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CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS AULA 01 – ESTRUTURA ATÔMICA Profa. Kelly Cristina dos Prazeres prazeres_kelly@uni9.pro.br LIGAÇÕES INTERATÔMICAS O entendimento da ligação atômica é a primeira etapa do entendimento/explicação das propriedades dos materiais. 1- Forças e energias de ligação 2-Ligações interatômicas primárias 3- Ligações interatômicas secundárias (intermoleculares) LIGAÇÕES QUÍMICAS Fonte: https://www.slideshare.net/AldinhaSantos/aula-sobre-ligaes-qumicas - adaptada https://www.slideshare.net/AldinhaSantos/aula-sobre-ligaes-qumicas 1- Forças e energias de ligação: CONCLUSÃO Algumas propriedades dos materiais dependem de E0, forma da curva e tipo de ligação. • Resistência mecânica – aumenta com a força máxima e com a profundidade do poço da curva de energia de ligação • Pontos de fusão e de ebulição – aumentam com a profundidade do poço da curva de energia de ligação • Coeficiente de expansão térmica – diminui com a profundidade do poço da curva de energia de Ligação • Módulo de elasticidade – aumenta com a tangente da curva de força de ligação no ponto onde a força é nula, (dFT/dr), para FT=0 Há três tipos de ligações primárias: iônica, covalente e metálica. Algumas características gerais: 2-Ligações interatômicas primárias Envolvem elétrons de valência Dependem das estruturas eletrônicas dos átomos Têm origem na tendência dos átomos em adquirir estruturas eletrônicas estáveis Camada mais externa Disponibilidade de elétrons Regra do Octeto (Pesquisar) 2 – Ligações Químicas Agora, para entender as propriedades dos materiais, devemos analisar sua natureza atômica, ou seja, analisar a forma com que os átomos de um material se ligam e, também, a forma com as moléculas se ajustam. Essas interações serão denominadas aqui como Ligações Primárias e Ligações Secundárias. 1 – Ligações Primárias São assim denominadas, pois tratam-se de ligações entre átomos, a fim de se formar moléculas. São exemplos de ligações primárias: a ligação iônica, a ligação covalente e a ligação metálica. i) Ligação Iônica Essa ligação primária é caracterizada pela ligação de metais (átomos susceptíveis à perda de elétrons na camada de valência) com ametais ou não-metais, como mostrado na tabela periódica. Dessa forma, o metal doa elétrons para o ametal, com ambos átomos ficando estáveis. A ligação iônica aparece principalmente em materiais cerâmicos, sendo o oxigênio, o principal ametal. A alumina, ou mais conhecido como óxido de alumínio, é um exemplo de substância formada por ligação iônica, pertencente à classe das cerâmicas. Estrutura do NaCl, composto formado por ligação iônica 2 – Ligações Químicas i) Ligação Iônica Mecanismo da Ligação 13Al – apresenta 3 elétrons na camada de valência, esse fato se dá, por esse átomo pertencer à família 3A, como mostra a tabela acima. Dessa forma, temos: Al+3 – cátion de alumínio, mostrando que perde 3 elétrons. Já o oxigênio, 8O, apresenta 6 elétrons na camada de valência, por isso, necessita de 2 elétrons para se estabilizar, apresentando a configuração: O-2 – ânion de oxigênio, mostrando que ganha 2 elétrons. Dessa forma, colocamos o alumínio (cátion) na frente do oxigênio (ânion), tal que: 𝐴𝑙+3𝑂−2 → 𝐴𝑙2𝑂3 Regra do Octeto – os átomos se ligam, de modo a obterem 8 elétrons na camada de valência, quantidade semelhante à dos gases nobres. Na ligação iônica, devido à interação entre metais e ametais, esses átomos são denominados: Cátions – átomos que perdem elétrons na ligação iônica; Aníons – átomos que recebem elétrons na ligação iônica. Exemplos de substâncias formadas por ligação iônica 1) NaCl (cloreto de sódio) – conhecido como sal de cozinha. 11Na – como o sódio (Natrium) pertence à família 1A e, portanto, perde 1 elétron, de modo a ficar com 8 elétrons na camada de valência. 17Cl – como o cloro pertence à família 7A, ganhando um elétron, pois apresenta 7 elétrons na camada de valência. Mecanismo 𝑁𝑎+1𝐶𝑙−1 → 𝑁𝑎𝐶𝑙 2) CaO (óxido de cálcio) – Cal Virgem, Cal viva ou cal 20Ca – como o cálcio pertence à família 2A, perde 2 elétrons, de modo a ficar com 8 elétrons na camada de valência. 8O - como o oxigênio pertence à família 6A, ganha 2 elétrons, de modo a ficar com 8 elétrons na camada de valência. Mecanismo 𝐶𝑎+2𝑂−2 → 𝐶𝑎𝑂 Como o Cálcio perde 2 elétrons e o oxigênio ganha 2 elétrons, a proporção de átomos de ambos na molécula é de 1 para 1, por isso, temos a molécula CaO. Propriedades dos Compostos Iônicos • Elevados Pontos de Fusão e Ebulição; • Apresentam-se no estado sólidos à temperatura ambiente; • Condutores elétricos em solução aquosa; • Solúveis em solventes polares; • Não condutores no estado sólido; • Apresentam alta dureza à temperatura ambiente. • Duros • Frágeis • Isolantes elétricos e elétricos (ausência de elétrons livres) • Energias de ligação relativamente grandes (600 kJ/mol a 1500 kJ/mol) A alumina (Al2O3), material cerâmica formado por ligação iônica. Sulfeto de Sódio (Na2S) um composto iônico muito usado na indústria de corantes. ii) Ligação Covalente Ligação que ocorre entre ametais e, como ambos não tem a natureza de perder elétrons, ocorre um compartilhamento de elétrons entre os átomos ligantes. Essa ligação ocorre em materiais poliméricos, como compostos orgânicos. A ligação covalente ocorre, propiciando o compartilhamento, levando os átomos ligantes, apresentarem 8 elétrons na camada de valência, obedecendo a regra do octeto. ii) Ligação Covalente Formação da Molécula do Metano Observe a ligação entre átomos de Hidrogênio e um átomo de Carbono, a fim de formar a molécula de metano, um gás inflamável, conhecido como gás de lixo, presente principalmente em locais onde se encontra matéria orgânica em decomposição. 12C – o carbono apresenta 4 elétrons na camada de valência e, portanto, precisa compartilhar com átomos ligantes, 4 elétrons, de modo a obter 8 na camada de valência. 1H – o hidrogênio apresenta 1 elétrons na camada de valência e, portanto, precisa compartilhar esse elétron, de modo a ficar com 2 elétrons, semelhante ao gás nobre He (Hélio). Nesse caso, temos 4 Hidrogênios para 1 Carbono, tendo a molécula de CH4 A ligação covalente, de acordo com a eletronegatividade dos átomos ligantes, pode gerar uma molécula polar ou apolar, isso explica, em caso de misturas, o fato de fluidos serem miscíveis ou imiscíveis, ou seja, se formam mesma fase homogênea ou heterogênea. Como exemplo, podemos citar a mistura de água, uma molécula polar com a gasolina, formada por octanos. Dessa forma, podemos afirmar que: i) Substâncias moleculares (formadas por ligação covalente) polares se misturam e não se misturam com substâncias apolares; ii) Substâncias moleculares apolares se misturam e não se misturam com substâncias polares. Propriedades dos Compostos Moleculares • Apresentam-se à temperatura ambiente nos estados sólido, líquido e gasoso dependendo da ligação secundária que realizam e de sua massa molecular; • Apresentam baixo ponto de fusão e ebulição; • Geralmente são insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos; • Geralmente não são condutores elétricos quando puros, com exceção do grafite; • Quando sólidos, apresentam baixa dureza. Grafite (Cn) é um composto molecular que se apresenta no estado sólido. Gasolina com alta octanagem (C8H18 – C10H22) composto molecular que se apresenta no estado líquido. Dióxido de Enxofre é um composto molecular que se apresenta no estado gasoso e é um dos principais causadores da chuva ácida. COMPARAÇÃO ENTRE LIGAÇÃO IÔNICA E COVALENTE https://www.youtube.com/watch?v=dnWxabCAGdo https://www.youtube.com/watch?v=vjETqU7-1RY&pbjreload=10 Ligação iônica: Ligações químicas: Ligação covalente: https://www.youtube.com/watch?v=ThoD-SAczw8 iii) Ligação Metálica A terceira espécie em adição ás ligações primárias vistas até agora, é a ligação metálica. Seu modelo não é de construção simples como os dois anteriores. Este tipo deligação ocorre entre os átomos de metais e suas ligas. Os átomos dos elementos metálicos apresentam forte tendência de perderem seus elétrons da última camada e transformar-se em cátions. O sólido metálico seria assim formado pelos núcleos dos átomos mergulhados nessa “nuvem” eletrônica, que pertence ao conjunto. Estes elétrons podem ser considerados como pertencentes ao metal como um todo. Esses elétrons, entretanto, são simultaneamente atraídos por outros íons, que então perdem novamente e assim por diante. Por isso, apesar de predominarem íons positivos e elétrons livres, diz-se que os átomos de um metal são eletricamente neutros. A figura abaixo mostra uma nuvem de elétrons livres entre os íons em um metal. A ligação metálica constitui uma nuvem de elétrons que circulam os átomos, isso permite esses materiais serem excelentes condutores de eletricidade. Ligação não-direcional O modelo dos elétrons livres permite explicar a condutividade elétrica dos metais e também sua boa condutividade e calor, pois esses espaços entre os átomos na ligação metálica permitem o trânsito rápido de elétrons e de calor. Propriedades devido à Ligação Metálica • Bons condutores elétricos; • Bons condutores térmicos; • Elevados pontos de fusão e ebulição; • Resistência à tração; • Densidade elevada; • Apresentam-se no estado sólido à temperatura ambiente; • Maleabilidade; • Ductilidade. A ligação metálica permite formar as ligas metálicas, como podemos observar abaixo. Latão ANIMAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=s0jtticPUmU https://www.youtube.com/watch?v=Bi0rUNV8mEw https://www.youtube.com/watch?v=V5tj-xADB1c https://www.youtube.com/watch?v=s0jtticPUmU https://www.youtube.com/watch?v=Bi0rUNV8mEw https://www.youtube.com/watch?v=V5tj-xADB1c Principais ligas metálicas 1 – Bronze – liga metálica formada de Cobre (Cu) e Estanho (Sn); 2 – Latão – liga metálica formada de Cobre (Cu) e Zinco (Zn); 3 – Ouro 18K (quilate) – liga metálica formada por Ouro (Au) 75% com outros metais como Prata (Ag), Cobre (Au) em 25%; 4 – Amálgama dental – liga metálica formada por Mercúrio (Hg), prata (Ag) e Estanho (Sn); 5 – Aço Inoxidável – liga metálica formada por Ferro (Fe), Carbono (C), Cromo (Cr) e Níquel (Ni). Ouro 18K Aço Inox Bronze Amálgama dental RESUMINDO: LIGAÇÕES QUÍMICAS PRIMÁRIAS 2 – Ligações Secundárias São ligações realizadas entre moléculas. São 3 tipos: i) Ligações de Dipolo Permanente As forças secundárias são denominadas Forças de van der Waals em homenagem ao cientista holandês Johannes Diderik van der Waals. A ligação ou interação intermolecular Dipolo Permanente é a mais forte ligação secundária e ocorre entre moléculas polares, ou seja, moléculas como mostrado abaixo: Molécula polar é uma molécula que apresentam polos, ou seja, é formada por um composto mais eletronegativo em relação ao(s) outro(s). Molécula da água (H2O). Propriedades da Ligação Dipolo Permanente • Quando o composto é iônico, se apresentam no estado sólido, caracterizando-se por alta dureza e solubilidade em água; • Quando o composto é molecular, se apresentam nos estados sólido, líquido e gasoso, dependendo dos elementos da molécula; • As pontes ou ligações de hidrogênio são ligações de dipolo que envolvem a interação do hidrogênio com o Oxigênio, Flúor e Nitrogênio. Explique por que o H – F se apresente no estado líquido e o H – Cl se apresenta no estado gasoso, visto que ambos compostos são moleculares e polares. Polaridade molécula da água: https://www.youtube.com/watch?v=aH2IbYs_XjY ii)Ligações de Dipolo Induzido por Molécula Polar Momentos de dipolo permanentes existem em algumas moléculas em virtude de um arranjo assimétrico de regiões carregadas positivamente ou negativamente; tais moléculas são denominadas moléculas polares. O ácido clorídrico é um exemplo de um momento de dipolo permanente, que surge a partir de cargas positivas e negativas líquidas que estão respectivamente associadas com as extremidades do hidrogênio e do cloro da molécula de HCl. Representação da molécula de HCl. Observe que apesar das semelhanças entre as moléculas de H – Cl e H – F, o ácido fluorídrico apresenta-se no estado líquido à temperatura ambiente pois realiza pontes de hidrogênio enquanto o ácido clorídrico realiza ligações dipolo induzido. REPRESENTAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE LIGAÇÕES DE DIFERENTES CATEGORIAS DE MATERIAIS. Arranjo Atômico Arranjo Atômico BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Callister, W.D.; “Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução”. 7ed., 2008. – AULA 1 • Cap. 1 – Introdução – AULA 2 E 3 • Cap. 2 – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica