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O Relatório Belmont, em 1978, enunciou os chamados princípios gerais da Bioética. Relativamente a esses princípios, é CORRETO afirmar: O princípio da beneficência está inserido no entendimento de que todos devem ter acesso igualitário a ações de saúde. A não-maleficência significa que a pessoa pode decidir não se submeter a tratamento desnecessário. O princípio da justiça significa a ideia de que o médico não deve agir para causar lesão ao paciente. Havendo conflito entre os princípios, sempre prevalecerá a autonomia Beneficência significa um agir, com base no Juramento de Hipócrates, buscando o melhor benefício com o menor risco. 2a Questão (Ref.: 201608867476) Fórum de Dúvidas (1 de 8) Saiba (0) 3.) O principialismo rege os principais conceitos bioéticos, sendo este um conjunto de reflexões que postulam: As diretrizes de condutas a serem tomadas em cada caso, sendo que cada princípio, cita-se: Autonomia, Justiça, Beneficência e Não-maleficência; deve ser amplamente discutido visando a melhor tomada decisão. Que o princípio da beneficência e o da não-maleficência regem os mesmos aspectos, sendo apenas um o reforço do outro, sem que haja condições e particularidades específicas que distinguam o real conceito de ambos. Que o princípio da não-maleficência é pouco fundamentado, sendo este o menos preponderante dos princípios. Que cada sociedade deve reger seus próprios conceitos, baseados em referências sócio-demográficas, políticas, culturais e religiosas. Que a justiça deve sempre favorecer os mais preparados e dotados de capacidade de argumentação. 3a Questão (Ref.: 201608141643) Fórum de Dúvidas (1 de 8) Saiba (0) Muitas questões têm sido ojeto de polêmica, principalmente quando se fala de ações ou soluções éticas. Nesse sentido assinale a opção que melhor reflete a aplicação da ética na solução desses dilemas bioéticos: As inovações trazidas pela biotecnologia e pela biomedicina devem, num primeiro momento, ser alvo de considerações éticas. Mas, num segundo momento, é necessária a sua incursão pelo mundo da economia e da política, pois estes serão capazes de traçar moldes concretos do que seja 'mínimo ético' perseguido. As inovações trazidas pela biotecnologia e pela biomedicina devem ser alvo apenas de considerações éticas. As inovações trazidas pela biotecnologia e pela biomedicina devem, num primeiro momento, ser alvo de onsiderações éticas. Mas, num segundo momento, é necessária a sua incursão pelo mundo do direito, pois este será capaz de traçar moldes concretos do que seja 'mínimo ético' perseguido As inovações trazidas pela biotecnologia e pela biomedicina não devem, num primeiro momento, ser alvo de considerações éticas, pois é necessária apenas a atuação do direito. A solução dos dilemas bioéticos dependem apenas de vontade política dos legisladores e não de princípios éticos sem normativade. 4a Questão (Ref.: 201608176195) Fórum de Dúvidas (8) Saiba (0) Desde quando o homem passou a ter poderes médicos sobre a vida humana, questionamos os seus limites. Esses limites são tema de estudo da ética e da moral e, como consequência, da própria Bioética. Nesse contexto, analise as proposições seguintes e, após, assinale a opção CORRETA: I - Encontramos no Juramento de Hipócrates, datado do século V a.C., indicações de como a conduta médica deveria se pautar. II - Os limites da ação humana, em especial na pesquisa com seres humanos, foram objeto de questionamento no julgamento realizado pelo Tribunal de Nuremberg. III - As novas tecnologias, devido a seu pioneirismo tecnológico e científico, não estão submetidas à ética. As proposições II e III estão corretas. As proposições I e II estão corretas. As proposições I e III estão corretas. Apenas a proposição II está correta. Apenas a proposição I está correta. 5a Questão (Ref.: 201608869183) Fórum de Dúvidas (8) Saiba (0) Os Testemunhas de Jeová são um caso prático de discussão bioética nas questões médicas. Os praticantes desta religião não autorizam a prática da transfusão de sangue por conceitos religiosos. Este direito contrasta com o Código de Ética Médico e os princípios do Ato Médico, contrapondo a vontade do enfermo e a necessidade deste procedimento terapêutico. De acordo com os princípios da bioética, qual a "principal" fundamentação que sustenta o indivíduo religioso para a não realização da transfusão, e qual fundamentação sustenta o Ato Médico para a realização do referido procedimento terapêutico, respectivamente? Autonomia e Beneficência Beneficência e não-maleficência Beneficência e Justiça Não-maleficência e Justiça Justiça e Não-maleficência 6a Questão (Ref.: 201608174932) Fórum de Dúvidas (8) Saiba (0) A forma como as discussões bioéticas são tratadas difere muito entre os países, pois há, também, a influência da cultura e de questões sociais. Assim, podemos identificar algumas diferenças marcantes entre os sistemas europeu, anglo-americano e latino. No contexto, assinale a alternativa que corresponde ao sistema latino. O modelo latino-americano privilegia a justiça, a equidade e a solidariedade, sem desconsiderar a vontade do paciente. O modelo latino-americano foi dominante nos primórdios da Bioética. Contudo, vem sofrendo forte influência europeia, asiática e norte-americana. Não há um modelo latino, apenas o norte-americano. Privilegia mais a fundamentação. É acusado de conferir uma parcela demasiadamente extensa de autonomia ao paciente. 7a Questão (Ref.: 201608174934) Fórum de Dúvidas (8) Saiba (0) Várias tentativas foram realizadas no sentido de dar-se normatividade a lguns procedimentos bioéticos. Nesse sentido , o Diploma normativo que melhor se aplica à preocupação com a maipulação do patrimônio genético humano é: Declaração Universal dos Direitos Humanos das Gerações Futuras. Código de Nuremberg. Declaração Universal do Genoma Humano (UNESCO). Carta de São Francisco (ONU). Juramento de Hipócrates. 8a Questão (Ref.: 201608174929) Fórum de Dúvidas (8) Saiba (0) A partir de experimentos realizados com seres humanos, sobretudo durante a II Guerra Mundial, percebeu-se a necessidade de definir-se condutas básicas na realização dessas experiências. Mas, só apenas em 1978 foi elaborado um documento que continha esses procedimentos, o Relatório Belmont. Sobre o tema, é CORRETO o que se afirma em: O consentimento informado, nesses casos, seria dispensado em caso da pesquisa ser feita com incapazes. Não seria admitida a realização de pesquisas com seres humanos sem que houvesse o devido consentimento informado. Atualmente, em função dos avanços legislativos, os princípios gerais da Bioética não têm aplicação no Brasil. No Brasil, apesar da adoção dos princípios, sempre prevalecerá a vontade como elemento decisivo para a realização da pesquisa, independentemente de qualquer outro fator. Apesar de depender do caso concreto, a lei pode autorizar a realização de pesquisas com seres humanos, contra a vontade do indivíduo, por entender que não há violação de nenhum princípio bioético. Pela primeira vez, cientistas brasileiros poderão remunerar mulheres por entrega de óvulos para pesquisa. Considerando o ordenamento jurídico brasileiro, essa prática seria permitida? Sim, desde que haja o consentimento livre e esclarecido do marido ou companheiro. Não, pois não há possibilidade de remuneração por entrega de material biológico, em razão do princípio da solidariedade e da não-comercialização Sim, não havendo a necessidade de consentimento livre e esclarecido, somente um termo de autorização. Sim, desde que haja consentimento livre e esclarecido. Sim, pois há autorização expressa na legislação.2a Questão (Ref.: 201608877448) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) O racismo, assim como a injúria racial são considerados crime sendo passíveis de punição de âmbito legal, estando embasados na Constituição Brasileira nas leis 2.848 e 7.716 do Código Penal. Também são atitudes passíveis de discussões bioéticas, uma vez que ferem seus princípios em relação aos descriminados das formas mais diversas, dependendo de cada caso de injúria ou ato racista. Qual dos princípios bioéticos podemos considerar como o primeiramente infringido ou lesado quando tratamos de atos de racismo e injúria racial? Nenhuma das alternativas está correta. Justiça Não-maleficência Beneficência Autonomia 3a Questão (Ref.: 201608232239) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Na construção do que se denomina ¿Biodireito¿, que para alguns autores é um novo ramo do Direito, encontraremos normas que se apresentam no âmbito dos direitos da personalidade, dos direitos fundamentais e humanos. Nesse contexto é possível afirmar: Que o Biodireito não foi formado contemplando os aspectos bioéticos relacionados às condutas dos profissionais das áreas de biociências. O Biodireito, enquanto ramo autônomo, não considera os chamados biodireitos fundamentais como base de sua formação. Que a formação de um Biodireito não depende de abordagens relativas aos demais ramos do direito. Que o Biodireito não contempla direitos não positivados na Constituição da República. Que os direitos da personalidade têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais, e são trabalhados no âmbito do Direito Civil. 4a Questão (Ref.: 201608141638) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Considerando que os direitos da personalidade são caracterizados como intransmissíveis, marque a afirmação VERDADEIRA: A doação de órgãos intervivos não é considerada um caso de transmissibilidade de poderes vinculados aos direitos da personalidade. Apenas o direito à imagem é considerado caso de transmissibilidade de poderes vinculados aos direitos da personalidade. Em alguns casos, pode-se admitir a transmissibilidade de poderes vinculados a determinados direitos da personalidade São sempre transmissíveis. A regra da intransmissibilidade não admite nenhuma exceção. 5a Questão (Ref.: 201608232343) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A Constituição Federal elenca, entre os direitos fundamentais, o direito à vida. Podemos conceber que a proteção conferida ao direito à vida é a de não a ter interrompida por ato de outrem. Assim, é correto: A proteção do estado, no que concerne à vida humana, tem como principal elemento de justificativa a tutela patrimonial dele decorrente. A tutela penal do direito à vida não abrange o infanticídio. A tutela legal que dá efetividade ao direito à vida não é aplicada ao nascituro, apenas ao nascido com vida. Mesmo não sendo enquadrado entre os chamados direitos fundamentais, o direito à vida é amparado pelo Código Penal. Na forma da Pacto de San José, do qual o Brasil é signatário, Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção 6a Questão (Ref.: 201608232346) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Após ser consultado por um médico, Mévio é informado, oralmente, que tem dores localizadas e que o tratamento recomendado é a medicação que prescreveu na receita. Saindo do consultório, Mévio compra os remédios a passa a tomá-los conforme prescrito. Pode-se dizer que a conduta de Mévio caracteriza: Uma violação ao princípio do consentimento informado e beneficência. O consentimento informado que, no caso, deu-se tacitamente. A consagração do princípio da justiça. Uma violação apenas ao princípio da beneficência. Apenas a presença da autonomia da vontade. 7a Questão (Ref.: 201608892960) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, respalda a liberdade das pesquisas científicas, porém, esta ainda deve possuir restrições e limitações. Prova disto está embasada na própria Constituição, como por exemplo o que fundamenta o Decreto 55.91\05 que regulamenta a Lei 11.105 de 2005 sobre organismos geneticamente modificados. Apenas uma afirmativa abaixo NÃO FUNDAMENTA a motivação de haver controle regimentar legal nas pesquisas, principalmente com seres humanos, animais, e que envolvam o meio ambiente. Assinale-a. Devido aos valores constitucionais da pessoa. Devidos aos bens jurídicos de um cidadão, como a integridade física e psíquica. Devido ao direito fundamental de cada indivíduo, como a vida. Para garantir os valores pagos àqueles que doam órgãos. Respeito à dignidade humana. 8a Questão (Ref.: 201608176197) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A liberdade de pesquisa está prevista no inciso IX do art. 5º da CRFB. No contexto dessa liberdade constitucional: Na hipótese de conflito entre esse direito e outros, como o direito à vida e à integridade física, deve-se aplicar a técnica da ponderação. Além disso, deve-se frisar que a liberdade de pesquisa não pode levar à ¿coisificação¿ do ser humano . Entende-se que o direito à liberdade de pesquisa não entra em conflito com nenhum outro direito fundamental. Para dar efetividade a esse direito, é necessário afastar o princípio da autonomia da vontade. Mesmo para aqueles que entendam haver a possibilidade de conflito com outras disposições constitucionais, este é solucionado a favor da pesquisa, pois esse direito é superior aos demais, por visar a saúde das pessoas. A doutrina, sem exceção, entende que a liberdade de pesquisa não pode ser limitada. Com relação à antecipação terapêutica do parto, tomada em cotejo com o direito à vida, é correto o que se afirma em: O direito ao corpo não pode ser usado como argumento para a prática indiscriminada do aborto. Este só poderia ser legalmente realizado na forma prevista no próprio ordenamento jurídico. Segundo o posicionamento do STF, só se admite a antecipação do parto nas hipóteses de estupro. Não há qualquer indicação no ordenamento jurídico brasileiro permitindo o aborto, pois entende-se que este contraria o princípio fundamental do direito à vida. Na hipótese, a partir da ponderação de interesses, o direito ao corpo é prevalente sobre o direito à vida. No julgamento da ADPF 54, o STF vetou qualquer possibilidade de antecipação terapêutica do paro de feto anencefálico. 2a Questão (Ref.: 201608175461) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A questão relacionada aos fetos anencefálicos é tema importante e, inclusive, grando debates no próprio judiciário, inclusive no STF. Considerando a questão, no âmbito dos Biodireitos: Dentre as medidas adotadas, está a de incluir no Código Penal um tipo penal específico para punir com maior rigor o aborto de anencéfalo. As intervenções do Judiciário, em questões como esta, não caracterizam o fenômeno da judicialização das discussões bioéticas. O Ministério da Saúde homologou resolução do Plenário do Conselho Nacional de Saúde, na qual se atribui ao próprio ministério a responsabilidade de promover ações que visem à prevenção de anencefalia. Não sendo considerado pessoa, não há preocupação jurídica com a questão da gravidez de feto anencéfalo. Não há, na resolução do Ministério da Saúde, previsão de distribuição de ácido fólico, apenas prevê o acompanhamento clínico da gravidez. 3a Questão (Ref.: 201608175456) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) O direito á vida, diante de sua importância , é enumerado como um Biodireito fundamental. Com relação à efetivação do direito à vida: O nascituro, mesmo ainda não tendo nascido com vida, já é considerado titulardo direito à vida. Não há uma tutela jurídica no que se refere a proteção ao direito à vida do nascituro. A lei dá o mesmo tratamento jurídico, inclusive com a tutela exata do mesmo tipo penal, à proteção à vida da criança e do adolescente e do embrião pré-implantatório. O Código Penal tipifica como homicídio a destruição de embrião extracorpóreo. A lei dá o mesmo tratamento jurídico à tutela do direito à vida do nascituro e do embrião extracorpóreo. 4a Questão (Ref.: 201608161591) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Considerando que os direitos da personalidade são caracterizados como intransmissíveis, marque a afirmação VERDADEIRA: Apenas o direito à imagem é considerado caso de transmissibilidade de poderes vinculados aos direitos da personalidade. A doação de órgãos inter vivos não é considerada um caso de transmissibilidade de poderes vinculados aos direitos da personalidade. A regra da intransmissibilidade admite exceção. em qualquer hipótese pode haver a comercialização de órgão de doares vivos. Em nenhuma hipótese, pode-se admitir a transmissibilidade de poderes vinculados a determinados direitos da personalidade. 5a Questão (Ref.: 201608141645) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Já é possível detectar se o embrião tem alguma alteração cromossômica e até se é menino ou menina, antes mesmo de ele ir parar na barriga da mamãe. Parece mágica, mas é ciência mesmo. Analise a possibilidade de intervenção médica na definição do sexo sde uma criança, tendo como ponto de partida a posição adotada pelo Conselho Federal de Medicina e a aplicação dos princípios bioéticos. Todas estão incorretas. O CFM apenas permitiria essa prática com autorização expressa dos pais, diante de consentimento informado. Há vedação expressa em Resolução do CFM, excepcionalizando os casos em que se admite a escolha do sexo para evitar a ocorrência de doença geneticamente transmissível em razão do gênero. Não há qualquer restrição legal ou principiológica à manipulação genética,. amapardo no princípio da autonomia da vontade. Há vedação expressa , em Resolução do CFM, à escolha do sexo, entendendo-se que tal prática viola a dignidade da pessoa humana. 6a Questão (Ref.: 201608175464) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) O artigo 2º. do Código Civil de 2002 estabelece que ¿a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro¿. O conceito e a natureza jurídica do nascituro são questões controvertidas, o que originou diversas correntes relativas ao início da personalidade. Sobre o tema: Não existe uma preocupação jurídica em definir o momento em que a pessoa humana adquire personalidade civil, pois não há relevância material envolvida. O STF já manifestou o entendimento, inclusive através de súmula vinculante, de que o Brasil adota a teoria natalista, inclusive para efeito do direito à vida. Segundo a teoria natalista, o nascituro já seria titular de direitos patrimoniais desde a concepção. A jurisprudência vem se formando para considerar o entendimento do art. 2º do CC como natalista, para efeito da tutela de direitos patrimoniais. A jurisprudência pacificou o entendimento de que o art. 2º do CC deve ser interpretado como concepcionista se a tutela recair sobre direitos da personalidade. 7a Questão (Ref.: 201608232254) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Várias são as posições relativas à definição do momento em que a pessoa natural adquire sua personalidade. Com relação a essas teorias é correto o que se afirma em: O entendimento expressamente definido no Código Civil é de que a ordem jurídica pátria adotou a teoria concepcionista, mesmo em se tratando de direitos patrimoniais. O STF já manifestou que o direito brasileiro adotou a teoria genético-desenvolvimentista , relativamente ao início da personalidade, quando da formação do embrião. Alguns autores entendem que a matéria, como disciplinada no Código Civil, deveria ser entendida como natalista para efeito de direitos patrimoniais e concepcionista para efeito da tutela de direitos da personalidade. A questão do início da personalidade não tem relevância para o Biodireito, pois é pacífico o entendimento de que o Código Civil já regulou o tema ao adotar expressamente a teoria da nidação. A partir de uma abordagem pragmática, é pacífico o entendimento da adoção da teoria natalista para a tutela dos direitos personalíssimos e a da nidação para efeitos patrimoniais. 8a Questão (Ref.: 201608175459) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Após a realização de prodecimento de reprodução medicamente assistida, constatou-se a exist~encia de 8 embriões excedentários. Considerando-se a tutela da vida humana, esses embriões: O STF extendeu os direitos da personalidade, na ADI 3510, a esses embriões e, portanto, não poderiam ser objeto de comércio. Por não serem considerados pessoas pelo STF, o casal pode comercializá-los para centros de pesquisa com células-tronco, desde que não seja a preço vil. Apesar de reconhecer que esses embriões não seriam pessoas humanas, o STF entendeu que não podem ser objeto de disposição onerosa. Não há nenhuma vedação legal à comercialização de tecido humano e, sendo esses embriões considerados objetos, poderiam ser vendidos ou doados. Os mesmo só poderiam ser descartados e não poderiam ser doados , mesmo que essa fosse a vontade do casal. "A técnica consistiu na retirada de uma célula, que contém toda a carga genética, da mama de uma ovelha adulta, sem a ocorrência de cruzamento ou mesmo de inseminação artificial." O enunciado faz referência a uma determinada técnica de clonagem que é: Transferência nuclear. Injeção intra-tubária de gametas Divisão nuclear. Injeção citoplasmática. Fertilização heteróloga. 2a Questão (Ref.: 201608176198) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) No que se refere ao tema: clonagem humana, analise as proposições apresentadas a seguir e, após, assianle a alternativa correta. I- O Brasil admite expressamente a clonagem reprodutiva, com fins misericordiosos; II - a clonagem, não ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, pois o indivíduo é criado a partir da célula somática do indivíduo original, e, portanto, com a mesma carga genética. III - Trata-se de um processo de reprodução assexuada, com a obtenção de indivíduos geneticamente idênticos, como ocorre com os gêmeos univitelinos, que são ¿clones naturais¿. Apenas a proposição II está correta. Apenas a proposição III está correta. As proposições I e II estão corretas. Apenas a proposição I está correta. As proposições II e III estão corretas. 3a Questão (Ref.: 201608176199) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Uma das técnicas utilizadas pelos cientistas para clonar seres vivos é a chamada transferência nuclear, que foi aplicada na geração da ovelha Dolly. Sobre o tema é correto: A técnica consistiu na retirada de uma célula, que contém toda a carga genética, da mama de uma ovelha adulta, sem a ocorrência de cruzamento ou mesmo de inseminação artificial. A questão da clonagem só merece a atenção da Bioética se envolver a clonagem terapêutica. No Brasil, esse procemineto não seria permitido, pois há vedação expressa à clonagem de qualquer ser vivo. O entendimento consensual é o de que o procedimento realizado para gerar Dolly é de clonagem terapêutica. Tal procedimento não foi considerado como sendo clonagem reprodutiva. 4a Questão (Ref.: 201608175720) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A clonagem de seres humanos é um tema bastante polêmico e controverso, desperta acirrados debates, tanto no meio científico quanto no jurídico. Relativamente ao tema: Enquanto a clonagem reprodutivaé aceita em alguns países, há vedação total à clonagem terapêutica. Tendo objetivos das técnicas serem diferentes, na clonagem reprodutiva há a formação de um embrião ¿clone¿ para sua realização, enquanto que, na terapêutica, não há a produção do embrião clone. Apesar das polêmicas, a clonagem humana ainda não foi objeto da atenção da Bioética nem do legislador brasileiro, havendo um vazio normativo sobre a questão. No Brasil, a legislação permite a clonagem terapêutica, enquanto a reprodutiva é expressamente vedada. A clonagem reprodutiva visa produzir a cópia de uma pessoa viva ou morta, com o objetivo de reprodução, ou seja, de transferir o clone para um ventre materno e dar continuidade ao processo de gestação, nascimento etc. 5a Questão (Ref.: 201608141713) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A Lei 11.105/05 se posiciona a respeito da clonagem: Todas estão incorretas. A lei 11.105/2005 permite a utilização de embriões humanos excedentes das técnicas de reprodução assistida para pesquisa e terapia com células-tronco embrionárias A lei 11.105/2005 não permite a prática das técnicas de reprodução assistida. A clonagem reprodutiva vem sendo admitida em alguns países A clonagem reprodutiva, permitida pelo direito brasileiro, objetiva, a partir da criação de um clone, obter as células-tronco embrionárias com o objetivo de produzir tecidos ou órgão para transplante. 6a Questão (Ref.: 201608141656) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Relativamente à possibilidade de clonagem do ser humano, é CORRETO: A clonagem reprodutiva é permitida na maioria dos países. Na clonagem reprodutiva, não há a produção de uma cópia de uma pessoa viva ou morta, com o objetivo de reprodução. Em razão dos objetivos das técnicas serem diferentes, não haverá a formação de um embrião clone para a realização das clonagens reprodutiva e terapêutica. A clonagem reprodutiva é proibida na maioria dos países, pois trata-se de técnica de baixa eficiência, levando a inúmeras má-formações, abortos e envelhecimento precoce Todas estão corretas. 7a Questão (Ref.: 201608196028) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) ENADE 2012 Assunto de enorme importância neste novo milênio é o que diz respeito ao rápido desenvolvimento das ciências biomédicas, com destaque para as questões referentes à genética e, particularmente, à sua relação com o Direito Penal. O avanço do conhecimento científico e de suas aplicações técnicas, ao mesmo tempo em que suscita novas esperanças à coletividade, preocupa os indivíduos, dados os possíveis riscos e abusos decorrentes de uma ¿livre¿ investigação científica das ciências que tratam da vida. Nesse sentido, a Lei n.º 11.105/2005 define como crime as manipulações realizadas com o fim de reproduzir um ser humano biologicamente idêntico a outro. Destacam-se, ainda, os seguintes documentos legais: a Constituição Federal do Brasil, que, em seu artigo 5.º, inciso IX, garante a liberdade de expressão da atividade intelectual, artística e científica, bem como a liberdade de comunicação, independentemente de censura ou licença, e a Lei n.º 11.105/2005, que, em seu artigo 26, prevê pena de reclusão de dois a cinco anos, além de pagamento de multa, para os responsáveis por clonagem humana. Com base no contexto descrito acima, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A tipificação penal da clonagem humana revela a preocupação do legislador quanto à tutela de bens jurídico- penais supraindividuais, tal como a intangibilidade do patrimônio genético humano. PORQUE II. Sob a ótica de uma concepção científica, a pesquisa com clonagem de seres humanos tem respaldo jurídico, pois é positiva para o progresso científico da humanidade e constitui direito fundamental. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições falsas. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 8a Questão (Ref.: 201608733586) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) A clonagem visa a duplicação da carga genética de um ser. O processo pode ser considerado como um método reprodutivo. Na clonagem, não ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, pois o indivíduo é criado a partir da célula somática do indivíduo original, e, portanto, com a mesma carga genética. Assim considerando o enunciado, é correto afirmar: No Brasil, apenas a clonagem terapêutica é proibida. As técnicas de clonagem humana são de domínio público e amplamente aceitas pela legislação do país. A Bioética não tem nenhuma preocupação com os valores éticos e morais envolvidos nesses procedimentos. Trata-se de um processo de reprodução com a obtenção de indivíduos geneticamente idênticos, como ocorre com os gêmeos univitelinos, que são ¿clones naturais¿. A clonagem é um processo de reprodução sexuada, que resulta da fusão do gameta masculino e feminino. No que diz respeito à natureza estática da identidade pessoal, tradicionalmente, a pessoa humana podia ser identificada: Pelo nome, que estabelece sua posição na família e na sociedade. Pela filiação, que a individualiza como cidadã. Pelo estado, que a individualiza como pessoa. Pelo vínculo familiar, que estabelece sua relação com a política. Pelo domicílio, que é o lugar de onde irradiam os efeitos jurídicos de seus atos. 2a Questão (Ref.: 201608141721) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) O direito brasileiro admite a prova genética? Sim. A prova pode ser colhida sem o consentimento do investigado Admite-se apenas nas questões de natureza penal. Sim. A análise do DNA, como meio de prova, é admitida pelo CPC quando a realização de prova pericial depender de conhecimento técnico ou científico, não existindo qualquer outro dispositivo que a torne obrigatória. - Não. A análise do DNA, como meio de prova, não é admitida pelo CPC . Não, em razão da vedação prevista na lei sobre o genoma humano 3a Questão (Ref.: 201608142050) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Considerando a legislação em vigor, é CORRETO afirmar sobre a tuela das células-tronco embrionárias: A lei de biossegurança permite a utilização de embriões considerados inviáveis para pesquisa e terapia com células- tronco embrionárias desde que haja consentimento do médico responsável pelo centro de reprodução assistida A lei não exige o consentimento do médico nem dois pais. A lei de biossegurança não permite a utilização de células- tronco de cordão umbilical em pesquisas científicas. A lei de biossegurança permite a utilização de embriões, armazenados por 1 ano e considerados inviáveis para pesquisa e terapia com células- tronco embrionárias. A lei de biossegurança permite a utilização de embriões considerados inviáveis para pesquisa e terapia com células- tronco embrionárias. 4a Questão (Ref.: 201608176201) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Em 1990, criado por cientistas americanos, surgiu o projeto Genoma Humano. Sua finalidade foi identificar, até o ano de 2005, cada um dos 100 mil genes através de um processo chamado mapeamento genético humano. Sobre o tema, analise as proposições abaixo e, após, assinale a opção correta: I - As pesquisas que envolvem o genoma humano não estão submetidas aos princípios bioéticos, pois não se destinam a uso prático. II - Esse mapeamento consiste em registrar cada um dos genes do cromossomo, determinando a ordem dos nucleotídeos e sua função. III - certos tipos de obesidades, o diabetes, a hipertensão e doenças genéticas poderiam ser curadasa partir do resultado dessas pesquisas. As proposições I e III estão corretas. As proposições II e III estão corretas. Apenas a proposição III está correta. Apenas a proposição I está correta. Apenas a proposição II está correta. 5a Questão (Ref.: 201608175434) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Quais os princípios em conflito na condução coercitiva ao exame de DNA? Princípio do duplo efeito, da paternidade responsável, da não-maleficência e da justiça. Preservação da dignidade humana, da intimidade, da intangibilidade do corpo humano, do império da lei, da paternidade responsável e o direito de conhecer a sua origem biológica. Solidariedade, beneficência, justiça e precaução. Princípio da anterioridade da lei e da autonomia. Não há conflito entre princípios 6a Questão (Ref.: 201608175733) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) No que diz respeito à natureza estática da identidade pessoal, tradicionalmente, a pessoa humana podia ser identificada de diversas formas; entretanto, em função dos novos avanços biotecnológicos, outra forma foi agregada a esse conjunto; essa nova forma é: O domicílio do indívíduo. A fotografia. O status social da pessoa. O progresso científico agregou mais um elemento para a identificação do ser humano: o DNA As impressões digitais. 7a Questão (Ref.: 201608175731) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) Os cientistas do projeto Genoma Humano chegaram à conclusão que as diferenças físicas entre as pessoas foram marcadamente construídas ao longo dos milhares de anos, pelo processo de seleção natural e regidas pelas condições climáticas e ambientais das diferentes regiões do mundo. A partir dessa pesquisa, pode-se concluir que: Esse tipo de pesquisa, apesar de subordinada aos princípios bioéticos, não é subordinada ao princípio do respeito à dignidade da pessoa humana. O tema não é subordinado à aplicação dos princípios gerais da bioética, por não envolver intervenção na vida humana. Diante do vazio normativo relativo aos temas em bioética, há total liberdade de pesquisa com genoma no Brasil, não havendo nenhuma restrição legal ou principiológica. Esse tipo de pesquisa não é bem visto na comunidade científica, pois há entendimento que os resultados da pesquisa não dão nenhuma contribuição na melhoria dos diagnósticos e na cura de doenças. As diferenças genéticas entre dois indivíduos não chega a 1%. Portanto, não existem raças humanas, e sim, uma única raça humana. 8a Questão (Ref.: 201608141724) Fórum de Dúvidas (0) Saiba (0) No que respeita à condução coercitiva ao exame de DNA nas ações de investigação de paternidade/maternidade, é correto afirmar, É totalmente vedada em lei, Há precedente jurisprudencial do STF protegendo o direito à integridade física do investigado em detrimento da proteção do direito de conhecer à ascendência genética. Há precedente jurisprudencial do STF permitindo a sua utilização em todos os casos Há precedente jurisprudencial do STF protegendo o direito à integridade física do investigado, permitindo somente nos casos de investigação de paternidade Há precedente jurisprudencial do STF protegendo o direito à integridade física do investigado, permitindo somente nos casos de investigação criminal. É CORRETO afirmar acerca da atuação do Estado em sede de direitos reprodutivos: Não há permissão infraconstitucional para políticas públicas de atendimento pré- natal. Não há previsão no texto constitucional de qualquer ação educativa por parte do Estado no que respeita ao direito ao planejamento familiar. Não há permissão constitucional para políticas públicas de controle de natalidade Não há previsão infraconstitucional de qualquer ação educativa por parte do Estado no que respeita ao direito ao planejamento familiar. Todas estão incorretas 2. Sobre planejamento familiar, à luz do ordenamento jurídico brasileiro, é CORRETO afirmar: Não há previsão infraconstitucional para ações educativa por parte do Estado no que respeita ao direito ao planejamento familiar. Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção em fase de teste. Todas estão incorretas. A lei de planejamento familiar contemplou, entre as práticas previstas para viabilizar o projeto parental, o acesso às técnicas de reprodução assistida. Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção. Tal prescrição poderá ocorrer indepentemente de acompanhamento clínico. 3. Verificamos que a Lei 9.263/1996 contemplou, entre as práticas previstas para viabilizar o projeto parental, o acesso às técnicas de reprodução assistida. O método de concepção tradicional fora alterado pelo desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida. Sobre essas técnicas, é CORRETO afirmar. O seu uso é proibido pela legislação específica. Apenas pessoas casadas têm direito ao acesso público às técnicas de reprodução assistida. Nas técnicas invasivas, ocorre a fertilização no interior do organismo materno. As técnicas de fertilização in vitro só podem ser utilizadas no caso de infertilidade masculina. Nas técnicas invasivas, ocorre a fertilização em laboratório. 4. O tema do direito ao planejamento familiar está inserido na discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos, que comportam o acesso a serviços de saúde, educação e informação. Sobre esses direitos, é correto afirmar: O Biodireito não abrange esses direitos, pois há um vazio normativo sobre esses direitos. As medidas contraceptivas, como pílulas e preservativos, não estão dentro do âmbito de abrangência dos direitos sexuais e reprodutivos. O planejamento familiar permite ao Estado realizar, em pessoas de baixa renda, procedimentos de esterilização, mesmo contra a vontade da pessoa. Não há previsão, na Constituição brasileira, de nenhum direito sexual ou reprodutivo. Por ser reconhecido como direito fundado na Constituição, a pessoa pode ter acesso à saúde pública, inclusive, para realização de procedimentos de reprodução assistida. 5. Verificamos que a Lei 9.263/1996 contemplou, entre as práticas previstas para viabilizar o projeto parental, o acesso às técnicas de reprodução assistida. O método de concepção tradicional fora alterado pelo desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida. Tais técnicas trouxeram diversos benefícios, mas por outro lado, levantaram sérios questionamentos. Sobre o enunciado, assinale a alternativa correta: A fertilização in vitro é expressamente vedada pela Lei 11105/05. Há vedação expressa na ordem jurídica brasileira à utilização das técnicas de reprodução assistida por mulheres com mais de 40 anos. A reprodução assistida só pode ser legalmente efetuada para casais casados. A reprodução assistida, mesmo não tendo regulamentação legal, é uma forma de se garantiar os direitos reprodutivos. Não integra o planejamento familiar, conforme disposição constitucional, a fertilização in vitro como forma de satisfazer o direito à prole. 6. O tema do direito ao planejamento familiar está inserido na discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos, que comportam o acesso a serviços de saúde, educação e informação. Sobre o enunciado, é correto afirmar: O direito de não ter filhos não se coaduna no rol de direitos e autonomia reprodutiva. Não há previsão constitucional relativamente ao planejamento familiar. Quandose fala em autonomia reprodutiva, deve-se considerar o direito de ter ou não ter filhos. No que se refere à autonomia reprodutiva, o Estado só se obriga a atuar relativamente a medidas contraceptivas. Os direitos reprodutivos e a autonomia reprodutiva não estão inseridos no rol dos direitos fundamentais. 7. Considerando-se as disposições do Conselho Federal de Medicina sobre reprodução assistida, indique qual a alternativa apresenta uma vedação expressa aos médicos: É possível selecionar o sexo, desde que seja para evitar doença geneticamente transmissível em função do gênero. As técnicas só podem ser usadas se a clonagem for terapêutica. O CFM veda a fertilização in vitro, admitindo apenas a inseminação artificial. É permitida, em qualquer situação, a escolha das características físicas da pessoa. As técnicas podem ser utlizadas para a clonagem reprodutiva. 8. A utilização das técnicas de reprodução assistida, no Brasil, não estão reguladas por norma estatal; assim, na omissão legislativa, O Conselho Federal de Medicina acaba indicando normas deontológicas a serem seguidas pelos médicos. Analise o caso apresentado a seguir e , após, assinale a alternativa correta: " Venus e Afrodite decidem ter um filho por fertilização artificial e pedem ao médico para definir o sexo da criança." O CFM se omite com relação ao caso narrado. O CFM só autoriza a escolha do sexo para evitar o nascimento de pessoa com doença geneticamente transmissível em função do sexo. A Resolução do Conselho Federal de Medicina que trata do tema não permite, em nenhuma hipótese, a escolha de características genéticas. Não há qualquer vedação ao fato de duas mulheres terem acesso à reprodução assistida, nem para que seja escolhido o sexo da criança. O procedimento é vedado em função de não ser um casal casado. 1. Ao se considerar que a ordem natural do processo de procriação está baseada na transmissão das informações genéticas de geração em geração e por mais que o vínculo biológico, hoje, não seja elemento exclusivo e definidor do vínculo da filiação, não se deve desconsiderar que esse liame genético inter-geracional constitui elemento da própria identidade da pessoa humana, eis que definidor de sua historicidade pessoal. O enunciado pode ser utilizado para justificar: O vínculo biológico deixou de ser considerado fator para a definição do vínculo de filiação. Que a identidade biológica é a única variável considerada no processo de definição do vínculo de filiação. O direito de conhecer a identidade biológica, como atributo fundamental da personalidade, deve prevalecer sobre o direito ao anonimato. O direito de conhecer a ascendência biológica não justifica a violação do direito ao anonimato. O fato de não se considerar nenhuma outra forma de definição de vínculo de filiação que não seja aquela definida pelo exame de DNA. 2. Um dos temas polêmicos envolvidos na utilização das técnicas de reprodução humana medicamente assistida é a questão da fertilização post mortem. Considerando o enunciado, é correto afirmar: Não é possível efetuar essa fertilização, pois a lei determina que os gametas criopreservados devem ser destruídos após a morte do doador. É ponto expressamente definido no Código Civil que os nascidos por fertilização post mortem não têm direitos sucessórios. No caso não se vislumbra qualquer polêmica envolvendo a sucessão. No Brasil, a fertilização post mortem é expressamente vedada pelo Código Civil. Não há vedação expressa, assim, nos casos de utilização dessas técnicas, devem ser observados os princípios bioéticos. 3. Mévio, após assinar consentimento informado concordando com procedimento de fertilização in vitro heteróloga em sua esposa, pensa melhor e pretende desistir de ter filho por este método, preferindo a adoção. Nessa hipótese: A desistência dependerá exclusivamente da aceitação do médico e da mulher. A desistência só poderia ser feita após a sentença de adoção. Mevio poderia desistir até o momento que antecede o início da gravidez. Não há mais possibilidade de desistência após a assinatura do termo de consentimento informado. Com base no princípio da autonomia da vontade, Mevio pode desistir em qualquer momento antes do nascimento. 4. Apesar de ser uma prática médica realizada no Brasil, cabe, neste momento, analisar a validade do pacto de gestação de substituição realizado entre o casal e aquela que irá gestar seu filho. Sobre o tema, o procedimento só poderá ser feito se: Com autorização judicial. Houver consentimento informado por parte dos envolvidos. O procedimento não pode ser realizado enquanto houver omissão legislativa. Com autorização expressa do Conselho Regional de Medicina. Se o casal for casado e a mãe substituta ainda não tenha filhos. 5. Os novos avanços da medicina permitiram o surgimento de situações, até então impensáveis - uma mulher dar à luz filho genético de outra mulher. Sobre a gestação de substituição, é CORRETO o que se afirma em: A matéria é regulada apenas por Resolução do Conselho Federal de Medicina; inexistindo, até o momento, lei específica sobre o tema. A lei permite, em situações específicas, que a mãe substituta possa celebrar contrato oneroso de aluguel de útero. O código civil proíbe expressamente o procedimento de gestação de substituição. O procedimento só seria eticamente aceito se não houver parentesco entre a doadora do óvulo e a mãe substituta. A lei de planejamento familiar prevê expressamente as regras que devem ser observadas nesse tipo de procedimento específico. 6. A reprodução assistida envolve uma série de procedimentos técnicos. Relativamente a esses procedimentos assinale a alternativa CORRETA: A lei de planejamento familiar apresenta uma vedação expressa à utilização de embriões congelados doados por terceiro; Não é permitida a utilização da inseminação artificial em mulheres com idade superior a 30 anos. A doação de óvulo só pode ser feita a parente em linha reta. Não há vedação legal à doação de gametas, seja de óvulo ou de esperma para formação de banco. O Conselho Federal de Medicina não aborda a questão quando a matéria recai sobre fertilização extracorpórea. 7. Relativamente à fixação da paternidade, o direito sempre se pautou pela presunção relativa. Há, no Código Civil, alguma hipótese de presunção absoluta de paternidade? Não, pois não há previsão legal. Não; a paternidade sempre poderá ser ilidida, em juízo, por prova inequívoca. Sim, na hipótese de reprodução heteróloga, com consentimento do marido Sim, na hipótese de reprodução homóloga, com consentimento do marido Sim, nas hipóteses previstas na constituição. 8. O recurso aos procedimentos de reprodução assistida, faz surgir uma questão relativa à garantia do anonimato do doador de gametas. Sobre esse tema: Não existe nenhuma possibilidade de se revelar a identidade desse doador, mesmo que haja uma necessidade médica, como por exemplo encontrar um doador de medula compatível. Há vedação expressa ao anonimato do doador de sêmem, sendo obrigatória a revelação de sua identidade no momento em que a pessoa nascida dessa técnica fizer 18 anos. Revelada a identidade do doador anônimo, cria- se imediatamente um vínculo de paternidade entre o doador e a pessoa gerada com seu material genético. O acesso a essa informação pode ser feito simplesmente por requerimento escrito ao banco de sêmem, por forçado direito do consumidor. Projeto de lei, ora em tramitação no Congresso Nacional, pretende garantir o direito da criança gerada nessa situação ter acesso à sua identidade genética. São princípios que justificam a cirurgia e a alteração do registro civil de paciente transexual operado: Consentimento informado e autonomia. Autonomia e consentimento informado dignidade e autonomia. Beneficência e dignidade da pessoa humana Beneficência e autonomia 2. Há possibilidade de mutabilidade do registro civil de um transexual redesignado? A modificação do nome é automática. Após o primeiro registro, não é mais possível alterar a certidão de nascimento. A doutrina é unânime em considerar impossível a mutabilidade do registro A jurisprudência, atualmente, vem assegurando a mutabilidade do registro nestes casos. Existe previsão legal expressa vedando a mutabilidade em caso de redesignação. 3. A questão da transexualidade é bastante complexa e, ainda assim, não há uma legislação específica para tratar a matéria que, atualmente, é disciplinada apenas por Resolução do Conselho Federal de Medicina. No contexto, assinale a alternativa que represente corretamente a posição do CFM sobre o tema: O CFM determina que as cirurgias de reversão não podem ser realizadas em hospitais universitários, apenas se forem de universidades privadas. Há exigência de diagnóstico prévio, a partir de acompanhamento de equipe multidisciplinar. De acordo com a resolução, a cirurgia só pode ser realizada em maiores de 18 anos. A lei de planejamento familiar regula os procedimentos necessários à cirurgia. O CFM só autoriza a cirurgia em homens, uma vez que ainda não é possível fazer a reversão mulher/homem. 4. É um conceito complexo, composto por elementos conscientes e inconscientes, altamente associados ao sexo a que se pertence e às características estabelecidas pela estrutura social a cada gênero. Assim, a ideia de gênero não é um constructo mental unitário, pois grande número de diferentes componentes, estruturados em diversas épocas do desenvolvimento e advindos de várias influências, formarão a composição final do que se convencionou chamar de "identidade de gênero". Partindo do enunciado, a transexualidade: é gênero , com o nome correto de travesti. Não pode ser considerada um gênero, mas um mero desvio social. Confunde-se com o homossexual. Não é considerada a nível de gênero, mas apenas uma questão de travestismo. Em função das novas considerações sobre os diversos tipos de gêneros, é considerado uma forma de sexo psicossocial. 5. A temática da transexualidade merece a atenção da Bioética e, também, do Biodireito. Com relação aos efeitos jurídicos que envolvem a questão: Transexuais são indivíduos que possuem uma inadequação entre o sexo físico e o psíquico, não tendo perfeita correspondência entre a genitália interna e externa de um único sexo. O Código Civil, expressamente, dispõe sobre os requisitos para a caracterização jurídica do transexual. A matéria só tem relevância jurídica se houver a tipificação da discriminação por homofobia, já que o transexual é, necessariamente, homossexual. A legislação específica determina que há impedimento legal ao casamento de pessoa transexual. Não há relevância jurídica na matéria, uma vez que a condição social e a forma como ela se veste na sociedade, é irrelevante para a ordem jurídica. 6. A alteração do registro civil de transexual operado nos remete a algumas consequências jurídicas. Nessa hipótese, é correto: Caso o transexual tenha realizado a cirurgia após o casamento, a doutrina aponta como solução, de lege ferenda, que o juiz deve deferir a alteração do nome e decretar o divórcio, dissolvendo o matrimônio. Após a alteração do registro, é obrigatório que na certidão nova e nos demais documentos seja transcrita a palavra "transexual". A modificação do registro civil só poderia ser autorizada pelo juiz caso o requerente seja solteiro. Não há permissão legal para o casamento de transexuais. A alteração se dá mediante simples petição ao cartório do registro civil, bastando apenas a comprovação dada pelo médico. 7. O direito à saúde pode ser considerado fundamento para a imposição ao SUS de cirurgia de redesiganção sexual? A matéria não pertence ao âmbito do direito à saúde. Não há qualquer fundamento constitucional para imposição. Sim.Um dos argumentos é o de que o direito à saúde é direito fundamental, dotado de eficácia e aplicabilidade imediatas, apto a produzir direitos e deveres nas relações dos poderes públicos entre si e diante dos cidadãos. A Constituição Federal veda expressamente a realização de cirurgia de redesignação sexual pelo SUS Há apenas fundamentos constitucionais contrários à imposição. 8. Transexuais são indivíduos que possuem uma inadequação entre o sexo físico e o psíquico, não tendo perfeita correspondência entre a genitália interna e externa de um único sexo. Ou seja, não se sentem como seu sexo físico, respondendo psicologicamente aos estímulos do sexo oposto. A Bioética também se preocupa com tema, abordando as questões éticas envolvidas: Para a Bioética, não há transexualismo, pois trata-se de mero desvio de comportamento social. Um dos biodireitos fundamentais envolvidos é a dignidade da pessoa humana, como fundamento para a redesignação sexual. Por tratar-se de, segundo a classificação CID, uma doença, o CFM retira do paciente a autonomia para decidir pela cirurgia de reversão, que é feita de forma compulsória. O assunto não se enquadra nas definições e conceitos biojurídicos no que se refere à um critério de dedignação psicossocial. Para efeito dos procedimentos envolvidos, não se exige a presença dos princípios, dispensada a obrigatoriedade do consentimento informado para a efetivação da cirurgia. A tutela jurídica sobre a disposição do corpo e partes do corpo para efeito da doação e transplante de órgãos dispõe que: A doação de órgão duplo, por doador, menor, depende de autorização judicial. Menor só pode ser doador a partir dos 16 anos e, ainda assim, não sendo de medula óssea, depende de autorização expressa dos pais. É necessária a prévia disposição em testamento, público ou privado, da manifestação da vontade da pessoa ser doadora de órgãos, para efeitos post- mortem. Quem estabelece os critérios que caracterizam a morte cerebral é resolução do Conselho federal de Medicina. Há vedação constitucional à doação intervivos, por ofensa à dignidade da pessoa humana. 2. A doação e transplante de órgãos, por sua relevância quanto às ações de saúde, mercê a atenção da bioética. Com relação aos princípios e direitos envolvidos, assinale a alternativa que reflete os princípios aplicáveis à vedação da onerosidade da doação e a necessidade de consentimento para a cirurgia de transplante. Consentimento informado e autonomia Dignidade da pessoa humana e autonomia Autonomia e Justiça. autonomia e autonomia Autonomia e beneficência. 3. No caso da doação intervivos, O doador deverá realizar os testes de triagem para diagnóstico de infecção e infestação exigidos para a triagem de sangue para doação (artigo 2º) e a doação não deverá trazer riscos ou danos ao doador. Além desses, são requisitos para a doação intervivos: Autorização judicial. Ter autorização do CFM e do CRM. Ter mais de 10 anos de idade e autorização dos pais, sendo esta dispensada em caso de doação de parte do fígado.Não é possível doar partes de órgãos, apenas de órgãos duplos. Além da capacidade civil, manifestar expressamente o consentimento informado. 4. Considerado um direito da personalidade, o direito ao corpo deve ser respeitado em sua integralidade. Contudo, o próprio ordenamento jurídico autoriza atos de disposição do corpo humano, fundados nos princípios da autonomia, da beneficência, da não- maleficência e justiça; em especial, no que se refere à doação e transplante de órgãos. No contexto: Todos os que tiverem morte encefálica são necessariamente doadores de órgãos, mesmo sem autorização da família. A doação onerosa só é permitida nos casos de doação intervivos. O NÃO doador que não se manifestar quanto a isso em vida e fazer constar do documento de identidade, será considerado doador presumido. A doação post mortem dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. Excepcionalmente, a família do doador morto pode cobrar dinheiro ou estabelecer condições econômicas, para doar os órgãos do falecido. 5. Considerado um direito da personalidade, o direito ao corpo deve ser respeitado em sua integralidade. Contudo, o próprio ordenamento jurídico autoriza atos de disposição do corpo humano, fundados nos princípios da autonomia, da beneficência, da não maleficência e justiça. Considerando o texto enunciado, é correto o que se afirma em: A ordem jurídica brasileira veda expressamente a disposição de órgão e tecidos humanos por ato inter vivos. Em caso de falecimento, a doação só poderá ser consumada se o de cujus tiver manifestado expressamente, em vida, a sua condição de doador. A atual lei que disciplina a matéria adota o sistema de doação presumida de órgãos e tecidos humanos. Há previsão constitucional sobre a disposição do corpo, mas é expressamente vedada qualquer tipo de comercialização de órgãos e tecidos humanos. Não se admite, em hipótese alguma, a doação feita por menor de 18 anos. 6. A atual lei que regula a doação e transplante de órgãos e tecidos humanos permite que esta se faça por ato inter vivos. Nesse contexto, assinale a opção correta: Nessa modalidade de doação, o doador não tem permissão legal para escolher o receptor do órgão ou tecido doado. Nesse caso, a doação pode ser contratada pelas partes, devendo constar do termo os valores em reais relativos à disposição de órgão ou tecido. A fixação dos valores está definida em anexo de portaria específica do Ministério da Saúde e, tem no pulmão o maior valor que pode ser pago pelo receptor. A legislação permite a realização de doação intervivos de órgãos duplos, como o rim, o pulmão, o fígado e o pâncreas. Em situações excepcionais, a lei admite a doação, mesmo que essa acarrete, necessariamente, a morte do doador. 7. A lei 10211/2001 estabelece a disciplina jurídica relativamente à doação e transplante de órgãos e tecidos humanos. Sobre as disposições legais sobre a matéria, assinale a alternativa correta. A lei não estabelece regras para disposição do corpo de pessoas mortas não- identificadas. A lei não estabelece requisitos para a doação intervivos. A lei permite a doação, intervivos, de doador menor, desde que especificamente para medula óssea. A lei exige que para a doação intervivos, o doador seja maior de 24 anos. A lei 102211/01 efetuou pequenas modificações na lei anterior, mas manteve o sistema de doação presumida. 8. A doação de órgãos, sangue, medula óssea e tecidos é regulada pela Lei 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que foi alterada parcialmente pela Lei 10.211, de 23 de março de 2001. Assim, há disposições legais que devem ser observadas quando se trata de doação e transplante de órgãos e tecidos humanos. De acordo com a lei: No caso de morto não identificado, seus órgãos só poderão ser transplantados para quem consentir expressamente, assumindo o risco. Em face da doação presumida, fixada na lei, a pessoa que não deseja ser doadora post mortem deverá fazer constar o termo "NÃO DOADOR" em seus documentos de identidade. Há vedação expressa à doação intervivos. Menor de idade, com autorização dos pais ou responsáveis, pode ser doadora intervivo, apenas de medula óssea. A constatação do óbito é o único requisito necessário à doação post mortem. 1. Sobre a questão relativa ao fim da vida humana, a Bioética tem como conceitos: O Brasil veda expressamente a prática da ortotanásia. Eutanásia voluntária é aquela feita a pedido do próprio paciente. Distanásia é o ato praticado pelo médico ao desligar os aparelhos que sustentam a vida de paciente em coma. Ortotanásia é o mesmo que distanásia. Mistanásia é o ato de deixar que o processo da morte diante de sua inevitabilidade, se concretize, não havendo nem prolongamento, nem abreviação. 2. Ramón Sampedro, tetraplégico por 29 anos, solicitou à Justiça espanhola o direito de morrer, por não mais suportar viver. Caso houvesse sido concedida a autorização e a morte fosse causada por injeção letal dada por um médico, estaríamos diante: De uma hipótese de eutanásia ativa voluntária. Da caracterização de uma eutanásia passiva involuntária. Da chamada ortotanásia. Da figura do suicídio assistido. De um quadro que caracteriza o conceito de distanásia ativa voluntária. 3. Atualmente há uma discussão interessante sobre a possibilidade de se reformar a lei penal e, de alguma forma, não penalizar o agente que praticasse eutanásia. Nesse sentido há, inclusive, projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, permitindo: Considerar a eutanásia ativa involuntária um crime de menor potencial ofensivo, a ser julgado no JECrim. Ao próprio médico praticar a eutanásia ativa involuntária, sem qualquer penalização. Ao juiz, conceder o perdão judicial em casos de eutanásia passiva voluntária, cometida contra parente próximo, com fins misericordiosos. Ao juiz considerar a eutanásia passiva voluntária uma agravante da conduta de homicídio. Considerar a distanásia equiparada a homicídio doloso. 4. O paciente tem autonomia para consentir sobre o abreviamento ou prolongamento do processo da morte? O médico tem a obrigação de utilizar todos os recursos mesmo diante de um paciente terminal? Esses são alguns questionamentos sobre o polêmico debate que até hoje divide opiniões. Sobre esses questionamentos é possível afirmar: A ordem de não reanimar, dada pelo paciente ou por seus familiares, é vista pela doutrina com bons olhos, pois impede que um paciente terminal seja levado a sofrer tratamentos inúteis. O médico tem, por força das regras do CFM, o dever de sempre empregar medidas terapêuticas que caracterizam a eutanásia passiva involuntária. O médico, em qualquer situação, deve fazer valer o princípio da autonomia da vontade e acatar a decisão do paciente. A ordem de não reanimar, dada pelo paciente ou por seus familiares, é vista pela doutrina com bons olhos, pois impede que um paciente terminal seja levado a sofrer tratamentos inúteis, mas, na atual interpretação da lei penal, é considerada crime de omissão de socorro. A atual legislação sobre o tema confere plena autonomia à família do paciente para requerer a prática da eutanásia passiva. 5. De acordo com o atual sistema jurídico brasileiro, o que ocorreria no caso de um médico, sem que houvesse pedido do paciente, mas com motivação piedosa, desligasseos aparelhos que mantinham esse paciente vivo? A conduta seria atípica. Poderia haver o enquadramento como homicídio privilegiado, diante de situação que caracteriza a eutanásia passiva voluntária com finalidade misericordiosa. Devido à prática da mistanásia, seria indiciado por homicídio doloso duplamente qualificado. Por ser eutanásia ativa involuntária, a lei defiria essa conduta como homicídio simples. Tal situação não encontra nenhuma previsão na legislação penal, apenas no Código de Ética Médica. 6. Relativamente às questões penais envolvidas nos procedimentos de eutanásia: Há vedação expressa na lei penal à prática da ortotanásia, sendo esta, inclusive, uma qualificadora do homicídio. A eutanásia passiva involuntária é tipificada apenas como lesão corporal. A eutanásia, independente de seu tipo, não é penalmente considerada. A passiva voluntária não é tratada penalmente como crime. No Brasil, o suicídio assistido tem tipificação penal, auxílio material ou moral a suicídio. 7. Diante da possibilidade de se abreviar medicamente o processo da morte ou prolongar artificialmente o momento da morte, inúmeros questionamentos se apresentam na busca de limites para a ação humana. Tais questionamentos envolvem uma série de conceitos. Bobre esses conceitos, é correto afirmar: A distanásia é o ato praticado por terceiros, com o auxílio de terceiros ou do médico. Seu objetivo é a antecipação terapêutica da morte de paciente em estado de terminalidade. Ortotanásia é o ato de deixar que o processo da morte, diante de sua inevitabilidade, se concretize, não havendo nem prolongamento, nem abreviação. A eutanásia passiva é também conhecida como obstinação terapêutica ou futilidade médica. A eutanásia ativa é o ato praticado pelo próprio paciente, com o auxílio de terceiros ou do médico. Esta prática é permitida em países como a Holanda e a Suíça. No Brasil, o artigo 122 do Código Penal tipifica tal conduta como crime. O suicídio assistido é o ato praticado por terceiros com vistas a dar uma morte misericordiosa ao paciente em estado terminal. 8. Tício, em situação de terminalidade e submetido a tratamento extremo e doloroso, requer ao médico que "desligue" os aparelhos, para que possa morrer em paz. A situação descrita: Trata-se de distanásia e teria como justificativa ética o princípio da justiça. Corresponde a eutanásia ativa involuntária e teria como justificativa o princípio terapêutico. Corresponde ao conceito de eutanásia passiva voluntária, e teria como justificativa ética o direito de morrer com dignidade. Não caracteriza eutanásia, mas suicídio assistido e teria como justificativa o direito do médico aplicar o princípio da não-maleficência. Corresponde ao conceito de mistanásia, e teria como justificativa ética, a autonomia da vontade do médico.
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