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COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS

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COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS
AULA 1
	COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS – ADMINISTRAÇÃO DA LINGUAGEM
EFICIÊNCIA
• Bom uso de recursos
• Melhor relação custo X benefício
• Foco na operação
EFICÁCIA
• Alcance de objetivos e metas
• Foco na tática
EFETIVIDADE
• Resultados duradouros
• Qualidade nos produtos e serviços
• Foco na estratégia
EFICIÊNCIA: É usar os meios de forma correta para fazer algo, ou seja, fazer certo uma "coisa".
EFICÁCIA: É alcançar os fins de uma tarefa, ou seja, fazer a "coisa" certa.
EFETIVIDADE: Trata-se de usar os meios corretos para chegar a um fim desejado e criar novos caminhos para a realização da mesma tarefa, ou seja, fazer a "coisa" que tem que ser feita.
A comunicação, quando feita de maneira correta, proporciona eficiência, eficácia e efetividade à instituição. O autor da Teoria Clássica da Comunicação, Roman Jakobsion - Pensador russo do século XX, Roman Osipovich Jakobson, mais conhecido como o “poeta da linguística”, foi um dos maiores linguistas do século XX e pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte - demonstrou que seis são os elementos necessários para interagir de forma adequada, a fim de alcançar o êxito no ato comunicativo.
Contudo, atualmente, não basta apenas deter as técnicas da Teoria Clássica da Comunicação, é necessário muito mais que isso.
Veremos, agora, dois aspectos que se tornam primordiais para que a comunicação ocorra dentro e fora das empresas de forma satisfatória.
· 
· Quem escreve ou fala deve adequar sua escrita ou oralidade ao contexto, às situações da realidade social, evitando a promoção de Ruído Comunicativo.
· Outro aspecto importante é a influência da tecnologia sobre o uso da palavra, determinando novas formas de comunicação, em que a palavra se mescla com outras linguagens para alcançar o êxito na expressão.
A influência da linguagem que cada vez mais utilizamos para nos comunicarmos de forma rápida na internet ― o Internetês ― é muito forte em nossas vidas e acabamos, por força do hábito, usando-a também em outras situações. Porém, é muito importante perceber que essa linguagem não é bem vista nos ambientes formais, por exemplo. Por isso, devemos atentar sempre para a forma como escrevemos a fim de evitar deslizes, principalmente quando for exigida a comunicação formal e para não comprometermos o entendimento dos nossos leitores, que, assim como o Cebolinha, podem não dominar o internetês.
Você sabe o que um ruído pode representar na comunicação?
Observe o quadrinho:
Ruído é a má interação entre os elementos da comunicação, que poderá gerar ausência de mensagem ou deturpação da mensagem. Por isso, é muito importante saber escolher os elementos que estarão no ato comunicativo, percebendo, com clareza, a importância de cada um.
Comunicação Empresarial é um diferencial competitivo e um dos recursos mais importantes para a obtenção do sucesso da organização. Por isso, é essencial que, no ambiente profissional, o indivíduo administre o seu comportamento, principalmente a fala e a escrita, utilizando a pontuação de forma correta, evitando tons agressivos, gerundismo, pleonasmo etc.
GERUNDISMO
Uso indevido do gerúndio em construções como "Eu vou estar telefonando"; "eu vou estar transferindo" etc.
Não confundir gerundismo com o gerúndio, que é a forma nominal e invariável dos verbos, proveniente do ablativo do gerúndio latino, e caracterizada, em português, pela desinência -ndo: amando, dizendo, partindo, pondo.
PLEONASMO
Repetição, na mesma frase, das mesmas ideias por meio de palavras diferentes.
Muitas vezes é isso que encontramos nas empresas: uma comunicação que não é eficaz, pois não diz absolutamente nada.
Veja este exemplo:
Caros colegas, a constante expansão da nossa atividade nos obriga à análise interdisciplinar do sistema de participação geral. Por outro lado, a facilidade dos novos meios eletrônicos de comunicação oferece uma ótima oportunidade para a verificação das novas proposições, em função das múltiplas inteligências.
Viu? Isso não afirma nada. É só um amontoado de palavras.
A maneira correta de se comunicar, em uma organização, está mais relacionada à forma de administrar a linguagem, independente do canal a ser utilizado. É preciso ter atenção para o uso de vícios de linguagem, ruídos, tons agressivos, influências do meio tecnológico e, até mesmo, para linguagem gestual.
AULA 2
NOÇÕES DE GRAMÁTICA NO CONTESTO EMPRESARIAL
Cada Personalidade tem uma forma de ser tratada, ou seja, um pronome de tratamento adequado para reafirmar a sua posição, seja ela social ou empresarial.
PRONOME DE TRATAMENTO
Linguagem formal para se dirigir a alguém que possui um prestígio social mais alto ou um grau hierárquico mais elevado. O conhecimento das formas/pronomes de tratamento é de extrema importância para que a comunicação se inicie de maneira satisfatória. Já pensou começar um e-mail de forma equivocada? Todo o seu conteúdo já estaria comprometido, não é mesmo?
Reparou que a colocação pronominal utilizada em nosso dia a dia é distante da Norma Culta? O humor da tirinha é decorrente da ação de uma das cobras com relação ao uso equivocado dos pronomes. A situação nos mostra que a colocação pronominal é mais um elemento a ser tratado com atenção dentro de uma organização. Costumamos falar de um jeito e escrevemos de outro. Por isso, temos de nos dedicar mais à maneira escrita, mesmo a utilizando menos.  
PRÓCLISE, ÊNCLISE E MESÓCLISE
PRÓCLISE 
Ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Como norma geral, deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos, chamados de palavras atrativas.   Veja alguns exemplos:
Palavras Negativas
não, nada, nunca, jamais, nem, nenhum, ninguém. Exemplo:
O assessor não lhes forneceu detalhes do projeto?
Jamais nos afastaremos das promessas de campanha.
Relativas
quem, o qual, que, quanto, cujo, como, onde.
Exemplo:
Os homens que se prezam sabem que devem pensar antes no interesse público no que no pessoal.
O chefe de departamento com quem nos entrevistamos afirmou que o problema está resolvido.
Interrogativas
quem, (o) que, qual, quanto(a)(s); como, onde, quanto. Exemplo:
Quem nos apresentou o projeto?
Quanto tempo se perde!
Conjunções subordinativas:
quem, o qual, que, quanto, cujo, como, onde. Exemplo:
Quando me despedia do chefe da divisão, falei que não estava satisfeita.
Se eles se dispusessem ao diálogo...
Logo que o vi falei que era melhor conversarmos.
	O infinitivo precedido de uma das palavras ou expressões mencionadas admite o pronome átono em próclise ou ênclise.  
Exemplo:
Nada lhe contamos para não o aborrecer (ou para não aborrecê-lo).
ÊNCLISE
Ocorre quando o pronome deve vir após o verbo. As formas verbais do infinitivo pessoal, do imperativo afirmativo e do gerúndio exigem a ênclise pronominal. Veja:
· Cumpre comportar-se bem.
· Essas ordens devem cumprir-se rigorosamente.
· Aqui estão as ordens: cumpra-as.
· Aventurou-se pelo desconhecido, afastando-se dos objetivos iniciais.
	A ênclise é forçosa em início de frase, ou seja, não se começa frase com pronome átono. Exemplo: Pediram-lhe (e não *Lhe pediram) que comparecesse à reunião do Congresso.
MESÓCLISE
Ocorre quando o pronome deve vir no meio do verbo.
Na Mesóclise, usa-se o pronome no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou do pretérito do indicativo. Exemplo:
Quando for possível, transmitir-lhes-ei mais informações.
Ser-nos-ia útil contar com o apoio de todos.
	Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise:
Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato. 
Essa é a resposta que  lhe enviaríamos (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto. 
Espera o Estado que a União lhe dará (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
CASOS ESPECIAIS
É inviável a ênclise com o particípio:
A inflação havia-se aproximado (nunca: *havia aproximado-se) de limites intoleráveis.
Jamais nos tínhamosenfraquecido (e não: *tínhamos enfraquecido-nos) tanto.
Tê-lo-ia afetado (e não *Teria afetado-lhe) o isolamento constante?
É inviável a ênclise com o particípio:
Nas combinações de verbo pessoal (auxiliar ou não) + infinitivo, o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo.  
Devemos-lhe dizer a verdade.
Ou
Nós lhe devemos dizer a verdade.
ou, ainda
Devemos dizer-lhe dizer a verdade.
Podemos notar com facilidade que a próclise com o infinitivo é própria da linguagem oral ou escrita informal:
Devemos lhe dizer...
Portanto, devemos evitar esta colocação na redação oficial. 
Se, no caso mencionado, houver palavra que exige a próclise, só duas posições serão possíveis para o pronome átono:  
Antes do auxiliar (próclise) ou depois do infinitivo (ênclise).
Não lhe devemos dizer a verdade.
Não devemos dizer-lhe a verdade.
	Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise: 
Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato. 
Essa é a resposta que lhe enviaríamos (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto. 
Espera o Estado que a União lhe dará (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
Casos Especiais
É inviável a ênclise com o particípio:
A inflação havia-se aproximado (nunca: *havia aproximado-se) de limites intoleráveis.
Jamais nos tínhamos enfraquecido (e não: *tínhamos enfraquecido-nos) tanto.
Tê-lo-ia afetado (e não *Teria afetado-lhe) o isolamento constante?
É inviável a ênclise com o particípio:
Nas combinações de verbo pessoal (auxiliar ou não) + infinitivo, o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo.  
Devemos-lhe dizer a verdade. Ou
Nós lhe devemos dizer a verdade. ou, ainda
Devemos dizer-lhe dizer a verdade.
Podemos notar com facilidade que a próclise com o infinitivo é própria da linguagem oral ou escrita informal:
Devemos lhe dizer...
Portanto, devemos evitar esta colocação na redação oficial. 
Se, no caso mencionado, houver palavra que exige a próclise, só duas posições serão possíveis para o pronome átono:  
Antes do auxiliar (próclise) ou depois do infinitivo (ênclise).
Não lhe devemos dizer a verdade.
Não devemos dizer-lhe a verdade.
	Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise: 
Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato. 
Essa é a resposta que  lhe enviaríamos (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto. 
Espera o Estado que a União lhe dará (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
	Estudo de caso
Durante o almoço, o gerente de vendas recebe, em seu celular, a seguinte mensagem:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.”
Imediatamente, ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse a mesa, providenciasse mais algumas cadeiras, café e água.
Às 15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor, tão pontual, ainda não havia chegado.
Às 15:30h, toca o telefone. Era o diretor que, de imediato, perguntou:
― Onde você está? Está atrasado para a reunião!
Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor.
Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras por não ter percebido a ambiguidade da mensagem.
É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a reunião, a frase estava “claríssima”:
“Encontrei o seu diretor, e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h” .
(= no escritório dele, do diretor)
O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também estava clara:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”.
(= no seu próprio escritório)
Essa situação comprova o “perigo” das ambiguidades na comunicação interna ou externa das organizações.
Frases ambíguas podem ser interessantes e curiosas, e até muito úteis, na publicidade. Para fazer piadas, então, são excelentes. Porém, fora desse meio, podem gerar muitos problemas.
É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical.
O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação:
Seu = dele (de quem se está falando = o diretor)
ou
Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem).
Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU!
	ÊNCLISE
	Convém confiar-lhe esta responsabilidade, pois você é um bom profissional.
	PRÓCLISE
	Não me fale sobre este assunto de trabalho na hora do almoço.
Você já sabe tudo sobre colocação pronominal?
	MESÓCLISE
	Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda para terminar o projeto da empresa.
	Lembre-se do básico:
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome é colocado depois do verbo.
O QUE É CRASE?
Quem nunca teve dúvida em relação à crase? Você já ficou com raiva por um detalhe tão pequeno fazer tanta diferença? Martim César, no poema A navalha do censor, retrata bem o distanciamento que mantemos da crase, muitas vezes, por medo de utilizá-la de forma errada.
A navalha do censor
Martim César
Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino 
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo  
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne e incisivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase)
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história   
Fez naufragar o meu poema ― e vejam só ― que triste fase!
Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!
Portanto, o fenômeno da crase é isso:  a indicação por meio do acento grave da junção da preposição a com o artigo a e variações.
Mas, afinal, que diferença isso faz na prática? Esquecer-se de indicar a crase é tão grave assim?
Veja alguns exemplos da coluna de Sérgio Nogueira no site Dicas de português do G1:
VENDEU A VISTA  OU  À VISTA?
Se alguém “vendeu a vista”, deve ter vendido “o olho” (a vista = objeto direto). Seu desespero era tanto que primeiro vendeu o carro, depois vendeu um rim e agora vendeu a vista. Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra: “vendeu à vista”, e não a prazo (à vista = adjunto adverbial de modo).
SENTOU-SE NA MESA OU  À MESA?
O certo é sentar-se à mesa. Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação, e a mesa pode não aguentar. Nós nos sentamos à mesa. Devemos usar o acento da crase porque “à mesa” é um adjunto adverbial de lugar.
ÀS VEZES OU AS VEZES?
Na frase “Às vezes, conto para todos as vezes que fui engrupida”, não há dúvida de que ocorre crase no primeiro caso. Trata-se de um adjunto adverbial de tempo. O segundo caso é discutível, porque a frase está mal construída. Temos um erro de regência. Provavelmente, a professora queria a seguinte frase: “Às vezes (= algumas vezes), conto para todos as vezes EM que fui engrupida.” Nesse caso, “as vezes EM que fui engrupida” seria o objeto direto do verbo CONTAR.
Consequentemente, não haveria crase, pois objeto direto não pede preposição. A crase, no segundo caso, caracterizaria uma repetição, mesmo entre vírgulas: “Às vezes (=algumas vezes), contopara todos, às vezes (= algumas vezes), que fui engrupida.” Agora, o objeto direto do verbo CONTAR seria “que fui engrupida”, e o adjunto adverbial "às vezes" estaria desnecessariamente repetido. Se fosse essa a interpretação, bastaria usar o primeiro ou o segundo: “Às vezes, conto para bastaria usar o primeiro ou o segundo: “Às vezes, conto para todos que fui engrupida” ou “conto para todos, às vezes, que fui engrupida”.
A crase está estritamente relacionada à regência, e podemos encontrá-la quando o termo regido está ligado ao termo regente por meio da preposição  a  e vem antecedido do artigo a ou dos pronomes demonstrativos a, aquele, aquela, aqueles e aquilo. 
Como vimos:
da preposição a com o artigo definido a (ou com o a do seu plural as);
da preposição a com o pronome demonstrativo a (e seu plural as); e
da preposição a com as vogais iniciais dos demonstrativos aquilo, aquele(s) e aquela(s) e dos relativos a qual e as quais.
a + a = à
CASOS
Agora que você já compreendeu o que é a crase e a sua utilidade, vamos analisar os casos em que ela é necessária, começando pelos princípios básicos.
OBRIGATÓRIOS
O uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório nas seguintes situações:
1: Como nomes de lugares que admitem artigo: Exemplo: Vou à Bahia
2: Antes dos pronomes demonstrativos  AQUELE (S), AQUELA(S), AQUILO, A(S): Exemplo: Falamos àquele que nos impediu de entrar.
3: Nas locuções formadas por nomes femininos: Exemplo: Primeira rua à direita.
4: Com objetos e complementos nominais femininos: Exemplo: Vamos assistir à próxima sessão.
5: Nas expressões que indicam o número de horas: Exemplo: Chegarei às cinco horas. (adjunto adverbial).
USO IMPRÓPRIO
Não se usa o acento grave indicativo da crase nos casos a seguir.
1: Diante de palavras masculinas: Exemplo: Vou a pé
A título de curiosidade, qual o nome dele?
2: Antes de verbo: Exemplo: Saiu a passear.
Refiro-me a comer bem, do bom e do melhor.
3: Antes de palavras de sentido indefinido, o que inclui substantivos femininos usados em sentido genérico ou indeterminado (sem artigo). Exemplo: Referi-me a cidades de São Paulo. (algumas cidades)
Mas
Referi-me às cidades de São Paulo (todas ou as cidades específicas)
4: Quando a preposição a precede nome no plural: Exemplo: O presidente condena a ação da ONG em relação a crianças abandonadas.
5: Nas expressões de palavras repetidas: gota a gota, frente a frente: Exemplo: Encontramo-nos frente a frente.
6: Antes de pronomes que não admitem artigo:
Exemplo: Dirija-se a Sua Excelência.
Dirija-se a ela.
Dirija-se a quem quiser.
Dirija-se a certa pessoa.
7: Antes do artigo UMA. Exemplo: Fui a uma festa.
8: Antes de numerais cardinais, desde que se refiram a substantivos usados em sentido indeterminado.
Exemplo: Vi oito pessoas. (sentido indeterminado) / Refiro-me a oito pessoas.
Mas
Vi as oito pessoas. (sentido determinado) / Refiro-me às oito pessoas.
CRASE FACULTATIVA E CASOS ESPECIAIS
Os casos especiais de crase são:
Com as palavras CASA, TERRA (no sentido de chão firme) e DISTÂNCIA, só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas.
Exemplo: Voltamos a casa.
Voltamos à casa de Maria.
Os marinheiros, assim que o navio atracou, voltaram a terra.
Os marinheiros voltaram à terra familiar.Vejo bem a distância.Vejo bem à distância de cem metros.
MÉTODO PRÁTICO
Esse esquema ajudará muito na hora das dúvidas, vale memorizá-lo:
Haverá crase sempre que pudermos substituir a palavra feminina por uma masculina qualquer, havendo a seguinte correlação:
à - ao
às - aos
à(s) que - ao(s) que
à qual, às quais - ao qual, aos quais
àquela(s) - a essa(s), nessa(s)
àquele(s) - a esse(s), nesse(s)
àquilo - a isso
à(s) - para a(s)(localidades)
Veja alguns exemplos:
· Refiro-me à mulher (ao homem) / às mulheres (aos homens).
· À proporção que (ao passo que) estuda, mais se sente recompensado.
· Esta caneta é igual à que comprei. (= Este lápis é igual ao que comprei)
· A mulher à qual me referi... (= O homem ao qual me referi...)
· Esta caneta é semelhante à tua, à nossa, à dele. (= Este lápis é semelhante ao teu, ao nosso, ao dele.)
· Estou apto àquela (= a essa) tarefa, àquele (= a esse) trabalho, àquilo (= a isso).
· Dirigi-me às duas amigas. (= aos dois amigos)
· Pedi livros à senhorita Antônia e à senhora Maria. (Pedi ao senhor José)
· Obedeci à Maria. (= Obedeci ao José)
· O jogo será às três horas. (ao meio-dia)• Estudei naquele colégio da 2ª à 6ª série. (do 2º ao 6º ano)
	A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação nas empresas. 
Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos transmitir, não é mesmo? 
Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala.
Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o emprego dos sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que determinam sua utilização.  
O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar necessariamente um erro gramatical.  
Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é aceitável e o que não é em relação à pontuação.
Saber a função de cada elemento da pontuação é muito importante, por exemplo: os pontos, as vírgulas e os pontos e vírgulas nos ajudam a marcar pausas e a mostrar ao nosso leitor quais são os elementos principais da frase e as informações complementares. Já o ponto de exclamação e o de interrogação, por exemplo, têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala.
Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos verificar se os textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao uso.
De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão. 
Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas regrinhas básicas que devemos aplicar na hora de escrever.
: ? ! - , ; . ...
CASOS OBRIGATÓRIOS PARA O USO DA VÍRGULA:
· 
· Separar elementos de mesma função (o último elemento da série dispensa a vírgula quando precedido de e, ou ou nem); 
· Separar o aposto ou termo de valor explicativo; 
· Separar o vocativo; 
· Separar elementos idênticos, repetidos; 
· Separar o adjunto adverbial deslocado (quando o adjunto adverbial é de pequena extensão, a vírgula pode ser suprimida, assim como em frases em que o adjunto adverbial é seguido de verbo com sujeito posposto); 
· Separar o local, nas datas; 
· Indicar a omissão do verbo ou do conectivo; 
· Separar elementos de caráter incidental, como palavras denotativas, frases exclamativas; 
· Destacar elementos antecipados, em pleonasmo; 
· Distinguir o elemento explicativo do determinativo; 
· Esclarecer possível ambiguidade; 
· Separar o anacoluto; 
· Separar orações coordenadas assindéticas; 
· Separar orações coordenadas sindéticas aditivas, se o conectivo aparecer repetido, adversativas, exceto as introduzidas por mas, explicativas, conclusivas e alternativas; 
· Separar orações intercaladas; 
· Separar orações adjetivas não restritivas (ao final das orações adjetivas ocorre obrigatoriamente a vírgula para a separação de dois verbos; caso contrário, é optativa); 
· Separar orações adverbiais, principalmente se antepostas à principal; 
· Separar orações adverbiais reduzidas. 
Lembre-se: não se deve usar vírgula entre sujeito e verbo ou entre verbo e complemento, ressalvados os casos já expostos de elementos que se colocam entre um e outro. 
Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação:
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.” 
Aqui, dependendo da pontuaçãoutilizada, teríamos duas interpretrações diferentes. Observe:
· “Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
· “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.”
AULA 3
COMO EVITAR DESVIOS SINTÁTICOS
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL EM:
Mensagem não eficiente
	O que tenho para fazer agora? 
Lembrei! Tenho que enviar um e-mail apresentando o novo funcionário.
	Prezados, boa tarde. 
Trago aos senhores notícias alvissareiras: nesta data presente, um novo representante de nossa organização os frequentará semanalmente. Apresento assim o Sr. Moacir Franco, exímio profissional nesse campo de atuação. 
Nosso representante anterior, Sr. Jeff Campos, foi transferido para as tranquilas terras do Prata e não poderá continuar tendo com V.Sas. O Sr. Moacir Franco, temos convicção, desenvolverá o trabalho junto a V.Sas. com o dinamismo necessário ao acompanhamento de suas demandas.
Assim, rogamos encarecidamente que V.Sas. recebam-no da forma amistosa como costumam fazê-lo. Com agradecimentos, subscrevemo-nos.
Laura Lima
Secretária
	Após a leitura do e-mail...
...Funcionários confusos
-- Marcos, você já leu o comunicado que a secretária Laura nos enviou hoje? Não consegui entender.
-- O texto está em linguagem muito antiga, mas vou conversar com ela e ajudá-la a refazer o e-mail.
	-- Laura, a comunicação, neste e-mail, pode ser melhorada.
-- É preciso escrever de forma clara, fazendo com que todos os funcionários da empresa entendam. Podemos fazer assim...
Prezados,
Informamos que, a partir desta semana, haverá uma alteração no quadro de representantes. O Sr. Jeff Campos será substituído pelo Sr. Moacir Franco, excelente profissional da área. 
Vamos dar-lhe as boas-vindas e auxiliá-lo no acompanhamento das demandas.
Atenciosamente,
Laura Lima
Secretária
Começamos a aula ilustrando um exemplo de mensagem não eficiente.
Há muitos outros defeitos encontrados em textos empresariais que prejudicam a comunicação. Esses defeitos, chamados vícios de linguagem, são, segundo o gramático Napoleão Mendes de Almeida, palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.
E, obviamente, algo que deturpa e dificulta a comunicação não deve ser utilizado, não é mesmo?
ARCAÍSMO
Arcaísmos são palavras ou expressões que já não são mais usadas. O vício de empregá-las deve ser evitado, pois compromete a clareza do texto. Não podemos contar que os nossos leitores tenham conhecimentos da história da língua e conheçam esse vocabulário que não é mais usado. Por isso, o nosso texto deve sempre facilitar o entendimento do público em geral. O objetivo da escrita, principalmente a empresarial, é atingir todos os níveis de leitores. Por isso, precisamos adequar nosso discurso ao contexto.
CACÓFATO
Cacófato é um acidente fonética, em que as sílabas finais de uma palavra e as iniciais da palavra seguinte formam uma terceira palavra de som desagradável e, muitas vezes, obsceno.
Veja alguns exemplos: por cada, amo ela, boca dela, vi ela, vou-me já, ela tinha, como as concebo, essa fada etc.
A cacofonia deve ser evitada em contextos formais ou informais de comunicação. Além de empobrecer o texto, dispersa o seu interlocutor. Com certeza, ele notará o cacófato e deixará de prestar atenção em sua mensagem por algum tempo.
SOLECISMO
Solecismos são os erros que vão contra as normas de concordância, de regência ou de colocação. Há três tipos de solecismo. Vamos analisá-los:
· Solecismo de concordância
Errado: Haviam muitas pessoas no recinto.
Certo: Havia muitas pessoas no recinto. 
Errado: Fazem três anos que não temos acidentes de trabalho.
Certo: Faz três anos que não temos acidente de trabalho. 
Errado: Falta duas horas para o fim do expediente.
Certo: Faltam duas horas para o fim do expediente. 
Errado: Aluga-se salas nesse edifício.
Certo: Alugam-se salas nesse edifício.
Errado: Vende-se ações desta empresa. Fale com o corretor.
Certo: Vendem-se ações desta empresa. Fale com o corretor.
Errado: Houveram algumas dúvidas na reunião.
Certo: Houve algumas dúvidas na reunião.
· 
· Solecismo de regência
Errado: Assistirei o filme depois do trabalho.
Certo: Assistirei ao filme depois do trabalho.
Errado: Sente-se na mesa do estagiário.
Certo: Sente-se à mesa do estagiário.
Errado: Espere um pouco que vou no banheiro.
Certo: Espere um pouco que vou ao banheiro.
· Solecismo de colocação
Errado: Me encaminha aquele e-mail.
Certo: Encaminha-me  aquele e-mail.
Errado: Me dá  seu telefone?
Certo: Dá-me  seu telefone?
Errado: Se preocupou  comigo?
Certo: Preocupou-se  comigo?
Errado: Me faça  um favor.
Certo: Faça-me um favor.
	Com certeza, você percebeu que pouquíssimas pessoas falam desse jeito, não é mesmo? Na linguagem coloquial do Brasil, é comum, por exemplo, começar a oração com pronome oblíquo átono. Porém, mesmo sendo de uso corriqueiro, devemos analisar a situação comunicativa para adequarmos o nosso texto. É preciso saber que indivíduos mais escolarizados serão mais cobrados em relação à prescrição. Em contextos formais, devemos ter como foco a norma culta.
ESTRANGEIRISMO
Estrangeirismo é o processo que introduz palavras de outros idiomas na língua portuguesa. Enquanto essas palavras não forem absorvidas em nosso idioma, serão consideradas um vício de linguagem.
Isso acontece quando fica claro que não há necessidade de recorrer a uma palavra estrangeira para definir algo que possui uma palavra em português e que ainda é muito usada.
A maioria das palavras da língua portuguesa tem origem latina, grega, árabe, espanhola, italiana, francesa ou inglesa. Essas palavras são introduzidas em nossa língua por diversos motivos: históricos, socioculturais e políticos, modismos ou mesmo por causa dos avanços tecnológicos. Porém, enquanto isso não acontece, precisamos nos policiar para evitá-las e preferir as palavras em português.
Veja alguns exemplos:
· Não vou. Esse show é destinado ao público teen.
· Quero muito comer um hot dog.
· Vamos às compras, está tudo 50% off.
· Esses games estão na moda.
PLEONÁSMO
Também conhecido por pleonasmo vicioso, tautologia ou simplesmente redundância, o Pleonasmo é o vício de linguagem relacionado ao uso de uma expressão redundante, isto é, trata-se da repetição desnecessária de um termo ou ideia.
Por isso, para não se dizer a “mesma coisa” duas vezes, devemos nos expressar de forma objetiva.
Veja, abaixo, 10 exemplos de Pleonasmo:
	Descer para baixo e entrar dentro
	Se é descer, logicamente é para baixo; e não há a possibilidade de se entrar fora.
	Amigo pessoal
	Amigo só pode ser pessoal. No dicionário “pessoal” é designado também como “conjunto de pessoas com afinidades ou interesses comuns; turma, amigos, família (o pessoal lá de casa; o pessoal do clube/do bairro)”. Por isso, trata-se da mesma ideia.
	Conclusão final
	A palavra “conclusão” já significa desfecho, arremate.
	Consenso geral
	“Consenso” significa uniformidade de pensamentos, opiniões, etc. já englobando a totalidade dos envolvidos.
	Pequenos detalhes
	Detalhe é cada mínima parte de um todo ou conjunto. Portanto, detalhes já são pequenos, concorda?
	Planos ou projetos para o futuro
	Não fazemos planos para o passado. A não ser que você tenha uma máquina do tempo.
	Surpresa inesperada
	Se é uma surpresa, não se esperava por ela.
	Viúva do falecido
	Não pode haver viúva se não houver um falecido.
	Almirante da Marinha
	Esta patente existe apenas na Marinha.
	Países do mundo
	De onde mais seriam os países?
AULA 4
RECURSOS COESIVOS E FATORES DE COERÊNCIA
COERÊNCIA 
A coerência, como você já sabe, é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal-entendido ou até mesmo falha na comunicação.
A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
Podemos organizar, de acordo com Ingedore Koch,a coerência em quatro tipos:
TIPOS DE COERÊNCIA
Coerência semântica
Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em sequência. A incoerência aparece quando esses sentidos não combinam ou quando são contraditórios. É estabelecida entre os significados dos elementos do texto através de uma relação logicamente possível.
Coerência sintática
Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes etc. Trata da adequação entre os elementos que compõem a frase, o que inclui também atenção às regras de concordância e de regência.
Coerência estilística
Vem da utilização de linguagem adequada às possíveis variações do contexto. Na maioria das vezes, esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um texto. É uma noção relacionada à mistura de registros linguísticos (formal x informal, por exemplo). É desejável que quem escreve ou lê se mantenha em um estilo relativamente uniforme.
Coerência pragmática
Podemos dizer que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequado às conversações. Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Para haver coerência nesta sequência, é preciso que os atos de fala se realizem de forma apropriada, isto é, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu discurso ao do seu ouvinte, de forma a manter a expectativa de conteúdo de acordo com a situação em que o texto é usado.
Mas como distinguir cada tipo?
Um texto pode ser incoerente em determinada situação se seu autor não consegue estabelecer um sentido ou uma ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos (pontuação, vocabulário etc.).
Como vimos na última aula, pode-se concluir, por esse motivo, que um texto coerente é aquele que é capaz de estabelecer sentido. Por isso, a coerência é entendida como um princípio de interpretabilidade.
Agora veremos exemplos de cada tipo de incoerência. É só seguir em frente.
Incoerência semântica
A casa que desejo comprar é bastante jovem. Essa frase é incoerente quando levamos em consideração o significado da palavra jovem. Embora tenha o sentido de coisa nova, o vocábulo jovem só é empregado para caracterizar seres humanos; e não seres inanimados, como é o caso de casa. Para essa caracterização, a palavra nova seria mais apropriada, concorda?
Incoerência sintática
As pessoas que têm condições procuram o ensino particular, onde há métodos, equipamentos e até professores melhores. Apesar de haver comunicabilidade, já que possível compreender a informação, a coerência desse período está inadequada. Ela poderia ser restabelecida se fosse feita uma alteração: a troca do pronome relativo onde, específico de lugar, para no qual ou em que (ensino particular, no qual/em que há métodos).
Incoerência estilística
  O ilustre advogado observou que sua petição não prosperaria, haja vista seu cliente ter enfiado o pé na jaca. Imagine iniciar uma fala, em um contexto formal, com palavras mais “sofisticadas” e depois misturar com uma forma de linguagem bem popular, usando gírias. Essa incoerência poderia parecer inclusive uma brincadeira, modificando o sentido que o autor da frase desejava.
Incoerência pragmática
   Veja esta conversa entre amigos:
  ― Maria, sabe dizer se o ônibus para o Centro passa aqui?
― Eu entendo, João. Hoje faz um ano que minha avó faleceu. 
Note que Maria, na verdade, não responde a pergunta feita por João, pois não estabeleceu uma sequência na conversa. Ela propôs outro assunto, irrelevante para a pergunta feita. Assim, percebemos que na sequência de falas deste exemplo não há coerência.
Para resumirmos a questão do que é estabelecido como texto, e que caracteriza a textualidade, vamos recorrer a uma explicação de Koch e Travaglia especialistas no assunto:
“Ter textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. Portanto, tendo em vista o conceito que se tem de coerência, podemos dizer que é ela que dá origem à textualidade.”
Conforme vimos, a junção de informações de forma inadequada é um dos principais motivos da falta de coerência nos textos.
Veja um novo exemplo:
O clima esteve muito adequado neste período; porém, a colheita foi excelente.
Ao lermos esse texto, pensamos logo:
“Porém foi excelente? Como assim? Isso não é óbvio? Já que o clima foi favorável, logicamente a colheita foi boa. A surpresa seria ter um clima ruim e, mesmo assim, uma colheita boa ou um clima ótimo e a colheita ruim.” 
O porém nos traz a ideia da adversidade, não é mesmo? Então, jamais poderia ser utilizado para juntar essas informações. Por causa da presença dele, temos uma mensagem incoerente.
Não existe uma forma única de fazer a conexão das ideias. Entretanto, dentre as várias possibilidades, é provável que haja junções inadequadas como mostrou o exemplo com o erro.
Assim, deduzimos que nem todas as conexões são possíveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junções, que podemos chamar de articulações sintáticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado.
Chegamos, então, a uma importante informação: são as articulações sintáticas que estabelecem as relações semânticas.
DO QUE SE TRATA A COERÊNCIA TEXTUAL?
Você sabia que a palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento de fios”? Assim, da mesma forma que um tecido não é apenas um emaranhado de fios, o texto é não um mero amontoado de frases: 
“texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.”
Por isso, deve haver uma organização, uma unidade de sentido para que o texto seja considerado texto e cumpra sua função: estabelecer contato com seu interlocutor, a fim de informar, influenciar, questionar, sensibilizar, convencer, divertir, enganar, seduzir. É disso que trata a coerência textual.  Se os fios embolam ou se rompem, quebra-se a coerência, ou seja, o texto não faz sentido. 
Então, vamos analisar a seguir os fatores que impedem que os fios do texto embaracem ou se rompam.
A coerência se estabelece por uma série de fatores que afetam os possíveis sentidos de um texto.  Portanto, ao considerarmos que a coerência é o princípio de interpretabilidade, podemos observar os seguintes fatores:
CONHECIMENTO LINGUÍSTICO
O Conhecimento linguístico consiste no domínio das regras que norteiam a língua, isso vai possibilitar as várias combinações dos elementos linguísticos. 
CONHECIMENTO DE MUNDO
É o conhecimento proveniente de nossas experiências com o mundo, resultante da interação sociocultural. Através dessa interação, armazenamos conhecimento, constituindo os modelos cognitivos.
É uma espécie de arquivo que guardamos em nossa memória, como se fosse um dicionário, relacionado ao mundo e à cultura a que temos acesso.  
Por exemplo, ao chegar a um funeral, sei o comportamento que devo ter, como cumprimentar as pessoas, qual traje usar etc. Em um funeral, portanto, é aceitável dizer “é com muito pesar que trago meus sentimentos”, e não é aceitável dizer “é com muito prazer que trago meus sentimentos”.
CONHECIMENTO PARTILHADO
Conhecimento compartilhado entre as pessoas, entre quem estabelece uma interação. Essa interação se torna possível graças à experiência comum dos envolvidos.
Por exemplo, as regras comunicadas em reuniões de condomínio passam a ser conhecidas por aquele grupo de condôminos.  
INTERFERÊNCIA
São as reflexões que fazemos a partir de alguma ideia, a partir de determinado texto. Incluem as deduções, conclusões que construímos juntamente com quem conta ou escreve uma história,um fato etc.
Por exemplo, quando alguém diz que foi ao médico ver um problema nos olhos, podemos deduzir que está falando de um oftalmologista.
CONTEXTUALIZAÇÃO
São os elementos que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada, como a data, o local, a assinatura, os elementos gráficos, o timbre, o título, o autor.
Em documentos, por exemplo, o carimbo, a data, a assinatura são muito importantes. Já entre os fatores gráficos, a disposição do conteúdo, as ilustrações e as fotos também contribuem para contextualizar o texto.
SITUACIONALIDADE
Conhecimento de onde a história se situa, com todos os elementos necessários. Fator que atua nas duas direções, tanto da situação para o texto quanto do texto para a situação.
Um texto coerente em uma situação pode não ser em outra, como nos casos dos textos literários que analisamos.
INFORMATIVIDADE
É o nível de informação contida no texto, que dependerá da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético.
Diz respeito ao grau de previsibilidade da informação que vem no texto, que será menos informativo, se contiver apenas informação previsível ou redundante.
Já se contiver informação inesperada ou imprevisível, o texto terá um grau máximo de informatividade , podendo, à primeira vista, parecer até incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação.
FOCALIZAÇÃO	
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Isso evita que um texto com tema da globalização passe a falar mal dos países globalizados.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Também pode ser analisado como a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte de seu conhecimento.
Uma reportagem sobre um crime será lida de maneiras diferentes por um advogado, um psicólogo, um sociólogo e um policial, por exemplo.
Assim, como o mesmo crime seria descrito de maneiras diferentes por esses profissionais.
INTERTEXTUALIDADE
É uma interação entre textos, sendo um mecanismo importante para o entendimento de determinadas mensagens.
Essa relação pode ser explícita ―quando apresenta a fonte do texto original ― ou implícita ― quando é necessário que o receptor tenha conhecimento suficiente do assunto para recuperar o texto original.
Ocorre quando um texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão.
INTENCIONALIDADE E ACEITABILIDADE
O primeiro fator diz respeito à intenção do emissor e o segundo refere-se à atitude do receptor de aceitar a manifestação linguística como um texto coeso e coerente.
Você sabe o que é coesão textual?
A coesão é um dos requisitos imprescindíveis à construção de todo e qualquer texto. Há, portanto, alguns elementos que funcionam como principais agentes nesse processo, para fazer com que a mensagem aconteça de forma clara e precisa.
ADIÇÃO
Também, e, ainda, não só, mas também, além disso
Fiz Análise Textual e Metodologia Científica.
PROPORÇÃO
À medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que
Quanto mais estudava, mais ganhava dinheiro.
CONFORMIDADE
Como, segundo, conforme, consoante
Segundo a orientação do professor, começaremos o estágio em breve.
CONDIÇÃO
Se, caso, desde que, contanto que
Você pode ter um bom emprego, desde que se dedique à faculdade.
FINALIDADE
Para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de
Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, ela estudava oito horas todos os dias.
Importante: Talvez neste exemplo você tenha tido um pouco de dificuldade para perceber a relação de finalidade entre as frases. Porém, essa possível dificuldade é logo superada se mudarmos a ordem das orações.
Veja: Ela estudava oito horas todos os dias, com o intuito de conseguir a vaga na faculdade.
Observe, em destaque, alguns elementos articuladores utilizados pela escritora. 
	“Meu pai emocionava-se ao nos narrar suas próprias histórias. Digo suas próprias histórias porque acredito que ele as inventava à medida que nos ia contando. Ele próprio se empolgava e isso eu percebia, nos momentos mais emocionantes, ao notar arrepios em seu pescoço. Embora falasse correntemente o português, papai só contava histórias em italiano, matava dois coelhos com um tiro só: divertia os filhos e ensinava-lhes a sua língua natal.
Com mamãe, a coisa já era diferente: embora também tivesse grande imaginação, preferia nos contar trechos de romances que lia e filmes que assistia às quintas-feiras, na sessão das senhoras e senhoritas. Embora tivesse tido pouco estudo, pois as condições financeiras da família não lhe permitiram frequentar sala de aula por mais de alguns meses, mamãe lia correntemente e nas leituras em voz alta dava ênfase, empolgando a quem a ouvisse”.
No texto, vimos que há um encadeamento de ideias que promove a textualidade, que lhe dão sentido. Isso ocorre porque são estabelecidas relações sintático-semânticas adequadas.
MAS ATENÇÃO!
Para identificar as relações sintático-semânticas estabelecidas pelos articuladores, é necessário observar o sentido que pode ser depreendido do texto.
Memorizar a classificação de cada articulador não é suficiente para compreender a sua função.
Observe, por exemplo, que no texto de Zélia Gattai o articulador PORQUE introduz uma explicação, ao passo que o articulador sintático POIS tanto introduz uma ideia de explicação quanto de causalidade.
	Você já ouviu a música Boa sorte?
Escute agora a canção, prestando bastante atenção na primeira parte da letra, interpretada por Vanessa da Mata.
Notou que, assim como no texto “Como se conjuga um empresário”, não há elos coesivos na letra dessa música?
Percebeu como há um esforço para tentarmos estabelecer as relações entre as partes?
Uma das tentativas para transformar a letra dessa música em um texto coeso seria a seguinte: Se é só isso, então não tem mais jeito. Por isso, acabou. Desejo-lhe boa sorte. Não tem mais o que dizer, pois o que eu sinto não mudará. O que eu falaria, então, seriam apenas palavras, nada representariam.
Tudo o que você quer me dar é demais para mim. Tornou-se pesado, não me traz paz.
Tudo o que você quer de mim é irreal e são expectativas desleais. Viu? Quando utilizamos elos coesivos facilitamos a compreensão de nossos interlocutores.
COESÃO E COERÊNCIA NOS PROCESSOS SELETIVOS
Nos processos seletivos, é muito comum pedirem aos candidatos para escreverem redações, não é mesmo? A coesão e a coerência são os principais pontos analisados na hora da avaliação do texto.
A partir de agora, você verá dicas para escrever um texto coeso e coerente e tirar de letra essa etapa do processo seletivo.
CONECTIVOS
As relações sintático-semânticas permitem a conexão entre as orações e, por serem tão importantes, é bastante válido que você aprenda algumas dessas conjunções e as suas influências.
Assim, quando você se tornar bem íntimo delas, terá mais segurança na hora de aplicá-las e, com certeza, seu texto será mais claro e coerente, já que você conseguirá estabelecer com mais facilidade as conexões em seu texto. 
Quadro da relações sintático-semânticas:
ESTRUTURAS SINTÁTICAS
Ao revisar seu texto, verifique se os verbos que você utilizou estão sendo aplicados de maneira adequada e se estão dizendo realmente aquilo que você pretendia, isto é, veja se existe um verbo mais específico, que não dê margem para o seu leitor interpretar de forma equivocada. Ao fazer essa revisão, é bom checar se os complementos verbais que você utilizou estão de acordo e também as preposições, para evitar problemas de regência, por exemplo.
PERÍODOS LONGOS
Quando escrevemos períodos muito longos, as chances de cometermos erros aumentam consideravelmente. Portanto, opte por escrever períodos mais curtos e objetivos. Você perceberá que essa tática auxilia inclusive na pontuação correta de seu texto. Veja um exemplo:
Em 1988 o time foi profissionalizado por ocasião do título de Campeão da Segunda Divisão Estadual, na época da administração de Luiz Gonçalves Lima, Luiz Negrinho, usando o uniforme composto por camisacom listras horizontais verdes e brancas, calção verde e meias verdes, para comemorar o título e para homenagear o membro-fundador, já falecido, que foi presidente do time por muito tempo, e que, mesmo morto, deveria estar pulando de alegria, por ter dedicado toda a sua vida para conquistar o direito de jogar entre os melhores, de jogar com as estrelas que tanto admirava e ver seu time brilhar na televisão aos domingos.
Observando esse longo período, que apresenta informações bem variadas, verificamos como esse tipo de construção pode prejudicar o entendimento.
FATORES DE COERÊNCIA
Seguem alguns fatores que auxiliam na formação de textos coesos, que você sempre deve observar na hora de escrever:
O conhecimento de mundo e a preocupação em compartilhar esse conhecimento com os interlocutores;
O domínio das regras da língua, possibilitando a combinação dos elementos linguísticos que serão compreendidos pelos interlocutores que também dominam essas regras;
Os próprios interlocutores, considerando a situação em que se encontram, as suas intenções de comunicação e a função comunicativa do texto. A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, mas sempre interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
	Luci Elaine de Jesus, em seu artigo “Análise Linguística, como desatar esse nó?”, diz que, embora a coesão não seja condição suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que dão a eles maior legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes.
Provamos isso ao analisar os exemplos da música “Boa sorte” e do texto “Como se conjuga um empresário”. Notamos como os elos coesivos, apesar de não serem essenciais, ajudam na compreensão do texto.
Porém, a coerência em textos didáticos, expositivos, jornalísticos, por exemplo, pela necessidade de serem sempre claros, já dependem da utilização explícita de elementos coesores.
Vimos, nesta aula, portanto, que a coesão não garante a coerência, embora influencie o seu estabelecimento. Assim, percebemos que coerência e coesão se completam no processo de produção e compreensão do texto.
AULA 5
PRÁGRAFO
Do grego paragraphos, que quer dizer “escrever ao lado” ou “escrito ao lado”. Othon Garcia, famoso linguista brasileiro, afirma que “o parágrafo é uma unidade de texto composta por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”
são as estruturas formadas por unidades autossuficientes de um discurso que compõem um texto, apresentando basicamente uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica.
Essas unidades são chamadas de tópico frasal, que é acompanhado por detalhes que o complementam.
Para Othon Garcia, tópico frasal designa um ou dois períodos curtos iniciais que contêm a ideia-núcleo do parágrafo em texto dissertativo, descritivo ou narrativo.  O tópico frasal é uma maneira prática e eficiente de estruturar o parágrafo, pois já de início expõe a ideia que se quer passar, a qual é comprovada e reforçada pelos períodos subsequentes.
A organização do texto em parágrafos permite que o leitor detecte as ideias principais do texto e acompanhe como foram desenvolvidas em seus diferentes estágios.
CURTO OU LONGO?
A extensão do parágrafo é variada. Existem parágrafos de duas linhas e também aqueles que ocupam uma página inteira. Já que há essa variação, o que nos faz escrever um parágrafo curto ou estendê-lo um pouco mais?
A ideia central que o parágrafo apresenta pode ser um critério para determinar se este será curto ou mais extenso.
PARÁGRAFOS LONGOS
Geralmente, parágrafos longos são utilizados para manter uma continuidade do raciocínio. Em geral, obras científicas e acadêmicas possuem parágrafos mais longos por duas razões:
1. As explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações;
2. Os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los.
PARÁGRAFOS CURTOS
Já os parágrafos curtos, seguindo esta lógica, são adequados para pequenos textos, e, geralmente, são escritos por quem tem pouca prática na escrita ou pensando-se nos leitores que possuem pouca prática de leitura.
Você já deve ter reparado que as notícias de jornal, por exemplo, possuem parágrafos curtos, distribuídos em colunas estreitas. Ou que os textos escritos para serem lidos por meio da internet seguem esse padrão.
1. Esses textos possuem essa característica por causa do perfil dos leitores.
2. Tipos de tópicos mais comuns
Veja os tipos mais comuns de tópicos frasais que auxiliam na hora de iniciar um parágrafo:
DECLARAÇÃO INICIAL
O autor declara uma opinião por meio de uma frase afirmativa ou negativa. Serve para vários tipos de texto (você estudará tipologia textual na aula 06), mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação.
DEFINIÇÃO
Trata-se de um bom recurso didático. Define-se algo quando se delimita o seu significado dentro de um campo semântico. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos dissertativos/informativos.
Exemplo: O jornal é um meio de comunicação periódico constituído por notícias, reportagens, crônicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público.
DIVISÃO
O parágrafo pode se iniciar dividindo o assunto, indicando como será tratado em seu desenvolvimento. Serve para vários tipos de texto.
Exemplo: As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão.
INTERROGAÇÃO
O autor quer aguçar a curiosidade do leitor acerca do tratamento dado a um determinado tema, mediante uma pergunta. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Exemplo: O crescente uso da internet provocará o fim do jornal impresso?
DECLARAÇÃO INICIALALUSÃO/CITAÇÃO
O autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa, usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Serve para vários tipos de texto.
Exemplo: Conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa.
PARÁFRASE
Fazemos uma paráfrase quando transmitimos uma informação ouvida ou lida para outras pessoas com as nossas palavras. Simples, não é? Com certeza você já fez paráfrases inúmeras vezes.
E você não acha que dizer com suas palavras o que já foi dito por outra pessoa vai ser uma situação muito comum na sua vida acadêmica e profissional? Não precisava nem perguntar, não é mesmo? 
Essa técnica de reescrita é um ótimo exercício para ampliarmos nosso vocabulário, aperfeiçoando nossa precisão vocabular, e para treinarmos a apresentação da mesma ideia de formas diferentes.
A paráfrase é muito útil quando temos necessidade de reproduzir um conteúdo para um público específico. Além disso, é um recurso muito utilizado nos textos acadêmicos, já que, por meio dela, conseguimos apresentar as ideias dos autores estudados sem recorrer à citação direta ou mesmo quando a intenção é apresentar o pensamento de um autor de forma mais objetiva.
Como fazer uma paráfrase?
Como vimos, para produzir uma paráfrase é preciso seguir as ideias do texto original, reproduzindo-as de outra maneira, de forma resumida ou mesmo ampliando o texto.
Vamos ver agora algumas dicas que o ajudarão na hora de elaborar uma paráfrase:
DEFINIR O OBJETIVO
Primeiramente, você deve definir o objetivo da paráfrase. Por que você precisa reescrever o texto? Para adequá-lo a novos leitores ou meio de comunicação? Para modernizá-lo? Para utilizá-lo em um trabalho acadêmico? Essa análise vai ajudá-lo a decidir qual será a linguagem utilizada na paráfrase.  
FAZER UMA LEITURA CUIDADOSA
Você deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta, destacando e fazendo anotações, e, a partir daí, decidir se vai apenas reafirmar a ideia apresentada com suas palavras ou se será necessário esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes.
NÃO DISTORCERA IMAGEM
Embora você vá redigir a paráfrase com suas palavras e estilo próprio, deve seguir passos do texto original sem omitir informações que permitam aos seus leitores uma interpretação fiel do texto estudado. Tomando sempre muito cuidado para não distorcer a mensagem.
UNIR IDEIAS AFINS
Você pode unir ideias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base, reorganizando o texto em blocos de assunto, por exemplo, mas respeitando a evolução dos argumentos do autor.
SUBSTITUIR AS PALAVRAS REBUSCADAS
Consulte o dicionário e substitua as palavras menos usadas, ou muito rebuscadas, por palavras que sejam de conhecimento do público geral, tentando, obviamente, se preocupar com a precisão vocabular.
RELER O SEU TEXTO FINAL
Redija o texto buscando a síntese das ideias e a clareza. Preocupe-se com a pontuação, a coesão e a coerência. Não faça comentários ou dê sua opinião. Depois, releia a paráfrase para encontrar possíveis erros e corrija-os.
A verdadeira paráfrase
Vamos analisar agora um exemplo bem sucedido de paráfrase, muito comum no meio jornalístico. É o caso das muitas versões de uma mesma notícia.
Os jornalistas, seguindo seu próprio estilo, o estilo do jornal, mas principalmente do público leitor, são capazes de comunicar as mesmas informações de formas bem diferentes.
Veja agora duas versões da mesma matéria e compare, atentando para as palavras em destaque:
	Primeira versão
Caixa aprova medidas de uso de recursos do FGTS para imóvel na planta (Brasil Agora, 21 abril 2004) Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil
Brasília — A Caixa Econômica Federal aprovou duas medidas que vão facilitar a vida do comprador e do construtor de imóveis na planta com recursos do FGTS. Para o comprador, criou-se a possibilidade de utilização do seu FGTS para pagamento de até 80% do valor das prestações finais durante a fase de construção. Para as empresas foi aprovada a inexigibilidade da necessidade de hipoteca de unidades não financiadas. A implantação das medidas é imediata.
	Segunda versão
CEF facilita uso de FGTS em prestação de casa(O Globo, 22 abr 2004, p. 30) Geraldo Doca
Brasília: A Caixa Econômica Federal (CEF) aprovou uma medida que vai aliviar o bolso dos candidatos aos financiamentos habitacionais com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para imóveis na planta. A partir de agora, o interessado poderá usar o dinheiro do fundo para abater até 80% do valor das prestações, assim que o contrato for assinado.
RESUMINDO
Antes de começarmos a tratar de resumo, veja este caso:
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.
Foi averiguar e constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos, disse-lhe:
― Oh, bucéfalo anácrono!!!...Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, respondeu:
— Dotô, resumindo... Eu levo ou dêxo os pato???
Essa história engraçada nos faz refletir sobre resumo, não é mesmo?
Quantas vezes nos encontramos em situações em que a nossa vontade é perguntar ao interlocutor: “Dá para resumir?”
Como nosso tempo é precioso, não podemos desperdiçá-lo com tantos detalhes. Então, resumir é uma técnica que vem sendo usada cada vez mais.
As redes sociais, por exemplo, com seus caracteres limitados nos fazem exercitar frequentemente a nossa capacidade de resumir.
Já no meio empresarial, que vamos estudar agora, o resumo abrevia o tempo dos pesquisadores, difundindo informações que podem influenciar e estimular a consulta do texto original.
Além disso, ajudam a quem criou o resumo a estudar o texto, já que é preciso fazer uma análise de seu conteúdo antes de escrever o resumo.
Mas o que é um resumo, afinal?
Resumo, diferente da paráfrase que estudamos agora, é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Significa reduzi-lo ao que é essencial, mas sem perder de vista três elementos:
· Cada uma das partes essenciais do texto;
· A progressão em que elas acontecem;
· A correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Neste aspecto, o resumo segue algumas regras:
· Devemos seguir as ideias principais do autor, na ordem em que aparecem no texto (a primeira frase explica o assunto do texto);
· Devemos ser capazes de, desprezando ideias particulares, registrar informações de ordem geral (este conceito aproxima-se do de tematização);
· Indica-se a categoria do tratamento (Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação?);
· O resumo deve apresentar o objetivo, o método e as técnicas de abordagem, os assuntos, os resultados e as conclusões do trabalho.
ESTILO E EXTENSÃO
· Quanto ao estilo, deve ser composto por frases concisas, evitando-se enumerar tópicos;
· É comum o uso da 3º pessoa do singular, com verbos na voz ativa (“O autor afirma que...”);
· Devemos excluir a maior parte dos detalhes, exemplos, fatos secundários, realizando a supressão de adjetivos e advérbios;
· Devemos reescrevê-lo usando as nossas palavras, isto é, não se deve utilizar trechos do texto original;
· Não há limite de páginas, desde que seja menor do que o texto-base, mas existem algumas recomendações.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESUMOS
Os dois principais tipos de resumo são:
INDICATIVO OU FICHAMENTO
O resumo indicativo ou fichamento caracteriza-se como sumário narrativo que elimina dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original. É conhecido também como descritivo.
Refere-se às partes mais importantes do texto. Pode ser usado, por exemplo, para adiantar o assunto de um anexo de e-mail.
Indica as principais ideias em torno das quais o texto foi elaborado.
Normalmente, é utilizado em propagandas, catálogos de editoras, livrarias e distribuidoras ou ainda em breves exposições de determinadas obras.
INFORMATIVO
Resumo informativo
O resumo informativo, também conhecido como analítico, pode dispensar a leitura do texto original. Apresenta o objetivo da obra, métodos e técnicas empregados, resultados e conclusões. Nele, comentários pessoais e juízos de valor são evitados. Apresenta todas as informações, de forma sintética, que o autor usou para criar o texto.
Indispensavelmente, deve conter:
· Assunto;
· Problema e/ou o objetivo;
· Metodologia;
· Ideias principais em forma sintética;
CONCLUSÕES
É o mais utilizado em universidades.
MODERAÇÃO É O LEMA DO RESUMO
Podemos concluir que resumo é uma apresentação concisa dos elementos mais importantes de um texto sem perder a sua essência.
Portanto, trata-se de um procedimento para reduzir um texto sem alterar seu conteúdo.
Constitui-se, assim, uma forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a retenção de informações básicas.
Com certeza essa técnica fará parte de sua vida profissional e acadêmica com muita frequência
	Técnicas de elaboração de resumo
Segundo Rebeca Peixoto da Silva e outros (s.d. p.110), a elaboração de resumo exige mais habilidade de leitura do que de escrita. O resumo permite melhor compreensão das ideias expostas, uma vez que para realizá-lo é necessário apreender a estrutura do parágrafo. 
Para os autores citados, resumir é um processo que compreende vários passos, como: encontrar a ideia-tópico do parágrafo. Se a ideia principal estiver subentendida, será necessário isolar as frases-chaves para encontrar a ideia central. Em seguida, o leitor eliminará as ideias secundárias ou que não sejam essenciais para a compreensão da ideia central. 
Há passagens dentro de um texto que servem apenas para esclarecer e constituem,pois, paráfrases de passagens anteriores. Passa-se, então, à fase de primeira redação do resumo, escolhendo-se sempre a palavra mais simples ― mais breve. 
Coloca-se o original à parte, e põe-se a escrever segundo o que se compreendeu. Acompanhando o texto enquanto se escreve o resumo, corre-se o risco de copiar frases do texto original ou de cair na simples paráfrase. Finalmente, compara-se o resumo com o original. Para evitar cópias, transcrições, utiliza-se a seleção de ideias, distribuídas num quadro sinóptico, ou num plano (esquema). 
O resumo é um instrumento adequado tanto para a aprendizagem redacional, quanto para o aprimoramento da leitura. Um leitor que é capaz de resumir um texto com suas próprias palavras demonstra ter compreendido as ideias nele expostas. 
Para Siqueira (1990, p.63), os passos para resumir um texto são: 
· seleção das ideias principais; 
· cancelamento das ideias irrelevantes; 
· agrupamento das ideias que se relacionam entre si; 
· adaptação da linguagem devido aos agrupamentos realizados. 
Já Maria Teresa Serafini (1987, p.188-189) ensina quatro regras para a redação de resumos: 
· Cancelamento; 
· Generalização, 
· Seleção; e 
· Construção. 
Cancelamos palavras que se referem a pormenores que não são necessários à compreensão de outras partes do texto. Pelo processo de generalização, substituímos “alguns elementos por outros mais gerais que os incluam”. Pela seleção, eliminamos os “elementos que exprimem detalhes óbvios”. Durante a fase de construção, substituímos orações por outras novas. 
Tomemos o seguinte texto como exemplo: 
No painel reúnem-se várias pessoas para exporem suas ideias sobre determinado assunto ante um auditório. No painel, a conversação é basicamente informal, os membros não atuam como oradores, não expõem. 
Os membros do painel (painelistas) devem preparar o material necessário acerca do assunto a ser discutido, procurando orientar a discussão através de um raciocínio metódico e ao alcance do público. 
Devem saber ouvir com atenção o que têm a dizer os outros participantes e interrompê-los quando oportuno, esperando o momento apropriado para isso. 
Não se devem aferrar a um ponto de vista, só porque é o que defendem, e sim mudar de opinião sempre que os fatos ou a lógica provarem que estão errados. 
Não devem os painelistas monopolizar a discussão, pois todos têm iguais oportunidades de falar. Convém, por isso, estabelecer que a duração máxima de cada intervenção será de dois ou três minutos. O coordenador deverá interferir sempre que um painelista ultrapassar os limites permitidos ou estender-se muito em digressões que não contribuam para o esclarecimento da discussão. 
Falar apenas sobre o assunto proposto deve ser um dos lemas dos participantes do painel. Outro objetivo que deve ser norma para os participantes é de que a atmosfera de discussão é informal e o diálogo deve processar-se em tom de conversa. Nada de discursos, de atitudes teatrais para a plateia ou de uso e abuso de expressões de efeito. (MINICUCCI, 1992, p.134135). 
Aplicando as regras para elaboração de resumo, tem-se: 
Quanto ao apagamento 
Cancelam-se palavras que podem ser dispensáveis: 
Painel: reunião de pessoas para exporem suas ideias sobre um assunto, diante de um auditório. A conversação é informal. Os membros de um painel preparam o material, orientando a discussão pelo raciocínio metódico. Devem ouvir os outros participantes e interrompê-los quando oportuno. Devem mudar de opinião se os fatos ou a lógica provarem que estão errados. Não devem monopolizar a discussão. Cada intervenção será de dois ou três minutos. O coordenador deve interferir no caso de um painelista ultrapassar o tempo. Os painelistas devem falar sobre o assunto proposto. O diálogo deve processar-se em tom de conversa. Evitar discursos ou atitudes teatrais. 
Quanto à generalização 
Pela generalização, devem-se substituir enunciados específicos por gerais. Assim, se uma pessoa diz que reformou o banheiro, a cozinha, a sala, o telhado de sua casa, pode-se dizer que ela “reformou sua casa”. A expressão agora é generalizadora. 
No texto apresentado, as possibilidades de generalizações não são assim tão palpáveis, mas pode-se dizer, generalizando, que ele apresenta regras para a realização de um painel. 
Quanto à seleção de tópicos frasais e combinação deles 
No painel, várias pessoas expõem suas ideias para um auditório. A linguagem é informal e os membros que dele participam podem interromper seus colegas quando oportuno. Cada intervenção, regulada pelo coordenador, pode demorar de dois a três minutos. Os painelistas devem ater-se ao tema proposto. 
Assim, o leitor pode verificar que o primeiro parágrafo apresenta duas ideias importantes: o painel é uma técnica de apresentação de comunicação da qual participam várias pessoas; o tom da apresentação é informal. 
O segundo parágrafo cuida da adaptação da exposição à audiência. O terceiro e o quarto parágrafos podem ser fundidos: o painelista apresenta suas ideias e ouve observações dos colegas. 
O quinto parágrafo é uma explicitação dos dois anteriores e pode ser eliminado. O sexto parágrafo ocupa-se do impedimento de digressões e o último afirma, repetindo ideias do primeiro parágrafo, que o tom da apresentação é o informal. 
Quanto à invenção ou construção 
Aqui, recria-se o texto de Minicucci: 
O painel, técnica de trabalho em grupo, consiste em variados participantes. diante de um auditório, apresentarem para discussão assuntos previamente estabelecidos. Entre as regras do painel, destacam-se: adaptar a exposição à audiência, ouvir os colegas e interrompê-los apenas quando oportuno, ser flexível na defesa dos próprios pontos de vista, permitir que os colegas exponham suas ideias, evitar digressões e atitudes teatrais, já que o tom do diálogo é informal. Ao coordenador, caberá estabelecer tempo de duração das intervenções e manter a ordem. 
AULA 6
PRONOME
Palavra que acompanha ou substitui o substantivo, em relação às pessoas do discurso.
Os pronomes podem ser:
Adjetivos: pronomes adjetivos são aqueles que acompanham os substantivos
Substantivos: são aqueles que substituem o substantivos.
PRONOMES PESSOAIS
São aqueles que indicam as três pessoas do discurso. Classificam-se em Retos e Oblíquos.
O CONTEXTO
É ele que pode definir o sentido do discurso e, normalmente, orientar tanto a produção quanto a recepção.
Em determinadas circunstâncias, um texto menos complexo, e até aparentemente menos claro, pode funcionar melhor, ser mais adequado, do que outro mais completo que contenha muitas informações. Isso acontece, por exemplo, com as placas de trânsito. Elas são mais apropriadas para passar uma mensagem ao motorista, que obviamente está ocupado dirigindo, do que um longo texto explicativo ou persuasivo que o motorista sequer teria tempo para ler.
Como neste caso, é importante que o contexto esteja de acordo com a situação comunicativa e que o interlocutor tenha as referências adequadas para fazer a leitura.
Um motorista, por ter estudado as regras de trânsito, possui as referências necessárias para compreender o significado desses símbolos.
Esse contexto, chamado de contexto não verbal está de acordo, portanto, com a situação comunicativa em que o motorista se encontra.
CONTEXTO NÃO VERBAL
Contexto que usa imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura, e gestos para estabelecer a comunicação.
Dentro desse contexto temos a simbologia, como as placas de trânsito e logos de empresa, por exemplo.
No caso dessa placa, especificamente, estamos lidando apenas com a escrita. Logo, entramos no contexto verbal.
Esse contexto possibilita nossa comunicação pelas regras de uma língua.
Isso permite uma fala adequada que resultará em entendimento caso o interlocutor compartilhe as referências necessárias para compreender o significado.
Observe nas placas que temos os dois contextos (verbal e não verbal) associados, já que elas conjugam a imagem da setae o texto.
Conselho que utiliza simultaneamente a linguagem verbal e a linguagem não verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo.
SITUAÇÕES EMPRESARIAIS
No ambiente empresarial, podemos afirmar que o texto escrito é mais utilizado do que a linguagem não verbal?
Não!
Estamos em contato, principalmente no dia a dia corporativo, com logotipos que são nada mais nada menos do que a identidade visual de uma empresa.
Analise esta situação:
Cliente:
O senhor não acha que está na hora de renovarmos o nosso logotipo?
Funcionária:
O que há de errado com o que temos hoje?
Funcionária:
- Bem, o senhor não acha necessário que tenhamos mais visibilidade no mercado? Podemos fazer isso por meio de uma campanha publicitária que demonstre nossa intencionalidade discursiva. Os nossos clientes precisam nos “ler” melhor e mais.
Veja o que eu pesquisei sobre logotipo.
Logotipo é o símbolo visível de um conceito. Este termo é perfeito para o que ele significa, pois é justamente o que fazemos. Temos uma empresa cliente que nos dá um conceito (logo) a trabalhar e nós somos incumbidos a fazer um símbolo gráfico (tipo) para este conceito. Este tipo pode ser somente um desenho, sem nenhuma letra para se ler, ou somente as letras do nome da empresa, mas desenhadas de forma que mostrem o conceito. Ou pode ser um desenho e o nome da empresa, juntos, mostrando o símbolo gráfico de um conceito ou logotipo.
Repare que a funcionária se interessa pela comunicação com os clientes, expressando o conceito da empresa por meio de um logotipo, que, como ela pesquisou, é a forma como a companhia é vista no mercado. Uma empresa sólida sabe ser firme o suficiente para se manter em destaque no mercado por meio de um discurso coerente, e esse discurso pode e deve ser exposto por seu logotipo.
Podemos crer também que neste ambiente não iremos mais fazer uma descrição ou contar uma história, como a nossa professora da escola nos ensinou, não é mesmo?
Mas não é bem assim. É necessário recordar esses tipos textuais a fim de aplicá-los à intencionalidade discursiva de sua empresa.
Analise mais esta situação:
Cliente:
Ok. Você acha que podemos melhorar outras coisas?
Funcionária:
Sim, claro. Vamos começar com a descrição do que é nossa empresa em um site. Podemos contar nossa história, despertando a curiosidade de nossos possíveis clientes e depois associar uma imagem ao nosso perfil. O que acha?
A funcionária disse que pode fazer uma descrição e contar uma história, reparou?
Essas são duas formas de texto que você aprende na escola e acha que nunca mais vai utilizar, não é verdade?  Porém, como é o caso do exemplo apresentado, não sabemos quando vamos precisar desses conhecimentos textuais em nossa comunicação.
Por isso, devemos sempre estar preparados para lidar com essas situações e não deixar que um simples texto vire um obstáculo que impeça que nossas ideias sejam colocadas em prática.
CONCEITUANDO GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOLOGIA TEXTUAL
Os gêneros textuais podem ser encarados como as diversas formas que um texto pode assumir para cumprir seus objetivos, ou seja, para informar, entreter, comover etc.  Sendo assim, podemos admitir que diferentes formas de textos fazem parte de nosso cotidiano, levando em conta que a comunicação atende a vários propósitos.
Os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento, em um determinado contexto.
O tipo de texto, por sua vez, é limitado, pois se refere à estrutura composicional da língua.
De forma geral, temos cinco tipos textuais (narração, argumentação, exposição, descrição e injunção), que aprofundaremos ainda nesta aula.
Não se esqueça de que um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual.
Aliás, um único gênero pode conter mais de um tipo de texto. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
NARRAÇÃO
A narração é um tipo de texto em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu em um determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.
Há uma relação de anterioridade e posterioridade e, normalmente, apresenta-se verbalmente no passado.
De início, é bom você procurar sempre contá-los de uma maneira bem diferente, bem inteligente, fugindo dos “lugares comuns”.
Em uma empresa, podemos ter, por exemplo, a necessidade de se contar a história dela em um site ou ainda fazer um relatório.
	A narração conta um fato, que pode ser ou não inventado. Esse tipo de texto compõe-se de personagens, apresenta tempo e/ou lugar bem definidos.
Como vimos, normalmente, os verbos utilizados estão no tempo passado. Veja:
A formação do jovem (fragmento)Nós estávamos dentro d’água e ele quis saber se podia me fazer uma pergunta. Claro que sim, respondi, com minha melhor cara de pai companheiro, aprendida nos filmes americanos.
― É uma pergunta difícil ― disse ele.
― Qualquer pergunta para seu pai é difícil, há-há. Pode perguntar.
― Você dá beijo de novela em minha mãe, não dá?
― Eu o quê? Beijo de novela? Sim, beijo de novela. Bem, acho que sim, beijo de novela, claro, sim, acho que sim, de vez em quando eu dou uns beijos de novela nela. Vamos pegar siri?
― E você sente uma coisa?
―  Sente uma coisa, como? Sente uma coisa? E... Não, é só um beijinho de novela, todo marido dá beijo de novela na mulher. Olhe ali, pegue aquele pedaço de pau, hoje está dando siri, vamos lá!― Você sente um arrupeio?
― Hein? Um arrupeio?
― Eu vi um homem na televisão dando um beijo de novela na mulher e eles dois gemeram e ele deu um arrupeio. Quando você beija minha mãe, você geme e tem um arrupeio?
― Um arrup... Bem... Olha lá o siri, pegue o pau, olha lá o siri!
No exemplo que acabamos de ler, a narrativa apresenta um diálogo entre pai e filho, sendo o pai o narrador da história (narrador-personagem).  É possível, também, identificar o espaço como um local apropriado para pesca de siri (“Nós estávamos dentro d’água”; “hoje está dando siri, vamos lá!”)
Argumentação
A argumentação é um tipo de texto através do qual o emissor da mensagem tenta convencer o ouvinte/leitor.
	A charge apresenta um argumento (“A preguiça é a mãe de todos os vícios”) para desenvolver outro argumento no qual desloca a ideia inicial (“Mãe é mãe e é preciso respeitá-la”), objetivando defender uma tese contrária.
O texto argumentativo defende uma ideia específica. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta.
EXPOSIÇÃO
A exposição é um tipo de texto que apresenta uma ideia, uma reflexão, um conhecimento, uma explicação sobre um objeto (pessoa, fato, circunstância).
Como traz informações específicas sobre um tema, também é chamada de texto informativo.
	O texto abaixo traz informações precisas sobre a história da caligrafia. Veja:
Caligrafia (do grego κάλλος kalli “beleza” + γραφή graph “escrita”) é um tipo de arte visual, muitas vezes chamada de a “arte da escrita bela”.
Uma definição contemporânea da prática caligráfica é “a arte de dar forma aos sinais de uma maneira expressiva, harmoniosa e habilidosa”. A história da escrita é uma evolução estética enquadrada dentro das competências técnicas, velocidade de transmissão(ões) e as limitações materiais das diferentes pessoas, épocas e lugares. Um estilo de escrita é definido como sistema de escrita, caligrafia.
DESCRIÇÃO
A descrição apresenta um objeto do discurso (pessoa, coisa, circunstância, fato etc.), realçando suas características. A sua técnica implica uma contemplação e uma apreensão de algo objetivo ou subjetivo.
O redator, ao descrever, capta o mundo, exterior ou interior, conforme a sua sensibilidade.
Numa visão mais mercadológica, para cada empresa ou situação empresarial há de se fazer uma descrição condizente com a intencionalidade do texto.
É fato que a maioria das empresas deve primar pela objetividade a fim de se fazerem entender suas mensagens.
Mas, como tudo depende do

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