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História do Rio Grande do Norte Professor Cleber Monteiro Rio Grande do Norte LOCALIZAÇÃO HISTÓRIA - BRASIL Colonização do Brasil Chegada dos Portugueses Encontro com os índios Escambo Tentativa de dominação Genocídio físico e cultural Ocupação do litoral Capitanias Hereditárias 15 faixas de Terras Entregues aos Capitães Donatário Poder sobre as terras Poderiam conceder as sesmaria Sesmaria Doação de uma extensão de terra a uma pessoa com a obrigação de cultivá-la em um período de 5 anos e de pagar os impostos a Coroa. Essa prática de doação de terras (sesmaria) foi extremamente importante, pois originou à formação de grandes latifúndios. Gaspar de Lemos avançou “em direção ao noroeste, acompanhando a costa brasileira provavelmente até o cabo de São Roque, no Rio Grande doNorte”, de onde mudou o curso seguindo direto para Lisboa, onde chegou em junho de 1500 (BUENO, 1998b, p. 34-35). O rei D. Manuel imediatamente enviou uma expedição exploradora para tomar posse da terra, confirmando a sua soberania, e iniciar a exploração do litoral. Chegava ao Brasil, em 1501, a expedição de Gaspar de Lemos, que tomou posse do Brasil no Rio Grande do Norte, mais exatamente em Touros, onde foi chantado, na “praia dos marcos”, o marco de posse – o Marco de Touros, assegurando a terra para os portugueses. Gonçalo Coelho, em 1501, foi o primeiro navegador português a navegar no litoral norte-rio-grandense após Gaspar de Lemos. Depois de fazer uma travessia difícil, uma viagem de “67 dias para fazer o mesmo trajeto que, um ano emeio antes, Pinzón percorreu em apenas 13”. Ao desembarcar os portugueses não viram ninguém. Mas, na manhã do dia seguinte, enquanto os marinheiros enchiam os tonéis de água fresca, colhiam palmitos e cortavam lenha, um grupo de indígenas surgiu no alto de um pequeno morro próximo à praia. Embora os marujos lhes oferecessem guizos e espelhos, os nativos se recusaram a manter qualquer contato – exatamente como haviam feito os Potiguar Quando o Brasil foi dividido em capitanias, a capitania do Rio Grande (depois Rio Grande do Norte) coube ao historiador João de Barros, alto funcionário do governo português, e a Aires da Cunha, fidalgo que destacou-se lutando contra piratas e corsários. A capitania do Rio Grande, Era uma das maiores, incluindo parte dos estados da Paraíba e do Ceará e fazendo limite para o interior com o meridiano de Tordesilhas. Outras 50 léguas foram doadas a João de Barros e Aires da Cunha, mais para o norte, onde hoje seria parte do estado doMaranhão. G ra n d e ex p ed iç ão Aires da Cunha e Filhos de João de Barros 900 Homens 100 Cavalos 10 navios Mesmo com o fracasso dessa primeira tentativa de colonização da capitania, houve nova tentativa anos depois, quando foi organizada uma segunda expedição comandada pelos filhos de João de Barros, remanescentes da primeira tentativa. Porém, o resultado foi igualmente desastroso, fato atribuído, conforme Hollanda (1989, p. 105), “a exações praticadas contra os silvícolas pelos predecessores”. Na tentativa de ocupar e colonizar o Rio Grande, João de Barros gastou uma quantia considerável, ficando, segundo Frei Vicente do Salvador (1982, p. 128), “tão pobre e endividado que não pôde mais povoar a sua terra”. Ainda assim, o donatário continuou parcialmente interessado na capitania, assegurando-se dos seus limites e administrando-a através de um procurador, Antônio Pinheiro, baseado em Igaraçu (Pernambuco), arrendando trechos de seu território para a extração do pau-brasil ou coleta de búzios (na atual praia de Búzios). Mas nunca tomou posse dela, revertendo-a à coroa portuguesa na segundametade do século XVI. In te rv en çã o d ir et a d a co ro a Perdoou a dívida contraída Concedeu uma pensão de 500 mil réis a viúva e a 1 dos filhos Capitania foi revertida de hereditária para real FCC/AL-RN/2013 Ao longo do século XVI, a) os franceses frequentaram assiduamente o litoral do Rio Grande do Norte, explorando o pau-brasil b) os portugueses firmaram sólidas e fraternais alianças com os índios da região, os potiguares c) a Capitania do Rio Grande coube ao donatário Duarte Coelho, que a transmitiu a seus descendentes d) os moradores de Pernambuco e Itamaracá uniram-se aos franceses, no contrabando de madeira e) revelou-se a excepcional fertilidade das terras do Rio Grande para o cultivo da cana-de-açúcar FCC/MPE-RN/2010 Durante a União Ibérica, a Capitania do Rio Grande do Norte passou a fazer parte do interesse expansionista de Filipe II da Espanha, tendo em vista: a) o sucesso da economia de subsistência praticada pelos índios potiguares no interior da capitania, cuja produção poderia fornecer altos lucros no mercado consumidor de produtos tropicais b) a constante invasão de povos estrangeiros na capitania, particularmente de holandeses, que estabeleciam fortes laços de aliança com os indígenas da tribo potiguar no sertão nordestino c) a posição geográfica da capitania, que possibilitava acesso estratégico à colônia e exploração de todas as terras da costa brasileira, especificamente da região nordestina d) a necessidade de expansão da colonização e a implantação de núcleos de povoamento, a organização e a criação de órgãos administrativos capazes de promover a expulsão dos franceses da capitania e) o fracasso do sistema de capitanias hereditárias que favorecia incursões estrangeiras, principalmente francesas, na capitania que colocavam em risco o domínio espanhol em terras brasileiras História do Rio Grande do Norte Professor Cleber Monteiro Ocupação Em virtude do fracasso do sistema de Capitanias Hereditárias, grande parte do Brasil, principalmente ao norte da capitania de Pernambuco, não foi povoada pelos colonizadores portugueses. Essa área do Brasil era constantemente ameaçada de invasão por outras nações europeias, principalmente os franceses. A presença francesa na costa brasileira até 1550 limitara-se à extração de pau-brasil, através do escambo com os índios. Mas a partir de 1555, os interesses franceses eram outros, dada a tentativa de ocupação e colonização do Rio de Janeiro. Tentando fugir das perseguições religiosas, os protestantes franceses, liderados por Gaspar de Coligny e Nicolau Villegaignon invadiram o Rio de Janeiro em 1555, fundando aí uma colônia (FrançaAntártica), de onde foram expulsos em 1567. Ex p u ls ão d o s fr an ce se s Garantir a posse das Terras Abrir caminho para a região Amazônica Derrotar / pacificar os indígenas As relações eram ainda mais facilitadas porque os franceses não tinham nenhuma “exigência moral para o indígena nem pretendiam fundar cidade, impor costumes, obrigar disciplina”, enquanto os portugueses, ao se depararem com os nativos tentavam logo moldá-los, tentando catequizá-los e ensinar-lhes algumas normas de conduta. Os franceses só queriam fazer comércio e, talvez por isso, respeitavam a cultura indígena. O português vinha para ficar, criando ambiente, à sua imagem e semelhança, construindo fortes, plantando cidade, falando em leis, dogmas, ordenações e alvarás. Aliança franco-indígena Fundação de Natal O Governador Geral Francisco de Sousa (1591-1602) pôs em marcha os planos para expulsar os franceses e apaziguar os índios. Para consolidar a conquista, deveria ser construída uma fortaleza. Foi organizada uma expedição marítima e terrestre, com a presença de jesuítas e franciscanos, centenas de indígenas e vários negros da Guiné. Aliados dos franceses, os índios atacaram a expedição portuguesa próximo à foz do rio Potengi. A situação dos portugueses era muito difícil, devido ao número de baixas na tropa. Para melhor se defenderem, os portugueses ergueram “um entrincheiramento de varas de mangue traçadas e barro socado, tornando-se o primeiro reduto. Para assegurar a posição conquistada, os portugueses iniciaram, a 06 de janeiro de 1598, a construção da Fortaleza dos Santos Reis,popularmente conhecida como Forte dos Reis Magos, erguido “a setecentos e cinquenta metros da barra do Potengi, ilhado nas marés altas”. Originalmente em taipa (barro e varas), era uma fortificação provisória, com o mínimo de segurança para abrigar a gente da expedição, protegendo-a contra o inesperado ataque dos índios. Construída a fortificação, realizou-se, em 24 de junho de 1598, a primeira missa no território da capitania. A cidade de Natal foi fundada a 25 de dezembro de 1599. O Brasil estava sob domínio espanhol. Porém, antes da fundação de Natal, os colonos agruparam-se próximos à “Fortaleza dos Santos Reis” para melhor se defenderem dos índios, originando uma pequena povoação, posteriormente chamada de “Cidade dos Reis”. A pacificação dos índios só veio mais tarde, em 11 de junho de 1599, na cidade de Filipéia (atual João Pessoa-PB), quando os jesuítas Gaspar de Samperes, Francisco Lemos e Francisco Pinto, que os potiguares chamavam de Amanaiara (Senhor da Chuva), convenceram-nos a aceitar um tratado de paz com os portugueses. Pelo lado dos índios, os chefes Mar Grande e Pau Seco foram de grande ajuda para obtenção da paz, enquanto pelo lado português, além dos já citados sacerdotes, foi de substancial importância a participação de Jerônimo deAlbuquerque. Após a pacificação dos índios, as autoridades da capitania construíram uma igreja (antiga catedral de Natal), inaugurada no dia 25 de dezembro de 1599, e demarcaram o espaço para a nova cidade. A população, sentindo-se segura pelo recém assinado tratado de paz, começou a ocupar lentamente as imediações do templo religioso. Assim, a inauguração da igreja representa o marco cronológico inicial de Natal, quarta cidade fundada no Brasil. Quem fundou Natal? Jerônimo de Albuquerque? Manuel de Mascarenhas? João Rodrigues Colaço? A p ó s a cr ia çã o d e N at al Começa os projetos para desenvolve-la economicamente A produção pecuária só ocorre em grande proporção na segunda metade do séc. XVII Pouco povoada A região se destacava como núcleo de defesa militar Presença da Fortaleza de Santos Reis Afastamento definitivo dos franceses Abrigo para navios descarregados Posto avançado para novas jornadas Para o Rei de Portugal era ponto estratégico e de defesa territorial Encurtamento da distância Afastamento de estrangeiros Segura base de apoio para expansão colonial Capitão-Mor João Rodrigues Colaço inicia a concessão de Sesmaria Apesar de ser posto de sentinela avançada da colonização portuguesa no Brasil, Natal não passava de um pequeno povoado, com pouco mais de uma centena de habitantes, excluindo-se os moradores da Fortaleza dos Reis, tendo, em 1607, “vinte e cinco moradores e cerca de oitenta nos arredores, pescando, caçando e plantando roçarias. Principais atividades econômicas do Rio Grande Pesca Abastecia as capitanias da Paraíba e Pernambuco Pecuária Com maior intensidade a partir da segunda metade do século XVII Extração de Sal Roças de subsistência Para o interior da capitania existiam alguns poucos engenhos, entre os quais destacamos Cunhaú, Uruaçu e Ferreiro Torto, nos atuais municípios de Canguaretama, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, respectivamente, sendo Cunhaú o mais importante entre eles. As terras do engenho de Cunhaú coube à capitania do Rio Grande quando, em 1611, foi feita a demarcação com aCapitania do Sul. C o n h ec im en to d o t er ri tó ri o d o R io G ra n d e Ao sul, litoral e algumas léguas do interior Devidamente ocupado Norte Ocupado de maneira mais lenta Não passava de Maxaranguape FCC/AL-RN/2013 Sobre a pacificação dos índios potiguares no território que compreendia o Rio Grande (mais tarde do Norte), é correto afirmar: a) A pacificação deu-se por lento processo de mestiçagem, resultante do casamento de inúmeros portugueses com índias potiguares, cujos descendentes povoaram o atual RioGrande do Norte. b) Os índios potiguares rejeitaram a intermediação de missionários jesuítas nas negociações pelo acordo de paz, aceitando apenas as tratativas feitas por Jerônimo deAlbuquerque, mestiço de índio e branco c) Os violentos confrontos entre colonizadores e potiguares ficaram conhecidos na História do Brasil como Guerra dos Bárbaros, que resultou, após o extermínio de grande parte da população indígena, na pacificação. d) Após muitos combates violentos contra colonizadores luso-brasileiros, os índios potiguares aceitaram acordo de paz em 1599, com intermediação de Jerônimo deAlbuquerque e padres jesuítas. e) Usa-se a expressão “pacificação dos índios potiguares” para identificar o momento a partir do qual a prática do canibalismo foi abandonada e a fé cristã foi adotada pelos índios. FCC/AL-RN/2013 A cidade de Natal foi fundada: a) pelo donatário da capitania hereditária do RioGrande, Duarte Coelho. b) durante a invasão dos holandeses, para garantir-lhes a ocupação do litoral nordestino. c) com a cooperação de invasores franceses, aliados aos indígenas tapuias que habitavam o litoral. d) no início do século XVII, por representantes da Companhia da Índias Ocidentais. e) no período da União Ibérica (Portugal e Espanha), após a morte de D. Sebastião.
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