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O estado persa de David Ashiri


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O Estado Persa 
O Império Aquemênida foi um dos maiores impérios da antiguidade, que existiu entre os séculos VI e IV a.C. Foi fundado por Ciro, o Grande, e atingiu seu auge sob o reinado de Dario I e Xerxes I. O império abrangia uma vasta área territorial, que ia desde o Egito até a Índia. Os Aquemênida eram conhecidos por sua administração eficiente, sistema de estradas, e tolerância religiosa em relação às culturas dominadas. No entanto, o império entrou em declínio após a invasão de Alexandre, o Grande, e eventualmente foi conquistado pelos selêucidas. 	O texto escrito por David Asheri, O Estado Persa, mostra uma visão diferente do que aprendemos e pensamos a respeito do império Aquemênida. Ao analisarmos o texto nos deparamos com a origem da palavra império, que por sua vez se originou do latim, imperium, dita e escrita de forma diferente pelos gregos, podendo ser pronunciada como, arkhé ou megále arkhé, cujo significado da palavra é, sistema político onde um líder ou monarca governa sobre diversos territórios e povos, mas a concepção de estado persa é aliança de estados livres, podendo ser chamada de cidade-estado. Podemos ver nas Inscrições de Behistun, recorrentemente o termo khshasa “reino”, termo esse desenvolvido da semântica imperium, podendo ser comparada com expansão territorial. 
A relação entre centro e periferia levantam grandes dificuldades a respeito desse assunto, podemos considerar que o centro persa é constituído pelas grandes cidades, Persépolis e Pasárgada, possuindo uma infraestrutura avançada a respeito da agricultura, arboricultura e hidráulica, além da infraestrutura oferecida a sensação de segurança é maior por obter muralhas ao redor da cidade e o exército a proteger o império. Diferente do centro, a periferia é constituída por povos e tribos afastadas da capital, possuindo uma infraestrutura não tão solida, assim se “afastando” da figura imperial. Vendo este afastamento dos povos conquistados, “é constituída uma forma de gerência”, dessas províncias e cidades, sendo conhecidos como sátrapas podendo ser chamados de governadores, líderes regionais ou reis súditos, tendo por sua obrigatoriedade a administração das cidades, províncias e capitais. Algo de grande importância para um reinado ou império, são os títulos impostos perante as figuras de grande notoriedade, isso por sua vez na distinção de títulos pelo império. O símbolo de maior autoridade que podemos ter é o “Rei ou Imperador”, essas características titulares são vistas nas inscrições de Ciro, o grande, nomeando-se como “O Grande Rei”, também podemos ver essa característica com o conquistador de babilônia, mencionando uma frase icônica do Império Aquemênida que diz, “Eu sou Ciro, Rei do mundo, Rei poderoso, Rei de Babilônia, Rei do país de Sumer e Akkad , Rei das quatro margens do mundo", ao analisarmos esse título imaginamos que seja por inscrição persa, mas esta inscrição tem como origem da chancelaria babilônica também vemos Dario I, nas inscrições aquemênidas como, “Rei dos Reis”, título esse monárquico extremamente antigo, podendo ser atestado por egípcios, assírios e gregos. 
Algo resultante de um grande império, é a diversidade de povos com culturas e crenças distintas, vemos que a maior dificuldade é a falta de comunicação direta, afetando a relação do imperador com seus súditos. Podemos analisar essa problemática nas inscrições de behistun, que possui três textos iguais, mas escritos em línguas diferentes, como o babilônico, elamita e persa antigo. Os textos foram dirigidos de forma que o império Aquemênida nunca fosse esquecido na história, dando foco ao Imperador Dario I, mostrando como seu império é, soberano e influente sobre os outros. Conforme a dificuldade de comunicação do imperador aos seus súditos, foram implementados os poliglotas ou bilingues, pessoas que falavam duas ou mais línguas para exercer a função de intérpretes no império, também podendo ajudar na comercialização de cidades, províncias e capitais. Para a construção de leis e decretos imperais, foram implementados os escribas, pessoas designadas a função de escrever texto, registrar dados numéricos, redigir leis, copiar e arquivar informações, é visto que poucas pessoas dominavam a prática escriba e poliglota, dando assim um grande destaque na sociedade. Porém, possuir uma função tão importante do cargo, proporcionava uma desconfiança solida, pois os intérpretes e escribas poderiam estar passando informações reais, para os inimigos do império, podendo ocasionar rebeliões e revoltas internas e externas, ainda assim eram profissões bem-vistas e desejadas pelos plebeus e nobres.
A tolerância religiosa no império Aquemênida, é uma concepção nobre pois, dá o direito aos povos de culturas distintas exercerem as práticas e crenças religiosas. Essa lei é exercida após a criação do cilindro de Ciro, que por sua característica única, diz a respeito dos direitos humanos, retratando ao bem-estar do indivíduo e alocando a possibilidade de se sentir seguro ao praticar sua crença. Podemos encontrar essa tolerância a respeito do povo hebreu que, por sua vez tinha o desejo de reconstruir o templo de Jerusalém, este desejo é concedido por Ciro I, que decreta que todos os hebreus que quiserem voltar a Jerusalém para reconstruir o templo, terão seu apoio. (Esdras, 4-6). Outro exemplo de tolerância cultural e religiosa, é a respeito de Mardoqueu e Ester, história essa que narra perseguição do povo judeu, essa perseguição é cometida por Hamã, homem de confiança de Assuero ou também conhecido como Xerxes I. Ao decorrer da história Xerxes I, descobre que Ester sua esposa é judia, e conhece as verdadeiras intenções de Hamã, do qual é sentenciado a morte. (Ester, 7-9). No breve relato da história de Ester, podemos analisar que as inscrições do cilindro de Ciro, eram usadas muito depois de sua criação, sendo um símbolo de justiça, respeito e tolerância, por todo império persa. 
No império persa não havia apenas uma religião, por conta de seu vasto território, aliás, cada localidade tinham suas tradições e costumes. Mas algo intrigante a saber, é se os imperadores Aquemênidas possuíam uma religião oficial. O zoroastrismo é uma crença que nasceu na pérsia, por volta do século VI a.C. atribuído ao profeta Zaratustra chamados pelos gregos de Zoroastro, a criação dessa crença é intitulada a ilusão a ele. Podemos dizer que a capital persa, era praticante do zoroastrismo e que sucessivamente os imperadores também praticavam a crença. Mas é comumente visto, o deus Ahura Mazda, que se move sem ser movido, que não se iguala a ninguém, e do qual os céus não podem ser roubados, um deus imutável. A visão imperial a respeito de Ahura Mazda, é que ele capacita a posição de imperador, dando uma visão social, política, cultural e dominante, além disso a concepção de criador é atribuída a esse deus, criando céus, terras, homens e afins. Sendo uma crença politeísta, da qual Ahura Mazda, cria Agra Mainyu (o espírito destrutivo) e Spenta Meynu (o espírito bom).
No texto, podemos ver a figura de Heródoto narrando alguns acontecimentos do império Aquemênida, da qual o próprio se apropria das visões dos povos agredidos. A visão estrangeira do Império Persa varia dependendo da fonte e do período histórico em questão. Durante o seu auge, o Império Persa era admirado por muitos estrangeiros devido à sua vasta extensão territorial, governo eficiente e riqueza cultural, no entanto, também enfrentou críticas e conflitos com outros impérios e civilizações. As críticas mais presentes do império persa é a centralização excessiva do poder, da qual o império possuía uma visao arbitraria em relação ao poder, além de possuir características do despotismo. A questão econômica do império, tinha como base a exploração tributária das regiões conquistadas, o que pode ter causado revoltas locais. Como muitos impérios da época, o império Aquemênida possuía desigualdades sociais significativas, com uma elite privilegiada desfrutando de benefícios em detrimento das camadas mais baixas da sociedade,o controle político e social era muitas vezes mantido através de métodos repressivos, como espionagem e punições severas, o que poderia gerar medo e insegurança na população. É importante considerar essas críticas dentro de um contexto histórico específico, reconhecendo que o Império Persa também teve realizações significativas em termos de arte, arquitetura, administração e tolerância religiosa. 					
David Asheri foi um importante historiador italiano nascido no dia 1 de novembro de 1925 e falecido no dia 3 de fevereiro 2000. Ele era especializado em história antiga, particularmente na Grécia antiga e no Oriente Médio. Asheri é bem conhecido por sua pesquisa sobre Heródoto e o mundo persa. Embora seja apreciado por seu grande conhecimento em estudar e explicar o contexto histórico e cultural em que Heródoto escreveu, Asheri também explorou outros aspectos da antiguidade clássica e suas interações com outras culturas e civilizações. Um de seus trabalhos mais reconhecidos é sobre a interpretação dos textos de Heródoto, especialmente considerando a interação entre os gregos e o Império Persa. Asheri escreveu e editou livros e artigos que são fundamentais para o estudo de temas clássicos e antigos, ajudando a moldar a compreensão moderna desses períodos importantes.
Aluno: Eduardo dos Santos Pereira 
RA:3142320

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