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Aula 02 - Farmacognosia - multivix

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farmacognosia 
Prof. Mª Carolina Torres Moraes 
Disciplina: Farmacognosia 
E-mail: carolina.tmoraes@gmail.com 
Cachoeiro de Itapemirim 
2021 
farmacognosia 
Pharmakon - fármaco Gnosis - conhecimento Do GREGO 
Disciplina que OBJETIVA O ESTUDO DOS PRINCÍPIOS ATIVOS NATURAIS 
 A disciplina passou a ser obrigatória nas faculdades de farmácia do Brasil a partir de 1920 e é considerada o ramo mais antigo das Ciências Farmacêuticas. 
Estuda compostos químicos não apenas de origem vegetal, mas também de fungos, bactérias e organismos marinhos. 
fitoterapia 
Phyton - vegetal Therapeia - terapia Do GREGO 
Ciência que estuda a utilização das plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, cuja finalidade é terapêutica, seja para 
prevenir, atenuar ou para curar uma patologia. 
Segundo a OMS, cerca de 80% da população mundial depende da Medicina tradicional para as suas necessidades primárias de cuidado à saúde, o que inclui a Fitoterapia. 
O Ministério da Saúde afirma que, no Brasil, cerca de 82% da população emprega produtos à base de plantas medicinais nos seus cuidados com a saúde. 
Ementa 
Estudo dos principais grupos de metabólitos secundários de interesse terapêutico - alcalóides, flavonóides, quinonas, taninos, cumarinas, terpenóides. 
Integração do metabolismo primário e secundário. 
Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e toxicológicos de plantas medicinais utilizadas na produção de fitoterápicos. 
Métodos de extração, purificação e isolamento de princípios ativos. 
 
 
Bibliografia Básica 
Resolução nº 459 
DEFINIÇÕES - Droga vegetal - Planta medicinal ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, 
podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. 
- Fitoterápico - medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É 
caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e 
constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, 
inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais 
28 de fevereiro de 2007 – ANVISA. 
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e dá outras providências. 
- Planta medicinal - É uma espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. 
Chama-se planta fresca aquela coletada no momento de uso e planta seca a que foi precedida de secagem, 
equivalendo a droga vegetal. 
O emprego de produtos naturais pelo homem vem desde seus primórdios, principalmente na busca pelo alívio de algumas enfermidades através da 
ingestão de ervas e folhas. 
Relatos do uso de plantas são encontrados em todas as culturas, como no caso da utilização da 
espécie Papaver somniferum pela Civilização Suméria há aproximadamente 2600 a.C., por suas 
propriedades soníferas e analgésicas 
≈ Civilização Suméria 
2600 anos a.C. 
Papaver somniferum 
registros históricos 
LIVRO SAGRADO DOS 
VEDAS 
registros históricos 
Índia (Hinduísmo) 
≈ 3000 anos a.C. 
≈ China 
2500 anos a.C. ≈ 
PEN TSAO - compilado 
com 365 drogas - bases 
da Medicina Chinesa 
Evidências arqueológicas mostram que Nozes de bétele (Areca catechu L.), uma planta que 
contém substâncias psicoativas, eram mascadas no Timor há aproximadamente treze mil 
anos, e artefatos no Equador datam o uso de folhas de coca há cerca de cinco mil anos atrás 
Areca catechu 
≈ 13 mil anos ≈ 
≈ 5 mil anos 
Erythroxylum coca 
registros históricos 
Na Grécia antiga, o filósofo e médico grego Hipócrates, utilizava espécies vegetais, como as cascas e folhas do salgueiro (Salix alba) para o tratamento de febre, e para aliviar 
as dores do parto. 
 
Extratos de plantas eram empregados em execuções, como no caso de Sócrates, que morreu após a ingestão de uma bebida à base de cicuta, que continha o alcaloide coniina 
(Conium maculatum). 
Salix alba 
Hipócrates 
Grécia antiga 
Conium macutalum 
Sócrates 
registros históricos 
As Cascas secas da espécie Cinchona succiruna eram utilizadas para o tratamento de alguns tipos de febre, e várias espécies de Strychnos e Chondodendron 
americanas e africanas, eram utilizadas para produzir o curare, cuja função era produzir flechas envenenadas para caça e pesca. 
 
Os índios sul-americanos utilizavam largamente rapés e bebidas alucinógenas, principalmente em suas práticas religiosas, como as sementes de Piptedemia 
peregrina (Leguminosae) que eram torradas e moídas para a produção do rapé, cujo princípio ativo é a bufotenina. 
Cultura indígena 
Cinchona succiruna Chondodendron Strychnos 
bufotenina 
registros históricos 
Abacate (Perser americana 
Mill.) 
registros históricos América Latina 
O uso de plantas nativas das Américas, como alimento ou remédio, é muito antigo. Registros arqueológicos demonstram que os 
ameríndios já usavam algumas espécies há mais de dez mil anos. 
Batata-doce (Ipomoea batatas (L) 
Lam. ) Cacau (Theobroma cacao L.) 
Milho (Zea mays L.) 
Mate (Ilex paraguariensis A. St-
Hill) 
Raízes da salsaparrilha 
(espécies de Smilx) 
registros históricos América Latina 
Espanhóis e portugueses começaram a introduzir as plantas americanas na Europa logo no início da colonização 
Guaiaco (Guaiacum 
offcinale L.) 
USADAS NO TRATAMENTO DA SÍFILIS 
registros históricos América Latina 
A humanidade tem uma dívida contraída com os povos ameríndios pelo uso do seu conhecimento etnobotânico, já que as principais 
fontes de alimentação no mundo hoje são espécies domesticadas a partir da sua cultura. 
Além de várias substâncias bioativas utilizadas como medicamentos: 
Cinchona 
succiruna 
Quinina Pilocarpina 
tratamento do glaucoma antimalárico 
registros históricos 
A OMS reconhece que plantas usadas há séculos – que contam com 
tradicionalidade, têm importância como recurso terapêutico. 
Práticas médicas que contam com a devida 
tradicionalidade: 
- Medicina tradicional chinesa - China 
- Medicina ayurveda – Índia 
- Medicina ameríndia. 
Auguste de Saint-Hilaire - botânico francês que 
descreveu várias espécies de plantas medicinais do 
Brasil. 
Infelizmente no Brasil usadas tradicionalmente são muito pouco conhecidas e utilizadas. 
Poucas espécies citadas por Saint-Hilaire foram submetidas até o momento a estudos farmacológicos - apesar das espécies analisadas 
apresentarem resultados promissores. 
- Sambaibinha – antiinflamatório. 
- Quinas e orelha-de-onça – antimaláricos. 
- Pinhão-de-purga – purgativo. 
- Capeba e casca-d`anta – analgésicos. 
registros históricos 
A vegetação nativa do Brasil vem sofrendo intenso processo de destruição: 
BRASIL 
- Exploração do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) pelos portugueses – o pau0brasil apresentava pigmentos vermelhos utilizados para o tingimento de tecidos 
(brasilina e brasilidina) - XVI 
- Cultivo da cana-de-açúcar – economia na época da colônia – século XVII 
- Pecuária – destruiu vastas regiões de vegetação nativa – século XVII 
- Exploração do ouro e do diamante – durante os séculos XVII e XVIII - estima que o Brasil tenha contribuído com cerca de 50% de todo o ouro e diamantes do mundo 
– trazendo prosperidade e luxúria para a coroa brasileira - até o esgotamento do ouro no final do século XVIII. 
- Cultivo do café – iniciado logo após a independência do Brasil (1822). 
- Produção da borracha (XIX). 
- Processo de urbanização e industrialização - região sudeste a partir de 1940. 
registros históricos 
Consequências da destruição: 
BRASIL 
- Apenas 7% da Mata Atlântica encontra-se preservada - e muitas espécies de plantas medicinais foram perdidas. 
 
- Atualmente - Projetos de expansão da produção do etanol, soja, mineração, construção de hidroelétricas – vem comprometendo 
o que restou da vegetação nativa, em especial na Amazônia, no Cerrado e na Caatinga.Resolução nº 459 
28 de fevereiro de 2007 – ANVISA. 
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e 
fitoterápicos e dá outras providências. 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1º - Caberá privativamente ao farmacêutico - direção e/ou responsabilidade técnica na indústria farmacêutica, na farmácia comunitária e magistral, na 
oficina farmacêutica, no serviço público de fitoterapia, nos ervanários e demais locais onde são desenvolvidas atividades de assistência e atenção farmacêuticas, 
relacionadas com as plantas medicinais e fitoterápicos. 
 
Art. 2º - Atribuições principais dos farmacêuticos: 
a) participar do processo de implantação dos serviços de fitoterapia; 
b) promover o uso racional das plantas medicinais e fitoterápicos, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento dessa prática, por meio da elaboração de 
materiais informativos e participação em campanhas educativas; 
c) monitorar, registrar e avaliar os resultados obtidos a partir do acompanhamento do uso das plantas medicinais e fitoterápicos, por meio do estabelecimento de 
indicadores estabelecidos para tais finalidades. 
 
Resolução nº 459 
28 de fevereiro de 2007 – ANVISA. 
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e dá outras 
providências. 
CAPÍTULO II - DO SISTEMA DE SAÚDE 
 
CAPÍTULO III - DA FARMÁCIA MAGISTRAL 
 
CAPÍTULO IV - DA FARMÁCIA COMUNITÁRIA 
 
CAPÍTULO V - DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA 
 
CAPÍTULO VI - DA EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 
 
CAPÍTULO VII - DA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 
CAPÍTULO VIII - DO FORNECIMENTO DA DROGA VEGETAL E SEUS DERIVADOS 
Elencam as atribuições do farmacêutico 
nessas esferas. 
Investigação fitoquímica 
As plantas medicinais são uma fonte muito rica e quase inesgotável de compostos bioativos (metabólitos secundários). Muitos têm sido alvo de 
pesquisas devido ao grande potencial para a produção de fitoterápicos ou, até mesmo, servir de protótipo para a produção de fármacos pela 
indústria farmacêutica, como os conhecidos exemplos do ácido salicílico, atropina, vincristina, quinino e muitos outros 
 
Objetivos: 
 
- Identificação de grupos de metabólitos de uma espécie vegetal cuja constituição química é desconhecida; 
- Busca de um grupo específico de metabólitos em uma espécie já caracterizada previamente, visando ao isolamento desse metabólito de 
interesse e sua posterior caracterização estrutural; 
- Investigação fitoquímica baseada em aspectos etnofarmacológicos e/ou quimiotaxonômicos. 
- Obtenção do material vegetal 
- Preparação da amostra para análise 
- Processos de extração 
- Análise fitoquímica 
- Fracionamento, isolamento e purificação de metabólitos 
ETAPAS 
- Verificação da autenticidade do material vegetal a ser analisado - 
parâmetros de identidade botânica, incluindo ensaios macro e 
microscópicos. 
Obtenção do material vegetal 
- Preparação de uma exsicata do material vegetal investigado - com depósito em herbário oficial a 
fim de comprovar a identidade botânica, evitando, assim, equívocos por similaridade morfológica ou uso 
de nomes populares na obtenção da planta a ser investigada. 
- A investigação fitoquímica pode ser realizada a partir do material vegetal fresco ou seco (vantagem - facilidade de fragmentação e estabilidade 
microbiológica). 
Preparação da amostra para análise 
- Usados para obter compostos bioativos de qualidade e quantidade suficientes para a produção de produtos eficazes e seguros. 
 
- Divididos em processos extrativos a frio e a quente. 
 
Processos extrativos 
● Maceração: a extração do material vegetal pulverizado se faz em recipiente fechado, protegido da luz, temperatura ambiente durante algumas horas 
ou dias, sob agitação ocasional e sem renovação do solvente orgânico extrator. 
É um dos métodos mais utilizados devido à sua simplicidade e baixo custo. DESVANTAGEM: não ocorre esgotamento do material vegetal. Pode-se fazer a 
remaceração: onde o processo é repetido com o mesmo material vegetal, mas renovando o solvente extrator. 
 
 
 
● Percolação: é uma operação dinâmica indicada para a extração de substâncias termossensíveis farmacologicamente ativas e presentes em baixos 
teores na droga vegetal. Neste procedimento, ocorre o arraste dos metabólitos de interesse pela passagem contínua do líquido extrator no 
interior do percolador, levando ao esgotamento do material. 
Processos Extração a frio 
● Turbo-extração ou turbolização: Este método consiste na extração de material vegetal com a simultânea redução das suas partículas, o que 
facilita a rápida dissolução das substâncias ativas de interesse para o solvente extrator. Por outro lado, a redução do tamanho das partículas 
da droga vegetal pode dificultar a separação delas da solução extrativa ao final do processo. 
 
Processos Extração a frio 
Sistemas abertos 
● Infusão: a extração ocorre pelo contato direto do material vegetal com água fervente em um recipiente coberto. Indicado para partes 
vegetais com estrutura mole, as quais devem ser rasuradas ou moídas no intuito de otimizar a eficiência da operação de extração. Esse método 
extrativo não possui capacidade de exaurir a matéria-prima em relação aos metabólitos de interesse. 
Processos Extração a quente 
● Decocção: é uma técnica na qual o material vegetal fica em contato, durante certo tempo, com um líquido extrator em ebulição. 
Contraindicado para substâncias termolábeis e não é indicada para processos extrativos com líquidos extratores voláteis e com potencial de 
toxicidade, pois permite que esse solvente seja evaporado para o ambiente. 
Não necessitam de equipamentos ou vidrarias especiais para serem executados 
Sistemas fechados 
 
● Extração sob refluxo: procedimento no qual o líquido extrator e o material a ser extraído são colocados em um 
mesmo recipiente e submetidos a aquecimento (semelhante à decocção), mas necessariamente acoplados a 
condensadores. Esse sistema permite a utilização de líquidos extratores voláteis, pois o solvente evaporado 
durante o processo condensa e retorna ao sistema para um novo ciclo. Limitações: não ser exaustivo e a 
inviabilidade de ser utilizado para extração de substâncias termossensíveis. 
● Extração em aparelho de Soxhlet: técnica com princípios semelhantes aos da extração sob refluxo, mas com a 
substancial diferença de que o material extraído e o líquido extrator ficam em compartimentos distintos. 
Essa separação permite que, a cada novo ciclo de extração, o solvente renovado entre em contato com o material 
vegetal a ser extraído, possibilitando uma extração altamente eficiente e com quantidade reduzida de 
solvente. 
Processos Extração a quente 
Sistemas fechados 
● Hidrodestilação - bastante indicado para extrair óleos voláteis de determinados vegetais frescos, em que as 
partes devem permanecer em contato direto com água em ebulição, enquanto o vapor de água dilata as 
paredes celulares e arrasta consigo o óleo de interesse. Em seguida, o vapor (que consiste na mistura de óleo 
e água) passa por um condensador, onde ocorre a formação de duas fases líquidas que podem ser facilmente 
separadas, já que são imiscíveis (óleo e água). Em geral, o aparelho de Clevenger é usado para este processo, 
principalmente, em escala laboratorial. 
Limitações: devido ao tempo prolongado deste método e o contato direto da matéria-prima vegetal com a água 
fervente, processos hidrolíticos e outras reações indesejáveis podem ocorrer. 
Processos Extração a quente 
Sistemas fechados 
● Arraste por vapor de água - O método é recomendado para a extração de óleos voláteis de plantas frescas e, apesar, de seguir, praticamente, o 
mesmo princípio físico-químico da hidrodestilação (óleos voláteis possuem tensão de vapor mais elevado do que a água), sua grande 
vantagem é que o material vegetal não fica em contato direto com a água fervente. 
O vapor é produzidoem um balão que flui até a parte superior do extrator, onde o material vegetal encontra-se armazenado no interior de outro balão. Em 
seguida, o vapor segue pelo condensador e a mistura líquida (óleo e água) pode ser, posteriormente, separada por diferença de densidade. 
Processos Extração a quente 
Reações químicas de caracterização 
 
A caracterização dos principais grupos de metabólitos secundários são baseados em reações químicas que resultam no aparecimento de cor 
e/ou precipitado nas amostras investigadas. 
 
Limitação - possibilidade de ocorrerem reações inespecíficas, gerando tanto resultados falso-negativos como falso-positivos. Além disso, 
algumas dessas interpretações são subjetivas, pois dependem da avaliação da cor visualizada por parte do analista. 
análise fitoquímica 
 
 
 
Análise fitoquímica 
- Isolar e identificar os metabólitos primários ou secundários por meio de processos cromatográficos e espectroscópicos; 
Fracionamento, isolamento e purificação de metabólitos 
- Obter frações enriquecidas em compostos bioativos; 
- Reduzir os teores de compostos com potencial de toxicidade, como, por exemplo, os alcalóides pirrolizidínicos. 
Fracionamento, isolamento e purificação de metabólitos 
● 1° ETAPA: preparação do extrato bruto. Nessa etapa pode ser realizada uma investigação farmacológica in vitro ou in vivo ou uma 
cromatografia analítica preliminar a fim de constatar a presença do grupo de metabólitos ou do composto de interesse no extrato da droga 
vegetal investigada. 
● 2° ETAPA: partição do extrato bruto com solventes (extração líquido-líquido) - sendo necessário que os 
líquidos envolvidos no processo sejam imiscíveis - tem por objetivo separar os compostos considerando sua 
solubilidade e seu coeficiente de partição em diferentes solventes. 
Para esse procedimento, a escolha dos solventes ocorre baseada no grau de polaridade crescente deles (p. ex., 
hexano < diclorometano < acetato de etila < n-butanol). 
Fracionamento, isolamento e purificação de metabólitos 
Fracionamento, isolamento e 
purificação de metabólitos 
Após a preparação dos extratos e do processo de partição com solventes, a obtenção de frações enriquecidas ou o isolamento de compostos bioativos 
ocorre pelo uso de técnicas cromatográficas. 
Objetivos: isolamento de uma substância específica (processo preparativo) ou verificar a presença e o teor de determinado metabólito em uma 
matriz (processo analítico). 
Técnicas cromatográficas 
Os processos cromatográficos podem ser 
divididos em técnicas planares e em coluna 
planares 
coluna 
Técnica planar principal: Cromatografia em Camada 
Delgada (CCD) Comparativa e Preparativa 
 
Comparativa - objetivo de caracterizar os componentes 
presentes em uma mistura a partir de valores de Rf (fator de 
retenção = distância atingida pela mancha a partir da 
origem/distância percorrida pelo solvente desde a origem) e 
pela coloração desenvolvida frente a diferentes agentes 
cromogênicos. 
Preparativa - isolar e/ou purificar um metabólito específico. 
 
Técnicas cromatográficas 
Técnica planar principal: Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Comparativa e Preparativa 
Técnicas cromatográficas 
1. fase estacionária da placa (sílica, 
alumina, etc.); 
 
2. sistema de solventes orgânicos para a 
eluição dos compostos; 
 
3. técnicas de detecção, física (luz UV) ou 
química (reagentes de derivatização) 
Técnica em coluna: Cromatografia Líquida (CL) - para isolar e 
purificar os alcalóides presentes nos extratos orgânicos. 
 
São empregadas colunas de vidro de diversos comprimentos e 
diâmetros, preenchidas por uma fase estacionária, onde as fases 
móveis foram escolhidas de acordo com análises de 
cromatografia de camada delgada comparativa da amostra. 
Técnicas cromatográficas 
Técnicas cromatográficas 
Cromatografia Gasoso (CG) e a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) - técnicas analíticas mais descritas na literatura para a 
análise de produtos naturais. 
 
Essa preferência, nas últimas décadas, não está somente relacionada às especificidades de cada uma delas, mas também por serem as mais 
utilizadas pelos códigos oficiais farmacêuticos (Farmacopeias) de distintos países, como Brasil e Estados Unidos e da Comunidade Europeia. 
Técnicas cromatográficas 
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) 
- Técnica analítica mais utilizada na área de produtos naturais, 
especialmente pela amplitude de amostras passíveis de análise 
por essa metodologia, assim como pela possibilidade de 
quantificação dos compostos de interesse. 
 
- O grande avanço na CLAE na área de produtos naturais ocorreu 
quando o cromatógrafo passou a ser acoplado a espectrômetros de 
massas (EM) e de ressonância magnética nuclear (RMN), fato este 
que possibilitou a elucidação estrutural completa de moléculas sem 
a necessidade de amostras de referência para comparação. 
Técnicas cromatográficas 
Técnicas cromatográficas 
Cromatografia Gasoso (CG) 
Técnica aplicável para separação e análise de misturas cujos constituintes tenham 
ponto de ebulição de até 300 ºC e que sejam termicamente estáveis. 
Essas características podem ser encontradas naturalmente nas amostras a serem 
analisadas, como os mono e sesquiterpenos constituintes dos óleos voláteis, ou ainda 
introduzidas nas moléculas por reações de derivatização, como no caso dos ácidos graxos e 
dos aminoácidos. 
Principais técnicas espectroscópicas utilizadas: ultravioleta (UV), infravermelho (IV), espectrometria de massas (EM) e ressonância magnética 
nuclear (RMN)]. 
 
RMN seja a ferramenta mais eficiente para elucidação estrutural de compostos de origem natural, a utilização de UV e IV ainda contribui de forma 
significativa para a obtenção de dados específicos, como presença de grupos funcionais e padrão de insaturação. 
 
Espectro de massas de um composto traz informações únicas, como sua massa molecular e seus padrões de fragmentação. 
Essas informações permitem estabelecer a fórmula molecular desta substância pelo valor de massa obtido, enquanto o padrão de fragmentação permite 
obter informações relativas aos grupos funcionais, radicais substituintes e presença ou ausência de cadeias laterais no composto investigado. 
Elucidação estrutural 
RMN - caracteriza-se por ser uma técnica não destrutiva que fornece dados do número e do tipo de átomos de hidrogênio e de carbono dos 
compostos. 
- Os espectros de hidrogênio (1H) fornecem os deslocamentos químicos de todos os hidrogênios existentes na molécula em uma faixa de 0 a 16 
ppm, a integração de cada hidrogênio e as constantes de acoplamento (J) com os hidrogênios que estão localizados nos carbonos adjacentes. 
- Os espectros de RMN 13C unidimensionais fornecem os deslocamentos químicos dos diferentes tipos de carbonos presentes na molécula, os 
quais estão distribuídos em uma faixa de frequência de 0 a 220 ppm (deslocamentos: carbono da carbonila, aproximadamente entre 220 e 160 
ppm; a dos carbonos aromáticos ou insaturados (160 a 110 ppm); a dos carbonos alifáticos oxigenados, entre 110 e 50 ppm; e a dos carbonos 
alifáticos (50 a 0 ppm). 
 
Elucidação estrutural 
Outras duas técnicas utilizadas na elucidação estrutural de produtos naturais são o dicroísmo circular e a cristalografia de raios X. 
 
Dicroísmo circular (DC) - técnica espectroscópica que permite a determinação da configuração absoluta de enantiômeros e baseia-se na 
medida da diferença de intensidade de absorção entre a luz polarizada dextrógira e levógira. Para a execução dessa metodologia, a substância 
a ser analisada deve absorver na região do ultravioleta e ser comparada com uma substância de configuração conhecida que tenha substituintes 
semelhantes (ou próximos) ao redor do centro estereogênico. 
 
Cristalografia de raios X (CRX) - é a ferramenta mais utilizada para a determinação da estrutura tridimensional das moléculas, que se baseiana dispersão de raios X através de um cristal da molécula em estudo. 
 
Elucidação estrutural 
● Técnica analítica capaz de investigar desde moléculas pequenas e simples até moléculas volumosas e complexas, como proteínas e ácidos 
nucleicos. Essa versatilidade a torna uma ferramenta promissora para diversas áreas do conhecimento, incluindo a análise e doseamento de 
metabólitos secundários. 
 
● A EC é definida como uma técnica de separação baseada na diferença de migração de compostos iônicos ou ionizáveis na presença de um 
campo elétrico. Diversos grupos de metabólitos secundários podem ser analisados por EC, como alcaloides, flavonoides, ácidos fenólicos e 
terpenos. 
Eletroforese capilar 
FIM!!!

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