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Escândalos Contábeis E Lei Sarbanes-Oxley (Sox)

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Prévia do material em texto

Escândalos Contábeis E Lei Sarbanes-
Oxley (Sox)
APRESENTAÇÃO
Os escândalos contábeis em algumas empresas multinacionais se tornaram públicos em 2001, 
causando instabilidade no mercado financeiro. Fraudes e alterações de balanço foram as 
principais causas de grandes prejuízos para essas empresas, as quais eram referência e 
representavam equilíbrio financeiro no mercado internacional.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a Lei Sarbanes-Oxley, conhecida como SOX, 
que foi criada para aumentar os controles internos e evitar maiores riscos de fraudes.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a governança corporativa.•
Citar o objetivo, a estrutura e a finalidade da Lei SOX.•
Reconhecer os escândalos contábeis que antecederam a SOX.•
DESAFIO
A empresa em que você trabalha está estudando a possibilidade de implantar a Lei SOX e 
deixou você responsável por descobrir de que forma ela poderá contribuir para a melhora dos 
controles internos.
Apresente um relatório explicando como os itens transparência, equidade, prestação de contas e 
conformidade podem contruibuir para os controles internos de uma empresa.
INFOGRÁFICO
Desde 1946, quando foi criada a Internacional Organization for Standardization (ISO), novas 
propostas surgiram para auxiliar a governança corporativa e a gestão de riscos e controles 
internos. Observe no infográfico quais são essas propostas e em que época surgiram!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
CONTEÚDO DO LIVRO
A Lei Sarbanes-Oxley, conhecida como SOX, foi criada para aumentar os controles internos e 
evitar maiores riscos de fraudes. A governança corporativa é o sistema de políticas, normas, 
regras e valores que norteiam o gerenciamento e direcionamento das empresas. As 
características da governança corporativa – que são transparência, equidade, prestação de contas 
e conformidade – podem contribuir para o controle interno.
Acompanhe a leitura do capítulo Escândalos Contábeis e a Lei Sarbanes-Oxley (Sox), do livro 
Governança Corporativa. 
 
Boa leitura!
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147
G721 Governança Corporativa [recurso eletrônico] / Giancarlo 
 Giacomelli... [et al.] ; [revisão técnica: Gisele Lozada]. – 
 Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 
 Editado também como livro impresso em 2017.
 ISBN 978-85-9502-169-3
 1. Governança. 2. Administração pública. I. Giacomelli, 
 Giancarlo. 
CDU 336.773
Os escândalos contábeis e 
a Lei Sarbanes-Oxley (SOX)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a governança corporativa.
 � Citar o objetivo, a estrutura e a finalidade da Lei SOX.
 � Reconhecer os escândalos contábeis que antecederam a Lei SOX.
Introdução
Os escândalos contábeis em algumas empresas multinacionais se torna-
ram públicos em 2001, causando instabilidade no mercado financeiro. As 
fraudes, alterações de balanço, entre outros, foram as principais causas 
de grandes prejuízos para essas empresas, que eram referência e repre-
sentavam equilíbrio financeiro no mercado internacional.
Neste texto, você conhecerá a Lei Sarbanes-Oxley, conhecida como 
SOX, que foi criada para aumentar os controles internos e evitar maiores 
riscos de fraudes.
Governança corporativa
Governança corporativa é o sistema de políticas, normas, regras, valores, 
etc., que norteiam o gerenciamento e direcionamento das empresas. As boas 
práticas de governança corporativa aumentam o valor da sociedade, facilitam 
seu acesso ao capital e contribuem para a sua sustentabilidade.
A expressão governança corporativa é designada para abranger os assuntos 
relativos ao gerenciamento e direção de uma empresa. Uma boa governança, 
portanto, permite uma melhor administração, o que beneficia não só os acio-
nistas, mas também aqueles que estão ligados indiretamente à empresa. 
Características da governança corporativa 
a) Transparência: expressa pelo desejo de prover informa-
ção relevante e não confidencial, de forma clara, tempestiva 
e precisa, incluindo informações de caráter não financeiro. 
Na literatura internacional, esse princípio é conhecido como disclosure, 
ou seja, o dever de relevar informações úteis e relevantes no momento 
adequado. No Brasil, esse princípio é regulamentado pelo Art.157 da 
Lei 6.404/76 e pela Instrução nº 358 da CVM.
b) Equidade: assegura a proteção dos direitos de todos os usuários da 
informação contábil, incluindo os acionistas minoritários e estrangeiros, 
fornecedores, etc., garantindo tratamento igualitário, bem como a não 
adoção de práticas e políticas discriminatórias.
c) Prestação de contas: os agentes da governança corporativa devem pres-
tar contas dos seus atos administrativos, a fim de justificar, em sua 
eleição, a remuneração e seu desempenho. Esses agentes devem zelar 
pela continuidade da empresa, por meio de decisões que privilegiem a 
perenidade e a sustentabilidade em relação ao resultado em curto prazo, 
sem deixar de considerar a função social da empresa e o seu dever de 
contribuir para ações educativas e culturais, ao mesmo tempo que 
respeitam o meio ambiente. No Brasil, esse princípio é regulamentado 
pelos Arts.153 e 155 da Lei 6.404/76.
d) Conformidade: garante que as informações preparadas pelas empresas 
obedeçam às Leis e aos regulamentos corporativos. Na literatura inter-
nacional, esse princípio é conhecido como Compliance.
Desde 1946, quando foi criada a ISO (Internacional Organization for 
Standardization), vêm surgindo novas propostas para auxiliar a governança 
corporativa, a gestão de riscos e a de controles internos. Veja no Quadro 1.
Os escândalos contábeis e a Lei Sarbanes-Oxley (SOX)382
1946 ISO (Internacional Organization for Standardization)
1966 Auditoria Analítica – Skinner / Anderson – Canadá
1991 FDICIA – (Federal Deposit Insurance Corporation 
Improvement Act) e CADBURY (Internacional Control 
and Financial Reporting) no Reino Unido
1992 Estrutura de Controles Internos sobre Relatórios 
Financeiros do Committee of Sponsoring Organizations 
of the Treadway Commission – COSO (emitida pelos 
órgãos de contabilidade e auditoria dos EUA)
1994 KON TRAG (Controle e transparência das empresas alemãs)
1995 CoCo (Canadian Institute of Chartered Accountants 
Criteria of Control Committee) e ANZ 4360 Risk 
Management (Standards Australia and New Zealand)
1996 COBIT (Control Objectives for Information and 
Related Tecnology). Emitida pelo órgão de Auditoria 
e Governança de Sistemas dos EUA.
1997 G-30 (The Group of Thirty)
1998 BASILEIA (Aplicável ao Sistema Financeiro)
1999 TURNBULL (Controle e transparência para a Bolsa de Londres)
2001 BASILEIA 2 (Aplicável ao Sistema Financeiro)
2002 SARBANES-OXLEY e criação do PCAOB (Órgão normatizador 
e fiscalizador da atuação das auditorias independentes)
2004 2ª. Versão do COSO (ERM), incluindo o Gerenciamento de 
Riscos Empresariais – versão final 09/2004 (COSO II)
Quadro 1. Propostas para auxiliar a governança corporativa, a gestão de riscos e a gestão 
de controles internos.
383Escândalos contábeis e Lei a Sarbanes-Oxley (Sox)
Sarbanes-Oxley
Origem
A norma internacional Sarbanes-Oxley, mais conhecida como SOX ou Sarbox, 
foi criada em 2002, nos Estados Unidos, por Oxley, um republicano de Ohio, 
e Sarbanes, um democrata de Maryland. Tinha como objetivo promover uma 
limpeza no mundo empresarial americano devido a escândalos financeiros 
envolvendo empresas de grande porte. 
Estrutura
A SOX é dividida em onze capítulos, com um total de 69 artigos. Essa lei força 
as empresas a reestruturarem seus processos e a aumentarem seus controles, 
segurança e transparência na administração dos negócios, na área financeira, 
nos registros contábeis e na gestãoe divulgação das informações. Torna 
obrigatória uma série de medidas que já eram consideradas como forma de 
gestão administrativa. Além disso, cria mecanismos de auditoria e segurança 
confiáveis, criando comitês encarregados de supervisionar as atividades e 
operações. Formados por profissionais independentes, esses comitês têm 
como objetivo evitar fraudes e criar meios de identificá-las quando ocorrerem.
Finalidade
Essa norma envolve a alta direção, ou seja, Diretores Executivos e Diretores 
Financeiros que se tornam responsáveis por estabelecer e monitorar a eficácia 
dos controles internos financeiros e a divulgação dessas informações. 
O Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB – Conselho de 
Auditores de Companhias Abertas) foi criado para supervisionar os processos 
de auditoria das empresas sujeitas à SOX. Tem a missão de estabelecer as 
normas de auditoria, controle de qualidade, ética e independência em relação 
aos processos de inspeção e à emissão dos relatórios de auditoria. Os auditores 
de empresas sujeitas à SOX deverão ser registrados no PCAOB.
Os escândalos contábeis e a Lei Sarbanes-Oxley (SOX)384
Ocorrências da época
Em dezembro de 2001, o mundo, ainda abalado pelos atentados terroristas 
ocorridos em 11 de setembro, foi surpreendido por outro evento com proporções 
globais: a descoberta de manipulações contábeis em uma das empresas mais 
conceituadas dos Estados Unidos: a Enron. 
Essa descoberta deu início a um efeito dominó, com a constatação de práti-
cas de manipulação em várias outras empresas, não só norte-americanas, mas 
no resto do mundo. Isso resultou em uma crise de confiança em níveis inéditos, 
desde a quebra da bolsa norte-americana em 1929; acarretou o enfraquecimento 
do grau de confiança dos investidores, abalando o equilíbrio não apenas do 
mercado daquele país, mas também dos demais mercados internacionais.
A legislação é abrangente e estabelece novos padrões e melhorias para 
todas as companhias abertas norte-americanas, conselhos de administração, 
diretorias e empresas de auditoria interna. A SOX possui 11 títulos, indo de 
responsabilidades adicionais dos conselhos de administração das empresas 
a penalidades criminais, e requer da Securities and Exchange Commission – 
SEC – a implementação de regras definidas por essa lei (Quadro 2).
Fonte: Adaptado de Coelho (2013).
Capítulo 1 Criação do Órgão de Supervisão do Trabalho 
dos Auditores Independentes
Capítulo 2 Independência do Auditor
Capítulo 3 Responsabilidade Corporativa
Capítulo 4 Aumento do Nível de Divulgação de Informações Financeiras
Capítulo 5 Conflito de Interesses de Analistas
Capítulo 6 Comissão de Recursos e Autoridade
Capítulo 7 Estudos e Relatórios
Capítulo 8 Prestação de Contas das Empresas e Fraudes Criminais
Capítulo 9 Aumento das Penalidades para Crimes de Colarinho Branco
Capítulo 10 Restituição de Impostos Corporativos
Capítulo 11 Fraudes Corporativas e Prestação de Contas
Quadro 2. Títulos da SOX
385Escândalos contábeis e Lei a Sarbanes-Oxley (Sox)
Principais características da Sarbanes-Oxley ( 2002)
 � Estabelece novos padrões de responsabilidade contábil corporativa, 
confiabilidade e transparência dos relatórios financeiros.
 � Dá ênfase à transparência dos dados para análise e interpretação dos 
resultados da organização.
 � Dá ênfase ao uso de um Framework de controle para avaliação de 
controles internos.
 � Define penalidades rígidas no caso de danos – sejam intencionais ou não.
 � Define a implementação de diretrizes da SEC (Securities and Exchange 
Commission).
 � Com mais de 300 seções, a SOX é provavelmente a legislação mais 
significativa para os negócios nos EUA.
Antecedentes da lei Sarbanes: “Os 10 Grandes Erros”
Os 10 grandes erros da lógica do mercado que contribuíram para a SOX:
1. Servidão dos executivos a Wall Street.
2. Arrojo em excesso.
3. Overdose de risco.
4. Problemas de governança.
5. Idolatria devido a sucessos passados.
6. Estratégias de curto prazo.
7. Ciranda das aquisições.
8. Medo da pressão da chefia.
9. Cultura interna inadequada.
10. Espiral da morte.
Os escândalos contábeis e a Lei Sarbanes-Oxley (SOX)386
Escândalos contábeis
Caso Enron (EUA/2001)
Até a explosão dos escândalos envolvendo a Enron, qualquer rumor negativo 
a seu respeito era considerado sem fundamento. Afinal, tratava-se da quinta 
maior empresa norte-americana apontada por cinco anos, pelo ranking da 
revista Fortune, como uma das 100 melhores empresas para se trabalhar nos 
Estados Unidos.
Fundada em 1985, a partir da fusão de duas empresas distribuidoras de gás 
natural, a Enron, em 1989, começou a atuar no mercado de commodities de gás 
natural. Sua estratégia era comprar uma empresa geradora ou distribuidora de 
gás natural e fazer dela um centro de armazenamento ou comercialização de 
energia. Em dez anos atuando no mercado, a Enron já tinha 25% do mercado 
de commodities de energia, com aproximadamente US$ 100 bilhões de ativo.
Em novembro de 2001, sob investigação da Securities and Exchange Com-
mission (SEC), a Enron admitiu ter inflado seus lucros em US$ 600 milhões, 
nos últimos 4 anos, e feito desaparecer dívidas de US$ 650 milhões. Várias 
de suas subsidiárias de propósito específico (não controladas diretamente pela 
holding) abrigavam passivos que não eram refletidos nos balanços. Diversas 
transações ilegais eram realizadas utilizando empresas que existiam apenas 
no papel.
Em menos de um mês após o estouro do escândalo, a Enron entrou com 
pedido de falência. Kenneth Lay, presidente do conselho de administração, 
vendeu cerca de US$ 200 milhões de ações antes da queda da companhia.
O impacto afetou as cotações na reabertura das bolsas na semana seguinte aos aconte-
cimentos. Os índices de ações principais sofreram perdas entre 15 e 18%, passando por 
um período de grande volatilidade e de queda nas cotações, refletindo as alterações 
nas expectativas quanto ao risco e à rentabilidade no futuro.
387Escândalos contábeis e Lei a Sarbanes-Oxley (Sox)
Caso Arthur Andersen (EUA/2001)
Quando o escândalo Enron explodiu, a Arthur Andersen, uma empresa de 
89 anos, era tida como uma das mais conceituadas do mercado. Junto com a 
PricewatherhouseCoopers, a Deloitte Touche, a Ernst & Young e a KPMG, 
formavam o megagrupo conhecido no mercado como Big Five. Em outras 
palavras, as companhias brigavam para ter uma dessas empresas como seus 
auditores, em função do renome que desfrutavam no mercado, pela sua efi-
ciência e confiabilidade.
No entanto, quando o caso Enron veio à tona, com todas as implicações 
sobre o envolvimento da Andersen, seu efeito sobre a empresa foi o mesmo 
da implosão de um grande prédio, que cai em poucos segundos. Em questão 
de alguns meses, ela estava acabada. Seus 85 mil funcionários, de notória 
formação, com poucas exceções, foram rapidamente absorvidos pelas outras 
empresas, que também absorveram os 2.300 clientes da Andersen, com um 
faturamento de US$ 5 bilhões por ano. 
A Andersen estava mais do que ciente das práticas de contabilidade criativa 
que a empresa vinha adotando. No ano de 2001, ela havia recebido US$ 52 
milhões por serviços prestados à Enron. Deste montante, US$ 27 milhões 
eram derivados da prestação de serviços de consultoria. Assim, tão logo surgiu 
rumores sobre o problema, a Andersen destruiu toda a documentação que 
pudesse prejudicá-la. Os principais executivos ligados à Enron estão sofrendo 
processos judiciais, e os efeitos da postura antiética da Andersen são muito 
mais abrangentes. Nesse sentido, o mercado é muito cruel e toda profissão 
contábil ficou com a imagem prejudicada.
Caso WorldCom (EUA/2002)
Por ocasião de seu pedido de falência, em julho de 2002, a WorldCom era 
conhecida como a segunda maior empresa de telefonia de longa distância nos 
Estados Unidos. Durante os cinco anos que antecederam à sua falência, a 
empresa havia crescido intensamente, a partir de fusões e aquisições, usando 
bilhões de dólares de suas próprias ações e dívidas de US$25 bilhões como 
mecanismo de financiamento desse crescimento. A WorldCom manipulou 
suas demonstrações contábeis no período de 1999 a 2002, dando origem ao 
maior caso de fraude da história norte-americana.
Os escândalos contábeis e a Lei Sarbanes-Oxley (SOX)388
Após cada trimestre, a empresa revisava seus números de forma a adequá-
-los às estimativas dos analistas independentes. Essas práticas permitiram 
à empresa captar US$ 17 bilhões em lançamentos de notas ocorridos entre 
maio de 2000 e maio de 2001, classificando esse dinheiro como investimento, 
quando, na verdade, a empresa estava à beira da falência.
Seu ex-presidente, Bernard Ebbers, em julho de 2005, foi condenado a 
cumprir 25 anos de prisão. Também teve que colocar sua fortuna pessoal à 
disposição de um fundo destinado a indenizar os acionistas prejudicados pela 
quebra da empresa. Ele já pagou US$ 850 mil e deve chegar a US$ 4 milhões
Caso Xerox (EUA/2002)
A Xerox firmou um contrato de cinco anos e contabilizou toda a receita no 
primeiro ano. Teve que pagar multa à SEC. A KPMG pagou multa de US$ 22 
milhões, e o sócio responsável pela sua conta foi obrigado a pagar US$ 100 mil.
Caso Bristol-MyersSquibb (EUA/2002)
Empresa farmacêutica que, durante os anos de 2000 e 2001, praticou descontos 
abusivos. A SEC descobriu US$ 1,5 bilhão de receitas adicionais que a Bristol 
explicou ser adiantamento de vendas ainda não realizadas. A Bristol pagou 
US$ 150 milhões e seus dois principais executivos estão sendo processados 
pela SEC.
Caso Merk (EUA/2001) 
A Merk inflou suas receitas e despesas em igual número. O efeito foi nulo, 
mas essa prática pode induzir um investidor a ter uma noção equivocada 
sobre o porte da empresa. A Merk pagou multa à SEC e teve que republicar 
seus balanços.
389Escândalos contábeis e Lei a Sarbanes-Oxley (Sox)
1. Uma boa governança permite 
uma melhor administração, o que 
beneficia não só os acionistas, mas 
também aqueles que estão ligados 
indiretamente à empresa. O que é 
governança corporativa? 
a) Conjunto de valores tradicionais 
que regem as empresas.
b) O sistema de políticas, 
normas, regras, valores, que 
norteiam o gerenciamento e 
direcionamento da empresa.
c) Gestão administrativa.
d) Política regional.
e) Sistema de legislação 
tributária, órgãos reguladores 
e sistemas de qualidade. 
2. São características da governança 
corporativa: 
a) transparência, equidade, 
prestação de contas 
e conformidade.
b) valores, eficiência, eficácia.
c) qualidade, dignidade e ética.
d) equidade, objetividade 
e negligência.
e) comparação, potencialidade e 
sustentabilidade ambiental.
3. Quanto à estrutura, a 
SOX é dividida em: 
a) 7 capítulos e 69 artigos.
b) 10 capítulos e 19 artigos.
c) 11 capítulos e 29 artigos.
d) 11 capítulos e 69 artigos.
e) 9 capítulos e 69 artigos.
4. O objetivo principal 
da SOX é: 
a) que as empresas não tenham 
problemas financeiros.
b) agregar sustentabilidade 
através de auditoria.
c) apenas contribuir para o 
crescimento sustentável 
da empresa.
d) eliminar totalmente os 
riscos de mercado.
e) que as empresas aumentem 
seus controles, a segurança 
e a transparência na 
administração dos negócios, 
na área financeira, nos registros 
contábeis e na gestão e 
divulgação das informações.
5. O Public Company Accounting 
Oversight Board (PCAOB – Conselho 
de Auditores de Companhias 
Abertas) foi criado para: 
a) supervisionar os 
controles internos.
b) supervisionar os processos 
de auditoria das empresas 
sujeitas à SOX.
c) Supervisionar todo o processo 
de registros contábeis.
d) aumentar a credibilidade 
dos auditores.
e) supervisionar a conduta 
ética dos auditores.
Os escândalos contábeis e a Lei Sarbanes-Oxley (SOX)390
BORGERTH, V. M. C. Sox: entendendo a Lei Sarbanes-Oxley. São Paulo: Thomson, 2009.
Leituras recomendadas
ALEXANDRE, R. Governança corporativa e os impactos da Lei Sarbanes-Oxley. Admi-
nistradores, 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/producao-
-academica/governanca-corporativa-e-os-impactos-da-lei-sarbanes-oxley/2188>. 
Acesso em: 16 set. 2016.
COUTO, B.; MARINHO, R. Contabilidade criativa x Lei Sarbanes-Oxley: um enfoque sobre 
a credibilidade da auditoria – MEF13801 – IR. Disponível em: <http://www.etecnico.
com.br/paginas/mef13801>. Acesso em: 16 set. 2016.
PETERS, M. Implantando e gerenciando a Lei Sarbanes-Oxley. São Paulo: Atlas, 2007.
PORTAL DE AUDITORIA. Introdução à Lei Sarbanes-Oxley (SOX). Disponível em: <http://
www.portaldeauditoria.com.br/auditoria-interna/Introducao-a-lei-Sarbanes-Oxley-
-SOx.asp>. Acesso em: 16 set. 2016.
TV SÃO JUDAS. Empreendedor - Série Sustentável - A lei SOX. Youtube, 2012. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=XRjqbpA-T20>. Acesso em: 16 set. 2016.
Referência
391Escândalos contábeis e Lei a Sarbanes-Oxley (Sox)
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir apresenta alguns escândalos que levaram à criação da Lei SOX. Assista!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A boa governança favorece a melhor administração, o que beneficia não só os 
acionistas, mas todos que indiretamente estão ligados à empresa. O que é governança 
corporativa?
A) Conjunto de valores tradicionais que regem as empresas.
B) O sistema de políticas, normas, regras e valores que norteiam o gerenciamento e 
direcionamento da empresa.
C) Gestão administrativa.
D) Política regional.
E) Sistema de legislação tributária, órgãos reguladores e sistemas de qualidade.
2) São características da governança corporativa:
A) Transparência, equidade, prestação de contas e conformidade.
B) Valores, eficiência e eficácia.
C) Qualidade, dignidade e ética.
D) Equidade, objetividade e negligência.
E) Comparação, potencialidade e sustentabilidade ambiental.
3) A estrutura a SOX é dividida em:
A) Sete capítulos e 69 artigos.
B) Dez capítulos e 19 artigos.
C) Onze capítulos e 29 artigos.
D) Onze capítulos e 69 artigos.
E) Nove capítulos e 69 artigos.
4) O objetivo principal da SOX é:
A) Que as empresas não tenham problemas financeiros.
B) Agregar sustentabilidade através de auditoria.
C) Apenas contribuir para o crescimento sustentável da empresa.
D) Eliminar totalmente os riscos de mercado.
Que as empresas aumentem seus controles, a segurança e a transparência na administração E) 
dos negócios, na área financeira, nos registros contábeis e na gestão e divulgação das 
informações.
5) O Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB, sigla para Conselho de 
Auditores de Companhias Abertas) foi criado para:
A) Supervisionar os controles internos.
B) Supervisionar os processos de auditoria das empresas sujeitas à SOX.
C) Supervisionar todo o processo de registros contábeis.
D) Aumentar a credibilidade dos auditores.
E) Supervisionar a conduta ética dos auditores.
NA PRÁTICA
Os escândalos contábeis que envolveram grandes empresas americanas foram os precedentes 
para a criação da Lei SOX em 2002. A Lei Sarbanes-Oxley, criada pelos congressistas Paul 
Sarbanes e Michael Oxley, visa a proteger os investidores de fraudes.
Na prática, adaptar algo dinâmico com o cotidiano de uma empresa às exigências dos 11 
capítulos da lei tem consumido muito tempo dos executivos e dinheiro dos acionistas. No Brasil, 
esse movimento provocou um entusiasmo além do esperado. Pela fria letra da lei, somente as 36 
companhias brasileiras com papéis no mercado americano foram obrigadas a adaptar suas 
normas até junho de 2006. Entre as empresas certificadas pela Sarbox está o banco Itaú, o Pão 
de Açúcar, a Gol e a Vale do Rio Doce.
 
As vantagens vão além dos Estados Unidos e são confirmadas por profissionais fora do mercado 
de auditoria, que ganha dinheiro com a certificação.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:ALEXANDRE, R. Governança corporativa e os impactos da Lei Sarbanes-Oxley.
Leia o artigo no link a seguir.
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Portal de Auditoria. Introdução à Lei Sarbanes-Oxley (SOX).
Leia mais no link a seguir.
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