 
Anteriores
Aumento 
de Capital
Reversões de 
Reservas
Lucro Líquido do 
Exercício
Proposta da 
Administração de 
Destinação do lucro
Reserva Legal
Reserva estatutária
Reserva 
orçamentária
Reserva de 
Contingências
Reserva de Lucros a 
Realizar
Dividendos
Saldos em 
31-12-X8
 Fonte: o autor
25
Quadro 2 – Modelo sumariado da DMPL
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do Exercício Findo em 31-12-X9
Natureza das transações Capital realizado
Reservas de 
Capital
Reservas de 
Lucros
Lucros 
Acumulados Total
1 - Saldos em 31-12-X7
2 - Ajustes de Exercícios Anteriores:
Efeitos da mudança de critérios 
contábeis
Retificação de erros de exercícios 
anteriores
3 - Aumento de Capital
Com lucros e reservas
Por subscrição realizada
4 - Reversões de reservas:
De Contingências
De Lucros a realizar
5 - Lucro Liquido do exercício
6 - Proposta de destinação do lucro
Transferência para reservas:
Reserva Legal
Reserva de Lucros a Realizar
Dividendos a distribuir (R$ por ação)
7 - Saldos em 31-12-X8 
 Fonte: o autor
Modelo sumariado
Por esse modelo a técnica de preparação tem como objetivo uma 
apresentação mais objetiva. Nesse modelo as reservas de capital e as re-
servas de lucros são apresentadas por seu total, e não por conta.
Quando adotado o modelo sumariado, as contas do Patrimônio Lí-
quido devem estar expostas individualmente no Balanço, de forma que 
seus subtotais coincidam com os totais das colunas da Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido. Esta forma de apresentação pode 
ser observada no Quadro 2.
26
De forma alternativa, a DMPL pode ser preparada e apresentada 
como uma informação complementar em Nota Explicativa às Demons-
trações Contábeis. Neste caso, a empresa, se assim proceder, terá que 
publicar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados formando 
o conjunto das Demonstrações Contábeis.
8.2. Resumo do capítulo
1. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia 
a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido, sendo que 
a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados incluída nesta), 
evidencia a movimentação de uma única conta do Patrimônio Líquido 
(Lucros Acumulados).
2. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não é exi-
gida pela Lei das S.A., e sim pela Comissão de Valores Mobiliários para as 
companhias abertas, por ser mais completa e abrangente que a Demons-
tração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
3. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia 
a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido ocorrida du-
rante o exercício, e é importante para as empresas que avaliam seus in-
vestimentos permanentes em coligadas ou controladas pelo método da 
Equivalência Patrimonial.
27
9 Demonstrações de lucros ou 
 prejuízos acumulados (DLPA)
9.1. Introdução
Conforme explanado anteriormente, a Lei nº 6.404/76, alterada pela 
nº Lei 11.638/07, prevê quais Demonstrações Contábeis devem ser elabo-
radas pelas companhias ao final de cada exercício social:
Balanço Patrimonial (BP);
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
Demonstração do Resultado Abrangente (DRE-A);
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC);
Demonstração de Valor Adicionado (DVA), sendo esta exclusiva 
para companhias de capital aberto.
Estudaremos a partir de agora a Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (DLPA), cujo objetivo épossibilitar a evidenciação clara do 
lucro ou prejuízo do período, a sua distribuição e a movimentação ocor-
rida entre períodos no saldo da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Momento de elaboração da DLPA
A DLPA deverá ser elaborada após todos os ajustes finais, ou seja, 
após o levantamento do Balanço Final do exercício e encerramento do 
resultado do exercício. 
Importância da DLPA
Essa demonstração assume importância tendo em vista a distribui-
ção do dividendo obrigatório, bem como a possibilidade de segregar as 
parcelas do lucro do exercício para formação da reserva legal, das reser-
vas de lucros a realizar e das reservas para contingências, reservas essas 
que estarão sujeitas a dividendos obrigatórios, quando forem revertidas 
para a conta de Lucros Acumulados. 
Na Figura 1 é apresentado um esquema demonstrando a integração 
da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados com o Balanco Pa-
trimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.
28
Figura 1 – Esquema gráfico – integração da DLPA com o BP e DRE
Fonte: Iudícibus, Marion (1995,pag.)
-
=
=
-
-
=
1
3
2
29
2 Incluem-se no conceito de sociedade de grande porte as sociedades que, individualmente ou em 
conjunto com outras sociedades sob o mesmo controle, tiverem, no exercício social anterior, ativo 
total superior a R$240 milhões ou receita bruta anual superior a R$300 milhões.
Entendendo a integração entre a DPLA e o BP e DRE, demonstrada 
na Figura 1:
1. O saldo inicial da DLPA é o mesmo registrado no Patrimônio Lí-
quido no início do exercício;
2. O resultado das operações realizadas durante o exercício (de-
monstrado pela DRE) é acrescido ou diminuído do saldo inicial. Outras 
movimentações do Patrimônio Líquido, como distribuição de dividendos, 
por exemplo, também são evidenciadas na DLPA;
3. O saldo final do exercício demonstrado na DLPA é exatamente o 
mesmo saldo do Patrimônio Líquido do exercício subsequente após ajus-
tes, demonstrado no Balanço Patrimonial. 
Obrigatoriedade de elaborar e publicar a DLPA
De acordo com a Lei nº 11.638/07 as sociedades de grande porte2, 
ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações de ca-
pital aberto, deverão seguir as disposições da lei societária, no que tange 
à elaboração de Demonstrações Financeiras.
Características informacionais da DLPA
A DLPA possui capacidade de responder às seguintes perguntas dos 
usuários da informação contábil:
Qual foi o resultado do período (lucro ou prejuízo)?
Quais eram os resultados acumulados?
Quais foram as destinações do resultado (constituição de reservas, 
aumento de capital ou distribuição de lucros)?
Com o advento da Lei nº 11.638/07, para as sociedades por ações 
e para os balanços do exercício social terminado a partir de 31 de de-
zembro de 2008, o saldo final de “Lucros ou Prejuízos Acumulados” não 
poderá mais ser credor. Isto não significa, entretanto, que a conta “Lu-
cros Acumulados” deixou de existir. Porém, essa conta possui natureza 
transitória, e será utilizada para servir de contrapartida às reversões das 
reservas de lucros e às destinações do lucro.
30
Quadro 3 – Forma de elaboração da DLPA 
Descrição 2009 2008
Saldo no início do período
(+/-) Ajustes de exercícios anteriores:
Efeitos da mudança de critérios contábeis
Retificações de erros
Reversão de reservas:
De contingências
De lucros a realizar
Lucro líquido do exercício
Saldo disponível
Proposta da administração para distribuição do lucro
Reserva legal
Reservas estatuárias
Reservas para contingências
Reserva orçamentária
Reserva de Lucros a Realizar
Dividendos a distribuir ($0,000 por ação)
Saldo no final do período 
 Fonte: o autor
Conteúdo e forma de elaboração
De acordo com o Art. 186 da Lei nº 6.404/76, a DLPA discriminará:
I- o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;
II- as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III- as transferências para reservas, os dividendos, a parcela do lucro 
incorporada ao capital e o saldo do período.
Conforme comentado, de acordo com a Lei das S/A, essa demons-
tração dever ser elaborada e apresentada da seguinte forma:
31
Origem das parcelas:
a) Ajuste de exercícios anteriores - serão registradas diretamente 
na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, sem afetar as receitas ou 
despesas do período
Como exemplos:
1. alteração do método de avaliação dos estoques (do custeio di-
reto para o custeio por absorção ou do FIFO (First In, first Out), 
que em português significa primeiro a entrar, primeiro a sair, para 
Custo Médio, entre outros);
2. passagem do regime de caixa para o de competência, na conta-
bilização do Imposto de Renda (e outros passivos);
3. mudança no método de avaliação dos investimentos (do mé-
todo do custo para o da equivalência patrimonial).
b) Retificação de erro de exercícios anteriores
Como exemplos:
1. erros cometidos com contas patrimoniais, tais como inversão 
de lançamento, contrapartida a débito em conta indevida ou con-
trapartida a crédito em conta indevida, não provocam influência 
na determinação do lucro e, por inferência, no resultado tributá-
vel do exercício;
2. despesa lançada a menor do que a efetivamente paga ou incorrida;
3. receita lançada a maior ou manutenção na contabilidade de 
valor de receita, cuja Nota Fiscal já foi objeto de cancelamento;
4. falta de registro referente a baixa de bens do ativo permanente. 
c) Reversões e Transferências de Reservas - Quando a reserva 
perde seu objetivo. Neste caso, pode ser revertida para distribuição de 
dividendos, e aumento de capital.
Exemplos:
1. Reversão da Reserva de Expansão;
2. Transferência - Quando ocorre a transferência do saldo de uma 
reserva para outra;
3. Transferência do saldo total ou parcial da conta de Reserva de 
Capital para a conta de Reserva de Lucro.
32
d) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício - As participações nos 
lucros já foram computadas nesse resultado.
e) Transferência para Reservas - Apropriação do lucro. Transfe-
rências para Reservas Patrimoniais (Legal Estatutária e Lucros a Realizar). 
f) Dividendos - O estatuto social da companhia poderá estabele-
cer os critérios de determinação dos dividendos, desde que sejam regu-
lados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários 
ao arbítrio dos órgãos da administração ou da maioria. Na hipótese do 
estatuto ser omisso, os acionistas têm direito de receber como dividendo 
obrigatório a metade do lucro líquido ajustado.
g) Lucro Líquido ou prejuízo ajustado
Lucro Líquido do exercício: 
 
(+/-) Quota destinada à constituição da Reserva Legal;
(-) Valor destinado à formação da Reserva para Contingências;
(-) Lucro a Realizar transferidos para a respectiva Reserva;
(+) Reversão das Reservas para Contingências formadas em exercícios 
anteriores;
(+) Reversão de Reservas de Lucros a Realizar, não usado.
Dividendos por Ação: 
A DLPA deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital 
social. Pode ser indicada na própria linha que indica o valor dos dividen-
dos. Essa informação é uma das que mais influencia o valor da ação no 
mercado.
Cálculo do dividendo por ação do Capital Social: 
Dividendos distribuídos (ou a distribuir) no ano
Número de ações em circulação
33
10 Inclusão da DLPA na (DMPL)
De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, adiante transcrito, 
a companhia poderá, à sua opção, incluir a demonstração de lucros ou pre-
juízos acumulados nas demonstrações das mutações do patrimônio líquido. 
“A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o 
montante do dividendopor ação do capital social e poderá ser inclu-
ída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elabo-
rada e publicada pela companhia.” 
A Lei nº 11.638/07 mantém a mesma opção de acordo com o §2º do 
art. 186 da Lei 6.404/76, que estabelece que a DLPA, poderá ser incluída 
na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e pu-
blicada pela companhia. Portanto, a DMPL pode substituir a DLPA e não 
haveria então a necessidade de elaborar e publicar as duas demonstra-
ções. A DLPA é obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de 
empresas, conforme a legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99).
Exemplo de Estruturação da DLPA, com os dados que se seguem:
• O lucro antes do Imposto de Renda é R$ 50.000.
• O lucro servirá de base para o cálculo do Imposto de Renda à razão de 15%.
• A reserva legal será calculada dentro dos limites permitidos por lei.
• A política de distribuição de dividendos é de 50% sobre o capital.
• Foi aprovado um projeto de expansão da fábrica, sendo que, durante 5 
anos serão extraídos 20% do Lucro, destinado aos projetos de expansão 
da empresa.
• Não serão constituídas outras reservas.
• O Capital Social Integralizado é constituído por 4.000 ações ordinárias.
34
Resolução:
Cia Teste
Situação em 31-12-2009
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Lucro antes do IR 50.000,00
( - ) Provisão para IR 7.400,00
Lucro líquido 42.600,00
Lucro líquido por ação de capital (42.600/4.000) 10.625
Cia Teste
Situação em 31-12-2009
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA
Saldo inicial 42.600,00 
(+/-) Lucro Líquido do Exercício 42.600,00 
( - ) Reserva Legal (5% do Lucro Líquido) 2.125,00 
( - ) Reserva Orçamentária (de expansão) 
(20% do Lucro Líquido) 8.075,00 
Subtotal 32.300,00
( - ) Dividendos (50% Capital) 2.000,00
Saldo Final 30.300,00
 Fonte: o autor 
10.1. Resumo do capítulo
1. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados serve de 
“ponte” entre a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Pa-
trimonial, uma vez que após apurar o lucro do exercício elabora-se o Ba-
lanço Patrimonial, somando-se o lucro ou prejuízo apurado no exercício 
ao saldo remanescente de lucros ou prejuízos acumulados. Em seguida 
reconhece-se as destinações para as contas de reservas e, em seguida 
constituir-se a proposta de distribuição de dividendos.
2. As possíveis classificações que podem ser dadas com relação às 
distribuições dos lucros são:
Reservas de Lucros que podem ser reserva legal, reserva estatutá-
ria, reserva para contingência, reserva orçamentária e reserva de 
lucros a realizar;
35
Dividendos.
• O estatuto poderá estabelecer o dividendo com porcen-
tagem do lucro ou do capital social ou fixar outros critérios 
para determiná-lo.
Se uma empresa apurar lucro em determinado exercício, poderá 
destiná-lo da seguinte forma:
• Reserva Legal (5%);
• Reserva Estatutária;
• Reserva para Contingência;
• Reserva Orçamentária;
• Reserva de Lucros a Realizar;
• Dividendos.
3. A conta Ajustes de Exercícios Anteriores evidencia os efeitos da 
mudança de critério contábil ou retificação de erro imputável a determi-
nado exercício anterior e que não possa ser atribuído a fatos subsequen-
tes e não deva ser considerada na DRE, pois o princípio de competência 
de exercícios deve ser respeitado. Portanto, devemos incluí-la na De-
monstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
4. A Reserva Legal tem como finalidade assegurar a integridade do 
capital social e só poderá ser utilizada para compensar Prejuízos ou au-
mentar Capital.
5. Os dividendos a distribuir devem ser calculados após obtenção 
do lucro disponível, quando da elaboração da destinação do lucro na 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
6. A Reserva para Contingência deve ser constituída quando hou-
ver a necessidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do 
lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser esti-
mado. Essa reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir 
as razões que justificaram sua constituição ou em que ocorrer a perda.
7. Para constituição da Reserva Orçamentária é necessário apre-
sentar a justificativa da retenção de lucros proposta à Assembléia Geral, 
devendo compreender todas as fontes de recursos e aplicação de capi-
tal, fixo ou circulante, que poderá ter duração de até cinco anos, ou, no 
caso de prazo superior, deve conter um projeto de investimento com a 
determinação do prazo de execução desse projeto.
36
11.1. Introdução
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) com a introdução da Lei 
nº 11.638/07 passou a ser obrigatória no Brasil.
 
De acordo com a legislação societária (Lei nº 11.638/07):
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, 
com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes De-
monstrações Contábeis, que deverão exprimir com clareza a situação 
do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - Balanço Patrimonial;
II - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
III - Demonstração do Resultado do Exercício; e
IV – Demonstração do Fluxo de Caixa; e (Redação dada 
pela Lei nº 11.638, de 2007)
V – se companhia aberta, Demonstração de Valor Adicio-
nado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007).
O objetivo primário da DFC é prover informações relevantes 
quanto a pagamentos e recebimentos, em dinheiro, ocorridos num de-
terminado período.
11.2. Finalidade
A finalidade da DFC é permitir aos usuários das Demonstrações 
Contábeis informações, principalmente quando analisadas em conjunto 
com as demais demonstrações quanto:
a) à capacidade de a empresa gerar futuros fluxos de caixa líquidos; 
b) à capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar 
dividendos e liquidar empréstimos contraídos;
11 Demonstração dos fluxos 
 de caixa (DFC)
37
c) à liquidez (capacidade de pagamento em curto prazo), solvên-
cia (capacidade de pagamento em longo prazo) e flexibilidade fi-
nanceira da empresa;
d) à taxa de conversão, ou capacidade de transformar lucro em caixa;
e) ao desempenho operacional de diferentes empresas, por elimi-
nar os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas 
transações e eventos;
f) ao grau de precisão das estimativas passadas de fluxos de futu-
ros de caixa;
g) aos efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transa-
ções de investimento e de financiamento, entre outros aspectos.
11.3. Definições básicas
Caixa: numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis;
Equivalentes de caixa: aplicações financeiras de curto prazo, de 
alta liquidez, prontamente conversíveis em montante conhecido 
de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança 
de valor;
Fluxos de caixa: entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.
11.4. Conceito da DFC
A DFC é uma Demonstração Contábil que evidencia as alterações 
ocorridas durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa.
Evidencia também as origens e aplicações de caixa, que são a base 
para a avaliação da situação financeira da empresa e sua capacidade de 
pagamento de obrigações.
11.5. Regulamentação
Instituída pelos incisos IV, art. 176 da Lei nº 11.638, de 28.12.2007, 
em substituição à DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações 
de Recursos)
Regulamentada pelo Pronunciamento Técnico CPC 03, relacio-
nado à norma internacional IAS7.
38
11.6. Obrigatoriedade
Para as Empresas de Capital Aberto, sendo que sua aplicação se 
tornou obrigatória a partir de 01/01/2008;
Também para as Empresas de Capital Fechado, a obrigatoriedade 
foi a partir de 01/01/2008, para companhiascujo Patrimônio Lí-
quido seja igual ou superior a R$ 2.000.000,00, na data do Balanço. 
11.7. Objetivo da DFC 
Prover informações relevantes sobre a capacidade da entidade de 
geração de caixa em determinado período disponibilizando aos usuários 
- investidores, credores e outros usuários - informações suficientes para 
permitir uma avaliação da empresa e uma consequente tomada de deci-
são. A DFC quando analisada em conjunto com as demais demonstrações 
contábeis, permite avaliar:
à capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos 
de caixa;
à capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar divi-
dendos e retornar empréstimos obtidos;
à liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;
à capacidade de conversão de lucro em caixa;
ao grau de precisão de estimativas passadas.
11.8. Benefícios das informações geradas pela DFC:
Habilitam ao usuário avaliar a estrutura financeira da empresa 
(liquidez e solvência);
Permitem a avaliação da capacidade de geração de recursos;
Permitem que as informações históricas sejam usadas como indicado-
res de valor, época e grau de segurança para fluxos de caixas futuros;
Melhoram a comparabilidade dos resultados com os de outras empresas;
Permitem examinar a lucratividade e o impacto das variações de preços.
39
11.9. Requisitos
Como requisito, a finalidade da DFC é cumprida por meio de mo-
delos adotados, que possam expressar essa finalidade, que deve atender 
aos seguintes requisitos:
Evidenciar o efeito periódico das transações de caixa segregadas 
por atividades operacionais, atividades de investimento e ativida-
des de financiamento;
Evidenciar, em Notas Explicativas, as transações de investimento e 
de financiamento que afetam a posição patrimonial da empresa, 
mas não impactam diretamente os fluxos de caixa do período. 
Ex.: Dívidas convertidas em aumento de capital; doação (exceto 
em dinheiro);
Reconciliar o resultado líquido (lucro/prejuízo) com o caixa líquido 
gerado ou consumido nas atividades operacionais.
11.10. Equivalentes de caixa
São investimentos de altíssima liquidez, prontamente conversíveis 
em uma quantia conhecida de dinheiro e que apresentam risco insigni-
ficante de alteração de valor. Na definição adotada pelo IASB, somente 
investimentos resgatáveis em até 3 meses em relação à sua aplicação são 
considerados como equivalentes de caixa.
11.11. Classificação das movimentações de caixa
As movimentações de caixa podem ser classificadas de três formas 
distintas, a saber: 
movimentação por atividades operacionais;
por atividades de investimentos; e
por atividades de financiamento. 
Estudaremos cada uma delas a seguir.
40
11.12. Atividades operacionais
Envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e a 
entrega de bens e serviços e com os eventos que não sejam defi-
nidos como atividades de investimento e financiamento.
Normalmente relacionam-se com as transações que aparecem na 
Demonstração de Resultados.
Quadro 4 – Atividades Operacionais da DFC
Atividades Operacionais
Entradas Saídas
Recebimento pela venda de produtos 
e serviços à vista, ou a prazo e 
descontos de duplicatas.
Pagamento a fornecedores, 
pagamento do principal dos títulos 
de curto ou longo prazo a que se 
refere a compra.
Recebimento de juros sobre 
empréstimos concedidos;
Pagamento aos Governos, referente 
a impostos, multas, anfândega e 
outros tributos.
Recebimento de dividendos pela 
participação no patrimônio de 
outras empresas.
Pagamento dos juros (despesas 
financeiras) dos financiamento 
(comerciais e bancários) obtidos.
Outros, que não sejam investimento 
ou financiamento. Ex: Sentenças 
judiciais, sinistros e reembolso de 
fornecedores.
—
 Fonte: o autor 
41
11.13. Atividades de investimento
Relacionam-se normalmente com o aumento e a diminuição dos ati-
vos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços.
Incluem a concessão e recebimento de empréstimos, a aquisição e 
a venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras en-
tidades e a aquisição e a alienação de imobilizado.
Quadro 5 – Atividades de Investimento da DFC
Atividades de Investimento
Entradas Saídas
Recebimento do principal dos 
empréstimos concedidos.
Desembolso dos empréstimos 
concedidos pela empresa e 
pagamento pela aquisição de 
títulos de investimento de outras 
entidades.
Recebimento pela venda de títulos 
de investimento a outras entidades.
Pagamento pela aquisição de 
títulos de investimentos de outras 
empresas.
Recebimento pela venda de 
participações em outras empresas e 
pelo resgate de participações pelas 
entidades investidas.
Pagamento, no momento da compra 
ou em data próxima a essa de 
terreno, edificações, equipamentos 
ou outros ativos fixos utilizados na 
produção.
Recebimento pela venda de 
imobilizado e outros ativos fixos 
utilizados na produção.
—
 Fonte: o autor 
42
Quadro 6 – Atividades de Financiamento da DFC
Atividades de Financiamento
Entradas Saídas
Vendas de ações emitidas.
Pagamento de dividendos ou outras 
distribuições dos donos, incluindo o 
resgate de ações da própria empresa.
Empréstimos obtidos no mercado, 
via emissão de letras hipotecárias, 
notas promissórias, títulos de dívida 
ou outros instrumentos, de curto ou 
longo prazo.
Pagamento dos empréstimos obtidos 
(exceto juros).
Recebimento de contribuições, de 
caráter permanente ou temporário, 
que, por expressa determinação dos 
doadores, tem a finalidade estrita 
de adquirir, construir ou expandir a 
planta instalada.
Pagamento do principal referente a 
imobilizado adquirido a prazo.
Fonte: o autor 
11.15. Transações de investimento e financiamento 
sem efeito no caixa
As transações que afetam o Ativo e o Passivo, mas não impactam 
no caixa devem ser evidenciadas em Nota Explicativa;
Dívidas convertidas em aumento de capital;
Aquisição de imobilizado via contrato de arrendamento mercantil.
11.14. Atividades de financiamento
Relacionam-se com os empréstimos de credores e investidores à 
entidade (obtenção de empréstimos junto a credores e a amorti-
zação ou liquidação destes).
Incluem a obtenção de recursos dos donos e o pagamento a estes 
de retornos sobre seus investimentos, ou do próprio reembolso do 
investimento.
43
Quanto ao IASB, ele faculta a classificação de juros pagos e dividen-
dos recebidos da seguinte forma: mantidos no grupo das operações os 
elementos que transitam pela DRE. Porém os juros e dividendos recebi-
dos correspondem à remuneração do capital investido.
O IASB faculta a classificação, entre o grupo de investimento e ope-
racional de:
Duplicatas Descontadas
• FASB não faz referência;
• ASB classifica como Atividades Operacionais, quando 
derivarem de outras transações que envolvam o negócio 
principal da empresa.
11.16. Transações que não afetam o caixa:
Depreciação, Amortização e Exaustão, contas redutoras do Ativo; 
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) – estima-
tiva de prováveis perdas com clientes que não representam de-
sembolso para a empresa.
Acréscimos ou diminuição de itens de investimentos pelo método 
de equivalência patrimonial.
11.17. Pontos polêmicos presentes na classificação 
do FASB:
Quanto aos Juros Pagos, o FASB exige o seu registro no grupo das 
operações por ser um elemento que transita pela DRE. Porém os juros 
pagos, assim como os dividendos pagos representam um custo para ob-
tenção de um financiamento. 
Nestecaso:
Juros pagos
Atividade Operacional
Dividendos pagos
Atividade de Financiamento
44
11.18. Outras interpretações:
Fato Gerador se: vendas a prazo atividade operacional.
Ato desconto do título atividade de financiamento.
Pagamento de Investimento Adquirido à Prazo
Os investimentos adquiridos a prazo nunca figurarão nas atividades 
de investimento, já que as saídas de caixa decorrentes de seus pagamen-
tos ocorrerão no futuro (podendo ser em várias parcelas, por exemplo), 
classificando-se assim como atividades de financiamento. 
11.19. Métodos de elaboração
Existem dois métodos de elaboração da DFC:
Método Direto;
Método Indireto. 
Quadro 7 - Distinções entre o método direto e o método indireto
Método Direto Método Indireto
Explicita as entradas e saídas brutas de 
dinheiro dos principais componentes 
das atividades operacionais, como os 
recebimentos pelas vendas de produtos e 
serviços e os pagamentos a fornecedores 
e empregados. 
Faz a conciliação entre o lucro líquido 
e o caixa gerado pelas operações. Por 
isso é também chamado de método da 
reconciliação.
O saldo final das operações expressa 
o volume líquido de caixa provido ou 
consumido pelas operações durante um 
período.
Permite avaliar quanto do lucro está se 
transformando em caixa.
—
Mais utilizado pelas empresas que já têm 
a DFC regulamentada.
 Fonte: o autor 
45
Quadro 8 - Estrutura do Modelo Direto e o Modelo Indireto da DFC
Demonstração do Fluxo de Caixa em 31/12/XX
MODELO DIRETO
Demonstração do Fluxo de Caixa em 31/12/XX
MODELO INDIRETO
Atividades Operacionais Atividades Operacionais
Recebimentos de clientes Lucro líquido do período
Pagamentos de fornecedores de estoques Aumento (diminuição) dos itens que não afetam o caixa:
Pagamentos de impostos sobre vendas Depreciação e amortização
Pagamentos de despesas com vendas e 
administrativas
Variações monetárias líquidas devedoras
Pagamentos de despesas financeiras Resultado de equivalência patrimonial
Recebimentos de receitas financeiras Dividendos recebidos de sociedades investidas
Dividendos recebidos de sociedades investidas Lucro na venda de investimentos
Pagamento de IR e CS Lucro na venda de ativos imobilizados
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Aumento de contas a receber de clientes
Atividades de Investimentos Aumento dos estoques
Valor da venda de ativos imobilizados Aumento de fornecedores de estoques
Aquisições de ativos imobilizados Aumento de contas a pagar
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos Aumento de impostos sobre vendas
Atividades de Financiamentos Aumento de impostos sobre lucro
Recebimentos de empréstimos e financiamentos Aumento de despesas antecipadas
Pagamentos de empréstimos e financiamentos Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Recebimento de integralização de capital Atividades de Investimentos
Dividendos pagos Valor da venda de investimentos
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos Valor da venda de ativos imobilizados
Aumento Líquido no Caixa Aquisições de investimentos
Caixa no inicio do período Aquisições de imobilizado
Caixa no fim do período Empréstimos concedidos
— Recebimentos de empréstimos concedidos
— Aplicações de renda fixa e renda variável
— Recebimento de aplicações de renda fixa e renda variável
— Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos
— Atividades de Financiamentos
— Recebimentos de empréstimos e financiamentos
— Pagamentos de empréstimos e financiamentos
— Recebimento de integralização de capital
— Dividendos pagos
— Compras de ações em tesouraria
— Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos
— Aumento Líquido no Caixa
— Caixa no inicio do período
— Caixa no fim do período
 Fonte: adaptado de vários autores
46
A Tabela 1 apresenta uma classificação de operações de origens e aplica-
ções de caixa.
Tabela 1 – Origens e aplicações de caixa
Descrição Origem Aplicação
Lucro Líquido x
Prejuízo do exercício x
Aumento em conta ativa x
Diminuição em conta ativa x
Aumento em conta passiva x
Diminuição em conta passiva x
Aumento de depreciação x
Diminuição de depreciação x
 Fonte: o autor 
12 Substituição da DOAR pela DFC
Dentre as principais alterações nas práticas contábeis promovidas 
pela Lei nº 11.638/07 e pelos artigos 36 e 37 da Medida Provisória no. 
449/08 convertida na Lei nº 11.941/09, nas normas estabelecidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nos pronunciamentos, orienta-
ções e interpretações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Con-
tábeis (CPC) aplicáveis às sociedades, uma delas foi a substituição da 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela De-
monstração do Fluxo de Caixa (DFC). 
A DOAR, de acordo com a Lei nº 11.638/07 deixou de ser obrigatória 
a partir de 1 de janeiro de 2008. No entanto, a DOAR não foi abolida do 
conceito contábil, ela agora apenas não é obrigatória pela Lei das S/A. Por-
tanto, entendemos prudente o conhecimento da referida demonstração.
47
Diante do exposto, apresentamos uma visão sobre a DOAR que tem o 
objetivo de apresentar de forma ordenada e sumariada as informações re-
lativas às operações de financiamento e investimento da empresa durante 
o exercício e evidenciar as alterações na posição financeira da empresa.
Vamos a um exemplo de elaboração da Demonstração dos Fluxos 
de Caixa.
12.1. Elaboração da Demonstração dos Fluxos de 
Caixa
De acordo com os dados abaixo vamos elaborar a DFC da empresa 
Estrela Ltda.
Dados: 
a) Em 31/12/20x9: aumento capital social de R$ 1.000,00
b) Em 31/12/20x9: financiamento de R$ 1.500,00
c) Em 31/12/20x9: aquisição de ativo imobilizado R$ 2.600,00
1. Balanço Patrimonial:
Ativo 20x8 20x9 
Ativo Circulante 4.705,56 13.820,04
Disponível 207,00 157,00
Duplicatas a receber 3.248,00 9.732,00
(-) PCLD -97,44 -291,96
Estoques 1.348,00 4.223,00
Ativo Não Circulante 5.361,80 7.397,40
Imobilizado 5.361,80 7.397,40
Veículos 5.644,00 8.244,00
(-) Depreciação acumulada -282,20 -846,60
Total do Ativo 10.067,36 21.217,44
48
Passivo + Patrimônio Líquido 20x8 20x9 
Passivo Circulante 1.017,00 4.071,46
 Fornecedores 701,00 2.211,00
 Salários e encargos sociais 246,00 787,00
 Contas a pagar 70,00 221,00
 Provisão para IR a Recolher - 852,46
Passivo Não Circulante 3.825,00 6.090,00
 Exigível a longo prazo 3.825,00 6.090,00
Patrimônio Líquido 5.225,36 11.055,98
 Capital Social 5.225,36 6.225,36
 Reservas de Lucros - 4.830,62
Total do Passivo 10.067,36 21.217,44
 Fonte: o autor
2. Demonstração do Resultado do Exercício: 
Demonstração do Resultado do Exercício 20x9 
Receita Líquida Operacional 26.810,00
(-) CMV -13.405,00
(=) Lucro Bruto 13.405,00
(-) Despesas de salários e encargos -4.573,00
(-) Despesas gerais -1.625,00
(-) Despesas de PDD -194,52
(-) Depreciações -564,40
(-) Despesas financeiras -765,00
(=) Lucro Líquido Operacional 5.683,08
(-) Provisão para IR -852,46
(=) Lucro Líquido 4.830,62
 Fonte: o autor
49
 Resolução pelo Método Direto:
Clientes
Vendas 26.810,00
(+) Saldo Inicial 3.248,00
(-) Saldo Final -9.732,00
(=) Recebimento 20.326,00
CMV 13.405,00
(+) Estoque Final 4.223,00
(-) Estoque Inicial -1.348,00
(-) Compras 16.280,00
(+) Fornecedores (saldo inicial)

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