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trabalho dengue (1)

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26
PROGRAMA MAIS MÉDICOS (PMM) GOVERNO FEDERAL
DRA: LUCIANA HERNANDES DE PAULA
DENGUE
 
NAVIRAÍ-MS
2020
PROGRAMA MAIS MÉDICOS(PMM) GOVERNO FEDERAL
DRA: LUCIANA HERNANDES DE PAULA
 
 
DENGUE
 
Trabalho apresentado ao: Programa Mais Médicos(PMM) Governo Federal
Sob orientação: DR Samir.
 
 									 
Naviraí-MS
2020
SUMÁRIO 
1 DESCRIÇÃO		4
1.1 Histórico		5
1.2 O Mosquito Aedes aegypti		7
2 DIAGNÓSTICO		9
2.1 Condicionantes da circulação viral.....	 9
2.2 Período de Incubação....................................................................................................... 10
2.3 Período de Transmissibilidade		10
3 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA		12
3.1 Efetividade das Intervenções		14
4 SINTOMAS	.	16
4.1 Sinais de alarme		16
5 TRATAMENTO		19
5.1 Vacinas		19
5.2 Prevenção		20
5.3 Dengue na gestação		23
5.4 Questões Futuras		23
CONCLUSÃO		24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS		26
DENGUE
CID 10: A90
CARACTERÍSTICAS GERAIS
1. DESCRIÇÃO:
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde estima que 80 milhões de pessoas se infectem anualmente. O objetivo desse trabalho foi descrever a situação do vírus dengue no Brasil, por meio de uma revisão bibliográfica, bem como as medidas de prevenção, combate e vigilância do seu vetor visando o controle dos casos dessa doença. No Brasil, o aumento da incidência da doença e a introdução de um novo sorotipo acenam para o elevado risco de epidemias de dengue e febre hemorrágica da dengue.
Associa-se a doença com as condições de temperatura e umidade da estação chuvosa, porque é neste período que ocorre o aumento da sobrevida do mosquito vetor adulto, Aedes aegypti. No momento, as alternativas mais utilizadas para o controle da dengue no Brasil são os métodos químicos, porém, há outros métodos, utilizado como os físicos, biológicos e genéticos. Seria primordial estabelecer uma relação entre o conhecimento científico e o saber popular. Assim, as decisões seriam apoiadas a partir de resultados de estudos no meio técnico para que os gastos públicos sejam empregados de forma racional e eficaz. 
A Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada. 
A doença apresenta-se nos grandes centros urbanos de várias regiões do mundo, inclusive do Brasil, sob a forma de epidemias de grande magnitude, e sob a forma hiperendêmica, nos lugares onde um ou mais sorotipos circularam anteriormente. Mesmo considerando-se as lacunas dos conhecimentos disponíveis para prever, sob firmes bases científicas, as futuras ocorrências de epidemias das formas graves desta enfermidade, a atual situação epidemiológica e entomológica de extensas áreas de vários continentes evidencia grandes possibilidades para agravamento do cenário atual, pois os fatores que determinam a reemergência destas infecções são difíceis de serem eliminados.
O acompanhamento da atual situação de circulação dos quatro sorotipos dos vírus do dengue e o conhecimento das dificuldades que estão sendo enfrentadas para impedir a ocorrência destas infecções e do risco potencial do reflexo destes acontecimentos para a população são fundamentais para que dirigentes e profissionais da rede de serviços do SUS possam discutir, posicionar-se e orientar suas estratégias de intervenção neste campo. 
1.1 HISTÓRICO 
Os agentes etiológicos da febre amarela e do dengue foram os primeiros microorganismos a serem denominados vírus, em 1902 e 1907, respectivamente, descritos como agentes filtráveis e submicroscópicos. Somente 36 anos depois desta precoce observação foi que se alcançaram o conhecimento e a tecnologia necessários para o desenvolvimento de pesquisas laboratoriais com estes agentes. 
Em 1906, as primeiras evidências do ciclo de transmissão do dengue foram publicadas por Bancroft, que levantou a hipótese de o Aedes aegypti ser o vetor da infeçcão, o que, logo depois, foi confirmado por Agramonte e outros pesquisadores. Com isto, foi possível estabelecer os elos epidemiológicos envolvidos na transmissão da doença resumidos na cadeia: O isolamento dos vírus só ocorreu na década de quarenta, por Kimura, em 1943, e Hotta, em 1944, tendo-se denominado Mochizuki a esta cepa. Sabin e Schlesinger, em 1945, isolaram a cepa Havaí, quando o primeiro, neste mesmo ano, ao identificar outro vírus em Nova Guiné, observou que as cepas tinham características antigênicas diferentes e passou a considerar que eram sorotipos do mesmo vírus. Às primeiras cepas ele denominou sorotipo 1 e à da Nova Guiné sorotipo 2. Em 1956, no curso da epidemia de dengue hemorrágico no Sudeste Asiático, foram isolados os vírus 3 e 4, definindo-se, a partir daí, que o complexo dengue é formado por quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.3.
Esses vírus, que pertencem à família Flaviviridae, são sorologicamente relacionados, mas antigenicamente distintos, e têm sido isolados in natura de mosquitos do gênero Aedes, subgênero Stegomya espécies aegypti, albopictus e polynesiensis. Na África e na Ásia, tem-se demonstrado que os vírus circulam entre os macacos, não estando claro se é um ciclo primitivo ou um ciclo humano retrógrado. Recentemente, Silva e cols. realizaram um inquérito sorológico que diagnosticou uma epizootia focal em macacos no Sri Lanka. Nas Américas, o Aedes aegypti é o único transmissor desses vírus com importância epidemiológica. 
Esta espécie de mosquito é originária da África subsahariana, onde se domesticou e se adaptou ao ambiente criado pelo homem, tornando-se antropofílico, sendo suas larvas encontradas em depósitos artificiais. Estas características de adaptação permitiram que se tornassem abundantes nas cidades e fossem facilmente levados para outras áreas, pelos meios de transporte, o que aumentou sua competência vetorial, ou seja, a sua habilidade em tornar-se infectado por um vírus, replicá-lo e transmiti-lo. 
Da África, o Ae. aegypti se dispersa para todo o hemisfério ocidental no século XVII, para o Mediterrâneo no século XVIII, para a Ásia tropical no século XIX e para as Ilhas do Pacífico no final do século XIX e início do século XX.4O Ae. aegypti foi erradicado do Mediterrâneo, na década de 50, e de grande parte das Américas, nos anos 50 e 60. No entanto, houve reinfestação na maioria das áreas de onde havia sido erradicado e, hoje, este vetor é considerado uma espécie "cosmotropical", observando-se que sua capacidade de adaptação está se ampliando pois, em 1987, foi registrada a sua sobrevivência em áreas situadas a 1.200 metros acima do nível do mar.
Além disto, ao contrário do que se pensava anteriormente, o Ae. aegypti tem a capacidade de fazer ingestões múltiplas de sangue durante um único ciclo gonadotrófico, o que amplia a sua possibilidade de infectar-se e de transmitir os vírus. O Aedes albopictus é uma espécie oriunda das selvas asiáticas e até recentemente restrita àquele continente. Nos últimos quatorze anos, em consequência do intenso comércio intercontinental de pneuspor intermédio dos transportes marítimos, dissemina-se para as Américas, sendo incialmente detectado nos Estados Unidos, em 1985, onde já está presente em 25 estados. 
Logo depois, em 1986, é identificado no Brasil, já tendo se disseminado para 1.465 municípios distribuídos em 14 unidades federadas. Atualmente, está presente também em mais seis países da América Central e do Sul, na África, na Nigéria, em algumas Ilhas do Pacífico e no Sul da Europa.Ae. albopictus não é doméstico como o aegypti. Prefere os ocos de árvores para depositar seus ovos e tem hábitos antropofílicos e zoofílicos diurnos e fora dos domicílios. Sua competência vetorial vem sendo objeto de investigação, vez que tais hábitos podem estabelecer um elo entre o ciclo dos vírus do dengue nos macacos e no homem, além de haver referência quanto à sua responsabilidade pela transmissão de surtos epidêmicos de dengue clássico e hemorrágico na Ásia. 
Ibanez-Bernal e cols., de outro lado, em 1997, registram, pela primeira vez nas Américas, a infecção natural do Aedes albopictus pelos vírus do dengue, em espécimes coletadas durante um surto que ocorreu na cidade de Reynosa no México. Estes autores chamam a atenção para o fato de que os sorotipos 2 e 3 foram detectados em um "pool" de dez mosquitos machos, o que indica haver transmissão transovariana nesta espécie, como acontece com o Ae. aegypti. Este novo achado é de grande importância epidemiológica pelo potencial de transmissão dos vírus do dengue para outras áreas geográficas livres do Ae. aegypti, mas que estão infestadas pelo Ae. albopictus, a exemplo do sul da Europa e dos Estados Unidos.
1.2 O MOSQUITO AEDES AEGYPTI
O Mosquito Aedes aegypti não é nativo das Américas. Acredita-se que a introdução dessa espécie no Brasil tenha ocorrido no período colonial, entre os séculos XVI e XIX, durante o comércio de escravos (ZARA et al., 2016, p.392). No Brasil, encontraram um ambiente satisfatório à sua sobrevivência e reprodução, sendo erradicado do país em 1957, e reintroduzido em 1967. Foi novamente eliminado em 1973, e finalmente reintroduzido para iniciar a reocupação de seu antigo habitat em 1976 (PENNA, 2003). 
A designação dos arbovírus não é somente relacionada à sua veiculação através dos artrópodes, mas principalmente pelo fato de seu ciclo replicativo ocorrer nos insetos. Neste sentido, para classificar um artrópode como veiculador de um arbovírus, é necessário que este tenha a capacidade de infectar vertebrados e invertebrados; iniciar uma viremia em um hospedeiro vertebrado por tempo suficiente para permitir infecção do vetor invertebrado; e iniciar uma infecção produtiva, persistente da glândula salivar do invertebrado, a fim de fornecer vírus para infecção de outros hospedeiros vertebrados (CASSEB et al., 2013). 
Dessa forma, os arbovírus possuem hospedeiros variados, seja em vertebrados ou em invertebrados, ocasionando doenças em humanos e outros animais, constituídos basicamente de cinco famílias virais: Bunyaviridae, Togaviridae, Flaviviridae, Reoviridae e Rhabdoviridae (LOPES et al., 2014; MANIERO, 2016). 
Segundo Zara et al. (2016, p. 392): A etologia do A. aegypti beneficia sua ampla dispersão, favorecida nos ambientes urbanos, preferencialmente no intra e no peridomicílio humano. Raramente são encontrados em ambientes semissilvestres ou onde não há presença intensa do homem. Seus criadouros preferenciais são recipientes artificiais, tanto aqueles abandonados a céu aberto, que servem como reservatório de água de chuva, como os utilizados para armazenar água para uso doméstico. A presença dos criadouros em ambiente de convívio com o homem favorece a rápida proliferação da espécie, por dois aspectos: condições ideais para reprodução e fontes de alimentação. 
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, vive dentro de casa e perto do homem. Ele tem hábitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados em água limpa e parada e distribuídos por diversos criadouros estratégia que garante a dispersão da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus: a chamada transmissão vertical. 
Em geral, mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de ovos que produzem. Mas ele é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito da Dengue infectivo transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma família, no mesmo dia. O mosquito costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há, ainda, suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. Vale ressaltar que o indivíduo não percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento. 
A partir do século XX, o combate ao Aedes aegypti foi sistematizado e intensificado no Brasil, com o intuito de reduzir o número de casos de febre amarela urbana, que havia levado milhares de pessoas a óbito. 
2. DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico da dengue é clínico e feito por um médico. É confirmado com exames laboratoriais de sorologia, de biologia molecular e de isolamento viral, ou confirmado com teste rápido (usado para triagem).A sorologia é feita pela técnica MAC ELISA, por PCR, isolamento viral e teste rápido. Todos os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de confirmação da doença, a notificação deve ser feita ao Ministério da Saúde em até 24 horas.
2.1 CONDICIONANTES DA CIRCULAÇÃO VIRAL:
Os principais fatores que têm sido apontados como condicionantes das apresentações epidemiológicas e clínicas do dengue são relacionados na Figura 1. No modelo explicativo de produção das infecções que apresenta a (Figura 2) além dos fatores listados, incluem-se com destaque e consideram-se como fundamental na determinação da circulação dos vírus, a forma em que se organiza o espaço geográfico dos centros urbanos, o modo de vida de suas populações e os seus reflexos no ambiente, que criam as condições para a proliferação dos vetores.  
O espaço social organizado influencia na interação sinérgica dos três elementos (vetor, homem e vírus) da cadeia biológica e epidemiológica. Entretanto, o dengue distingue-se das outras doenças infecciosas e parasitárias, porque a ocorrência da maioria delas está estreitamente relacionada com as más condições sociais e econômicas das populações, produzindo diferenciais na sua frequência e distribuição, refletindo as desigualdades de cada sociedade. 
Já a distribuição e a frequência das infecções pelos vírus do dengue estão intrinsecamente relacionadas com a plasticidade e poder de adaptação do Ae. aegypti ao ambiente habitado pelo homem, principalmente, e aos espaços com grandes adensamentos populacionais como os encontrados nas metrópoles modernas, pois a transmissão e a circulação destes vírus são condicionadas pela densidade e dispersão deste mosquito. Cada sorotipo específico dos vírus do dengue, quando introduzido em grandes cidades com elevada densidade vetorial, transmite-se rapidamente provocando epidemias explosivas. 
De acordo com Rodhain & Rosen, a persistência destas infecções nas populações humanas só ocorre nos espaços urbanos que mantêm elevados índices de infestação de Ae. aegypti e grandes adensamentos populacionais, o que, aliado às taxas de nascimentos, vai repondo o estoque de indivíduos susceptíveis à infecção. Isto porque a principal ou talvez única fonte de infecção do vetor é o homem e a viremia humana persiste por apenas sete dias na fase aguda da infecção e nunca foi demonstrada viremia recorrente com o mesmo sorotipo.
2.2 PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.
2.3 PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
O períodode transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor.A transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano (período de viremia). Esse período começa 1 dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença.No mosquito, após um repasto de sangue infectado, o vírus vai se localizar nas glândulas salivares da fêmea do mosquito, onde se multiplica depois de 8 a 12 dias de incubação. A partir desse momento, é capaz de transmitir a doença e assim permanece até o final de sua vida (de 6 a 8 semanas).
 
3. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O principal objetivo da vigilância epidemiológica de uma doença é a detecção precoce de casos para indicar a adoção das medidas de controle capazes de impedir novas ocorrências. A única forma de prevenção do dengue é a drástica redução da população do mosquito transmissor (a zero, ou níveis muito próximos de zero) e, desse modo, as vigilâncias entomológica e epidemiológica devem ser indissociáveis e, idealmente, aliadas às ações de combate ao vetor do dengue. Portanto, estas atividades devem se constituir em um programa global em cada território, sob responsabilidade de uma única instituição, mesmo que operacionalizado por profissionais com distintos perfis de capacitação.
Como são bastante variadas as situações entomológicas e de ocorrência de casos e/ou circulação viral em cada local, particularmente no Brasil, para efeito de orientação das condutas de investigação epidemiológica e adoção de medidas de controle, após a notificação de caso(s) suspeitos e/ou confirmados de dengue, consideram-se as diferenças entre áreas: não infestadas; infestadas porém sem transmissão; no curso de epidemia; com transmissão endêmica; infestada com ou sem transmissão mas com maior risco de urbanização da febre amarela.
Os propósitos da vigilância epidemiológica e dos programas de controle são definidos de acordo com esta estratificação e vão, desde o impedimento de introdução de circulação dos vírus do dengue em áreas indenes, até a simples redução do número de casos em áreas epidêmicas e endêmicas. Além disso, institui-se o acompanhamento dos vírus circulantes e monitoramento das formas clínicas graves. 
Esta diversidade de situações, aliada ao pleomorfismo das apresentações epidemiológicas e clínicas do dengue, impõe uma vigilância ativa da doença em virtude da baixa sensibilidade da vigilância passiva. Várias são as maneiras de se implementar uma vigilância ativa sendo quatro os componentes fundamentais: notificação, busca ativa e investigação de casos; vigilância laboratorial; vigilância das formas clínicas; e vigilância entomológica. 
As dificuldades da vigilância iniciam-se desde a suspeita e/ou diagnóstico clínico - epidemiológico já que a forma clássica da doença pode ser clinicamente confundida com muitas doenças febris, exantemáticas ou não, e as formas hemorrágicas graves são ainda pouco conhecidas, para a maioria dos profissionais de saúde dos países americanos, o que leva à subnotificação e/ou diagnóstico de casos graves, só após o aparecimento de óbitos. Por outro lado, a não existência de terapia específica faz com que muitos pacientes não busquem atenção médica, principalmente, quando apresentam quadros leves. Deste modo, epidemias explosivas assim como a detecção dos sorotipos circulantes, em muitas situações só são diagnosticadas tardiamente. 
Neste sentido, o apoio laboratorial, tanto sorológico como o isolamento viral, é considerado pedra angular da vigilância ativa do dengue, em virtude da necessidade de confirmação diagnóstica, particularmente logo aos primeiros casos suspeitos em uma área indene, e, também para a determinação da extensão geográfica da circulação e identificação dos sorotipos presentes; e informar sobre a possibilidade de ocorrência de formas severas de acordo com os sorotipos circulantes. A coleta de material para isolamento viral e exames sorológicos deve ser feita de todos casos suspeitos de área indene, e em amostra de indivíduos com manifestações clínicas compatíveis com dengue, nas áreas onde já se estabeleceu a circulação.
Além desta vigilância ativa que visa conferir maior sensibilidade ao sistema, tem-se buscado incluir estratégias alternativas que visam superar as deficiências dos sistemas. A vigilância especial de formas clínicas graves, particularmente nas áreas de circulação de mais de um sorotipo dos vírus, tem como propósito a emissão de "sinais de alerta", logo aos primeiros casos suspeitos, para instituição de terapêutica adequada e consequente redução da letalidade. 
Para facilitar a detecção das formas severas tem-se indicado a eleição de unidades de saúde sentinelas (básicas e hospitalares) ou redes de profissionais sentinelas, que são selecionados de acordo com o perfil de enfermidades que atendem (clínica geral, infecciosas, hematológicas, emergências, etc.), base geográfica, conveniência e cooperatividade. Para a detecção precoce de aumento de incidência em áreas endêmicas e introdução de um novo sorotipo, principalmente, em locais onde o sistema de notificação é deficiente, as unidades de saúde e/ou os profissionais sentinelas devem ser sensibilizados para solicitar os exames laboratoriais de um quantitativo de pacientes que apresentarem doenças febris. 
Para otimizar os recursos da rede de diagnóstico, recomenda-se articulação com os programas de eliminação de doenças febris exantemáticas, acrescentando-se ao rol de exames laboratoriais os de dengue, de acordo com rotina e critérios pré-definidos. Em áreas populosas onde a transmissão já se estabeleceu e a doença está se manifestando com baixa endemicidade, a estratégia de delimitação de "áreas sentinelas" para instituição de sistema de monitoramento especial de doenças febris agudas, com implantação de diagnóstico laboratorial, pode ser útil no acompanhamento das alterações de frequência. 
Estes espaços servirão como "áreas de alerta" de modificações da situação epidemiológica do dengue. Nos países indenes, principalmente onde já se detectou a presença de vetores potenciais, têm sido implantados programas de vigilância de viajantes que apresentam enfermidades febris, visando à adoção de medidas que impeçam o estabelecimento da circulação viral.Inquéritos soroepidemiológicos podem ser realizados no curso ou após as epidemias, com técnicas de detecção de IgM e/ou IgG. 
O desenho amostral deve ser feito de acordo com os objetivos do estudo, considerando-se a situação epidemiológica da área, no momento da coleta de material. Estes inquéritos fornecem informações mais acuradas de incidência (quando se usa teste para detecção de IgM) e de soroprevalência (IgG) que os dados de notificação de demanda espontânea, ou mesmo de busca ativa de casos; quantifica a ocorrência das infeçcões nos indivíduos na vigência de circulação de mais de um sorotipo dos vírus; identifica as áreas de maior intensidade de circulação, possibilitando o estudo dos fatores de risco associados às taxas de infeçcão. A determinação das taxas de soroprevalência das populações dimensionam a imunidade de grupo que, associadas a outros indicadores, podem ser utilizadas como parâmetro de avaliação da efetividade das atividades de controle desenvolvidas em cada região.
3.1 Efetividade das Intervenções
Quando o combate ao vetor é instituído após a introdução primária de um ou mais sorotipos do vírus do dengue, em grandes e populosos centros urbanos, as chances de se conseguir a interrupção da transmissão tornam-se reduzidas quando há elevada densidade de mosquitos, e as características climáticas favorecem a sua proliferação. Esta dificuldade ocorre ainda que se disponha de uma vigilância ativa da doença e o diagnóstico de casos seja feito precocemente. Mesmo que se reforcem as atividades de combate ao vetor, o tempo que decorre até a redução das populações de mosquito é muito maior que a velocidade de circulação viral, poisnestas situações a população de hospedeiros encontra-se quase que universalmente susceptível. 
Por outro lado, não procede a concepção de que a simples redução da população do Ae. aegypti pode impedir a ocorrência de casos, pois, tem-se observado que mesmo na vigência de baixa densidade vetorial (1 ou 2% de Índice de Infestação Predial), a transmissão dos vírus continua se processando se a população não for imune ao(s) sorotipo(s) circulante(s). Muitas das vezes, a redução da incidência em uma área tropical epidêmica ocorre "naturalmente", mais em função da imunidade de grupo que vai se estabelecendo do que pelos resultados obtidos com as ações de controle estabelecidas. Ou seja, quando a epidemia se instala, ela segue seu curso e as ações de combate vetorial mostram pouca ou nenhuma efetividade. Desta forma, a vigilância epidemiológica, mesmo quando ativa, não tem conseguido subsidiar as ações de controle para impedir a ocorrência e disseminação da doença. Exerce apenas as funções de coleta de informações para estimativa da magnitude e gravidade do evento e de organização da rede de serviços de saúde, para evitar a ocorrência de óbitos na vigência de casos de dengue hemorrágico. 
A vigilância epidemiológica é mais efetiva e necessária nas áreas livres de circulação viral, ou que estão em fases interepidêmicas, pois nestas últimas, onde o risco de ocorrência de formas graves é muito alto, quando da introdução de um novo sorotipo, ações contínuas de combate visando à eliminação do vetor e à vigilância ativa da doença, não podem ser negligenciadas.
4 .SINTOMAS: 
OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA DENGUE SÃO: 
-Febre alta > 38.5ºC;
-Dores musculares intensas;
-Dor ao movimentar os olhos;
-Mal estar;
-Falta de apetite;
-Dor de cabeça;
-Manchas vermelhas no corpo.
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele. Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
4.1 Sinais de alarme
Dor abdominal intensa e contínua, ou à palpação do abdome;
Vômitos persistentes;
Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico);
Sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
Aumento progressivo do hematócrito;
Queda abrupta das plaquetas;
Aspectos clínicos e laboratoriais;
Manifestações clínicas.
A infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde formas oligo ou assintomáticas até quadros com hemorragia e choque, podendo evoluir para o óbito. Dengue clássico (DC) – a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, seguida de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos,
exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. 
Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. Desse modo, dor abdominal generalizada tem sido observada, mais frequentemente entre crianças, e manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, e metrorragia, têm sido relatadas mais frequentemente entre adultos, ao fim do período febril. A doença tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas. 
Febre hemorrágica da dengue (FHD) – os sintomas iniciais são semelhantes aos do DC, porém há um agravamento do quadro, geralmente entre o 3º ou 4º dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. A fragilidade capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço. Outras manifestações hemorrágicas incluem petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos (gastrintestinal, intracraniana, etc.) e hemorragia espontânea pelos locais de punção venosa. 
Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dias de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de extravasamento plasmático (evidenciado por hemoconcentração, derrames cavitários e hipoalbuminemia) e falência circulatória. É de curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada. Caracteriza-se por pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. 
Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. A prova do laço, que não pode ser realizada com garrote ou torniquete, consiste em se obter, por meio do esfignomanômetro, o ponto médio entre a pressão arterial máxima e mínima do paciente, mantendo-se essa pressão por 5 minutos (no adulto) e 3 minutos (na criança); quando positiva, aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais (em adultos) e 10 ou mais (em crianças), em um quadrado com 2,5cm de lado, a prova é considerada positiva. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a definição de FHD é baseada em critérios clínicos e laboratoriais. Após o preenchimento desses critérios, os casos devem ser classificados quanto à gravidade de acordo com as categorias abaixo.
• Grau I – preenche todos os critérios de FHD, sendo que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva;
• Grau II – preenche todos os critérios de FHD, com presença de manifestações hemorrágicas espontâneas (sangramentos de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia e outros); 
• Grau III – preenche todos os critérios de FHD e apresenta colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação; 
• Grau IV – preenche todos os critérios de FHD e apresenta choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis.
 Os graus III e IV também são chamados síndrome do choque da dengue (SCD).
5- TRATAMENTO:
Não existe tratamento específico para a dengue. Em caso de suspeita é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico. A assistência em saúde é feita para aliviar os sintomas. Estão entre as formas de tratamento: fazer repouso; ingerir bastante líquido (água); não tomar medicamentos por conta própria; a hidratação pode ser por via oral (ingestão de líquidos pela boca) ou por via intravenosa (com uso de soro, por exemplo); o tratamento é feito de forma sintomática, sempre de acordo com avaliação do profissional de saúde, conforme cada caso.
No momento, só existe uma vacina contra dengue registrada na Anvisa, que esta disponível na rede privada. Ela é usada em 3 doses no intervalo de 1 ano e só deve ser aplicada, segundo o fabricante, a OMS e a ANVISA, em pessoas que já tiveram pelo menos uma infecção por dengue. Esta vacina não está disponível no SUS, mas o Ministério da Saúde acompanha os estudos de outras vacinas. IMPORTANTE: Manter a higiene dos locais e evitar a água parada é a melhor forma, por isso é fundamental e essencial a participação consciente e diária de toda a população. 
5.1 VACINAS:
A produção de uma vacina contra os quatro sorotipos do dengue, que seja segura eefetiva, tem sido apontada pela OMS como prioridade em face da gravidade da situação epidemiológica e a baixa efetividade da maioria dos programas de combate ao Ae. aegypti. Em 1984, foi criado um comitê específico com o objetivo de facilitar as investigações para o desenvolvimento de vacinas contra o dengue e a encefalite japonesa. 
Importantes fatores são limitantes deste objetivo, dentre os quais podem-se destacar: a existência de quatro diferentes sorotipos e o fenômeno da imuno amplificação viral, implicando a necessidade de se obter um imunógeno efetivo para todos os vírus simultaneamente; a presença de anticorpos nas populações onde um ou mais sorotipos já circulou; baixas produções de partículas virais após a passagem do agente em diferentes sistemas celulares; possibilidade de inversão da virulência quando se usa vírus atenuado; não se dispor de um modelo animal experimental que desenvolva as formas graves da doença, o que implica necessidade de se incorrer em riscos ao se utilizar voluntários humanos para a verificação definitiva de atenuação da cepa.
Atualmente, existem vacinas candidatas convencionais ou de primeira geração, atenuadas ou inativadas; de segunda geração que incluem a expressão de proteínas recombinantes em diferentes sistemas; e as de terceira geração, que são as de DNA. No primeiro grupo têm-se monovalente de vírus vivo atenuado e tetravalente. Esta segunda está sendo considerada bastante promissora por: conter os quatro sorotipos dos vírus do dengue; já ter sido testada em ratos apresentando baixa neurovirulência, e em macacos Rhesus produzindo baixa viremia, com desenvolvimento de anticorpos neutralizantes sorotipos específicos; conferir imunidade por mais de cinco anos; ter níveis de viremia pós-vacinal baixos; apresentar soroconversão em humanos em torno de 95%; e manter os marcadores de atenuação depois de passar pelo homem e mosquito.
As vacinas de proteína recombinante utilizam como modelo animal macacos cynomolgus (Macaca fascicularis) e é específica contra o DEN-2, cepa Jamaica 1409, preparada em Aedes pseudoscutellaris (AP61). Os estudos vêm demonstrando que esta vacina tem potencial, por induzir resposta humoral e celular. Embora ela só tenha sido testada em seis macacos, os dados apresentados mostram que este animal pode constituir um modelo experimental adequado. 
As de terceira geração são de material genético purificado e infere-se que seja possível a imunização com uma mescla de seqüências de DNA. As vacinas candidatas estão em diferentes estágios de desenvolvimento. Apesar das investigações serem bastante promissoras ainda não se tem nenhuma vacina disponível para uso em populações. Entretanto, a tetravalente de vírus vivo atenuado já está em fase avançada e deverá, em breve, entrar em fase III, o que abre alguma perspectiva de nos próximos anos dispor-se de uma vacina eficaz.
5.2 PREVENÇÂO
A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas pláticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia - quando os mosquitos são mais ativos - proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
Atualmente, não há medicação ou vacina específica disponível para combater o vírus do dengue. Seu controle depende basicamente do controle do vetor.
1) Mudanças ambientais: Melhoria do abastecimento de água, proteção anti-mosquito para caixas d’água, cisternas e reservatórios subterrâneos.
2) Proteção pessoal: vestuário de proteção, inseticidas em pastilhas, inseticidas em espiral (piretro), repelentes, como por exemplo DEET, permetrina impregnada em tecido, mosquiteiros e cortinas tratados com inseticida. 
3) Controle biológico: Por meio de peixes larvófagos: Gambria affinis e Peorilia reticulate. Bactérias: Linhagens de Bacillus thuringiensis H-14 e Bacillus sphaericus em águas poluídas. 
4) Controle químico: Grânulos de temefós 1%.
 Pulverização com malathion, fenitrotion, pirimifós (somente em grandes epidemias de DH).Reguladores do crescimento de insetos - interferem no desenvolvimento dos estádios imaturos do mosquito na fase larval ou destroem a pupa.
 • Isolamento viral – é o método mais específico (padrão ouro) para o isolamento e a identificação do sorotipo do VDEN responsável pela infecção. Pode ser realizado em amostras de sangue, líquido céfalo-raquidiano (LCR) e fragmentos de vísceras (fígado, baço, coração, pulmão, rim e cérebro). A colheita da amostra de sangue deverá ser feita na primeira semana da doença, durante o período de viremia, preferencialmente até o quinto dia do iníciodos sintomas. 
Para a identificação viral, utiliza-se a técnica de Imunofluorescência, que se baseia na reação de um anticorpo marcado com um fluorocromo (anticorpos fluorescentes) com o seu antígeno homólogo. A colheita de espécimes biológicos para a tentativa de isolamento viral deverá ser orientada pela vigilância epidemiológica, respeitando-se a capacidade dos laboratórios de referência. 
• Detecção do ácido nucléico viral pelo método da transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) – não é utilizada na rotina diagnóstica, contudo tem importância para o diagnóstico dos casos em que as técnicas de rotina foram insuficientes para a definição diagnóstica, especialmente nos casos que evoluíram a óbito, ou ainda nas urgências. 
O método pode ser realizado em amostras de sangue, soro, líquido céfalo-raquidiano (LCR), fragmentos de vísceras (fígado, baço, linfonodos, coração, pulmão, rim e cérebro) e ainda em lotes de mosquitos vetores. Esta técnica permite a detecção de quantidades reduzidas de ácido nucléico viral presente nos espécimes biológicos, pela amplificação do c-DNA obtido a partir do RNA viral, utilizando iniciadores específicos dos sorotipos do VDEN. As elevadas sensibilidade e especificidade e a rápida detecção de quantidades mínimas de material genético em amostras de paciente fazem do RT-PCR um excelente método para o diagnóstico precoce de infecção por VDEN. 
Os resultados falsos positivos geralmente estão relacionados com a manipulação inadequada das amostras. O sucesso desse método depende em parte da preservação do espécime clínico, sendo recomendado mantê-lo na menor temperatura possível (-70ºC).
• Detecção de antígenos NS1 – método imunoenzimático (ELISA) que permite a detecção de antígenos virais específicos de dengue do tipo NS1. É um método que, a princípio, é bastante sensível e específico e deve ser utilizado em pesquisas e nos casos graves. O Ministério da Saúde disponibiliza kits de teste NS1 Elisa para triagem das amostras para isolamento viral em unidades sentinelas.
• Diagnóstico histopatológico – realizado em material obtido após a morte do paciente. As lesões anatomopatológicas podem ser encontradas no fígado, baço, coração, linfonodos, rins e cérebro. O diagnóstico é presuntivo.
• Imunohistoquímica – esse método permite a detecção de antígenos virais em cortes de tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina, corados pela fosfatase alcalina ou peroxidase marcada com anticorpo específico. Essa técnica é bastante sensível e específica, sendo considerada exame confirmatório e deve ser utilizada após o diagnóstico histopatológico presuntivo.
5.3 Dengue na gestação:
 
Se a mulher estiver infectada com o vírus perto do período do nascimento do bebê, a criança poderá nascer infectada ou adquirir a doença no momento do parto, mas essa ocorrência é pouco frequente. Também pode ocorrer ameaça de aborto nos três primeiros meses de gestação. Nas formas mais gravesda doença, a partir do sétimo mês ela pode provocar algumas condições que podem levar ao nascimento de bebês prematuros, como hipertensão gestacional, pressão baixa e descolamento prematuro de placenta.
5.4 Questões futuras
 
O dengue é um grave problema de saúde pública que causa elevados gastos por causa da falta temporária ao trabalho e que prejudica o desenvolvimento regional e nacional.É necessário se fazer uma melhor avaliação do custo econômico da doença. Os dados sobre DH e SCD em crianças são bastante limitados. É preciso uma melhor compreensão da imunopatogênese nesse grupo imunologicamente diferenciado. São necessários estudos clínicos que definam o papel da disfunção miocárdica e dos agentes inotrópicos e do suporte vasoativo na SCD refratária à terapia de reposição de fluidos e uma avaliação das imunoglobulinas específicas para tratar a plaquetopenia
CONCLUSÃO
A conscientização nos meios sociais é ponto de partida eficiente para a informação voltada à saúde pública, envolvendo diversas questões como, por exemplo, a dengue. As crianças e, especialmente, os estudantes, formam classicamente um excelente canal para a introdução de novos conceitos na comunidade, pelo fato de serem membros permanentes desta e por estarem com o cognitivo em formação.
No caso da dengue, deve ter como objetivo uma eliminação mensurável de criadouros dos mosquitos vetores no ambiente doméstico, pelo cidadão e não simplesmente o
acréscimo de conhecimento, sendo assim, o parâmetro de avaliação desses trabalhos deve ser
entomológico e não estritamente educacional.
O conhecimento das condições de vida, das prioridades comunitárias, por intermédio da convivência e do diálogo, juntamente com o investimento governamental visando à solução dos problemas de saneamento, parecem caminhos que apontam, para o controle do dengue.
A falta de políticas voltadas para a população carente, que vive em ambientes insalubres é sem dúvida o mais preocupante, pois é a mais afetada nos surtos de dengue. Assim, na iminência de uma epidemia do vírus DEN-4 será ainda maior, já que a população não apresenta imunidade com relação a ela trazendo muitos casos de dengue, inclusive, a hemorrágica.
A tecnologia atualmente disponível abrange medidas de controle físico, químico e biológico, sendo os dois primeiros grupos mais intensamente utilizados. A utilização de larvicidas ou adulticidas por agentes de saúde não resultará em controle vetorial, mas apenas em redução temporária de sua densidade.
O controle químico vem sendo o método mais eficaz e utilizado nos últimos vinte anos para o controle do A. aegypti. O principal problema do uso de produtos químicos para o controle da dengue é a seleção da resistência. A grande saída é a possibilidade de uso da bactéria entomopatogênica B. thuringiensis israelensis (Bti) ser usada juntamente com produtos químicos para aumentar a eficiência do controle, pois, posteriormente a introdução de BTI juntamente com o controle químico obteve-se um controle eficiente sem que ocorressem danos ao ambiente, não havendo redução da biodiversidade dos locais tratados.
O controle biológico é uma alternativa racional, extremamente necessária e essencial para a melhoria da saúde pública, além de não trazer prejuízos ao meio ambiente. Dentre os agentes utilizados para o controle biológico, destacam-se as bactérias entomopatogênicas por possuírem inúmeras vantagens em relação aos demais agentes, como sua densidade, distribuição espacial e temporal e, principalmente, pela sua especificidade sobre os inseto salvo.
Seria primordial a criação de organizações e de um sistema de informação, cujo objetivo seja a construção coletiva do conhecimento contribuindo para a relação e interação entre o conhecimento científico e o saber popular. Assim, as decisões seriam apoiadas a partir de resultados de estudos no meio técnico para que os gastos públicos sejam empregados de forma racional e eficaz.
Sem dúvida todas as ações relacionadas ao vírus da dengue no Brasil e as medidas de prevenção e de vigilância para seu controle e erradicação devem ser desenvolvidas em articulação com os governos federal, estaduais e municipais, o que fortalecerá ainda mais as atividades de vigilância epidemiológica (detecção precoce de surtos), de vigilância entomológica (detecção precoce de aumento da população de mosquitos) e de vigilância sanitária, com isso, as secretarias federais estaduais e municipais de saúde terão mais condições para agir rapidamente e evitar os riscos da dengue.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância à Saúde. Boletim Epidemiológico. Brasília: Ministério da Saúde. 2019 Sep; 50(22).
Teixeira MG, Barreto ML, Guerra Z. Epidemiologia e Medidas de Prevenção do Dengue. Informe Epidemiológico do SUS 1999; 8 (4): 5-33.
SAUER, M.; RIBEIRO, E.M. Meio ambiente e Serviço Social: desafios ao exercício profissional. Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 11, n. 2, p. 390 - 398,ago./dez. 2012. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/sausoc/v24s1/0104-1290-sausoc24-s1-00205.pdf>. Acesso em: 22 mar. de 2020.

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