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ALESSANDRA RENATA RIBEIRO GUERCHE GOMES

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Campo Grande 
2018 
ALESSANDRA RENATA RIBEIRO GUERCHE GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORROSÃO DE ARMADURAS NO CONCRETO ARMADO: 
CARACTERISTICAS E PROCESSOS INIBIDORES 
 
 
 
 
 
Campo Grande 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORROSÃO DE ARMADURAS NO CONCRETO ARMADO: 
CARACTERISTICAS E PROCESSOS INIBIDORES 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Uniderp como requisito parcial para a obtenção 
do título de graduado em Engenharia Civil. 
Orientador: Caroline Maria Fronza 
 
 
 
ALESSANDRA RENATA RIBEIRO GUERCHE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALESSANDRA RENATA RIBEIRO GUERCHE GOMES 
 
 
CORROSÃO DE ARMADURAS NO CONCRETO ARMADO: 
CARACTERISTICAS E PROCESSOS INIBIDORES 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Uniderp Anhanguera como requisito parcial para 
a obtenção do título de graduado em Engenharia 
Civil. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Campo Grande, _____de _________ de 2018 
 
 
GOMES, Alessandra Renata Ribeiro Guerche. Corrosão de armaduras no concreto 
armado: características e processos inibidores. 2018. 38 folhas. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Uniderp Anhanguera, Campo 
Grande, 2018. 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste estudo é identificar os riscos de patologias em concreto armado na 
construção civil. Pretendeu-se demonstrar a importância do uso de métodos e 
técnicas construtivas por meio de novos conhecimentos e tecnologias apontando as 
tipologias de elementos inibidores associados a técnicas para prevenir o processo de 
corrosividade nas estruturas de concreto armado. Pretende-se analisar os processos 
químicos que resultam na corrosão dos metais; identificar as características dos 
inibidores e apresentar o nitrito de sódio como inibidor de corrosão na recuperação 
das armaduras de concreto armado. A metodologia do estudo orientou-se pela 
pesquisa de cunho bibliográfico. O estudo tem base descritiva dos processos que 
envolvem a proteção de armaduras de concreto da corrosão. 
 
Palavras-chave: Corrosão; Inibidores de Corrosão; Nitrito de Sódio; Recuperação; 
Cloretos. 
 
GOMES, Alessandra Renata Ribeiro Guerche. Corrosão de armaduras no concreto 
armado: características e processos inibidores. 2018. 38 folhas. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Uniderp Anhanguera, Campo 
Grande, 2018. 
ABSTRACT 
The objective of this study is to identify the risks of pathologies in reinforced concrete 
in civil construction. The aim was to demonstrate the importance of the use of methods 
and constructive techniques by means of new knowledge and technologies pointing to 
the typologies of inhibiting elements associated to techniques to prevent the corrosivity 
process in the reinforced concrete structures. It is intended to analyze the chemical 
processes that result in the corrosion of the metals; to identify the characteristics of the 
inhibitors and to present sodium nitrite as a corrosion inhibitor in the recovery of 
reinforced concrete reinforcement. The methodology of the study was guided by 
bibliographic research. The study has a descriptive basis of the processes that involve 
the protection of concrete reinforcement from corrosion. 
 
Key-words: Corrosion; Corrosion inhibitors; Sodium nitrite; Recovery; Chlorides. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Estruturas de concreto armado ................................................................ 11 
Figura 2 – Concreto Armado: mistura do concreto ao aço ....................................... 13 
Figura 3 – O uso de aço nas estruturas..................................................................... 17 
Figura 4 – Processo de corrosão das armaduras ..................................................... 18 
Figura 5 – Representação do avanço da carbonatação ........................................... 25 
Figura 6 – Corrosão de armaduras por cloretos em zonas marítimas ..................... 27 
LISTA DE ABREVIATURAS ESIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
NBR Norma Brasileira 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9 
2 O CONCRETO ARMADO .................................................................................... 11 
2.1 O CONCRETO E SUAS PARTICULARIDADES ................................................. 11 
2.1.2 Relação água/cimento.............................................................................................................13 
2.1.3 Agregados .............................................................................................................................14 
2.1.4 Aditivos .............................................................................................................................14 
2.2 O USO DO AÇO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................ 16 
2.2.1 Estruturas, propriedades e componentes............................................................17 
2.2.2 Resistência a corrosão ..................................................................................................18 
3 PROCESSO DE CORROSÃO DO AÇO E DO CONCRETO ............................. 19 
3.1 A CORROSÃO COMO PATOLOGIA ................................................................... 21 
3.1.1 Carbonatação nas estruturas .....................................................................................24 
3.1.2 Ataques corrosivos através de cloretos .......................................................................26 
4 O NITRITO DE SÓDIO COMO INIBIDOR DE CORROSÃO .............................. 28 
4.1 INIBIDORES DE CORROSÃO ............................................................................. 28 
4.2 TIPOS DE INIBIDORES ....................................................................................... 29 
4.2.1 Inibidores anódicos ...............................................................................................................31 
4.2.2 Inibidores catódicos ...............................................................................................................31 
4.2.3 Inibidores mistos ...............................................................................................................32 
4.2.4 Inibidores vegetais ...............................................................................................................32 
4.3 O USO DE NITRITO DE SÓDIO COMO INIBIDOR DE CORROSÃO ............... 32 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 35 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 36 
 
 9 
1 INTRODUÇÃO 
 
O emprego do concreto armado no mundo contemporâneo procede da ampla 
disponibilidade de seus ingredientes – aço e concreto. É uma técnica extremamente 
versátil, e por isso, vastamente executada na construção. O maior inconveniente é 
que o aço utilizado nas armaduras está propenso a corrosão (GRANATO, 2012). 
Justifica-se a realização deste trabalho uma vez que as patologias nas 
construções trazem grandes danos à durabilidade; à aparência e a qualidade da obra. 
Nessa conjuntura, tem se tornado muito importante o conhecimento sobre as 
patologias em estruturas de concreto armado provocadas pela corrosão das 
armaduras, e sobre os procedimentos para identificar e evitar este tipo de problema. 
A partir destas considerações visa-se responder ao seguinte questionamento: 
Quais os impactos dos inibidores no embate a corrosividade do aço? 
O objetivo geral deste trabalho é descrever as técnicas, métodos e elementos 
químicos utilizados para a recuperação e prevenção à corrosãode armaduras. Como 
objetivos específicos tem-se: 
• Relacionar os processos químicos que resultam na corrosão das 
armaduras de concreto; 
• Identificar as características dos compostos inibidores de corrosão; 
• Apresentar o uso de nitrito de sódio como inibidor de corrosão na 
recuperação de armaduras de concreto armado. 
O conhecimento a respeito das técnicas e métodos, bem como o entendimento 
sobre a utilização de inibidores de corrosão como o nitrito de sódio, garantem 
segurança e durabilidade as estruturas, eliminando ou reduzindo a deterioração das 
armaduras pelo processo de corrosão (BAUER, 2008). 
O método de estudo teve base em uma pesquisa bibliográfica e exploratória de 
base descritiva de livros e artigos que demonstram as patologias no concreto e as 
técnicas e métodos para evitar as reações químicas causadoras da corrosão. 
Utilizou-se como referência livros, teses, monografias e artigos científicos, 
selecionados através de buscas em plataformas como: Google Acadêmico, site 
MORE (mecanismo de online de referências), e por meio de uso de palavras chave 
como: patologias, corrosão, armaduras, concreto armado, priorizando publicações 
com datas de publicação superiores a 2007, de autores principais como: Adão e 
Hemerly (2010); Almeida (2005); Ambrozewicz (2012); Bauer (2008), Bertolini (2010); 
 10 
Cascudo (1997); Colpaert (2008); Dugatto (2006); Gonçalves (2015); Granato (2012); 
Leonhardt e Monnig (2007); Mehta; Monteiro (2008); Nobrega; Silva (2002); Silva 
(2009); Souza, Petri e Queiroz Neto (2009); entre outros autores especialistas na área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O CONCRETO ARMADO 
 11 
 
Formado pela união do concreto e do aço, o concreto armado é uma das 
composições mais utilizadas na construção civil. Seus elementos originários quando 
tomados em separados são completamente diferentes, entretanto, quando 
combinados eles criam o melhor material composto, na qual as qualidades de cada 
um dos seus constituintes compensam as desvantagens do outro. Assim, o concreto 
colabora com sua renomada resistência a compressão, na medida em que o aço 
fornece sua inigualável ductilidade e resistência à tração (GRANATO, 2012). 
Segundo Leonhardt e Monnig (2007), para se trabalhar e evitar as patologias 
no concreto armado é necessário antes de tudo, compreender as características 
individuais do concreto e do aço. 
As estruturas de concreto armado são normatizadas através da ABNT NBR 
6118/2014. 
 
Figura 1 – Estruturas de Concreto Armado 
 
Fonte: Granato (2012, p. 11) 
 
2.1 O CONCRETO E SUAS PARTICULARIDADES 
 
O concreto é um elemento essencial na indústria da construção que possui 
propriedades químico-físicas permitindo ao produto uma elevada condição de 
durabilidade e resistência (CASCUDO, 2005, p. 1077). 
 12 
Segundo Leonhardt e Monnig (2007) o concreto é um material composto, uma 
pedra artificial feita de areia, brita, água e cimento. Quando misturado a água ao 
cimento inicia-se um processo de hidratação, que é químico, e as propriedades 
mudam de líquido-plástico para o estado sólido. 
Cada elemento é essencial, porém é a composição química do cimento que 
torna possível o concreto. O cimento é conhecido e usado como matéria prima desde 
tempos remotos. Sua estrutura físico-química é formada de materiais cerâmicos que 
produzem reações exotérmicas ao contato direito com a água, produzindo um 
processo de cristalização (BERTOLINI, 2010). 
É um material relativamente barato e tem uma vida longa com poucos requisitos 
de manutenção. É forte na compressão e não é um material combustível. A relação 
água/cimento é um fator determinante no concreto estrutural comum com um menor 
teor de água resultando em um concreto mais forte. A classificação, a forma, a textura 
e a proporção do agregado também têm um efeito semelhante. Se for necessário um 
concreto particularmente forte, a quantidade de agregado pode ser reduzida em 
relação ao cimento (BAUER, 2008). 
Conforme Bertolini (2010), uma das grandes vantagens do concreto em relação 
a outros materiais de construção é que ele pode, por natureza e desde que bem 
executado, proteger as armaduras de patologias associadas à corrosão. Entretanto, o 
concreto está sujeito a patologias, geralmente causadas por estresse mecânico, dano 
físico, vibração, deterioração geotécnica, etc. Esse dano geralmente se manifesta na 
forma de fissuras ou lascas, que é importante localizar e identificar, pois podera trazer 
grandes danos estruturais ao concreto armado. 
Para Granato (2012), a maneira usual de garantir o comportamento satisfatório 
do concreto usado é o controle de algumas propriedades escolhidas do material, tais 
como o módulo de elasticidade, resistência à compressão e trabalhabilidade, visando 
atingir o desempenho estrutural e as exigências de segurança impostas pelas normas 
reguladoras. Entretanto, muitos fatores podem interferir nas propriedades dos 
materiais e conseqüentemente na qualidade do concreto obtido. 
Logo, o conhecimento sobre os materiais utilizados na produção do concreto, 
como cimento, agregados, aditivos, bem como sobre a relação do fator agua/cimento 
no desempenho do concreto, visa adquirir qualidade ao processo de fabricação das 
estruturas que levam esse material em sua composição. 
 
 13 
Figura 2 – Concreto Armado: mistura do concreto ao aço 
 
Fonte: Bertolini (2010, p. 23) 
 
2.1.1 Aglomerante 
 
Para Mehta e Monteiro (2008) o cimento Portland é o tipo de aglomerante mais 
utilizado nos processos de construção. O cimento Portland e materiais similares são 
feitos através do aquecimento de calcário(uma fonte de cálcio) com argila ou xisto 
(uma fonte de silício, alumínio e ferro) e moagem deste produto (clínquer) com uma 
fonte de sulfato(normalmente o gesso ). 
Nos modernos fornos de cimento,muitas características avançadas são usadas 
para reduzir o consumo de combustível por tonelada de clínquer produzida.Os fornos 
de cimento são instalações industriais extremamente grandes, complexas e 
inerentemente empoeiradas, e têm emissões que devem ser controladas (DUGATTO, 
2006). 
 
2.1.2 Relação água/cimento 
 
A combinação de água com um material cimentício forma uma pasta de cimento 
pelo processo de hidratação. A pasta de cimento cola o agregado, preenche os vazios 
e faz com que ele flua mais livremente. Uma menor proporção entre água e cimento 
produz um concreto mais resistente e durável, enquanto que mais água fornece um 
concreto mais livre com maior queda, porém menos resistente (SILVA, 2009). 
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https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&sp=nmt4&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Sulfate&xid=17259,15700022,15700124,15700149,15700186,15700190,15700201&usg=ALkJrhhQWwQytgmbx_7FI8E1LO-OilMHVw
https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&sp=nmt4&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Gypsum&xid=17259,15700022,15700124,15700149,15700186,15700190,15700201&usg=ALkJrhgsdoE-dx2rW0xVCqT4kV9ILyKA3g
https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&sp=nmt4&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Cement_kiln&xid=17259,15700022,15700124,15700149,15700186,15700190,15700201&usg=ALkJrhguTlwsPKbCFLU-G9TbB5lxuCrQTQhttps://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&sp=nmt4&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Workability&xid=17259,15700022,15700124,15700149,15700186,15700190,15700201&usg=ALkJrhicLsx0AdR3gEaYgaly0orPXd4aSg
 14 
A hidratação envolve muitas reações diferentes, ocorrendo freqüentemente ao 
mesmo tempo. À medida que as reações prosseguem, os produtos do processo de 
hidratação do cimento ligam gradualmente as partículas individuais dos agregados e 
outros componentes do concreto para formar uma massa sólida (NOBREGA; SILVA, 
2002). 
 
2.1.3 Agregados 
 
Agregados finos e grosseiros compõem a maior parte de uma mistura de 
concreto. Areia, cascalho natural e brita são utilizados principalmente para essa 
finalidade (SILVA, 2009). 
Os agregados mais utilizados são chamados de agregados miúdos e 
agregados graúdos, sendo os denominados miúdos aqueles que segundo a norma 
ABNT NBR 7211/2009, possuem diâmetro máximo igual ou inferior a 4,8mm. Já os 
agregados graúdos possuem diâmetro máximo superior a 4,8mm (MEHTA; 
MONTEIRO; 2008). 
Para Cascudo (1997, p.237) são agregados com uma distribuição de tamanho 
muito uniforme tem as maiores lacunas, enquanto agregados com partículas menores 
tende a preencher essas lacunas. Assim, a variação nos tamanhos do agregado reduz 
o custo do concreto. 
O agregado é quase sempre mais forte que o aglomerante, portanto, e seu uso 
não afeta negativamente a resistência do concreto. A redistribuição de agregados 
após a compactação muitas vezes cria diferenças devido à influência da vibração. Isso 
pode levar a gradientes de força (SILVA, 2009). 
Também podem ser utilizados os agregados reciclados (de resíduos de 
construção, demolição e escavação) como substitutos parciais de agregados naturais. 
O uso de materiais reciclados como ingredientes do concreto vem ganhando 
popularidade devido à legislação ambiental cada vez mais rigorosa e à descoberta de 
que estes geralmente têm propriedades complementares e valiosas (SILVA, 2009). 
Pedras decorativas como quartzito, pequenas pedras de rio ou vidro triturado 
são às vezes adicionadas à superfície do concreto para um acabamento decorativo 
"agregado exposto", popular entre os paisagistas (ALMEIDA, 2005). 
 
2.1.4 Aditivos 
 15 
 
Aditivos estão se tornando mais populares nas últimas décadas. Os mais 
notáveis são as cinzas volantes, escória granulada de alto-forno moída e a sílica ativa. 
O uso desses materiais no concreto reduz a quantidade de recursos necessários, pois 
as adições minerais atuam como substitutos parciais do cimento. Isso desloca um 
pouco da produção de cimento, um processo ambientalmente problemático, enquanto 
reduz a quantidade de resíduos industriais que devem ser descartados (DUGATTO, 
2006). 
Aditivos minerais podem ser pré-misturados com o cimento durante a sua 
produção para venda e uso como cimentos misturados, ou misturados diretamente 
com outros componentes quando o concreto é produzido. O projeto da mistura 
depende do tipo de estrutura que está sendo construída, de como o concreto é 
misturado e entregue e de como é colocado para formar a estrutura (MEHTA; 
MONTEIRO, 2008). 
Essas misturas químicas são materiais na forma de pó ou fluidos que são 
adicionados ao concreto para dar certas características que não podem ser obtidas 
com misturas de concreto simples. Em uso normal, as dosagens de mistura são 
inferiores a 5% em massa de cimento e são adicionadas ao concreto no momento da 
dosagem / mistura (COLPAERT, 2008). 
De acordo com Bertolini (2010) os tipos comuns de aditivos são como segue: 
• Aceleradores: aceleram a hidratação (endurecimento) do concreto. Os 
materiais típicos utilizados são CaCl2, Ca(NO3)2 e NaNO3. No entanto, o uso de 
cloretos pode causar corrosão no reforço de aço e é proibido em alguns países, de 
modo que os nitratos podem ser favorecidos. Aditivos aceleradores são especialmente 
úteis para modificar as propriedades do concreto em climas frios. 
• Retardadores: retardam a hidratação do concreto e são usados em 
grandes ou difíceis vazamentos, onde a configuração parcial antes da vazão estar 
completa é indesejável. 
• Plastificantes aumentam a trabalhabilidade do plástico ou concreto 
"fresco", permitindo que seja colocado mais facilmente, com menor esforço de 
consolidação. Plastificantes podem ser usados para reduzir o teor de água de um 
concreto, mantendo a trabalhabilidade e às vezes são chamados de redutores de 
água devido a esse uso. Tal tratamento melhora suas características de força e 
durabilidade. Os superplastificantes são uma classe de plastificantes que têm menos 
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https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&sp=nmt4&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Sodium_nitrate&xid=17259,15700022,15700124,15700149,15700186,15700190,15700201&usg=ALkJrhh7VfoCHsI6XrG6-XI8u7oJghPang
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 16 
efeitos prejudiciais e podem ser usados para aumentar a trabalhabilidade assim como 
nos plastificantes tradicionais. 
• Pigmentos podem ser usados para mudar a cor do concreto, por estética. 
• Inibidores de corrosão são usados para minimizar a corrosão de barras 
de aço e aço no concreto. 
• Produtos que incorporam calcário, cinza volante, escória de alto forno e 
outros materiais úteis com propriedades pozolânicas na mistura, estão sendo testados 
e usados. Este desenvolvimento deve-se ao fato de a produção de cimento ser um 
dos maiores produtores (cerca de 5 a 10%) das emissões globais de gases com efeito 
de estufa, além de reduzir custos, melhorar propriedades de concreto e reciclagem de 
resíduos. 
• Sílica ativa: A sílica ativa é usada para aumentar a resistência e a 
durabilidade do concreto, mas geralmente requer o uso de superplastificantes para a 
trabalhabilidade. 
A não conformidade dos concretos resulta em perdas econômicas 
significativas, pois podem necessitar de reavaliação do projeto, extração e teste de 
amostras, fortalecimento e até mesmo demoliçãoda estrutura. Quanto maior a 
necessidade de concretos com maior resistência, maior será também o custo para 
reparar os problemas (GRANATO, 2012). 
 
2.2 O USO DO AÇO-CARBONO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Considerado essencial na produção de estruturas de concreto armado, o aço 
é, portanto, matéria-prima fundamental na construção civil, favorecendo a qualidade 
das obras e permitindo uma grande variedade de usos deste, que vão de obras de 
pequeno porte a estruturas de grandes dimensões como pontes, aeroportos, viadutos, 
entre outros (GRANATO, 2012). 
O aço estrutural é extremamente forte. Além de suportar enormes cargas de 
tração, o aço tem uma ductilidade surpreendente. Junto com a dureza, o aço 
demonstra uma faixa elástica sob estresse, podendo desviar-se sob forças de tração 
sem apresentar falhas (HEMERLY, 2010). 
Bauer (2008) sustenta que o aço é o material mais versátil para a 
produção/fabricação de produtos de suporte estrutural para a construção civil, na 
 17 
medida em que possui uma grande variedade de tipos que podem ser obtidos em 
processos de transformação. 
O aço é um metal nobre e ferroso que pode se ligar a outros elementos 
químicos, gerando diferentes tipos após a transformação com mecanismos 
diferenciados de tratamento térmico. As características de resistência e leveza 
favorecem seu amplo uso em obras na construção civil (BERTOLINI, 2010). 
 
Figura 3 – O uso de aço nas estruturas 
 
Fonte: Bauer (2008, p. 23) 
 
2.2.1 Estruturas, propriedades e componentes 
 
Bauer (2008) avalia que a estrutura do aço-carbono pode sofrer modelações 
quando submetidas a altas temperaturas em sua produção nos processos fabris, a 
partir do uso de fusão, cuja liga metálica é formada por ferro e carbono, além de outros 
componentes residuais que resultam da fabricação. 
A estrutura do aço ao se solidificar apresenta um processo de cristalização em 
diversas direções constituindo eixos de cristais a partir de composições primárias e 
secundárias unidas, que se desdobram em novos eixos, determinando assim a 
solidificação completa da massa (GRANATO, 2012). 
Os aços-carbono têm grande utilidade, pois suas propriedades podem se 
adaptar à função do interesse de sua aplicação final, a resistência mecânica e 
durabilidade. 
 18 
2.2.2 Resistência a corrosão 
 
Aços-carbono contêm ferro em seu processo de transformação que oxida 
quando exposto ao ambiente, portanto verifica-se que uma das grandes fragilidades 
deste material é sua capacidade limitada de resistência a corrosão (CASCUDO, 2005, 
p. 1075). 
Bauer (2008) considera que a propriedade corrosiva do aço carbono se torna 
um problema de enorme relevância, uma vez que a os agentes corrosivos reduzem o 
tempo de vida útil da obra, além de elevarem os custos empregados em materiais, 
equipamentos e serviços envolvidos na reparação, manutenção e substituição das 
estruturas afetadas. 
Logo, o aço-carbono que é amplamente utilizado nas estruturas, embora 
complemente o concreto por sua fraqueza quanto à resistência a tração, também 
prejudica a durabilidade e a longevidade do concreto, devido a sua propensão a 
corrosão (BERTOLINI, 2010). 
 
Figura 4 – Processo de corrosão das armaduras 
 
Fonte: Silva (2007, p. 49) 
 
 19 
3 PROCESSO DE CORROSÃO DO AÇO E DO CONCRETO 
 
O termo corrosão tem origem latina a partir da palavra “corrodere” que quer 
dizer ataque ou destruição (BAUER, 2008). 
Ambrozewicz (2012, pg. 31) considera que a corrosão pode ser definida como 
um “fenômeno que produz a deterioração de materiais através de interações químicas 
e/ou eletroquímicas tendo grande influência em relação ao meio ambiente ou com o 
meio em que o material está em contato”. 
Umas das estruturas que mais são afetadas pela corrosividade são formadas 
por aço-carbono que poderá ser afetado de diversas formas tanto em processo de 
corrosão uniforme, como em casos de galvanização em que o processo se efetiva a 
partir de variável de controle da intensidade da corrente que circula no sistema, a qual 
é variada por meio de uma resistência, corrosão por frestas que permitem a entrada 
de agentes corrosivos por pites (BERTOLINI, 2010). 
Para Bauer (2008) as razões que levam ao aparecimento da corrosividade 
metálica podem ter suas origens de natureza química ou eletro-físico. No contexto do 
processo químico, o autor refere que o componente de ferro contido no aço carbono, 
sofre as reações químicas de acordo com a equação 1: 
 (equação 1) 
Onde: 
 
 
 
O resultado desta reação química, de acordo com Bauer (2008), tem-se que o 
ferro perde elétrons transformando-se em íon carregado, permitindo que o ferro realize 
outras ligações químicas com íons negativamente carregados. Esta reação é 
denominada de anódica. 
Conforme Adão e Hemerly (2010, pg. 13), o ph do meio ambiente propício as 
reações químicas de corrosividade pode influenciar no resultado das reações, tendo 
em vista a interação resultante da formação de correntes elétricas de íons resultantes 
da própria reação e os íons do eletrólito. Logo, pode-se perceber que para que 
aconteça o processo de corrosividade metálica são necessários três componentes 
básicos: ferro, água e oxigênio, os quais são influenciados pelo ph local. 
 20 
Bertolini (2010) avalia que o processo de corrosividade em metais influencia as 
condições ambientais aquosas gerando um circuito fechado, determinado pela reação 
entre a corrente elétrica proveniente do metal e a corrente iônica do eletrólito 
influenciados da reação química. Para que aconteça uma reação eletroquímica é 
preciso de duas reações químicas, a primeira de oxidação e a segunda de redução 
sejam simultâneas. 
Nesse sentido, a elevada porosidade deverá ser evitada no concreto na medida 
em que contribui para a perda de parte da vida útil do produto. É fundamental a 
existência de uma película protetora capaz de aderir ao aço-carbono. Essa proteção 
química composta de óxido de ferro deve estar associada aos poros do concreto 
(BERTOLINI, 2010). 
Bauer (2008) avalia a importância dos testes de resistibilidade e probabilidades 
de eventos que contribuem para a corrosão do concreto, a partir de técnicas de análise 
de condutibilidade elétrica. 
A evolução de pesquisas nesta área favoreceu o uso de técnicas de indicação 
elétrica para testar a penetração de cloretos no concreto, através do teste é possível 
determinar a penetrabilidade em nível de atividade dos íons de cloreto na carga 
elétrica. Com o teste é possível avaliar a capacidade de resistência do concreto a 
futuros problemas de corrosividade (BAUER, 2008). 
Para Ambrozewicz (2012) o teste de permeabilidade aos cloretos favorece a 
análise do comportamento da movimentação iônica. Apesar de ser considerado um 
método complexo, as organizações que se adaptaram ao uso obtiveram um grau de 
eficiência na qualidade do concreto. 
Outros métodos não convencionais têm sido utilizados como forma de avaliar 
os riscos da ação do cloreto no concreto como o método de análise de migração de 
cloretos que faz a utilização de células de difusão natural que também tem grande 
potencial elétrico para realizar a movimentação iônica e monitorar a capacidade de 
penetrabilidade do produto (AMBROZEWICZ, 2012). 
Bertolini (2010) analisa que é importante a avaliação dos níveis de potencial de 
cargas iônicas de meia célula em barras de ferro associadas ao concreto na hora do 
teste. Os resultados obtidos permitem identificar os níveis aceitáveis através do 
potencial de circuitos que determinam os quais determinam que quanto maior a 
umidade do concreto corre maiores probabilidades de eventos de corrosão por reação 
química de íons de cloreto. 
 21 
 
3.1 A CORROSAO COMO PATOLOGIA 
 
A patologia das edificações é atualmente uma área de conhecimento referente 
ao ensino da construção civil, sua importância para a formação dos futuros 
engenheiros éparte dos requisitos necessários para a inserção no mercado. 
Segundo Silva (2007, p. 4): 
Entende-se por patologia uma situação em que um edifício por inteiro ou parte 
deste, em determinado período de sua vida útil, começa a apresentar falhas 
ou um desempenho insatisfatório. Para assegurar a vida útil dos edifícios, 
torná-lo um lugar habitável sem nenhum risco de segurança ou problemas 
sanitários e até para deixá-lo com uma aparência apresentável é preciso 
identificar as patologias quando estas existem, suas causas e com isso tentar 
chegar a uma solução, a partir de uma intervenção, que elimine a patologia 
de maneira mais simples e econômica possível. 
 
Há uma grande variedade de patologias que se desenvolvem nas estruturas de 
concreto. Erros na escolha de determinados materiais e na quantidade de aditivos 
podem provocar as manifestações patológicas, de forma geral, destacando as 
patologias do concreto em estruturas de aço e as anomalias que ocorrem em 
construções residenciais e prediais como fissuras, trincas, deformação excessiva da 
estrutura, queda de revestimento interno, manchas, infiltrações, bolores e mofos, 
corrosão, ferrugem, etc. (BAUER, 2008). 
Os estudos de Leonhardt e Monnig (2007, p. 156) demonstram que os 
problemas patológicos relacionados às estruturas na construção civil afetam a parte 
mais importante da obra: 
A estrutura é parte de uma obra civil de grande responsabilidade, que exige 
a confiança no dimensionamento das peças, na qualidade do material a ser 
utilizado, bem como na execução da mesma. O grande controle de qualidade 
do processo de fabricação utilizado atualmente nas siderúrgicas brasileiras 
permite a perfeita combinação da composição química com as propriedades 
mecânicas do aço fabricado, proporcionando uma excelente segurança e 
confiabilidade nos esforços resistentes. 
 
Em relação à recuperação dos problemas patológicos, Bauer (2008, p. 76) 
menciona que “as correções serão duráveis e fáceis de executar e mais baratas 
quanto mais cedo forem executadas”. 
Contudo deve-se constatar que nem todas as patologias como a corrosão em 
construções podem ser devidamente remediadas de forma a manter a qualidade da 
 22 
construção ou não haver futuros problemas decorrentes desta ação. Em alguns casos, 
é mais viável desfazer o erro e reconstruir novamente (HELENE, 1988). 
Neste contexto, Cascudo (2005, p 1071) avalia de suma importância a 
manutenção de um projeto e a as etapas construtivas referentes à execução e 
manutenção preventiva, e logo nos primeiros três anos proceder à manutenção 
corretiva. Esse fator demanda a responsabilidade de diagnóstico de toda a obra, mas 
poderá favorecer a eliminação de custos futuros com o surgimento de patologias. 
Para Helene (1998, p. 597) os principais efeitos da corrosão em estruturas de 
concreto podem ser também causados pelos “defeitos originados no próprio processo 
construtivo (erro de projeto ou de execução) ou adquiridos ao longo do tempo 
causados por desgastes naturais”. 
Em todas as etapas de execução do concreto devem ser utilizados métodos 
para evitar agentes corrosivos que se apresentam em forma de partículas em 
suspensão que causem contaminação dos líquidos usados na concretagem. Portanto, 
evidencia-se necessidade de padronização dos meios de concretagem e os cuidados 
efetivos ao determinar as misturas para não estabelecem ação combinada que possa 
prejudicar o concreto (HELENE, 1998, p. 597). 
A criação de meios propícios à corrosão deverá ser prevenida com métodos 
inibidores a fim de eliminar as incertezas na fase de gestão do projeto para evitar 
situações que permitam que esses eventos possam deteriorar as estruturas de 
edificações. A utilização de produtos aditivos líquidos misturados ao concreto e 
argamassa, a fim de melhorar as propriedades no estado fresco ou endurecido, 
favorecendo a resistência do produto (COLPAERT, 2008). 
As patologias para serem evitadas em uma obra exigem também boa 
qualificação de mão-de-obra, gerenciamento e controle de qualidade que possam 
garantir à obra uma vida útil com grande durabilidade (NOBREGA; SILVA, 2002). 
Para Granato (2012), as causas prováveis das patologias que afetam a 
estrutura nas armações de concreto são caracterizadas pelo acúmulo de água e 
infiltrações, situações que determinam o surgimento de fissuras favorecem a entrada 
de umidade provocando reações químicas como a corrosividade e a presença de 
nichos de concretagem. 
Neste contexto, avalia-se que esses fatores agem de forma diferenciada 
favorecendo da deterioração das estruturas de concreto, o processo de corrosão é 
 23 
causado por fatores químicos que agem sobre a estrutura estabelecendo reações com 
ácidos, sais e umidade (BAUER, 2008). 
Para Nobrega e Silva (2002) “os fatores mecânicos que produzem efeitos 
vibratórios são também grandes causadores de corrosividade, acarretando problemas 
patológicos, possibilitando o contato da armadura com o meio corrosivo”. 
As criações de meios propícios à corrosão deverão ser prevenidas a fim 
delimitar as incertezas na fase de gestão do projeto para evitar situações que 
permitam a corrosão das estruturas. Os usos de misturas líquidas constituídas por 
processos aditivos ao concreto ou argamassa durante sua mistura, podem melhorar 
suas propriedades no estado fresco ou endurecido, como melhorar a resistência, 
sendo comum as utilizações na execução da concretagem podem conter agentes 
corrosivos que se apresentam em forma de partículas em suspensão que funcionam 
em reação ao meio, como agentes abrasivos (HELENE, 1986). 
A contaminação dos líquidos usados poderá favorecer um ataque das 
estruturas do concreto em reações químicas que agridem a superfície do concreto. 
Portanto, evidencia-se necessidade de padronização dos meios de concretagem e os 
cuidados efetivos ao determinar as misturas para não estabelecem ação combinada 
que possa prejudicar o concreto (CASCUDO, 1988). 
O processo de corrosão uma vez iniciado, resulta em deterioração do 
componente do concreto armado. Cascudo (2005, p. 1076), descreve em etapas, de 
1 a 7, de destruição que podem ser observadas nos próximos parágrafos. 
Na primeira fase, se a armadura estiver embutida em concreto que seja 
permeável o suficiente para permitir a passagem de água e dióxido de carbono, então 
a carbonatação avança da superfície ao concreto interior. O dióxido de carbono reage 
com hidróxido de cálcio na pasta de cimento para formar carbonato de cálcio. A livre 
circulação de água transporta os carbonatos de cálcio instáveis para a superfície e 
manchas brancas são formadas. Dessa forma, essa fase se caracteriza por manchas 
brancas na superfície do concreto, que indicam a ocorrência de carbonatação. 
Na segunda fase, quando o reforço começa a corroer, uma camada de óxido 
férrico é formada na superfície de reforço. Este produto marrom, resultante da 
corrosão, pode penetrar junto com a umidade na superfície do concreto, sem quebrar 
o mesmo. 
Na terceira fase, os produtos de corrosão normalmente ocupam um volume 
muito maior, cerca de 6 a 10 vezes do que o metal original. O aumento de volume 
 24 
exerce uma pressão de ruptura considerável sobre o concreto envolvente, resultando 
em rachaduras. Essas rachaduras indicam que a ferrugem em expansão cresceu o 
suficiente para dividir o concreto. 
Na quarta fase, à medida que a corrosão progride haverá formação de múltiplas 
camadas de óxido férrico sobre o reforço de aço, que por sua vez, exerce uma pressão 
considerável sobre o concreto envolvente resultando num alargamento das 
rachaduras, além disso, várias novas rachaduras também são formadas. A ligação 
entre o concreto e o reforço é consideravelmente reduzida. Haverá um som oco ao 
batermos na superfície do concreto com um martelo leve. 
Na quinta fase, devido à perda de ligação entre o aço e o concreto e a formação 
de múltiplas camadas de balanças, o concreto dacobertura começa a descascar. 
Nesta fase há uma redução considerável do tamanho da barra do aço. 
Na sexta fase, a redução contínua no tamanho das barras resulta em 
rompimento das mesmas, normalmente, o estalo ocorre nos estribos primeiro. Nesta 
fase haverá também uma diminuição no tamanho das barras principais. 
Na sétima fase, o desprendimento da cobertura de concreto juntamente com a 
perda acentuada de seção das barras principais de aço-carbono leva a um colapso 
da estrutura. 
Diversos são os mecanismos que fazem com que a vida útil das estruturas de 
concreto seja prejudicada. Assim, entre estes mecanismos tem-se também a 
carbonatação, que realiza a deterioração da armadura de concreto por meio do 
processo de corrosividade (CASCUDO, 2005, p.1119). 
 
3.1.1 Carbonatação nas estruturas 
 
A carbonatação é um fenômeno natural, que se caracteriza pela reação entre 
o gás carbônico no meio ambiente e os compostos alcalinos que fazem parte da rede 
de poros do concreto. Com o passar do tempo a compatibilidade química existente 
entre o concreto e o aço-carbono se reduzem com o tempo, favorecendo a diminuição 
do pH devido à exposição ao gás carbônico (ADÃO; HEMERLY, 2010). 
Colpaert (2008, p. 32) considera que a “carbonatação é um processo 
influenciado pela resposta da reação química da interação entre dióxido de carbono 
atmosférico e os elementos do cimento, culminando na corrosão por meio da 
danificação das barras de aço do concreto. 
 25 
Bauer (2008) avalia que outro fator predominante para a carbonatação é a 
existência de umidade no ar que se infiltram nos poros do concreto e produzindo ações 
agressivas que influenciam esse processo químico no concreto. Neste sentido, 
existem formas de evitar a carbonatação mediante o conhecimento de técnicas no 
tocante aos processos de adição de materiais no concreto e sua cura. 
Gonçalves (2015) considera que a carbonatação está diretamente relacionada 
à penetração do dióxido de carbono, por meio dos poros, para o interior do concreto, 
o qual na presença da umidade transforma-se em H2CO3 (ácido carbônico) que é 
reativo. 
A reação química ocorre com a penetração do CO2 no concreto. Vale ressaltar 
que a penetração e reação do processo de carbonatação acontecem pausadamente, 
aumentando conforme o tempo exposto à reação química (GONÇALVES, 2015). 
A Figura abaixo apresenta o processo de carbonatação que demonstra o 
rompimento da camada de passivação que permite a oxidação favorecendo a criação 
de condições para a carbonatação. 
 
Figura 5 – Representação do avanço da carbonatação 
 
Fonte: Gonçalves (2015). 
 
As armaduras de concreto que se encontram dispostos em lugares com maior 
proximidade do ar apresentam porosidades diferentes e por isso as reações químicas 
são distintas daquelas armaduras que estão mais protegidas. Além da presença ou 
não de ambiente úmido, deve-se ressaltar que o volume de hidróxido de cálcio que 
 26 
compõe o concreto, tende a influenciar no processo de carbonatação da armadura. 
Entretanto, além da disposição das armaduras de concreto, há outros elementos que 
devem ser levados em consideração quando se pretende evitar as reações químicas 
provenientes do processo de carbonatação (BAUER, 2008). 
Nesse contexto, Granato (2012, p. 165) avalia que “é preciso considerar o 
adequado comprimento da espessura adequada, bem como uma estruturação que 
leve em consideração o ambiente de exposição, a fim de minimizar os efeitos dos CO2 
nas armaduras de concreto”. 
Portanto, quando da realização da obra é preciso levar em consideração todos 
os pontos que podem influenciar estas reações químicas de carbonatação, os quais 
culminam no processo de corrosão das armaduras de concreto, diminuindo a vida útil 
e provocando inúmeras consequências (COLPAERT, 2008). 
 
3.1.2 Ataques corrosivos através de cloretos 
 
Colpaert (2008) avalia que a ação química dos íons de cloreto produz um 
fenômeno que se caracteriza por fatores que contribuem para a despassivação da 
armadura de concreto. A ação dos íons agressivos do cloreto produz a neutralização 
da camada passiva protetora do aço favorecendo o surgimento de processos químicos 
como a carbonatação do concreto. Esse processo é muito comum nas edificações 
construídas na faixa litorânea, reduzindo o tempo útil das armações de concreto. 
A presença de íons de cloreto durante a produção do concreto se oriunda de 
processos de contaminação por materiais agregados resultantes de misturas e 
adições junto à água, favorecendo uma reação de oxidação do metal que suporta a 
estrutura de edificação (HELENE, 1986, p.47). 
Bauer (2008) avalia que sais e cloretos aceleram o processo de corrosividade 
do aço-carbono, na medida em que influencia reações de oxidação que exige 
procedimentos de proteção contra a corrosão. 
As ações dos íons de cloreto ocasionam na corrosividade pela oxidação dos 
metais diante de fatores atmosféricos que contribuem para a deterioração das 
estruturas edificadas. (LEONHARDT; MONNIG, 2007) 
Segundo os autores Mehta e Monteiro (2008), o cloreto de cálcio se constitui 
em uma fonte de reações quando se associa ao concreto fresco, essa perigosa 
 27 
mistura de elementos que caracteriza uma das fases finais de endurecimento do 
produto, poderá produzir corrosão nas barras de ferro, em ações que se desencadeia 
em depressões com diâmetros diferenciados que prejudicam a via útil das barras de 
ferro. 
 
Figura 6 - Corrosão de armadura por cloretos em zona marítima 
 
Fonte: Helene (1986, p. 47) 
 
 28 
4 O NITRITO DE SÓDIO COMO INIBIDOR DE CORROSÃO 
 
4.1 INIBIDORES DE CORROSÃO 
 
O concreto é um material que possui em suas características físico-químicas a 
possibilidade de sofrer reações químicas relevantes, muitas vezes influenciadas por 
condições atmosféricas e que acabam por proporcionar a denominada corrosão, 
processo que diminui a vida útil do armado de concreto e traz outros malefícios 
importantes para a construção (HELENE, 1988, p. 600). 
Os inibidores de corrosão constituem-se em um tipo de método para prevenir 
ou estabilizar o processo de corrosão. Cada método possui suas características 
especiais e por isso devem ser analisados para que o seu uso consiga atingir os 
objetivos propostos. Assim, ao utilizar o método adequado sabe-se que os resultados 
são satisfatórios, pois refletem na maior vida útil do material, evitando assim 
manutenções, reparos, ou seja, gastos que tornam desnecessários quando se busca 
prevenir a ocorrência do processo de corrosão (HELENE, 1988, p. 600). 
Para Nóbrega e Silva (2002), o funcionamento dos inibidores de corrosão 
acontece buscando promover mudanças na superfície metálica aplicada, estando ela 
em processo de corrosão ou não. Assim, estes inibidores atuam promovendo a 
formação de soluções ou compostos de características solúveis ou insolúveis, e que 
protegem a camada metálica do armado de concreto. 
Bauer (2008) uma das características funcionais dos inibidores de corrosão é 
que os mesmo podem ser utilizados como qualquer aditivo, ou seja, estas substâncias 
são de fácil aplicação, ação relevante e que atuam rapidamente, criando películas 
protetoras que impedem ou retardam o processo de corrosão, ou alterando as reações 
químicas que favorecem o aparecimento da corrosão. 
Para Souza, Petri e Queiroz Neto (2009) os inibidores de corrosão possuem 
grandes vantagens e representam elementos acessíveis, tanto no que concerne a 
facilidade da maneira de uso, como também os aspectos financeiros, pois é um 
elemento de custo menor do que alguns outros mecanismos utilizados para prevenir 
a corrosão. 
Segundo Souza, Petri e Queiroz Neto (2009), a ação do inibidor ocorre no 
processo de atuação eficiente na adsorção química criando um filme de proteção, 
 29 
agindo diretamente na eliminação do teor de eletricidade existente na corrente através 
do caminho internoda estrutura do cimento armado. 
Devem-se considerar também métodos mais simples que são realizados 
normalmente no dia-a-dia dos procedimentos de construção que buscam melhorar a 
resistência de metais contra a corrosão como os usos de revestimentos metálicos, uso 
de inibidores e catódicos, a aplicação de revestimento não-metálicos, como tintas e 
polímeros poderão efetivamente desenvolver o papel de anticorrosivos (BAUER, 
2008). 
Cada tipo de inibidor de corrosão utilizado apresenta ações diferentes. 
Entretanto estas ações preventivas ou reparadoras acabam por demonstrarem-se de 
dois tipos: formação de uma camada de proteção ou pela mudança de características 
do meio físico-químico propicio a corrosão (NÓBREGA; SILVA, 2002). 
Segundo Bauer (2008) no que concerne o aumento da resistência do material 
contra a corrosão, o mesmo busca o aumento da resistência do material utilizando-se 
o método de revestimento metálico, formação de produto com ação protetora, 
proteção catódica e adição à solução de inibidores adequados, sendo estes dois 
últimos voltados ao uso de inibidores de corrosão. 
Para Colpaert (2008, p. 87) entre as alternativas utilizadas para evitar ou inibir 
o processo de corrosão do concreto armado, pode-se listar as seguintes: 
• Métodos eletroquímicos (proteção catódica e anódica); 
• Isolamento da armadura do eletrólito pelo uso de revestimentos; 
• Orgânicos inertes (tintas) ou de revestimentos com metais mais nobres 
(galvanização); 
• Inibição da reação catódica e/ou da reação anódica por meio de agentes 
(chamados inibidores) que reagem com os produtos da corrosão e formam camadas 
impermeáveis nas superfícies dos eletrodos. 
Entre os tipos de inibidores podem-se referir os anódicos ou catódicos, e 
também os inibidores mistos, sendo que estes inibidores também são subdivididos em 
seguros e perigosos (SOUZA; PETRI, QUEIROZ, 2009). 
Assim, conhecer as características de funcionamento e ação dos inibidores de 
corrosão é uma forma eficaz de obter resultados satisfatórios e desejáveis. 
 
4.2 TIPOS DE INIBIDORES 
 
 30 
Para Monteiro (2005, p. 1114) os inibidores de corrosão são divididos em 
categoriais que variam conforme sua composição e mecanismo de ação, sendo as 
mesmas denominadas catódicos, anódicos, neutralizantes, formadores de filme 
orgânico, fase vapor, sequestrantes de oxigênio dissolvido, etc. 
Cada tipo de classificação apresenta elementos diferentes e muitas vezes com 
ações também distintas. Assim, antes do uso de qualquer tipo de inibidor de corrosão 
é preciso conhecer suas funções e ações, tendo em vista que o uso inadequado do 
produto acaba acarretando prejuízos significativos (BAUER, 2008). 
Os inibidores de corrosão podem ser agrupados nas seguintes classes: 
anódicos, catódicos e mistos, sendo a principal diferença existente entre eles o modo 
de funcionamento. Além disso, é preciso ressaltar que estes inibidores de corrosão 
também são classificados em seguros e perigosos (ANDRADE, 1992). 
Assim, de acordo com Bertolini (2010, p.53) caracteriza-se como “inibidor 
seguro é aquele que mesmo em quantidades inadequadas (insuficiente) não causam 
nenhum problema potencial a área de corrosão”. Em relação aos inibidores 
denominados perigosos o autor escreve que: 
Inibidor perigoso é aquele que, quando presente em concentrações 
insuficientes para promover uma proteção em toda a superfície do metal, 
provoca uma forma de corrosão localizada, isto é, corrosão por pite e, em 
muitos casos, faz com que a situação por ele criada apresente corrosão mais 
acentuada do que o sistema sem inibidor. 
 
Assim, os inibidores que fazem parte da classe dos denominados perigosos 
tendem a produzir consequências significativas a estrutura quando utilizados de forma 
inadequada e em quantidades insuficientes. Exemplo destes inibidores perigosos 
pode-se destacar a maioria dos inibidores que fazem parte dos anódicos, com 
exceção do benzoato de sódio (MONTEIRO, 2005, p. 1114). 
Segundo Nóbrega e Silva (2002, p. 3) referem que em relação ao uso e 
importância dos inibidores de corrosão: 
A adição de inibidores de corrosão ou a mistura de inibidores, desde que na 
concentração crítica, diminui a corrente de corrosão e o potencial torna -se 
mais catódico. A influência nas propriedades mecânicas do concreto por parte 
dessas adições de inibidores, mostra-se com boa reprodutibilidade, de forma 
que se torna mais fácil o controle das mesmas. 
 
Portanto, os inibidores de corrosão representam novas perspectivas de controle 
e prevenção das corrosões, tão comuns no decorrer do desgaste do armado de 
concreto das obras de engenharia civil. Utilizar estes elementos é ter a possibilidade 
de uma vida útil dos materiais cada vez maior (RODRIGUES, 2001). 
 31 
 
4.2.1 Inibidores anódicos 
 
O primeiro grupo corresponde aos inibidores anódicos, possuem em suas 
características a ação de reprimir as reações químicas anódicas que representam a 
dissolução do metal. Portanto, atuam impedindo a ocorrência das reações de 
oxidação, e consequentemente prevenindo ou retardando o processo de corrosão, 
que é influenciado por estas reações de oxidação (COLPAERT, 2008). 
A funcionalidade dos inibidores anódicos tem como característica o 
aparecimento de um filme ou película que adere ao metal, servindo como mecanismo 
de proteção da corrosão. Portanto, está película age protegendo a superfície metálica, 
e impedindo que aconteçam reações químicas de oxidação, as quais acabam por 
promover o processo de corrosão (BAUER, 2008). 
Segundo Bertolini (2010) entre os tipos de inibidores anódicos existentes, pode-
se citar os cromatos, nitratos, molibdatos e sais férricos, os hidróxidos, fosfatos, 
silicatos e benzoatos. 
O uso de inibidores anódicos deve ser realizado com a máxima cautela, tendo 
em vista que os mesmos podem quando utilizados em concentrações inadequadas 
produzir problemas que acabam por influenciar o processo de corrosão mais 
localizada (GRANATO, 2012). 
 
4.2.2 Inibidores catódicos 
 
Os inibidores de corrosão catódicos se caracterizam por impedirem a 
ocorrência de reações catódicas, as quais representam reações de redução e, 
portanto, atuam por meio das reações químicas, alterando o pH e proporcionando 
assim uma proteção ao material contra os processos corrosivos (BAUER, 2008). 
Os inibidores catódicos utilizam-se da formação de precipitados ou da absorção 
do oxigênio do meio ambiente, estes mecanismos visam diminuir ou prevenir a 
corrosão e subsequente aumentar a vida útil do concreto armado. De acordo com 
Souza, Petri e Queiroz Neto (2009) entre os tipos de inibidores catódicos conhecidos, 
pode-se citar: sulfetos de zinco, magnésio e níquel, polifosfatos, fosfonatos e sais de 
cálcio, etc. 
 
 32 
4.2.3 Inibidores mistos 
 
Os inibidores mistos atuam nos dois tipos de reação, sejam elas anóticas ou 
catódicas. Assim, de acordo com Modesto (2008) os inibidores mistos produzem um 
filme impermeável e uniforme, atuando no processo de prevenção e estabilização do 
processo de corrosão. 
Bauer (2008) refere-se que os inibidores de corrosão considerados como 
mistos atenuam ou impedem as reações químicas de dissolução do metal, como 
também nas reações de redução. Entre as características próprias dos inibidores 
mistos vale considerar que os mesmos podem ter influência de alguns fatores. 
Na visão de Nóbrega e Silva (2002) entre os fatores que comprometem a ação 
dos inibidores mistos, tem-se: a velocidade do fluido (substância), o volume, bem 
como a concentração do inibidor misto em uso, as alterações de temperatura do 
sistema, o tipo de substrato, o período de tempo de contato entre o inibidor e a 
superfície metálica e também a composição do fluido do sistema. 
 
4.2.4 Inibidores vegetais 
 
Os avanços nas pesquisas em inibidores de corrosão favoreceram pesquisas 
e análises com o uso de produtos biodegradáveis como vegetaisoleaginosos e sua 
eficiência como inibidores (DUGATTO, 2006). 
Estes produtos biodegradáveis não são agressivos ao meio ambiente, são 
naturais, sendo escolhidas as frutas e cascas com alto teor de óleo, assim como 
alimentos vegetais com capacidade antioxidante (DUGATTO, 2006). 
 
4.3 O USO DE NITRITO DE SÓDIO COMO INIBIDOR DE CORROSÃO 
 
A utilização do nitrito de sódio na redução de corrosividade tem sido 
extensamente utilizada favorecendo o restabelecimento do concreto ou sendo 
utilizado como modo de prevenção como elemento de construção de camada 
passivadora (NOBREGA; SILVA, 2002). 
O nitrito de sódio é passivador anódico que atua na redução de processos 
corrosivos através de reações anódicas, através do controle da ação do ânodo. 
 33 
Segundo Bauer (2008) o nitrito de sódio se constitui em um inibidor potente de 
corrosão, exigindo apenas o conhecimento adequado da concentração de solução a 
ser utilizada no processo de inibição. Esse fator é importante por que evita que se 
realize a passivação apenas em partes da estrutura de concreto não se estendendo 
em toda a extensão da superfície a ser protegida. 
Assim o uso do nitrito de sódio dentro da concentração ideal deverá ser 
efetivado a partir de uma dosagem de nitrito de sódio em relação à massa de cimento 
em função da agressividade do meio (MONTEIRO, 2005). 
Os experimentos com o nitrito de sódio partem da análise de sua associação 
ao cimento observando-se os níveis adequados do teor a ser aplicado em relação à 
criticidade da corrosão no processo de amassamento para a criação de camada 
passiva (MONTEIRO, 2005). 
Segundo Granato (2012) as moldagens dos corpos de prova permitiram 
evidenciar que os resultados foram considerados muito eficientes no processo de 
avaliação, com base no uso de baixa relação água/cimento associado com o uso de 
nitrito de sódio. 
Para o Cascudo (2005, p. 1104) a utilização deste inibidor exige a relação entre 
o teor utilizado do elemento químico no cimento para dar bom resultado, 
demonstrando-se que os referenciais de uso conforme os teores do produto para 
passivação que são fundamentais para os resultados na reação de redução da 
corrosão. 
Cascudo (2005) afirma que a presença de nitrito adequado na superfície do aço 
anódico poderia diminuir significativamente a corrente da macrocélula aumentando a 
resistência do ânodo e diminuindo a diferença de potencial entre o cátodo e o ânodo. 
Segundo Rodrigues (2001) os íons de nitrito aumentam a resistência à 
polarização da macrocélula do ânodo fornecendo proteção eficaz contra a corrosão 
induzida pelo cloreto. 
Para Brandão (2002) o nitrito de sódio tem capacidade de inibir a corrosão ao 
mesmo tempo em que refine as propriedades mecânicas do concreto, porem para o 
autor a principal desvantagem quanto ao uso deste inibidor é a diminuição da 
resistencia a compressão da argamassa. 
Portanto, a escolha do inibidor para ser utilizado na estrutura depende de 
estudos, levando em consideração o tipo de propriedades que devem ser mantidas 
 34 
no concreto, bem como um estudo sobre a relação custo/beneficio para cada uma das 
opções (BRANDÃO, 2002). 
 
 35 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estudo evidencia a importância dos vários tipos de inibidores de corrosão 
para a construção civil. A evolução dos métodos e técnicas permitiram a melhoria dos 
processos construtivos. Assim, evidenciou-se na pesquisa as tipologias de elementos 
inibidores associados a métodos e técnicas para prevenir a corrosão nas estruturas 
de concreto armado. 
O presente trabalho teve o intuito de relacionar os processos químicos que 
resultam na corrosão das armaduras de concreto; identificar as características dos 
compostos inibidores de corrosão; e, apresentar o uso de nitrito de sódio como inibidor 
de corrosão na recuperação de armaduras de concreto armado. 
Constatou-se que a natureza da corrosão é resultado de reações químicas e 
eletroquímicas que são afetadas diretamente pelo meio ambiente e pela forma de 
realização de cura no processo de concretagem. 
O estudo avaliou através de informações científicas de autores a existência de 
várias tipologias de inibidores tanto catódicos, como anódicos e até biodegradáveis, 
permitindo avaliar que o mais utilizado na construção civil, com um maior nível de 
atuação se constitui no nitrito de sódio associado à cura do cimento, para a criação 
de uma camada de passivação no concreto. 
Neste contexto, constatou-se que muitos inibidores são eficientes, mas é 
preciso escolher o inibidor correto e sua aplicação quanto ao nível de solução e 
concentração para favorecer resultados eficientes sobre a corrosão. 
Sabe-se da existência de várias técnicas e métodos simples que são aplicadas 
em processos de recuperação de estruturas, mas é preciso determinar até que pontos 
as técnicas tradicionais são eficientes nestes casos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
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	1 INTRODUÇÃO
	2.2.2 Resistência a corrosão
	3 PROCESSO DE CORROSÃO DO AÇO E DO CONCRETO
	4 o nitrito de sódio como INIBIDOR DE CORROSÃO
	5 CONsiderações finais

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