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Morfologia e citologia

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Introdução a Microbiologia:
Leewenhoek:
· Primeiro homem a observar microrganismos através de observações feitas por meio de microscópio rudimentar. 
· Descreveu protozoárias, formas básicas de bactérias, fungos e algas.
· Relatou observações de bacterias da cavidade bucal com precisão e detalhes, descrevendo formas e movimentos.
Louis Pasteur:
· Primeiro cientista a atribuir uma função biológica para os microrganismos.
· Contribuições responsáveis por medidas mais eficazes na prevenção de doenças infecciosas e na compreensão dos aspectos básicos da vida dos microrganismos.
· Relatou importantes descobertas nas fermentações microbianas, pasteurização de produtos e alimentos, além do desenvolvimento de importantes vacinas efetivas frente a doenças como carbúnculo e raiva.
· Contribuiu para a queda da teoria da abiogênese.
· Desenvolveu métodos de controle de microrganismos e a interrelação deles com as doenças humanas e de animais.
Robert Koch:
· Médico alemão que demonstrou de maneira direta o significado etiológico das bactérias, como agentes de doença infecciosa, o que foi confirmado posteriormente por Pasteur e outros cientistas. 
· Koch estabeleceu uma sequência definida de etapas experimentais para demonstrar e comprovar que determinado microrganismo era, de fato, agente etiológico de determinada doença. 
· Os experimentos de Koch comprovaram a correlação entre Bacillus anthracis e o carbúnculo, confirmando, assim, a teoria microbiana de doenças.
Postulados de Koch:
1. O agente etiológico deve ser encontrado em todos os casos da doença; 
2. O microrganismo deve ser isolado do hospedeiro e crescer em cultura pura;
3. A cultura pura do microrganismo suspeito deve reproduzir a doença específica após sua inoculação em animal suscetível; 
4. O mesmo microrganismo deve ser novamente isolado do hospedeiro infectado.
(...)
Procariotos
Características gerais: 
· Bactérias, seres unicelulares, de 0,5 a 3um de tamanho.
· Ausência de carioteca
· Material genético disperso no citoplasma; DNA circular único, não associado a histonas, com genoma haploide
· Ausência de organelas revestidas por membranas. 
· Membrana plasmática sem esteróis
· Parede celular complexa (proteínas, peptídeos e peptideoglicanos). A maioria das bactérias possuem parede celular. 
· Todas as bactérias possuem ribossomos, nucleoide e membrana plasmática. 
· Divisão por fissão binária.
Classificação:
Quanto a composição da p. celular:
a) Eubactérias: parede celular com peptideoglicanos 
b) Arque bactérias: não possuem peptídeoglicanos
Quanto ao tamanho:
· Dimensões microscópicas: varia de 0,2 a 2um de diâmetro e 2 a 8um de comprimento
· Bactérias infeciosas: 1 a 3 um
Quanto à forma e arranjo:
a) Cocos: 
· Redondas ou ovais
· Alongados ou achatados em uma das extremidades
i. Diplococos:
· Permanecem aos pares após a divisão.
· Divisão em apenas um plano
ii. Estreptococos:
· Permanecem ligados uns aos outros em forma de cadeia.
· Divisão em apenas um plano
iii. Estafilococos:
· Formam agrupamento em forma de cacho ou lâmina amplas.
· Divisão em múltiplos planos
iv. Tétrades:
· Permanecem em grupos de 4
· Divisão em dois planos.
b) Bacilos:
· Forma de bastão.
· Cilíndricos e alongados, cujo comprimento é maior que a largura.
· Bacilos patogênicos: 1um de diâmetro.
· Bacilos de vida livre: 40x100um
· Se dividem em um único plano, ao longo de seu eixo curto.
i. Bacilos isolados: 
· Um único bacilo, sem arranjo.
ii. Diplobacilos: 
· Se apresentam em pares após a divisão.
iii. Estreptobacilos:
· Se apresentam em cadeias.
v. Cocobacilos:
· São ovais e tão parecidos com os cocos. 
c) Espiralados:
· Nunca são retos, possuem uma ou mais curvaturas.
· Podem se apresentar como células isoladas. 
i. Vibriões:
· Forma de vírgula
· Se assemelham a bastões curvos
ii. Espirilos:
· Forma helicoidal, tipo saca-rolhas.
· Corpo rígido.
iii. Espiroquetas:
· Forma helicoidal.
· Corpo flexível. 
Parede celular:
· Complexa, semirrígida, determina a forma da célula. 
· Constituída de peptídeoglicanos [peptídeos (alanina, ácido glutâmico, l-lisina, d-alanina) + 2 açucares N-acetilglicosamina e ácido n-acetil muramico] e polipeptídios.
· Presente em todas as bactérias, exceto em micoplasmas e archeobacterias. 
· Circunda a membrana plasmática, protegendo-a das alterações adversas no ambiente externo. 
· Prevenir a ruptura das células bacterianas quando a pressão da água dentro da célula é maior que fora dela (pressão osmótica).
· Difusão de metabolitos para a membrana, suporte de antígenos, induz a febre (atividade pirogênica), etc. 
a) Gram positivas:
· Parede celular mais espessa, 40 a 80% do peso seco. 
· 15 a 50 camadas de peptídeoglicanos. 
· Coloração roxo escuro. 
· Ácidos lipoteicoicos: atravessam a camada de peptideoglicanos e estão ligados à membrana plasmática. São antígenos superficiais.
· Ácidos teicoicos: ligados aos peptideoglicanos. Conferem a virulência. 
b) Gram negativas: 
· Parede celular mais delgada
· Uma ou poucas camadas de peptideoglicanos, com uma membrana externa. 
· Coloração rosa-avermelhada. 
· Membrana externa: Lipopolissacarideos, lipoproteínas e fosfolipídios. 
· Não contem ácidos teicoicos. 
· Espaço periplasmatico: Espaço entre a membrana externa e a membrana plasmática, com alta concentração de enzimas hidroliticas e proteínas de transporte. 
Estruturas externas a parede celular (não fundamentais):
· Organelas (tudo que está externo a parede celular) ou apêndices bacterianos.
a) Glicocálice:
· Polímero viscoso e gelatinoso, composto de polissacarídeos e/ou polipeptídios, pouco aderido a parede celular e não organizado.
· Camada viscosa ou limosa: quando não está organizado e nem firmemente aderido a parede celular. 
b) Capsula: 
· Quando o glicocálice é bem organizado e está firmemente aderido a parede celular, denomina-se capsula.
· Confere virulência.
· Proteção contra fagocitose pelas células dos hospedeiros e contra pressão osmótica.
· Reconhecimento, especificidade.
c) Flagelos:
· Longos filamentos delgados e ondulados, constituídos por flagelina. 
· Confere mobilidade bacteriana e especificidade antigênica. 
· Atríqueas: Bactérias sem flagelos.
· Classificação dos flagelos:
i. Peritriqueos: Distribuído ao longo de toda a célula. 
ii. Polares: Em um ou ambos os polos da célula
iii. Polar Monotriqueo: um flagelo em um único polo.
iv. Polar Lofotriqueo: um tufo de flagelo na extremidade da célula.
v. Polar Anfitriqueo: Flagelos em ambas extremidades da célula. 
· Constituição dos flagelos:
i. Corpúsculo basal: 
· Série de discos/anéis imersos na membrana citoplasmática e em parte da parede celular.
· Responsável pela rotação do flagelo
· Gram-positivas possuem 2 discos; gram-negativas, 4 discos. 
ii. Gancho:
· Conecta o corpúsculo basal à porção distal do flagelo (filamento externo).
iii. Filamento externo:
· Cilíndrico, longo e oco
· Porção distal do flagelo, externo a parede celular. 
d) Fímbrias: 
· Filamentos mais curtos e mais delicados que os flagelos.
· Originam-se de corpúsculos basais na membrana plasmática e são constituídas por pilinas. 
· Podem determinar patogenicidade de muitas bactérias gram negativas. 
i. Fimbrias sexuais ou pili: 
· Troca de material genético entre bactérias (compartilhamento de plasmídeo)
· Receptores para vírus bacteriófago.
· 1 a 10 por célula. 
ii. Fímbria comum:
· Aderência sobre superfície de células hospedeiras
· Aglutinação de células e eritrócitos.
· 100 a 200 por célula.
Estruturas internas a parede celular (fundamentais):
a) Membrana Citoplasmática
· A membrana citoplasmática das bactérias apresenta constituição fosfolipídica. Suas principais funções são: 
i. Transporte ativo de moléculas p/ dentro da célula; 
ii. Difusão passiva por permeabilidade seletiva; 
iii. Sede de enzimas da fosforilação oxidativa; 
iv. Síntese de precursores da parede celular da célula;
v. Secreção de enzimas e toxinas. 
· Difere da membrana plasmática das células eucariotas por:
i. Não apresentar esteroides em sua composição;
ii. Ser a sede de numerosas enzimas o metabolismo respiratório bacteriano(função semelhante à das cristas mitocondriais)
iii. Controlar a divisão bacteriana através dos mesossomos, que atuam na orientação e separação de cromossomos e orientação da formação do septo equatorial.
b) Citoplasma
· O citoplasma bacteriano está limitado pela membrana citoplasmática, contendo principalmente:
i. Grupos de ribossomos (polissomos);
ii. Inclusões citoplasmáticas que são reservas de substâncias
iii. Mesossomos, complexos membranosos que, segundo autores, têm valor funcional das mitocôndrias.
iv. Cromossomo bacteriano (nucleóide ou núcleo)
Fatores do crescimento bacteriano:
· Tudo que, quimicamente (orgânico e inorgânico) ou fisicamente, implica no crescimento bacteriano.
· O crescimento só ocorre quando todos os nutrientes exigidos para obtenção de energia e para a síntese de novos componentes celulares estão disponíveis. Além disso, fatores como temperatura, pH, pO2, pCO2, enfim, são fundamentais para decidir o crescimento.
· As funções vitais das bactérias constituem-se essencialmente na construção do protoplasma, divisão celular e transporte de substâncias pela membrana citoplasmática.
1. Nutrição
· O crescimento exige a presença de nutrientes ideais, sob concentrações ideais, em ambiente propicio. Os nutrientes requeridos pelos microrganismos refletem diretamente sua capacidade fisiológica.
2. Temperatura:
· Bactérias desenvolvem-se e crescem sob temperaturas ótimas, mínimas e máximas para cada espécie e gênero.
· Altas temperaturas são consideradas mais injuriosas aos microrganismos que baixas temperaturas.
· Quanto a temperatura, as bactérias podem ser classificadas em:
a) Psicrófilas:
· 0 a 30ºC. 
· Temperatura ótima: 15 a 20ºC
· Usualmente não são mortos por temperaturas baixas.
· Refrigeração e congelamento são técnicas para preservação de culturas
b) Mesófilas:
· 5 a 45ºC
· Temperatura ótima: ~ 37ºC
· Bactérias patogênicas para os seres humanos e animais
· Bactérias da microbiota saudável
c) Termófilas: 
· 25 a 75ºC
· Temperatura ótima: 40 a 70ºC
· Águas termais e solos de regiões vulcânicas.
3. pH
· Microrganismos necessitam de pH ótimo para crescimento.
· A maioria dos MO da microbiota normal humana, assim como os patogênicos, possuem pH ótimo ~ 7,0 e sobrevivem em faixa de pH 4 a 8 para crescimento.
4. Oxigênio:
· Podem ser classificadas em:
a) Aeróbios obrigatórios:
· Desenvolvem-se apenas na presença de oxigênio
b) Microaerófilos:
· Requerem oxigênio em quantidades menores que a concentração normal.
c) Anaeróbios facultativos: 
· Crescem na ausência ou na presença de oxigênio, podendo utiliza-lo ou não.
d) Anaeróbios:
· Não utilizam oxigênio.
· De acordo com a tolerância ao oxigênio, são subdivididos em:
i. Anaeróbios aero tolerantes: são capazes de crescer em ambiente com oxigênio, mas crescem melhor em anaerobiose.
ii. Anaerobios moderados: só crescem em presença de no máximo 2 a 8% de oxigênio livre
iii. Anaerobio estritos: Não se desenvolvem em presença de mais de 0,5% de oxigênio livre. Morrem pela exposição ao oxigênio em poucos minutos. São raros.
· A ação letal do oxigênio sobre as bactérias anaeróbias estritas ocorre devido à formação de produtos tóxicos quando o O2 se combina com componentes do microrganismo ou do meio de cultura onde o mesmo se encontra. 
· A reação do oxigênio com algumas enzimas bacterianas resulta na produção de peróxido de hidrogênio e de radical superóxido.
5. Dióxido de Carbono
· Todas as bacterias necessitam de certa concentração.
· Bactérias capnofilicas: Precisam de uma concentração superior a 5%.
6. Íons orgânicos:
· Fornecidos pela água ou pelos constituintes do meio de cultura.
· As bactérias necessitam de íon de potássio, ferro, magnésio, enxofre, zinco, cobre, fosfatos, carbonatos, etc.
7. Cloreto de sódio:
a) Não halofílicas: Vivem em concentrações salinas inferiores a 0,05%. Rios e lagos.
b) Halofílicas: Vivem em concentrações salinas superiores a 0,5%. Bactérias marinhas geralmente estão adaptadas a concentrações de 3,5% de sal.
c) Halotolerantes: Crescem em concentrações em torno de 6%.
d) Halofilicas extremas: Crescem em concentrações acima de 6%, podendo atingir até 30%. 
8. Compostos orgânicos – Fontes de carbono:
· De acordo com a forma de utilização das fontes de carbono, as bactérias são consideradas:
a) Autotróficas ou Litotróficas: São capazes de utilizar o CO2 como única fonte de carbono. Podem ser fotossintéticas, se tiverem pigmento semelhante à clorofila, obtendo energia da luz solar, ou quimiossintéticas, quando obtém energia de reações de oxidação de compostos inorgânicos.
b) Heterotróficas ou organotróficas: Requerem, além do CO2, outra forma orgânica de carbono para obtenção de energia. As bactérias patogênicas para o ser humano e animais superiores são geralmente heterotróficas.
9. Fontes de nitrogênio:
· As bactérias podem utilizar como fontes de nitrogênios: os aminoácidos, peptonas e peptídeos, extrato de tecidos (carne, cérebro e outros tecidos), sangue e/ou soro, extrato de leveduras (contêm peptonas e vitaminas) entre outros.
Crescimento e reprodução bacteriana:
· Crescimento é o aumento do conteúdo do protoplasma bacteriano pela síntese de ácidos nucleicos, proteínas, polissacarídeos, lipídeos e a adsorção de água e eletrólitos que termina na divisão celular. A pressão de crescimento leva à divisão celular, caracterizando a multiplicação bacteriana.
· O modo de reprodução das bactérias ocorre por fissão binária, através da formação de um septo equatorial na região do mesossomo e divisão da célula-mãe em duas células filhas de tamanho aproximadamente igual. Os cocos totalmente esféricos dividem-se em qualquer direção, bacilos e espirilos sempre no sentido transversal.
Fases do crescimento bacteriano:
1. Fase de latência (fase lag):
· O número de bactérias permanece constante, igual ao inoculado.
· Tempo de restauração de enzimas e intermediários metabólicos necessários ao crescimento. Síntese de DNA, transcrição de RNA, síntese proteica.
2. Fase logarítmica (fase log)
· O número de bactérias aumenta em PG, à medida que o tempo cresce em PA.
· Abundância de nutrientes.
· O acúmulo de substâncias inibitórias é de pouca importância fisiológica.
3. Fase estacionária:
· A reprodução logarítmica cessa e as bactérias entram em fase estacionaria.
· Um ou mais nutrientes críticos estão diminuídos ou exauridos.
· Produtos tóxicos estão acumulados.
· O número de bactérias viáveis permanece constante e as bactérias dividem-se em um ritmo mais lento.
4. Fase de declínio:
· A morte das bactérias ocorre principalmente por acúmulo excessivo de produtos tóxicos e escassez de nutrientes.
Cultura continua:
· É uma forma de remover os produtos de escória e adicionar novos nutrientes ao sistema, de maneira controlada, para a manutenção dos microrganismos continuamente em fase logarítmica. Um exemplo de cultura contínua é microbiota intestinal.
Forma vegetativa bacteriana:
· Estado morfológico da bactéria com atividade de multiplicação, cuja forma não possui proteção total contra as alterações físicas e químicas do meio ambiente.
Antibióticos:
· Substancia química produzida por microrganismo vivo, capazes de inibir ou destruir microrganismos patogênicos. 
· Podem ser sintetizados ou semi-sintetizados. 
· Todo antibiótico é um antimicrobiano (termo genérico para designar substancias que tem a capacidade de destruir microrganismos).
Quimioterápicos:
· Substancia com propriedade antimicrobiana, mas produzida sinteticamente em laboratórios.
Antissépticos:
· São substancias químicas aplicadas em tecidos vivos, que destroem ou impedem o crescimento de microrganismos.
Desinfetante:
· São substancias químicas aplicadas em locais inanimados, que destroem microrganismos. 
Antifúngicos e antivirais:
· Substancias químicas usadas especificamente para agir em fungos e vírus. 
Classificação dos antibióticos:
· Quanto a ação:
a) Bacteriostáticos: inibem o crescimento bacteriano, deixando a bactéria em estado de latência, sendo esse efeito suprimido quando cessado o uso. 
b) Bactericida: Exercem efeito letal e irreversível na bacteriana.· Quanto a o espectro de ação:
a) Pequeno espectro: são antibióticos que agem sobre número limitado de microrganismos em doses terapêuticas, por exemplo, agindo contra bactérias gram-positivas, contra gram-negativas, ou contra fungos.
b) Amplo espectro: são antibióticos que agem sobre uma ampla faixa de microrganismos em doses terapêuticas, em geral eficazes contra bactérias gram-positivas e negativas.
Mecanismo de ação dos antibióticos:
a) Ação sobre a parede celular: tem como local de ação a camada de peptideoglicano, impedindo sua síntese.
b) Ação sobre membrana citoplasmática: Leva a modificações irreversíveis contra funções da membrana, matando o microrganismo.
c) Ação sobre síntese proteica: Comumente atua como inibidor da síntese, através da ligação a ribossomos bacterianos.
d) Ação sobre síntese de ácidos nucleicos: Atuam inibido a síntese, por meio da inibição da enzima DNA polimerase, ou atuando sobre o RNA. 
Resistencia bacteriana aos antibióticos:
· Destruição ou inativação do fármaco: várias bact produzem algumas enzimas que inativam os antibióticos.
· Diminuição da captação do antibiótico: Esse mecanismo ocorre por diminuição da permeabilidade da membrana citoplasmática ao antibiótico. 
· Alteração dos sítios alvo das substâncias: Esse mecanismo pode ocorrer por redução da afinidade do receptor bacteriano ao antibiótico ou por modificação de um aminoácido no sítio alvo da bactéria.
· Modificações genéticas: Podem ser resultantes da mutação cromossomial, aquisição de plasmídeo ou transposons ou codificadas por material genético originário de bacteriófagos.
· Ação conjunta de antibióticos: Em determinadas circunstancias, o uso combinado de substâncias pode ter um efeito bactericida mais marcante do que uma droga isoladamente.
Controle de microrganismos:
· Pretende-se evitar a transmissão de doença, o crescimento de microrganismos nocivos, a deterioração de materiais por microrganismo, etc.
· No processo de esterilização/desinfecção, deve se optar, preferencialmente, por métodos físicos (autoclave e estufa). 
· Métodos químicos devem ser utilizados apenas quando os físicos não puderem ser realizados. 
Microbicidas x Microbiostáticos
· Microbicida: Mata os micróbios. Exemplos: Bactericida, fungicida, viricida.
· Microbiostático: Inibe a reprodução e crescimento microbiano, mas não mata. Exemplos: Bacteriostático e fungistático. Não existem ‘’viriostáticos’’. 
Antissepsia x Assepsia | Desinfecção x Esterilização
· Antissepsia: Uso de substancias químicas na pele ou mucosa para reduzir o número de microrganismos. O organismo já está infectado. 
· Assepsia: Métodos ou conjunto de métodos utilizados para impedir a invasão de germes patogênicos no organismo, visando a prevenção da infecção.
· Desinfecção: Destruição das formas vegetativas de microrganismos patogênicos.
· Esterilização: Remoção de todas as formas microbianas e esporos. 
Processamento de artigos:
· Independente do processo a ser submetido, todo artigo deverá ser considerado como contaminado, sem levar em consideração o grau de sujidade presente. 
· Conforme o objetivo do artigo, os passos sequenciais devem ser:
i. Limpeza
ii. Desinfecção e/ou esterilização
iii. Estocagem
Classificação de Spaulding
a) Artigos críticos: Penetram nos tecidos subepiteliais.
· Obrigatoriamente esterilizados
b) Artigos semi críticos: Entram em contato com a mucosa integra
· Precisam ser esterilizados, mas não obrigatoriamente. No mínimo, desinfectados. 
c) Artigos não criticos: Entram em contato com a pele integra ou não entram em contato com o paciente. 
· Precisam ser desinfectados.
Os métodos físicos de controle:
· Os métodos de controle de microrganismos nem sempre visam esterilização, alguns são utilizados para desinfecção, processo que mata ou remove as formas vegetativas (não formadoras de esporos) dos microrganismos. 
· Idealmente, todos os microrganismos em sua forma vegetativa são destruídos, mas a redução no número de patógenos para níveis onde seja improvável o desenvolvimento da infecção é aceitável.
1. Esterilização em autoclave:
· O mais seguro e eficiente método de esterilização por calor úmido, de materiais que podem ser molhados. 
· Mata os microrganismos pela desnaturação das proteínas e enzimas, causada pela ruptura das pontes de hidrogênio que mantêm as proteínas em sua estrutura tridimensional, o que ocorre mais rapidamente em presença de água.
· Autoclave convencional: 121ºC, 15 a 30 minutos, 15psi.
· Autoclave auto vácuo: 132 a 134ºC, 4 minutos, 30psi.
· Vantagens: Tempo de ciclo curto, boa penetração, permite esterilização de líquidos a base de água. 
· Acondicionamento do material: Material limpo, acondicionados em pacotes de papel com gramatura, porosidade e resistência compatíveis com o processo. Podem ser usados embalagens auto selantes, caixas metálicas perfuradas, papel kraft, etc. 
· Precaução: Não utilizar papel alumínio, recipientes fechados. 
2. Forno de Pasteur ou Estufa Esterilizadora
· O calor seco tem como ação básica a oxidação dos microrganismos.
· Convencional: 170ºC, 1 hora ou 160ºC, 2 horas. 
· Permite a esterilização de materiais que não podem ser molhados (algodão, gazes, óleos, gorduras, ceras, pós, etc.) desde que não se alterem pelo aquecimento. Para instrumentos metálicos e equipamentos de vidro, é considerado eficaz.
· Desvantagens: Possui tempo de ciclo longo e não pode esterilizar meio de cultura. 
· Acondicionamento do material: O papel alumínio é o mais recomendado. Entretanto, pode ser usado papel manilha, papel kraft, caixas metálicas, vidros pirex, desde que sejam embalados e identificados. 
3. Incineração:
· Calor seco, diretamente sobre o fogo. 
· Esteriliza.
4. Radiações:
· Feita em temperatura ambientes.
· Permite esterilização de artigos que não podem ser submetidos ao calor.
a) Radiações ionizantes:
· Emissões de alta energia: Raio X e Raio Gama.
· Efeito penetrante.
· Rompem ligações Inter atômicas e intermoleculares, destrói DNA e proteinas.
· Esteriliza.
b) Radiações não ionizantes:
· Emissões de energia na forma de onda eletromagnética: UV e Laser.
· Efeito não penetrante. 
· Induzem vibrações ou choques, que provocam alterações mecânicas nas eletrosferas.
· Desinfecção.
5. Pasteurização:
· A pasteurização é um tratamento térmico que elimina os microrganismos termossensíveis (todos os patogênicos e outros não esporulados) existentes no alimento. 
· A temperatura não passa dos 100°C, podendo este aquecimento ser produzido por vapor, água quente, radiações ionizantes, calor seco, micro-ondas, etc.
a) Pasteurização lenta:
· Temperaturas menores por um tempo maior. Ex: 65ºC por 30 minutos (pequenas quantidades de leite).
b) Pasteurização rápida: 
· Temperaturas maiores por um tempo curto. HSTS (High temperature and short time). Ex: 75ºC por 15 a 20 segundos (leite de saquinho, do tipo A, B e C).
c) Pasteurização muito rápida:
· Temperaturas elevadas por poucos segundos. UHT (Ultra high temperature) ou longa vida. Ex: 130ºC a 150ºC por 3-5 segundos.
6. Fervura a ponto de ebulição 100ºC
· Mata as formas vegetativas das bactérias em aproximadamente 20 minutos, mas os esporos e alguns vírus não são destruídos tão rapidamente. Alguns esporos bacterianos resistem à fervura por mais de vinte horas.
7. Filtração: 
· É utilizado em microbiologia para esterilizar líquidos que não podem ser submetidos a altas temperaturas.
8. Ressecamento ou Dessecação: 
· Esse método consiste na remoção de água, item essencial para o crescimento e reprodução bacteriana. Os microrganismos interrompem suas atividades metabólicas, mas podem permanecer viáveis por anos. 
· Esse método é utilizado pela indústria para preservação de alimentos como frutas e grãos e em microbiologia para preservação de culturas bacterianas em um processo denominado Liofilização, onde os microrganismos são submetidos à desidratação extrema em temp. de congelamento e mantidas em ampolas fechadas a vácuo.
9. Alteração da pressão osmótica: 
· Com altas concentrações de sal ou açúcar, também tem sido utilizada como método, pois tem um efeitodesidratante semelhante ao ressecamento. Nesse processo, altas concentrações dessas substâncias criam um ambiente hipertônico que ocasiona a saída de água do microrganismo, inibindo seu crescimento.
10. Micro-ondas: 
· Utilizado na desinfecção de alimentos em hospitais. Desinfecção de escovas de dente (7min)
· Mecanismo de ação sugerido: Alteração do metabolismo de oxigênio das bactérias.
Os métodos químicos do controle:
· São largamente utilizados para o controle de microrganismos, podendo ser utilizados para esterilização, desinfecção, antissepsia ou assepsia.
Características de um agente químico ideal:
· É considerado ideal quando reúne as virtudes necessárias para ser eficiente sob todas as condições. 
· Até o momento, não existe um compôs químico que apresente SIMULTANEAMENTE todas as características desejadas. Porém, conhecer essas características é importante na seleção de produtos para uma aplicação específica e também na pesquisa de novas substâncias. São elas:
i. Amplo espectro de ação
ii. Solubilidade em água ou outro solvente
iii. Toxicidade seletiva
iv. Estabilidade
v. Compatibilidade com sabão, detergente e outros agentes surfactantes
vi. Eficácia em temperatura ambiente e corporal
vii. Não corrosão para materiais metálicos
viii. Inativação mínima em presença de matéria orgânica
ix. Compatibilidade com materiais plásticos e de borracha
x. Ação rápida
xi. Efeito residual
xii. Odor agradável
xiii. Disponibilidade e baixo custo
Classificação dos Agentes Químicos, com base na eficácia.
a) Alto nível: Promovem a esterilização dos materiais. Agem contra fungos, bactérias em forma vegetativa, tanto gram + quanto gram -, esporos bacterianos e vírus.
b) Nível intermediário: Capazes de destruir todas as formas de microrganismos, exceto esporo.
c) Baixo nível: Não agem contra vírus da hepatite, poliomelite, esporos e Mycobacterium tuberculosis.
Agentes químicos mais utilizados:
a) Hipoclorito de sódio 
b) Alcool 70º GL
c) Digluconato de Clorexidina
d) Formaldeidos
e) Glutaraldeidos
f) Iodopovidona
g) Ácido peracetico
h) Acido acético
i) Peroxido de hidrogênio
(...)
Grupos bacterianos e correlação clinica
COCOS GRAM-POSITIVOS:
· Geralmente imóveis (não possuem flagelos);
· Formas esféricas ou ligeiramente alongada;
· Não formam esporos;
· Podem ser aeróbios, anaeróbios e anaeróbios estritos;
· Caracterização do gênero: arranjo das células e produção de enzima catalase
1. Staphylococcus
Características microbiológicas:
· 32 espécies, 16 em seres humanos;
· Não formam esporos. Mais resistentes de todas as bactérias não formadoras de esporos;
· Células esféricas;
· Anaeróbios facultativos;
· Arranjo em pares ou cachos irregulares, formando colônias lisas, brilhantes, translucidas e circulares; 
· Catalase e coagulase positivos;
· Síndromes clinicas: infecções cutâneas, síndrome dapele escaldada, infecções oportunistas, infecções do trato urinário, infecções sistêmicas; 
· Habitantes da nasofaringe, da pele, do trato gastrointestinal e genital;
· Espécie mais patogênica nos seres humanos: S. aureus. 
· 10 a 45ºC
· Temperatura ótima ~37ºC
· Resistentes ao calor, suportam temperaturas maiores que 60ºC por 30 minutos;
· Resistentes a desinfetantes, NaCl, penicilina, etc. 
· Resistentes a variações de pH de 4,8 a 9,4.
S.aureus - Patogenicidade
· Agente mais comum de infecções piogenicas no homem (furúnculos, infecções cutâneas, bacteremia, pneumonia, síndrome da pele queimada, meningite, endocardite, amigdalite, etc.)
· Colônia amarelada, tendendo a cor dourada, devido a produção de pigmentos carotenoides. 
· Supuração: produção de abscesso e necrose tecidual. 
· Contaminação por alimentos: Sintomas surgem de 2 a 8 horas da ingestão e constituem: salivação excessiva, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, prostração e choque. 
Fatores de virulência
a) Cápsula: 
· Resistencia a fagocitose, 
· Aderência a superfícies, 
· Proteção. 
b) Proteína ligadora de fibronectina: 
· Fixação em ferimentos, 
· Invasão de tecidos
c) Peptideoglicano: 
· Ativa o complemento, aumentando a resposta inflamatória
d) Ácidos teicoicos: 
· Aderência e ativação do complemento.
e) Toxinas citoliticas: 
· Lise de hemácias e células teciduais
f) Toxina esfoliativa ou epidermólica: 
· Síndrome estafilocócica da pele queimada, 
· Ruptura dos desmossomos da camada granular do epitelio.
g) Toxina 1 da síndrome do choque tóxica: 
· Síndrome do choque tóxico. 
· Super antígeno ativador policlonal de células T. 
h) Enterotoxinas: 
· Resistencia à fervura por 30 minutos e resistentes a hidrolise das enzimas gástricas, 
· Indução de quadro gastrointestinal agudo, com vômitos, diarreia e mal estar. 
· Fortes ativadores de células T.
Enzimas:
a) Enzimas invasoras de tecidos: 
· Estafiloquinase, lipase, hialuronidase, DNAse. 
b) Catalase: 
· Todos os estafilococos produzem catalase.
· Conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. 
c) Coagulase: 
· Exclusiva de estafilococos. 
· Coagula plasma.
d) B-Lactamase: 
· Resistencia a penicilina
2. Streptococcus:
Características microbiológicas:
· Pele, mucosas, trato respiratório, digestório, geniturinário;
· Dispostos aos pares ou em cadeias;
· Anaeróbios facultativos ou estritos;
· Catalase e oxidase negativos;
· Células esféricas ou ovais;
· Imóveis;
· Capsulados;
· Não formam esporos;
· Crescimento estimulado pela presença de CO2;
· Temperatura ótima de crescimento é 37ºC, pH 7,4~7,6;
· Não são tão resistentes;
· São destruídos a 60ºC por 30 minutos;
· Hemólise positiva, parcial ou negativa;
· Tipo alfa ou everdescente: coloração verde em virtude de uma alteração de hemoglobina, transformando-a em biliverdina.
· Tipo beta ou hemolítico: produz área de clareamento, por hemólise total.
· Tipo gama ou inerte: não produz coloração verde nem halo de hemólise. 
S.pyogenes, S.pneumoniae, S.mutans - Patogenicidade
· Infecções primárias: Faringe, tonsila e pele
· Escarlatina: infecção aguda em crianças, febre elevada, garganta inflamada, exantema (rusch; vermelhidão); descamação, etc. 
· Erisipela: infecção aguda de pele, febre, calafrios, eritema intenso alastrante, vermelhidão, etc.
· Sindrome do choque tóxico estreptocócico: 
· Choque, febre, bacteriemia, insuficiência respiratória e sistêmica, eritema, descamação, etc.
· Febre reumática: 
· Poliartrite migratória, comprometimento do miocárdio, deformação de válvulas cardíacas. 
· Autoimunidade: Anticorpos anti-estreptococico, reação cruzada em coração e articulações
· Endocardite bacteriana sub aguda: 
· Bacteriemia por S.viridans bucal. 
Fatores de virulência:
a) Fímbrias: 
· Proteina M e ácido lipoteicoico
· Fixação e aderência em mucosas;
· Proteção contra fagocitoses
b) Cápsula
· Ácido hialurônico
· Resistencia a fagocitose
· Aderencia
c) Proteina M
· Interfere na fagocitose
d) Peptideoglicanos:
· Ativa complemento, aumenta inflamação
Enzimas extracelulares:
· Estreptoquinase, desoxirribonuclease, hialuronidade, proteinase.
Toxinas
a) Toxina eritrogenica ou escarlatinica: 
· Febre (exotoxina pirógena)
· Hipersensibilidade
b) Estreptolisina ou hemolisinas: 
· Hemólise e lise de membranas celulares;
COCOS GRAM-NEGATIVOS:
Biossegurança

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