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1 FACULDADE ESTÁCIO DE CARAPICUÍBA CURSO DE DIREITO ESTUDOS DE CASO II, III E IV Ione maria gomes da silva de jesus RA. 202108048119 Pratica simulada do trabalho Tutor: Prof. Jason Carapicuíba – São Paulo 2022 http://portal.estacio.br/ 2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ª VARA DO TRABALHO DE SETE LAGOAS/MG. (estudo de caso II) NELSON AVIZ, Nacionalidade “...”, estado civil “...”, nascido em “...” técnico de informática, portador do RG n. “...” emitida em “...”, inscrito no CPF/MF sob o nº “...”, PIS nº “...” e CTPS nº “...”, filho de “...”, , residente domiciliado “...”, e-mail: “...” por sue advogado Nome “...”, OAB/ nº “...”, e-mail:”...”, com escritório situado “...”, onde recebe intimações, vêm, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 840, §1º, da Consolidação das Leis do Trabalho e 319 do Código de Processo Civil, propor, RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito sumaríssimo. Em face de: ALFA LTDA, estabelecida “...” regularmente inscrita no C.N.P.J. Nº. “...”, pelos motivos que passa a expor: 3 1. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PREVIA Por força do artigo 625-A da CLT, é facultado ao empregado, ora reclamante, passar pela Comissão de Conciliação Prévia. Frise-se que no mesmo sentido, a Comissão de Uniformização de jurisprudência do E. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região na resolução administrativa nº08/2002(DJE 12/11/2002) obteve como resultado a seguinte súmula. SUMULA Nº. 2 Comissão de Conciliação Prévia. Extinção do Processo. (Resolução Administrativa nº. 08/2002 – DJE12/11/2002) “O comparecimento perante a Comissão de Conciliação Prévia é uma faculdade assegurada ao Obreiro, objetivando a obtenção de um título executivo extrajudicial, conforme previsto pelo artigo 625-E, parágrafo único da CLT, mas não constitui condição da ação, nem tão pouco pressuposto processual na reclamação trabalhista, diante do comando emergente do artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal.” (Sala das Sessões, 23 de outubro de 2002). 2. DO BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA Requer o reclamante que lhe seja deferido os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98, do Novo Código de Processo Civil, vez que o reclamante não possui condições financeiras de custear a presente demanda, sem prejuízo do próprio sustento. Conforme se denota da inclusa cópia da CTPS em anexo do obreiro, este se encontra desempregado, portanto sem salário, deste modo faz jus ao benefício da justiça gratuita, nos termos do parágrafo 3º do artigo 790 da CLT. 4 Assim, demonstrado o cabimento do presente pedido, requer o reclamante lhe seja deferida a gratuidade da justiça, uma vez que estão presentes os requisitos previstos em lei para o deferimento da benesse pleiteada. 3. DA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO JUGAR Cumpre esclarecer que o reclamante teve como local de trabalho a cidade de Sete Lagoas/MG. 4. DOS FATOS O reclamante foi contratado pela reclamada em 17/12/2017, para exercer as funções de técnico de informática, foi contratada para laborar de segunda a sábado das 20h as 5h, com 20 minutos de intervalo para refeição e descanso. Recebeu como ultimo salário a importância de R$1.200,00 como consta no contracheque em anexo. Fora dispensado por justa causa em 24/04/2018. O reclamante foi despedido por justa causa, porem não foi informado do porque da demissão por justa causa, onde não recebeu qualquer indenização, mas apenas o saldo salarial do último mês. O local de trabalho era de difícil acesso e não servido por transporte público regular, pelo que a empresa fornecia o transporte para ir ao trabalho e voltar dele, de forma que Nelson demorava uma hora no trajeto de ida e outra uma hora no de volta. O reclamado descontava o valor recolhido para o FGTS do reclamante onde tal valor deveria ser pago pelo reclamante e não pelo funciona como consta em seu contracheque. O reclamado teve como função anotada em sua CTPS a de auxiliar de serviços gerais, porem exercia a função de técnico de informática, a 5 reclamada anotou nas anotações gerais da CTPS do obreiro que o mesmo fora dispensado por justa causa. No contracheque do reclamante conste o salario de R$ 1.200,00 e uma cota de salário-família; já na parte de descontos, há INSS, vale- transporte e FGTS Ocorre que tais acusações são totalmente infundadas, conforme passará a demonstrar, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional. 5. DO DIREITO O Reclamado acusa indevidamente o Reclamante de conduta inadequada, que motivaria a justa causa. No Direito Brasileiro, vigora o princípio da preservação da função social do trabalho, consagrado pela doutrina: "O art. 7º, I, da CF consagra o direito fundamental social dos trabalhadores à proteção da relação de emprego contra a dispensa arbitrária ou sem justa causa e, paralelamente, estabelece uma indenização compensatória, dentre outros direitos, nos termos da lei complementar." (BEZERRA LEITE, Carlos Henrique. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. Saraiva, 2018. Versão kindle, Cap. XIV) Já o inciso I, do art. 7º da Constituição Federal dispõe como um dos direitos fundamentais dos trabalhadores, a proteção contra a despedida arbitrária na relação de emprego: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: /lei/CF/constituicao-federal/art-7 /lei/CF/constituicao-federal/art-7,inc-I /lei/CF/constituicao-federal /lei/CF/constituicao-federal/art-7,inc-I /lei/CF/constituicao-federal/art-7 /lei/CF/constituicao-federal /lei/CF/constituicao-federal/art-7 6 I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; Assim, considerando que dos fatos narrados não é possível extrair falta grave que pudesse culminar com a pena mais grave na relação trabalhista: DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA, tem-se por necessária a reversão da justa causa. O TST, ao disciplinar sobre o tema, destaca, para fins de enquadramento à Justa Causa, a necessária comprovação de: a) tipicidade da conduta; b) autoria obreira da infração; c) dolo ou culpa do infrator; d) nexo de causalidade; e) adequação e proporcionalidade; f) imediaticidade da punição; g) ausência de perdão tácito; h) singularidade da punição (non bis in idem); i) caráter pedagógico do exercício do poder disciplinar Requisitos previstos em: TST, AIRR - 939-26.2017.5.12.0001, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, DEJT 07/01/2019 No entanto, a dispensa, ora impugnada, não observa os referidos requisitos, reconfigurando a validade da justa causa aplicada, vejamos. 5.1. DA AUSÊNCIA DE TIPICIDADE DA CONDUTA Para configuração da justa causa exige-se a configuração de algum dos motivos previstos no Art. 482 da CLT, quais sejam: Art. 482- Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: /lei/CF/constituicao-federal/art-7,inc-I /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-482 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-482 7 a)ato de improbidade; b)incontinência de conduta ou mau procedimento; c)negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d)condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e)desídia no desempenho das respectivas funções;f)embriaguez habitual ou em serviço; g)violação de segredo da empresa; h)ato de indisciplina ou de insubordinação; i)abandono de emprego; j)ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k)ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l)prática constante de jogos de azar. m)perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. Parágrafo único- Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. Ou seja, a lei é expressamente clara aos fatos que justificam a demissão por justa causa, o que não se enquadra ao presente caso. Assim, considerando que o motivo da demissão por justa causa limitou-se a indicar motivo, tem-se pela total atipicidade da conduta, requer à reversão da justa causa e ainda a condenação ao pagamento de todas as verbas rescisórias. 8 5.2. DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO Assim reconhecido a reversão da justa causa, o autor tem direito a indenização do aviso prévio, conforme dispõe o artigo 487 da CLT. Portanto, deverá a ré indenizá-lo na forma da Lei. Aviso Prévio. Tempo de serviço. Integração. “O aviso Prévio indenizado leva ao pagamento imediato e seu período é considerado como de serviço para os efeitos trabalhistas. A anotação na carteira de trabalho (“data de saída” prevê esse documento) é a do despedimento ( TRT/SP. RO 40.564/95 Valentin Carrion, Ac.9ª T. 31.90/97)” Assim, faz jus ao pagamento da incorporação do aviso prévio em 13º salário, férias proporcionais +1/3, Tudo com reflexos das horas extras habituais, consoante o artigo 487, § 1º da CLT, e ainda de acordo com a Resolução TST n.º 03/92, de 05/11/92, que aprova a Súmula 305, vejamos: “O pagamento relativo ao período do aviso prévio trabalhado ou não, está sujeito à contribuição do FGTS.” Ou seja, sobre o 13º salário, férias proporcionais acrescido de 1/3 constitucional, sobre o FGTS e multa de 40% sobre o montante do FGTS. Sendo ainda que a CTPS do autor deverá ser anotada com data de admissão em 17/12/2017 e constar como data de saída 28/05/2018, já contado com a projeção do aviso prévio indenizado. Assim requer seja condenada a ré ao pagamento do aviso prévio indenizado de 3 dias do período de 28/04/2018 a 28/05/2019, com os devidos reflexos das horas extras. 9 5.3. DAS FÉRIAS + 1/3 Reconhecido a reversão da justa causa, requer seja a reclamada condenada ao pagamento de férias proporcional + 1/3 de forma simples na proporção de 5/12 avos observado o período de 17/12/2017 a 28/05/2018, já projetado e contabilizado o aviso prévio indenizado, tudo com acréscimo de 1/3 constitucional e os devidos reflexos das horas extras. 5.4. DO 13º SALÁRIO Reconhecido a reversão da justa causa, requer seja a reclamada condenada ao pagamento do 13º salario proporcional de 2018 na proporção de 5/12 já contado o aviso prévio indenizado, e os devidos reflexos das horas extras. 6. DA FALTA DO INTERVALO INTRAJORNADA O reclamante foi contratado pela reclamada em 17/12/2017, para exercer as funções de técnico de informática, foi contratada para laborar de segunda a sábado das 20h as 5h, com 20 minutos de intervalo para refeição e descanso. Fora dispensado em 24/04/2018. Tendo em vista que não era concedido 1 (uma) hora de intervalo diário , requer o pagamento do período acima descrito, com base no valor da hora normal de trabalho, consoante artigo 71 da CLT. Aqui, mostra-se pertinente uma análise do artigo 71 da CLT, caput e § 3º, tendo em vista que somente poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares, senão vejamos: 10 "Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. (...) § 3º - O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares (...)." (grifos nossos) Da leitura do § 3º do artigo 71 da CLT, tem-se que é preciso, para a autorização da redução do intervalo intrajornada, o atendimento a uma série de requisitos, os quais deverão ser apresentados aos órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego. Constatadas as condições, o órgão executivo expede o ato autorizador da redução do intervalo intrajornada. Nos termos do artigo 71 da CLT, tendo em vista que não era concedido 1 (uma) hora integral, sendo concedido somente 20 minutos de intervalo intrajornada é devido 40 minutos diários, sendo assim requer seja a reclamada condenada a pagar ao reclamante 109 horas extras referente ao período laborado de 17/12/2017 a 28/04/2020, com acréscimo de 50% referente período de intervalo suprimido durante o período supracitado, tudo com os devidos reflexos nas verbas contratuais (salários, férias+1/3, 13º salário, horas extras, insalubridade, FGTS e DSR). 7. DO ADICIONAL NOTURNO Conforme informado, a jornada de trabalho era desenvolvida no horário de 20hrs. às 5 hrs. do dia seguinte, de segunda a sábado. 11 Portanto, configurado o trabalho noturno, nos termos do art. 73, § 2º da CLT: Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. Todavia, apesar de cristalina previsão legal, o Reclamante não recebia adequadamente o adicional de trabalho noturno, bem como, o cômputo das horas trabalhadas não era realizado conforme determinação do referido dispositivo legal, qual seja, 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. A disposição contida no artigo 73 da CLT objetiva a garantir a higidez física e saúde mental do trabalhador, considerando a penosidade do labor noturno, uma vez que o trabalhador dedica maior esforço do que na jornada em período diurno. Ademais, as diferenças decorrentes da redução da hora noturna e respectivos reflexos, por ocasião do rompimento do contrato de trabalho, não estavam incluídas nas verbas rescisórias. Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) por toda a contratualidade. 8. DAS HORAS EXTRAS E SEUS REFLEXOS O reclamante laborou das 20h00 as 05h00 durante o período em que laborou para a reclamada com intervalo para refeição e descanso /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-2 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73/lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-1 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-2 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 12 de 20min., portanto trabalhava semanalmente por 48h00 assim estendia sua jornada semanal em 04h00. . Portanto é devido o pagamento de 04h00 semanais durante todo o período trabalhado, considerando a habitualidade da sobre jornada, essas horas extras devem integrar a remuneração para todos os efeitos legais, de modo que devem refletir nas férias + 1/3, 13º salários, DSR’s, FGTS e verbas rescisórias, pelo que requer a condenação da Reclamada ao pagamento das horas extras e reflexos. Assim deve a reclamada ser condenada a pagar ao reclamante 24 horas extras com acréscimo de 50%, tudo com os devidos reflexos, por serem habituais deverão refletir nas verbas contratuais (férias de todo o período + 1/3, 13º salário de todo período, DSR, FGTS de todo o período) e rescisórias (saldo de salário, férias proporcionais+1/3 constitucional, 13º salário proporcional, FGTS dessas verbas e ainda 40% de indenização pela dispensa sobre o valor do FGTS de todo o período não depositado e sobre o FGTS das verbas rescisórias). 9. DO DESVIO DE FUNÇÃO Conforme esclarecido, o reclamante fora contratado para exercer a função de auxiliar de serviços gerais, contudo exercia atividades bem distintas daquelas contratadas, exercendo rotineiramente atividades de técnico de informática. O desvio de função trata-se de conduta ilícita que deve ser combatida pelo Judiciário, pois retrata uma determinação unilateral e autoritária do empregador sem a justa remuneração devida, causando inequívoca lesão ao trabalhador. neste sentido: RECURSO ORDINÁRIO. COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS. DESVIO DE FUNÇÃO. CONFIGURAÇÃO. DIFERENÇAS SALARIAIS. DEVIDAS. O 13 desvio de função consiste no exercício de função diversa daquela para a qual o trabalhador foi contratado, sem que haja alteração no seu salário. Assim, o desvio de função envolve a hipótese em que um empregado exerce a mesma função de outro, embora não esteja registrado como tal e perceba salário diferente, nos termos do art. 460 da CLT. Comprovado nos autos que o autor trabalhava desviado de função, impõe-se o pagamento de diferenças salariais e reflexos pertinentes. Recurso da reclamada a que se nega provimento. (TRT-1, 00114494120145010541, Relator Desembargador/Juiz do Trabalho: PAULO MARCELO DE MIRANDA SERRANO, Gabinete do Desembargador Paulo Marcelo de Miranda Serrano, Publicação: DEJT 11-05-2018) #5051571 As atividades delegadas ao trabalhador, por não serem compreendidas no cargo a que fora contratado o Reclamante, deve terem contrapartida a justa remuneração atinente ao cargo como consta na CCT a remuneração adequada para o cargo que de fato o reclamante exercia é de R$1.800,00. Ou seja, o cargo ocupado como consta na CTPS não contempla atividades exercidas pelo Reclamante, devendo a reclamada ser condenada a pagar ao reclamante a diferença devida em relação ao cargo anotado em sua CTPS para o a justa remuneração de acordo com o cargo que efetivamente ocupa no período de 17/12/2017 a 28/05/2018 já profetado o aviso prévio pelo desvio de função demonstrado que deverão refletir nas verbas contratuais (férias de todo o período + 1/3, 13º salário de todo período, DSR, FGTS de todo o período). 10. DANOS MORAIS A demissão por justa causa, sem motivação justificante é caso típico do cabimento de dano moral. A conduta da reclamada por arbitrária, abusiva conferiu ao trabalhador a pena mais gravosa que poderia receber sem ter /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-460 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 14 dado motivo para tanto e ainda na onde consta as anotações gerais na CTPS anotou que o reclamante fora dispensado por justa causa. A redação dada pela reforma Trabalhista é de perfeita aplicação: Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação. Afinal, diante de conduta lesiva à honra objetiva do Reclamante, perfeitamente caracterizado o dano extrapatrimonial indenizável. Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de comprovar o efetivo dano moral que se lhe causou, tratar-se-ia de tarefa inalcançável a necessidade de demonstração de existência de um dano psíquico. Afinal, além da inexistência de prova cabal, o Reclamante foi submetido a injusto constrangimento, gerando o dever de indenizar. RECURSO PATRONAL. JUSTA CAUSA. NÃO CONFIGURAÇÃO.A extinção de contrato de trabalho por justa causa é ato de extrema gravidade que exige o mesmo grau de prudência em sua aplicação, com a observância de diversos requisitos, além da certeza de que o fato desencadeador da resolução tenha se operado nos termos do art. 482 da CLT. No caso concreto, não restou demonstrada falta grave para embasar a penalidade mas, ao contrário, foi comprovada a conduta patronal de "forçar" a demissão por justa causa, com o intuito de reduzir os valores da dispensa e potencializar seus lucros às custas dos direitos irrenunciáveis do trabalhador, razão pela qual impõe-se a manutenção da sentença que reconheceu a ruptura contratual como tendo sido imotivada. Recurso desprovido. DANO MORAL. NEXO DE CAUSALIDADE. TEORIA DO DANO DIRETO E IMEDIATO. O dever de indenizar surge quando o evento danoso é efeito /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-482 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 15 necessário de determinada causa. Conforme vaticina a teoria do dano direto e imediato, tal expressão, constante do art. 403 do CC, deve ser interpretada em conjunto com a subteoria da necessariedade da causa. No caso concreto, restou evidenciado o nexo causal, pois o dano moral sofrido pelo reclamante foi efeito direto e imediato da conduta da ré. Assim, é devida a indenização pelo abalo sofrido. Recurso da reclamada a que se nega provimento. (TRT-1, 01001993220175010244, Relator Desembargador/Juiz do Trabalho: ENOQUE RIBEIRO DOS SANTOS, Gabinete do Desembargador Enoque Ribeiro dos Santos, Publicação: DEJT 09-06-2018, #851571) #5051571 Ou seja, o reclamante não pode ser enquadrado em qualquer dos incisos previstos no Art. 482 da CLT, configurando a demissão por justa causa ato atentatório à dignidade do trabalhador, gerando o dever de indenizar. Reque por tento que seja o reclamado condenado a pagar dano moral em grau médio ao reclamante. 11. DO FGTS DESCONTADO O reclamante durante todo o período em que laborou para a reclamada teve o seu FGTS descontado de seu salario como demonstrado em seu contracheque Vejamos o que diz a lei no 5.107, de 13 de setembro de 1966 a cerca do tema Art 2º Para os fins previstos nesta Lei, todas as empresas sujeitas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigadas a depositar, até o dia 20 (vinte) de cada mês, em conta bancária vinculada, importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração para no mês anterior a cada /lei/CC/codigo-civil/art-403 /lei/CC/codigo-civil /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-482 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 16 empregado, optante ou não, excluídas as parcelas não mencionadas nos arts. 457 e 458 da CLT. Sendo indevido o desconto do FGTS do pagamento do funcionário, requer seja a reclamada condenada a devolver os valores descontados em relação aos valos do FGTS. 12. DA PRATICA DE CRIME CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. Requer o Reclamante, a determinação de ofícios ao Ministério Publica, para que seja tomadas todas as medidas cabíveis referentes aos efetivos proprietários da Reclamada, por praticarem crime contra a organização do trabalho, especialmente o crimetipificado no artigo 203 do CP., qual seja, a frustração de direito assegurado por Lei Trabalhista. O notável professor Damásio de Jesus, em sua obra “Código Penal Anotado” ( Ed. Saraiva, SP. 1.989, pág. 545) nos auxilia na definição do direito frustrado, que é o objeto jurídico do crime: “Direito frustrado, deve ser autorgado a seu titular pela legislação trabalhista (Leis, Convenções Coletivas do Trabalho, Sentenças judiciais com força normativa, etc.). Pouco importa seja o direito trabalhista frustrado renunciável ou irrenunciável.” Nossa Carta Magna consagra a proteção ao salário do trabalhador, em seu artigo 7º, inciso X. 13. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma Trabalhista, passou-se a prever a possibilidade de honorários advocatícios em favor dos advogados de ambas as partes, conforme artigo 791-A e seguintes. Vejamos: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 17 Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá- lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). Assim, em razão do trabalho dos procuradores da parte Autora, necessário que ante aos aspectos do presente caso, sejam fixados em 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 14. IMPOSTO DE RENDA E RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS Caso o reclamante tenha que arcar com alguma parcela a título de Imposto de Renda, deverá ser observada a natureza de cada parcela deferida, se remuneratória ou indenizatória, sendo determinado por V.Exa., que somente se efetuem recolhimentos se as parcelas mensais devidas, assim calculadas, ultrapassarem o limite de isenção mensal, já que foi o não cumprimento do contrato pela reclamada que gerou o pagamento acumulado de diferenças geradas mês a mês, de modo que se estas parcelas tivessem sido pagas no momento correto, o reclamante estaria isento do pagamento de Imposto de Renda. Incide em espécie o anexo III da IN RFB 1.558/2015. Ainda, deverá ser observado que juros de mora são mera punição ao empregador inadimplente, conforme dispõe a Lei 8.541/92, estando isento da incidência do Imposto de Renda. Incide em espécie a Súmula 53 do Egr. TRT da 4ª Região. Já quanto aos descontos previdenciários, deverá ser observado o valor do teto máximo de contribuição previsto pela Previdência Social. Para a correção monetária deverá ser observado que o pagamento dos salários deveria ser efetuado no mês próprio ao da prestação do 18 serviço, devendo ser utilizado o FACDT do mês em que se gerou o débito. Caso não seja admitido o acima exposto, deverá ser adotado o FADCT do dia seguinte ao vencimento da obrigação, nos termos da Súmula nº. 21 deste Egr. TRT4. 15. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS Sem dúvidas, a conduta da Reclamada beira o absurdo no que tange aos recolhimentos previdenciários, bem como de FGTS, horas extra e adicional de periculosidade. O juiz do Trabalho é competente para determinar a expedição de ofício às autoridades do INSS, da Delegacia Regional do Trabalho e do Ministério Público para adoção de medidas ante a constatação de infrações cometidas pelo empregador contra direitos de seus empregados. Sendo assim, se requer as devidas expedições de ofícios para o INSS, DRT e Ministério Público. 16. DAS PROVAS ATRAVÉS DE DOCUMENTOS Sem prejuízo da produção de prova oral, requer que a reclamada junte aos autos todos os comprovantes de pagamentos, de depósitos fundiários GR’s e RE’s, controle de frequência nos termos e finalidades dos artigos 396 e 400, II, CPC c.c. Sumula. 338 do TST. Exibidos os recibos pela reclamada, a autora desde já requer, de toda forma, o pagamento das verbas pleiteadas. 17. DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA Para cálculo da correção monetária deverá ser observado o índice referente ao mês em que ocorreu o fato gerador da obrigação respectiva, ou seja, o mês da própria prestação laboral. Tal decorre do fato de que o prazo previsto no artigo 459, parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho é aplicável somente em 19 relação à quitação do salário mensal do empregado, não podendo ser respeitado para cálculo de parcelas reconhecidas através de decisão judicial. Por fim requer seja utilizado do IPCA-E como índice de correção monetária dos créditos da presente ação. 18. DOS PEDIDOS Diante de todo exposto vem, perante Vossa Excelência, reclamar o recebimento das seguintes verbas e requerer o que segue: Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuito, devido à difícil situação econômica do autor que atualmente não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio. Assim, considerando que o motivo da demissão por justa causa limitou-se a indicar motivo, tem-se pela total atipicidade da conduta, requer à reversão da justa causa e ainda a condenação ao pagamento de todas as verbas rescisórias quais sejam: o Assim requer seja condenada a ré ao pagamento do aviso prévio indenizado do período de 28/04/2018 a 28/05/2019. ______R$1.800,00 o Requer seja a reclamada condenada ao pagamento de férias proporcional + 1/3 de forma simples na proporção de 5/12 avos observado o período de 17/12/2017 a 28/05/2018, já projetado e contabilizado o aviso prévio indenizado, tudo com acréscimo de 1/3 constitucional. _____________________________________R$800,00 o Requer seja a reclamada condenada ao pagamento do 13º salario proporcional de 2018 na proporção de 5/12 já contado o aviso prévio indenizado. _______________________________________R$600,00 requer seja a reclamada condenada a pagar ao reclamante 109 horas extras referente ao período laborado de 17/12/2017 a 28/04/2020, com 20 acréscimo de 50% referente período de intervalo suprimido durante o período supracitado, tudo com os devidos reflexos nas verbas contratuais. ___________________________________________R$1.337,73 Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) por toda a contratualidade. ___R$918,40 deve a reclamada ser condenada a pagar ao reclamante 24 horas extras com acréscimo de 50%. _________________________________R$294,54 devendo a reclamada ser condenada a pagar ao reclamante a diferença devida em relação ao cargo anotado em sua CTPS para o a justa remuneração de acordo com o cargo que efetivamente ocupa no período de 17/12/2017 a 28/05/2018 já profetado o aviso prévio pelo desvio de função _____________________________________________________R$3.210,00 requer seja a reclamada condenada a devolver os valores descontados em relação aos valos do FGTS. _______________________________R$384,00 Reque por tento que seja o reclamado condenado a pagar dano moral em grau médio ao reclamante.______________________________R$30.505,30 Caso a reclamada não quite as verbas incontroversas em primeira audiência, faz jus ainda a multa do artigo 467 da CLT Requer que a reclamada arque com a totalidade correspondente à contribuição previdenciária, a teor do disposto no artigo 33, § 5º, da Lei 8.213/91, posto que não houve o tempestivo recolhimento, conforme lhe competia. Requer as devidas expedições de ofícios para o INSS, DRT e Ministério Público. 21 Que sejam fixados em 15% de honorários advocatícios sobre o valor queresultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 19. REQUERIMENTOS FINAIS “Ad cautelam”, requer, outrossim, de Vossa Excelência se digne determinar seja a Reclamada instada a juntar os comprovantes de pagamentos de salário, recolhimentos previdenciários, comprovantes dos depósitos do FGTS, bem como cartões ou livros de ponto, sob pena de perícia contábil e as sanções dos artigos 396 e 400 ambos do Código de Processo Civil. Caso a reclamada tenha quitado alguma das verbas acima postuladas, após comprovação nos autos, requer o autor a devida compensação. Sem prejuízo da produção de prova oral, requer que a reclamada junte aos autos todos os comprovantes de pagamentos, de depósitos fundiários GR’s e RE’s, controle de frequência nos termos e finalidades dos artigos 396 e 400, II, CPC c.c. Sumula. 338 do TST. Pelo exposto, postula o Reclamante se digne Vossa Excelência determinar a NOTIFICAÇÃO CITATÓRIA da Reclamada para que, querendo, compareça à audiência a ser designada, a fim de apresentar a defesa que possuir pena de confissão quanto à matéria de fato, em decorrência de sofrer os efeitos da revelia, devendo, a final, ser a presente reclamação totalmente PROCEDENTE, condenando-se a Reclamada ao pagamento do principal corrigido monetariamente, tomando com ÉPOCA PROPRIA o mês de competência e não o subsequente, acrescido de JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA, na forma da Lei, custas e demais despesas, processuais, e a responder pelos HONORARIOS ADVOCATÍCIOS, devidos de acordo com o artigo 133 da Constituição Federal de 1.988, assim como pelas PARCELAS PREVIDENCIÁRIAS E FISCAIS, haja vista que, não tendo quitado as verbas ora postuladas nas épocas próprias, deixou de deduzir do Reclamante, naquela oportunidade, as cotas devidas, pelo que nesta altura já não mais poderão fazer, devendo, s.m.j., arcar exclusivamente com esse ônus. 22 O INSS e IRRF constituem de rigor, ônus da Reclamada inadimplente (LEI 8.213/91, artigo 33, § 5º e CCB, artigo 159). Por cautela, em respondendo o Reclamante, justo que se observem os PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DA ISONOMIA E DA PROGRESSIVIDADE TRIBUTARIA, Constituição Federal de 1988, artigos 150, II e 153, § 2º, I, respectivamente. Dá-se à causa o valor de R$ 39.839,97 (trinta e nove mil, oitocentos e trinta e nove reais e noventa e sete centavos). Termos em que, P. Deferimento. Cidade, data. ADVOGADO OAB/ESTADO Nº 23 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS /PARA. (estudo de casa III) TITO, Nacionalidade “...”, estado civil “...”, nascido em “...” técnico de informática, portador do RG n. “...” emitida em “...”, inscrito no CPF/MF sob o nº “...”, PIS nº “...” e CTPS nº “...”, filho de “...”, , residente domiciliado “...”, e- mail: “...” por sue advogado Nome “...”, OAB/ nº “...”, e-mail:”...”, com escritório situado “...”, onde recebe intimações, vêm, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 840, §1º, da Consolidação das Leis do Trabalho e 319 do Código de Processo Civil, propor, RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito sumaríssimo. Em face de: PIZZARIA GOURMET LTDA, estabelecida “...” regularmente inscrita no C.N.P.J. Nº. “...”, pelos motivos que passa a expor: 24 1. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PREVIA Por força do artigo 625-A da CLT, é facultado ao empregado, ora reclamante, passar pela Comissão de Conciliação Prévia. Frise-se que no mesmo sentido, a Comissão de Uniformização de jurisprudência do E. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região na resolução administrativa nº08/2002(DJE 12/11/2002) obteve como resultado a seguinte súmula. SUMULA Nº. 2 Comissão de Conciliação Prévia. Extinção do Processo. (Resolução Administrativa nº. 08/2002 – DJE12/11/2002) “O comparecimento perante a Comissão de Conciliação Prévia é uma faculdade assegurada ao Obreiro, objetivando a obtenção de um título executivo extrajudicial, conforme previsto pelo artigo 625-E, parágrafo único da CLT, mas não constitui condição da ação, nem tão pouco pressuposto processual na reclamação trabalhista, diante do comando emergente do artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal.” (Sala das Sessões, 23 de outubro de 2002). 2. DO BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA Requer o reclamante que lhe seja deferido os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98, do Novo Código de Processo Civil, vez que o reclamante não possui condições financeiras de custear a presente demanda, sem prejuízo do próprio sustento. Conforme se denota da inclusa cópia da CTPS em anexo do obreiro, este se encontra desempregado, portanto sem salário, deste modo faz jus ao benefício da justiça gratuita, nos termos do parágrafo 3º do artigo 790 da CLT. 25 Assim, demonstrado o cabimento do presente pedido, requer o reclamante lhe seja deferida a gratuidade da justiça, uma vez que estão presentes os requisitos previstos em lei para o deferimento da benesse pleiteada. 3. DA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO JUGAR Cumpre esclarecer que o reclamante teve como local de trabalho a cidade de Parauapebas/Pará. 4. DOS FATOS O reclamante foi contratado pela reclamada em 15/12/2018, para exercer as funções de motoboy, foi contratada para laborar seis vezes na semana das 18h as 03h30, com 40 minutos de intervalo para refeição e descanso. Recebeu como ultimo salário a importância de R$1.100,00 (um salario mínimo) como constas nos contracheque em anexo. Fora dispensado em 20/09/2019. Tito exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais que não era contabilizado em seu salario. No mês de agosto de 2019, Tito fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto (linguiça). Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Tito, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Tito correu desesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, 26 ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Tito gastou R$ 30,00 na compra de vacina antirrábica, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. No mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias. Conforme passará a demonstrar, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional. 5. DA REINTEGRAÇÃO O reclamante no mês de agosto de 2019, fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto (linguiça). Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Tito, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Tito correudesesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado. 27 Entretanto divido ao acidente sofrido o reclamante tem direito a estabilidade de 12 meses como previsto no artigo 21-A caput, da lei 8.213/91 sendo assim requer a reintegração do obreiro ao serviço, ou que seja concedida indenização cabível em relação ao tempo de serviço nos moldes do art. 496 da CLT. 6. DA FALTA DO INTERVALO INTRAJORNADA O reclamante foi contratado pela reclamada em 15/12/2018, para exercer as funções de motoboy, foi contratada para laborar 6 vezes na semana da 18h00 as 03h30, com 40 minutos de intervalo para refeição e descanso. Fora dispensado em 20/09/2019. Tendo em vista que não era concedido 1 (uma) hora de intervalo diário , requer o pagamento do período acima descrito, com base no valor da hora normal de trabalho, consoante artigo 71 da CLT. Aqui, mostra-se pertinente uma análise do artigo 71 da CLT, caput e § 3º, tendo em vista que somente poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares, senão vejamos: "Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. (...) § 3º - O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho 28 quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares (...)." (grifos nossos) Da leitura do § 3º do artigo 71 da CLT, tem-se que é preciso, para a autorização da redução do intervalo intrajornada, o atendimento a uma série de requisitos, os quais deverão ser apresentados aos órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego. Constatadas as condições, o órgão executivo expede o ato autorizador da redução do intervalo intrajornada. Nos termos do artigo 71 da CLT, tendo em vista que não era concedido 1 (uma) hora integral, sendo concedido somente 40 minutos de intervalo intrajornada é devido 20 minutos diários, sendo assim requer seja a reclamada condenada a pagar ao reclamante 38h40 horas extras referente ao período laborado de 15/12/18 a 20/09/2020, com acréscimo de 50% referente período de intervalo suprimido durante o período supracitado, tudo com os devidos reflexos nas verbas contratuais (salários, férias+1/3, 13º salário, horas extras, insalubridade, FGTS e DSR). 7. DO ADICIONAL NOTURNO Conforme informado, a jornada de trabalho era desenvolvida no horário de 18h00. às 03h30. do dia seguinte, seis vezes na semana. Portanto, configurado o trabalho noturno, nos termos do art. 73, § 2º da CLT: Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-2 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 29 § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. Todavia, apesar de cristalina previsão legal, o Reclamante não recebia adequadamente o adicional de trabalho noturno, bem como, o cômputo das horas trabalhadas não era realizado conforme determinação do referido dispositivo legal, qual seja, 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. A disposição contida no artigo 73 da CLT objetiva a garantir a higidez física e saúde mental do trabalhador, considerando a penosidade do labor noturno, uma vez que o trabalhador dedica maior esforço do que na jornada em período diurno. Ademais, as diferenças decorrentes da redução da hora noturna e respectivos reflexos, por ocasião do rompimento do contrato de trabalho, não estavam incluídas nas verbas rescisórias. Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) um total de 1044hrs por toda a contratualidade. 8. DAS HORAS EXTRAS E SEUS REFLEXOS O reclamante laborou das 18h00 as 03h30 durante o período em que laborou para a reclamada com intervalo para refeição e descanso de 40min., portanto trabalhava semanalmente por 48h00 assim estendia sua jornada semanal em 04h00. . Portanto é devido o pagamento de 04h00 semanais durante todo o período trabalhado, considerando a habitualidade da sobre jornada, essas horas extras devem integrar a remuneração para todos os efeitos legais, de modo que devem refletir nas férias + 1/3, 13º salários, DSR’s, FGTS e verbas /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-1 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-2 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 30 rescisórias, pelo que requer a condenação da Reclamada ao pagamento das horas extras e reflexos. Assim deve a reclamada ser condenada a pagar ao reclamante 24 horas extras com acréscimo de 50%, tudo com os devidos reflexos, por serem habituais deverão refletir nas verbas contratuais (férias de todo o período + 1/3, 13º salário de todo período, DSR, FGTS de todo o período) e rescisórias (saldo de salário, férias proporcionais+1/3 constitucional, 13º salário proporcional, FGTS dessas verbas e ainda 40% de indenização pela dispensa sobre o valor do FGTS de todo o período não depositado e sobre o FGTS das verbas rescisórias). 9. DANOS MORAIS E MATERIAIS No mês de agosto de 2019, o reclamante fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto (linguiça). Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar o reclamante, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. O reclamante correu desesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. O reclamante gastou R$ 30,00 na compra de vacina antirrábica, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado sendo assim de acordo com o art. 223-c da CLT e ainda o artigo 223-f da lei nº5.452 de 01 de Maio de 1943 requer-se o pagamento de Dano moral e material ao reclamante 31 10. DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO PAGO AO SINDICATO No mês de março de 2019 o reclamante teve a dedução de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Como previsto no art. 578 de CLT so é cabíveltal desconto caso o funcionário concorde o que não ocorreu, sendo assim requer que o valor descontado a titulo de contribuição sindical seja devolvido ao reclamante. 11. DAS GORJETAS O reclamante fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais que não era contabilizado em seu salario. Sendo assim como previsto no art. 457 d CLT este valor deve integrar a remuneração no obreiro e assim deve tal valor ser contabilizado para o pagamento referente a 13º salario e férias. 12. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O reclamante foi contratado pela reclamante para prestar serviço de Motoboy, conforme previsto no art. 193, §4 da CLT tal atividade é passível de adicional de periculosidade, sendo é devido o respectivo adicional de 30% sobre o salario do reclamante durante todo o período em que laborou para a reclamante. 32 13. DA PRATICA DE CRIME CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. Requer o Reclamante, a determinação de ofícios ao Ministério Publica, para que seja tomadas todas as medidas cabíveis referentes aos efetivos proprietários da Reclamada, por praticarem crime contra a organização do trabalho, especialmente o crime tipificado no artigo 203 do CP., qual seja, a frustração de direito assegurado por Lei Trabalhista. O notável professor Damásio de Jesus, em sua obra “Código Penal Anotado” ( Ed. Saraiva, SP. 1.989, pág. 545) nos auxilia na definição do direito frustrado, que é o objeto jurídico do crime: “Direito frustrado, deve ser autorgado a seu titular pela legislação trabalhista (Leis, Convenções Coletivas do Trabalho, Sentenças judiciais com força normativa, etc.). Pouco importa seja o direito trabalhista frustrado renunciável ou irrenunciável.” Nossa Carta Magna consagra a proteção ao salário do trabalhador, em seu artigo 7º, inciso X. 14. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma Trabalhista, passou-se a prever a possibilidade de honorários advocatícios em favor dos advogados de ambas as partes, conforme artigo 791-A e seguintes. Vejamos: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá- lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). Assim, em razão do trabalho dos procuradores da parte Autora, necessário que ante aos aspectos do presente caso, sejam fixados em http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 33 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 15. IMPOSTO DE RENDA E RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS Caso o reclamante tenha que arcar com alguma parcela a título de Imposto de Renda, deverá ser observada a natureza de cada parcela deferida, se remuneratória ou indenizatória, sendo determinado por V.Exa., que somente se efetuem recolhimentos se as parcelas mensais devidas, assim calculadas, ultrapassarem o limite de isenção mensal, já que foi o não cumprimento do contrato pela reclamada que gerou o pagamento acumulado de diferenças geradas mês a mês, de modo que se estas parcelas tivessem sido pagas no momento correto, o reclamante estaria isento do pagamento de Imposto de Renda. Incide em espécie o anexo III da IN RFB 1.558/2015. Ainda, deverá ser observado que juros de mora são mera punição ao empregador inadimplente, conforme dispõe a Lei 8.541/92, estando isento da incidência do Imposto de Renda. Incide em espécie a Súmula 53 do Egr. TRT da 4ª Região. Já quanto aos descontos previdenciários, deverá ser observado o valor do teto máximo de contribuição previsto pela Previdência Social. Para a correção monetária deverá ser observado que o pagamento dos salários deveria ser efetuado no mês próprio ao da prestação do serviço, devendo ser utilizado o FACDT do mês em que se gerou o débito. Caso não seja admitido o acima exposto, deverá ser adotado o FADCT do dia seguinte ao vencimento da obrigação, nos termos da Súmula nº. 21 deste Egr. TRT4. 16. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS Sem dúvidas, a conduta da Reclamada beira o absurdo no que tange aos recolhimentos previdenciários, bem como de FGTS, horas extra e adicional de periculosidade. 34 O juiz do Trabalho é competente para determinar a expedição de ofício às autoridades do INSS, da Delegacia Regional do Trabalho e do Ministério Público para adoção de medidas ante a constatação de infrações cometidas pelo empregador contra direitos de seus empregados. Sendo assim, se requer as devidas expedições de ofícios para o INSS, DRT e Ministério Público. 17. DAS PROVAS ATRAVÉS DE DOCUMENTOS Sem prejuízo da produção de prova oral, requer que a reclamada junte aos autos todos os comprovantes de pagamentos, de depósitos fundiários GR’s e RE’s, controle de frequência nos termos e finalidades dos artigos 396 e 400, II, CPC c.c. Sumula. 338 do TST. Exibidos os recibos pela reclamada, a autora desde já requer, de toda forma, o pagamento das verbas pleiteadas. 18. DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA Para cálculo da correção monetária deverá ser observado o índice referente ao mês em que ocorreu o fato gerador da obrigação respectiva, ou seja, o mês da própria prestação laboral. Tal decorre do fato de que o prazo previsto no artigo 459, parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho é aplicável somente em relação à quitação do salário mensal do empregado, não podendo ser respeitado para cálculo de parcelas reconhecidas através de decisão judicial. Por fim requer seja utilizado do IPCA-E como índice de correção monetária dos créditos da presente ação. 35 19. DOS PEDIDOS Diante de todo exposto vem, perante Vossa Excelência, reclamar o recebimento das seguintes verbas e requerer o que segue: Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuito, devido à difícil situação econômica do autor que atualmente não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio. requer a reintegração do obreiro ao serviço, ou que seja concedida indenização cabível em relação ao tempo de serviço nos moldes do art. 496 da CLT. _____________________________________________R$17.160,00 Requer seja a reclamada condenada a pagar ao reclamante 38h40 horas extras referente ao período laborado de 15/12/18 a 20/09/2020, com acréscimo de 50% referente período de intervalo suprimido durante o período supracitado. ____________________________________R$308,82 Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) um total de 1044hrs por toda a contratualidade.________________________________________R$1.148,40 deve a reclamada ser condenada a pagar ao reclamante 24 horas extras com acréscimo de 50%. _________________________________R$192,96 requer-se o pagamento de Dano o Moral__________________________________________ R$30.505,30 o Material ___________________________________________R$30,00 Requer que o valor descontado a titulo de contribuição sindical seja devolvido ao reclamante. ___________________________________________R$31,80 36 Sendo assim como previsto no art. 457 d CLT requer que o valor pago de gorjeta deve integrar a remuneração no obreiro e assim deve tal valor ser contabilizado para o pagamento referente a 13º salarioe férias Caso a reclamada não quite as verbas incontroversas em primeira audiência, faz jus ainda a multa do artigo 467 da CLT Requer que a reclamada arque com a totalidade correspondente à contribuição previdenciária, a teor do disposto no artigo 33, § 5º, da Lei 8.213/91, posto que não houve o tempestivo recolhimento, conforme lhe competia. Requer as devidas expedições de ofícios para o INSS, DRT e Ministério Público. Que sejam fixados em 15% de honorários advocatícios sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 19. REQUERIMENTOS FINAIS “Ad cautelam”, requer, outrossim, de Vossa Excelência se digne determinar seja a Reclamada instada a juntar os comprovantes de pagamentos de salário, recolhimentos previdenciários, comprovantes dos depósitos do FGTS, bem como cartões ou livros de ponto, sob pena de perícia contábil e as sanções dos artigos 396 e 400 ambos do Código de Processo Civil. Caso a reclamada tenha quitado alguma das verbas acima postuladas, após comprovação nos autos, requer o autor a devida compensação. Sem prejuízo da produção de prova oral, requer que a reclamada junte aos autos todos os comprovantes de pagamentos, de depósitos fundiários GR’s e RE’s, controle de frequência nos termos e finalidades dos artigos 396 e 400, II, CPC c.c. Sumula. 338 do TST. 37 Pelo exposto, postula o Reclamante se digne Vossa Excelência determinar a NOTIFICAÇÃO CITATÓRIA da Reclamada para que, querendo, compareça à audiência a ser designada, a fim de apresentar a defesa que possuir pena de confissão quanto à matéria de fato, em decorrência de sofrer os efeitos da revelia, devendo, a final, ser a presente reclamação totalmente PROCEDENTE, condenando-se a Reclamada ao pagamento do principal corrigido monetariamente, tomando com ÉPOCA PROPRIA o mês de competência e não o subsequente, acrescido de JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA, na forma da Lei, custas e demais despesas, processuais, e a responder pelos HONORARIOS ADVOCATÍCIOS, devidos de acordo com o artigo 133 da Constituição Federal de 1.988, assim como pelas PARCELAS PREVIDENCIÁRIAS E FISCAIS, haja vista que, não tendo quitado as verbas ora postuladas nas épocas próprias, deixou de deduzir do Reclamante, naquela oportunidade, as cotas devidas, pelo que nesta altura já não mais poderão fazer, devendo, s.m.j., arcar exclusivamente com esse ônus. O INSS e IRRF constituem de rigor, ônus da Reclamada inadimplente (LEI 8.213/91, artigo 33, § 5º e CCB, artigo 159). Por cautela, em respondendo o Reclamante, justo que se observem os PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DA ISONOMIA E DA PROGRESSIVIDADE TRIBUTARIA, Constituição Federal de 1988, artigos 150, II e 153, § 2º, I, respectivamente. Dá-se à causa o valor de R$ 39.839,97 (trinta e nove mil, oitocentos e trinta e nove reais e noventa e sete centavos). Termos em que, P. Deferimento. Cidade, data. ADVOGADO OAB/ESTADO Nº 38 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP. (estudo de caso IV) MARIANA RIBEIRO, Brasileira, casada, nascido em “...”, Auxiliar de produção, portador do RG n. 855 emitida em “...”, inscrito no CPF/MF sob o nº 909, PIS nº “...” e CTPS nº “...”, filho de Laura Santos, residente domiciliado na Rua Coronel Saturnino, casa 28, São Paulo-SP CEP 4444, e-mail: “...” por sue advogado Nome “...”, OAB/ nº “...”, e-mail:”...”, com escritório situado “...”, onde recebe intimações, vêm, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 840, §1º, da Consolidação das Leis do Trabalho e 319 do Código de Processo Civil, propor, RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito sumaríssimo. Em face de: MALHARIA FINA LTDA, estabelecida “...” regularmente inscrita no C.N.P.J. Nº. “...”, pelos motivos que passa a expor: 1. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PREVIA 39 Por força do artigo 625-A da CLT, é facultado ao empregado, ora reclamante, passar pela Comissão de Conciliação Prévia. Frise-se que no mesmo sentido, a Comissão de Uniformização de jurisprudência do E. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região na resolução administrativa nº08/2002(DJE 12/11/2002) obteve como resultado a seguinte súmula. SUMULA Nº. 2 Comissão de Conciliação Prévia. Extinção do Processo. (Resolução Administrativa nº. 08/2002 – DJE12/11/2002) “O comparecimento perante a Comissão de Conciliação Prévia é uma faculdade assegurada ao Obreiro, objetivando a obtenção de um título executivo extrajudicial, conforme previsto pelo artigo 625-E, parágrafo único da CLT, mas não constitui condição da ação, nem tão pouco pressuposto processual na reclamação trabalhista, diante do comando emergente do artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal.” (Sala das Sessões, 23 de outubro de 2002). 2. DO BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA Requer o reclamante que lhe seja deferido os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98, do Novo Código de Processo Civil, vez que o reclamante não possui condições financeiras de custear a presente demanda, sem prejuízo do próprio sustento. Conforme se denota da inclusa cópia da CTPS em anexo do obreiro, este se encontra desempregado, portanto sem salário, deste modo faz jus ao benefício da justiça gratuita, nos termos do parágrafo 3º do artigo 790 da CLT. Assim, demonstrado o cabimento do presente pedido, requer o reclamante lhe seja deferida a gratuidade da justiça, uma vez que estão presentes os requisitos previstos em lei para o deferimento da benesse pleiteada. 40 3. DA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO JUGAR Cumpre esclarecer que o reclamante teve como local de trabalho a cidade de São Paulo/SP. 4. DOS FATOS A reclamante foi contratado pela reclamada em 20/09/2016, para exercer as funções de Auxiliar de Produção, foi contratada para laborar de segunda a sexta das 13h30min as 22h30min, com 1 hora de intervalo para refeição e descanso e aos sábados das 08h00 as 12h00 sem intervalo. Recebeu como ultimo salário a importância de um salario mínimo como constas nos contracheque em anexo. Fora dispensada em 30/12/2019, recebendo as verbas da ruptura contratual. Marina é presidente do seu sindicato de classe, ao qual está filiada desde a admissão, tendo sido eleita e empossada no dia 20/06/2019 para um mandato de 2 anos, bem como cientificada a empregadora do fato por e- mail. Após o horário de seu labor, gastava 20 minutos para trocar o uniforme, conforme determinação da empresa. Marina recebeu a participação proporcional nos lucros de 2016 e integral em 2017 e 2018, não tendo recebido a participação proporcional de 2019. A reclamante, no ano de 2018, comprovadamente, doou sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em ambas tendo sido descontado os dois dias em que faltou. A reclamante foi assediada por seu superior por diversas vezes, onde Hugo, que era seu superior imediato sempre dizia que a reclamante tinha um belo sorriso. Por educação, Marina agradecia o elogio. 41 Em 2019, em razão de doença, Hugo ficou afastado do serviço por 90 dias e ela o substituiu até o seu retorno. A reclamante tem três filhos, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme certidões de nascimento em anexo, entretendo durante todo o período em que laborou para a reclama recebeu somente duas cotas de salario família como está demonstrado em seus contracheques A reclamante tinha ajuizado uma ação anteriormente porem perdera a confiança no antigo advogado, não compareceu à audiência para a qual fora intimada. Essa ação havia sido distribuída à 250ª Vara do Trabalho de São Paulo e, em consulta pela Internet, foi verificado o seuarquivamento. Entretanto em momento oportuno seja juntado o comprovante de pagamento das custas processuais. Devido a dispensa feita em período que a reclamante possuía direito a estabilidade advinda do cargo que ocupa como presidente sindical, conforme passará a demonstrar, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional. 5. DO DIREITO DA GARANTIA DE ESTABILIDADE O reclamante foi dispensado do trabalho durante o período que gozava da garantia de estabilidade, conforme documentos que junta em anexo. A redação do artigo 543, parágrafo 3º da CLT é muito clara quanto a estabilidade do dirigente sindical: /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-543 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-543,par-3 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 42 Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. No mesmo sentido, o artigo 8º da Constituição Federal prevê que não pode ser dispensado o empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação, de entidade sindical ou associação profissional, até um ano após o final do seu mandato. Assim, a demissão, dado ao Reclamante, por ser ilegal, configura o dever indenizatório do período correspondente. CIPA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. CONVERSÃO DA REINTEGRAÇÃO EM INDENIZAÇÃO. PROCEDÊNCIA. Verificada a ausência de justo motivo para a despedida do cipeiro, é devida a indenização referente ao período de estabilidade provisória. (TRT-1 - RO: 00106276620145010019, Relator: RILDO ALBUQUERQUE MOUSINHO DE BRITO, Data de Julgamento: 13/02/2017, Terceira Turma, Data de Publicação: 27/02/2017, #051571) #5051571 Assim, por ilegal a dispensa, requer o reconhecimento da estabilidade provisória, com a reintegração imediata e pagamento integral dos salários correspondentes aos meses que o reclamante gozava de garantia de estabilidade, com os juros legais cabíveis e monetariamente corrigidos. /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-543 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-543,par-3 /lei/CF/constituicao-federal/art-8 /lei/CF/constituicao-federal 43 6. HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era obrigado a prolongar sua jornada em até 20 depois para trocar seu uniforme. Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais 20 minutos além do horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada de trabalho: HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo despendido pelo empregado na troca de uniforme, quando ultrapassados os cinco minutos de tolerância previstos no § 1º do artigo 58 da CLT, caracteriza-se como tempo à disposição do empregador, consoante Súmula 366 do C. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso da reclamada não provido, no particular. HORAS EXTRAS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação habitual de horas extras e o labor em condições insalubres sem a prévia autorização do poder público, nos termos do art. 60 da CLT, invalidam o acordo compensatório de horas extras. Entendimento firmado pelo Pleno deste Regional no julgamento do IUJ 0024170- 23.2015.5.24.0000. Recurso do reclamante provido. (TRT-24 00248537120155240061, Relator: RICARDO GERALDO MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação: 14/02/2017, #051571) Razão pela qual, o tempo dedicado a retirar o uniforme deve ser computado como hora extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme cálculo discriminado em anexo. /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-58,par-1 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-58 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho /lei/129815/sumulas-tst/num-366 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-60 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 44 7. DO ADICIONAL NOTURNO Conforme informado, a jornada de trabalho era desenvolvida no horário de 13h30min. às 22h30min. Portanto, configurado o trabalho noturno, nos termos do art. 73, § 2º da CLT: Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. Todavia, apesar de cristalina previsão legal, o Reclamante não recebia adequadamente o adicional de trabalho noturno, bem como, o cômputo das horas trabalhadas não era realizado conforme determinação do referido dispositivo legal, qual seja, 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. A disposição contida no artigo 73 da CLT objetiva a garantir a higidez física e saúde mental do trabalhador, considerando a penosidade do labor noturno, uma vez que o trabalhador dedica maior esforço do que na jornada em período diurno. Ademais, as diferenças decorrentes da redução da hora noturna e respectivos reflexos, por ocasião do rompimento do contrato de trabalho, não estavam incluídas nas verbas rescisórias. Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) por toda a contratualidade. /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-2 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-1 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73,par-2 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-73 /lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho 45 8. Participação dos lucros Marina recebeu a participação proporcional nos lucros de 2016 e integral em 2017 e 2018, não tendo recebido a participação proporcional de 2019. Deste modo requer seja a reclamante condenada ao pagamento da participação dos lucros relativo ao ano de 2019 9. DO DESCONTO DEVIDO A FALTA MOTIVADA PELA DOAÇÃO DE SANGUE A reclamante, no ano de 2018, comprovadamente, doou sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em ambas tendo sido descontado os dois dias em que faltou. A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT garante “um dia de folga a cada doze meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada”. Como previsto no art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho. Sendo assim requer que a reclamada seja condenada ao pagamento de um dia descontado devido a falta justificada em relação a doação de sangue. 10. DIFERENÇA SALARIAL Em 2019, em razão de doença, Hugo que era superior direto da reclamante ficou afastado do serviço por 90 dias e ela o substituiu até o seu retorno. Porem não teve diferença salarial paga devido a substituição feita tendo recebido o mesmo salario habitual, ou seja, não teve seu salario acrescido em nada durante o período em que ocupou, exerceu o cargo de seu superior. 46 O direito do funcionário substituto receber o mesmo salário do empregado substituído encontra suporte na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 5º: “a todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinçãode sexo”. E ainda no art. 450: “Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, interinamente, ou em substituição eventual ou temporária cargo diverso do que exercer na empresa, serão garantidas a contagem do tempo naquele serviço, bem como a volta ao cargo anterior”. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), visando pacificar a discussão sobre o tema, proferiu a Súmula nº 159, que serve de base em casos de demandas trabalhistas, para decisões da Justiça do Trabalho: “Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter eventual, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do empregado substituído”. Deste modo requer a devida equiparação salarial do cargo ocupado pela reclamante no período de 90 dia em 2019 em que ocupou o cargo de seu superior Hugo e seus devidos reflexos. 11. SALARIO FAMÍLIA A reclamante tem três filhos, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme certidões de nascimento em anexo, entretendo durante todo o período em que laborou para a reclama recebeu somente duas cotas de salario família como está demonstrado em seus contracheques. 47 O salário família é determinado pelos artigos 65 a 70 da Lei nº 8213/91, e é um benefício concedido aos trabalhadores celetistas que possuem filhos de até 14 anos. Assim Reque que a reclamada seja condenada ao pagamento em relação a 3ª cota do salario família durante todo o período em que a reclamante tem direito. 12. DA PRATICA DE CRIME CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. Requer a Reclamante, a determinação de ofícios ao Ministério Publica, para que seja tomadas todas as medidas cabíveis referentes aos efetivos proprietários da Reclamada, por praticarem crime contra a organização do trabalho, especialmente o crime tipificado no artigo 203 do CP., qual seja, a frustração de direito assegurado por Lei Trabalhista. O notável professor Damásio de Jesus, em sua obra “Código Penal Anotado” ( Ed. Saraiva, SP. 1.989, pág. 545) nos auxilia na definição do direito frustrado, que é o objeto jurídico do crime: “Direito frustrado, deve ser autorgado a seu titular pela legislação trabalhista (Leis, Convenções Coletivas do Trabalho, Sentenças judiciais com força normativa, etc.). Pouco importa seja o direito trabalhista frustrado renunciável ou irrenunciável.” Nossa Carta Magna consagra a proteção ao salário do trabalhador, em seu artigo 7º, inciso X. 48 13. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma Trabalhista, passou-se a prever a possibilidade de honorários advocatícios em favor dos advogados de ambas as partes, conforme artigo 791-A e seguintes. Vejamos: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá- lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). Assim, em razão do trabalho dos procuradores da parte Autora, necessário que ante aos aspectos do presente caso, sejam fixados em 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 14. IMPOSTO DE RENDA E RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS Caso o reclamante tenha que arcar com alguma parcela a título de Imposto de Renda, deverá ser observada a natureza de cada parcela deferida, se remuneratória ou indenizatória, sendo determinado por V.Exa., que somente se efetuem recolhimentos se as parcelas mensais devidas, assim calculadas, ultrapassarem o limite de isenção mensal, já que foi o não cumprimento do contrato pela reclamada que gerou o pagamento acumulado de diferenças geradas mês a mês, de modo que se estas parcelas tivessem sido pagas no momento correto, o reclamante estaria isento do pagamento de Imposto de Renda. Incide em espécie o anexo III da IN RFB 1.558/2015. Ainda, deverá ser observado que juros de mora são mera punição ao empregador inadimplente, conforme dispõe a Lei 8.541/92, estando isento da incidência do Imposto de Renda. Incide em espécie a Súmula 53 do Egr. TRT da 4ª Região. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 49 Já quanto aos descontos previdenciários, deverá ser observado o valor do teto máximo de contribuição previsto pela Previdência Social. Para a correção monetária deverá ser observado que o pagamento dos salários deveria ser efetuado no mês próprio ao da prestação do serviço, devendo ser utilizado o FACDT do mês em que se gerou o débito. Caso não seja admitido o acima exposto, deverá ser adotado o FADCT do dia seguinte ao vencimento da obrigação, nos termos da Súmula nº. 21 deste Egr. TRT4. 15. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS Sem dúvidas, a conduta da Reclamada beira o absurdo no que tange aos recolhimentos previdenciários, bem como de FGTS, horas extra e adicional de periculosidade. O juiz do Trabalho é competente para determinar a expedição de ofício às autoridades do INSS, da Delegacia Regional do Trabalho e do Ministério Público para adoção de medidas ante a constatação de infrações cometidas pelo empregador contra direitos de seus empregados. Sendo assim, se requer as devidas expedições de ofícios para o INSS, DRT e Ministério Público. 16. DAS PROVAS ATRAVÉS DE DOCUMENTOS Sem prejuízo da produção de prova oral, requer que a reclamada junte aos autos todos os comprovantes de pagamentos, de depósitos fundiários GR’s e RE’s, controle de frequência nos termos e finalidades dos artigos 396 e 400, II, CPC c.c. Sumula. 338 do TST. Exibidos os recibos pela reclamada, a autora desde já requer, de toda forma, o pagamento das verbas pleiteadas. 50 17. DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA Para cálculo da correção monetária deverá ser observado o índice referente ao mês em que ocorreu o fato gerador da obrigação respectiva, ou seja, o mês da própria prestação laboral. Tal decorre do fato de que o prazo previsto no artigo 459, parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho é aplicável somente em relação à quitação do salário mensal do empregado, não podendo ser respeitado para cálculo de parcelas reconhecidas através de decisão judicial. Por fim requer seja utilizado do IPCA-E como índice de correção monetária dos créditos da presente ação. 18. DOS PEDIDOS Diante de todo exposto vem, perante Vossa Excelência, reclamar o recebimento das seguintes verbas e requerer o que segue: Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuito, devido à difícil situação econômica do autor que atualmente não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio. Assim, por ilegal a dispensa, requer o reconhecimento da estabilidade provisória, com a reintegração imediata e pagamento integral dos salários correspondentes aos meses que o reclamante gozava de garantia de estabilidade, com os juros legais cabíveis e monetariamente corrigidos.___________________________________________R$22.000,00 Requer que o tempo dedicado a retirar o uniforme deve ser computado como 187 horas extra que deve ser pago ao reclamante, um total de ____R$935,00 Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) por toda a contratualidade, um total de ______________________________________________________R$468,00 51 Deste modo requer seja a reclamante condenada ao pagamento da participação dos lucros relativo ao ano de 2019 Sendo assim requer que a reclamada seja condenada ao pagamento de um dia descontado
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