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AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ELETROCARDIOGRAMA PARA 
ENFERMEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ELETROCARDIOGRAMA PARA 
ENFERMEIROS 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
 
MÓDULO III 
 
 
10 MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO ELETROCARDIOGRAMA 
 
 
10.1 FREQUÊNCIA 
 
 
A frequência é o primeiro parâmetro que devemos observar e avaliar em um 
eletrocardiograma. Sua leitura é realizada pelo ciclo cardíaco apresentado pelo 
paciente. 
Quando um paciente está em um estado normal, seus batimentos cardíacos 
são determinados pelo nódulo sinoatrial, localizado no átrio direito, portanto é 
considerado o marca-passo do coração. 
Outras regiões do coração também possuem a capacidade de determinar 
este ritmo cardíaco, quando há falhas nos mecanismos gerenciados pelo nódulo 
sinoatrial. 
São denominados marca-passos potenciais, pois se o marca-passo cardíaco 
localizado no nódulo sinoatrial não funcionar, esses assumirão a função de 
comandar os batimentos cardíacos. 
Estes marca-passos potenciais ou ectópicos funcionam principalmente em 
casos de doenças ou em emergências e estão localizados em todas as partes do 
coração, como os átrios, ventrículos e nódulo atrioventricular. 
Em condições de normalidade ou estabilidade cardíaca, os marca-passos 
ectópicos não funcionam, pois são repreendidos pelo nódulo sinoatrial e 
permanecem eletricamente isolados, mais um motivo para serem considerados 
marca-passos potenciais. 
Nos átrios há a presença de vários marca-passos potenciais e qualquer um 
pode assumir o controle dos batimentos cardíacos, gerando uma frequência de 
aproximadamente 75 batimentos por minuto. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
Caso o nódulo sinoatrial não gerar o impulso elétrico para estimulação atrial, 
o marca-passo ectópico desempenhará essa função, assumindo assim, o controle 
dos batimentos cardíacos. 
Existe a possibilidade também, em casos de emergência ou em condições 
patológicas graves, de um marca-passo ectópico, de repente disparar estímulos 
elétricos e o paciente apresentar uma frequência cardíaca elevada, podendo chegar 
até 250 batimentos por minuto. 
Quando há uma falha no estímulo elétrico gerado pelo nódulo sinoatrial, o 
nódulo atrioventricular poderá determinar uma estimulação elétrica gerando uma 
frequência cardíaca de aproximadamente 60 batimentos por minuto. 
Podemos considerar que o nódulo atrioventricular possui também marca-
passos potenciais. Geralmente, a função do nódulo atrioventricular é captar o 
estímulo elétrico da despolarização atrial e conduzi-lo até os ventrículos, ou seja, o 
nódulo atrioventricular é um centro de retransmissão elétrica. 
A frequência cardíaca gerada pelo marca-passo do nódulo atrioventricular é 
denominada frequência idionodal e como relatamos anteriormente é de 
aproximadamente 60 batimentos por minuto. 
Como ocorre com os marca-passos ectópicos dos átrios, o marca-passo 
potencial do nódulo atrioventricular pode disparar estímulos elétricos muito rápidos, 
gerando assim, em situações patológicas e de emergência, batimentos cardíacos 
que variam de 150 até 250. 
Nos ventrículos existem também marca-passos potenciais ou ectópicos que 
geram estímulos elétricos e determinam uma frequência cardíaca em torno de 30 a 
40 batimentos por minuto. 
Esta geração de impulso elétrico ocorre quando não há a chegada do 
estímulo elétrico determinado pelo marca-passo cardíaco, ou seja, o impulso gerado 
pelo nódulo sinoatrial. 
Em situações de emergência, geralmente relacionada ao suprimento 
sanguíneo e oxigenação inadequada, estes marca-passos potenciais localizados 
nos ventrículos, podem gerar um aumento da frequência cardíaca, com o objetivo de 
corrigir este deficit apresentado pelo músculo cardíaco. Essa frequência pode 
chegar até 250 batimentos por minuto. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
Recordando então, podemos afirmar que os focos ectópicos ou os marca-
passos potenciais encontrados nos átrios, nódulo atrioventricular e ventrículos 
podem gerar estímulos elétricos determinando sua própria frequência cardíaca 
quando houver falhas na geração do impulso elétrico no nódulo sinoatrial. 
Um foco ectópico atrial pode estimular o coração em uma frequência de 75 
batimentos por minuto, enquanto o foco ectópico localizado no nódulo 
atrioventricular produz uma frequência cardíaca de 60 batimentos por minuto e o 
foco ectópico ventricular gera uma frequência cardíaca em torno de 30 a 40 
batimentos por minuto. 
A frequência cardíaca pode ser determinada rapidamente apenas com a 
visualização do eletrocardiograma. Essa simples observação nos auxiliará a 
determinar a frequência cardíaca do paciente no momento da realização do exame. 
Em situações de emergência, o profissional de saúde poderá identificar o 
ritmo cardíaco e a frequência cardíaca do paciente, determinando assim a 
assistência que será prestada ao enfermo. 
Há três métodos disponíveis para avaliação da frequência cardíaca por 
intermédio da análise das ondas do eletrocardiograma, são eles: 
 
 Método sequencial; 
 Método da multiplicação por 10; 
 Método 1500. 
 
No método sequencial devemos primeiramente escolher uma onda R que 
coincida com uma das linhas mais escura do papel milimetrado. Vamos atribuir às 
próximas seis linhas mais escuras os seguintes números: 
 
 300; 
 150; 
 100; 
 75; 
 60; 
 50. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
Cada linha subsequente deverá ser designada com os números acima, 
lembrando sempre que não atribuímos nenhum número para a primeira linha que 
coincide com a onda R. 
Encontre a próxima linha com o pico da onda R e essa irá determinar a 
frequência cardíaca do paciente durante a realização do eletrocardiograma, por 
exemplo, se a segunda onda R cair no número 75, essa será a frequência cardíaca 
do paciente. 
No método da multiplicação por 10 obtenha um traçado com a duração 
mínima de 6 segundos. Este número é obtido observando o papel milimetrado que 
possui pequenas marcas verticais que indicam intervalos de três segundos. 
São denominadas marcas de intervalo de três segundos. Algumas fitas de 
eletrocardiograma possuem intervalos de três segundos marcados com pontos 
escuros. 
Quando o eletrocardiograma está sendo realizado, a extensão da fita 
milimetrada entre estas duas marcas verticais registra o intervalo de três segundos. 
Considerando dois intervalos de três segundos teremos uma faixa de seis segundos. 
Você deverá contar o número completo de ciclos nesta faixa, ou seja, de 
uma onda R até a outra onda R. A frequência será obtida multiplicando-se por 10 o 
número de ciclos nesta faixa de seis segundos. 
Vale lembrar que dez faixas de seis segundos correspondem a um minuto 
registrado no eletrocardiograma. O número de ciclos por minuto será a frequência 
cardíaca. 
Portanto, o número de ciclos por seis segundos, multiplicados por dez será a 
frequência cardíaca do paciente apresentada no eletrocardiograma. 
O método 1500 é chamado desta forma, pois 1500 pequenos quadrados 
equivalem a um minuto. Conte o número de quadrados pequenos entre pontos 
idênticos em duas ondas P consecutivas. Divida por 1500 para obter a frequência 
atrial. Usando o mesmo método, porém com duas ondas R consecutivas poderemos 
calcular a frequência ventricular. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.072 
 
 
10.2 RITMO 
 
 
O ritmo normal do coração é regular, ou seja, há uma distância constante 
entre as ondas semelhantes. Muitas vezes, consideramos o ritmo normal sendo o 
ritmo sinusal normal ou ritmo sinusal regular, pois são originados do nódulo sinoatrial 
ou sinusal. 
O eletrocardiograma irá fornecer os meios mais precisos para que os 
profissionais de saúde identifiquem ritmos anormais, ou seja, arritmias, que poderão 
facilmente ser diagnosticadas quando observadas as características 
eletrofisiológicas do coração. 
As disritmias ou distúrbios de ritmo estão relacionados com patologias que 
afetam o músculo cardíaco localmente, como é o caso de infecções ou hipóxia 
teciduais ou ainda relacionados com patologias que afetam o miocárdio de forma 
mais agressiva, com repercussão sistêmica, como por exemplo, a uremia. 
Os distúrbios de ritmo devem ser diferenciados das alterações resultantes 
das reações normais do coração, consideradas fisiologicamente normais. 
Como o eletrocardiograma faz o registro integral de toda a atividade elétrica 
do coração em suas derivações, mesmo na ausência de dados clínicos, podemos 
afirmar que a determinação de ritmos anormais é precisa. 
Para determinar o ritmo atrial, o profissional de saúde deve medir os 
intervalos P-P em vários ciclos cardíacos e para determinar o ritmo ventricular, 
medimos o intervalo P-P. 
Para explicação do método do papel e lápis e do método do compasso, 
mostraremos o intervalo R-R, resultante que nos permitirá avaliar o ritmo ventricular, 
porém se utilizarmos estes dois métodos tomando como base o intervalo P-P, 
determinaremos o ritmo atrial. 
O método do lápis e papel é simples e consiste em posicionar a fita 
milimetrada com o exame realizado sobre uma superfície plana. Logo após, 
posicione a margem reta de um pedaço de papel na extensão da linha de base no 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
traçado. Posicione lentamente o papel para cima de modo que a borda reta fique 
próxima ao pico da onda R. 
Com um marcador, que pode ser um lápis ou uma caneta, faça uma marca 
na onda R de dois complexos QRS consecutivos, determinando assim o intervalo R-
R. 
Em seguida, arraste a fita milimetrada alinhando as duas marcas com os 
intervalos R-R sucessivos. Se a distância entre cada intervalo R-R for a mesma, o 
ritmo cardíaco ventricular é regular. Caso ocorra uma variação neste ritmo cardíaco, 
podemos afirmar que este é um ritmo cardíaco anormal ou irregular. 
Existe também o método do compasso, que é compreendido com o 
posicionamento do eletrocardiograma em uma superfície plana e marcando com um 
compasso escolar o pico da primeira e da segunda onda R em dois complexos QRS 
consecutivos. 
A ponta de cada lado do compasso deve ficar posicionada sobre o pico de 
cada onda R, delimitando assim o intervalo R-R. 
Em seguida, gire a primeira ponta do compasso em direção a terceira onda 
R e observe se essa alcança sem problemas o pico da onda R subsequente. É 
importante verificar várias derivações. 
Se todos os intervalos forem iguais o ritmo é regular, caso contrário o ritmo é 
irregular, isto é, houve uma variação entre os intervalos R-R. 
Portanto, para determinar o ritmo atrial estaremos observando os intervalos 
P-P em todas as derivações, ou pelo menos, na sua grande maioria. Se obtivermos 
um intervalo igual, o ritmo atrial é regular. Apresentando variações, podemos afirmar 
que o ritmo atrial é irregular. 
Para determinar o ritmo ventricular utilizaremos o intervalo R-R entre os 
complexos QRS consecutivos, ou caso não haja definido no traçado 
eletrocardiográfico a onda R, poderemos utilizar a onda Q ou ainda a onda S. 
Com intervalos iguais podemos afirmar que temos um ritmo ventricular 
adequado, agora se ocorrer variações nesses intervalos, o ritmo ventricular é 
considerado irregular. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
 
 
10.3 AVALIAR A ONDA P 
 
 
Determine se existe uma onda P em cada complexo QRS e avalie a sua 
configuração, tamanho e forma. 
 
 
10.4 DETERMINAR A DURAÇÃO DO INTERVALO PR 
 
 
Você deve contar os quadrados pequenos entre o início da onda P e o início 
do complexo QRS. Multiplique o número de quadrados por 0,04 segundo e observe 
se a duração é normal e constante. 
 
 
10.5 DETERMINAR A DURAÇÃO DO COMPLEXO QRS 
 
 
Você deve medir desde o início do complexo QRS até o final da onda S e 
não apenas no seu pico. Conte o número de quadrados pequenos entre o início e o 
fim do complexo QRS e multiplique esse número por 0,04 segundo. 
Determine se a duração é normal, ou seja, entre 0,06 a 0,10 segundo, e se 
todos os complexos QRS apresentam o mesmo tamanho e a mesma forma, e se 
existe um complexo após cada onda P. 
 
 
10.6 AVALIAÇÃO DA ONDA T 
 
 
Determine se as ondas T estão presentes e se apresentam forma e 
amplitude normais. Observe também se existe a mesma deflexão do complexo QRS. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
Avalie também, se uma onda P pode estar oculta em uma onda T. 
 
 
10.7 DETERMINAÇÃO DA DURAÇÃO DO INTERVALO QT 
 
 
O examinador deve contar os quadrados pequenos entre o início do 
complexo QRS e o final da onda T, na posição onde ela retorna para a linha da base 
do eletrocardiograma. 
Multiplique este número por 0,04 segundo e verifique se a duração está 
normal, ou seja, entre 0,36 e 0,44 segundo. 
 
 
10.8 AVALIAR TODOS OS OUTROS COMPONENTES 
 
 
Devemos nos certificar se o formato da onda apresentada tanto no monitor 
quanto no traçado eletrocardiográfico estão normais, caso não esteja, verificar se há 
problemas no eletrocardiógrafo ou no monitor cardíaco. 
Observe se há batimentos ectópicos, com alterações ou distúrbios de 
condução elétrica. 
Procurar identificar as ondas eletrocardiográficas examinando o segmento 
ST e procurando determinar a onda U. 
É importante classificar o ritmo cardíaco de acordo com as condições 
descritas abaixo: 
 
 Analisar o local de origem do ritmo, ou seja, se é um ritmo originado no 
nódulo sinoatrial, nos átrios, nos ventrículos ou nó nódulo atrioventricular. 
 Determine a frequência cardíaca. 
 Determine o ritmo cardíaco. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
 
 
11 ARRITMIAS 
 
 
Uma arritmia cardíaca é um evento que causa alguma perturbação no 
coração e que estarão alterando a frequência ou o ritmo dos batimentos do coração. 
Ela pode existir devido a várias razões e podem levar à morte imediatamente 
de um paciente, portanto, é um caso de extrema emergência médica. 
Grande parte delas é inofensiva, porém se diagnosticadas devem ser 
tratadas seja com medicações ou por meio de medicamentos. 
Como vimos anteriormente, o nódulo sinusal ou sinoatrial, localizado no átrio 
direito, tem a responsabilidade de gerar o impulso elétrico inicial para que a 
despolarização atrial, estimulando a contração do músculo cardíaco ou miocárdio. 
A arritmia cardíaca ocorre quando esses impulsos elétricos são gerados de 
forma irregular ou conduzidos de forma deficiente. Pode estar associada aos ritmos 
rápidos, ou extremamente rápidos como as taquicardias, ou aos ritmos lentos como, 
por exemplo, as bradicardias. Ainda podem ocorrer apenas ritmos irregulares. 
Nas arritmias, podemos analisar e registrar alterações da frequência 
cardíaca e também do ritmo apresentado pelo coração. 
Consideramos uma frequência cardíaca normal quando os batimentos do 
coração estão entre os valores de 60 até 100 ciclos, ou batimentos por minuto. Já 
em crianças, podemos considerar que os batimentos cardíacos estão mais elevados. 
Quando o paciente apresenta alterações de ritmo cardíaco, seus batimentos 
cardíacos apresentam alterações no intervalo entre um estímulo e outro. Essas 
pequenas alterações nos intervalos de tempo podem ser consideradas normais. 
As alterações na condução do estímulo elétrico pelo coração ou do ritmo 
cardíaco podem levar o indivíduo a morte súbita, em muitos casos o paciente éassintomático, identificando a doença somente após a ocorrência de algum distúrbio, 
ou ainda o paciente pode apresentar sintomas como síncopes, tonturas e 
palpitações. Existem ainda pacientes que mesmo apresentando a patologia não 
desenvolvem a doença, e esses, consideramos assintomáticos. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
As arritmias podem ser assintomáticas ou sintomáticas, dependendo da sua 
intensidade e da situação clínica do portador. Um paciente debilitado ou com a 
saúde prejudicada poderá apresentar rapidamente os sintomas, já outro indivíduo 
com excelente condição de saúde pode tolerar muito bem uma arritmia, sem 
apresentar alterações clínicas significativas. 
Para determinar se o paciente possui uma arritmia, esse deverá realizar uma 
consulta médica, preferencialmente com um médico cardiologista, para que sejam 
avaliados e verificados fatores de risco que possam agravar ou serem 
desencadeantes de doenças cardíacas. 
A confirmação exata que um paciente possui uma arritmia cardíaca deve ser 
determinada por estudos elétricos, ou seja, que demonstrem e registrem a arritmia 
no momento que ela esteja acontecendo. 
Para isso, dispomos de equipamentos que realizam e armazenam estes 
dados, como por exemplo, o eletrocardiograma (imagem abaixo), monitores portáteis 
e outros equipamentos disponíveis em unidades de terapia intensiva. 
 
 
FIGURA 27 – ELETROCARDIÓGRAFO 
 
 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.transform.ind.br/images/transform_prod_ecg6.jpg>. Acesso em: 
29 mar. 2011. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
Quando um indivíduo apresenta um aumento da frequência cardíaca, acima 
dos valores convencionais falamos que esta pessoa apresenta uma taquicardia ou 
ainda quando este indivíduo apresenta uma diminuição dos batimentos cardíacos 
consideramos que a pessoa está com uma bradicardia. 
 
 
11.1 ARRITMIAS DO NÓDULO SINUSAL 
 
 
São consideradas arritmias do nódulo sinusal as seguintes patologias: 
 
 Arritmia sinusal; 
 Bradicardia sinusal; 
 Taquicardia sinusal; 
 Parada sinusal; 
 Bloqueio de saída sinoatrial; 
 Síndrome do seio doente. 
 
 
11.1.1 Arritmia sinusal 
 
 
A arritmia sinusal é considerada um ritmo irregular variável que pode, muitas 
vezes, ser causada pela atividade vagal reflexa, geralmente devido à doença do 
nódulo sinoatrial. 
É um distúrbio de formação do impulso elétrico gerado no nódulo sinusal, 
determinado ciclos irregulares, geralmente associado ao ciclo respiratório do 
indivíduo. 
Os impulsos elétricos são gerados no nódulo sinoatrial, portanto existirá 
onda P no traçado eletrocardiográfico e todas serão idênticas. Por esse motivo 
também, é denominada sinusal. 
A atividade gerada pelo marca-passo cardíaco é muito irregular e os 
impulsos elétricos são emitidos em intervalos variáveis. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
Além da onda P, o complexo QRS e a onda T em cada ciclo cardíaco são 
geralmente normais, com tamanho e forma semelhantes, mas com a cronologia dos 
ciclos são apresentadas de forma irregular. 
A frequência cardíaca geralmente encontra-se dentro dos limites de 
normalidade, com um ritmo irregular correspondente ao ciclo respiratório, porém 
como resposta cardíaca normal à respiração. 
Pode ser um achado normal em atletas, crianças e adultos jovens, mas 
raramente afetará uma criança. 
Durante a inspiração pode ser causada pelo aumento do retorno venoso, 
pela diminuição do tônus vagal e pelo aumento da frequência cardíaca. Durante a 
expiração pode ser causada pela diminuição do retorno venoso, pelo aumento do 
tônus vagal e pela diminuição da frequência cardíaca. 
Outras causas possíveis são as doenças cardíacas, o infarto agudo do 
miocárdio atingindo a parede anterior do coração, por medicamentos, como por 
exemplo, a digoxina e a morfina e pode ocorrer também pelo aumento da pressão 
intracraniana. 
Geralmente, não possui um significado clínico e não produz sintomas, porém 
pode indicar a síndrome do seio doente, que é uma patologia relacionada, mas 
potencialmente mais grave. 
Os principais sinais e sintomas são: 
 
 Aumento da frequência respiratória durante a inspiração; 
 Diminuição da frequência respiratória durante a expiração; 
 Manifestação dos sinais e sintomas de doenças subjacentes; 
 Tontura; 
 Síncope. 
 
As principais características do eletrocardiograma são: 
 
 Ritmo irregular correspondente ao ciclo respiratório; 
 Frequência geralmente dentro dos limites de normalidade; 
 Onda P com tamanho e configuração normal; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
 Intervalo PR pode variar discretamente, mas se mantém dentro dos 
limites de normalidade. 
 O complexo QRS sendo precedido pela onda P; 
 Onda T com tamanho e configuração normal; 
 Intervalo QT podendo variar discretamente, mas se mantém dentro dos 
limites de normalidade. 
Se o paciente permanece assintomático não é necessário realizar nenhum 
tratamento específico. Caso ocorra uma doença subjacente, essa deve ser tratada. 
Agora, se este tipo de arritmia for causado pelo uso de medicamentos, o médico 
deverá avaliar o risco benefício em manter esta medicação. 
 
 
FIGURA 28 - ARRITMIA SINUSAL 
 
FONTE: Disponível em:<http://asamup.telmeds.net/wp-content/uploads/2009/11/arritmia-
sinusal..png>. Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
Esta arritmia pode desaparecer quando a frequência cardíaca do paciente 
aumenta como podemos observar na imagem abaixo: 
 
 
FIGURA 29 - ARRITMIA CARDÍACA 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.medicinanet.com.br/imagens/20090910115942.jpg>. Acesso em: 
29 mar. 2011. 
http://asamup.telmeds.net/wp-content/uploads/2009/11/arritmia-sinusal..png�
http://asamup.telmeds.net/wp-content/uploads/2009/11/arritmia-sinusal..png�
http://www.medicinanet.com.br/imagens/20090910115942.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
 
 
11.1.2 Bradicardia sinusal 
 
 
A bradicardia sinusal é o ritmo cardíaco gerado pelo marca-passo natural do 
coração, ou seja, pelo nódulo sinusal ou sinoatrial, no entanto, a sua frequência 
cardíaca no estado de repouso é diminuída, abaixo de 60 batimentos por minuto. 
Pode ser causada por distúrbios não cardíacos, mas que irão afetar o 
coração, tais como: 
 
 Hipercalemia; 
 Hipotermia; 
 Hipotiroidismo; 
 Aumento da pressão intracraniana. 
 
Também pode ser causada por quadros clínicos que aumentam o estímulo 
vagal ou reduzem a estimulação simpática como: 
 
 Massagem no seio carotídeo; 
 Relaxamento profundo; 
 Sono; 
 Manobra de Valsalva. 
 Vômito. 
 
Pode ainda ser causada por doenças cardíacas, como por exemplo: 
 
 Miocardiopatias; 
 Bloqueios cardíacos; 
 Infarto da parede anterior do miocárdio; 
 Isquemia miocárdica; 
 Miocardite; 
 Doença do nódulo sinoatrial. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
 
E por último pode ser causada pela utilização de alguns tipos de fármacos, 
tais como: 
 
 Amiodarona; 
 Quinidina; 
 Betabloqueadores; 
 Bloqueadores dos canais de cálcio; 
 Digoxina; 
 Lítio. 
 
O significado clínico está relacionado com a apresentação ou não de 
sintomas pelo paciente e pela diminuição da frequência cardíaca, analisando a 
repercussão sistêmica desta queda. 
A bradicardia sinusal pode ainda predispor alguns pacientes a arritmias mais 
graves, tais como a taquicardia ventricular ou a fibrilação ventricular. 
Os principais sinais e sintomas são: 
 
 Frequência cardíaca inferior a 60 batimentos por minuto; 
 Ritmo regular; 
 Alteração do estado mental; 
 Borramento da visão; 
 Dor torácica; 
 Pele fria e pegajosa; 
 Creptações; 
 Tontura; 
 Dispneia; 
 Hipotensão; 
 Síncope. 
 
Se o paciente for capaz de compensar a diminuição do débito cardíaco, ele 
não apresentará sintomas, porém se o paciente for incapaz de compensar a redução 
do débito cardíaco, estes sintomas irão aparecer. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
As características do eletrocardiograma são: 
 
 Frequência cardíacainferior a 60 batimentos por minuto; 
 Ritmo regular; 
 Onda P com tamanho e configuração normal, precedendo o complexo 
QRS; 
 Intervalo PR constante; 
 Complexo QRS com duração e configuração normal; 
 Onda T com tamanho e configuração normal; 
 Intervalo QT pode ser prolongado. 
 
Se o paciente mantiver os sinais vitais estáveis e não manifestar 
sintomatologia, em geral não é necessário realizar um tratamento específico. 
O profissional de saúde que acompanhar este paciente deve avaliar a 
progressão e a duração da bradicardia. Deve avaliar também a tolerância ao ritmo 
em repouso e quando está realizando uma atividade física. 
Uma revisão rigorosa no esquema terapêutico do paciente deve ser 
realizada. Se o paciente apresentar sintomas relacionados à redução do débito 
cardíaco, as causas desse distúrbio deverão ser tratadas. 
 
 
FIGURA 30 - BRADICARDIA SINUSAL 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2008/01/ecg.JPG>. 
Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
 
 
 
http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2008/01/ecg.JPG�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
 
 
11.1.3 Taquicardia sinusal 
 
 
É resultante do aumento da atividade do sistema simpático, encontrado em 
pacientes com ou sem doenças cardíacas subjacentes. Ocorre um aumento da 
descarga no nódulo sinusal. 
A partir deste momento é constituída uma resposta fisiológica normal diante 
de situações em que o organismo necessita de mais energia, e com isso um maior 
trabalho do músculo cardíaco. 
A taquicardia sinusal pode ser considerada a arritmia mais frequente de 
todas, pois sua frequência cardíaca pode superar 100 batimentos por minuto, porém 
mantendo, o ritmo regular. 
Dificilmente a frequência cardíaca irá superar o limite de 180 batimentos por 
minutos em indivíduos adultos, exceto durante a realização de exercícios físicos. 
Pode ser uma resposta normal nos casos de: 
 
 Exercícios físicos; 
 Febre; 
 Dor; 
 Situações estressantes; 
 Ansiedade; 
 Medo. 
 
Pode ser decorrente de patologias cardíacas, como por exemplo: 
 
 Pericardite; 
 Insuficiência cardíaca; 
 Choque cardiogênico. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
Pode ser causada também por outros quadros, tais como: 
 
 Anemia; 
 Hemorragias; 
 Hipovolemia; 
 Infarto agudo do miocárdio; 
 Hipertireoidismo; 
 Embolia pulmonar; 
 Sepse; 
 Angústia respiratória. 
 
Pode ser ainda induzida por fármacos, como por exemplo: 
 
 Aminofilina; 
 Isoproterenol; 
 Dopamina; 
 Dobutamina; 
 Atropiana; 
 Anfetaminas; 
 Epinefrina. 
 
E por último, pode ser causado por hábitos e estilo de vida: 
 
 Uso de álcool; 
 Cafeína; 
 Nicotina. 
 
O significado clínico depende da causa subjacente e pode desaparecer 
espontaneamente com a resolução do quadro clínico subjacente, como a correção 
da hipovolemia, contenção de hemorragias e da dor. 
Não apresenta nenhum significado clínico se for causada pela realização de 
exercícios físicos ou quando o indivíduo apresenta fortes emoções. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
Pode ser muito grave quando associada ao infarto agudo do miocárdio por 
exemplo. 
Os principais sinais e sintomas são: 
 
 Frequência cardíaca superior a 100 batimentos por minuto; 
 Ritmo regular; 
 Em muitas situações não apresenta sintomas; 
 Ansiedade; 
 Dor torácica; 
 Hipotensão arterial; 
 Palpitações; 
 Síncopes; 
 Nervosismo; 
 Crepitações; 
 Distensão da veia jugular. 
 
São características do eletrocardiograma: 
 
 Frequência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto; 
 Ritmo regular; 
 Onda P com tamanho e configuração normal, podendo ter sua 
amplitude aumentada. Com o aumento da frequência cardíaca, pode estar 
sobreposta na onda T precedente e difícil de ser identificada; 
 Intervalo PR constante e dentro dos limites de normalidade; 
 Complexo QRS com duração e configuração normal; 
 Onda T sem anormalidades; 
 Intervalo QT comumente encurtado e dentro dos parâmetros de 
normalidade. 
 
Em relação às intervenções podemos destacar: 
 
 Se o paciente está assintomático não é necessário realizar nenhum 
tratamento; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
 A causa subjacente deve ser corrigida; 
 Perguntar ao paciente sobre o uso de medicamentos; 
 Auxilie o paciente a reduzir o medo e a ansiedade; 
 Em caso de isquemia cardíaca, administre medicamentos para reduzir 
a frequência cardíaca, como betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio. 
 
 
FIGURA 31 - TAQUICARDIA SINUSAL 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.esacademic.com/pictures/eswiki/53/500px-SinusTach.jpg>. 
Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
11.1.4 Parada sinusal 
 
 
Neste tipo de arritmia ocorre a parada súbita e momentânea da atividade 
automática do coração. O indivíduo apresenta um ritmo sinusal normal com falhas 
prolongadas esporádicas devido à incapacidade momentânea do nódulo sinoatrial 
em gerar o impulso elétrico. 
Pode ser considerada também uma falha na automaticidade ou na formação 
do impulso elétrico no nódulo sinoatrial impedindo a estimulação dos átrios. 
A diminuição do automatismo sinusal deve-se ao aumento exacerbado do 
tônus vagal, como o que ocorre na hipersensibilidade do seio carotídeo, e que 
http://www.esacademic.com/pictures/eswiki/53/500px-SinusTach.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 88 
também pode ocorrer na doença do nódulo sinoatrial e na síndrome isquêmica 
miocárdica. 
As principais causas são: 
 
 Infecção aguda; 
 Síndrome do seio doente; 
 Aumento do tônus vagal; 
 Doença do nódulo sinoatrial; 
 Fármacos cardioativos como betabloqueadores, bloqueadores do canal 
de cálcio, digoxina, amiodarona e procainamida; 
 Infarto agudo da parede anterior do miocárdio; 
 Miocardite aguda; 
 Miocardiopatia; 
 Doenças coronárias; 
 Doença cardíaca hipertensiva. 
 
Os principais sinais e sintomas são: 
 
 Ausência de pulsos e bulhas cardíacas no momento da parada; 
 Ausência de sintomas nas pausas de curta duração; 
 Hipotensão; 
 Pele fria e pegajosa; 
 Síncope; 
 Desfalecimento; 
 Tontura; 
 Borramento da visão. 
 
Geralmente, este tipo de arritmia não causa sintomas, mas durante uma 
pausa prolongada poderá haver risco de queda e lesão do paciente. Caso este 
paciente esteja realizando uma atividade, como por exemplo, dirigir automóveis ou 
operar máquinas pesadas, este risco aumenta muito. 
Este paciente pode apresentar risco de adquirir momentaneamente outras 
arritmias de frequência extremamente baixa. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
São características do eletrocardiograma: 
 
 A frequência geralmente encontra-se dentro dos limites de 
normalidade, porém antes das pausas. A duração ou frequência da pausa pode 
resultar em bradicardia. 
 O ritmo é regular exceto durante a pausa, pois a partir daí é 
considerado irregular devido à ausência de complexos; 
 Onda P periodicamente ausente, com a falta dos complexos PQRST 
inteiros. Quando presente apresenta configuração normal. 
 Intervalo PR constante e dentro dos limites de normalidade; 
 O complexo QRS possui duração e configuração normal, porém 
ausente no momento da pausa; 
 Onda T normal, mas ausente durante a parada; 
 Intervalo QT dentro dos limites de normalidade e ausente no período 
da parada. 
 
Quanto às intervenções podemos citar: 
 
 Se o paciente estiver assintomático não é necessário realizar o 
tratamento; 
 Verifique os medicamentos que interferem na descarga ou na 
condução do impulso elétrico pelo nódulo sinoatrial, tais como betabloqueadores, 
bloqueadores dos canais de cálcio e a digoxina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
 
 
FIGURA 32 - PARADA SINUSAL 
 
FONTE: Disponível 
em:<http://1.bp.blogspot.com/_DIcYQSFxcec/TPIj9gDWXMI/AAAAAAAAANg/9b_WrERcoIQ/s1600/Bl
og%2B27%2Bde%2Bnovembro%2B2010.jpg>. Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
11.1.5 Bloqueioda saída sinoatrial 
 
 
Distúrbio da condução cardíaca, no qual a resposta atrial é atrasada ou 
omitida, devido à interferência completa ou parcial com a propagação de impulsos 
do nódulo sinoatrial ao átrio. 
Há um bloqueio ou retardo nos impulsos elétricos no nódulo sinoatrial com 
longas pausas sinusais. A pausa tem uma duração indefinida terminando em um 
ritmo sinusal. Provavelmente, haverá falta de atividade atrial. 
 
 
http://1.bp.blogspot.com/_DIcYQSFxcec/TPIj9gDWXMI/AAAAAAAAANg/9b_WrERcoIQ/s1600/Blog%2B27%2Bde%2Bnovembro%2B2010.jpg�
http://1.bp.blogspot.com/_DIcYQSFxcec/TPIj9gDWXMI/AAAAAAAAANg/9b_WrERcoIQ/s1600/Blog%2B27%2Bde%2Bnovembro%2B2010.jpg�
http://1.bp.blogspot.com/_DIcYQSFxcec/TPIj9gDWXMI/AAAAAAAAANg/9b_WrERcoIQ/s1600/Blog%2B27%2Bde%2Bnovembro%2B2010.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 91 
 
As principais causas são: 
 
 Infecções agudas; 
 Síndrome do seio doente; 
 Doença do nódulo sinusal; 
 Aumento do tônus vagal; 
 Fármacos cardioativos como amiodarona, betabloqueadores, digoxina, 
quinidina, procainamida, medicamentos betabloqueadores e bloqueadores dos 
canais de cálcio; 
 Distúrbios cardíacos como infarto da parede anterior do miocárdio, 
miocardite aguda, miocardiopatias, doenças coronárias e doença cardíaca 
hipertensiva. 
 
Os principais sinais e sintomas são: 
 
 Ausência de batimentos cardíacos durante o bloqueio de saída do 
nódulo sinoatrial; 
 Ausência de sintomas nas pausas de curta duração; 
 Alterações do estado mental; 
 Pele fria e pegajosa; 
 Tontura; 
 Hipotensão arterial; 
 Síncope. 
 
Geralmente este tipo de arritmia não apresenta sintomas. Durante a pausa 
prolongada, há risco de queda e lesão do paciente e risco de outras arritmias com 
frequência baixa. 
As principais características evidenciadas no eletrocardiograma são as 
seguintes: 
 
 Frequência dentro dos limites de normalidade antes da pausa; 
 Ritmo regular durante a pausa e ausente durante a parada; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
 Onda P ausente com a falta do complexo PQRS inteiros; 
 Intervalo PR dentro dos limites de normalidade; 
 Complexo QRS normal; 
 Onda T normal; 
 Intervalo QT dentro dos limites de normalidade. 
 
 
As intervenções são as mesmas para o paciente que apresenta parada ou 
pausa sinusal. 
 
 
FIGURA 33 - BLOQUEIO DA SAÍDA SINOATRIAL 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2008/01/ecg.JPG>. 
Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
11.1.6 Síndrome do seio doente 
 
 
A Síndrome do Seio Doente é também conhecida como Síndrome Stroke-
Adams, Síndrome Sinoatrial ou disfunção do Nódulo Sinusal compreende diversas 
de anormalidades funcionais do marca-passo natural do coração. 
Essa síndrome acarreta um batimento cardíaco persistentemente lento 
(bradicardia sinusal) ou um bloqueio completo entre o marca-passo e os átrios 
(parada sinusal), no qual o impulso proveniente do marca-passo não produz 
contração atrial. 
Quando isso ocorre, um marca-passo de urgência é acionado, em um ponto 
mais baixo do próprio átrio ou mesmo no ventrículo. 
http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2008/01/ecg.JPG�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
Um importante subtipo da síndrome do seio doente é a síndrome da 
bradicardia-taquicardia, com ritmos atriais acelerados, como a fibrilação ou o flutter 
atrial, alternam-se com longos períodos de ritmos cardíacos lentos. 
Todos os tipos de síndrome do seio doente são comumente encontrados em 
pessoas idosas. 
A maioria dos tipos de síndrome do seio doente não produz sintomas, mas, 
pode apresentar frequências cardíacas baixas e persistentes, produzindo fraqueza e 
cansaço no paciente. 
Quando a frequência está muito baixa, o paciente pode apresentar 
desmaios. Em alguns casos, o paciente descreve as frequências cardíacas elevadas 
como palpitações. 
Um pulso lento, sobretudo quando irregular, ou um pulso que varia sem que 
o paciente tenha realizado qualquer alteração em suas atividades, leva o médico a 
diagnosticar a síndrome do seio doente. 
As anormalidades eletrocardiográficas características apresentadas e 
registradas ao longo de 24 horas são avaliadas em conjunto com os sintomas que 
acompanham o quadro e auxiliam o médico a estabelecer o diagnóstico. 
Muitas pessoas com a síndrome do seio doente não apresentam sintomas, 
ou em muitos casos não pensam que os sintomas são suficientemente graves para 
que eles sejam encaminhados a um serviço médico especializado. 
Alguns sinais e sintomas da síndrome do seio doente são: 
 
 Desmaio; 
 Tonturas; 
 Confusão mental; 
 Palpitações; 
 Dor torácica; 
 Angina; 
 Cansaço; 
 Dificuldade respiratória. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
O tratamento dos pacientes que apresentam sintomas da síndrome é a 
implantação de um marca-passo artificial, o qual é utilizado para aumentar a 
frequência cardíaca e não para reduzir a frequência cardíaca. 
Para as pessoas que ocasionalmente apresentam frequência cardíaca acima 
do normal, o tratamento medicamentoso também pode ser necessário. Por essa 
razão, a melhor terapia é a implantação de um marca-passo juntamente com a 
administração de uma droga que diminui a frequência cardíaca, como por exemplo, 
um betabloqueador ou o verapamil. 
Essa síndrome geralmente se desenvolve lentamente ao longo de muitos 
anos, e as causas nem sempre são bem conhecidas. Ocorre mais frequentemente 
em pessoas com idade superior aos cinquenta anos, e as crianças podem 
desenvolver a condição depois de ter realizado alguma cirurgia cardíaca. 
 
 
FIGURA 34 - SÍNDROME DO SEIO DOENTE 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.medicinanet.com.br/imagens/20090910115925.jpg>. Acesso em: 
29 mar. 2011. 
 
 
12 ARRITMIAS ATRIAIS 
 
São classificadas em: 
 
 Contrações atriais prematuras; 
 Taquicardia atrial; 
 Flutter atrial; 
 Fibrilação atrial; 
 Fenômeno de Ashman; 
http://www.medicinanet.com.br/imagens/20090910115925.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
 Marca-passo migratório. 
 
 
12.1 CONTRAÇÕES ATRIAIS PREMATURAS 
 
 
A maioria das contrações prematuras são resultados de focos ectópicos, que 
emitem impulsos anormais, em tempos irregulares, durante o ritmo cardíaco. 
Esses focos têm por possíveis causas: 
 
 Áreas localizadas de isquemia; 
 Pequenas placas calcificadas em determinadas regiões do coração. 
 
Nas contrações atriais prematuras a onda P desse batimento ocorre logo no 
início do ciclo cardíaco, e o intervalo PR é encurtado, indicando que a origem 
ectópica do batimento está próxima ao nódulo atrioventricular. 
As contrações atriais prematuras ocorrem frequentemente em pessoas 
saudáveis e na verdade são em geral encontradas em atletas cujo coração está em 
condições sadias. 
 
 
FIGURA 35 - CONTRAÇÕES ATRIAIS PREMATURAS 
 
FONTE: Disponível em:<http://3.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/S-
6jOU3VMmI/AAAAAAAAAKw/3al1x1NQfjM/s1600/BAV%2B2%2BGRAU_MOBITZ%2BTIPO%2B2.bm
p>. Acesso em: 29 mar. 2011. 
http://3.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/S-6jOU3VMmI/AAAAAAAAAKw/3al1x1NQfjM/s1600/BAV%2B2%2BGRAU_MOBITZ%2BTIPO%2B2.bmp�
http://3.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/S-6jOU3VMmI/AAAAAAAAAKw/3al1x1NQfjM/s1600/BAV%2B2%2BGRAU_MOBITZ%2BTIPO%2B2.bmp�
http://3.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/S-6jOU3VMmI/AAAAAAAAAKw/3al1x1NQfjM/s1600/BAV%2B2%2BGRAU_MOBITZ%2BTIPO%2B2.bmp�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
 
 
12.2 TAQUICARDIA ATRIAL 
 
 
É uma taquicardia pouco comum na clínica e pode ser secundária ao 
mecanismo de aumento do automatismo cardíaco, reentrada ou atividade deflagrada 
por pós-potenciais tardios. 
No hiperautomatismo, pode não estar associada a nenhuma cardiopatia, 
mas na reentrada, vem geralmente associada a doenças cardíacas que são 
acompanhadas de grandes aumentos atriais, tais como cardiopatias congênitas, nas 
miocardiopatias dilatada e hipertrófica, em valvulopatias como estenose mitral, ou 
por causas extracardíacas como a doença pulmonarobstrutiva crônica. 
Na atividade deflagrada, a causa mais comum são as intoxicações 
digitálicas. A taquicardia atrial quando detectada em crianças sem problemas 
cardíacos, tem etiologia desconhecida. Costuma evoluir da forma intermitente ou 
esporádica, para a forma incessante. Nesse último estágio pode ser acompanhada 
de insuficiência cardíaca. 
No eletrocardiograma observaremos as ondas P separadas por linha 
isoelétrica, apresentando morfologia distinta do ritmo sinusal, com frequência 
variando entre 120 e 250 batimentos por minuto. Seu início geralmente é abrupto e 
irregular. 
O intervalo PR é dependente da frequência cardíaca, sendo maior, quando 
essa é rápida. O bloqueio atrioventricular do segundo grau do tipo I é relativamente 
comum, principalmente na intoxicação digitálica. 
Os objetivos do tratamento são aliviar os sintomas apresentados e a 
prevenção da insuficiência cardíaca. Esses resultados podem ser obtidos reduzindo 
a frequência ventricular ou ainda interrompendo a taquicardia. 
O digital pode ser utilizado quando a taquicardia atrial não é causada pela 
intoxicação digitálica. Pode tanto aumentar o grau de bloqueio atrioventricular ou 
reverter à taquicardia, porém são casos raros. As outras opções são utilizar o 
propranolol, verapamil e o diltiazem. A associação desses medicamentos pode ser 
necessária. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
A interrupção da taquicardia atrial é difícil de ser realizada com os 
medicamentos disponíveis atualmente e os fármacos mais eficazes são a 
propafenona, sotaolol ou amiodarona. 
Se a taquicardia for secundária à intoxicação digitálica, sua suspensão deve 
ser a primeira decisão, seguida de reposição de potássio visando manter os níveis 
plasmáticos entre 4,0 a 4,5 mEq/l. 
Com essas medidas, a taquicardia poderá ser interrompida, mas caso isso 
não ocorra, pode-se administrar difenilhidantoína por via endovenosa. 
Nas formas recorrentes sintomáticas e até incessantes da taquicardia atrial, 
o tratamento definitivo pode ser obtido através da ablação com cateter utilizando a 
radiofrequência. 
 
 
FIGURA 36 - TAQUICARDIA ATRIAL 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.cardios.com.br/Jornais/jornal-
29/grandestemas29_publicacoes.htm>. Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
 
 
http://www.cardios.com.br/Jornais/jornal-29/grandestemas29_publicacoes.htm�
http://www.cardios.com.br/Jornais/jornal-29/grandestemas29_publicacoes.htm�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
 
 
12.2.1 Taquicardia atrial multifocal 
 
 
É uma forma rara de taquicardia, ocorrendo principalmente em pacientes 
com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), em portadores de diabetes, na 
insuficiência cardíaca, no pós-operatório com anestesia geral, quando a hipóxia 
pode ter papel importante, em pacientes idosos e, raramente, em crianças. 
No eletrocardiograma as ondas P são geralmente apiculadas, separadas por 
linha isoelétrica, com pelo menos três morfologias distintas, e frequência variável 
entre 100 e 130 batimentos por minuto. 
O intervalo PR é modificado com a frequência atrial e bloqueios 
atrioventriculares de graus variáveis podem ser documentados. Não é incomum o 
registro de fibrilação ou flutter atrial paroxístico entre os episódios de taquicardia 
atrial. 
Raramente, a intoxicação digitálica está implicada na gênese desta arritmia. 
Os adultos, na maioria das vezes, são sintomáticos, devido à cardiopatia ou doenças 
pulmonares de base. 
O tratamento deve ser dirigido às doenças subjacentes apresentadas pelos 
pacientes. Em pacientes com doenças pulmonares, deve-se administrar oxigênio, 
melhorar o estado ventilatório e tratar a infecção. A teofilina, utilizada no tratamento 
destes pacientes, pode estar envolvida na origem da taquicardia atrial multifocal, e 
sua dose deve ser reduzida ou o seu uso interrompido. 
Evitar administração digital, já que, a predisposição para intoxicação parece 
ser maior devido à hipóxia ou condição hemodinâmica subjacente. 
A frequência ventricular poderá ser controlada com verapamil ou diltiazem. A 
amiodarona parece oferecer resultados satisfatórios, em alguns casos, tanto para 
controle da frequência cardíaca como tentativa de reversão, porém antiarrítmicos do 
grupo I são ineficazes no tratamento deste tipo de taquicardia. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
 
 
FIGURA 37 - TAQUICARDIA ATRIAL MULTIFOCAL 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.cardios.com.br/Jornais/jornal-29/graf02.gif>. Acesso em: 29 mar. 
2011. 
 
 
12.2.2 Taquicardia atrial paroxística 
 
 
A taquicardia atrial paroxística é uma frequência cardíaca regular e elevada, 
aproximadamente entre 160 a 200 batimentos por minuto, que ocorre subitamente e 
é desencadeada nos átrios. 
Vários mecanismos podem produzir as taquicardias atriais paroxísticas. A 
frequência cardíaca aumentada pode ser desencadeada por um batimento atrial 
prematuro, que enviará um impulso através de uma via anormal até os ventrículos. 
Geralmente, a elevação da frequência cardíaca inicia e cessa subitamente e 
pode durar desde alguns minutos até várias horas. 
Muitos pacientes descrevem esse distúrbio como uma palpitação 
desconfortável e, geralmente, ele está associado a outros sintomas como, por 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
exemplo, a fraqueza. Comumente, o coração é normal em outros aspectos e os 
episódios são mais desagradáveis do que perigosos. 
Os episódios de arritmia podem ser interrompidos através de uma das várias 
manobras de estimulação do nervo vago com a diminuição da frequência cardíaca. 
Elas funcionam melhor quando iniciadas logo após a identificação da arritmia. 
Essas manobras realizadas pelo médico são: 
 
 Solicitar ao paciente que force como se estivesse no ato de evacuação; 
 Massagear o pescoço do paciente imediatamente abaixo do ângulo da 
mandíbula, estimulando a área sensível da artéria carótida denominada seio 
carotídeo; 
 Imergir o rosto do paciente em uma bacia com água gelada. 
 
Porém, se estas manobras não forem eficazes, a arritmia geralmente 
desaparece se a pessoa for dormir. Contudo, muitos indivíduos solicitam auxílio 
médico para interromper o episódio. O médico pode interromper imediatamente o 
episódio, administrando uma dose intravenosa de verapamil ou de adenosina. 
Algumas vezes, essas drogas não surtem efeito e, então a cardioversão pode ser 
utilizada. 
A prevenção desse tipo de arritmia é mais difícil do que o tratamento, mas 
diversos medicamentos podem ser eficazes quando utilizados isoladamente ou 
combinados. 
Em casos raros, é necessária a destruição de uma via anormal no coração 
através da ablação com cateter, que é a aplicação de radiofrequência através de um 
cateter inserido no coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
 
 
FIGURA 38 - TAQUICARDIA ATRIAL PAROXÍSTICA 
 
FONTE: Disponível 
em:<http://4.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/TBzHHggXU2I/AAAAAAAAAMw/3uV9IyLKRBI/s1600/T
RAV.bmp>. Acesso em: 29 mar. 2011. 
 
 
12.3 FLUTTER ATRIAL 
 
 
O flutter atrial assim como a fibrilação são definidos como sendo padrões de 
descargas elétricas muito rápidas no coração que os batimentos cardíacos ficam 
menos eficientes e o bombeamento de sangue acontece em quantidades 
insuficientes o que resulta em hipotensão arterial. 
Como o coração não esvazia completamente no decorrer do tempo, o 
sangue que permanece no interior do coração pode ficar parado e coagular, 
formando êmbolos que podem bloquear uma artéria de menor calibre podendo 
provocar infarto agudo do miocárdio ou um acidente vascular cerebral. 
É um tipo de arritmia supraventricular originado a partir de um circuito 
elétrico do tipo macrorreentrada, que ocupa grande parte do átrio direito, incluindo o 
septo, o teto, a região da crista terminallis na parede lateral até o assoalho atrial 
próximo ao folheto septal da válvula tricúspide. 
A frente de onda que circula por este trajeto, pode apresentar rotação 
horária, ou seja, descendopelo septo interatrial, assoalho atrial, subindo pela crista 
terminallis e fechando o circuito no teto do átrio direito. 
Assim irá causar uma atividade elétrica atrial contínua no eletrocardiograma, 
denominada ondas F, com polaridade positiva nas derivações D2, D3 e aVF. Se 
http://4.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/TBzHHggXU2I/AAAAAAAAAMw/3uV9IyLKRBI/s1600/TRAV.bmp�
http://4.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/TBzHHggXU2I/AAAAAAAAAMw/3uV9IyLKRBI/s1600/TRAV.bmp�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
houver rotação no sentido anti-horário, as ondas F se apresentarão com polaridade 
negativa nas mesmas derivações. 
As características das ondas F definem o flutter atrial do tipo comum, 
quando as mesmas apresentam polaridade negativa nas derivações 
eletrocardiográficas D2, D3 e aVF, e do tipo incomum, quando de polaridade oposta. 
Outra classificação é baseada na frequência das ondas F, tais como: 
 
 Flutter atrial tipo I: entre 240 e 340 batimentos por minuto; 
 Flutter atrial tipo II: entre 340 e 430 batimentos por minuto. 
 
Na clínica, não está ainda estabelecida à importância desta classificação. A 
resposta ventricular costuma corresponder à metade da frequência atrial, 
tipicamente na faixa de 150 batimentos por minuto, em média. 
As causas de flutter e fibrilação atrial incluem: 
 
 Disfunção do nodo sinusal; 
 Distúrbios do coração e pulmão, incluindo a doença da artéria 
coronária, a doença cardíaca reumática, os distúrbios da válvula mitral, a pericardite 
e outros; 
 Hipertireoidismo; 
 Hipertensão arterial; 
 Consumo compulsivo de álcool; 
 Em alguns casos, não se pode identificar nenhuma causa; 
 Miocardiopatia dilatada, hipertrófica ou isquêmica; 
 Estenose mitral; 
 Insuficiência mitral; 
 Cardiopatias congênitas. 
 
O flutter atrial está associado geralmente ao infarto agudo do miocárdio ou 
cirurgia cardíaca. 
Esses ritmos anormais podem ser persistentes ou esporádicos e os 
principais sintomas são: 
 
 
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 Fraqueza; 
 Desmaio; 
 Dificuldade respiratória; 
 Insuficiência cardíaca: 
 Dores torácicas: 
 Choque. 
 
No flutter atrial e fibrilação atrial, os átrios são estimulados a contrair-se 
muito rapidamente, resultando em uma contração ineficiente e descoordenada dos 
átrios. 
Os impulsos podem ser transmitidos para os ventrículos de modo irregular 
ou podem ser transmitidos apenas alguns dos impulsos. 
Isso causará um batimento mais rápido do que o normal dos ventrículos, 
produzindo um pulso rápido ou irregular. Os ventrículos podem não conseguir 
bombear uma quantidade suficiente de sangue para satisfazer às necessidades do 
corpo. 
A fibrilação ou flutter atrial afeta aproximadamente 5 em 1.000 pessoas de 
ambos os sexos. A fibrilação atrial é muito comum em idosos, mas pode ocorrer em 
pessoas de qualquer idade. 
 
 
FIGURA 39 - FLUTTER ATRIAL 
 
FONTE: Disponível 
em:<http://www.sistemanervoso.com/images/interpretacaodoeletrocardiograma/032.jpg>. Acesso em: 
29 mar. 2011. 
 
 
 
 
 
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 104 
 
 
12.4 FIBRILAÇÃO ATRIAL 
 
 
É a taquicardia mais frequente no consultório dos cardiologistas 
caracterizada pelo ritmo irregular proveniente dos átrios. Sua prevalência aumenta 
com o decorrer da idade, atingindo mais de 10% dos pacientes idosos acima de 70 
anos e pacientes portadores de cardiopatias. 
Em vez de ocorrer um único estímulo elétrico originado no nó sinusal no átrio 
direito para despolarização atrial, porém muitos impulsos, aproximadamente 300 a 
600 por minuto, originados nos dois átrios competem para atravessar o nódulo 
atrioventricular. 
O nódulo atrioventricular promove uma filtração desses impulsos e só deixa 
passar alguns, proporcionando um ritmo irregular. Os ventrículos batem muito 
rapidamente, impedindo o seu enchimento completo de sangue. Por essa razão, o 
coração bombeia quantidades insuficientes de sangue, a pressão arterial cai e o 
indivíduo pode apresentar alguns sintomas. 
A fibrilação atrial pode não provocar sintoma algum ou levar a diversos 
sintomas. Os sintomas mais comuns são: 
 
 Palpitação; 
 Fadiga; 
 Cansaço ao realizar esforço físico; 
 Falta de ar; 
 Desmaios; 
 Tontura; 
 Dor torácica. 
 
O surgimento da fibrilação atrial pode piorar algumas doenças já existentes, 
como por exemplo, a doença coronariana aumentando os episódios de angina ou a 
insuficiência cardíaca levando ao aumento cardíaco e a dispneia. 
 
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Muitas vezes, a fibrilação atrial promove a formação de coágulos no coração 
que se desprendem e levam a obstrução das artérias em diversas partes do corpo. 
Essa obstrução pode causar um acidente vascular cerebral se obstruir uma 
artéria localizada no cérebro, ou trombose em outros locais, como por exemplo, rins, 
intestinos, membros superiores e inferiores. 
A probabilidade de um portador de fibrilação atrial ter acidente vascular 
cerebral é cinco a sete vezes maiores do que a população normal. 
A fibrilação atrial pode ocorrer em pessoas que não apresentam nenhuma 
doença. Nesses casos, pode estar relacionada à ingestão abusiva de álcool, drogas 
ou alterações nas concentrações de alguns eletrólitos sanguíneos. Pode ocorrer 
também, que nenhuma causa é encontrada. 
Diversas doenças podem predispor à fibrilação atrial, tais como: 
 
 Hipertensão; 
 Doença arterial coronariana; 
 Insuficiência cardíaca; 
 Doença valvar cardíaca; 
 Doenças cardíacas congênitas; 
 Doença pulmonar crônica; 
 Hipertireoidismo; 
 Infecções, após cirurgia cardíaca. 
 
A fibrilação atrial pode ser diagnosticada por meio do exame físico com a 
ausculta cardíaca e com a avaliação dos batimentos cardíacos realizada pelo 
médico e, confirmada pelos seguintes exames: 
 
 Eletrocardiograma: Na fibrilação atrial, esses impulsos são irregulares e 
não é visualizada a onda P (impulso que representa a contração dos átrios). 
 Holter de 24 horas: A gravação é analisada por um médico, que 
avaliará o ritmo do paciente, as frequências mínima, máxima e média e 
correlacionará os sintomas com o aparecimento de arritmias. 
 Monitor de eventos (looper): as crises de fibrilação atrial podem ser 
limitadas, dificultando o diagnóstico. Por vezes, torna-se necessário monitorar o 
 
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ritmo por períodos prolongados (semanas ou meses) com um aparelho que é 
acionado pelo paciente quando apresenta algum sintoma. 
 Teste ergométrico: útil para diagnosticar a fibrilação atrial que surge 
durante esforços físicos. 
 
Para realizar o tratamento da fibrilação atrial devemos observar os seguintes 
pontos: 
 
 Tratar a causa básica, quando essa estiver presente; 
 Controlar a frequência cardíaca deixando os batimentos cardíacos mais 
lentos; 
 Restaurar o ritmo sinusal do coração; 
 Prevenir a formação de coágulos. 
 
 
As opções para atingir estes objetivos são várias: medicações, cardioversão 
elétrica, ablação por cateter ou cirurgia. 
A ablação por cateter pode ser utilizada para correção da fibrilação atrial e 
está indicada quando os pacientes não toleram as medicações ou quando elas 
falham em manter o ritmo normal do coração. 
O exame consiste na aplicação de energia de radiofrequência através de 
cateteres que cauterizam o tecido cardíaco ao redor das veias pulmonares no átrio 
esquerdo e em alguns outros pontos responsáveis pelo surgimento da fibrilação 
atrial. 
Essa cauterização promove uma cicatriz que bloqueia a passagem de 
estímulo elétrico anormal das veias pulmonares para o átrio e evita a fibrilação atrial. 
A taxa de sucesso, dependendo do tipo de fibrilação atrial, pode chegar a 
85%, com risco de complicações menores que 1%. Portanto, a ablação por cateter 
da fibrilação atrial tem se tornado um excelente método para o tratamento definitivo 
da fibrilação atrial. 
 
 
 
 
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FIGURA 40 - FIBRILAÇÃO ATRIAL 
 
FONTE: Disponívelem:<http://www.cardios.com.br/Jornais/jornal-29/graf03.gif>. Acesso em: 29 mar. 
2011. 
 
 
12.5 FENÔMENO DE ASHMAN 
 
 
O Fenômeno de Ashman é uma extrassístole ventricular precoce na diástole 
que pode desencadear uma taquicardia ventricular ou até uma fibrilação ventricular, 
devido à existência de uma condução aberrante, causada principalmente por 
fibrilação atrial, podendo causar a morte. 
Apresenta-se no eletrocardiograma como intervalos R-R variáveis com um 
ritmo de fibrilação atrial. 
O fenômeno de Ashman é uma condução ventricular aberrante devido a uma 
mudança de duração do ciclo. Geralmente, um batimento prematuro que termina um 
ciclo curto depois de um longo ciclo, tende a ser condução aberrante. 
A condução aberrante depende do período refratário relativo dos 
componentes do sistema de condução após o nó atrioventricular. O período 
refratário depende da frequência cardíaca. 
A duração do potencial de ação varia com alterações do intervalo RR do 
ciclo anterior. A menor duração do potencial de ação está associada a um intervalo 
RR curto e longa duração do potencial de ação está associada a um longo intervalo 
RR. Um ciclo mais longo aumenta o período refratário prévio, e, se ocorrer após um 
ciclo mais curto, a condução final provavelmente será realizada com distúrbios. 
http://www.cardios.com.br/Jornais/jornal-29/graf03.gif�
 
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 108 
Uma condução aberrante ocorre quando um impulso supraventricular atinge 
o sistema Feixe de His-Purkinje, enquanto um de seus ramos está ainda no período 
refratário relativo ou absoluto. 
Isso resulta em condução lenta ou bloqueada por meio deste ramo e 
despolarização retardada através da musculatura ventricular, causando um QRS 
com aspecto de bloqueio de ramo, ou seja, com um complexo QRS largo, no 
eletrocardiograma, na ausência de bloqueio de ramo prévio. 
Um padrão de bloqueio do ramo direito é mais comum do que um bloqueio 
de ramo esquerdo, devido ao prolongamento do período refratário do ramo direito. 
 
 
FIGURA 41 - FENÔMENO DE ASHMAN 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.cardiolink.it/ecg-mese/5-2009/immagini/1.jpg>. Acesso em: 29 
mar. 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.cardiolink.it/ecg-mese/5-2009/immagini/1.jpg�
 
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12.6 MARCA-PASSO MIGRATÓRIO 
 
 
Também chamado de marca-passo atrial migratório, é um local inconstante 
de formação do impulso do nódulo sinoatrial para uma área acima dos ventrículos, 
ou seja, nos átrios ou no tecido de junção atrioventricular. 
As principais causas são: 
 Aumento do tônus parassimpático vagal no nódulo sinoatrial ou na 
junção atrioventricular; 
 Doença pulmonar obstrutiva crônica; 
 Toxicidade por digoxina; 
 Inflamação do tecido atrial; 
 Cardiopatia valvar. 
 
Os principais sinais e sintomas são: 
 
 Normalmente o paciente não apresenta sintomas; 
 As arritmias geralmente não são percebidas pelo paciente; 
 A frequência cardíaca é normal ou inferior a 60 batimentos por minuto; 
 Ritmo regular ou discretamente irregular. 
 
Em indivíduos jovens pode ser normal, mas é comum em atletas que 
apresentam baixa frequência cardíaca. É uma arritmia difícil de distinguir das 
contrações atriais prematuras. 
Normalmente não é necessário tratamento se o paciente não apresentar 
sintomas, mas se o paciente estiver sintomático devem-se avaliar as medicações 
utilizadas e tratar as causas subjacentes das arritmias. 
O ritmo cardíaco e os sinais de instabilidade do paciente devem ser 
monitorados constantemente. 
 
FIM DO MÓDULO III

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