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caso 3 PRATICAS SIMULADA 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA ____VARA DO 
TRABALHO DE NATAL/RN. 
 
 
 
 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA: 
 
RECLAMANTE: SUZANA 
RECLAMADA: FAMILIA MORAES 
 
 
 SUZANA, nacionalidade, estado civil, empregada doméstica, endereço 
eletrônico, portadora da cédula de identidade nº ..., CPF nº...., residente na rua..., nº..., 
bairro..., São Gonçalo, RJ, CEP...., vem por intermédio de seu advogado que a 
este subscreve e com procuração (anexa), com endereço profissional...na rua.., no 
..., bairro.., cidade.., estado..., CEP..., vem mui respeitosamente à presença de 
Vossa Excelência, com base nos artigo 840, §1o da CLT, c/c art.319, CPC, 
propor: 
 
 RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 Pelo rito ordinário, em face da FAMILIA MORAES, inscrita no CPF sob o nº..., 
com endereço na rua..., nº..., bairro..., Natal-RN, com base nos fatos e fundamentos que 
passa a expor: 
 
 
INICIALMENTE: 
 
a) DO PEDIDO DE GRATUIDADE JUDICIARIA: 
 Sendo certo que a Reclamante atualmente encontra-se desempregada, e não 
possui condições de arcar com os ônus processuais sem prejuízo do seu sustento e de 
sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexada a esta inicial, requer se 
digne Vossa Excelência deferir-lhe os benefícios da Justiça Gratuita, com base no artigo 
98 do Código de Processo Civil c/c com o artigo 790, § 3º da legislação consolidada. 
 
b) DA NÃO OBRIGATORIEDADE DE SUBMISSÃO DA RECLAMANTE À 
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – CCP 
 Deixou a Reclamante de submeter sua lide à Comissão de Conciliação Prévia 
visto que em decisão das ADIs 2.139 e 2.160 e até mesmo do art. 5º, XXXV, da 
CRFB/88 suspendeu a obrigatoriedade da mesma. 
 
DOS FATOS 
1-) A Reclamante foi contratada no dia 15/06/2016 pela família Moraes como 
empregada doméstica. No ato da contratação foi celebrado contrato de experiência com 
prazo de 45 (quarenta e cinco) dias por tempo indeterminado. 
 
2-) Ao termino dos 45 dias a Reclamante continuou laborando normalmente à família 
sem que tenha havido qualquer prorrogação contratual. 
3-) A jornada de trabalho da Reclamante era de segunda a sexta-feira, das 7h às 16hs 
com 30 (trinta) minutos de intervalo intrajornada. Por 4 (quatro) dias em viagem com a 
família à Gramado – RS, realizando serviço de babá a jornada de trabalho da 
Reclamante foi das 8h às 17hs com uma (1) hora de intervalo intrajornada. 
4-) A Reclamante sofreu descontos no salário, sendo 10% a título de vale transporte e 
25% a título de alimentação consumida no emprego. O contrato de trabalho da 
Reclamante foi extinto em 15/09/2016 e na ocasião foram pagas as verbas rescisórias, 
quais sejam: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13º salário 
proporcional de 4/12 avos. 
 
DOS FUNDAMENTOS DO CONTRATO 
 
 – INEXISTÊNCIA DE PRORROGAÇÃO 
 
 – CONVERSÃO DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO: 
 
 No ato da contratação da Reclamante foi estabelecido o prazo de experiência de 
45 dias, contudo ao término do prazo a Reclamada não realizou a prorrogação do prazo 
do contrato, o que fez com que o mesmo se convertesse automaticamente em contrato 
por prazo indeterminado, tudo nos termos do art. 5º, §2º, da Lei Complementar – LC nº 
150/2015. A Reclamada desconsiderou a indeterminação do contrato de trabalho e 
realizou o pagamento das verbas rescisórias como se o contrato efetivamente estivesse 
regimentado por termo. Portanto, considerando que a Reclamada não realizou a 
prorrogação do contrato de trabalho da Reclamante, requer que o contrato seja 
considerado por tempo indeterminado, bem como que a Reclamada seja condenada ao 
pagamento das verbas inerentes a essa espécie de contrato, isto é, aviso prévio (30 dias) 
indenizado nos termos do e seus reflexos nas férias acrescidas do terço constitucional 
(1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos). 
DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
 
 Na rescisão contratual a Reclamada não efetuou o pagamento do saldo de salário 
de 15 dias, razão pela qual requer a sua condenação. 
DOS DESCONTOS INDEVIDOS 
 
 A Reclamada realizava dois descontos indevidos no salário da Reclamante. O 
primeiro desconto contraria expressamente o previsto no art. 18, da LC 150/2015, isto é, 
mesmo com a vedação legal de descontos no salário da empregada doméstica a título de 
alimentação, a Reclamada procedia aos descontos de 25% no salário mensal. 
 O outro desconto referia-se ao vale-transporte que em vez de se limitar a 6% 
legalmente previsto, a Reclamada descontava 10%, ou seja, a Reclamada violou o art. 
4º, e descontou indevidamente 4%. Desta feita, requer a condenação da Reclamada à 
devolução da alimentação equivalente a 25% do salário mensal da Reclamante, bem 
como a devolução de 4% referente ao excesso do vale-transporte descontado 
ilegalmente. 
NÃO CONCESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA 
 
 À exceção de 4 (quatro) dias em que a Reclamante viajou com a família 
empregadora e que o intervalo intrajornada foi de 1h/dia, todos os demais dias de 
prestação de serviços houve violação ao gozo de no mínimo uma hora de intervalo 
intrajornada art. 13, da LC nº 150/2015. Portanto, considerando que o intervalo 
intrajornada da Reclamante era de somente 30 minutos por dia, requer a condenação da 
Reclamada ao pagamento de uma hora de intervalo intrajornada acrescido do adicional 
legal, tudo nos termos do dispositivo legal citado e da Súmula 437, I, do TST, bem 
como o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional, 
13º salário proporcional e FGTS. 
HORAS EXTRAORDINÁRIAS 
 
 A jornada de trabalho da reclamante era das 7h às 16h com trinta minutos de 
intervalo para alimentação e descanso de segunda a sexta-feira. Pois bem, considerando 
a jornada efetivamente laborava diariamente, conclui-se que a Reclamante tem direito a 
30 minutos extras, afinal laborava 8h30min por dia art. 2º, caput, da LC nº 150/2015. 
Desse modo, pugna pela condenação da Reclamada ao pagamento de 30 minutos extras 
por dia e que haja o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço 
constitucional e 13º salário proporcional. 
ADICIONAL DE 25% DURANTE O PERÍODO DE VIAGEM 
 
 A Reclamante realizou viagem de 4 (quatro) dias com a Reclamada, contudo 
durante o período não recebeu o adicional de 25% previstos no art. 11, § 2º, da LC nº 
150/2015. Requer, pois, a condenação da Reclamada ao pagamento do respectivo 
adicional que deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no período da viagem 
justiça. Ainda o art. 84, do CPC estabelece que a sentença condenará o vencido a pagar 
ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Por sua vez o art. 
22, da Lei 8.906/94 que disciplina o Estatuto da Advocacia, dispõe que a prestação de 
serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários 
convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer á Vossa Excelência: 
1) A concessão da gratuidade da justiça; 
2) A procedência do pedido de condenação da Reclamada ao pagamento das seguintes 
verbas: 
 2.1) Que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, bem como que a 
Reclamada seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa espécie de 
contrato, isto é, aviso prévio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º, da LC 
150/2015 e seu reflexo nas férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º 
salário (1/12 avos); 
 2.2) Que seja a Reclamada condenada ao pagamento do saldo de salário de 15 dias; 
 2.3) A condenação da Reclamada ao pagamento de 30 minutosextras por dia 
acrescido de 50% e que haja o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do 
terço constitucional e 13º salário proporcional, como disposto no art. 2º, § 1º, da LC 
150/15; 
 2.4) Uma hora extra pela supressão do intervalo intrajornada acrescido de 50%; 
 2.5) A condenação da Reclamada ao pagamento do adicional de 25% previsto na art. 
11, § 2º, LC nº 150/2015 que deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no 
período da viagem; 
3) A condenação da Reclamada à devolução do valor descontado a título de alimentação 
equivalente a 25% do salário mensal da Reclamante, bem como a devolução de 4% 
referente ao excesso do vale-transporte descontado ilegalmente. 
4) A procedência do pedido de condenação ao pagamento de honorários advocatícios; 
5) A notificação da Reclamada. 
 
DAS PROVAS 
 
 Requer a produção de prova: documental, superveniente e o depoimento pessoal da 
Reclamada, sob pena de confissão, na amplitude do art. 369 do CPC. 
 
VALOR DA CAUSA 
Dá-se - à causa, o valor superior a 40 salários mínimos. 
Nestes termos, em que pede deferimento, 
Natal/RN 
Advogado 
 
OAB/UF, no:

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