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3 RELATORIO DENGUE

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Relatório 3 – Dengue
Referências: 
MATTOS, Nicole F. de; SANTOS, Nicole Amanda dos; WINGERT, Gláucia Caroline; PIES, Sahiure; LARA, Gustavo Muller; CARVALHO, Tiago Santos. DENGUE: UMA VISÃO IMUNOLÓGICA. Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Feevale. 2015.
GABRIEL, Ana Flávia Barbosa; ABE, Karina Camasmie; GUIMARÃES, Marcelo de P.; MIRAGLIA, Simone Georges El Khouri. AVALIAÇÃO DE IMPACTO A SAÚDE DA INCIDÊNCIA DE DENGUE ASSOCIADA A PLUVIOSIDADE NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO. Cad. Saúde Colet., 2018, Rio de Janeiro.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas causados por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes. Brasília, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/ptbr/centraisdeconteudo/publicacoes/boletins/boletinsepidemiologicos/edicoes/2022/boletimepidemiologicovol53no07.pdf/@@download/file/Boletim%20Epidemiol%C3%B3gico%20Vol.53%20N%C2%BA07.pdf
Revista Ciência e Estudos Acadêmicos de Medicina - Número 1.
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT (Cáceres). 2014 jan.-jul.
(p.18-36)
INSTITUTO OSWALDO CRUZ – IOC. O mosquito Aedes aegypti faz parte da história e vem se espalhando pelo mundo desde o período das colonizações. Dengue vírus e vetor. Disponível em: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/longatraje.html. Acesso em: 07 jun.2017.
NUNES, Juliana da Silva. Dengue: Etiologia, patogénese e suas implicações a nível global. Universidade da Beira Interior, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Medicina, Covilhã, 2011.
Dias LBA, Almeida SCL, Haes TM, Mota LM, Roriz-Filho JS. Dengue: transmissão, aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento. Medicina, (Ribeirão Preto), 2010.
SILVA, Jaciele Pereira da; SILVA, Juliene Simião da; GOMES, Marcia Virgínia da Silva; DANTAS, Mayara de Sousa; SANTOS, Veridiana Soares dos; LIMA, Micheline de Azevedo. O perigo do uso inadequado de medicamentos em casos de dengue. UFPB, 2018.
Compreender a Dengue.
A doença surgiu há muito tempo no continente africano e chegou ao território brasileiro há mais de cem anos. A primeira epidemia, documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista-RR, causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, vem ocorrendo no Brasil de forma continuada. Em um Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde em 07 de fevereiro de 2022, Sinop aparece em 4° lugar nos municípios com as maiores incidências de casos prováveis de dengue com 2420 casos, tendo uma incidência de 1624,6 casos/100 mil habitantes. 
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e considerada em expansão pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos últimos 50 anos, a doença aumentou sua incidência em 30 vezes, ocasionando, anualmente, cerca de 50 100 milhões de infecções em mais de 100 países endêmicos. É uma doença febril aguda causada por um arbovírus que pertence à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus que apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, sendo que em termos de virulência, o 2 é o que mais se destaca, seguido pelo 3, depois o 4 e, por último, o sorotipo 1. No mundo pode ser transmitida por duas espécies de mosquito, sendo eles Aedes aegpti e Aedes albopictus, sendo no Brasil relatado apenas casos de transmissão por Aedes aegypti e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica. Calcula-se que a vida média do mosquito Aedes aegypti é de 45 dias e, nesse período, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas
O Ae. aegypti é um mosquito diurno com preferência pelas primeiras horas da manhã e
ao entardecer, quando a temperatura e humidade exercem maior influência relativamente a
luz solar. As fêmeas põem ovos preferencialmente em água limpa e em lugares artificiais,
incluindo tanques de águas, vasos de flores, pneus velhos, baldes e outros recipientes
encontrados tipicamente ao redor ou dentro das habitações. Já o Aedes albopictus é mais comum na Ásia, habita áreas urbanas, mas prefere áreas de vegetação (silvestres e rurais).
A transmissão se faz pela picada da fêmea infectada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti homem. Após um repasto de sangue, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento. Depois de inoculado no hospedeiro humano, o vírus entra nas células, se replica, produz progenitores virais e se inicia, então, a fase de viremia, com posterior distribuição do vírus para todo o organismo e nesse primeiro momento ele vai se deslocar preferencialmente para os monócitos, linfonodos e musculatura esquelética, estimulando a produzirem citocinas. Algumas delas vão ter efeito pró-inflamatório e vão ser responsáveis pelo aparecimento de sintomas. Outras estimulam a produção de anticorpos, que se ligam aos antígenos virais formando imunocomplexos, que atuarão no combate a infecção, causando alterações plaquetárias e cascata de coagulação. Os anticorpos IgM antidengue começam a ser produzidos a partir do quinto e sexto dia, e são capazes de neutralizar o vírus de forma que seu aparecimento marca o declínio da viremia. Permanecem detectáveis no soro por aproximadamente dois meses. Já os anticorpos IgG antidengue surgem após um período de 7 a 10 dias de evolução, sobem muito na convalescença e voltam a cair, persistindo em títulos baixos por toda a vida, conferindo imunidade sorotipo específica. Na infecção secundária, devido os linfócitos de memória, a produção de IgG começa mais precocemente e atinge níveis mais elevados. 
A infecção pelo vírus da dengue pode ser desde assintomática até ocasionar doença grave que coloque em risco a vida do paciente. Os principais sintomas da dengue são febre alta, cefaleia, artralgia, dores nos olhos, mialgia, náuseas, vômitos, entre outras. A identificação precoce dos casos de dengue é de vital importância para a tomada de decisões e implantação de medidas de maneira oportuna, visando principalmente evitar a ocorrência de óbitos. A confirmação do diagnóstico pode ser feita por meio de testes sorológicos ou de detecção viral, ou seja, são realizados exames sanguíneos como Dengue NS1 (de 3 a 5 dias), Dengue Igg e Igm (a partir do 5° dia) e exames complementares como hemograma completo, função hepática, coagulação, PCR e prova do laço, para que se tenha um diagnóstico certeiro para a dengue. 
Infelizmente, não há tratamento específico para a dengue. As medicações utilizadas são apenas para aliviar os sintomas como analgésicos e antitérmicos. Devem ser evitados os salicilatos e os anti-inflamatórios não hormonais, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas e acidose. O paciente deve ser orientado a permanecer em repouso e iniciar hidratação oral. Casos mais graves de dengue hemorrágica exigem internação e reposição líquida, para repor a perda de sangue.
A notificação dos casos suspeitos, a investigação do local provável de infecção, bem como a busca ativa de casos são medidas importantes. A única garantia para que não exista a dengue é a ausência do vetor. A OMS preconiza que há maior probabilidade de ser deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação predial (número de imóveis com focos positivos de Aedes aegypti sobre o total de imóveis inspecionados vezes 100) estão acima de 5%. No entanto, não existe nível "limite" abaixo do qual se possa ter certeza de que não ocorrerão surtos de dengue.
Em áreas com Aedes, o monitoramento do vetor deve ser realizado constantemente, para conhecer as áreas infestadas e desencadear as medidas de combate. Entre as medidas de combate constam:
Sobre a prevenção, as características que dificultam o combate à dengue em metrópolessão a urbanização desordenada, a insuficiência de saneamento básico, a baixa capacidade de mobilização social, a dificuldade de acesso às residências pelos agentes de controle do vetor e a resistência do Aedes aegypti aos inseticidas de maior ação residual (como o themephos/abate), substituídos por inseticida biológico (Bacillus thurigiensis, Var israelensis - BTI), cuja duração de ação estaria entre duas a três semanas.
As estratégias de controlo têm como metas evitar epidemia e morte por Dengue.
Assim, identificam-se as áreas com maior risco tendo como objetivo a erradicação do
vetor. Destinada a travar esta tendência do crescimento epidemiológico do vector, foi
promulgada em 1995 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a estratégia global para
prevenção e controlo do Dengue, que compreende cinco elementos: controle integrado
seletivo do vetor, vigilância epidemiológica ativa baseada num sistema abrangente de
informação em saúde, preparação para emergências, capacitação e investigação sobre
controle de vetores. Desde então, muito tem sido feito a nível mundial na tentativa de criar estratégias adequadas direcionadas a cada país, a fim de minimizar a expansão do vetor que causa a doença. A seleção do método de controle deve considerar o ecossistema local, recursos disponíveis para implementação do programa, o contexto cultural da região e a viabilidade para a aplicação da estratégia em tempo útil. Dada a natureza doméstica do Ae. Aegypti (uso de uma vasta gama de habitats tanto naturais quanto artificiais), torna-o sensível às iniciativas de controle. Essas medidas passam pela gestão ambiental e foca a eliminação das larvas e dos locais de oviposição, com a aplicação de larvicidas, uso de agentes biológicos e ao nível pessoal com o uso de protetores contra o mosquito.
Gestão Ambiental
O objetivo da gestão ambiental é realizar ações, a fim de, eliminar os criadouros do
vector. Este é o método mais efetivo para o controle do vetor e inclui o planejamento,
a organização de atividades de monitorização para a modificação ou a manipulação de fatores ambientais, pretendendo assim prevenir e minimizar a propagação do vector,
evitando o contacto entre homem e o vírus.
Controle Químico
A aplicação de produtos químicos apresenta grande importância no controlo do Ae. aegypti como igualmente na transmissão do Dengue. A implementação de insecticidas deve
ser restrito a situações específicas, e deve ser utilizado em associação ao uso preliminar da
gestão ambiental. Este manejo é fundamental para evitar a resistência do mosquito aos
produtos químicos bem como evitar o impacto ambiental.
Controle Biológico
Trata-se da introdução de organismos vivos que atacam, parasitam ou competem com a
larva ou a forma adulta do Ae. aegypti ou Ae.albopictus e que consequentemente reduzem o
número do vector. 
Vigilância da Dengue
A vigilância do dengue compreende três componentes major, vigilância epidemiológica
(doença), do vector, e controlo do risco ambiental e social.
O principal objectivo da vigilância epidemiológica de uma doença é a detecção precoce
de casos para indicar as medidas de controlo capazes de impedir novas ocorrências. Tem
como meta detectar e prever uma possível epidemia.
Descrever o diagnóstico laboratorial diferencial entre a Dengue, Zika e Chikungunya.
Entender os riscos da automedicação da dengue.
Automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicações de pessoas não habilitadas para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo usuário, mas sem a avaliação de um profissional de saúde. O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento da doença, uma vez que sua utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. O vírus da dengue, por exemplo, diminui a produção de plaquetas no sangue, que são responsáveis pela coagulação, e a utilização inadequada de salicilatos, como por exemplo, do ácido acetilsalicílico que apresenta ação anticoagulante poderia desencadear uma hemorragia, e até levar a morte, dependendo da gravidade do caso.

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