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Introdução a Antropologia Cultural

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Introdução a Antropologia Cultural
A ANTROPOLOGIA E O TRABALHO EM CAMPO
O trabalho de campo da antropologia, iniciado no século XX, visava estudar as sociedades para que elas pudessem evoluir. Foram os trabalhos de campo de Franz Boas entre 1883 e 1902 e particularmente, a expedição de Bronislaw Malinowski às ilhas Trobriand, que consagraram a ideia de que os antropólogos deveriam passar um longo período na sociedade que estivessem estudando, para encontrar e interpretar seus próprios dados, em vez de depender dos relatos dos viajantes, como faziam os “antropólogos de gabinete”. Para Boas, o que constitui o “gênio próprio” de um povo é o que se dá nas experiências individuais, portanto, o objetivo do pesquisador é compreender a vida do indivíduo dentro da própria sociedade em que vive. Malinowski é considerado o pai do funcionalismo, pois acreditava que cada cultura tem como função a satisfação das necessidades básicas dos indivíduos que a compõem, para Malinowski a Antropologia seria o estudo segundo o qual, compreendendo melhor as chamadas sociedades “primitivas”, poderíamos chegar a compreender melhor a nós mesmos. Na década de 1970, surge nos Estados Unidos a antropologia interpretativa, um dos principais representantes da abordagem interpretativa é Clifford Geertz, ela propõe uma autorreflexão a respeito do trabalho de campo nos seus aspectos morais e epistemológicos. Um elemento importante para o desenvolvimento da pesquisa antropológica nas sociedades complexas foi a chamada “Escola de Chicago”. Em 1930, o termo Escola de Chicago foi utilizado pela primeira vez por Luther Bernard, em Schools of Sociology, por esse termo designa-se um conjunto de pesquisas realizadas, a partir da perspectiva interacionista, particularmente depois de 1915 na cidade de Chicago. A Universidade de Chicago surgiu em 1892, e em 1910 o seu departamento de Sociologia e Antropologia tornou-se o principal centro de estudos e de pesquisas sociológicas dos EUA. Já o estruturalismo e olhar de Lévi-Strauss, insistia em demonstrar o peso inerente da natureza, mas de forma alguma a automatização de suas interpretações. No fenômeno natural pode ser o mesmo, e a interpretação e a instrumentalização serem completamente diversas. A partir do século XX a cultura passou por uma espécie de organização, mudança, como toda mudança gera perguntas e gera debates importantes para a evolução de toda uma sociedade.
OLHAR ANTROPOLÓGICO DA CULTURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA COM FOCO NO CORPO E NA CONVIVÊNCIA CONJUGAL
A Antropologia modifica-se no campo do capital consolidado, ou seja, a realidade urbana altera as relações sociais quando o mundo passa a ser entendido como um campo de objetos que podem ser comprados. Dentro das realidades urbanas, por meio dos novos conjuntos culturais, grupos que eram limitados a um, dois ou três espaços de interações, passam a estar multiplicados de sentidos e meios. Para entender melhor o real motivo dessas sociedades serem tão complexas, foram feitos os seguintes levantamentos; para essa pergunta, foi feita uma pesquisa para compreender a cultura Brasileira, com o uso da antropologia. Vamos focar na importância do corpo e comportamento no Brasil, como afirma Marcel Mauss (1974), é através da “imitação prestigiosa” que os indivíduos de cada cultura constroem seus corpos e comportamentos. Para Mauss: O conjunto de hábitos, costumes, crenças e tradições que caracterizam uma cultura do corpo com uma valorização de certos atributos e comportamentos em detrimento de outros. Esse corpo varia entre as culturas e os contextos históricos e culturais, sendo adquiridos por meio da “imitação prestigiosa”. No Brasil, e particularmente no Rio de Janeiro, o corpo trabalhado, cuidado, sem marcas indesejáveis (rugas, estrias, celulites, manchas) e sem excessos (gordura, flacidez) mesmo sem roupas, está decentemente vestido. Na pesquisa realizada no Rio de Janeiro, onde foi perguntado para mulheres e homens, “o que ambos invejavam em outras mulheres”, a resposta feminina foi: beleza, corpo e inteligência, já para os homens, a resposta foi semelhante, alterando a ordem de importância. Outras perguntas sobre gosto e preferência foram feitas e as respostas dos homens e das mulheres novamente não fogem umas das outras, sempre com foco na beleza e no corpo. Desde o início deste século, os dados mostram que a brasileira é campeã na busca de um corpo perfeito. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, especialmente a mulher brasileira, tornou-se, logo após a norte-americana, a que mais faz plástica no mundo. O que torna o Brasil especial nessa área é o ímpeto com que as pessoas decidem realizar procedimentos estéticos e a rapidez com que a decisão é tomada. Existem três principais motivações, sendo elas: atenuar os efeitos do envelhecimento, corrigir aspectos considerados “defeitos” físicos, e esculpir um corpo considerado perfeito. No Brasil, esta última é a que mais cresce, “A busca do corpo perfeito”.
 
 
A FEBRE DA “BELEZA-MAGREZA-JUVENTUDE” E O CASO BRASILEIRO
Gilles Lipovetsky (2000) analisou a febre da “beleza-magreza-juventude” e disse: “A obsessão da magreza, a multiplicação dos regimes e das atividades ou modelagem do corpo. Testemunham o poder normalizado das modelos, em desejo maior de conformidade estética que se choca fatalmente com o ideal individualista e sua exigência de personalização dos sujeitos. Portanto, a antropologia, vista de forma aplicada, pode expor possibilidades diversas de entendimento e reflexão social.

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