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Direito Civil Seção 4 Recurso de Apelação - chamar 34.996860843

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Seção 01 
Seção 4 
SUA PETIÇÃO 
 
 
DIREITO 
CIVIL 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
Vamos dar início agora a mais uma seção, cujo objetivo é adotar as providências necessárias à defesa 
da parte prejudicada pelo julgamento favorável de ação de interdição em tramite perante a 3ª Vara de 
Família e Sucessões da Comarca de Porto Real - BA. 
 
Joffrey e Tommen Lannister ajuizaram ação de interdição em face de sua irmã Myrcella Lannister, 
internada em uma clínica de recuperação desde o ano de 2004, devido a supostos problemas 
psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e, de acordo com seus irmãos, um histórico recorrente de 
prodigalidade, com episódios onde, supostamente, gastou fortunas em uma única noite com drogas. 
 
Após a apresentação de contestação, onde Myrcella alegou estar em pleno gozo de suas faculdades 
mentais, não fazer uso de drogas e muitos menos ter episódios de prodigalidade, sobreveio sentença 
de procedência do pedido, a qual foi proferida nos seguintes termos: 
 
SENTENÇA 
Processo Digital nº: ... 
Classe – Assunto: Interdição 
Requerente: Joffrey Lannister e Tommen Lannister 
Requerido: Myrcella Lannister 
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Jorah Mormont 
 
Vistos. 
JOFFREY LANNISTER E TOMMEN LANNISTER, já qualificados nos autos em epigrafe, ajuizaram a 
presente Ação de interdição em face de MYRCELLA LANNISTER, também qualificada nos autos, sob 
a alegação, em síntese, que a interditanda é portadora de problemas psiquiátricos, vício em substâncias 
tóxicas e, de acordo com seus irmãos, um histórico recorrente de prodigalidade, com episódios onde, 
supostamente, gastou fortunas em uma única noite com drogas. 
 
Devidamente citada, MYRCELLA LANNISTER contestou a presente ação, alegando em sede de 
preliminares, a nulidade de citação, realizada eletronicamente e a indevida concessão dos benefícios 
da justiça gratuita. Quanto ao mérito, alega estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, não 
fazendo uso de qualquer substância tóxica e ainda, que optou por viver na clínica devido ao acolhimento 
que sempre lhe foi dado e os fortes laços de amizade que formou, desta forma, sustenta que está no 
local por livre e espontânea vontade e não por necessidade, razão pela qual, requer a improcedência 
da ação ou, alternativamente, que seja nomeado curador de sua confiança, sugerindo para tanto, o Dr. 
Ramsay Bolton, administrador da clínica de recuperação “Trono de Ferro”. 
 
Sua causa! 
 
 
Seção 4 
DIREITO CIVIL 
 
 3 
A decisão de fls. ... concedeu o pedido de gratuidade de justiça (decisão revertida em sede de agravo) 
e rejeitou as preliminares arguidas em contestação. 
É O RELATÓRIO 
FUNDAMENTO E DECIDO. 
Durante a instrução processual a interditanda, em que pesem as alegações apresentadas, não se 
desincumbiu de demonstrar o pleno gozo de suas faculdades mentais, deixando de acostar documentos 
ou apresentar testemunhas aptas a comprovar o quanto alegado na tese defensiva. 
A interditanda desde de 2004 vive institucionalizada na Clínica Trono de Ferro, nesta Cidade de Porto 
Real, não sendo crível que tal situação se dê por mera liberalidade, até porque, não se trata de hotel, 
mas sim de clínica voltada a recuperação de toxicômanos e portadores de demais especificidades. 
Não obstante, em que pese a não comprovação por parte dos autores acerca da existência atualmente 
de problemas psicológicos ou mesmo do uso de drogas por parte da interditanda, entendo que, antes 
ao vulto patrimonial herdado e a as alegações de que a interditanda se trata de pessoa pródiga, com 
histórico de gastos irracionais de dinheiro, entendo que a interdição é medida que se impõe. 
Por todo o exposto, defiro o pedido inicial e, por consequência, DECRETO a interdição de MYRCELLA 
LANNISTER, já qualificada na inicial, ante a seu histórico de PRODIGALIDADE, nos termos do art. 
1.767, V do Código Civil, e indefiro o pedido alternativo formulado, posto que há parentes próximos 
aptos ao exercício da curatela, razão pela qual, nomeio curador da Interdita, sob compromisso a ser 
prestado no prazo de 05 (cinco) dias por termo em livro próprio (CPC, art. 759), o Sr. JOFFREY 
LANNISTER, qualificado às fls. ..., a quem caberá representá-la em todos os atos da vida civil enquanto 
não cessar a causa determinante da interdição aqui decretada 
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 
Após o trânsito em julgado desta decisão, arquivem-se os autos. 
 
Inconformada com a sentença proferida, principalmente pelo não atendimento de seu pedido assessório 
e pelo aparente descumprimento do art. 1.782 do Código Civil, Myrcella requer sejam adotadas 
providências à defesa de seus interesses, até porque, a sentença proferida pontua que a interditanda 
seria pródiga, o que não condiz com a realidade, posto que não tem nenhum episódio como o citado, 
há mais de 10 anos. 
 
Quanto ao pedido alternativo de Myrcella, cabe lembrar que, em sede de contestação afirma que seu 
pai lhe confiou as senhas bancárias antes de falecer justamente por não confiar em seus irmãos e tendo 
plena ciência de sua recuperação, apontando ainda que também não tem qualquer confiança ou mesmo 
laços de amizade com seus irmãos, razão pela qual, reafirma que o Dr. Ramsay Bolton, administrador 
da clínica de recuperação “Trono de Ferro”, é pessoa mais indicada para exercer a curatela, 
principalmente ante o claro conflito de interesses entre ela o curador nomeado. 
 
Lembramos que Myrcella teve deferidos os benefícios da justiça gratuita, por ser pobre na acepção 
jurídica do termo e que não foi acolhida a preliminar de nulidade de citação arguida em sede de 
contestação, mesmo Myrcella tendo tomado conhecimento da ação por meio de citação encaminhada 
ao e-mail de sua prima, cujo prenome é idêntico ao seu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
Por primeiro, o (a) aluno(a) deve identificar a peça processual necessária a defesa dos interesses da 
parte prejudicada pelo julgamento favorável na ação de interdição mencionada, observando, desta 
forma, a espécie de pronunciamento emanado e as razões apresentadas. 
 
Conforme citado na seção anterior, o art. 203 do CPC define as espécies de pronunciamento 
proferidos pelo juiz. 
 
Em se tratando das Sentenças, estas podem ser proferidas com ou sem o julgamento do mérito. Seu 
conceito se encontra expresso no art. 203. §1º do CPC: “Ressalvadas as disposições expressas dos 
procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos 
arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”. 
 
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, ao tratar da sentença, afirmam: 
 
“O pronunciamento do juiz só será sentença se a) contiver uma das matérias 
previstas no CPC 485 ou 487 (CPC 203, § 1º) e, cumulativamente, b) extinguir a fase 
cognitiva do processo comum ou a execução (CPC 203, § 1º), porque se o 
pronunciamento de natureza decisória for proferido no curso do processo comum ou 
de execução, isto é, sem que se lhe coloque termo, deverá ser definido como decisão 
interlocutória (...)”. (Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, “Código de 
processo civil comentado”, 16ª edição, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2016, p. 
782). 
 
No art. 485 do Código de Processo Civil, temos as hipóteses de extinção do processo judicial sem a 
efetiva resolução do mérito, sendo estas enumeradas nos incisos I a X. Por sua vez, o art. 487, trata 
das hipóteses de extinção do feito com a resolução do mérito. 
 
1. REQUISITOS DA SENTENÇA 
 
Independente do conteúdo da sentença, se fundamentado o art. 485 (sem resolução do mérito) ou 
487 (com resolução do mérito) do Código de Processo Civil, a sentença a ser proferida deve 
indispensavelmente observar alguns requisitos fundamentais, possuindo: Relatório; Motivação e 
Dispositivo. 
 
1.1. RELATÓRIO 
Preliminarmente, ao proferir a sentença, o magistrado deve elaborar um relatório, conforme 
disposição expressa do art. 489 do Código de Processo Civil,contendo os nomes das partes, a 
Fundamentando! 
 
 5 
identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo. 
 
Com relação ao relatório da sentença, cabe lembrar que este pode ser dispensado nos Juizados 
Especiais, conforme previsão do art. 38 da Lei Federal 9.099/95. 
 
1.1. MOTIVAÇÃO 
A necessidade de motivação nos julgamentos proferidos pelos órgãos do Poder Judiciário é 
obrigação constitucional, prevista no art. 93, IX da Magna Carta, senão vejamos: 
 
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente 
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no 
sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
 
O Código de Processo Civil, em seu art. 489, §1º, apresenta as hipóteses em que não se considera 
fundamentada a sentença, acordão ou decisão interlocutória, ipsis litteris: 
 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar 
sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de 
sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado 
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a 
superação do entendimento. 
 
Assim, conforme previsão constitucional, a sentença ou decisão que for proferida sem a devida 
motivação, é nula de pleno direito. 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. DISPOSITIVO 
O dispositivo é a parte final da sentença. É o texto relativo ao acolhimento ou não da pretensão do 
autor. Devem ser analisados, no caso concreto, todos os pedidos constantes da exordial e ainda, 
aqueles presentes na contestação ou reconvenção. 
 
Caso não sejam devidamente analisados todos os pedidos realizados, estaremos diante de uma 
sentença citra petita. O julgamento deve ficar vinculado exatamente ao que foi requerido, ou 
estaremos diante de sentença extra ou ultra petita, a depender do caso. 
 
2. EFEITOS DA SENTENÇA 
 
Por efeito da sentença, entende-se as consequências jurídicas avindas da mesma, as quais estão 
estritamente vinculadas ao pedido formulado. 
Nos processos de conhecimento há 3 tipos de tutela: a declaratória; a condenatória e a constitutiva. 
 
2.1. TUTELA DECLARATÓRIA 
 
Quando o pedido do autor for limitado a declaração de determinada situação, estaremos diante de 
uma tutela declaratória. 
 
O art. 19 do CPC é didático ao prever que o interesse do autor pode limitar-se à declaração da 
existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica”, tal tutela visa afastar uma 
incerteza, por exemplo, quanto a existência de uma relação jurídica ou autenticidade de um 
documento. 
A sentenças declaratórias possuem eficácia ex tunc, ou seja, seus efeitos retroagem até a efetiva 
data da situação declarada. 
Frise-se que o STJ admite a elaboração do relatório per relationem, ou 
seja, o relatório elaborado por referência a outro anteriormente já 
constante do processo. O relatório per relationem é comumente 
utilizado em acórdãos, onde aproveita-se do relatório da sentença 
impugnada. 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 7 
2.2. TUTELA CONSTITUTIVA 
 
Diferente da tutela declaratória, que se limita a simples declaração de uma situação, a tutela 
constitutiva tem por objeto constituir (ou desconstituir) determinada relação jurídica. 
 
As sentenças de tutela constitutiva, diferente das declaratórias, possuem eficácia ex nunc, 
produzindo efeitos apenas após seu trânsito em julgado, ou seja, seus efeitos não retroagem. 
 
2.3. TUTELA CONDENATÓRIA 
 
De modo diverso das tutelas já citadas, à tutela condenatória tem o condão de impor ao requerido 
uma obrigação a ser cumprida. 
 
Ao proferir uma sentença de tutela condenatória, o magistrado além de declarar que o autor tem 
razão em sua pretensão, constitui título executivo em seu favor. Caso a parte vencida não cumpra a 
obrigação consubstanciada no título executivo de modo voluntário, o vencedor pode executar a sua 
pretensão. 
 
Assim como ocorre com a tutela declaratória, a tutela condenatória possui efeitos ex tunc, retroagindo 
até a efetiva data de propositura da ação, porém, a execução, via de regra, apenas pode ser iniciada 
com o trânsito em julgado. 
 
3. DOS RECURSOS CABÍVEIS EM FACE DA SENTENÇA 
 
Apenas com a finalidade de recapitular a matéria explanada na Seção 3, lembramos que em vista de 
sentença proferida, a parte interessada poderá opor embargos de declaração (no prazo de 5 dias) 
para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; suprir omissão de ponto ou questão sobre o 
qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento ou, ainda, corrigir erro material ou ainda, 
em não havendo qualquer dessas hipóteses, em saindo vencido totalmente ou em partes, o 
interessado poderá interpor recurso de apelação (no prazo de 15 dias). 
 
 
Prezado(a) aluno(a), face a sentença proferida é primordial a identificação da parte sucumbente 
(prejudicada) e a sua pretensão, identificando a peça adequada à defesa de seus interesses. 
 
Vamos peticionar! 
 
 8 
Destaque-se que a fundamentação do magistrado afronta dispositivo legal, o que compete ao(a) 
aluno(a), atentar-se ao mérito da sentença, encontrando fundamentos aptos para sua impugnação.

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