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Aula 4 - Energia Eólica - Finalização Eólica

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Setembro de 2021
Energias Renováveis 
Prof. Eng. Fernando Oliveira 
Na aula anterior: Complementariedade Eólica e Solar
• SISTEMAS OFFSHORE
• Os parques eólicos offshore são parques onde os aerogeradores são instalados no mar.
• As instalações offshore representam a nova fronteira da utilização da energia eólica.
• Embora representem instalações de maior custo de transporte, instalação e manutenção, as
instalações offshore têm crescido a cada ano principalmente com o esgotamento de áreas de
grande potencial eólico em terra.
• A indústria eólica tem investido no desenvolvimento tecnológico da adaptação das turbinas
eólicas convencionais para uso no mar.
• Além do desenvolvimento tecnológico, os projetos offshore necessitam de estratégias especiais
quanto ao tipo de transporte das máquinas, sua instalação e operação. Todo o projeto deve ser
coordenado de forma a utilizarem os períodos onde as condições marítimas propiciem um
deslocamento e uma instalação com segurança.
• SISTEMAS OFFSHORE
• London Array é o maior parque offshore do mundo desde 2013 e encontra-se localizado no Mar
do Norte, a cerca de 20 km da costa de Kent, na Inglaterra.
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Na aula anterior: Complementariedade Eólica e Solar
• O Potencial Eólico Offshore do Brasil;
• Aplicações dos Sistemas Eólicos;
• Perspectivas Futuras da Tecnologia;
• Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial;
• Benefícios do Sistema Eólico;
• Impactos Socioambientais;
• Acidentes e Incêndios com Aerogeradores;
• Cenário Eólico Mundial
• Fator de Capacidade
• Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) ;
• Indústria Eólica Brasileira;
• Externalidades Positivas;
• Leilões;
• Incentivos à Fonte Eólica;
• Desafios e Perspectivas;
• Notícias Atuais.
Programa de aula 15/09/2021
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• A energia eólica offshore ainda representa apenas cerca de 8% da capacidade de geração de
energia renovável.
• O aproveitamento da energia eólica para geração elétrica atingiu 539 GW em 2017. Desse total,
menos de 20 GW são aproveitamentos em mar (“offshore”). Mesmo na Europa (região que
concentra maior parte da capacidade offshore atual), a energia eólica offshore ainda representa
apenas cerca de 8% da capacidade de geração de energia renovável.
• A média da magnitude do vento offshore no Brasil apresenta variação entre 7 m/s e 12 m/s, com
valores mínimos próximos à costa de São Paulo e valores máximos próximos à costa de Sergipe e
Alagoas.
O Potencial Eólico Offshore do Brasil
5
• O Brasil possui cerca de 7.367 Km de costa, com uma plataforma continental extensa que confere
águas rasas ao longo de seu litoral. Além disso, os ventos alísios, presentes na região nordeste do
país, são de intensidade e direção constantes, sendo as melhores características para
empreendimentos eólicos offshore.
• Contudo, a inexistência de marco regulatório para a exploração do potencial eólico offshore no
Brasil – em especial relacionado a questões como licenciamento ambiental, à implantação e ao
modelo de concessão – constitui-se importante barreira ao desenvolvimento da fonte, além do
atual estágio da tecnologia e dos elevados custos relativos.
O Potencial Eólico Offshore do Brasil
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• No entanto, a se confirmarem as reduções substanciais
nos custos de capital trazidas por avanços tecnológicos
em eólica offshore no horizonte até 2050, o Brasil se
posiciona muito bem na exploração desse recurso tanto
pelo seu excelente potencial quanto pela perspectiva
de expansão da exploração e produção de petróleo na
costa brasileira, o que pode trazer agentes
com expertise na área com potencial de redução de
custos de construção e instalação, gerando maior
competitividade para a fonte no futuro.
• ENERGIA EÓLICA OFFSHORE E A BUSCA PELA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL
• O projeto de lei indica que as plataformas de geração poderão ser instaladas no mar territorial (até
22 quilômetros da costa) e na zona econômica exclusiva (até 370 quilômetros) e também dá
autorização para a implantação das usinas nas chamadas águas interiores, como lagos e rios.
• Fica também autorizada a instalação de Parques Eólicos com potência superior a 5 MW e a 1 MW
no caso de solares, para usinas de menor capacidade, uma autorização da Aneel será
necessária, a partir de um estudo de impacto ambiental.
• Segundo o Gerente de Negócios em Energias Renováveis da Petrobras, Clóvis Neto, o potencial
offshore é muito expressivo e a companhia se beneficia de sua experiência em exploração e
produção de petróleo offshore para participar desse processo.
Aplicações dos Sistemas Eólicos
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• Aumento de tamanho e potência. (Até 15 MW e 200m de diâmetro)
• Instalações offshore (principalmente Europa e Ásia).
• Geradores Brushless, com magnetos de terras raras (FeNd).
• Pás de fibras de carbono.
• Torres mais altas.
Perspectivas Futuras da Tecnologia
8
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Perspectivas Futuras da Tecnologia
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Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial
• Considerando um fluxo de ar de massa m movimentando-se a uma velocidade v, pode-se
estabelecer sua energia cinética como:
• A Potência (P) é, de forma simplificada, a energia sobre o tempo (E/t), e que por sua vez pode ser
escrita como:
onde ρ é a massa específica do ar e A é área varrida pelo aerogerador.
• Dessa equação podem-se perceber três influências fundamentais, sendo a principal, a variação
de ordem cúbica da potência em relação à velocidade do vento. A segunda, em relação à área
varrida pelo aerogerador. E a terceira, em relação à massa específica do ar.
• A velocidade é a variável mais importante e vai depender do regime de ventos da região e das
influências de obstáculos e da rugosidade do terreno.
• Em geral a influência de obstáculos e rugosidade diminui em função da altura acima do solo,
sendo observadas velocidades maiores quanto maior a altura.
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Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial
• Por tal motivo se procura instalar aerogeradores nas maiores alturas possíveis e/ou em locais
com baixa rugosidade, como próximos de espelhos de água (na costa) e em terrenos descobertos.
• A área de varredura também é um fator importante, procurando-se ter cada vez maiores áreas
varridas para aumentar e estabilizar a eficiência da transformação da energia contida no vento em
eletricidade.
• Já a densidade específica do ar é influenciada pela pressão, umidade e temperatura. Porém não
se pode descartar a altura do recurso eólico, que também influencia estes três fatores.
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Conversão de Energia, Disponibilidade e Potencial
• A pressão influencia a energia do vento de forma diretamente proporcional, enquanto que a
umidade e a temperatura influenciam de forma inversamente proporcional.
• Estas influências podem ser explicadas pela lei dos gases, em que:
• Destes P é a pressão, R é a constante do ar e T é a temperatura.
• Dessa forma, constata-se que o melhor aproveitamento do recurso eólico requer maiores alturas e
maiores áreas varridas pelas pás dos aerogeradores.
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Benefícios do Sistema Eólico
• As pequenas centrais podem suprir pequenas localidades distantes da rede,
contribuindo para o processo de universalização do atendimento.
• Quanto às centrais de grande porte, estas têm potencial para atender uma significativa
parcela do Sistema interligado Nacional (SIN) com importantes ganhos:
– contribuindo para a redução da emissão, pelas usinas térmicas, de poluentes atmosféricos;
– diminuindo a necessidade da construção de grandes reservatórios;
– e reduzindo o risco gerado pela sazonalidade hidrológica.
• Utilizando também uma fonte de energia inesgotável, porém possui como um de seus
maiores inimigos os altos custos para a montagem das usinas.
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Benefícios do Sistema Eólico
• Vantagens para a sociedade em geral
– É inesgotável;
– Não emite gases poluentes nem gera resíduos;
– Diminui a emissão de gases de efeito de estufa (GEE).
• Vantagens para as comunidades onde se inserem os Parques Eólicos
– Os parque eólicos são compatíveis com outros usos e utilizações do terreno como a agricultura
e a criaçãode gado;
– Criação de emprego;
– Geração de investimento em zonas desfavorecidas;
– Benefícios financeiros (proprietários e zonas camarárias).
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Benefícios do Sistema Eólico
• Vantagens para os governos
– Reduz a elevada dependência energética do exterior, nomeadamente a dependência em
combustíveis fósseis;
– Poupança devido à menor aquisição de direitos de emissão de CO2 por cumprir o protocolo de
Quioto e diretivas comunitárias e menores penalizações por não cumprir;
– Possível contribuição de cota de GEE para outros sectores da atividade económica;
– É uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de rentabilidade com
as fontes de energia tradicionais.
• Vantagens para os promotores
– Os aerogeradores não necessitam de abastecimento de combustível e requerem escassa
manutenção, uma vez que só se procede à sua revisão em cada seis meses.
• Excelente rentabilidade do investimento
– Em menos de seis meses, o aerogerador recupera a energia gasta com o seu fabrico,
instalação e manutenção.
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Impactos Socioambientais
• Entre os principais impactos socioambientais das usinas eólicas destacam-se os sonoros
e os visuais.
• Os sonoros devido ao ruído dos rotores que podem variar de acordo com as
especificações dos equipamentos.
• As turbinas de múltiplas pás são menos eficientes e mais barulhentas que os
aerogeradores de hélices de alta velocidade. Os níveis devem respeitar alguns padrões.
• Há estudos que dizem que o barulho emitido pelas turbinas possa causar problemas
sérios de saúde, afetando principalmente a audição, causando também vários sintomas.
• Já os impactos visuais são decorrentes do agrupamento de torres e aerogeradores,
principalmente no caso de centrais eólicas com um número considerável de turbinas,
também conhecidas como fazendas eólicas.
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Impactos Socioambientais
 Outro impacto negativo das centrais eólicas é a possibilidade de interferências
eletromagnéticas, que podem causar perturbações nos sistemas de comunicação e
transmissão de dados (rádio, televisão etc.)
• Há também outro estudo que relata que as turbinas são responsáveis pela morte de
vários morcegos e pássaros, representando um impacto direto na agricultura e no meio
ambiente.
• Os impactos variam muito de acordo com o local das instalações, o arranjo das torres e
as especificações das turbinas.
• Apesar de efeitos negativos, como alterações na paisagem natural, esses impactos
tendem a atrair turistas, gerando renda, emprego, arrecadações e promovendo o
desenvolvimento regional.
• Além que, a energia eólica complementa a hidráulica, pois os ventos costumam ser
mais fortes nos períodos mais secos.
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Acidentes e Incêndios com Aerogeradores
Data: junho/2016
Panorama Mundial
• O aproveitamento da energia eólica para geração elétrica tem crescido exponencialmente no
mundo nos últimos anos.
• A maior parte dos parques eólicos está instalada em terra (onshore), porém vários parques têm
sido implantados no mar (offshore), devido à diminuição de locais apropriados em terra para novos
empreendimentos (notadamente na Europa) e pelo bom potencial, apesar de apresentarem maiores
custos.
• A despeito do expressivo crescimento da capacidade instalada, a fonte eólica é responsável
somente por uma pequena parte da energia elétrica produzida no mundo, cerca de 3% do total
gerado em 2014.
• Contudo, esses números podem variar de acordo com o país em questão. A Dinamarca, por
exemplo, foi capaz de suprir 39% da sua demanda de eletricidade em 2014 com energia
proveniente do vento (GWEC, 2015).
Cenário Eólico Mundial
21
Cenário Eólico Mundial
22
• O Fator de Capacidade é o indicador que define o quanto uma usina gera em
relação ao máximo que ela poderia gerar. Significa a proporção entre a
Energia Gerada e a Capacidade Instalada de um sistema de geração de
energia.
• 3 motivos para saber calcular o FC de um sistema de geração de energia
• Quão importante é esse fator?
• 1 - Melhor indicador de produtividade de um sistema de geração de
energia;
• 2 - Identificação de possíveis problemas na geração baseado em
comparações;
• 3 - Descobrir locais mais produtivos para cada tipo de geração.
Fator de Capacidade
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• O Fator de Capacidade Médio das fontes de energia
• Cada fonte de energia possui FCs característicos, mas eles podem variar de
acordo com diversos fatores, como localização, porte, eficiência dos
equipamentos, disponibilidade da matéria-prima etc.
Fator de Capacidade
24
2012
15º Colocado
2,5 GW
2013
13º Colocado
3,4 GW
2014
10º Colocado
5,9 GW
2015
10º Colocado
8,7 GW
2016
9º Colocado
10,7 GW
2017
8º Colocado
12,76 GW
Fonte: GWEC/ABEEólica 25
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 
-------------------- Colocações do Brasil --------------------
2012
15º Colocado
2,5 GW
2013
13º Colocado
3,4 GW
2014
10º Colocado
5,9 GW
2015
10º Colocado
8,7 GW
2016
9º Colocado
10,7 GW
2017
8º Colocado
12,76 GW
Fonte: GWEC/ABEEólica 26
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 
-------------------- Colocações do Brasil --------------------
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Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 
Pela primeira vez na história, as fontes solar e eólica, combinadas, ultrapassaram as
hidrelétricas em capacidade instalada global em 2019, conforme aponta relatório
divulgado pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável, na sigla em
inglês).
O mundo alcançou 2.537 GW de capacidade instalada acumulada em fontes
renováveis no ano passado. Com 1.190 GW, a fonte hídrica ainda representa sozinha
a maior fatia (47%), mas a expansão das fontes eólica (25%) e solar fotovoltaica (23%)
já soma 1.209 GW, com capacidades de 623 GW e 586 GW, respectivamente. As
outras fontes renováveis que aparecem no relatório são a biomassa (124 GW),
geotérmica (14 GW) e maremotriz (500 MW).
Somando todas as fontes, a capacidade instalada das fontes renováveis de energia
expandiu 7,4% em 2019. A energia solar segue como a fonte renovável que mais
cresce no mundo, com uma expansão da capacidade instalada de 20%, um
incremento de 98 GW. Junto com a eólica, que cresceu 10%, responde por 90% dos
incrementos à rede em 2019, apontou o relatório. Já a expansão da capacidade das
hidrelétricas foi de apenas 1%, com um incremento de 12 GW.
30
O Brasil alcançou capacidade instalada de 4,4 GW em energia fotovoltaica
e 15,4 GW em eólica em 2019 e segue a tendência global de perda de
protagonismo das hidrelétricas, que deve se acentuar ao longo da próxima
década. “Esta década será marcada por um encolhimento da geração
hidrelétrica e um maior crescimento da solar e eólica, seguido das térmicas a
gás natural, como evidencia o próprio Plano Decenal de Expansão de Energia”,
afirma João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos Energia.
Os países asiáticos (China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Vietnã) seguem
dominando a geração fotovoltaica no mundo, com um incremento de 56 GW,
segundo o relatório da IRENA. Outros avanços importantes ocorreram nos
Estados Unidos, Austrália, Espanha, Ucrânia e Alemanha.
Apesar da tendência de expansão, tanto a eólica quanto a fotovoltaica são fontes
intermitentes e ainda têm à frente o desafio do armazenamento. “O custo de
estocar a energia gerada em sistemas híbridos com grandes baterias é elevado,
então viabilizar o armazenamento será crucial no cenário de transição energética”
diz Maurício Salla, executivo da divisão de negócios e energia da Crowe,
multinacional de auditoria e consultoria.
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Acumulada) 
2012
8º Colocado
1,08 GW
2013
7º Colocado
0,95 GW
2014
4º Colocado
2,50 GW
2015
4º Colocado
2,75 GW
2016
5º Colocado
2,01 GW
2017
6º Colocado
2,02 GW
Fonte: GWEC/ABEEólica 31
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Nova) 
China EUA Alemanha Reino
Unido
Índia Brasil França Turquia México Bélgica Resto do
Mundo
19,507,02 6,58
4,27 4,15
2,02 1,69
0,77 0,48 0,47
5,63
-------------------- Colocações do Brasil --------------------
32
Trajetória Mundial (Capacidade Instalada Nova) 
33
Trajetória Mundial (Fator de Capacidade em 2016) 
34
Potência Instalada Global
35
Previsão de Potência Eólica instalada a partir de 2016
96,06
61%
14,53
9%
13,07
8%
5,02
3%
13,01
8%
10,11
7%
3,73
3%
1,99
1%
Matriz Elétrica (GW)
Hidrelétrica Biomassa Eólica
PCH Gás natural Petróleo
Carvão mineral Nuclear
83% Renovável 17% Não Renovável
Total instalado: 13,07 GW – 520 parques eólicos
Aptos: 98,7 MW – 5 parques eólicos
52 (1.443,1 MW)
Piauí
15 (157,2 MW)
Paraíba
34 (782,0 MW)34 (782,0 MW)
Pernambuco
1 (34,5 MW)
Sergipe
1 (28,1 MW)
Rio de Janeiro
1 (2,5 MW)
Paraná
137 (3.722,5 MW)
Rio Grande do Norte
11
75 (1.950,5 MW)
Ceará
33
102 (2.654,5 MW)
Bahia
22
80 (1.831,9 MW)
Rio Grande do Sul
44
14 (238,5 MW)
Santa Catarina
55
Fonte: ABEEólica / ANEEL
10,97
GW
2,10
GW
36
8 (220,8 MW)
Maranhão
Capacidade Eólica Instalada
Evolução da Capacidade Instalada
37
Fonte: ABEEólica / ANEEL
Capacidade Atual
27,1 235,4 245,6 341,4
600,5 931,4
1.527,8
2.521,7
3.476,8
5.972,3
8.726,1
10.740,0
12.767,0
14.567,4
15.858,5
16.381,1
16.445,1
17.880,0
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
20.000
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
20
21
20
23
Nova
(MW)
Acumulada
(MW)
Recordes da abastecimento à carga com eólica
38Fonte: ABEEólica | ONS
SIN N NE S
Recorde Anual (2018) 17/01/2018 15/01/2018 17/01/2018 27/01/2018
Geração (MW médio) 7.168 188 6.178 1.357
Fator de capacidade 61% 85% 65% 68%
Recorde Histórico (atual) 10/09/2017 01/10/2017 10/09/2017 08/10/2017
Geração (MW médio) 7.575 214 6.140 1.349
Fator de capacidade 70% 97% 71% 68%
Recorde Histórico (anterior) 16/07/2017 30/09/2017 30/07/2017 09/04/2017
Geração (MW médio) 6.331 208 5.368 1.468
Fator de capacidade 63% 94% 66% 78%
Percentual de 
abastecimento à carga:
Indústria Eólica Brasileira
39
Externalidades Positivas
40
• O crescente interesse nos leilões é impulsionado por sua capacidade de conseguir a implantação de
energia renovável de acordo com a necessidade do sistema e de forma planejada, sendo seus
pontos fortes a flexibilidade, o potencial para a descoberta do preço do real, a capacidade de
garantir uma maior segurança no preço e na quantidade, e a transparência do processo (IRENA e
CEM, 2015).
• Contudo, os sistemas de leilão possuem um custo transacional elevado tanto para a entidade
responsável pelo leilão, que precisa arcar com os mecanismos do leilão e toda a validação dos
projetos participantes, quanto para os participantes, que arcam com custos associados à execução
de procedimentos administrativos, legais e de projeto necessários para participar do leilão.
• Alguns fatores globais também explicam a adoção de leilões ao invés de políticas feed-in, dentre
eles, as diminuições significativas nos custos de várias tecnologias de energias renováveis,
principalmente a eólica, a competitividade relativa e uma mudança nos objetivos das políticas, de
eficácia, inserção de uma nova tecnologia (mesmo com alto custo), para eficiência, menor custo de
fornecimento de energia.
Leilões
41
• Cabe ressaltar que o grande crescimento dos aproveitamentos eólicos no mundo foi fruto de
políticas de promoção e inserção de energias renováveis, como as adotadas na União Europeia
(European Parliament e Council of the European Union, 2001, 2009) e a implementação de vários
mecanismos de apoio, como o corte de impostos para renováveis, mercado de crédito de carbono,
taxas de carbono, sistemas de preços (i.e. tarifas feed-in), sistemas de quotas (i.e. leilões de
renováveis) (Butler e Neuhoff, 2008; Couture et al., 2010; Ringel, 2006; Saidur et al., 2010).
• Feed-in tariff (FIT, Contrato de oferta padrão) tarifa renovável avançada ou pagamento de
energias renováveis é um mecanismo utilizado por políticas públicas destinadas a acelerar o
investimento em tecnologias de energias renováveis por meio da oferta de contratos de longo prazo
aos produtores de energias renováveis, normalmente com base no custo de geração de cada
tecnologia.
Leilões
42
• O primeiro aerogerador a entrar em operação no Brasil foi fruto de uma parceria entre o Grupo de
Energia Eólica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Companhia Energética de
Pernambuco (CELPE), financiada pelo instituto de pesquisas dinamarquês Folkecenter, em 1992
(ANEEL, 2005). Este aerogerador possuía apenas 75 kW e foi instalado no arquipélago de
Fernando de Noronha (Pernambuco).
• O primeiro incentivo à fonte eólica ocorreu durante a crise energética de 2001, quando se tentou
incentivar a contratação de geração de energia eólica no país, até então insignificante, através do
Programa Emergencial de Energia Eólica (PROEÓLICA) (Brasil, 2001).
• Em 2002 o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA),
instituído pela Lei nº 10.438/2002, entrou em vigor com o objetivo da diversificação da matriz
energética brasileira, promover a segurança no abastecimento, a valorização das características e
potencialidades regionais e locais, além da criação de empregos, capacitação e formação de mão-
de-obra e redução de emissão de gases de efeito estufa (Brasil, 2002).
Incentivos à Fonte Eólica
43
• Esse subsídio cruzado foi um auxílio adicional à viabilização da geração eólica no Brasil. A Lei nº
10.762 de 11 de novembro de 2003 limitou benefício da redução da TUST e TUSD para fontes
solar, eólica, biomassa e cogeração qualificada cuja potência instalada fosse menor ou igual a
30 MW (Brasil, 2003).
• Após o PROINFA, a primeira tentativa da fonte eólica para continuar a se inserir foi através do
Leilão de Fontes Alternativas de 2007, onde foram habilitados 9 empreendimentos somando 939
MW. Contudo, a fonte não obteve contratação até um leilão exclusivo ocorrido em dezembro de
2009 (Leilão de Energia de Reserva - LER). Nesse leilão foram habilitados 339 empreendimentos,
totalizando 10.005 MW, sendo contratados 1.805 MW de 71 empreendimentos ao valor médio da
época de 148,39 R$/MWh.
Incentivos à Fonte Eólica
44
• Além do PROINFA e dos leilões, a energia eólica também é comercializada no Mercado Livre onde
as condições contratuais são livremente negociadas entre comercializadores e compradores de
energia. Com o maior conhecimento dessa fonte de energia e preços mais competitivos, o Mercado
Livre tende a oferecer oportunidades para uma maior penetração dessa fonte na matriz elétrica
brasileira. Em 2015 o Mercado Livre comercializava contratos de 107 parques, somando
aproximadamente 2.250 MW (ABEEólica, 2015).
• O sucesso da energia eólica se confirma pela contratação de 14.626 MW no ambiente regulado
entre 2009 e 2015.
Incentivos à Fonte Eólica
45
• Tal sucesso pode ser atribuído à competitividade da fonte eólica que, dado seu relativo baixo
custo nos leilões, vem garantindo tanto uma indicação de montante mínimo a ser contratado pelo
governo, quanto sua efetiva contratação.
• Essa competitividade foi fruto de um conjunto de fatores como a qualidade do recurso eólico em
determinadas regiões do país e a sinalização, nos planos decenais de expansão de energia, de
continuidade de leilões mantendo perspectiva para a expansão da energia eólica, que também
acabou por criar um mercado interno.
Incentivos à Fonte Eólica
46
• Vale ressaltar que o limite de 30 MW por empreendimento, instituído muito antes dos leilões com
participação das eólicas, acabou, indiretamente, por definir a potência instalada máxima dos
parques eólicos vencedores dos leilões.
• A partir de janeiro de 2016 o limite vigente para obtenção de desconto foi alterado para 300 MW
através da Lei nº 13.203/2015 (Brasil, 2015), corrigindo uma distorção, dado que um complexo
eólico era normalmente dividido em subprojetos de até 30 MW no intuito de garantir o benefício,gerando somente maior burocracia para uma mesma contração
Incentivos à Fonte Eólica
47
Desafios e Perspectivas
48
• O Greenpeace apoia o desenvolvimento da energia eólica onshore e offshore e considera que
investir na fonte será essencial para que o Brasil tenha sua energia 100% renovável no futuro. No
entanto, a expansão da fonte deve vir acompanhada de uma real análise sobre os potenciais
impactos sociais e ambientais.
• Novas usinas eólicas não devem ocupar regiões protegidas ou sítios arqueológicos e devem evitar
regiões sensíveis, como dunas de areia. Seu projeto de construção deve proteger, ouvir e respeitar
a população local em relação aos impactos, incluindo os visuais e sonoros.
Salvaguardas socioambientais em relação a energia eólica
49
• A perturbação sobre a fauna precisa ser continuamente monitorada, e as devidas ações de
mitigação definidas e adotadas.
• Hoje, boa parte das regiões com grande potencial eólico ainda não possui informações sobre
ocorrência de espécies, criando a necessidade de ir além dos estudos de avaliação de impacto
ambiental103.
• No caso das turbinas offshore, o potencial impacto à vida marinha e alteração do habitat de certas
espécies, como mamíferos marinhos e aves, também devem ser considerados e minimizados.
• É necessário planejar a expansão de energia eólica, produzindo mapas que identifiquem as regiões
sensíveis, com maior rigor nos processos de licenciamento104, tornando a legislação mais clara
sobre as especificações e procedimentos mínimos necessários para avaliações de pré e pós-
instalação das usinas eólicas.
Salvaguardas socioambientais em relação a energia eólica
50
Desenvolvimento de um Parque Eólico, 
“ATUAIS” Desafios e Notícias.
Principais etapas do desenvolvimento eólico
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Fonte: Cadeia de Valor da Energia Eólica no Brasil, SEBRAE 2017
Desafios Meio Ambiente
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 Licenciamento Ambiental
• Existência de diferentes normativos relacionados ao licenciamento ambiental
estadual
• Entendimentos sobre a Resolução CONAMA nº 462/2014 (ex.: empreendimentos
eólicos e sistemas associados)
 Cadastro Ambiental Rural (CAR)
• Eólica são considerados como possuindo direito de superfície (Parecer nº
523/2016/CONJUR-MMA/CGU/AGU)
• Responsabilidade pela execução do CAR é do dono da terra
• CAR é solicitado para realização do licenciamento ambiental
Outros Desafios
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 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
• CREAs permitem que um engenheiro seja responsável por até 3 empresas
• Um mesmo complexo de parques eólicos, pode abranger inúmeras empresas
• Alocar mais de 3 empresas a um engenheiro tem gerado penalidades e multas
 Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
• Obrigações relacionadas a pintura do conjunto: torre, nacele e pás
• Negociação e convencimento que suportem alterações na Portaria Nº 957/GC3
de 2015
Notícias
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26/08/2021
Diário do 
Nordeste
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26/08/2021
Diário do 
Nordeste
Enquanto se prepara para acomodar projetos multibilionários no hidrogênio verde,
o Ceará vê excelentes perspectivas também na área de energia eólica offshore (no
mar).
Empresário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Energia Eólica
(Abeeólica), Lauro Fiúza Júnior afirma à Coluna que este dueto de sinergias entre o
hidrogênio verde e a energia offshore será um diferencial e tanto para o Ceará, que
parte na frente em ambos os segmentos.
Nesta semana, foram dados passos importantes para o início da construção da
regulamentação deste segmento, considerada fundamental para a concretização de
grandes investimentos no Estado.
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26/08/2021
Diário do 
Nordeste
Notícias
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26/08/2021
Diário do 
Nordeste
Ele explica que, enquanto no onshore (em terra), 80% do investimento
correspondem aos equipamentos, no offshore, tem-se o oposto. Ou seja, a
capacidade de absorção de mão de obra para gerar energia eólica em alto-
mar é consideravelmente superior em relação às usinas em terra firme.
"Agora precisa ser regulamentado para criar uma ambiência segura",
destaca o especialista.
O mapa eólico e solar do Ceará identificou que o Estado tem um potencial
solar no Ceará de mais de 600 GW, eólico onshore de 97 GW,
e eólico offshore de 127 GW.
Notícias
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08/09/2021
Governo 
Estadual
Notícias
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08/09/2021
Governo 
Estadual
A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) promoverá audiência
pública nessa quinta-feira (9), para apresentar o projeto de implantação do
Complexo Eólico Fênix em Amontada e Itapipoca, assim como os estudos
ambientais para fins de apreciação da comunidade, setor público e demais
interessados.
O CE Fênix é um empreendimento de geração de energia elétrica por meio de
fonte eólica, formado por 12 parques a serem construídos nos municípios de
Amontada e Itapipoca, no Estado do Ceará.
Ao todo, o complexo está sendo planejado para englobar 83 aerogeradores, cada
um com potência de 5,3 MW, totalizando 439,9 MW. A energia gerada será injetada
no Sistema Interligado Nacional (SIN), contribuindo com a estrutura do setor
energético do Brasil.
Além dos aerogeradores, o CE Fênix terá circuitos internos de média tensão, que
levarão a energia até as Subestações (SEs). Ao todo, serão três SES, sendo duas
coletoras (responsáveis por elevar a tensão para 230 kV e transmitir internamente a
energia), além de uma elevadora, que deverá elevar ainda mais a tensão até 500
kV, de onde deverá partir uma Linha de Transmissão (LT) que conectará o
Complexo Eólico até o SIN.
Referência Bibliográficas
• TOLMASQUIM, MAURICIO T, “Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica, Solar”. EPE.
• ABBEólica (2019). Boletim de Dados Maio.2019/2018/2017/2016/2015.
• DUTRA, Ricardo. “Energia Eólica, Princípios e Tecnologias”. CRESESB.
• QUASCHNING, VOLKER. “Understanding Renewable Energy Systems”. Earthscan. UK, USA . 2005
• PARK, JACK. “The Wind Power Book”. Cheshire Books. Palo Alto, Califórnia.
• LIMA, LUCAS. GUIMARÃES, SEBASTIÃO. DE PAULA, AÍDSON. "Potência extraída de turbinas
eólicas baseada na comparação de diferentes tipos de velocidade dos ventos“ Artigo.
• CARVALHO, PAULO. RANGEL BORGES NETO, MANUEL. "Geração de Energia Elétrica -
Fundamentos". Ed. Érica. 1° Edição. São Paulo.
Data: junho/2016
Fernando W. S. de Oliveira
Engenheiro Eletricista, Mestre Eng. Mecânica em Energias Renováveis (UFC)
Doutorando Eng. Elétrica – Eletrônica de Potência - UFC
Graduando Engenharia de Computação
Professor Eletroeletrônica / Energias Renováveis / Controle e Servomecanismo / Instalações Elétricas
OBRIGADO!

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