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Setembro de 2021 Energias Renováveis Prof. Eng. Fernando Oliveira Na aula anterior: Complementariedade Eólica e Solar • SISTEMAS OFFSHORE • Os parques eólicos offshore são parques onde os aerogeradores são instalados no mar. • As instalações offshore representam a nova fronteira da utilização da energia eólica. • Embora representem instalações de maior custo de transporte, instalação e manutenção, as instalações offshore têm crescido a cada ano principalmente com o esgotamento de áreas de grande potencial eólico em terra. • A indústria eólica tem investido no desenvolvimento tecnológico da adaptação das turbinas eólicas convencionais para uso no mar. • Além do desenvolvimento tecnológico, os projetos offshore necessitam de estratégias especiais quanto ao tipo de transporte das máquinas, sua instalação e operação. Todo o projeto deve ser coordenado de forma a utilizarem os períodos onde as condições marítimas propiciem um deslocamento e uma instalação com segurança. • SISTEMAS OFFSHORE • London Array é o maior parque offshore do mundo desde 2013 e encontra-se localizado no Mar do Norte, a cerca de 20 km da costa de Kent, na Inglaterra. 3 Na aula anterior: Complementariedade Eólica e Solar • O Potencial Eólico Offshore do Brasil; • Aplicações dos Sistemas Eólicos; • Perspectivas Futuras da Tecnologia; • Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial; • Benefícios do Sistema Eólico; • Impactos Socioambientais; • Acidentes e Incêndios com Aerogeradores; • Cenário Eólico Mundial • Fator de Capacidade • Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) ; • Indústria Eólica Brasileira; • Externalidades Positivas; • Leilões; • Incentivos à Fonte Eólica; • Desafios e Perspectivas; • Notícias Atuais. Programa de aula 15/09/2021 4 • A energia eólica offshore ainda representa apenas cerca de 8% da capacidade de geração de energia renovável. • O aproveitamento da energia eólica para geração elétrica atingiu 539 GW em 2017. Desse total, menos de 20 GW são aproveitamentos em mar (“offshore”). Mesmo na Europa (região que concentra maior parte da capacidade offshore atual), a energia eólica offshore ainda representa apenas cerca de 8% da capacidade de geração de energia renovável. • A média da magnitude do vento offshore no Brasil apresenta variação entre 7 m/s e 12 m/s, com valores mínimos próximos à costa de São Paulo e valores máximos próximos à costa de Sergipe e Alagoas. O Potencial Eólico Offshore do Brasil 5 • O Brasil possui cerca de 7.367 Km de costa, com uma plataforma continental extensa que confere águas rasas ao longo de seu litoral. Além disso, os ventos alísios, presentes na região nordeste do país, são de intensidade e direção constantes, sendo as melhores características para empreendimentos eólicos offshore. • Contudo, a inexistência de marco regulatório para a exploração do potencial eólico offshore no Brasil – em especial relacionado a questões como licenciamento ambiental, à implantação e ao modelo de concessão – constitui-se importante barreira ao desenvolvimento da fonte, além do atual estágio da tecnologia e dos elevados custos relativos. O Potencial Eólico Offshore do Brasil 6 • No entanto, a se confirmarem as reduções substanciais nos custos de capital trazidas por avanços tecnológicos em eólica offshore no horizonte até 2050, o Brasil se posiciona muito bem na exploração desse recurso tanto pelo seu excelente potencial quanto pela perspectiva de expansão da exploração e produção de petróleo na costa brasileira, o que pode trazer agentes com expertise na área com potencial de redução de custos de construção e instalação, gerando maior competitividade para a fonte no futuro. • ENERGIA EÓLICA OFFSHORE E A BUSCA PELA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL • O projeto de lei indica que as plataformas de geração poderão ser instaladas no mar territorial (até 22 quilômetros da costa) e na zona econômica exclusiva (até 370 quilômetros) e também dá autorização para a implantação das usinas nas chamadas águas interiores, como lagos e rios. • Fica também autorizada a instalação de Parques Eólicos com potência superior a 5 MW e a 1 MW no caso de solares, para usinas de menor capacidade, uma autorização da Aneel será necessária, a partir de um estudo de impacto ambiental. • Segundo o Gerente de Negócios em Energias Renováveis da Petrobras, Clóvis Neto, o potencial offshore é muito expressivo e a companhia se beneficia de sua experiência em exploração e produção de petróleo offshore para participar desse processo. Aplicações dos Sistemas Eólicos 7 • Aumento de tamanho e potência. (Até 15 MW e 200m de diâmetro) • Instalações offshore (principalmente Europa e Ásia). • Geradores Brushless, com magnetos de terras raras (FeNd). • Pás de fibras de carbono. • Torres mais altas. Perspectivas Futuras da Tecnologia 8 9 10 Perspectivas Futuras da Tecnologia 11 Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial • Considerando um fluxo de ar de massa m movimentando-se a uma velocidade v, pode-se estabelecer sua energia cinética como: • A Potência (P) é, de forma simplificada, a energia sobre o tempo (E/t), e que por sua vez pode ser escrita como: onde ρ é a massa específica do ar e A é área varrida pelo aerogerador. • Dessa equação podem-se perceber três influências fundamentais, sendo a principal, a variação de ordem cúbica da potência em relação à velocidade do vento. A segunda, em relação à área varrida pelo aerogerador. E a terceira, em relação à massa específica do ar. • A velocidade é a variável mais importante e vai depender do regime de ventos da região e das influências de obstáculos e da rugosidade do terreno. • Em geral a influência de obstáculos e rugosidade diminui em função da altura acima do solo, sendo observadas velocidades maiores quanto maior a altura. 12 Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial • Por tal motivo se procura instalar aerogeradores nas maiores alturas possíveis e/ou em locais com baixa rugosidade, como próximos de espelhos de água (na costa) e em terrenos descobertos. • A área de varredura também é um fator importante, procurando-se ter cada vez maiores áreas varridas para aumentar e estabilizar a eficiência da transformação da energia contida no vento em eletricidade. • Já a densidade específica do ar é influenciada pela pressão, umidade e temperatura. Porém não se pode descartar a altura do recurso eólico, que também influencia estes três fatores. 13 Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial • A pressão influencia a energia do vento de forma diretamente proporcional, enquanto que a umidade e a temperatura influenciam de forma inversamente proporcional. • Estas influências podem ser explicadas pela lei dos gases, em que: • Destes P é a pressão, R é a constante do ar e T é a temperatura. • Dessa forma, constata-se que o melhor aproveitamento do recurso eólico requer maiores alturas e maiores áreas varridas pelas pás dos aerogeradores. 14 Benefícios do Sistema Eólico • As pequenas centrais podem suprir pequenas localidades distantes da rede, contribuindo para o processo de universalização do atendimento. • Quanto às centrais de grande porte, estas têm potencial para atender uma significativa parcela do Sistema interligado Nacional (SIN) com importantes ganhos: – contribuindo para a redução da emissão, pelas usinas térmicas, de poluentes atmosféricos; – diminuindo a necessidade da construção de grandes reservatórios; – e reduzindo o risco gerado pela sazonalidade hidrológica. • Utilizando também uma fonte de energia inesgotável, porém possui como um de seus maiores inimigos os altos custos para a montagem das usinas. 15 Benefícios do Sistema Eólico • Vantagens para a sociedade em geral – É inesgotável; – Não emite gases poluentes nem gera resíduos; – Diminui a emissão de gases de efeito de estufa (GEE). • Vantagens para as comunidades onde se inserem os Parques Eólicos – Os parque eólicos são compatíveis com outros usos e utilizações do terreno como a agricultura e a criaçãode gado; – Criação de emprego; – Geração de investimento em zonas desfavorecidas; – Benefícios financeiros (proprietários e zonas camarárias). 16 Benefícios do Sistema Eólico • Vantagens para os governos – Reduz a elevada dependência energética do exterior, nomeadamente a dependência em combustíveis fósseis; – Poupança devido à menor aquisição de direitos de emissão de CO2 por cumprir o protocolo de Quioto e diretivas comunitárias e menores penalizações por não cumprir; – Possível contribuição de cota de GEE para outros sectores da atividade económica; – É uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de rentabilidade com as fontes de energia tradicionais. • Vantagens para os promotores – Os aerogeradores não necessitam de abastecimento de combustível e requerem escassa manutenção, uma vez que só se procede à sua revisão em cada seis meses. • Excelente rentabilidade do investimento – Em menos de seis meses, o aerogerador recupera a energia gasta com o seu fabrico, instalação e manutenção. 17 Impactos Socioambientais • Entre os principais impactos socioambientais das usinas eólicas destacam-se os sonoros e os visuais. • Os sonoros devido ao ruído dos rotores que podem variar de acordo com as especificações dos equipamentos. • As turbinas de múltiplas pás são menos eficientes e mais barulhentas que os aerogeradores de hélices de alta velocidade. Os níveis devem respeitar alguns padrões. • Há estudos que dizem que o barulho emitido pelas turbinas possa causar problemas sérios de saúde, afetando principalmente a audição, causando também vários sintomas. • Já os impactos visuais são decorrentes do agrupamento de torres e aerogeradores, principalmente no caso de centrais eólicas com um número considerável de turbinas, também conhecidas como fazendas eólicas. 18 Impactos Socioambientais Outro impacto negativo das centrais eólicas é a possibilidade de interferências eletromagnéticas, que podem causar perturbações nos sistemas de comunicação e transmissão de dados (rádio, televisão etc.) • Há também outro estudo que relata que as turbinas são responsáveis pela morte de vários morcegos e pássaros, representando um impacto direto na agricultura e no meio ambiente. • Os impactos variam muito de acordo com o local das instalações, o arranjo das torres e as especificações das turbinas. • Apesar de efeitos negativos, como alterações na paisagem natural, esses impactos tendem a atrair turistas, gerando renda, emprego, arrecadações e promovendo o desenvolvimento regional. • Além que, a energia eólica complementa a hidráulica, pois os ventos costumam ser mais fortes nos períodos mais secos. 19 Acidentes e Incêndios com Aerogeradores Data: junho/2016 Panorama Mundial • O aproveitamento da energia eólica para geração elétrica tem crescido exponencialmente no mundo nos últimos anos. • A maior parte dos parques eólicos está instalada em terra (onshore), porém vários parques têm sido implantados no mar (offshore), devido à diminuição de locais apropriados em terra para novos empreendimentos (notadamente na Europa) e pelo bom potencial, apesar de apresentarem maiores custos. • A despeito do expressivo crescimento da capacidade instalada, a fonte eólica é responsável somente por uma pequena parte da energia elétrica produzida no mundo, cerca de 3% do total gerado em 2014. • Contudo, esses números podem variar de acordo com o país em questão. A Dinamarca, por exemplo, foi capaz de suprir 39% da sua demanda de eletricidade em 2014 com energia proveniente do vento (GWEC, 2015). Cenário Eólico Mundial 21 Cenário Eólico Mundial 22 • O Fator de Capacidade é o indicador que define o quanto uma usina gera em relação ao máximo que ela poderia gerar. Significa a proporção entre a Energia Gerada e a Capacidade Instalada de um sistema de geração de energia. • 3 motivos para saber calcular o FC de um sistema de geração de energia • Quão importante é esse fator? • 1 - Melhor indicador de produtividade de um sistema de geração de energia; • 2 - Identificação de possíveis problemas na geração baseado em comparações; • 3 - Descobrir locais mais produtivos para cada tipo de geração. Fator de Capacidade 23 • O Fator de Capacidade Médio das fontes de energia • Cada fonte de energia possui FCs característicos, mas eles podem variar de acordo com diversos fatores, como localização, porte, eficiência dos equipamentos, disponibilidade da matéria-prima etc. Fator de Capacidade 24 2012 15º Colocado 2,5 GW 2013 13º Colocado 3,4 GW 2014 10º Colocado 5,9 GW 2015 10º Colocado 8,7 GW 2016 9º Colocado 10,7 GW 2017 8º Colocado 12,76 GW Fonte: GWEC/ABEEólica 25 Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) -------------------- Colocações do Brasil -------------------- 2012 15º Colocado 2,5 GW 2013 13º Colocado 3,4 GW 2014 10º Colocado 5,9 GW 2015 10º Colocado 8,7 GW 2016 9º Colocado 10,7 GW 2017 8º Colocado 12,76 GW Fonte: GWEC/ABEEólica 26 Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) -------------------- Colocações do Brasil -------------------- 27 Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) Pela primeira vez na história, as fontes solar e eólica, combinadas, ultrapassaram as hidrelétricas em capacidade instalada global em 2019, conforme aponta relatório divulgado pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável, na sigla em inglês). O mundo alcançou 2.537 GW de capacidade instalada acumulada em fontes renováveis no ano passado. Com 1.190 GW, a fonte hídrica ainda representa sozinha a maior fatia (47%), mas a expansão das fontes eólica (25%) e solar fotovoltaica (23%) já soma 1.209 GW, com capacidades de 623 GW e 586 GW, respectivamente. As outras fontes renováveis que aparecem no relatório são a biomassa (124 GW), geotérmica (14 GW) e maremotriz (500 MW). Somando todas as fontes, a capacidade instalada das fontes renováveis de energia expandiu 7,4% em 2019. A energia solar segue como a fonte renovável que mais cresce no mundo, com uma expansão da capacidade instalada de 20%, um incremento de 98 GW. Junto com a eólica, que cresceu 10%, responde por 90% dos incrementos à rede em 2019, apontou o relatório. Já a expansão da capacidade das hidrelétricas foi de apenas 1%, com um incremento de 12 GW. 30 O Brasil alcançou capacidade instalada de 4,4 GW em energia fotovoltaica e 15,4 GW em eólica em 2019 e segue a tendência global de perda de protagonismo das hidrelétricas, que deve se acentuar ao longo da próxima década. “Esta década será marcada por um encolhimento da geração hidrelétrica e um maior crescimento da solar e eólica, seguido das térmicas a gás natural, como evidencia o próprio Plano Decenal de Expansão de Energia”, afirma João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos Energia. Os países asiáticos (China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Vietnã) seguem dominando a geração fotovoltaica no mundo, com um incremento de 56 GW, segundo o relatório da IRENA. Outros avanços importantes ocorreram nos Estados Unidos, Austrália, Espanha, Ucrânia e Alemanha. Apesar da tendência de expansão, tanto a eólica quanto a fotovoltaica são fontes intermitentes e ainda têm à frente o desafio do armazenamento. “O custo de estocar a energia gerada em sistemas híbridos com grandes baterias é elevado, então viabilizar o armazenamento será crucial no cenário de transição energética” diz Maurício Salla, executivo da divisão de negócios e energia da Crowe, multinacional de auditoria e consultoria. Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 2012 8º Colocado 1,08 GW 2013 7º Colocado 0,95 GW 2014 4º Colocado 2,50 GW 2015 4º Colocado 2,75 GW 2016 5º Colocado 2,01 GW 2017 6º Colocado 2,02 GW Fonte: GWEC/ABEEólica 31 Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Nova) China EUA Alemanha Reino Unido Índia Brasil França Turquia México Bélgica Resto do Mundo 19,507,02 6,58 4,27 4,15 2,02 1,69 0,77 0,48 0,47 5,63 -------------------- Colocações do Brasil -------------------- 32 Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Nova) 33 Trajetória Mundial (Fator de Capacidade em 2016) 34 Potência Instalada Global 35 Previsão de Potência Eólica instalada a partir de 2016 96,06 61% 14,53 9% 13,07 8% 5,02 3% 13,01 8% 10,11 7% 3,73 3% 1,99 1% Matriz Elétrica (GW) Hidrelétrica Biomassa Eólica PCH Gás natural Petróleo Carvão mineral Nuclear 83% Renovável 17% Não Renovável Total instalado: 13,07 GW – 520 parques eólicos Aptos: 98,7 MW – 5 parques eólicos 52 (1.443,1 MW) Piauí 15 (157,2 MW) Paraíba 34 (782,0 MW)34 (782,0 MW) Pernambuco 1 (34,5 MW) Sergipe 1 (28,1 MW) Rio de Janeiro 1 (2,5 MW) Paraná 137 (3.722,5 MW) Rio Grande do Norte 11 75 (1.950,5 MW) Ceará 33 102 (2.654,5 MW) Bahia 22 80 (1.831,9 MW) Rio Grande do Sul 44 14 (238,5 MW) Santa Catarina 55 Fonte: ABEEólica / ANEEL 10,97 GW 2,10 GW 36 8 (220,8 MW) Maranhão Capacidade Eólica Instalada Evolução da Capacidade Instalada 37 Fonte: ABEEólica / ANEEL Capacidade Atual 27,1 235,4 245,6 341,4 600,5 931,4 1.527,8 2.521,7 3.476,8 5.972,3 8.726,1 10.740,0 12.767,0 14.567,4 15.858,5 16.381,1 16.445,1 17.880,0 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 20.000 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 23 Nova (MW) Acumulada (MW) Recordes da abastecimento à carga com eólica 38Fonte: ABEEólica | ONS SIN N NE S Recorde Anual (2018) 17/01/2018 15/01/2018 17/01/2018 27/01/2018 Geração (MW médio) 7.168 188 6.178 1.357 Fator de capacidade 61% 85% 65% 68% Recorde Histórico (atual) 10/09/2017 01/10/2017 10/09/2017 08/10/2017 Geração (MW médio) 7.575 214 6.140 1.349 Fator de capacidade 70% 97% 71% 68% Recorde Histórico (anterior) 16/07/2017 30/09/2017 30/07/2017 09/04/2017 Geração (MW médio) 6.331 208 5.368 1.468 Fator de capacidade 63% 94% 66% 78% Percentual de abastecimento à carga: Indústria Eólica Brasileira 39 Externalidades Positivas 40 • O crescente interesse nos leilões é impulsionado por sua capacidade de conseguir a implantação de energia renovável de acordo com a necessidade do sistema e de forma planejada, sendo seus pontos fortes a flexibilidade, o potencial para a descoberta do preço do real, a capacidade de garantir uma maior segurança no preço e na quantidade, e a transparência do processo (IRENA e CEM, 2015). • Contudo, os sistemas de leilão possuem um custo transacional elevado tanto para a entidade responsável pelo leilão, que precisa arcar com os mecanismos do leilão e toda a validação dos projetos participantes, quanto para os participantes, que arcam com custos associados à execução de procedimentos administrativos, legais e de projeto necessários para participar do leilão. • Alguns fatores globais também explicam a adoção de leilões ao invés de políticas feed-in, dentre eles, as diminuições significativas nos custos de várias tecnologias de energias renováveis, principalmente a eólica, a competitividade relativa e uma mudança nos objetivos das políticas, de eficácia, inserção de uma nova tecnologia (mesmo com alto custo), para eficiência, menor custo de fornecimento de energia. Leilões 41 • Cabe ressaltar que o grande crescimento dos aproveitamentos eólicos no mundo foi fruto de políticas de promoção e inserção de energias renováveis, como as adotadas na União Europeia (European Parliament e Council of the European Union, 2001, 2009) e a implementação de vários mecanismos de apoio, como o corte de impostos para renováveis, mercado de crédito de carbono, taxas de carbono, sistemas de preços (i.e. tarifas feed-in), sistemas de quotas (i.e. leilões de renováveis) (Butler e Neuhoff, 2008; Couture et al., 2010; Ringel, 2006; Saidur et al., 2010). • Feed-in tariff (FIT, Contrato de oferta padrão) tarifa renovável avançada ou pagamento de energias renováveis é um mecanismo utilizado por políticas públicas destinadas a acelerar o investimento em tecnologias de energias renováveis por meio da oferta de contratos de longo prazo aos produtores de energias renováveis, normalmente com base no custo de geração de cada tecnologia. Leilões 42 • O primeiro aerogerador a entrar em operação no Brasil foi fruto de uma parceria entre o Grupo de Energia Eólica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Companhia Energética de Pernambuco (CELPE), financiada pelo instituto de pesquisas dinamarquês Folkecenter, em 1992 (ANEEL, 2005). Este aerogerador possuía apenas 75 kW e foi instalado no arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco). • O primeiro incentivo à fonte eólica ocorreu durante a crise energética de 2001, quando se tentou incentivar a contratação de geração de energia eólica no país, até então insignificante, através do Programa Emergencial de Energia Eólica (PROEÓLICA) (Brasil, 2001). • Em 2002 o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), instituído pela Lei nº 10.438/2002, entrou em vigor com o objetivo da diversificação da matriz energética brasileira, promover a segurança no abastecimento, a valorização das características e potencialidades regionais e locais, além da criação de empregos, capacitação e formação de mão- de-obra e redução de emissão de gases de efeito estufa (Brasil, 2002). Incentivos à Fonte Eólica 43 • Esse subsídio cruzado foi um auxílio adicional à viabilização da geração eólica no Brasil. A Lei nº 10.762 de 11 de novembro de 2003 limitou benefício da redução da TUST e TUSD para fontes solar, eólica, biomassa e cogeração qualificada cuja potência instalada fosse menor ou igual a 30 MW (Brasil, 2003). • Após o PROINFA, a primeira tentativa da fonte eólica para continuar a se inserir foi através do Leilão de Fontes Alternativas de 2007, onde foram habilitados 9 empreendimentos somando 939 MW. Contudo, a fonte não obteve contratação até um leilão exclusivo ocorrido em dezembro de 2009 (Leilão de Energia de Reserva - LER). Nesse leilão foram habilitados 339 empreendimentos, totalizando 10.005 MW, sendo contratados 1.805 MW de 71 empreendimentos ao valor médio da época de 148,39 R$/MWh. Incentivos à Fonte Eólica 44 • Além do PROINFA e dos leilões, a energia eólica também é comercializada no Mercado Livre onde as condições contratuais são livremente negociadas entre comercializadores e compradores de energia. Com o maior conhecimento dessa fonte de energia e preços mais competitivos, o Mercado Livre tende a oferecer oportunidades para uma maior penetração dessa fonte na matriz elétrica brasileira. Em 2015 o Mercado Livre comercializava contratos de 107 parques, somando aproximadamente 2.250 MW (ABEEólica, 2015). • O sucesso da energia eólica se confirma pela contratação de 14.626 MW no ambiente regulado entre 2009 e 2015. Incentivos à Fonte Eólica 45 • Tal sucesso pode ser atribuído à competitividade da fonte eólica que, dado seu relativo baixo custo nos leilões, vem garantindo tanto uma indicação de montante mínimo a ser contratado pelo governo, quanto sua efetiva contratação. • Essa competitividade foi fruto de um conjunto de fatores como a qualidade do recurso eólico em determinadas regiões do país e a sinalização, nos planos decenais de expansão de energia, de continuidade de leilões mantendo perspectiva para a expansão da energia eólica, que também acabou por criar um mercado interno. Incentivos à Fonte Eólica 46 • Vale ressaltar que o limite de 30 MW por empreendimento, instituído muito antes dos leilões com participação das eólicas, acabou, indiretamente, por definir a potência instalada máxima dos parques eólicos vencedores dos leilões. • A partir de janeiro de 2016 o limite vigente para obtenção de desconto foi alterado para 300 MW através da Lei nº 13.203/2015 (Brasil, 2015), corrigindo uma distorção, dado que um complexo eólico era normalmente dividido em subprojetos de até 30 MW no intuito de garantir o benefício,gerando somente maior burocracia para uma mesma contração Incentivos à Fonte Eólica 47 Desafios e Perspectivas 48 • O Greenpeace apoia o desenvolvimento da energia eólica onshore e offshore e considera que investir na fonte será essencial para que o Brasil tenha sua energia 100% renovável no futuro. No entanto, a expansão da fonte deve vir acompanhada de uma real análise sobre os potenciais impactos sociais e ambientais. • Novas usinas eólicas não devem ocupar regiões protegidas ou sítios arqueológicos e devem evitar regiões sensíveis, como dunas de areia. Seu projeto de construção deve proteger, ouvir e respeitar a população local em relação aos impactos, incluindo os visuais e sonoros. Salvaguardas socioambientais em relação a energia eólica 49 • A perturbação sobre a fauna precisa ser continuamente monitorada, e as devidas ações de mitigação definidas e adotadas. • Hoje, boa parte das regiões com grande potencial eólico ainda não possui informações sobre ocorrência de espécies, criando a necessidade de ir além dos estudos de avaliação de impacto ambiental103. • No caso das turbinas offshore, o potencial impacto à vida marinha e alteração do habitat de certas espécies, como mamíferos marinhos e aves, também devem ser considerados e minimizados. • É necessário planejar a expansão de energia eólica, produzindo mapas que identifiquem as regiões sensíveis, com maior rigor nos processos de licenciamento104, tornando a legislação mais clara sobre as especificações e procedimentos mínimos necessários para avaliações de pré e pós- instalação das usinas eólicas. Salvaguardas socioambientais em relação a energia eólica 50 Desenvolvimento de um Parque Eólico, “ATUAIS” Desafios e Notícias. Principais etapas do desenvolvimento eólico 52 Fonte: Cadeia de Valor da Energia Eólica no Brasil, SEBRAE 2017 Desafios Meio Ambiente 53 Licenciamento Ambiental • Existência de diferentes normativos relacionados ao licenciamento ambiental estadual • Entendimentos sobre a Resolução CONAMA nº 462/2014 (ex.: empreendimentos eólicos e sistemas associados) Cadastro Ambiental Rural (CAR) • Eólica são considerados como possuindo direito de superfície (Parecer nº 523/2016/CONJUR-MMA/CGU/AGU) • Responsabilidade pela execução do CAR é do dono da terra • CAR é solicitado para realização do licenciamento ambiental Outros Desafios 54 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) • CREAs permitem que um engenheiro seja responsável por até 3 empresas • Um mesmo complexo de parques eólicos, pode abranger inúmeras empresas • Alocar mais de 3 empresas a um engenheiro tem gerado penalidades e multas Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) • Obrigações relacionadas a pintura do conjunto: torre, nacele e pás • Negociação e convencimento que suportem alterações na Portaria Nº 957/GC3 de 2015 Notícias 55 26/08/2021 Diário do Nordeste Notícias 56 26/08/2021 Diário do Nordeste Enquanto se prepara para acomodar projetos multibilionários no hidrogênio verde, o Ceará vê excelentes perspectivas também na área de energia eólica offshore (no mar). Empresário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiúza Júnior afirma à Coluna que este dueto de sinergias entre o hidrogênio verde e a energia offshore será um diferencial e tanto para o Ceará, que parte na frente em ambos os segmentos. Nesta semana, foram dados passos importantes para o início da construção da regulamentação deste segmento, considerada fundamental para a concretização de grandes investimentos no Estado. Notícias 57 26/08/2021 Diário do Nordeste Notícias 58 26/08/2021 Diário do Nordeste Ele explica que, enquanto no onshore (em terra), 80% do investimento correspondem aos equipamentos, no offshore, tem-se o oposto. Ou seja, a capacidade de absorção de mão de obra para gerar energia eólica em alto- mar é consideravelmente superior em relação às usinas em terra firme. "Agora precisa ser regulamentado para criar uma ambiência segura", destaca o especialista. O mapa eólico e solar do Ceará identificou que o Estado tem um potencial solar no Ceará de mais de 600 GW, eólico onshore de 97 GW, e eólico offshore de 127 GW. Notícias 59 08/09/2021 Governo Estadual Notícias 60 08/09/2021 Governo Estadual A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) promoverá audiência pública nessa quinta-feira (9), para apresentar o projeto de implantação do Complexo Eólico Fênix em Amontada e Itapipoca, assim como os estudos ambientais para fins de apreciação da comunidade, setor público e demais interessados. O CE Fênix é um empreendimento de geração de energia elétrica por meio de fonte eólica, formado por 12 parques a serem construídos nos municípios de Amontada e Itapipoca, no Estado do Ceará. Ao todo, o complexo está sendo planejado para englobar 83 aerogeradores, cada um com potência de 5,3 MW, totalizando 439,9 MW. A energia gerada será injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN), contribuindo com a estrutura do setor energético do Brasil. Além dos aerogeradores, o CE Fênix terá circuitos internos de média tensão, que levarão a energia até as Subestações (SEs). Ao todo, serão três SES, sendo duas coletoras (responsáveis por elevar a tensão para 230 kV e transmitir internamente a energia), além de uma elevadora, que deverá elevar ainda mais a tensão até 500 kV, de onde deverá partir uma Linha de Transmissão (LT) que conectará o Complexo Eólico até o SIN. Referência Bibliográficas • TOLMASQUIM, MAURICIO T, “Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica, Solar”. EPE. • ABBEólica (2019). Boletim de Dados Maio.2019/2018/2017/2016/2015. • DUTRA, Ricardo. “Energia Eólica, Princípios e Tecnologias”. CRESESB. • QUASCHNING, VOLKER. “Understanding Renewable Energy Systems”. Earthscan. UK, USA . 2005 • PARK, JACK. “The Wind Power Book”. Cheshire Books. Palo Alto, Califórnia. • LIMA, LUCAS. GUIMARÃES, SEBASTIÃO. DE PAULA, AÍDSON. "Potência extraída de turbinas eólicas baseada na comparação de diferentes tipos de velocidade dos ventos“ Artigo. • CARVALHO, PAULO. RANGEL BORGES NETO, MANUEL. "Geração de Energia Elétrica - Fundamentos". Ed. Érica. 1° Edição. São Paulo. Data: junho/2016 Fernando W. S. de Oliveira Engenheiro Eletricista, Mestre Eng. Mecânica em Energias Renováveis (UFC) Doutorando Eng. Elétrica – Eletrônica de Potência - UFC Graduando Engenharia de Computação Professor Eletroeletrônica / Energias Renováveis / Controle e Servomecanismo / Instalações Elétricas OBRIGADO!
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