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1 FERRAMENTAS BIM PARA ARQUITETURA MÓDULO BÁSICO 1 SUMÁRIO 1. NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................................ 2 2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3 3. Softwares dos Sistemas BIM ....................................................................................................... 6 1. 2.1 ArchiCAD .............................................................................................................................. 8 2. 2.2 Revit ................................................................................................................................10 3. ..................................................................................................................................................10 4. Modelagem Paramétrica – Os D’s do BIM ..................................................................................12 5. Principais benefícios e funcionalidades BIM ..............................................................................14 1. A Visualização em 3D do que Está Sendo Projetado ...............................................................14 6. MODELOS BIM ..........................................................................................................................17 7. Referências ...............................................................................................................................19 2 1. NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 2. INTRODUÇÃO Experiências sobre o ensino do paradigma BIM (Building Information Modeling) no Brasil mostram a sua paulatina introdução nos cursos de graduação em arquitetura e em engenharia (Vincent, 2006; Andrade, 2007; Florio, 2007; Ruschel & Guimarães Filho, 2008; Ruschel et al., 2011; Menezes et al., 2012; Romcy, Cardoso & Miranda, 2013). É possível perceber uma evolução nas discussões sobre o tema na academia, que inicialmente focavam vantagens e desvantagens da modelagem geométrica (3D), passando a discutir aspectos como colaboração e multidisciplinaridade nas fases iniciais da projetação. No entanto, observou-se que essa inserção no ensino encontra- se em fase inicial, e se dá geralmente de forma pontual, em uma ou duas disciplinas do currículo representação gráfica, e ou projeto de arquitetura. Poucas experiências relatam integração com disciplinas técnicas (instalações, estrutura, construção, etc.) especialmente junto à graduação. Isto evidencia uma adoção incipiente do paradigma, revelando a necessidade de estratégias mais efetivas para acelerar a difusão, adoção e amadurecimento do ensino de BIM no país. Este trabalho relata a experiência de introdução do paradigma BIM no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo (noturno) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA), criado em 2008 no âmbito do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Alguns dos principais aspectos intrínsecos do paradigma BIM que dificultam a sua adoção seja no ensino, seja na prática profissional, são a complexidade envolvida, a vastidão do escopo a que se propõe, a sofisticada plataforma tecnológica e os significativos custos envolvidos. O BIM contempla um conceito complexo, pois compreende um processo colaborativo e integrado que utiliza um ambiente gráfico computacional tridimensional e paramétrico para execução dos projetos, e outras atividades que abrangem o ciclo de vida da edificação, desde o estudo de viabilidade, a projetação, o planejamento da construção, a construção, a operação, a manutenção, até a demolição ou a requalificação. O uso do BIM favorece a integração entre essas fases, contribuindo para o gerenciamento das atividades, possibilitando a redução de custos, de conflitos entre disciplinas e favorecendo a comunicação entre os diversos agentes envolvidos com a edificação durante o seu ciclo de vida. 4 Outro aspecto dificultador está relacionado a plataforma tecnológica, pois para que o BIM seja utilizado em todo o ciclo de vida da edificação, o edifício virtual deverá ser modelado através de diferentes ferramentas, com diferentes objetivos. A troca de informações entre esses programas deve ocorrer sem a degradação dos dados, evitando o retrabalho de inserção de elementos perdidos, e garantindo a utilização eficiente da informação. Por isso, a definição da plataforma de trabalho, da rede e pacotes de software, compõe um aspecto essencial da adoção. Por último, a implantação também é dificultada pelo significativo custo da infraestrutura necessária, que compreende: mão de obra qualificada e proficiente, implicando em treinamento; hardware adequado às ferramentas, solicitando, em geral, máquinas com grande capacidade de processamento; e ferramentas específicas para cada uso. Devido ao ritmo das inovações, estas tecnologias possuem rápida obsolescência e preços elevados, resultando em necessidade de atualizações frequentes e representando custos significativos. Além das dificuldades próprias do paradigma, tem--‐se o ensino de graduação, seja de Arquitetura ou de Engenharia Civil, calcado em disciplinas isoladas onde em cada uma delas são tratados de temas específicos e especializados, mas de forma fragmentada, esquecendo-se muitas vezes de que a edificação constitui uma unidade única, destinada a cumprir um determinado papel, ou mais de um, ao longo da sua vida útil. Em função disto, é preciso entender que este tipo de abordagem não mais é capaz de dar conta dos desafios ambientais, tecnológicos e socioeconômicos que estão colocados na contemporaneidade. Assim, o desafio da introdução do paradigma BIM no ensino passa inicialmente pelo entendimento da importância de se enfrentar o ciclo de vida da edificação como um todo e contínuo, e não o enfrentamento de forma parcial e assíncrono que normalmente acontece: incialmente, a projetação nos cursos de Arquitetura, seguida pela construção nos cursos de Engenharia Civil. Assumindo‐se esse entendimento, no segundo momento torna‐se evidente a necessidade da integração das várias disciplinas, o que se constitui talvez no maior desafio, não só em função da especialização das mesmas, mas, sobretudo, pelos profissionais nelas envolvidos. Alterar rotinas de trabalho consolidadas, práticas consagradas e culturas estabelecidas, talvez seja o maior desafio a ser superado no processo de adoção do paradigma. Isto só será possível na medida em que os vários 5 profissionais entendam a importância da integração e estejam dispostos a desenvolver novas práticas colaborativas.O terceiro aspecto a ser considerado é como inserir o paradigma neste complexo contexto, que envolve duas formações complementares e cada vez mais separadas, um grande número de disciplinas e profissionais, que vai demandar profundas alterações em conceitos, conteúdos e metodologias. O paradigma BIM ou simplesmente BIM, ou ainda, a Modelagem da Informação da Construção, não pode ser entendida como uma nova ou mais uma disciplina. Isto seria impraticável, dada a sua complexidade. Por outro lado, BIM deve ser visto como uma nova forma de abordagem da edificação e do seu ciclo de vida. Assim, os novos conteúdos, sejam conceitos, tecnologias e métodos, precisam ser cuidadosamente integrados nas disciplinas já existentes nos referidos cursos, e estas adequadamente relacionadas entre si. 6 3. SOFTWARES DOS SISTEMAS BIM Muitos acreditam que BIM é um software, mas isso não é correto. BIM quer dizer Modelagem da Informação da Construção de um Edifício. Existem diversos softwares que trabalham com o BIM (cerca de 150 homologados pela Building Smart). Cada produto apresenta características e capacidades distintas, tanto em relação aos sistemas orientados ao projeto quanto às ferramentas de produção BIM. Dessa forma, a escolha de um software afeta as práticas de produção, interoperabilidade e as capacidades funcionais de uma organização de projeto para elaborar determinados tipos de projetos. Outro ponto é que nenhuma plataforma será ideal para todos os tipos de empreendimentos. O Quadro 1 apresenta os pontos fortes e fracos dos principais produtos disponíveis no mercado. Quadro 1 - Pontos fortes e fracos dos principais softwares BIM. SOFTWARE PONTOS FORTES PONTOS FRACOS ARCHICAD Interface intuitiva e simples de usar; ampla biblioteca de objetos e um rico conjunto de aplicações de suporte em construção e gerenciamento de facilities; Limitações nas suas capacidades de modelagem paramétricas, não suportando regras de atualização entre objetos em uma montagem ou aplicação de operações boolenas entre objetos; Problemas com projetos grandes, apesar de dispor de modos efetivos de gerenciar tais projetos, dividindo-o em grandes módulos. BENTLEY SYSTEMS Ferramentas de modelagem para quase todos os aspectos da indústria AEC; Suporta modelagem de superfícies curvas complexas; múltiplos níveis de suporte para desenvolvimento de objeto paramétricos personalizados; permite a definição de montagens de geometrias paramétricas complexas; suporte escalável para grandes empreendimentos com muitos objetos. Interface de usuário grande e não integrada, dificultando a navegação e aprendizado; Módulos funcionais heterogêneos com diferentes comportamentos de objetos; Bibliotecas menos amplas que produtos similares; eficiência na integração de suas várias aplicações reduz o valor e a amplitude do suporte que esses sistemas proporcionam individualmente. 7 REVIT Interface amigável e de fácil aprendizado; amplo conjunto de bibliotecas desenvolvidos por terceiros; por ser líder do mercado é a interface preferida para interligação direta; suporte bidirecional a desenhos, permitindo a geração e/ou modificação tanto via modelo quanto vistas; suporte a operações simultâneas no mesmo projeto; possui excelente biblioteca de objetos que suporta uma interface multiusuário. Projetos maiores que 220 megabytes, o sistema fica lento; limitações nas regras paramétricas para lidar com ângulos; não suporta superfícies curvas complexas. TEKLA STRUCTURES Modela estruturas que incorporam todos os tipos de materiais estruturais e detalhamento; suporte a modelos muito grandes e operações simultâneas no mesmo projeto com múltiplos usuários ao mesmo tempo; suporta a compilação de bibliotecas de componentes personalizados paramétricos complexos com pouca ou nenhuma programação. Funcionalidades são bastantes complexas e difíceis de aprender e utilizar plenamente; O poder de suas facilidades de componentes paramétricos requer operados sofisticados com alto nível de habilidade; Não suporta a importação de superfícies multicurvadas complexas de aplicações externas. VICO SOFWARE O módulo de modelagem é o mesmo do Archicad possuindo as mesmas vantagens; atribuição de composições aos objetos do modelo, definindo tarefas e recursos necessários para sua construção; atividades de cronograma definidas e planejadas usando técnicas da linha de balanço e integração à softwares de planejamento; permite simulações 4D e 5D. O módulo de modelagem é o mesmo do Archicad possuindo as mesmas desvantagens. Fonte: Adaptado de Eastman et al., 2014. Apesar da tabela acima mostrar software individuais, a indústria de softwares está cada vez mais oferecendo um conjunto (“Suites”) de programas que podem ser integrados nas diversas etapas do BIM. O quadro abaixo mostra as principais plataformas no mercado atual de 2015. 8 Quadro 2 - Plataformas BIM 2015. Fonte: Adaptado de Eastman et al., 2014. 1. 2.1 ArchiCAD O ArchiCAD foi um dos primeiros softwares BIM desenvolvidos para arquitetos, em 1984, pela Graphisoft, empresa Húngara sediada em Budapest, que foi adquirida no ano de 2006 pelo grupo Nemetschek. A Nemetschek é uma empresa Alemã sediada em Munique e fundada em 1963 pelo professor Georg Nemetschek, que fez seu “IPO” em 1999, adquiriu o Vectorworks no ano 2000; a Graphisoft e o Scia em 2006; a Data Design System (DDS-CAD) em 2013; o BlueBeam em 2014; e o Solibri em 2015. 9 Figura 1 - Representação dos produtos que compõem o portfólio da Nemetschek e da Graphisoft, indicados para o segmento de edificações. Fonte: Adaptado de Eastman et al., 2014. Na figura apresentada a seguir, serão apresentadas as descrições dos principais produtos que compõem a oferta da Nemetschek para o mercado de edificações, com a especificação dos correspondentes formatos de arquivos gerados e lidos e a homologação de importação e exportação ifc, quando existir. Figura 2 - Portfolio de produtos Nemetschek mais direcionados ao segmento de edificações, com breve descrição, formatos de arquivos gerados e lidos e certificação de exportação e importação ifc, quando aplicável. 10 Fonte: Adaptado de Eastman et al., 2014. 2. 2.2 Revit 3. Segundo Netto, (2016) o nome Revit vem das palavras em inglês “Revise Instantly”, que significa Revise instantaneamente, ou seja, ao desenhar no Revit, as alterações de um objeto se dão instantaneamente em todos os objetos iguais de 11 maneira simultânea e em todas as vistas do desenho em que ele aparece, de forma imediata. Netto (2016) afirma que o Revit é uma ferramenta que utiliza um novo conceito, o BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção), com o qual os edifícios são criados de uma nova maneira. Os arquitetos não estão mais desenhando vistas em 2D de um edifício 3D, mas projetando um edifício em 3D virtualmente. Segundo a autora supracitada, essa nova forma de projetar traz vários benefícios, tais como: Examinar o edifício de qualquer ponto. Testar e analisar o edifício. Verificar interferências entre as várias disciplinas atuantes na construção. Quantificar os elementos necessários à construção. Simular a construção e analisar os custos em cada uma das fases. Gerar uma documentação vinculada ao modelo que seja fiel a ele. Por se tratar de um modelo virtual, é possível utilizar informações reais para analisar conflitos de projeto, realizar estudo de insolação, uso de energia, entre outras facilidades. Os construtores do projeto têm a facilidade de simular várias opções de construção, economizando material e tempo de obra (NETTO, 2016). O Revit Architecture completa a solução BIM junto com o Revit Structure(projeto de estrutura) e o Revit MEP (Projeto de instalações elétricas, hidráulicas e ar- condicionado). A interoperabilidade deles garante a solução completa do protótipo digital do edifício (NETTO, 2016). Todos os objetos do Revit pertencem a uma família e essas famílias pertencem a categorias ou classes. As categorias (classes) são os elementos construtivos (paredes, vigas, pilares etc.) ou os objetos de anotação do desenho (texto, cotas, símbolos etc.) (NETTO, 2016). 12 4. MODELAGEM PARAMÉTRICA – OS D’S DO BIM A Modelagem Paramétrica é uma particularidade das ferramentas BIM e um diferencial aos objetos 3D, pois, apesar destes serem muito utilizados para facilitar a visualização gráfica, suas informações não possuem atributos e os dados não são integrados, ou seja, alterações podem ser feitas sem a interligação precisa com as demais disciplinas, diferentemente dos objetos modelados nas ferramentas BIM. De forma abrangente, os objetos paramétricos são definidos, segundo EASTMAN et al. (2014), da seguinte forma: a) Consistem em definições geométricas e dados e regras associadas; b) São objetos 3D, possuindo geometria integrada e não são representados por múltiplas vistas 2D independentes. Devido a isso, modificações de dimensões em uma vista são automaticamente refletidas nas outras vistas; c) As regras paramétricas modificam automaticamente as geometrias associadas. É possível vincular elementos, de forma que, por exemplo, ao diminuir a altura de uma parede, a inclinação do telhado se ajusta automaticamente; d) Além das características geométricas, é possível determinar um conjunto de atributos para o objeto, por exemplo, materiais estruturais, dados acústicos e dados de energia, vinculados a informações de peso, custo, durabilidade, entre outros; e) O modelo é composto por regras que limitam ações que violam a viabilidade do objeto. Por exemplo, não é possível inserir uma porta fora de uma parede. Ainda, de acordo com BOMFIM et al. (2016) “o sistema BIM reduz a probabilidade de erros tanto no projeto, quanto na obra. Isso se dá através de uma parametrização de componentes que irão compor o objeto arquitetônico a ser criado.” Essa parametrização é capaz de transformar um sistema produtivo de 2D para até 7D, a depender do nível de informações que o projetista forneça ao modelo em produção. Modelagem 3D: Segundo FOUQUET et al. (2011), “os avanços na modelagem 3D permitiram que se colocassem informações referenciadas nos modelos geométricos, permitindo maior compreensão durante o seu desenvolvimento e das intenções de projeto”. Modelagem 4D: “O BIM 4D introduz atributos de tempo ao modelo, permitindo o uso da tecnologia para modelagem e planejamento, simulando as etapas de 13 construção antes do início da mesma e estabelecendo melhores estratégias de planejamento” (MOTTER; CAMPELO, 2014). Modelagem 5D: Segundo SMITH (2014), “a modelagem 5D permite a geração de imediato dos orçamentos de custos financeiros e representações gráficas do modelo, com cronogramas associado ao tempo”. Modelagem 6D: “O sistema 6D permite estender o BIM para a gestão de instalações. Isso porque o núcleo do modelo BIM é uma rica descrição dos elementos de construção e serviços de engenharia que fornece uma descrição integrada para um edifício” (SMITH, 2014). Modelagem 7D: “A incorporação de componentes de sustentabilidade ao conceito de BIM gera modelos 7D, que permitem aos projetistas atender elementos específicos do projeto, comparar conformidade e validar as diferentes opções de estimativas de energia e demais sistemas” (SMITH, 2014). Figura 3 – Os D’s do BIM Fonte: Adaptado de Eastman et al., 2014. 14 5. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS E FUNCIONALIDADES BIM 1. A Visualização em 3D do que Está Sendo Projetado Nos projetos desenvolvidos em CAD (Computer Aided Design), tecnologia baseada apenas em documentos, as representações em plantas, cortes, vistas ou, no melhor dos casos, em desenhos de perspectivas e detalhes, não permitiam a correta visualização e a perfeita compreensão do que estava sendo projetado. O ‘leitor’ das informações documentadas em desenhos precisava usar sua imaginação para construir, apenas mentalmente, as imagens tridimensionais de uma edificação ou instalação projetada, combinando as informações documentadas e fragmentadas em diferentes desenhos. Figura 4 - Desenho em CAD, representando as instalações de ar condicionado de uma edificação. É preciso construir mentalmente as imagens tridimensionais das projeções. A modelagem 3D possibilita a visualização exata do que está sendo projetado, por mais complexa que seja a instalação ou edificação, além de oferecer funcionalidades para a detecção automática de interferências geoespaciais entre objetos. 15 Figura 5 - Imagem 3D renderizada, gerada por software BIM, representando parte das instalações de ar condicionado de uma edificação. Como dito anteriormente, nem todas as soluções de modelagem 3D são BIM, mas, se forem BIM, certamente serão 3D. As soluções BIM trabalham como gestores de bancos de dados, de forma que qualquer alteração ou revisão realizada em qualquer parte de um modelo será automaticamente considerada em todas as demais formas de visualização da correspondente massa de dados e informações, sejam tabelas, relatórios ou desenhos (documentos), gerados a partir do modelo (e em inexorável consequência do modelo). Somente a correta e inequívoca visualização do que está sendo projetado garante o entendimento e a eficácia no processo de comunicação e alinhamento entre todos os envolvidos na construção de um empreendimento (incorporadores, projetistas, especificadores, orçamentistas, compradores, construtores, etc.), inclusive nas suas fases mais iniciais. Em outras palavras, mesmo aqueles que não são familiarizados com os termos técnicos da construção civil (proprietários e investidores, por exemplo) conseguem entender perfeitamente o projeto. Tudo isso se traduz em menor desgaste e em menor quantidade de problemas durante a fase de execução. 16 Figura 6 - Imagem 3D renderizada, gerada por um software BIM, representando parte das instalações de ar condicionado de uma edificação. 17 6. MODELOS BIM Um modelo de informações de construção (Modelo BIM) e uma representação digital multidimensional das características físicas e funcionais de uma edificação ou instalação. Diferentes modelos BIM poderão ser desenvolvidos, de acordo com os usos e propósitos aos quais se destinarem; e esses diferentes modelos serão desenvolvidos em fases especificas do ciclo de vida de um empreendimento, considerando a consolidação das informações, resultantes da evolução do projeto e do processo de definição das soluções construtivas e especificações. Nos casos mais comuns, desenvolvem-se modelos BIM específicos para cada uma das principais disciplinas que compõem uma edificação ou instalação, isto é, um modelo para arquitetura, outro para estrutura, outro para instalações elétricas e hidráulicas, e assim por diante. Embora sejam modelos distintos, os desenvolvimentos são realizados seguindo um encadeamento logico e considerando as definições e evoluções já realizadas, ou seja, seguindo a premissa do ‘trabalho colaborativo’, no qual o esforço realizado por um participante do processo pode ser totalmente aproveitado por outro, que atuara no projeto em fases subsequentes do ciclo de vida de um empreendimento. Ainda sobre variações, elas também se diversificam na forma de compartilhar e trocar dados, dependendo da infraestrutura disponível e da configuração das diferentes equipes que desenvolvem o trabalho. Uma das boas práticas e estabelecer o que se chama de ‘modelo federado’ ou ‘modelo compartilhado’,para facilitar a troca de informações. 18 Figura 7 - A ilustração da esquerda demonstra o processo tradicional de trocas de informações entre várias disciplinas, comumente envolvidas no desenvolvimento de um projeto baseado em documentos (CAD). A ilustração da direita demonstra o estabelecimento de um modelo compartilhado (ou federado), que é utilizado para a troca de informações entre as diferentes disciplinas. Fonte: Adaptado de Eastman et al., 2014. Existem muitas questões que precisam ser endereçadas e tratadas para que esse modelo de comunicação e compartilhamento de dados realmente funcione, como a questão da interoperabilidade entre diferentes softwares ou diferentes tecnologias. Existem no mercado soluções que trabalham com formatos proprietários de arquivos e outras apresentadas como soluções ‘openBIM’, porque teriam adotado formatos de arquivos ‘abertos’. Por ora, talvez os pontos mais importantes a ressaltar correspondem ao fato de que, mesmo ainda não sendo muito simples nem de fácil resolução as questões de interoperabilidade e compatibilidade entre diferentes softwares, e possível viabilizar a realização do processo de troca de informações e interações ilustrado na figura anterior. 19 7. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT ABNT NBR 6492:1994 Representação de projetos de arquitetura (em revisão). ______ Elaboração de projetos de edificações – Atividades técnicas ABNT NBR 13531:1995. ______. Sistema de classificação da informação da construção. ABNT NBR 15965: 2011; AMERICAN INSTITUTE OF ARCHITECTS - AIA - Integrated Project Delivery: A Guide. AIA National e AIA California Council, 2007, disponível em https://www.aia.org, acesso em 14/07/2017. ______ G202-2013 Project Building Informatio Modeling Protocol Form, 2013. BIM FORUM, Level of Development Specification, 2016, disponível em https://bimforum. org/lod/, acesso em 20 de julho de 2017. BRASIL . Lei 5.194/66 DE 24 DE DEZEMBRO DE 1966 Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5194.htm acesso em 05/09/2017. BRASIL. Lei 9.610/98 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. BRITISH STANDARDS INSTITUTION – BSI, PAS 1192-2:2013 – Specification for information management for the capital/delivery phase of construction projects using building information modelling disponível em https://shop.bsigroup.com, acesso 05/09/2017. BUILDINGSMART, http://www.buildingsmart-tech.org/, acesso em 20 de julho de 2017. ______ Pset_SpaceCommon , disponível em http://www.buildingsmart- tech.org/ifc/IFC2x3/TC1/html/psd/IfcProductExtension/Pset_SpaceCommon.xml , acesso em 12/07/2017. CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO - CAU, Remuneração do Projeto Arquitetônico de Edificações, disponível em http://honorario.caubr.gov.br/download/acesso em 20 de julho de 2017. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA -CONFEA, RESOLUÇÃO Nº 361, DE 10 DEZ 1991. CREATIVE COMMONS, Atribuição 3.0 Brasil (CC BY 3.0 BR), disponível em https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/ , acesso em 20 de julho de 2017. 20 EASTMAN, Chuck; et al. BIM Handbook: A Guide to Building Information Modeling for Owners, Managers, Designer, Engineers and Contractors. 2. ed. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2011. 634 p. FORBES, Lincoln H.; AHMED, Syed M. Modern Construction - Lean Project Delivery and Integrated Practices. 1. ed. Boca Raton: CRC Press – Taylor & Francis Group, 2011. 524 p. INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION – ISO, Industry Foundation Classes (IFC) for data sharing in the construction and facility, ISO 16739:2013. MOLENAAR, Keith; et al. Sustainable, High Performance Projects and Project Delivery Methods: A State-of-Practice Report. Charles Pankow Foundation; Design-Build Institute of America (DBIA), 2009. 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