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Ensaio o Sistema Único de Saúde - SUS Tallison Huan Ferreira Silva1 O Sistema Único de Saúde enquanto movimento social foi resultado de muita luta, através do movimento de democratização da saúde entre 1976 e 1988. Segundo Paim (2009) em seu livro “O que é SUS”, para a efetivação da lei, toda a esfera de governo, seja federal, estadual, distrital e municipal devem implementar o SUS de acordo com os princípios e diretrizes estabelecidas, seguindo de fato o que está na lei, destacando a descentralização, regionalização, hierarquização e participação da comunidade, entretanto se na observação da realidade se encontra diferente, evidencia a necessidade de uma análise, e que aqueles que se encontram na cadeia de poder façam cumprir a lei. O Artg.196 da Constituição Federal de 1988, que prevê o acesso universal às ações e serviços de saúde, o que possibilita o ingresso de qualquer pessoa no Sistema Único de Saúde (SUS). Além de universal, o acesso deve ser igualitário, não devendo haver distinção em relação a um grupo de pessoas, nem de serviços prestados. Embora já tenha sido dado um esboço do procedimento do SUS, a Constituição Federal de 1988 mantém leis específicas que fiscalizam o modelo estabelecido para a prestação dos serviços públicos de saúde. De acordo com a constituição, a Lei Federal nº 8080/90, órgão que trata do SUS, e a Lei Federal 8142/90, preveem a participação da comunidade na gestão do SUS e o repasse de recursos financeiros intergovernamentais na área da saúde, ambos dos quais constituem a Lei Orgânica da Saúde. Paim destaca no texto a hierarquização do SUS na qual também e discorrido na Constituição e Lei Orgânica da Saúde, que é uma organização fundada em uma determinada ordem de prioridade, ou seja, é uma forma de pensar e organizar as Redes de Atenção à Saúde (RAS), que são escalonadas em Níveis de Atenção, sendo eles: nível primário caracterizado pela baixa 1 Acadêmico de Serviço Social, Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. E-mail: talisonrian@live.com. complexidade, é definido por promover atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde, no qual os procedimentos são de baixo custo. Paim (2009) apresenta pesquisa que aproximadamente 80% do total de problemas de saúde da população podem ser incluídos neste nível, este é considerado um nível de grande responsabilidade uma vez que é mais barato prevenir do que tratar uma determinada doença, o autor destaca que este possui suas complexidades não sendo estas tecnológicas, mas humana, uma vez que uma das atuações nesse nível. é a visita de pacientes por exemplo de violência doméstica. O nível Secundário, engloba atividades assistenciais baseadas nas quatro especialidades médicas básicas: clínica médica, ginecologia/obstetrícia, pediatria e clínica cirúrgica. Procedimentos de médio custo. E por fim o nível terciário, é o nível no qual estão os casos mais complexos e, geralmente, que envolvem maiores danos à saúde ou mesmo risco de morte. São, normalmente, procedimentos de alto. Salienta-se que a hierarquização do SUS não compreende a reponsabilidade somente na instância municipal, mas de todos os entes federativos. Em relação ao direito à saúde, qualquer pessoa tem direito de obter os serviços do SUS, independentemente de ter condições financeiras para custear as despesas médicas privadas. Algumas pessoas contratam plano de saúde privado e se esforçam para entendê-lo como prioridade. Algumas pessoas adquirem um contrato de saúde por meio de incentivos financeiros fornecidos pelo empregador, não sendo razoável negar a essas pessoas a assistência farmacêutica do SUS punindo-as por ter assistência médica privada, especialmente porque não há base legal ou mesmo constitucional para essa distinção. Paim destaca que o SUS é pra todos, e assegurado na Constituição Federal, em seu Art. 196, dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado, não cabendo à Lei restringir a extensão desse direito fundamental. O autor destaca que o sistema de saúde possui diversos problemas, destacando a falta de financiamento público, a falta de informações dos usuários que faz com que permeia a ideia de até a privatização do sistema e o ato de não colocar em pratica o que está nas normas jurídicas, faz com que o sistema não seja eficiente, e “ o SUS, em vez de ser apenas o problema, ou causa de tantos problemas, poderia transforma-se em solução, mas para tanto, precisa ser desenvolvido de acordo com seu princípios e diretrizes[...].” (PAIM, 2009, p.72). Todos as mazelas supracitadas acima não vieram com o SUS, mas vem de antes dele, desde dos processos de saúde anteriores. Por isso a necessidade de reconhecer a sua importância, o autor evidência que o sistema trouxe muitos avanços a saúde e necessário conhecer e compreender sobre ele e eleva as críticas e cobranças a aqueles a qual o administra. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desse modo após análise dos textos entende-se a saúde é direito garantido na constituição e embora caminho para a efetivação desse direito seja longo, haja vista que o sus sendo é uma política pública que vem sofrendo sucateamento no seu financiamento, contudo esse sistema de saúde vem lutando através dos seus agentes para se mante, e evoluiu ao logo dos anos trazendo grandes benefícios ao seus usuários, com atendimentos de qualidade, equipamentos de melhor qualidade, dito isto é necessário pontuar o papel da sociedade na construção de um Sistema Único de Saúde, parando de tecer críticas a ele, e iniciar a cobrar dos governantes, daqueles que detém o “poder”, para melhor financiamento, construção de novas políticas públicas para efetivação da saúde. A saúde e vista como uma dos diretos que é entendida como tal pela sociedade. Referenciais BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. BRASIL. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm, e o Decreto 7508/11, de 28 de junho de 2011 que dispõe sobre a organização do SUS. PAIM, Jairnilson Silva. O que é o SUS. Rio de Janeiro. Fiocruz, 2009.
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