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SAÚDE-PÚBLICA-9

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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
1 CONCEITOS....................................................................................................... 4 
1.1 Saúde Pública ................................................................................................... 4 
1.2 Saúde coletiva .................................................................................................. 6 
1.3 Meio ambiente e saúde coletiva ....................................................................... 8 
1.4 Atuação da saúde coletiva .............................................................................. 10 
2 POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL ............................................................... 13 
2.1 Modelo político atual ....................................................................................... 16 
3 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE ............................................ 19 
3.1 Política nacional de humanização (PNH) ........................................................ 19 
3.2 Princípios e diretrizes da humanização .......................................................... 22 
3.3 Humanização em gestão e serviços de saúde ............................................... 23 
4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
 26 
4.1 Atendimento público voltado à criança e ao adolescente. .............................. 26 
4.2 Tipos de ações no atendimento às crianças e aos adolescentes ................... 28 
4.3 Proteção à saúde da criança e do adolescente .............................................. 31 
5 ÓRGÃOS REGULADORES DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL .................... 33 
5.1 Conceito de órgão regulador .......................................................................... 34 
5.2 Objetivo dos órgãos reguladores .................................................................... 38 
6 REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 41 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
4 
 
1 CONCEITOS 
A saúde sempre foi um tema muito debatido na sociedade, pois ele faz parte 
de nossas vidas. Se trata de um tema fundamental para a preservação da vida 
humana, e sua promoção vai muito além de descobrir curas para determinadas 
doenças, pois incluí também a prevenção delas. A prevenção envolve tanto aspectos 
relacionados à saúde, como também aspectos sociais. Essa visão mais ampla de 
saúde é a base para a formação de uma saúde coletiva. 
1.1 Saúde Pública 
Embora muito próximas e muitas vezes confusas, saúde pública e saúde 
coletiva não são a mesma coisa: têm origens, projetos e compromissos diferentes. 
A saúde pública refere-se às intervenções e serviços voltados ao combate de 
doenças ou outras situações que ameacem a saúde da população, sendo o Estado o 
principal responsável pela realização da saúde pública, ou seja, promover ações 
voltadas ao desenvolvimento do bem-estar e da saúde da população. 
No entanto, a promoção da saúde pública vai além do que o Estado pode fazer: 
a sociedade civil também contribui para a construção da saúde pública por meio de 
ações de desenvolvimento da cidadania, e importantes elementos do capital social 
contribuem para a construção de uma cultura em uma sociedade que entende a saúde 
como um valor social. 
Winslow (apud SOUZA, 2014, p. 15) define saúde pública como: 
[...] a ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida, promover 
a saúde física e a eficiência através dos esforços da comunidade 
organizada para o saneamento do meio ambiente, o controle das 
infecções comunitárias, a educação dos indivíduos nos princípios de 
higiene pessoal, a organização dos serviços médicos e de enfermagem 
para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo da doença e o 
desenvolvimento da máquina social que assegurará a cada indivíduo 
na comunidade um padrão de vida adequado para a manutenção da 
saúde. 
 
 
5 
 
Seguindo este entendimento, Wislow (apud LECHOPIER, 2015, p. 209) 
apresenta os meios para alcançar os objetivos da saúde pública. São eles: 
 sanitarização do ambiente; 
 controle das infecções transmissíveis; 
 educação individual da higiene pessoal; 
 organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico 
precoce e o tratamento preventivo de doenças; 
 construção da maquinaria social para assegurar a todos um padrão de 
vida adequado para a manutenção da saúde. 
Portanto, a saúde pública é uma atividade coletiva entre o Estado e a sociedade 
com o objetivo de preservar e melhorar a saúde de cada indivíduo. A saúde pública é 
muitas vezes considerada sinônimo de ações de saúde promovidas pelo Estado, mas 
também inclui ações não estatais, e nem todas as ações de saúde promovidas pelo 
Estado são iguais à saúde pública. 
Dessa forma, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) define 11 
funções atuais essenciais da saúde pública na América: 
1. monitoramento, avaliação e análise da situação de saúde; 
2. vigilância da saúde pública, pesquisa e controle de riscos e danos à saúde 
pública; 
3. promoção da saúde; 
4. participação dos cidadãos na saúde; 
5. desenvolvimento de políticas e capacidade de planejamento e gestão 
institucional da saúde pública; 
6. fortalecimento da capacidade institucional de regulação e fiscalização em 
questões de saúde pública; 
7. avaliação e promoção do acesso equitativo aos serviços de saúde 
essenciais; 
8. desenvolvimento e treinamento de recursos humanos para a saúde pública; 
 
6 
 
9. garantia da melhoria da qualidade dos serviços de saúde individuais e 
coletivos; 
10. pesquisa em saúde pública; 
11. redução do impacto de emergências e desastres na saúde. 
1.2 Saúde coletiva 
A saúde coletiva no Brasil foi construída a partir do movimento sanitarista latino-
americano e da corrente da reforma sanitária no país, que aconteceu entre 1960 e 
1970. Nesse mesmo período foram instituídos programas para expandir o 
atendimento médico às zonas rurais e periféricas urbanas; também foram elaborados, 
nos cursos de medicina, departamentos de medicina preventiva. 
Elementos como por exemplo as políticas de saúde pública e de ciências 
sociais fazem parte da formação da saúde coletiva. Ela tem uma visão econômica, 
social e ambiental sobre as possíveis propagação de doenças nas regiões, lidando de 
forma preventiva para combatê-las. A prevenção se torna possível por meio de dados 
sociais, econômicos e informações sobre a propagação de doenças. As formas de 
prevenção adotadas devem levar em consideração específicas de cada região. 
Souza (2014, p. 11) define saúde coletiva como: 
[...] uma área do saber que toma como objeto as necessidades sociais 
de saúde (e não apenas as doenças, os agravos ou os riscos), 
entendendo a situação de saúde como um processo social (o processo 
saúde-doença) relacionado à estrutura da
sociedade e concebendo as 
ações de atenção à saúde como práticas simultaneamente técnicas e 
sociais. 
 
 
Em relação ao campo de conhecimento, Paim e Almeida (1998, p. 309) 
expressam a seguinte visão sobre saúde coletiva: 
[...] a saúde coletiva contribui com o estudo do fenômeno 
saúde/doença em populações enquanto processo social; investiga a 
produção e distribuição das doenças na sociedade como processos de 
produção e reprodução social; analisa as práticas de saúde (processo 
de trabalho) na sua articulação com as demais práticas sociais; procura 
compreender, enfim, as formas com que a sociedade identifica suas 
 
7 
 
necessidades e problemas de saúde, busca sua explicação e se 
organiza para enfrentá-los. 
 
Por vezes, pode parecer que não existe diferença entre a saúde coletiva e a 
saúde pública, todavia, é importante lembrar que a saúde coletiva tem como objeto de 
estudo as necessidades da saúde, enquanto que a saúde pública tem como objeto de 
estudo os problemas de saúde. A diferença entre esses dois objetos de estudo, dizem 
respeito aos aspectos de combate à doença e longevidade; já as necessidades da 
saúde, além disso, também engloba os aspectos de melhoria na qualidade de vida, 
liberdade humana e busca pela felicidade (SOUZA, 2014, p. 17 e 18). 
A saúde coletiva é um elemento social fundamental e a sua promoção está 
diretamente vinculada ao conceito de políticas públicas e popularização da vida social. 
Outra maneira de verificar a diferença entre saúde pública e coletiva é analisar 
os meios de trabalhos utilizados por ambas. No entendimento de Souza, (2014, p. 18), 
o instrumento de trabalho da saúde pública é a epidemiologia tradicional, ou seja, a 
concepção biologista da saúde, e o instrumento da saúde coletiva é: 
[...] a epidemiologia social ou crítica que, aliada às ciências sociais, 
prioriza o estudo da determinação social e das desigualdades em 
saúde, o planejamento estratégico e comunicativo e a gestão 
democrática. Além disso, abre-se às contribuições de todos os saberes 
- científicos e populares - que podem orientar a elevação da 
consciência sanitária e a realização de intervenções intersetoriais 
sobre os determinantes estruturais da saúde. Assim, os movimentos 
como promoção da saúde, cidades saudáveis, políticas públicas 
saudáveis, saúde em todas as políticas compõem as estratégias da 
Saúde Coletiva. 
 
De certa forma, pode-se afirmar que a saúde pública é uma forma de saúde 
coletiva, ou seja, a saúde coletiva é um aspecto mais amplo da saúde. Atualmente, a 
saúde pública engloba um planejamento nacional e mais recursos do Estado. Já a 
saúde coletiva deve ser elaborada de forma regional, em consonância com a realidade 
local, e atuar estrategicamente na prevenção. 
 
8 
 
1.3 Meio ambiente e saúde coletiva 
Antes de compreender a relação da saúde coletiva com o meio ambiente, se 
faz necessário definir o que é meio ambiente, porque muitas vezes vinculamos essa 
palavra apenas às florestas e aos rios afastados da urbanização. Todavia, o meio 
ambiente é tudo aquilo que está à nossa volta, é o local do qual fazemos parte. 
Portanto, sendo o ambiente rural ou urbano, das duas formas é meio ambiente. 
A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 
1981) no artigo 3, nos diz que o meio ambiente pode ser compreendido como “o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. (BRASIL, 1981) 
 
As dimensões do meio ambiente seriam tanto os patrimônios naturais 
(fauna, flora, recursos minerais, recursos hídricos) e sua relação direta 
e indireta com os seres vivos e humanos quanto os patrimônios 
artificiais construídos pelos seres humanos e toda a sua infraestrutura 
relacionada, como a construção de uma cidade e seu devido 
saneamento básico, rodovias, serviços médico-hospitalares, sem 
esquecer a cultura humana que perpassa por esses ambientes 
diferentes (OLIVEIRA; CASTRO, 2013, p. 6). 
 
A partir dessa compreensão sobre o meio ambiente, é possível entender a sua 
relação com a saúde coletiva. Os indivíduos fazem parte do meio ambiente e as 
alterações no meio ambiente afetam o bem-estar e a saúde dos seres humanos, assim 
como as modificações humanas alteram o meio ambiente. Sendo assim, as condições 
sanitárias, como parte do ambiente em que o homem vive, atingem a saúde humana. 
Como dito anteriormente, a saúde coletiva atua diretamente na prevenção das 
epidemias, e, para isso, é necessário também que ela atue sobre a área sanitária, ou 
seja, na higiene. Por isso, por volta de 1980, no Brasil, a luta pela saúde coletiva ficou 
vinculada com a busca pela Reforma Sanitária. Durante alguns anos, esses dois 
assuntos foram pensados de maneira separada, mas ainda estão estreitamente 
ligados. 
 
 
9 
 
Um importante fator para a prevenção de doenças, é a higiene em volta do 
ambiente onde as pessoas moram. Muitas vezes a saúde é prejudicada por conta da 
poluição e pela destruição da água, do ar e do solo, bem como também pelas 
condições ruins de moradia, e ausência de saneamento básico. Essas condições são 
muito comuns nas grandes regiões urbanas, principalmente nas favelas e nos 
cortiços. Para assegurar a saúde, a habitação das pessoas necessita ser saudável. 
 
[...] a habitação é considerada como um agente da saúde de seus 
moradores e relaciona-se com o território geográfico e social onde se 
assenta, os materiais usados para sua construção, a segurança e 
qualidade dos elementos combinados, o processo construtivo, a 
composição espacial, a qualidade dos acabamentos, o contexto global 
do entorno (comunicações, energia, vizinhança) e a educação em 
saúde e ambiente de seus moradores sobre estilos e condições de vida 
saudável. Do ponto de vista do ambiente como determinante da saúde, 
a habitação se constitui em um espaço de construção e 
desenvolvimento da saúde da família. (AZEREDO et al., 2007, p. 744). 
 
De acordo com a empresa Terra Ambiental, o não tratamento do esgoto pode 
acarretar doenças como febre tifoide, cólera, hepatite A e leptospirose. No Brasil, 
segundo o IBGE, uma pesquisa feita em 2017 mostrou que 60,9% das residências 
tinham banheiro e esgoto sanitário por rede geral de esgoto, ou seja, 39,1% dos 
domicílios brasileiros ainda não têm saneamento básico (IBGE, 2020). 
A poluição e a degradação da água e do solo têm origem por diversos fatores, 
e o principal deles é o despejo de resíduos químicos, como mercúrio e enxofre, pelas 
indústrias de mineração, que podem produzir graves danos à saúde da população que 
se encontra no meio ambiente afetado. Os alimentos transgênicos e o uso em excesso 
de agrotóxicos são também fatores que afetam de forma considerável a saúde da 
população. 
Há sérias evidências de que os alimentos transgênicos afetam a saúde do 
consumidor, reduzindo a expectativa de vida e aumentando as possibilidades de 
desenvolver câncer. 
O lixo sólido despejado nas ruas e avenidas das áreas urbanas também é 
causa de problemas de saúde pública, esse lixo acumulado prejudica a rede de 
 
10 
 
drenagem das ruas, levando a alagamentos e aumentando o risco de epidemias como 
a leptospirose. 
Em 2011, houve um caso de intensos deslizamentos de terras nos municípios 
de Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto e Teresópolis; nesse 
mesmo período, ocorreu um aumento no número de internações causadas pela 
leptospirose, chegando a quase 20 internações em fevereiro de 2011 – sendo que a 
média registrada para esse mês era menor que cinco internações. 
Quando esses resíduos estão acumulados em terrenos abandonados, tornam-
-se redutos de larvas do mosquito aedes egpypti, que transmite dengue, zika, febre 
chikungunya e febre amarela. 
Através das informações citadas, é possível perceber que a maioria das causas 
ambientais mencionadas até agora que afetam a saúde das pessoas
atingem 
diretamente a população mais pobre. Por isso, podemos considerar que a 
desigualdade, a exclusão social e a marginalização de indivíduos estão entre as 
condições que mais acarretam impactos na saúde humana. 
As condições básicas de vida a que todos os seres humanos têm 
direito (saúde, segurança, trabalho, educação, moradia etc.), 
dependem diretamente de um meio ambiente saudável (Johnston, 
1995). Os elevados índices de morbidade e mortalidade nos países em 
desenvolvimento, com os conhecimentos de prevenção que se têm, 
poderiam ser reduzidos quase aos níveis dos países desenvolvidos. As 
causas dos atuais excessos de doenças nos países em 
desenvolvimento são, na sua maioria, originárias do meio ambiente e 
poderiam essencialmente ser evitadas (DOLL, 1992; MENDES, 1988 
apud FERREIRA; ANJOS, 2001, p. 695) 
 
A melhoria na distribuição de renda, que envolve fatores políticos, econômicos 
e sociais, proporcionaria uma melhoria na saúde da população. 
1.4 Atuação da saúde coletiva 
A saúde coletiva, representar um conceito mais amplo de saúde, atuando em 
vários focos. De modo geral, ela atua na promoção, proteção e recuperação da saúde. 
A promoção da saúde atua no diagnóstico, reconhecimento e tratamento das 
doenças e de aspectos que interfiram na qualidade de vida da população, bem como 
 
11 
 
no desenvolvimento e elaboração de tecnologias voltadas para os variados aspectos 
da saúde, como cultura, educação e cuidado. Já a proteção da saúde, age no 
diagnóstico, reconhecimento e tratamento dos fatores que geram a desigualdade e a 
vulnerabilidade social, no controle de doenças, na vigilância epidemiológica, sanitária 
e ambiental e na redução de riscos. Combater a desigualdade e a vulnerabilidade 
social é uma tarefa que deve incluir todas os suportes sociais e estatais, bem como a 
participação de toda a população. 
A recuperação da saúde atua no âmbito institucional, na gestão e no 
planejamento das clínicas, hospitais, nos processos de acolhimento, nos programas 
e sistemas assistenciais e de apoio psicológico e de toda a rede de saúde. 
A saúde coletiva atua em inúmeras áreas para garantir a promoção da saúde 
em todos seus aspectos. Por meio dos estudos e pesquisas acadêmicas 
desenvolvidas para tentar compreender as dimensões em que a saúde coletiva deve 
atuar, também se tem compreendido que a saúde coletiva exige uma 
transdisciplinaridade, ou seja, a junção de várias disciplinas para se chegar ao 
conhecimento. 
Acerca desse assunto, observe o que escrevem Sánchez e Bertolozzi (2007, 
p. 322): 
A abordagem na perspectiva da determinação social da saúde-doença 
e que o modelo de vulnerabilidade apresentado incorpora aponta para 
a necessidade da transdisciplinaridade, o que é fundamental quando 
se trata de problemas ou de necessidades de saúde, na medida em 
que a complexidade do objeto da saúde requer diferentes aportes 
teórico-metodológicos, sob pena de reduzir as ações a “tarefas” 
pontuais, de caráter emergencial, que não modificam a estrutura da 
teia de causalidade. 
 
Uma outra maneira de ver os focos de atuação da saúde coletiva é através de 
uma análise da forma como os profissionais que nela atuam podem exercer suas 
atividades. 
 Regis e Batista (2015, p. 835) explicam como deve ser a atuação do enfermeiro 
na saúde coletiva: 
[...] desenvolver atividades gerenciais e contribuir com a consolidação 
da estratégia da saúde da família. É competência do enfermeiro, ainda, 
promover atividades educativas e ações que garantam a integralidade 
 
12 
 
do ser humano na atenção à saúde. Evidencia-se a importante 
contribuição da saúde coletiva para o empoderamento de enfermeiros 
dentro do atual contexto brasileiro e mundial. A saúde coletiva 
configura-se como uma nova perspectiva de saberes e práticas: as 
possibilidades teóricas são ampliadas para além da enfermagem 
centrada em procedimentos e no corpo biológico; a autonomia e o 
trabalho em equipe ressignificam a prática dos enfermeiros e atributos 
como comprometimento social e visão crítica e reflexiva são 
identificados não só como características do ser humano-cidadão, mas 
também do ser humano-profissional enfermeiro. 
 
O nutricionista pode ser compreendido como um profissional que atua na saúde 
coletiva, e promove a segurança alimentar como uma maneira de prevenir doenças 
de uma pessoa ou de um determinado grupo da população; por exemplo, ele pode 
trabalhar no combate à obesidade em um caso específico ou com campanhas 
educativas junto a grupos de crianças em escolas. 
O fisioterapeuta também pode exercer suas atividades na saúde coletiva, tanto 
desenvolvendo seu trabalho no atendimento de reabilitação, como também na 
orientação postural, que é um importante aliado na prevenção de inúmeras doenças. 
Bispo Júnior (2010, p. 1633) relata a importância da orientação postural e diz como 
deve ser construída essa orientação nas comunidades: 
 
A questão da postura deve ser difundida em âmbito coletivo não 
apenas como questão estética, mas como atitude corporal inerente a 
uma vida saudável e fator preventivo para diversas doenças. No âmbito 
da atenção básica, o fisioterapeuta deve atuar preferencialmente com 
grupos populacionais, orientando sobre as posturas mais adequadas 
para cada grupo ou para cada situação. A prática da educação em 
saúde não deve e não pode ser entendida como ação vertical e 
unidirecional, do profissional que sabe para a população que não sabe. 
O processo de educação e orientação postural deve ser construído 
coletivamente, levando-se em consideração quais os hábitos, 
costumes e crenças com poder de influência na postura daquela 
comunidade. 
 
O psicólogo saindo das práticas individuais de consultórios pode abranger sua 
contribuição para o campo coletivo. Sua principal atuação é exercer acolhimento e 
cuidado com os usuários das redes de saúde pública, suas famílias e os profissionais 
que atuam nela. Esses profissionais, são apenas exemplos para que se possa 
compreender melhor como acontece o trabalho na saúde coletiva. Todavia, existem 
 
13 
 
outros profissionais que também podem colaborar com as áreas da saúde coletiva, 
uma vez que ela integra diversos focos de atuação dentro da saúde, economia e 
sociedade. 
2 POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
Durante muitos anos, as políticas públicas de saúde no Brasil sofreram 
modificações e adequaram-se aos momentos políticos, econômicos e sociais do país. 
Apenas em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, certas normas 
sanitárias foram colocadas em prática, mesmo que apenas nos portos, para evitar a 
entrada de doenças contagiosas que pudessem alcançar a nobreza. Por volta de 
1822, novas políticas públicas frágeis foram aplicadas no controle dos portos, mas, 
sem muito sucesso. Somente após a Proclamação da República é que foram 
implementadas práticas de saúde em nível nacional. Após um longo período, a saúde 
ganhou força no Brasil a partir da Constituição de 1988, que criou o Sistema Único de 
Saúde (SUS). O SUS surgiu para proporcionar aos excluídos a assistência à saúde 
(BRASIL, 1988). 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Fonte: Palm et al. (2011) 
 
No ano de 1904, ocorreu a chamada Revolta da Vacina, em decorrência de um 
modelo de intervenção chamado Campanhista, que, apesar de alguns abusos nas 
práticas de saúde, obteve também algumas vitórias contra as epidemias. Um dos 
 
15 
 
médicos desse período foi Oswaldo Cruz, que elaborou uma reforma, incorporando 
ações de Saúde, inserindo novos elementos, como: 
a) o registro demográfico, proporcionando o conhecimento da composição e os 
fatos vitais de importância da população; 
b) a inserção do laboratório como auxiliar do diagnóstico etiológico; 
c) a produção organizada de produtos profiláticos para uso em massa (PAIM, 
2009). 
Em 1920 Carlos Chagas surgiu como sucessor de Oswaldo Cruz, e conseguiu 
inserir a propaganda e a educação sanitária na rotina de
ação, reinventando o modelo 
Campanhista de Oswaldo, que era apenas fiscalizador. Foram instituídos, nesse 
período, órgãos especializados contra a tuberculose, a lepra e as doenças venéreas. 
Como foi uma luta marcada por muitos professores, pesquisadores e médicos, esse 
movimento conquistou bases e sindicatos. 
Através desses primeiros esforços, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde 
(CEBES) foi criado em 1976, organizando o movimento da reforma sanitária e, em 
1979, formou-se a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva 
(ABRASCO) ambas ajudaram nas reformas da saúde. 
No decorrer da ditadura militar, pouco foi feito pela saúde dos brasileiros. No 
período, foram desenvolvidos os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP), 
unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Foi um período em que 
houve também um aproveitamento da medicina pela previdência social. 
Foi uma época em que a população brasileira enfrentava a ditadura e 
denunciava o autoritarismo nas práticas de saúde (PAIM, 2009). Em 1970, foi criado 
o Movimento da Reforma Sanitária, “que tinha como finalidade conquistar a 
democracia para mudar o sistema de saúde” (PAIM, 2009). 
O movimento da reforma sanitária no Brasil acabou se desenvolvendo, e a 
partir de 1979, acorreram inúmeras reuniões de pesquisadores, gestores de Saúde e 
outros movimentos sociais e, em 1980, foi instituído o Conselho Nacional de 
Secretários de Saúde (CONASS). Na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, 
 
16 
 
foi feita a elaboração do SUS, com base em estratégias de saúde que foram realizadas 
no Brasil (PAIM et al., 2011). 
Dessa forma, é possível fazer uma ligação de que o SUS é uma decorrência 
direta da Reforma Sanitária, mas não é filho único. O SUS foi regulamentado na 
Constituição de 1988, onde ficou garantido o direito à saúde como sendo um direito 
fundamental e social do ser humano. (BRASIL, 1988) 
O SUS foi elaborado com princípios doutrinários, que são a base de tudo que 
é praticado para a população. Sendo eles: 
 Universalidade: o acesso às ações deve ser garantido a todas as pessoas. 
 Equidade: garante a igualdade da assistência à saúde sem preconceitos ou 
privilégios. 
 Integralidade: considera o indivíduo como um todo, e as ações de saúde devem 
atender a todas as necessidades. 
 Hierarquização: é um conjunto de ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, para todos os níveis de complexidade. 
 Participação popular: democratização dos processos decisórios dos serviços 
de saúde. 
 Descentralização: consolidada com a municipalização, torna o município gestor 
do SUS. 
2.1 Modelo político atual 
O sistema de saúde vigente atual é descentralizado, ou seja, o poder e a 
responsabilidade sobre o setor são distribuídos entre as três competências do 
governo, buscando uma prestação de serviços mais eficiente, e com maior 
fiscalização. Podemos dizer ainda, que o modelo de saúde vigente no Brasil é 
composto por uma rede complexa que gera uma combinação público-privada, 
financiada por recursos privados. Nesse atual Sistema de Saúde existem subsetores, 
sendo eles: 
 
 
17 
 
 subsetor público, no qual os serviços são financiados e providos pelo Estado 
nos níveis federal, estadual e municipal, incluindo os serviços de saúde 
militares; 
 subsetor privado (com fins lucrativos ou não), no qual os serviços são 
financiados de diversas maneiras com recursos públicos ou privados; 
 subsetor de saúde suplementar, com diferentes tipos de planos privados de 
saúde e de apólices de seguro, além de subsídios fiscais. 
A política de saúde vigente incentiva o setor privado e possibilita a privatização 
da saúde através de credenciamentos de médicos, remuneração e criação de clínicas 
diagnósticas ou terapêuticas e hospitais e ainda estimula empresas de planos de 
saúde. Grande parte dos planos de saúde no Brasil são de empresas comerciais e 
oferecem planos com diferentes níveis. 
Para regulamentar esses planos, no ano de 2000 foi elaborada a Agência 
Nacional de Saúde Suplementar. 
O modelo é hierarquizado, separado em níveis de complexidade os serviços, 
formados pela atenção básica, que é a principal porta de entrada no sistema, a qual 
deve ser a sua ordenadora. Dessa forma, temos: atenção primária ou básica; atenção 
secundária; e atenção terciária ou de média e alta complexidade (PAIM et al., 2011) 
Atenção básica: por conta do processo de descentralização, tem melhorado 
muito. Por meio dela são realizadas diversas estratégias, como, por exemplo, o 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde e o Programa de Saúde da Família 
(PSF), também conhecido como Estratégia de Saúde da Família (ESF). 
A ESF funciona por meio de equipes de saúde, que atuam em áreas 
geográficas e populações bem definidas. As atividades de promoção de saúde 
funcionam nas unidades, nas casas dos pacientes e na comunidade. 
Atenção secundária: é pouco regulamentada, e os procedimentos de média 
complexidade normalmente são deixados de lado em prol dos procedimentos de alto 
custo. Nessa atenção secundária, o SUS é totalmente dependente de contratos com 
o setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico. Na 
atenção secundária, encontramos especialidades odontológicas, serviços de 
 
18 
 
aconselhamento para HIV, centros de referência de Saúde do trabalhador, além da 
criação das unidades de pronto atendimento (UPAs), que são articuladas com o 
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 
Atenção terciária ou hospitalar: incluem-se aqui procedimentos de alto custo, 
que muitas vezes são realizados por prestadores privados ou hospitais públicos de 
Ensino. Nesse nível de atenção à saúde está incluído o sistema de gerenciamento de 
listas de espera para transplantes de órgãos. 
As políticas públicas de saúde desenvolvidas no Brasil são pautadas por 
diretrizes e medidas que expressem o posicionamento do Estado diante de situações 
consideradas de interesse público, visando à recuperação em nível individual ou 
coletivo. 
Essas são políticas que devem sempre reconhecer as desigualdades e buscar 
uma redução das diferenças existentes entre os cidadãos. Uma das políticas 
implementadas é a questão da disparidade de gênero. 
As políticas públicas devem levar em consideração não somente as diferenças 
biológicas nas condições de saúde entre homens e mulheres, mas, também, a 
dimensão social e os meios de adoecimento, que são diferentes entre homens e 
mulheres. A naturalização da agressividade como um atributo masculino e da 
fragilidade e submissão como características femininas impactam negativamente nas 
condições de saúde (LIMA, 2015). 
Entre as reformulações nos processos de saúde vigentes, uma das mais novas 
foi a de Contratualização. A Contratualização acontece nos cuidados primários de 
saúde e é uma tendência internacional das reformas dos sistemas de saúde, adotada 
entre as décadas de 1990 e 2000, nos países da Europa. No Brasil, a Contratualização 
foi recepcionada na atenção básica das três esferas governamentais, através do 
Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade, com base em parcerias estabelecidas 
entre a administração direta e instituições do terceiro setor. 
A Contratualização pode ser compreendida como um processo no qual o gestor 
do SUS e o representante legal do hospital público ou privado elaboram metas 
quantitativas e qualitativas de atenção à saúde e de gestão hospitalar. Se trata de um 
 
19 
 
modelo novo, fundamentado no repasse de incentivos financeiros calculados a partir 
da série histórica da produção hospitalar, possibilitando um incentivo de Adesão à 
Contratualização (IAC) (PACHECO, 2006). 
A seguir temos algumas vantagens da Contratualização: 
 Programação Orçamentária e Financeira; 
 Facilitação dos Processos de Avaliação, Controle e Regulação dos Serviços 
Ofertados; 
 Possibilidade de Investimento
na Gestão Hospitalar; 
 Adequação dos Serviços conforme a demanda e as necessidades do gestor 
local de saúde; 
 Maior transparência na relação com o gestor local do SUS; Melhor inserção 
institucional na rede de serviços de Saúde. 
3 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE 
3.1 Política nacional de humanização (PNH) 
A humanização é hoje um tema bastante comum nos serviços públicos de 
saúde, nos textos oficiais e também nas publicações da área da saúde coletiva. O 
termo “humanização” lembra os movimentos de recuperação de valores humanos 
esquecidos nos tempos de relaxamento da ética. Em todo o decorrer da história, a 
humanização surge no momento em que a sociedade pós-moderna passa por uma 
revisão de valores e atitudes. 
O princípio da PNH tem origem vinculada a uma inspiração humanista: 
universalidade, integralidade, equidade e participação social. Levados às últimas 
consequências, conceituam a humanização em qualquer concepção, em qualquer 
instância de atenção ou gestão. Esse caráter faz do SUS, hoje, o principal sistema de 
inclusão social deste país. 
A humanização da atenção no SUS envolve a compreensão de que o trabalho 
em saúde precisa transformar as necessidades humanas e fortalecer a vida. Acolher 
 
20 
 
e garantir o acesso, determinar atenção e cuidado integral, sempre com equidade. 
Humanizar significa compreender a necessidade dos conflitos existentes para que a 
produção do mundo e dos seus valores seja coletiva e pública. 
Os procedimentos das ações propostas pela Política de Humanização da 
Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às 
especificidades de cada instituição, incentivando assim a cooperação entre as 
mesmas pela troca de experiências elaboradas, visando a qualificação do serviço 
público de saúde. 
Anos após o seu surgimento, o SUS é um sistema idealizado para satisfazer os 
anseios do povo brasileiro, todavia, é também um sistema de saúde público que 
apresenta diversas contradições e heterogeneidades, pois é caracterizado por 
serviços modernos, e também de serviços sucateados nos quais estão presentes a 
permanência de um modo obsoleto de executar o serviço público, a burocratização e 
os fenômenos que representam situações de violência institucional. 
No ano 2000, o Ministério da Saúde, sensível às manifestações setoriais e às 
diversas iniciativas locais de humanização das práticas de saúde, criou o Programa 
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). 
Esse programa incentivava a disseminação das ideias da humanização, bem 
como os diagnósticos que surgiam, e a promoção de ações humanizadoras de acordo 
com a realidade de cada local. Sendo um programa inovador e bem construído por 
um grupo de psicanalistas, tinha ainda forte ênfase na transformação das relações 
interpessoais devido ao aprofundamento da compreensão dos fenômenos no campo 
das subjetividades. 
No ano de 2003, o Ministério da Saúde analisou o PNHAH e iniciou a política 
nacional de humanização (PNH) que alterou o patamar de alcance da humanização 
dos hospitais para toda a rede SUS e determinou uma política cujo foco passou a ser 
principalmente os processos de gestão e de trabalho. Dessa forma, a PNH passou a 
ser um conjunto de diretrizes transversais que são a base para toda atividade 
institucional que engloba usuários ou profissionais da saúde, em qualquer instância 
de efetuação. 
 
21 
 
Nessa vertente, a humanização enfatiza os processos de trabalho e os modelos 
de gestão e planejamento, se envolvendo na vida institucional. O resultado que se 
espera com a humanização, é a valorização das pessoas em todas as práticas de 
atenção e gestão, a integração, o compromisso e a responsabilidade de todos com o 
bem comum. 
Diversas ações e indicadores de validação e monitoramento foram elaborados 
pelo Ministério da Saúde para incentivar e acompanhar os processos de humanização 
não só nos hospitais, mas também nos três níveis de atenção à saúde no SUS. A 
estratégia de formação e fortalecimento dos Grupos de Trabalho de Humanização nas 
instituições (grupos compostos por pessoas ligadas ao tema e aos gestores dos 
serviços de saúde, com o papel de implementar a PNH em sua unidade) mostrou êxito 
em vários locais, acumulando muitos bons exemplos de trabalho na área. Entretanto, 
a humanização só se torna real em uma instituição, quando seus administradores 
fazem dela mais que retórica, um modelo de fazer gestão. Somente as boas intenções 
e programas vinculados a ações circunstanciais não são suficientes para a a 
realização da humanização como processo transformador. 
Os meios que de fato asseguram esse processo são a informação, a educação 
contínua e a gestão participativa. 
Focar na humanização significa menos o que fazer e mais como fazer. Mesmo 
sendo importantes, as ações ditas humanizadoras não necessariamente especificam 
um caráter humanizado ao serviço como um todo. Na verdade, são os princípios 
conceituais que definem a humanização como uma base para toda e qualquer 
atividade. Dessa forma, existe um desafio que é criar uma nova cultura institucional 
que seja cercada pelos valores da humanização. 
Tornar a assistência à saúde humanizada, é dar voz não somente ao usuário, 
mas também ao profissional de saúde, para que ambos participem de uma rede de 
diálogo. Essa rede deve promover ações, campanhas, e políticas assistenciais, tendo 
como fundamento a ética, o respeito, o reconhecimento mútuo, a solidariedade e 
responsabilidade. Seguindo neste entendimento, a Política de Humanização da 
assistência à Saúde mostra diferentes parâmetros para a humanização da assistência 
hospitalar em três áreas: acolhimento e atendimento dos usuários; trabalho dos 
 
22 
 
profissionais; e lógicas de gestão e gerência. Esses padrões podem servir para o 
trabalho de análise, reflexão e elaboração de ações, campanhas, programas e 
políticas assistenciais que orientem um plano de humanização. 
O objetivo da PHAS é elaborar uma nova cultura de humanização, que valoriza 
as ações humanizadas já em andamento, criando uma filosofia organizacional que 
incentive a conjugação cotidiana do verbo humanizar. Uma cultura de humanização 
precisa de tempo para ser construída, e requer a participação de todos os atores do 
sistema, determina a ruptura de paradigmas. O verbo humanizar é pessoal e 
intransferível, uma vez que ninguém pode ser humano em nosso lugar. 
3.2 Princípios e diretrizes da humanização 
Atualmente, diversas sondagens conceituais, protestos ideológicos, 
elaborações teóricas e técnicas e programas temáticos fazem com que a 
humanização seja um incentivo para as inovações da produção teórica e prática no 
âmbito da saúde. Sob diversos olhares, a humanização pode ser entendida como: 
 um princípio de conduta de base humanista e ética; 
 um movimento contra a violência institucional na área da saúde; 
 uma política pública voltada para a atenção e gestão no SUS; 
 uma metodologia que contribui para a gestão participativa; 
 uma tecnologia de cuidado em relação a assistência à saúde. 
 
A humanização, baseada no respeito e valorização da pessoa humana, forma 
um processo que visa à transformação da cultura institucional através da construção 
em conjunto de compromissos éticos e de métodos para as ações de atenção à saúde 
e de gestão dos serviços. Esse conceito genérico, abriga as diferentes visões da 
humanização já comentadas, na forma de abordagens complementares que 
possibilitam a realização dos propósitos para os quais aponta seu conceito. 
De modo geral, a humanização tem como finalidade a compreensão dos 
problemas e o alcance de soluções compartilhadas. Participação, autonomia, 
 
23 
 
responsabilidade e atos solidários caracterizam essa forma de fazer saúde, no qual a 
essência é a aliança da competência técnica e tecnológica com a competência ética 
e relacional. 
Dessa forma, destacamos a seguir mais
alguns princípios que complementam 
a base da política de humanização: 
 Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e 
gestão no SUS, aumentando o compromisso com os direitos de todos os 
cidadãos, independentemente de gênero, etnia, raça e orientação sexual; 
 fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, incentivando a 
transversalidade e a grupalidade; 
 auxílio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a 
produção de saúde e com a produção de sujeitos; 
 elaboração de autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos implicados 
na rede do SUS; 
 corresponsabilidade desses sujeitos nos processos de gestão e atenção; 
 fortalecimento do controle social com caráter participativo em todas as 
instâncias gestoras do SUS; 
 comprometimento com a democratização das relações de trabalho e 
valorização dos profissionais de saúde, estimulando processos de educação 
permanente. 
3.3 Humanização em gestão e serviços de saúde 
Através da PNH, a humanização se aproxima dos processos de gestão e 
organização do trabalho nos serviços de saúde, e a gestão participativa surge como 
modelo eleito para a execução dessa política. Quando se fala em gestão participativa 
ou cogestão, está se discorrendo sobre um modo de administrar que não se limita à 
linha superior de comando e insere o pensar e o fazer de modo coletivo. 
Os planejamentos para a gestão participativa nos serviços de saúde devem ser 
estudados de acordo com cada caso, a partir do conhecimento das realidades 
 
24 
 
institucionais individualizadas, contudo, abaixo seguem algumas ações que a 
propiciam em qualquer contexto: 
 a elaboração de espaços de discussão para a contextualização de impasses, 
sofrimentos, angústias e desgastes no qual os profissionais de saúde venham a 
passar no dia a dia em virtude da natureza de seu trabalho; 
 pensar e decidir de forma coletiva acerca da organização do trabalho, inserindo 
gestores, usuários e trabalhadores em grupos com diversas formações; 
 formar equipes transdisciplinares efetivas garantam a diversidade dos vários 
discursos presentes na instituição, propiciando o aproveitamento da inteligência 
coletiva. 
De certa forma, as estratégias, metodologias e ferramentas usadas para 
desenvolver o profissional da área da saúde são de extrema importância. O resultado 
desses meios é capaz de promover atendimentos que sejam de fato humanizados. 
Nesse sentido, a Educação contínua é uma estratégia para o exercício da 
gestão participativa, visando à transformação das práticas de formação, de atenção e 
de gestão na área da saúde. 
Através da aprendizagem significativa, a educação permanente elabora os 
saberes a partir das experiências das pessoas. Através dos encontros, é possível 
discutir os problemas, sugerir soluções gerenciais, modificação na organização do 
trabalho e estabelecer ações educativas de acordo com as necessidades detectadas. 
Dessa forma, é possível transformar a gestão participativa no caminho para a 
humanização dos serviços. Todavia, como existem poucos gestores com formação 
técnica para exercer essa prática, ainda não é comum as experiências dessa forma 
inovadora de fazer gestão de pessoas. 
O tecnicismo da prática atual desconsiderou os aspectos humanísticos em 
relação ao cuidado com a saúde. Algumas pesquisas mostram que os recursos 
tecnológicos, a visão centrada nos aspectos biológicos da doença e a organização do 
trabalho médico para o atendimento de massa ampliaram o acesso da população aos 
bens e serviços de saúde, mas, em compensação, criaram um abismo entre o médico 
e o paciente. 
 
25 
 
A tecnologia, que é um fator essencial para aumentar a sobrevida humana e 
reduzir os sofrimentos que acometem a saúde, tornou-se um intermediário que 
distancia os profissionais do contato mais próximo e mais longo com o paciente. A 
tecnologia acelera o atendimento e aumenta a produtividade contada em números, 
mas também fascina e captura o interesse dos profissionais da saúde, particularmente 
dos médicos. Dessa forma, os pacientes passam à condição de objetos de estudo e 
manipulação na elaboração do saber e da prática “científica”. Por outro lado, os 
profissionais passam a condição de peças que irão colocar em execução a máquina 
institucional. O tecnicismo deixa de lado vivências importantes para a realização do 
cuidado à saúde. 
Já no modelo psicossocial você agrega saberes de teorias compreensivas 
sobre o vínculo capazes de desvendar atitudes e emoções que facilitam ou impedem 
o bom diagnóstico e a aliança terapêutica. Por exemplo, a psicanálise ensina que, ao 
adoecer, a pessoa vive um processo que chamamos de regressão narcísica, que, em 
graus variáveis de acordo com a história pessoal, a personalidade e a gravidade de 
sua doença, a torna mais frágil, mais sensível e mais dependente daquele que lhe 
presta cuidados. É como se o paciente, inconscientemente, voltasse aos tempos em 
que era cuidado pela mãe e dela dependia para sobreviver. 
As mudanças sociais e culturais que atravessaram os tempos transformaram a 
face da medicina e das práticas de saúde, chegando ao contexto aqui discutido e às 
implicações para o surgimento da humanização na saúde. 
Começando por ações isoladas, pontuais, amadoras, a humanização foi 
desenvolvendo conceitos e tecnologias para sua aplicação tanto no campo das 
relações profissionais-pacientes, quanto no campo da gestão, chegando à forma de 
política pública na saúde. Todavia, a falta de entendimento mais profunda da 
dimensão psicossocial que engloba os processos saúde-doença, a falta de 
compromisso com o resultado do trabalho, a falta de decisões compartilhadas com 
pacientes, de projetos assistenciais discutidos em equipe multidisciplinar, e mesmo 
de gestão participativa nos serviços de saúde, tornam a humanização do cuidado um 
projeto que ainda se encontra distante da realidade dos serviços de saúde. 
 
26 
 
4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
A saúde das crianças se trata de um tema que merece grande destaque. 
Inicialmente, o foco eram a mortalidade infantil e a prevenção com as doenças que 
poderiam levar as crianças a óbito ou possivelmente deixar alguma sequela. Hoje, é 
possível notar toda a inclusão de ações voltadas aos cuidados dos adolescentes e à 
promoção da saúde, desde a gestação, englobando ações de melhoria da qualidade 
do pré-natal, fomento ao aleitamento materno, desenvolvimento infantil da primeira 
infância, imunização, nutrição e até mesmo sexualidade. 
Algumas ações mais amplas, ainda incluem o tratamento de reabilitação, o 
progresso da saúde e a prevenção de doenças. A equipe de saúde pode ainda 
prevenir e combater eventuais violências contra crianças e adolescentes. 
4.1 Atendimento público voltado à criança e ao adolescente. 
Nas últimas décadas do século XX, os processos de modernização e 
democratização experimentados no Brasil permitiram reordenar a política de 
assistência social para o conjunto da população, estabelecendo novos parâmetros 
para a intervenção pública. 
No âmbito da assistência pública, a infância e a adolescência foram 
reconduzidas como processos sociais de desenvolvimento humano. A proteção social 
direcionada aos jovens, pessoas em formação que exigem atenção específica, 
acabou se tornando uma prioridade. 
A visão sobre a criança e ao adolescente como seres em desenvolvimento no 
mundo moderno foi ampliada ao longo de um processo social que envolveu 
modificações na organização social, tanto no âmbito privado das famílias, e também 
na esfera pública do convívio social. 
Em 2002, a geração de adolescentes e jovens de 10 a 24 anos de idade já era 
a mais numerosa em toda a história do Brasil, representando um total de 51.429.397 
pessoas – 30,3% da população brasileira –, sendo 35.287.882 adolescentes de 10 a 
19 anos e 16.141.515 jovens com idades entre 15
e 24 anos (IBGE, 2002 apud 
 
27 
 
BRASIL, 2010). A grande maioria (84%) dos adolescentes e jovens brasileiros (10 a 
24) vivia em áreas urbanas, enquanto 16% viviam em áreas rurais (IBGE, 2002 apud 
BRASIL, 2010). Existia uma prevalência de homens jovens nas áreas rurais (15-17 
anos: 52,90% e de 18-24 anos: 53,16%) e, na zona urbana, de mulheres jovens (15-
17: 50,47% e de 18-24: 50,99%). 
Os jovens supracitados, são exatamente os que estão expostos às mais altas 
taxas de mortalidade por causas externas. É fundamental a existência de serviços de 
saúde que ampare suas necessidades específicas e que elas sejam eficazes na 
integralidade da atenção à saúde. 
O Ministério da Saúde adota a convenção elaborada pela Organização Mundial 
da Saúde (OMS) que marca o período entre 10 e 19 anos, 11 meses e 29 dias de 
idade como adolescência, e, aqueles com idade entre 15 e 24 anos como juventude. 
Dessa forma, existe uma interseção entre a segunda metade da adolescência e os 
primeiros anos da juventude. O termo “pessoas jovens”, é comumente citado para se 
referir ao conjunto de adolescentes e jovens, abrangendo assim faixa compreendida 
entre 10 e 24 anos. 
Esses limites relacionados a faixa etária, são um marco útil para a elaboração 
de políticas e de estratégias, contudo, é importante lembrar que na vida concreta e na 
experiência individual de cada um, não existem fronteiras fixas e homogêneas para a 
adolescência e a juventude (BRASIL, 2009). Sendo assim, talvez seja mais adequado 
falar em adolescências e juventudes, dando importância aos diversos grupos 
populacionais, uma vez que essa etapa da vida decorrerá em experiências 
diferenciadas e em significados peculiares. É importante pensar na adolescência e na 
juventude como procedimentos complexos de emancipação, que não se limitam à 
passagem da escola para o trabalho. 
Esses procedimentos envolvem três dimensões interdependentes: a 
macrossocial, referente as desigualdades sociais (classe, gênero e etnia); a dimensão 
dos dispositivos institucionais, no qual se encontram os sistemas de ensino, as 
relações produtivas e o mercado de trabalho; e, por fim, a dimensão biográfica, ou 
seja, as particularidades da trajetória pessoal de cada indivíduo. 
 
28 
 
Existem duas vertentes das políticas do governo federal voltadas à juventude 
que procuram modificar o quadro retratado. Uma delas é a Política de Promoção e 
Proteção Integral da Infância e da Adolescência, desenvolvida desde 1995, pelo 
Ministério da Justiça, e a outra vertente é o Programa Comunidade Solidária, que se 
direcionou preferencialmente ao jovem vulnerável em a situação de risco social, 
através de uma série de programas setoriais voltados para a saúde, educação, 
geração de renda e trabalho. 
Essas duas vertentes dão preferência a uma intervenção específica e a 
reversão de situações especiais ou de risco social, que atinge a população-alvo. 
Essas ações homogêneas não ponderam diferenças entre os diversos grupos ou 
reações em face das intervenções. O que as diferenciava era o local onde elas 
ocorriam e os agentes que as executavam (VOLPI, 1999). 
Para a saúde da criança e do adolescente, um conjunto de ações essenciais 
de saúde é priorizado segundo os princípios da integralidade e universalidade que 
vêm sendo definidos na saúde pública desde a década de 1980. No novo contexto, 
esse foco se concentra no risco de grupo, em sua intercessão com os critérios 
seletivos que definem pobreza e indigência. No entanto, mantém seu objetivo principal 
de garantir a manutenção e reprodução das condições necessárias para uma vida 
humana saudável. 
4.2 Tipos de ações no atendimento às crianças e aos adolescentes 
A saúde infantil é uma área prioritária na saúde da população. Para desenvolver 
efetivamente esse campo, além de compreender características associadas à 
morbimortalidade, como aspectos biológicos, demográficos e socioeconômicos, é 
importante ressaltar o papel dos serviços e sistemas de saúde, inclusive em setores 
complementares. 
É possível notar, que ainda hoje há a necessidade de desenvolver um conjunto 
de ações de promoção, prevenção e proteção infantil, considerando aspectos 
 
29 
 
epidemiológicos, sociais, culturais, ecológicos e psicológicos, visando desenvolver e 
construir políticas de saúde para essa população. 
Os programas de promoção e prevenção voltados para a saúde da criança 
devem deslocar o foco do cuidado baseado na patologia para uma abordagem 
assistencial que inclua a criança em seu processo de crescimento e desenvolvimento 
e cidadania. Alguns dos principais eixos estratégicos são: redução da mortalidade 
infantil, humanização e melhoria da qualidade da assistência prestada, mobilização 
social e política, construção de parcerias e promoção da vida saudável. 
A redução da mortalidade infantil continua sendo um grande desafio para o 
país. Apesar dos declínios substanciais nas últimas décadas, a mortalidade continua 
alta devido à redução da mortalidade infantil pós-neonatal (28 dias a 1 ano). A 
mortalidade neonatal (0 a 27 dias após o nascimento) no país é um dos principais 
componentes da mortalidade infantil desde a década de 1990 e concentra-se nas 
regiões e populações mais pobres, refletindo as desigualdades sociais. 
Você nota a gravidade da situação ao reconhecer que, em sua maioria, essas 
mortes precoces podem ser consideradas evitáveis. As causas perinatais, a 
pneumonia e a diarreia associadas à desnutrição são as principais causas de morte 
no primeiro ano de vida (BRASIL, 2004). Sendo assim, o nascimento saudável, a 
promoção do crescimento, o desenvolvimento e a alimentação saudáveis, bem como 
a prevenção de doenças respiratórias não podem ser incompletas e nem deixar de 
abranger todos os níveis de atenção. Promover a saúde geral das crianças, realizar 
operações de prevenção e assistência e reduzir a mortalidade infantil demonstram 
nosso compromisso em proporcionar às crianças uma vida de qualidade para que 
possam crescer e atingir seu potencial. 
As principais ações gerais são: 
 Proporcionar o nascimento saudável. 
 Auxiliar no crescimento, desenvolvimento e a imunização. 
 Proporcionar o aleitamento materno e alimentação saudável: atenção aos 
distúrbios nutricionais e anemias. 
 Abordar as doenças respiratórias e infecciosas. 
 
30 
 
 Realizar visita domiciliar de enfermagem ao recém-nascido na primeira 
semana. 
 Realizar consulta médica. 
 Realizar consulta de nutrição. 
 Realizar atividades educativas coletivas para as mães/pais/responsáveis com 
equipe multiprofissional, com abordagem sobre os fatores de risco e ênfase no 
desenvolvimento de um estilo de vida saudável. 
 Orientar a execução de atividades de vida diária e prevenção de acidentes. 
 Orientar a execução de atividades de desenvolvimento psicomotor. 
 Sensibilizar sobre o tema do desenvolvimento saudável por meio de palestras 
ou outras atividades organizadas/patrocinadas pela operadora. 
 Realizar atividades físicas coletivas orientadas. 
 Criar rotina e calendário vacinal. 
 Realizar integração com os programas voltados para a prevenção de doenças 
comuns da infância. 
 Realizar exames periódicos. 
 Inserir no site da operadora informações sobre fatores de risco e doenças, bem 
como sobre o Programa de Promoção da Saúde. 
 Inserir informações sobre fatores de risco e doenças no serviço de atendimento 
ao cliente via telefone. 
 Criar e distribuir material educativo sobre fatores de risco, doenças e o 
Programa de Promoção da Saúde. 
A adolescência é o período de transição entre a infância e a fase adulta (entre 
10 e 19 anos) com intensas transformações biopsicossociais (BRASIL, 2006). A 
Saúde do Adolescente tem como características as ações e o enfoque preventivo e 
educativo. Conhecer os conteúdos da Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes é 
importante para as equipes de saúde. Para ser bem- -sucedido,
o programa deve 
interagir com o público-alvo, respeitar sua cultura e conhecimentos adquiridos, criando 
condições para o crescimento adequado. 
 
31 
 
A abordagem desses conteúdos aumenta a possibilidade de absorção dos 
conhecimentos pelos participantes do programa, o que favorece o aperfeiçoamento 
da sociedade (BRASIL, 2002). No caso do Brasil, país com história e formação social 
continental e multicultural, levar em conta a diversidade dos ambientes de vida dos 
adolescentes e jovens, não é apenas uma ferramenta analítica, mas uma 
compreensão das condições dos adolescentes e jovens brasileiros. 
Os principais temas a serem abordados em programas de promoção e 
prevenção voltados à área de atenção à saúde do adolescente são: 
 Desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção, 
tratamento e reabilitação dos agravos; 
 Crescimento e desenvolvimento; 
 Alimentação saudável e atividade física; e 
 Saúde reprodutiva e sexualidade. 
4.3 Proteção à saúde da criança e do adolescente 
A legislação vigente no Brasil reconhece a família como estrutura importante 
para a humanização e socialização de crianças e adolescentes, espaço ideal para o 
desenvolvimento integral do indivíduo. 
As crianças e adolescentes têm o direito de constituir família, e seus vínculos 
devem ser protegidos pela sociedade e pelo Estado. Em situações de risco e 
fragilização familiar, as estratégias de cuidado devem fazer todo o possível para 
preservar esses vínculos, combinando o suporte socioeconômico com o 
desenvolvimento de novas formas de interação e referenciamento emocional dentro 
dos grupos familiares. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, que é a Lei nº 8.069, de 13 de julho 
de 1990, determina que medidas de proteção à criança e ao adolescente são 
aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou 
violados: 
 
 
32 
 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III - em razão de sua conduta. (BRASIL, 1990) 
A disposição descrita nos artigos 101 e 129 da mesma Lei, reserva a aplicação 
das medidas mais sérias, que se referem a separação da criança e do adolescente de 
sua família, por autoridade judicial. Ainda assim, se trata de uma lei que busca 
preservar os vínculos familiares originais e evitar rupturas que possam interferir o seu 
desenvolvimento. 
De fato, o ECA tem a relevante função de regulamentar e impedir que o texto 
constitucional “não se constitua em letra morta”. Mas, para isso, é preciso “[...] uma 
política social eficaz, que de fato assegure materialmente os direitos já positivados” 
(HOPPE apud VERONESE; COSTA, 2006, p. 132). 
Sendo assim, nota-se a importância das medidas expressas no ECA visando à 
inclusão das famílias nos programas de assistência e proteção. Com esses programas 
disponíveis e bem estruturados, é possível superar as dificuldades que determinadas 
famílias passam, e restaurar direitos ameaçados ou violados sem retirar a criança ou 
adolescente de seu núcleo familiar. 
No âmbito das medidas protetivas, os programas sociais de apoio à família 
devem fortalecer as famílias e desenvolver programas de trabalho ou programas de 
promoção familiar de forma participativa, valorizando sua capacidade de encontrar 
soluções para os problemas que enfrentam com apoio técnico e institucional. 
Os programas buscam basicamente: 
 superação de vulnerabilidades sociais consequente da pobreza e 
privação –incluidive as condições de habitabilidade, segurança 
alimentar, trabalho e geração de renda; 
 consolidação de vínculos familiares e de pertencimento social 
fragilizados. 
 acesso à informação sobre as demandas individuais e coletivas. 
 orientação da família e, especialmente, dos pais, quanto ao adequado 
 
33 
 
 exercício das funções parentais, em termos de proteção e cuidados a 
serem dispensados às crianças e adolescentes em cada etapa do 
desenvolvimento, mantendo uma abordagem dialógica e reflexiva. 
 superação de conflitos relacionais e/ou transgeracionais, rompendo o 
ciclo de violência nas relações intrafamiliares. 
 Orientação jurídica, quando necessário. 
 As estruturas destes programas requerem técnicos teóricos e qualificados e 
são dimensionadas para se adequarem às necessidades existentes de cada região. 
Existem duas características importantes nesse aspecto, que são a 
interdisciplinaridade e interdepartamentalidade. Os programas de apoio social à 
família devem articular as diferentes políticas sociais básicas (saúde, assistência 
social e educação) e trabalhar em estreita colaboração com o governo e as políticas 
de habitação, trabalho, esportes, lazer e cultura. 
A efetividade do programa de apoio social à família é essencial para promover 
o direito de convivência das famílias e comunidades e é um dos pilares desse 
programa nacional para ampliar sua cobertura e melhorar sua qualidade. Isso deve 
acontecer com a integração de políticas públicas universais e de qualidade e a 
integração entre o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o Sistema Único de 
Saúde (SUS), o Sistema de Garantia de Direitos (SGD) e o sistema educacional. 
5 ÓRGÃOS REGULADORES DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL 
Os órgãos reguladores são criados por leis específicas e integram as 
administrações públicas para determinar como as atividades devem ser conduzidas e 
fiscalizar os serviços públicos ou empresas privadas que realizam essas atividades. A 
saúde pública brasileira é gerida por órgãos como a Anvisa e a Agência Nacional de 
Saúde Suplementar. 
 
 
 
34 
 
5.1 Conceito de órgão regulador 
O processo de descentralização do setor saúde, ainda que recente, demonstra 
o fortalecimento da capacidade administrativa nos níveis estadual e municipal, bem 
como a ampliação da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). No 
entanto, a realidade mostra vários modelos de atenção à saúde isolados que muitas 
vezes concorrem com a compra de parcela significativa de serviços privados para 
atender às necessidades da gestão local. 
Também se observam desigualdades na capacidade de gestão estadual e 
municipal, que levam a diferentes capacidades de atendimento dos sistemas de 
saúde, inclusive no atendimento a populações fora de sua abrangência territorial. A 
organização das redes de serviços de saúde e o planejamento das ações são feitos 
de forma fragmentada ou parcial, dificultando o estabelecimento de referências 
pactuadas, refletindo as significativas barreiras físicas e burocráticas ao acesso das 
pessoas às ações e serviços apesar da expansão da rede nos últimos anos. 
A política regulatória da atenção à saúde deve ter como objetivo implementar 
um conjunto de ações que afetem os prestadores públicos e privados para orientar 
ações de saúde eficientes, buscando promover melhorias no acesso, integridade, 
qualidade, resolutividade e humanização dessas ações. Deve articular e integrar 
mecanismos que permitam aos gestores regular as ações e serviços de saúde, como 
fazer dos contratos pactos entre gestores e prestadores; reformular as atividades de 
controle assistencial e da avaliação da atenção à saúde; desenvolver os protocolos 
assistenciais e implementar a regulação do acesso por meio dos complexos 
reguladores. 
Essa política é um dos elementos do Pacto pela Saúde na sua diretriz Pacto de 
Gestão e está focada em três eixos estruturantes: 
1. Recursos financeiros para implantar e custear os Complexos Reguladores 
2. Instrumentos para operacionalizar os Complexos Reguladores 
3. Programa permanente para capacitar os recursos humanos 
 
 
35 
 
Nos anos 90, o Brasil, após um grave processo inflacionário, logrou a 
estabilidade monetária com o Plano Real de 1994, e avançou na reforma do Estado, 
entendida como um requisito da retomada do crescimento. É nesse contexto que 
ocorreu, na década de 90, a criação das agências reguladoras como um
novo modelo 
institucional de intervenção no mercado e na sociedade. Isso foi uma mudança 
importante, pois a regulação baseia-se “[...] na intervenção do Estado no mercado e 
na sociedade, em substituição à intervenção direta que caracterizou o 
desenvolvimento do Estado de Bem-Estar...” (MENICUCCI, 2007, p. 234). 
Nessa perspectiva, algumas agências de regulação foram criadas em 
substituição a algumas atividades retiradas da gestão do Estado. Na gestão do 
presidente Fernando Henrique Cardoso, foram criadas oito agências reguladoras e 
uma no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse governo, a tentativa de criação 
da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (ANCINAV) não teve êxito. 
Analisando as principais agências reguladoras no Brasil, é possível notar, segundo 
afirmação de Menicucci (2007, p. 271), que “[...] as agências reguladoras expressam, 
ao mesmo tempo, a expansão da atividade privada para novas áreas e a 
reconfiguração das funções do Estado [...]”. 
As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar os serviços públicos 
prestados pelo setor privado. Além de controlar a qualidade da prestação do serviço, 
eles também definem as regras para o setor. Hoje, são dez reguladores. A regulação 
envolve medidas e ações governamentais, inclusive normatizando, controlando e 
examinando segmentos de mercado explorados pelas empresas para garantir o 
interesse público. 
Mas as principais são: 
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): Criada em 2000, a Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é vinculada ao Ministério da Saúde. A ANS 
promove a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regula as 
operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e 
consumidores, e contribui para o desenvolvimento das ações de saúde no país. 
 
36 
 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): A Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada em 1999, tem independência administrativa e 
autonomia financeira e é vinculada ao Ministério da Saúde. Protege a saúde da 
população ao realizar o controle sanitário da produção e da comercialização de 
produtos e serviços que devem passar por vigilância sanitária, fiscalizando, inclusive, 
os ambientes, os processos, os insumos e as tecnologias relacionados a esses 
produtos e serviços. A Anvisa também controla portos, aeroportos e fronteiras e trata 
de assuntos internacionais a respeito da vigilância sanitária. 
Por outro lado, é possível notar a inexistência de mecanismos regulatórios para 
o setor de saúde suplementar até a década de 90. Esse setor já existia antes desse 
período, com a presença do setor privado e regulação tênue. Com a criação do SUS, 
ele passa a integrar o Sistema Nacional de Saúde (SNS), mas ainda permanece 
praticamente sem regulação durante uma década. A Anvisa foi a primeira agência que 
não foi criada para regular setores privatizados. 
Portanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da Lei 9.782/99, 
ao criar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e substituir a Secretaria 
Nacional de Vigilância Sanitária, que era subordinada ao Ministério da Saúde, superou 
o quadro anterior de fragmentação institucional. 
Antes da criação da Anvisa, as ações de vigilância sanitária eram fragmentadas 
e subordinavam-se à Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. 
Mas as práticas clientelistas e a baixa capacidade técnica começaram a 
incomodar as partes envolvidas. Assim, a Anvisa incorporou as funções dessa 
secretaria e passou também a coordenar o SNVS, executar o programa nacional de 
sangue e hemoderivados, o programa nacional de prevenção e controle da infecção 
hospitalar, bem como a: monitorar os preços dos medicamentos e dos produtos para 
a saúde; aplicar penalidades; fazer a regulamentação sanitária de derivados do 
tabaco; assessorar o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI); fiscalizar as 
propagandas e a publicidade de produtos sob o regime da vigilância sanitária; e 
conceder o certificado de cumprimento de boas práticas de fabricação. 
 
37 
 
A missão institucional da Anvisa se relaciona à proteção da saúde da população 
brasileira através do controle sanitário exercido sobre os produtos e sobre a 
comercialização de medicamentos. Esse controle também abrange os serviços 
subordinados à Anvisa, incluindo os locais, os processos, os insumos e as 
tecnologias. Ainda compete à Anvisa o controle sanitário dos aeroportos, dos portos, 
das fronteiras e as relações exteriores com outras instituições estrangeiras 
responsáveis pela regulação do setor de saúde, bem como a interlocução com o 
Ministério das Relações Exteriores. Logo, a Anvisa fica sujeita, em muitos casos, às 
pressões exercidas pelos vetores econômicos. 
Cabe destacar algumas ações desenvolvidas pela Anvisa no Brasil 
contemporâneo: o Programa Nacional de Verificação da Qualidade de Medicamentos, 
criado em 2004, que visava ao monitoramento da qualidade dos medicamentos 
consumidos pela população; o Projeto Farmácias Notificadoras, criado em 2005, que 
objetivava ampliar as fontes de notificação de casos suspeitos de efeitos adversos a 
medicamentos e de queixas técnicas de medicamentos; o projeto EducAnvisa, criado 
em 2005, que buscava desenvolver ações e estratégias de educação e comunicação 
em saúde para atingir os mais diversos segmentos da sociedade. Também merece 
ser citado o Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária (Notivisa), definido em 
2006, utilizado para captar e gerenciar as notificações de eventos adversos e queixas 
técnicas de todas as áreas do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), bem 
como o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), 
criado em 2007, que visava ao aprimoramento das ações de vigilância sanitária no 
controle e na fiscalização das substâncias e dos medicamentos sujeitos ao controle 
especial (ANVISA, 2009). 
Segundo Lucchesi (2008, p. 102-103): “[...] a criação da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, então ANVISA, no final dos anos 90, teve seus objetivos 
comprometidos com o aumento da eficiência econômica estatal – via administração 
gerencial – na área de avaliação e gerenciamento do risco sanitário, com a 
transparência de seus processos e a clara responsabilização política pelos gastos 
públicos, tanto quanto com a maior participação da sociedade no controle de suas 
ações”. 
 
38 
 
O aumento de eficiência na área da vigilância sanitária significa especialmente, 
mas não somente, o fortalecimento da capacidade fiscalizatória do Sistema Nacional 
de Vigilância Sanitária. Entretanto, o próprio processo de criação da ANVISA e do 
SNVS parece não ter sido realizado conforme os pressupostos da transparência, da 
participação e da responsabilização de cada agente que atua no sistema. 
5.2 Objetivo dos órgãos reguladores 
A garantia do acesso da população aos serviços públicos de saúde a uma 
assistência qualificada, por meio de uma rede organizada de serviços, requer a 
atuação direta do Estado na busca do estabelecimento de regras definidas para 
atuação dos mercados, o que configura a passagem de um Estado prestador a um 
Estado regulador. 
No Brasil, o debate mais aprofundado com relação ao conceito, às práticas e 
às finalidades da regulação, do controle, da avaliação e da auditoria em saúde iniciou-
se em 2001, com as Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS). As NOAS 
SUS 01/2001 ampliam a responsabilidade dos municípios sobre a atenção básica e 
reservam à União e aos Estados a gestão da média e da alta complexidade dos 
serviços públicos de saúde. 
A regulação no SUS ganha força após o Pacto de Gestão (2006), que tem como 
principal finalidade a busca de maior autonomia para os estados e municípios no que 
tange aos processos normativos do SUS, definindo a responsabilidade sanitária de 
cada esfera de governo e tornando mais claras as atribuições
de cada uma, 
contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada. 
No final dos anos 1990, por meio da Lei nº 9.782/99, como você já aprendeu 
na seção anterior, criou-se a primeira agência reguladora social no Brasil: a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para atuar não em um setor específico da 
economia, mas em todos os setores relacionados a produtos e serviços que podem 
afetar a saúde da população brasileira. Uma das singularidades dessa agência é a 
sua competência tanto na regulação econômica do mercado (definição de preços e 
 
39 
 
monitoramento do mercado) quanto na regulação sanitária (registros de 
medicamentos, por exemplo). 
Você também recorda da seção anterior que a outra agência reguladora criada 
foi a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio da Lei nº 9.961/00, 
com a finalidade de regulamentar os planos privados de saúde. 
Ela tem desenvolvido mecanismos tanto para as formulações de políticas 
públicas de saúde quanto para a busca de melhor atendimento do beneficiário, no 
intuito de procurar um equilíbrio entre os procedimentos de mercado das operadoras 
e os direitos da sociedade de receber melhor qualidade na assistência à saúde (DIAS, 
2004). Com o entendimento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2005, p. 318) e a 
anuência do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), 
a regulação é definida, então, como um conjunto de relações, saberes, tecnologias e 
ações que intermedeiam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso 
a estes. 
Criada em 2008, a Política Nacional de Regulação do Ministério da Saúde 
(BRASIL, 2008) objetiva, principalmente, promover o acesso equânime, universal e 
integral dos usuários ao SUS. Sem uma lógica meramente financeira, a regulação em 
saúde contribui para otimizar a utilização dos serviços, em busca da qualidade da 
ação, da resposta adequada aos problemas clínicos e da satisfação do usuário, sem 
que haja, para tanto, a fragmentação do cuidado. Em Minas Gerais, a regulação é 
vista como um conjunto de regras impositivas de proteção com vistas ao 
monitoramento e ao controle dos serviços prestados. 
Nesse plano, o objetivo pode ter caráter social ou econômico, e, em geral, visa 
a encorajar atividades consideradas úteis (MENICUCCI, 2005, p. 152). 
Já na região metropolitana de São Paulo, a regulação da saúde pública tem um 
caráter de racionalizar os serviços complementares e suplementares (FIANI, 2004). 
Como forma de operacionalizar o processo de regulação do acesso aos 
serviços de saúde, você observa a criação de várias centrais em todo o país nas 
seguintes áreas: urgência e emergência, consultas e exames de média e alta 
 
40 
 
complexidade, internações clínicas ou cirúrgicas e em terapia intensiva, transplantes, 
obstetrícia e neonatal. 
Um exemplo é o Complexo Regulador do Distrito Federal, institucionalizado em 
2009. Esse serviço é responsável por um conjunto de estratégias e ações definidas 
em um plano de regulação assistencial, para todos os níveis de complexidade, 
visando à organização efetiva de uma rede pública articulada hierarquicamente, a 
partir do planejamento estruturado em bases regionais. Tem a missão de fornecer o 
acesso devido aos usuários, por meio de centrais de regulação na área ambulatorial, 
nas especialidades de dermatologia, oftalmologia, radiologia e cardiologia, e na área 
de internação, com ênfase no acesso aos leitos de terapia intensiva. Outro modelo é 
a central de regulação no estado do Ceará, sediada em Fortaleza, voltada para a 
regulação do acesso à terapia intensiva, com a disponibilização de leitos públicos e 
privados. Um estudo desenvolvido nesse cenário discute a relação entre o público e 
o privado na prestação dos serviços, além de abordar o papel do Estado e da 
sociedade civil na exigência de um controle efetivo sobre a utilização dos serviços 
oferecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
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