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Teoria Geral do Estado

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Teoria Geral do Estado e Ciência Política
A Teoria (Geral) do Estado está inserida na ciência política. Isso porque, enquanto a ciência política busca estudar a formação do Estado através da ruptura entre a civilização e barbárie, partindo de uma necessidade da sociedade.
Conceito de Ciência Política segundo Bobbio: é a ciência do homem e do comportamento humano, tem em comum, com todas as ciências humanísticas, dificuldades específicas que derivam de algumas características de agir do homem, das quais três são relevantes: 
a) homem como animal teológico (que cumpre ações e se serve de coisas úteis para obter seus objetivos);
b) Homem como animal simbólico (comunica com seus semelhantes através de símbolos, dos quais o mas importante é a linguagem);
c) Homem como animal ideológico (se utiliza da cultura no qual está inserido para racionalizar seu comportamento).
Teoria (geral) do Estado
Para Max Weber (sociólogo e jurista alemão), o Estado seria invariável, com características constantes e caráter universal através do tempo e do espaço. Contudo, para Heller (sociólogo), busca-se entender o Estado como realidade social, ou seja, não é possível uma teoria “geral” do Estado, mas apenas uma Teoria do Estado, daquele Estado concreto e histórico, inserido em sua totalidade e realidade específicas.
Conceito de Estado: O Estado é uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada. 
Assim, pode-se dizer que os elementos constitutivos do Estado são: povo, território e governo soberano.
Transição das formas estatais pré modernas
a) Ocidental e Teocrático: não há diferenciação aparente entre o instituto da família, religião, o Estado e organização econômica, formando um sistema confuso;
b) Polis Grega: formação das Cidades-Estados como sociedade política de maior expressão, visando o ideal de autossuficiência;
c) Civitas Romana: início das características do Estado (noção de povo restrita, magistrados como governantes superiores e base familiar de organização). 
Principal forma estatal pré moderna: o medievo (idade média) – século V a X
 - Feudalismo: aristocracia originalmente militar se autodesignava um território e uma população da seguinte forma: os habitantes daquele território eram obrigados a cultivar uma terra para si e também para o senhor feudal. Em contrapartida, o senhor feudal protegia o território do feudo, incluindo sua população. Ele detinha o poder econômico, o político, o militar, o jurídico e o ideológico sobre os “seus” servos 
Com o fim do feudalismo, deram inicio os sinais do capitalismo em sua primeira versão (absolutista).
Existem várias teorias para tentar explicar e justificar a origem do Estado, se dividindo em:
Teoria Naturalista: o homem é por natureza um animal social -aristoteles
Teoria Contratualista: 
A Visão Positiva do Estado: Modelo Contratualista: a sociedade/Estado é vista como uma criação artificial da razão humana através do consenso, acordo tácito ou expresso entre a maioria ou a unanimidade dos indivíduos.
O Estado civil surge como artifício da razão humana para dar conta das deficiências inerentes ao Estado de natureza, construído como hipótese lógica negativa.
Estado de natureza: é a forma “selvagem” do indivíduo; estado primitivo da humanidade;
 Contrato Social: se origina a partir de um ”pacto” realizado pelos indivíduos para superar as inconveniências advindas do estado de natureza. Trata-se como instrumento de passagem do momento “negativo” de natureza para o estágio político (social). Os principais autores do Contrato social São Hobbes e Locke.
Hobbes: “o homem é o lobo do homem” para por fim a guerra de todos contra todos, própria do estado de natureza, os homens despojaram-se do que possuem de direitos e possibilidade em troca de receberem a segurança do “Leviatã” (caracterizado como a figura do Estado). 
Para Hobbes, não existia o direito a “igualdade”. A partir do momento em que dois indivíduos almejam a obtenção da posse de determinado objeto, eles irão entrar em conflito até que um saia vencedor. Ou seja, ele acreditava que seria impossível que igualdade fosse gozada por ambos, tornando-os inimigos entre si.
Finalidade do Estado:
a) Representar os cidadãos, mediante delegação de todos os seus direitos e poderes a uma autoridade soberana;
b) Assegurar a ordem, garantindo a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal;
c) Ser a única fonte de lei, porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto.
Formação do Estado civil a partir da demarcação de limites territoriais pelos soberanos (poder absolutista)
Locke: o pacto de consentimento que se estabelece serve para preservar e consolidar direitos já existentes no estado de natureza. O convênio firmado no intuito de resguardar a emersão e generalização do conflito.
Para Locke, o estado de natureza é redigido por um direito natural que se impõe a todos, com respeito a razão, que é este direito, toda a humanidade aprende que, sendo todos iguais e independentes, ninguém deve lesar o outro em sua vida, sua saúde, sua liberdade ou seus bens; 
ESTADO DE NATUREZA EM LOCKE X ESTADO DE NATUREZA EM HOBBES
Para Locke, o estado de natureza tem a paz como regra, sendo que a guerra será inevitável a partir do momento que os direitos naturais não forem respeitados.
Já Hobbes acredita que a guerra é inevitável.
A formação do estado civil irá se dar sem a exclusão dos direitos naturais dos indivíduos. Para Locke, o homem traz consigo, quando do estabelecimento da sociedade civil, os direitos presentes no estado de natureza;
Aqui, ao contrário de Hobbes, os indivíduos abandonam um único direito: o de fazer justiça com as próprias mãos, 
 
ROSSEAU:
Para Rosseau, o homem é compreendido como “bom”, portanto, o estado precisa permitir que o homem apresente sua natureza, por isso, sua ligação com a democracia.
Rosseau afirma que o indivíduo que, cercando um terreno, por primeiro teve a ideia de dizer “isto é meu” foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.
Rosseau criticava a monarquia absolutista, pois, para ele, o homem fica despojado da sua própria humanidade e cai na dependência absoluta de um senhor (tal como defende Hobbes.
Rosseau defende que da renuncia de cada um à sua vontade particular nasce a vontade geral, que é nada mais nada menos do que a vontade do corpo social unidade por interesse em comum. Nisto, o exercício desta vontade geral que reside a soberania do povo
Critica a esse pensamento
A democracia pensada por Rosseau tem potencial para violação de direitos de minorias (justamente por serem minorias).
Ideia de democracia radical, baseada na vontade popular e não amparada pela lei (democracia mutável de acordo com os desejos da população);
O ESTADO MODERNO
Ocorre quando o Estado deixa de ser patrimonial. Ao contrário da forma estatal medieval, em que os monarcas, marqueses, condes e barões eram donos do território e de tudo o que nele se encontrava (homens e bens), no Estado moderno passar a haver a identificação absoluta entre Estado e monarca em termos de soberania estatal.
A primeira visão do Estado moderno: o Estado absolutista
As monarquias absolutistas se apropriaram dos Estados do mesmo modo que o proprietário faz do objeto a sua propriedade, surgindo um poder de império como direito absoluto do rei sobre o Estado. Por outro lado, com esta postura, os reis constituíram-se como senhores do Estado, do mesmo modo que faziam os senhores feudais do medievo, titularizando individualmente a propriedade do Estado.
Assim, ficou marcante a frase dita pelo Rei Luiz XIV “o rei sol”, o ESTADO sou EU.
a base de sustentação do poder monárquico absolutista estava alicerçada na ideia de que o poder dos reis tinha origem divina. O rei, enquanto representante de Deus na terra, se desvinculava de qualquer vínculo limitativo de sua autoridade. Assim sendo, o seu exercício era sem dependência e controle com qualquer outro.
Não podemos confundir tirania com absolutismo, posto que sua ilimitação diz com uma autonomia emface de qualquer limite externo, mas gerando limites internos com relação a valores e crenças da época.
ESTADO MODERNO – estado de liberdade. Com o tempo, os senhores feudais já não toleravam mais as exigências de monarcas aventureiros e de circunstância que impunham uma tributação indiscriminada e mantinham um estado de guerra constante, que só causavam prejuízos à vida econômica e social.
ESTADO LIBERAL – surgiu com a revolução industrial, porém não nos conformes preditos por Platão, que fora arquitetada no mundo ideal. Ora, Platão acreditava, que em um Estado, haveria igualdade jurídica, sem distinção de classe, raça, cor, sexo ou crença; separação nítida de poderes; neutralidade do estado.....
ESTADO CONSTITUCIONAL- desenvolve-se como uma luta contra o absolutismo dos monarcas, ganhando grande força os movimentos que preconizavam a limitação dos poderes dos governantes. Início da democracia e proteção dos valores fundamentais.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
POVO: conjunto de cidadãos de um Estado. Para fazer parte de um povo, é preciso ser cidadão, ou seja, que possuam direitos e deveres que permitam a esse individuo participar da formação da vontade do Estado. É um elemento constitutivo necessário a existência do Estado.
A condição de cidadão implica direitos e deveres que acompanham o indivíduo mesmo quando se ache fora do território do Estado.
População: relaciona-se ao aspecto quantitativo, numérico, dos habitantes de um país. Engloba tanto os nacionais como os estrangeiros que residem no território. Não é um elemento constitutivo do Estado. Pode-se dizer que é apenas elemento presente no Estado.
O povo participa da estrutura do Estado, a população não. 
Nação: conjunto de pessoas que se sentem unidas pela origem comum, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Se o povo é uma entidade jurídica, a nação é uma entidade moral. Nação pode existir sem Estado.
A raça é irrelevante para o Estado. A raça interessa à biologia e a antropologia. O que interessa para o Estado é a nacionalidade.
Cidadania: é o direito político conferido ao cidadão para que possa participar da vida política do pais em que reside e pode ser: natural (decorre do nascimento) e legal (através da naturalização).
TERRITÓRIO:
É a base física, a porção do globo por ele ocupada e que serve de limite para sua jurisdição. 
Limites do Território:
a) Sobre o mar: no caso do Brasil é de 200 milhas do Estado brasileiro, estabelecido por vários tratados internacionais;
b) Espaço aéreo: Brasil se estende no espaço aéreo acima do mar territorial, bem como ao leito e subsolo deste mar, no total de 22 milhões de km2, acordados entre tratados internacionais.
c) Terra firme e subsolo: O Brasil possui Brasil possui 23.102 km de fronteiras.
SOBERANIA
Conceito: é o poder de autodeterminação do Estado de não admitir qualquer interferência exterior nos assuntos de seu exclusivo interesse. É considerada sob o aspecto interno e sob o externo.
Interno: A soberania do Estado se manifesta quando edita leis que subordinam a todos os indivíduos que habitam seu território;
Externa: a soberania do Estado se manifesta nas relações recíprocas entre os Estados, não havendo subordinação nem dependência, e sim igualdade.
Desse modo, a escola clássica irá definir a soberania como:
a) Una: não pode existir mais de uma autoridade soberana em um mesmo território;
b) Indivisível: o poder delega atribuições, reparte as competências, mas não divide a soberania;
c) Inalienável: o corpo social é uma entidade coletiva dotado de vontade própria resultante da soma das vontades individuais e se consubstancia na Constituição e nas Leis;
d) Imprescritível: a soberania não pode sofrer limitação no tempo, um Estado quando nasce, nasce definitivamente, não se concebendo soberania temporária.
Limites da Soberania:
A soberania é limitada pelos princípios de direito natural, pelo direito grupal e pelos imperativos da coexistência pacífica dos povos na órbita internacional.
Princípios de direito natural: o Estado é apenas instrumento da coordenação do direito, pois sendo esse positivo, que do estado emana, só encontra legitimidade quando em conformidade com as leis eternas e imutáveis da natureza.
“Uma lei humana não é verdadeiramente lei senão quando deriva da lei natural; se, em certo ponto, se afasta da lei natural, não é mais lei e sim uma violação da lei. S, Tomás de Aquino”.
Direito grupal: O estado existe para servir ao povo, e não o povo para servir ao Estado. A autoridade do direito é maior do que a autoridade do Estado.
Imperativos da Coexistência de Estados Soberanos: no plano internacional, não pode um Estado querer invadir a esfera de ação de outras soberanias. Todos os Estados têm seu espaço para fazer seu ordenamento jurídico válido e eficaz dentro de seu território.
Personalidade Jurídica do Estado:
Personalidade jurídica – capacidade de possuir direitos e deveres. É inerente a pessoa humana
 o Estado é pessoa jurídica de direito publico. (Direito Público: conjunto de normas que organizam o poder soberano e a ordem política, bem como regulam as relações e os interesses do Estado entre os seus agentes e a coletividade), (Pessoa Jurídica – é a unidade de pessoas naturais e/ou de patrimônios que visa a obtenção de certas finalidades, reconhecida pela ordem jurídica como pessoa de direitos e obrigações).
Através da noção do Estado enquanto detentor de personalidade jurídica é que se estabelecem limites jurídicos eficazes a ação do Estado no seu relacionamento com os cidadãos.
Assim, se de um lado é inevitável que o Estado se torne titular de direitos, que ele próprio cria por meio de seus órgãos, há, de outro lado, a possibilidade de que os cidadãos possam fazer valer contra ele suas pretensões jurídicas.
Funções do Estado – Separação dos Poderes – 
Finalidade: Preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de poder.
E como a separação persegue tais objetivos?
Impondo a colaboração e o consenso de várias autoridades estatais na tomada de decisões e estabelecendo mecanismo de fiscalização e responsabilização recíproca dos poderes estatais.
Ao longo da história diversos autores falaram sobre a corrente Tripartite (separação do governo em três), sendo Aristóteles o pioneiro em sua obra “A Política” que contempla a existência de três órgãos separados a quem cabiamas decisões de Estado. Eram eles o Poder Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.
Poder Deliberativo: aquele que delibera sobre os negócios do Estado, aos quais cabiam determinadas funções específicas a serem exercidas pela assembléia dos cidadãos, entre elas, decidir sobre a paz e a guerra, contrair alianças ou rompê-las, fazer as leis e suprimi-Ias, decretar a pena de morte, de banimento e de confisco, assim como prestar contas aos magistrados.
Somente os cidadãos poderiam deliberar sobre o Estado!!
Poder Executivo: poder conferido aos magistrados governamentais para administrar o Estado.
Poder Judiciário: Constituído de juízes aos quais lhe cabiam a função de julgamento das lides existentes.
OBS: Aristoteles descrevia, em razão do seu momento histórico, a concentração do exercício de tais funções na figura de uma só pessoa, o SOBERANO.
Em seguida Locke, em sua obra “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, defende um Poder Legislativo superior aos demais, o Executivo com a finalidade de aplicar as leis, e o Federativo, mesmo tendo legitimidade, não poderia desvincular-se do Executivo, cabendo a ele cuidar das questões internacionais de governança.
Poder Legislativo: poder superior aos demais. Cabia ao parlamento a criação de leis que fossem equitativas ao povo. A competência para legislar não pode ser delegada para aqueles a quem o povo não confiou.
Poder Executivo: responsável pela execução das leis internas;
Poder Federativo: responsável pela administração das relações internacionais.
Poder Judiciário: subordinado ao poder legislativo, depende do comando deste para atuar.
Posteriormente, Montesquieu cria a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais aceito atualmente, sendo o Poder Legislativo aqueles que fazem as leis para sempre ou para determinada época, bem como, aperfeiçoam ou revogam as já existentes; o Executivo – o que se ocupa o Príncipe ou Magistrado da paz e da guerra -, recebendo e enviando embaixadores, estabelecendo a segurança e prevenindo invasões; e por último, o Judiciário, que dá ao Príncipe ou Magistrado a competência de punir os crimes ou julgar os litígios da ordem civil. Nessa tese, Montesquieu pensa em não deixar em uma única mão as tarefas de legislar, administrar e julgar, já que a concentração de poder tende a gerar o abuso dele.
Em o “espirito das leis” o pensador francês inovou dizendo que tais funções estariam intimamente conectadas a três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si,
Cada função corresponderia a um órgão, não mais se concentrando nas mãos do soberano.
Teoria surge em contraposição ao absolutismo e que serviu de base estrutural para muitos movimentos, como as revoluções americanas e francesas – um verdadeiro dogma constitucional.
Sistemas de Freios e Contrapesos
Esse mecanismo assegura que nenhum poder irá sobrepor-se ao outro, trazendo uma independência harmônica nas relações de governança. Existem diversas outras medidas de relacionamento desses poderes tendo sempre como escopo o equilíbrio.
Na nossa atual Constituição Federal, a divisão dos Poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário é Cláusula Pétrea, aquelas que não são objetos de deliberações/mudanças, portanto não pode-se elaborar uma PEC para alterá-la.
FORMAS DE ESTADO
Classificação:
• soberanos e semi-soberanos - Diz-se que um Estado é soberano ou perfeito quando é reconhecida a plena autonomia política, administrativa, jurídica e econômica no plano da atividade interna e externa, isto é, nas suas relações internacionais. Já o Estado semisoberano ou imperfeito é aquele que goza de relativa autonomia política e administrativa. São também denominados Estados protegidos e protetorados. É pois, a situação de um Estado estrangeiro que é colocado sob autoridade de outro Estado, principalmente no que concerne às relações exteriores e à segurança: a Tunísia e o Marrocos foram protetorados franceses.
Perfeitos -‐ aqueles que reúnem os elementos constitutivos e apresenta plena personalidade jurídica. Subdividem-‐se em simples e compostos. 
Imperfeitos - quando falta um de seus elementos constitutivos, mesmo que temporariamente. Ex: quando determinado território não é reconhecido internacionalmente.
4.1.1. Estados simples e compostos.
a) Simples ou Unitário: Diz-se que um Estado é unitário quando está subordinado apenas a uma esfera de Direito Público, que é o governo nacional. Poder territorialmente centralizado, isso significa dizer que não se percebe mais que um Poder Legislativo, Judiciário e Executivo, os quis exercem com autonomia suas atribuições institucionais em todo o território do Estado. Como exemplo, a Bélgica, a França, a Itália e Portugal. 
b) Compostos -­‐ apresentam estrutura complexa, com centralização pequena do poder. Ocorrem com a união de dois ou mais Estados apresentando duas esferas distintas de poder.
Os compostos são divididos em compostos por coordenação (Estado Federal, Confederação de Estados, união de Estados) e compostos por subordinação (Estado vassalo, Estado satélite, Estado cliente, Estado exíguo).
4.1.2. Estados compostos por subordinação 
a) Estados vassalos -‐ situação intermediária entre a subordinação e a independência. Processo por que passavam as províncias de um império antes de se tornarem independentes;
b) Estados exíguos -‐ são aqueles que por possuírem um pequeno território e população igualmente pequena, não têm meios de exercer a sua soberania de modo completo. Ex: Mônaco (2º País menor do mundo, apesar de independente, suas forças armadas corresponde as forças armadas da França).
c) Estados cliente e satélites -‐ os Estados clientes foram aqueles da América Central que entregaram aos EUA a administração alfandegária, exército, etc. Renunciaram assim, a algum serviço público de seu Estado soberano. Conservaram sua personalidade jurídica internacional, soberania plena, mas não tinham total liberdade em política externa. Com relação aos Estados satélites, são analogicamente relacionamos com os casos da ex-União Soviética, só que eram subordinados politicamente a esta.
4.1.3. Estados compostos por coordenação 
a) A união de Estados por coordenação, pode ser pessoal, real ou incorporada: 
1ª) Pessoal -‐ Caracteriza-se pela união precária em função de um governo comum, isto é, quando dois ou mais Estados soberanos passam a ser governados por um só chefe de Estado. Esta forma era comum nas monarquias hereditárias, quando um rei podia ser herdeiro de duas coroas, tal como ocorreu entre Espanha e Portugal, entre 1580 e 1640. 
2ª. Real -‐ É união efetiva e permanente, de dois ou mais países formando uma só pessoa de direito público internacional. Ex: Áustria e Hungria; Inglaterra, Escócia e Irlanda formaram a Grã-‐Bretanha. Este último é também conhecido como incorporação ou união incorporada. 
b) Confederação -‐ união dos Estados soberanos que se agregam para atingir um determinado objetivo comum. A soberania é a faculdade de decidir. Nesta forma de Estado, caso o Estado-Membro assim deseja, poderá cindir a unidade confederada. Logo, a Confederação é a união instável dos Estados Soberanos. Essa união tem por finalidade determinados fins, tais como a manutenção da paz ou o auxílio mútuo no caso de ataques externos, criando órgãos comuns. Todavia, no plano internacional, os Estados conservam sua personalidade internacional, pois cada um possui um governo próprio, moeda própria ou única e as vezes, língua própria. Ex: União Europeia.
. Estado Federal
União de Estados autônomos sob a égide de uma constituição. É a forma mais sofisticada de organização do poder dentro de um Estado. É a repartição do poder entre o governo central (União) e as organizações regionais (Estados-­‐membros ou províncias).
No mesmo território, existem duas ordens jurídicas diferentes. Brasil, EUA, México,Argentina, e Venezuela são estados federais.
É a descentralização política das unidades federadas que elegem seus governantes e elaboram leis relativas aos seus interesses locais. No federalismo os Estados federados perdem a soberania em favorda União Federal. O Estado federal é uma organização formada sob a base de uma repartição de competências entre o governo nacional e os governos estaduais, de sorte que a União tenha supremacia sobre os Estados membros e estes sejam entidades dotadas de autonomia constitucional perante a mesma união.
O Brasil é um Estado federal, ou seja, adota a federação como forma de Estado. Há diversos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), todos eles autônomos, dotados de governo próprio e de capacidade política. São pessoas jurídicas de direito público que mantêm entre si um vínculo indissolúvel. Em razão dessa indissolubilidade, um estado ou município brasileiro não pode se separar do Brasil; diz-se que, em uma federação não há o direito de secessão. É esse o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, o qual é reforçado pelo fato de que a federação é cláusula pétrea da CF/88 (art. 60§ 4º, I, CF), não podendo, portanto, ser objeto de emenda constitucional tendente à sua abolição. 
O Estado federal, segundo a doutrina, apresenta duas características: autonomia e participação. 
Autonomia: possibilidade de os Estados e Municípios terem sua própria estrutura governamental e competências, distintas daquelas da União. A participação, por sua vez, consiste em dar aos Estados a possibilidade de interferir na formação das leis. Ela é garantida, em nosso ordenamento jurídico, pelo Senado, órgão legislativo que representa os Estados. Cabe destacar que autonomia difere de soberania. No Brasil, apenas a República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, inclusive para fins de direito internacional; só ela possui personalidade internacional. Isso porque, na Federação, os entes reunidos, apesar de não perderem suas personalidades jurídicas, abrem mão de algumas prerrogativas, em benefício do todo (Estado Federal). Dessas, a principal é a soberania. A União é quem representa a RFB no plano internacional (art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania. 
Na CF/88, os Municípios foram incluídos, pela primeira vez, como entidades federativas. Com essa previsão constitucional, o federalismo brasileiro passou a ser considerado um federalismo de terceiro grau: temos uma federação composta por União, Estados e Municípios.
No Brasil, a União, os Estados-membros e os Municípios, todos igualmente autônomos, têm o mesmo “status” hierárquico, recebendo tratamento jurídico isonômico. O governo de qualquer um deles não pode determinar o que o governo do outro pode ou não fazer. Cada um exerce suas competências dentro dos limites reservados pela Constituição. 
A federação brasileira tem como característica ser resultado de um movimento centrífugo, ou seja, formou-se por segregação. Isso porque no Brasil, até a Constituição de 1891, o Estado era unitário (centralizado), tendo, então, se desmembrado para a formação dos estados-membros. Já nos Estados Unidos, por exemplo, os Estados se agregaram, num movimento centrípeto, para formar o Estado federal. Outra característica de nosso federalismo é que ele é cooperativo. A repartição de competências entre os entes da federação se dá de forma que todos eles contribuam para que o Estado alcance seus objetivos. Algumas competências são comuns a todos, havendo, ainda, a colaboração técnica e financeira entre eles para a prestação de alguns serviços públicos, bem como repartição das receitas tributárias.
Características Fundamentais do Estado Federal
· União dos Estados Federados cria um novo Estado e, concomitantemente, aqueles que aderiram a federação perdem a condição de Estados soberanos.
· Base jurídica do Estado federal e uma constituição e não um tratado;
· Inexiste direito de secessão (ato de retirar-se do Estado).
· Apenas o poder central ou União detém a soberania;
· No Estado Federal, as atribuições da União e das Unidades federadas são fixadas na Constituição, mediante uma distribuição de competências;
· Cada esfera de competências atribui-se renda própria.
· Poder político deve ser compartilhado entre a União e unidades federais;
Características Fundamentais da Confederação
· Estados signatários mantêm suas soberanias;
· Se sustentam por um tratado;
· Existe direito de secessão – possibilidade de retirada de um Estado signatário;
· Na Confederação, preserva-se a nacionalidade de cada Estado signatário;
Características Fundamentais do Estado Unitário
· Centralização do poder político-administrativo e do Poder Legislativo
· Inexiste participação da vontade regional na formação da vontade nacional;
· Não existe constituição estadual ou distrital, mas somente uma única constituição.
Formas de Governo
As Formas de Governo consistem na política de governança adotada na organização dos Estados.
Segundo Aristóteles:
A mais antiga classificação e considerada por muitos, até hoje a melhor (Darcy Azambuja, Dalmo Dallari), foi dada por Aristóteles. Adota o autor uma classificação dupla e considera as formas puras e impuras, conforme a autoridade é exercida (base moral). A segunda classificação se dirige a um critério numérico, número de governantes.
Combinando-­‐se os dois critérios temos: 
Formas puras:
-­‐ Monarquia -­‐ o poder político concentra-se nas mãos de uma única pessoa, que carrega consigo a soberania. O monarca deve estar capacitado para o cargo que lhe compete, pois, caso contrário, o governo pode degenerar-se e tornar-se uma tirania.
-­‐ Aristocracia -­‐ um grupo de pessoas aptas a governarem assume o poder. Caso o governo seja injusto e não represente o povo, a tendência é que ele se corrompa, tornando-se uma oligarquia.
-­‐ Democracia -­‐ quando o corpo de cidadãos reúne-se para distribuir, entre si, o poder político, temos uma democracia. No entanto, é necessário observar os rumos que esse governo toma, pois a sua degeneração leva à demagogia, em que representantes políticos têm um governo que beneficia certa parte da população e esquece-se de outra parte. Critica ao sistema Rosseau
Formas impuras:
-­‐ Tirania -­‐ corrupção da monarquia;
-­‐ Oligarquia -­‐ Poder detido por um grupo que o exerce de forma injusta
-­‐ Demagogia -­‐ corrupção da democracia. Poder exercido por facções populares
Segundo Maquiavel
Rejeita a distinção entre formas puras e impuras. Para este o tema deve partir da idéia de que os governos se sucedem em ciclos, sendo inútil diferi-­‐los em bons ou maus. São os chamados ciclos de governo:
a) Estado anárquico -­‐ origem da sociedade. Para se defenderem melhor os homens escolheram o mais robusto e valoroso, nomeando-o chefe e obedecendo-o. 
Depois de algumas escolhas percebeu-se que aquelas características não indicavam um bom chefe, passando-se a dar preferência ao mais justo e sensato (monarquia).
b) Monarquia -­‐ inicialmente eletiva (mais justo) e posteriormente hereditária;
Porém, algum tempo depois os herdeiros da monarquia começaram a se degenerar, surgindo a tirania.
c) Tirania -­‐ degeneração da monarquia;
Para coibir os seus males, os que tinham mais riqueza, nobreza, e ânimo valoroso organizaram conspirações e se apoderaram do governo, instaurando-se a aristocracia, orientada para o bem comum.
d) Aristocracia -­‐ os mais ricos, pertencentes da nobreza, tomam o poder, que por horror ao governo de um só, criam o de poucos (aristocracia);
Entretanto, os descendentes dos governantes aristocratas, que não haviam sofrido os males da tirania e não estavam preocupados com o bem comum, passaram utilizar o governo em seu proveito próprio, convertendo a aristocracia em oligarquia.
e) Oligarquia -­‐ os descendentes dos aristocratas, por não terem sofrido com a tirania, afastam-­‐ se do bem comum, governo para benefício de um grupo;
O povo, não mais suportando os descalabros da oligarquia, mas, ao mesmo tempo, lembrando-se dos males da tirania, destituiu os oligarcas e resolveu governar-se a si mesmo, surgindo o governo popular ou democrático
f) Democracia ou república -­‐ reação a oligarquia.
Segundo Montesquieu
a) República: é aquele governo em que o povo, como um todo, ou somente uma parcelado povo, possui o poder soberano; Para que o povo una-se em benefício próprio para legislar, é necessário estabelecer as noções de igualdade e de pátria. Podem ser formas republicanas a aristocracia e a democracia, desde que regidas por um corpo legislativo.
b) Monarquia: é aquele em que um só governa, mas de acordo com leis fixas e estabelecidas. 
c) Despotismo: uma só pessoa, sem obedecer às leis e regras, realiza tudo por sua vontade e seus caprichos.
Características da Monarquia
a) Vitaliciedade – é a condição que é atribuída a alguém de forma que o término do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições de cumprir suas atribuições;
b) Hereditariedade – Transmissão de direitos em virtude dos laços de sangue. Quando morre um monarca ou deixa o governo por qualquer outra razão, é imediatamente substituído pelo herdeiro da coroa.
c) Irresponsabilidade (ausência de prestação de Contas) – o monarca não tem responsabilidade política e, por isso, não deve explicações ao povo ou a qualquer órgão, uma vez que não há escolha popular para a função de monarca.
 A favor da monarquia
1. Hereditário e vitalício -­‐ monarca não participa das disputas políticas, podendo assim intervir com grande autoridade nos momentos de crise política;
2. É um fator de unidade do Estado, pois todas as correntes políticas têm nele um elemento superior, comum. 
3. Assegura a estabilidade das instituições por estar a margem das disputas;
4. Não há risco de governantes despreparados, pois o monarca é alguém, que desde o nascimento é preparado para governar, recebendo uma educação especial.
Contra a monarquia:
1. Unidade e estabilidade -­‐ não devem ficar a mercê de um fator pessoal, mas sim na ordem jurídica;
2. Não se deve ligar a sorte de um Estado e seu povo a uma pessoa ou família;
3. É essencialmente antidemocrática, uma vez que não assegura ao povo o direito de escolher seu representante.
4. Se o monarca não governa é uma inutilidade, geralmente muito dispendiosa, que sacrifica o povo sem qualquer proveito;
Podemos classificar a Monarquia como:
1. Absoluta -­­ poder na pessoa do monarca, não sujeito a limitações jurídicas;
2. Limitadas:
a) Estamentos -­‐ pequena descentralização. Monarca delega determinadas funções a membros da nobreza;
b) Constitucional -­‐ o rei continua governando, mas sujeito à limitações estabelecidas pela Constituição. Ex: Bélgica e Holanda. Exerce apenas o Poder Executivo.
c) Parlamentar -­‐ não mais governa. O poder executivo é exercido pelo Parlamento. O monarca exerce apenas o poder de representação. É o chefe do Estado, mas não do governo.
República
República: é a forma de governo que se opõe a monarquia. Aproxima-se da democracia. Seu desenvolvimento se deu pelas lutas travadas contra a monarquia absoluta e pela afirmação da soberania popular.
Características:
a) Temporalidade – mandato com prazo de duração pré-determinado. Para evitar o continuísmo, vedam-se as reeleições sucessivas;
b) Eletividade – o chefe de governo é eleito pelo povo, porém não se reconhece a sucessão hereditária; ou seja, sempre haverá a participação do povo no processo eleitoral de escolha;
c) Responsabilidade – o chefe de governo é politicamente responsável, ou seja, deve prestar contas de seus atos, diretamente ao povo ou indiretamente a um órgão de representação popular.
Podemos identificá‐la sob duas concepções:
a. Aristocracia -­‐ governo de uma classe privilegiada por direitos de nascimento ou conquista;
b. Democracia -­‐ todo o poder emana do povo
Sistema OU Regime de Governo
Um sistema de governo é a maneira como o poder político é dividido e exercido em um país. É organizado de acordo com as funções dos poderes Executivo e Legislativo. Os tipos de sistema de governo mais comuns são o presidencialismo, o semipresidencialismo e o parlamentarismo.
1. Parlamentarismo
Regime Parlamentarista de governo é o Regime democrático fundado na separação e colaboração dos poderes, no qual o governo, exercido por um gabinete sobre a chefia de um Primeiro-ministro, é coletivamente responsável perante o Parlamento.
No sistema parlamentarista, o Poder Executivo é legitimado pelo Legislativo. O povo escolhe os integrantes do parlamento e estes definem quem deve ocupar os cargos executivos. A principal característica do parlamentarismo é a diferença entre o “chefe de Estado” e o “chefe de governo”.
Chefe de Estado: o monarca ou presidente, enquanto chefe de Estado, não participa das decisões políticas, cabendo-lhe a função de representação do Estado em sua esfera internacional.
Chefe de governo: chamado de primeiro-ministro, é o responsável pelas ações do Executivo. É indicado pelos parlamentares e não tem um mandato fixo, por isso pode ser dispensado a qualquer momento pelo parlamento.
A nação mais conhecida que adota o sistema de governo parlamentarista é o Reino Unido, que tem a rainha Elizabeth II como chefe de Estado. Lá o parlamento é dividido em duas câmaras: a Câmara dos Comuns, em que os integrantes são escolhidos pelo povo, e a Câmara dos Lordes, que reúne membros da nobreza e líderes religiosos.
Isso não significa, porém, que em um mesmo país não possa existir um presidente e um primeiro-ministro. É o caso da Alemanha, onde o presidente ocupa o papel de chefe de Estado e o chanceler, o de chefe de governo.
Características do Regime Parlamentarista 
A partir das considerações acima, podemos traçar as características do regime parlamentarista da seguinte forma: 
• Distinção entre chefe de Estado e chefe de Governo;
• Chefia de governo com responsabilidade política - dois fatores podem ocasionar a demissão do primeiro-ministro ou a queda do governo: a perda da maioria parlamentar ou o voto de desconfiança. É de se notar que o chefe de Governo é escolhido para mandato sem prazo determinado, e quando o partido ao qual pertence perde a maioria parlamentar, ou quando um parlamentar, desaprovando a política desenvolvida pelo Governo, propõe ao Parlamento um voto de desconfiança, se aceito, o primeiro-ministro deve demitir-se.
Possibilidade de dissolução do Parlamento - característica importante do sistema inglês. Ocorre quando o primeiro ministro percebe que só conta com uma pequena maioria e acredita que a realização de eleições gerais irá resultar numa ampliação dessa maioria. Ou, então, e isto se aplica mais aos sistemas pluripartidários, quando o Primeiro Ministro recebe um voto de desconfiança, mas entende que o Parlamento é que se acha em desacordo com a vontade popular. Nesses casos, ele pode pedir ao chefe de Estado que declare extintos os mandatos e, pelo mesmo ato, convoque novas eleições gerais.
PRESIDENCIALISMO
O sistema presidencialista é caracterizado pelo acúmulo das funções de chefe de Estado e chefe de governo em um único indivíduo: o presidente. Isso significa que ele é responsável por coordenar a execução de políticas públicas, exercer o poder de veto em projetos de lei do Legislativo e escolher os ministros para compor o governo.
O presidencialismo está atrelado a regimes republicanos. Ou seja, o presidente é eleito pela vontade popular. A participação da população na escolha do chefe do governo garante legitimidade ao processo e ainda reforça o ideal democrático.
No caso do Brasil, adotamos o sistema presidencialista e somos uma República federalista. 
A partir dessas colocações, podemos traçar as características gerais do regime presidencialista: 
O Presidente da República é escolhido por um prazo determinado - o Presidente é escolhido para governar por um prazo fixo e determinado
O Presidente da República é escolhido pelo povo - quem escolhe o Presidente da República, de forma direta ou indireta, é o povo. No primeiro caso, temos a eleição direta, em que o povo vota diretamente para a escolha do Presidente. No segundo caso, temos a eleição indireta, em que se atribui a um colégio eleitoral a competência para eleger o Presidente da República em nome do povo.
A chefia do Executivo é exercida de forma unipessoal - quem fixa as diretrizes do PoderExecutivo é o Presidente da República, que pode lançar mão de um corpo de auxiliares diretos, os Ministros, que não são responsabilizadas pelos atos de governo, sendo demissíveis a qualquer momento. Mesmo o Vice-presidente não recebe qualquer atribuição, só tomando ciência dos atos de governo quando estes são públicos ou quando o Presidente da República permitir. 
O Presidente da República assume a chefia do Estado e do Governo - o Presidente exerce o papel de vínculo moral do Estado e de representação conjuntamente com as funções executivas, exercendo, inclusive, atribuições políticas de grande envergadura, caracterizando a chefia de governo. 
O poder de veto - o Presidente da República tem poder de veto, isto é, tem o poder de interferir nas atividades legislativas. As leis aprovadas pelo Legislativo são submetidas à sanção do Presidente da República que, se considerar o projeto inconstitucional ou inconveniente, veta-o, negando-lhe sanção e comunicando sua decisão ao Poder Legislativo, que deve apreciar o veto do Presidente mediante votação especial, podendo rejeitá-lo ou aprová-lo.
 Semipresidencialismo
O semipresidencialismo é um sistema de governo caracterizado por possuir tanto aspectos presidencialistas quanto presidencialistas. Nele, o poder executivo é composto por um presidente popularmente eleito e com mandato fixo, bem como por um primeiro-ministro e ministros de gabinete oriundos do Parlamento. Existem eleições presidenciais independentes de eleições legislativas. O presidente deve exercer uma função de Chefe de Estado (cerimonial, em alguns casos, e central, em outros), enquanto o primeiro-ministro é o Chefe de Governo. São exemplos de países semipresidencialistas: França, Irlanda, Peru, Taiwan.
Entretanto, o presidente não tem apenas função simbólica: ele pode dissolver o parlamento, nomear e demitir o primeiro-ministro e ainda ser responsável pela política externa do país.

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