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06 Direito Civil Seção 6 Recurso Especial (1)

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA. 
 
 
Processo de Origem: … 
 
MYRCELLA LANNISTER, já qualificada nos autos em epígrafe, por seu advogado (a) que ao final assina, vem a presença de Vossa Excelência, não se conformando com o venerando acordão proferido, com fulcro no artigo 105, III, “a” da Constituição Federal e artigo 1.029 do Código de Processo Civil, interpor 
 
RECURSO ESPECIAL 
Em face do acórdão proferido por este competente Tribunal, que manteve decisão de primeiro grau, nos autos da ação que lhe move JOFFREY LANNISTER e TOMMEM LANNISTER, pelos motivos de fato e de direito que serão logo aduzidos. 
Tendo em vista que foi cumprido os requisitos de cabimento e tempestividade, requer seja o presente recurso recebido e processado para, após ouvido o recorrido, seja remetido com as inclusas razões ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça e ao final, ser provido em sua totalidade. 
Em anexo, constam o pagamento do preparo das custas, bem como do porte de remessa, conforme comprovante.
 
Nesses termos, pede deferimento.
Bahia, data ____de _____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) MINISTRO(A) PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ 
RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL
 
Autos do processo nº ... 
Recorrente: Myrcella Lannister 
Recorrido: Joffrey Lannister e Tommen Lannister 
 
1 - DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL
Com fundamento no Art. 105, III, alínea “a”, da CF e, também, artigo 1.029, II, do CPC, é cabível Recurso Especial quando há negativa de vigência ao direito posto em lei federal, como verificamos no presente caso.
O acórdão prolatado pelo TJBA, com o devido respeito, vai de encontro à Lei Federal e jurisprudência já consagrada pelos Tribunais, mais especificamente, ao não delimitar o alcance da curatela, no caso de interdição do pródigo, aos atos patrimoniais.
Diante disso, cabe lançar mão da presente arma processual para alcançar o fim desejado, a reforma do acórdão prolatado. 
2 - DO PREPARO 
 
Cumprindo mais uma exigência para o recebimento do presente recurso, as custas referentes ao preparo já foram recolhidas, conforme comprovante em anexo. 
 
3 – DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do artigo 1.003, §5º do Código de Processo Civil, o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias. Desta forma, considerando que a decisão fora publicada no diário oficial no dia ... de ... de ..., reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento.
4 - DO PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA 
 
Embargos opostos nas fls. ..., o Tribunal a quo, se manifestou sobre a matéria mantendo a decisão que afronta à Lei Federal (Código Civil). Tal manifestação é o requisito de prequestionamento da matéria, vez que foi mencionada de forma específica pelo tribunal, que, ao arrepio da lei, manteve a sua decisão.
Ressalte-se, no entanto, que não se trata de reexame da matéria, mas a busca pela vigência da lei. Razão pela qual, não se trata da proibição da Súmula 07 do Superior Tribunal de Justiça, a saber: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial”.
5 - DOS FATOS
 Os recorridos propuseram Ação de interdição em face da recorrente, visando obter o decreto de interdição para, desta forma, administrar seu patrimônio, sob a alegação de que a recorrente está internada em uma clínica de recuperação desde o ano de 2004, devido a supostos problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e um histórico recorrente de prodigalidade, com episódios onde, supostamente, gastou fortunas em uma única noite com drogas. 
Ocorre que, em sede de contestação, a ora recorrente apontou estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, não fazer uso de drogas e muitos menos ter episódios de prodigalidade. 
O juízo a quo, em que pese o costumeiro acerto, entendeu por bem julgar procedente a pretensão dos autores, fulcro no art. 1.767, V do Código Civil, sob o fundamento de que a recorrente seria pródiga, decretando, assim, sua interdição, sem, no entanto, limitar o alcance da curatela aos atos patrimoniais. 
Do acordão proferido constaram contrariedades e omissões, tendo sido interpostos embargos de declaração, os quais foram acolhidos, porém, quanto ao mérito do recurso, foi este desprovido, mantendo-se a afronta ao art. 1.782 do Código Civil, razão pela qual, interpõe-se o presente Recurso Especial, com intuito dar cumprimento à legislação federal
 
6 – DO MÉRITO
6 .1 - DA FALTA DE BASE FÁTICA PARA A INTERDIÇÃO POR PRODIGALIDADE
 Ao tratarmos do pródigo, este pode ser definido como o sujeito que, compulsivamente, dilapida seu patrimônio, gastando de forma imoderada seu dinheiro e seus bens, comprometendo, de forma irreversível seu patrimônio, o autor Paulo Nader (2016, p.883) ao tratar do pródigo, é didático: 
A figura do pródigo se identifica com a pessoa perdulária, que dissipa o patrimônio, mediante gastos ou doações injustificáveis. A medida se justifica como proteção ao seu patrimônio e em atenção aos que dele dependem, bem como de seus virtuais herdeiros ou sucessores.
Visando proteger o próprio pródigo e o patrimônio familiar, a legislação civil o considera relativamente incapaz, podendo ser interditado judicialmente, in verbis: 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
[...] 
V - os pródigos. 
Conforme apontado em sua contestação, a recorrente reafirma que a situação apresentada não condiz com a realidade, posto que não tem nenhum episódio como o citado, há mais de 10 anos, sendo que os Tribunais vêm decidindo de maneira uniforme: 
DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - INTERDIÇÃO - CURATELA - PRÓDIGO - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL - INCONFORMISMO - DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO - INACOLHIMENTO - GASTOS IMODERADOS E DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL INCOMPROVADOS - RÉU PLENAMENTE CAPAZ DE ADMINISTRAR SUA PESSOA E BENS - PROTEÇÃO DO DIREITO À HERANÇA - IMPOSSIBILIDADE - SENTENÇA MANTIDA - PROVIMENTO NEGADO. A interdição em razão de prodigalidade exige prova de que o interditando, por distúrbio psíquico ou prática costumeira, não possua condições de conter o impulso de gastar imoderadamente ou dissipar o seu patrimônio. O instituto da interdição destina-se à proteção dos incapazes de gerir sua pessoa e/ou bens, não servindo para restringir os atos de disponibilidade patrimonial praticados por pessoa dotada de plena capacidade civil, a pretexto de assegurar eventual direito sucessório. (TJ-SC - AC: 20140099048 Capital 2014.009904-8, Relator: Monteiro Rocha, Data de Julgamento: 10/04/2014, Segunda Câmara de Direito Civil) 
Assim, em não havendo provas concretas da existência de quaisquer distúrbios psicológicos que levem a recorrente a gastar seu patrimônio de forma impulsiva, não há que se falar em prodigalidade e, por obvio, muito menos em sua interdição, sendo a reversão do decisium, medida que se impõe.
 
6.2 - DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEI FEDERAL 
O acordão atacado foi claro ao manter a sentença que nomeou Joffrey Lannister como curador da recorrente, a quem caberá representá-la em todos os atos da vida civil enquanto não cessar a causa determinante da interdição decretada. 
E que pese o inconformismo já apresentado, caso persista a necessidade de interdição, impõe apontar que, sob à ótica legal, a sentença proferida não está em consonância com a normativa vigente, até porque que, nos termos do art. 1.782 do Código Civil, apenas os atos que envolvam caráter patrimonial devem ter acompanhamento de curador, ipsis litteris: 
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. 
Desta forma, a reforma do acordão prolatado é necessária, a fim de ser posto em consonância com a legislação vigente, determinando, desta forma, que a representação por curador seja exclusiva aos atos patrimoniais, não alcançando, assim, os demais atos da vida civil da recorrente. 
Assim, a decisão exarada no Acordão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça,em que pese o costumeiro acerto, se equivoca ao afrontar expressamente o texto legal, principalmente ao afirmar que “Quanto ao alcance da curatela, não há óbice na determinação de que todos os atos da vida civil da interditanda sejam realizados por representante, até porque, sua condição, enquanto pródiga, não permite a prática de qualquer ato”. 
Ora Excelência, conforme se depreende de todo o exposto, tanto a legislação quanto os posicionamentos doutrinários são cristalinos, Alvaro Villaça Azevedo, ao tratar do assunto é didático, senão vejamos: 
O pródigo, em regra, é relativamente incapaz, só sendo impedido de praticar atos de alienação de bens, sem a presença do curador, devidamente autorizado pelo juiz. Pessoalmente, pode ele viver normalmente, sem qualquer restrição, casando-se, exercendo profissão, sendo testemunha etc. Ele é interditado como relativamente incapaz. (Comentários ao Código Civil, coleção coordenada por Antônio Junqueira de Azevedo, 1ª ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2003, vol. 19, p. 436) 
A jurisprudência exige a demonstração clara do disposto de lei federal afrontado, o que foi cumprido de forma clara no presente recurso, sendo a reforma do acordão prolatado medida da mais lídima justiça.
7 - DOS PEDIDOS
 
Diante das considerações expostas, requer o recebimento do presente recurso e após intimada a parte contraria para, em querendo, apresentar resposta no prazo legal, seja conhecido e provido o presente Recurso Especial para que seja REFORMADO o venerando acordão pelos fundamentos aqui expostos. 
Nesses termos, pede deferimento.
Bahia, data ____de _____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº

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