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ANÁLISE DAS CONSTITUIÇÕES FASES CONSTITUCIONAIS

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ANÁLISE DAS CONSTITUIÇÕES: FASES CONSTITUCIONAIS
INTRODUÇÃO
Conceito Teórico: Conjunto de normas que organiza o Estado e impõe limite de
atuação aos poderes dos governantes (Conceito Antigo), ou seja, é um conjunto de
normas de Direito público, que visam disciplinar e orientar a organização do Estado.
No Conceito Atual de Constituição é que encontramos todos os princípios que regem
os diversos ramos do direito. A Constituição além de possuir uma posição hierárquica
superior, ocupa uma posição nuclear e central irradiando os vetores e princípios que
servirão de interpretação de todos os ramos do direito.
No âmbito jurídico o termo Constituição é mais frequentemente usado para designar a
organização Jurídica Fundamental. Segundo Hans Kelsen, é o conjunto das normas
positivas que regem a produção do direito.
Isto significa, mais explicitamente, conjunto de regras concernentes à forma do
Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao
estabelecimento de seus órgãos, aos limites de sua ação. Também encontramos
nela (Conceito Moderno e atual de Constituição) os chamados direitos e
garantias fundamentais do cidadão, do ser humano.
HISTÓRICO
Alguns autores apontam como primeiro documento, ainda não chamado de
Constituição (Carta Magna), a “Grande Carta” firmada em 1215, pelo Rei João Sem
Terra, na Inglaterra.
Tratava-se de um Pacto ou Contrato firmado entre um rei (soberano) que tinha poder
absoluto (representante de Deus na terra) e uma determinada classe de súditos e
barões. Esta classe estava exigindo que o rei abrisse mão deste poder absoluto, não
podendo instituir nenhum imposto, sem concordância da população anterior, a fim de
que pudessem ter subsídios. Impõe limites a atuação de um governante, num princípio
de poderes absolutos.
A Constituição (de fato) surge no século XVIII. A primeira constituição foi a
norte-americana, em 1787, sendo o próprio povo reunido, elaborando a sua carta
política, o seu estatuto maior.
Autores apontam que, neste momento histórico, surgiu o constitucionalismo, tendo uma
concepção jurídica de Constituição. Além das revoluções inglesas do século XVII, e
diversos outros movimentos sociais, como a Revolução Francesa.
Dividimos este momento da história das Constituições em três ciclos:
1º Ciclo:
Na França, com a Revolução Francesa de 1789. Esta revolução, em face de seu
aspecto universal, ganhou muita ênfase, devido a sua importância no mundo inteiro.
Foi o momento em que se inicia a abordagem aos direitos fundamentais, de cidadania,
políticos. O artigo 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão teve grande
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importância quando abordou: Não há constituição num Estado que não possua
separação dos poderes e direitos e garantias fundamentais (individuais naquele
momento histórico, como o direito à liberdade, à vida).
2º Ciclo:
Nos EUA, com a Independência das Colônias. A Carta de Virgínia, momento em que
foi criada uma Federação.
Foi a primeira Constituição escrita do mundo.
3º Ciclo:
Na Inglaterra, com as Revoluções Inglesas entre 1840/1860. Vão dar poder ao
parlamento inglês, permitindo que o atue como chefe de governo na Inglaterra. Há dois
princípios importantes que sempre foram dogmas fundamentais em todas as
Constituições: Separação dos Poderes e Direitos e Garantias Fundamentais.
IMPORTANTE – I
O QUE SÃO PRINCÍPIOS?
Princípios são um conjunto de normas ou padrões de conduta a serem seguidos por
uma pessoa ou instituição.
A conceituação dos princípios está relacionada ao começo ou início de algo. São os
pontos considerados iniciais para um determinado assunto ou questão. O termo tem
origem do latim principium, que significa “origem", "causa próxima", ou "início”.
Os princípios também podem estar associados às proposições ou normas
fundamentais que norteiam os estudos, sobretudo os que regem o pensamento e a
conduta.
No âmbito filosófico, os princípios, enquanto regidos pelas leis morais, são valores que
o indivíduo considera adotar de acordo com o que diz sua consciência.
Eles estão associados à liberdade individual, já que são normas propostas sem
pressão externa, ligadas a fatores externos e instituições sociais que possuem
determinada influência no comportamento social.
No entanto, cada indivíduo terá seus princípios que estarão de acordo com a educação
e a experiência de vida de cada um. E eles serão acionados cada vez que a
consciência humana exigir.
Os princípios constitucionais são os valores básicos da ordem jurídica. Incluem os
princípios político-constitucionais (ou fundamentais) e os princípios
jurídico-constitucionais.
Os princípios político-constitucionais são os valores do Estado Democrático de Direito
(respeito aos direitos e garantias fundamentais). Definem como o Estado é organizado
e quais são os princípios das relações do Brasil com outros países. Estão definidos nos
Artigos 1º ao 4º da Constituição.
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São Princípios do Estado Democrático de Direito
Soberania: é o poder supremo do Estado,
Cidadania: direito dos cidadãos de participar das decisões do Estado e de exercer os
seus direitos,
Dignidade da Pessoa Humana: conjunto de valores para garantir os direitos
fundamentais a todos os cidadãos,
Valor Social do Trabalho: relação equilibrada entre a garantia dos direitos dos
trabalhadores e quem obtém o resultado do trabalho,
Pluralidade Política: garantia de que podem existir várias ideologias e ideias políticas
diferentes.
São Objetivos (Princípios) do Brasil
Ser uma sociedade livre, justa e solidária, ser um país em
desenvolvimento, acabar com a pobreza e reduzir as desigualdades.
Também é um objetivo atingir o bem estar de todos, sem preconceitos de raça, sexo,
cor, origem ou idade.
O Princípio Fundamental ligado à organização do Estado é a divisão em três
poderes:
Poder Legislativo: responsável pela criação, discussão e votação das leis, Poder
Executivo: responsável pela administração do Estado e por colocar em prática o plano
de governo,
Poder Judiciário: responsável pelo julgamento e pela aplicação das leis.
Já princípios jurídico-constitucionais são ligados ao Direito
Alguns princípios importantes são:
Supremacia Constitucional: a Constituição Federal é a lei superior a todas as outras
e não deve ser contrariada.
Isonomia: garante que todas as pessoas são iguais diante da lei, com os mesmos
deveres e os mesmos direitos garantidos.
Contraditório: é o direito de participar de um processo judicial, para garantir que
ninguém seja condenado sem exercer o direito de apresentar sua defesa, Legalidade:
define que uma atitude só poderá ser punida se a proibição ou a violação for
estabelecida por lei, ou seja, se não existir previsão na lei, não pode existir
condenação.
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IMPORTANTE – II
QUAL A DIFERENÇA ENTRE LEI E NORMA?
A lei seria o ato que atesta a existência da norma que o direito vem reconhecer
como de fato existente, ou das formas da norma.
Norma é uma regra de conduta, podendo ser jurídica, moral, técnica, etc. Norma
jurídica é uma regra de conduta imposta, admitida ou reconhecida pelo ordenamento
jurídico.
Norma e lei são usadas comumente como expressões equivalentes, mas a norma
abrange na verdade também o costume e os princípios gerais do direito. Há quem
distinga a norma da lei, e de fato, pela nomenclatura está corretíssimo: O art. 2º da Lei
de Introdução ao C. Civ. alemão diz: "Lei, no sentido do C. Civ. e desta lei, é toda
norma de direito".
Léon Duguit (jurista francês) fez uma famosa distinção: “regra de direito normativa ou
norma jurídica propriamente dita, que determina uma ação ou abstenção, e regras de
direito construtivas ou técnicas, que asseguram a aplicação das regras normativas”.
Todos os ramos do Direito possuem leis e norma, em suma, dentro do Direito
Constitucional, a lei, em sentido amplo, é aquilo que está na nossa Constituição de
forma abstrata e as normas são regras que servem para guiar as leis feitas por
autoridades legitimadas.
VOLTANDO AOS DOIS PRINCÍPIOS (DOGMAS) BASES DE UMA CONSTITUIÇÃO
A Separação dos Poderes
Teoria de Montesquieu da tripartiçãodos poderes. Identificava que o estado exerce três
funções: legisla, administra e julga. Cada uma destas funções deveria ser atribuída a
órgãos distintos e nenhum de forma exclusiva, mas sim preponderante, por isso a
classificação de função típica e atípica.
Dessa forma, evitando o uso do poder de forma abusiva, sendo independentes e
harmônicos entre si, permitindo um fiscalizando, limitando o outro poder. Sua função
fundamental é limitar o poder estatal, o poder dos governantes.
Direitos e Garantias Fundamentais
O Artigo 16 Declaração dos direitos do homem e do cidadão apenas dizia respeito a
direitos individuais, fruto dos movimentos políticos e revoluções. Tais, classificados
atualmente como primeira geração.
São os direitos de oposição, de defesa, atribuídos aos indivíduos imporem limites à
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atuação estatal. Chamados também de direitos negativos, pois o estado assume
obrigação de não fazer, não ultrapassar estes limites.
Nesta época, a função da constituição é uma garantia, com intuito de limitar o poder
dos governantes, não sendo apenas um estatuto para organização do Estado.
Traz um elenco de direitos e garantias de defesa e oposição. Assim permaneceu até o
início do século passado, sem haver a intervenção do Estado na economia. No início
do século passado ocorreram outros movimentos políticos e sociais (guerras mundiais,
revoluções, em especial a revolução Industrial – opressão dos trabalhadores).
O Estado passa a preocupar-se com esta situação, passando a interferir nesta área.
Então, o Estado assume a tarefa da seguridade social, interferindo na relação
empregado-empregador, surgindo, assim, os direitos sociais – Estado social – a fim de
promover o bem estar do cidadão.
Houve mudanças na Constituição, impondo ao Estado um fazer, promover o bem-estar
dos cidadãos, fazer políticas públicas, seguridade social, habitação, saúde. Trata-se de
uma segunda geração de direitos fundamentais. Após esta mudança, num primeiro
momento, as Constituições sofreram uma queda de normatividade, sendo uma mera
folha de papel, pois não havia como exigir do Estado um fazer. Surgem as Normas
Programáticas, estabelecendo metas estatais a serem alcançadas.
Porém, são classificadas de normas totalmente destituídas de eficácia, porque só
produzem efeitos se houver uma regulamentação posterior.
Exemplos na CF/1988: Art. 7º, IV. Art. 196. Art. 205.
A Constituição passou a ser apenas um ideário político num Estado (conjunto de
promessas jurídicas inconsequentes). Todavia, buscou-se a força normativa da
Constituição, de dentro deste conteúdo normativo, passando a Constituição a ser um
conjunto de normas que irradiam imperatividade.
Com instrumentos que permitam exigir estas condutas tanto positivas quanto
negativas. Todas as normas produzem eficácia direta e imediata. Esta força normativa
vai tomando o espaço ocupado pelo Código Civil, na medida em que vai recebendo
direitos das gerações. A tutela passou a ser voltada aos grupos, aos direitos humanos
no âmbito universal. Surge, então, uma terceira geração de direitos fundamentais.
Portanto, a força normativa das Constituições está preocupada em consagrar os
direitos fundamentais em todas as suas gerações, junto com direitos sociais em todos
os sentidos. As constituições buscaram a força normativa, sendo impulsionadas pelos
movimentos históricos e pelas conquistas das gerações dos direitos fundamentais.
Nota-se que o pilar fundamental do ordenamento jurídico está nos direitos e garantias
fundamentais, os quais se encontram sob a forma de Princípios Constitucionais. Por
Exemplo: O Art. 5º da CF do Brasil.
As Constituições evoluíram, sendo, inicialmente, o estatuto do Estado, após do
cidadão, e por fim, o estatuto da sociedade.
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Por isso do Conceito Jurídico de Constituição: conjunto de normas que regulamenta a
forma de estado, de governo, como exerce a sua organização e, principalmente,
consagra direitos e garantias fundamentais, nas quais são o pilar fundamental, em
todas as suas dimensões.
As Constituições ampliaram-se, recebendo uma nova tipologia normativa, a fim de
concretizar as conquistas históricas da sociedade, os seus direitos e garantias
fundamentais.
A partir dai novas gerações passaram a ser identificadas. Entre elas, a mais aceita pela
doutrina é a quarta geração de direitos criada pelo professor Paulo Bonavides, para
quem pode ser traduzida como o resultado da globalização dos direitos fundamentais
de forma a torná-los universais no campo institucional. Enquadram-se aqui o direito à
informação, ao pluralismo e à democracia direta.
Atualmente, as Constituições cumprem sua missão ao concretizar os Direitos e
Garantias Fundamentais.
IMPORTANTE
AS GERAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os Direitos Fundamentais visam assegurar a todos uma existência digna, livre e igual,
criando condições à plena realização das potencialidades do ser humano.
Os direitos fundamentais não surgiram simultaneamente, mas em períodos distintos
conforme a demanda de cada época, tendo esta consagração progressiva e sequencial
nos textos constitucionais dado origem à classificação em gerações.
Como o surgimento de novas gerações não ocasionou a extinção das anteriores, há
quem prefira o termo dimensão por não ter ocorrido uma sucessão desses direitos:
atualmente todos eles coexistem.
Nas palavras do eminente jurista Alexandre de Moraes podem ser definidos como: “O
conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade
básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder
estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da
personalidade humana”.
Por serem indispensáveis à existência das pessoas, possuem as
seguintes características
Inalienabilidade:são direitos intransferíveis e inegociáveis.
Imprescritibilidade: não deixam de ser exigíveis em razão do não uso.
Irrenunciabilidade: nenhum ser humano pode abrir mão da existência desses direitos.
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Universalidade: devem ser respeitados e reconhecidos no mundo todo.
Limitabilidade: não são absolutos. Podem ser limitados sempre que houver uma
hipótese de colisão de direitos fundamentais.
É importante salientar que esses direitos são variáveis, modificando-se ao longo da
história de acordo com as necessidades e interesses do homem. Essa transformação é
explicada com base na teoria das gerações de direitos fundamentais, criada a partir do
lema revolucionário francês (liberdade, igualdade, fraternidade) e que pode ser assim
resumida:
1ª Geração: Os direitos fundamentais de primeira dimensão são os ligados ao valor
liberdade, são os direitos civis e políticos. São direitos individuais com caráter negativo
por exigirem diretamente uma abstenção do Estado, seu principal destinatário.
2ª Geração: Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda
dimensão são os direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos de titularidade
coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado.
3ª Geração: Os direitos fundamentais de terceira geração, ligados ao valor fraternidade
ou solidariedade, são os relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio
ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o
patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação. São direitos
transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero humano.
4ª Geração: Por fim, introduzidos no âmbito jurídico pela globalização
política, os direitos de quarta geração compreendem os direitos à democracia,
informação e pluralismo.
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