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Portfólio Futebol, Ciclo 2

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JÉSSICA C.
Atividade de Portfólio 
SÃO PAULO
2019
PORTFÓLIO – CICLO 2 – FUTEBOL 
1) Explique com suas palavras como foi o processo de nascimento do futebol, a criação das regras e a padronização dessas regras a nível mundial.
O futebol é fruto da origem histórica de inúmeros jogos com a bola.
Os primeiros relatos de jogos com a bola, há mais de 2.300 anos, são da China, onde se praticava o “tsutchu”, que significa “golpe na bola com os pés”. O “tsutchu” era utilizado, primeiramente, como treinamento da guarda real e depois como treino dos soldados para a guerra.
Cerca de 500/600 anos depois, no Japão, têm-se relatos do “kemari”, cuja prática buscava apurar a técnica de dominar a bola com os pés.
Na Grécia, no século 1 a. C., havia uma prática popular denominada “epyskiros”.
Contudo, foi na Itália que se têm notícias do antecessor direto do futebol atual, com táticas de ataque e defesa, o “harpastum”.
Na Inglaterra, os historiadores divergem quanto à chegada de jogos com a bola: (a) para alguns, os romanos, durante os 4 séculos de domínio, levaram o “harpastum”; (b) para outros, os romanos, ao chegarem à Bretanha, já encontraram um futebol nativo. A segunda corrente abarca o “orgulho britânico”, haja vista que os ingleses se consideram os inventores do futebol contemporâneo.
No século XII, na Inglaterra, o futebol era exercido com muita brutalidade (“ludus pilae”). Por isso, em 1314, a prática foi proibida.
Já na Itália, a prática não era vedada na época, recebendo inclusive incentivo da ala nobre (“calcio”). Assim, os italianos se destacaram, sendo os primeiros a organizar um conjunto de regras.
Na França, a prática esportiva recebeu apoio dos nobres, sendo praticada tanto por nobres quanto por plebeus. A prática (“soule” ou “choule”) privilegiava os dribles em detrimentos dos chutões.
Na Idade Moderna, na Inglaterra, o futebol deixa de ser violento, passando a ser ensinado nas escolas, sob o incentivo da Rainha Elizabete.
O incentivo foi tão positivo que na primeira década do século XIX, o futebol passou a fazer parte da educação regular.
Assim, com o surgimento das primeiras regras, tem-se que os ingleses são os verdadeiros criadores do futebol moderno, por terem institucionalizado o jogo. O surgimento do futebol moderno se deu (aproximadamente) em 1848.
Em 1863 foi criada a “Football Association” onde foram estipuladas as bases para as regras que hoje regem o futebol.
Em 1872 se deu o primeiro amistoso internacional entre Inglaterra e Escócia, o qual ficou empatado no 0x0.
O profissionalismo, entretanto, na Europa, só ocorreu em 1885.
No início do século XX o futebol mundial começa a se organizar, sendo criada em 21 de maio de 1904 a FIFA, para, em 1930, vir a ocorrer a 1ª Copa do Mundo no Uruguai.
 
2) A história conta que o futebol chegou ao Brasil trazido por Charles Miller em sua viagem de volta da Inglaterra, em que trouxe em sua bagagem bolas e uniformes. Lendo os relatos históricos, cite algumas semelhanças e diferenças do futebol inglês que chegou ao Brasil e do futebol praticado atualmente.
O futebol, quando trazido por Charles Miller, somente era praticado pela elite, nos clubes e nas escolas particulares. Era restrito à elite devido ao maior tempo e condições que esses possuíam para se dedicar ao esporte.
Atualmente o futebol é praticado por todas as pessoas em todos os lugares. Desde uma “pelada” em qualquer canto até grandes jogos na Copa do Mundo. 
Quando chegou era restrita aos brancos e ricos, hoje não faz distinção entre classes sociais e cor, sendo a paixão de todos os brasileiros.
3) Em sua opinião, qual a relação do futebol com o racismo no início do século 20 e nos dias atuais?
O futebol foi trazido ao Brasil por Charles Miller, o qual introduziu a modalidade nos Clubes Paulistas, local de acesso somente à elite. Posteriormente o esporte foi levado ao Rio de Janeiro e demais capitais, mas para que fosse praticado dentro de escolas particulares ou clubes esportivos, mais uma vez, somente frequentados pela burguesia.
Ressalte-se que somente os nobres tinham tempo para dedicar-se ao esporte, pois os mais humildes, de classes menos favorecidas, tinham que trabalhar para se sustentar, não tendo tempo o suficiente para dedicar-se e especializar-se.
Assim, a princípio, seguindo padrões europeus, o futebol era adstrito à elite: empresários, donos de fábricas, pessoas com situação financeira avantajada.
Mais à frente as grandes indústrias passaram a investir no esporte, criando seus próprios times, os quais necessitavam dos trabalhadores para compô-lo, tendo em vista que somente os “patrões” não conseguiam formar um time.
 Voltando ao questionamento inicial, há grande relação do futebol com o racismo pelo fato de que, à época, os pertencentes à elite eram predominantemente brancos.
A Lei Áurea somente foi promulgada em meados de 1888, sendo compreensível, portanto, que no início do século XX apenas uma elite privilegiada pudesse praticar o futebol.
O racismo persistiu por muitos anos na cultura do futebol, chegando ao absurdo de “culpar” os jogadores negros por eventual derrota num jogo.
Nos dias de hoje pode-se afirmar que o racismo diminuiu muito frente ao que era no início do século XX, contudo, ainda atualmente, é possível ouvir que determinado jogador é atacado pelo simples fato de sua cor de pele.
Exemplificando, situação que certamente foi de amplo conhecimento, foi a ofensa que sofreu o goleiro Aranha, do Santos, em agosto de 2014, quando foi chamado de “macaco” pela torcida. 
Essa é só uma das situações racistas que jogadores negros/afrodescendentes têm passado no futebol brasileiro.
Referidas ocorrências nos mostram que ainda há muito o que se evoluir no futebol brasileiro, a começar pelo respeito ao próximo.
4) Você concorda com a informação que o futebol foi utilizado como arma política, a política do “pão e circo”? Explique sua resposta.
Sim. Até os dias de hoje práticas esportivas se colocam como grandes instrumentos nas mãos dos políticos, com o intuito de desviar a atenção dos reais problemas existentes no país.
O futebol, por se caracterizar esporte de “paixão nacional”, move o povo brasileiro, atraindo sua atenção, fazendo com que esse dedique grande parte de seu tempo ao “time do coração”.
A política do “pão e circo”, oriunda do Império Romano, em que o povo não se interessava por assuntos políticos, só se preocupando com alimento e divertimento, se coaduna perfeitamente com o futebol brasileiro, principalmente em época de Copa do Mundo.
A grande comoção nacional pelo futebol faz com que sejam esquecidas situações relevantes do cenário político. Exemplo disso é que na última Copa do Mundo (2018), no dia 26 de junho, enquanto o povo brasileiro preocupava-se com o torneio entre Brasil x Sérvia, o Congresso Nacional por meio da Comissão Especial, aprovava, às escusas, o projeto de Lei nº 6299/02, intitulado “Pacote do Veneno”, sobre mudanças na Lei dos Agrotóxicos, sem possibilitar maiores discussões entre a sociedade civil e órgãos interessados (IBAMA, ANVISA, etc.), os quais estavam demasiadamente entretidos com o futebol.
Outro fato que chama atenção é: quando a população vai para a rua comemorar? Na final de uma Copa do Mundo em que a Seleção Brasileira se sagra vencedora ou numa aprovação de uma lei importante ou a candidatura de algum político relevante?
Pois é, política do pão e circo, nós vemos por aqui. E não é de hoje.
5) Qual a importância da profissionalização do futebol, na década de 30, para o futebol brasileiro?
A profissionalização do futebol se deu em 1933, no Governo Getúlio Vargas, momento em que foi reconhecida, portanto, a profissão de “jogador de futebol”.
Com a profissionalização, os atletas puderam dedicar-se integralmente ao futebol, não mais precisando dispender somente das horas vagas, após o trabalho em outras áreas.
Ainda que a passos lentos, na época, a profissionalização foi de grande valia, pois os jogadores puderam ter seus direitos reconhecidos e passaram a receber salários, dado que a prática deixou deser mera recreação, para tornar-se profissão (“ganha pão”).
A partir do momento em que começaram a receber salários, os atletas, sem dúvida, começaram a dedicar-se mais ao esporte, lutando por vitórias e títulos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SILVA, R.A. Futebol e futsal. Batatais: Claretiano, 2015. Unidades 1 e 2.

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