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NP-1 SUMÁRIO DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................02 Profº João Tayah DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................20 Profº Renato Cabral. DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................59 Profº Glaython Barreto/ Profª Mayara Almeida MATEMÁTICA.....................................................................................89 Profº Ali Assi/Karon Ribeiro LÍNGUA PORTUGUESA......................................................................103 Profª Cristiane Balieiro INFORMÁTICA..................................................................................119 Profº. Delson Assunção/ Mateus Amélio DIREITO PENAL.................................................................................167 Profº Fabiano Pignata. 1 NP-1 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFº JOÃO TAYAH NP-1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINSTRATIVO • “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.” (Hely Lopes Meirelles) • “Conjunto de regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da administração pública, às relações entre estas e seus agentes, ao exercício da função administrativa, especialmente às relações com os administrados, e à gestão dos bens públicos, tendo em conta a finalidade geral de bem atender ao interesse público.” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo) Fontes do Direito Administrativo • Lei • Jurisprudência • Doutrina • Costumes • Lei • Fonte primordial (primária) do Direito Administrativo, sendo empregada, para este efeito, o sentido amplo (que abrange normas constitucionais, normas legais e atos normativos/regulamentares). • Jurisprudência • É o entendimento reiterado dos Tribunais. • Em regra, não tem aplicação geral e efeito vinculante. ▪ Exceções: controle abstrato de constitucionalidade e súmulas vinculantes, casos em que se tornam fontes primárias do Direito Administrativo. • Doutrina • Conjunto de teses e construções teóricas acerca do direito positivo. • Costumes • São os costumes sociais e os costumes administrativos. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO • Regime Jurídico da Administração Pública – É utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. • Regime Jurídico Administrativo – “É reservado tão-somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa.” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro) – Distancia-se do tratamento predominantemente encontrado no direito privado, pois “confere à Administração prerrogativas sem equivalente nas relações privadas e impõe à sua liberdade de ação sujeições mais estritas do que aquelas a que estão submetidos os particulares.” (Rivero, 1973:35). • Supremacia do Interesse Público sobre o Privado – É oriundo do Estado de Bem-Estar Social (“Welfare State”), quando o Direito deixou de ser mero instrumento assecuratório de direitos dos indivíduos e passou a funcionar como meio para a consecução da justiça social. – “Proclama a superioridade do interesse da coletividade, firmando a prevalência dele sobre o do particular, como condição, até mesmo, da sobrevivência e asseguramento deste último.” (Celso Antônio Bandeira de Mello) – Fundamenta a existência de prerrogativas de ordem pública como os atributos especiais do ato administrativo, prazos judiciais mais extensos, intervenção do Estado na propriedade, cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, etc. – Está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da execução em concreto pela Administração Pública. – A vontade estatal se proclama de forma unilateral e autoritária, inexistindo acordo de vontades. • Exceção: nas atividades estranhas ao exercício da função administrativa, há o chamado “regime parcialmente sujeito ao direito privado”. 3 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 • Indisponibilidade do Interesse Público – O patrimônio e o interesse público não são de propriedade da Administração, tampouco de seus agentes públicos. Cabe-lhes, assim, a sua gerência e conservação, com o fito de resguardá-los em prol da coletividade. Os administradores públicos não podem gerenciar os recursos públicos visando atender a interesses privados. – Traduz-se pelas restrições jurídico- constitucionais na realização de concurso público, licitação, motivação dos atos administrativos, restrições a alienações de bens públicos, etc. INTERESSE PÚBLICO • Não é simplesmente o somatório dos interesses individuais, pois não se restringe à vontade da maioria. • Como no conceito de “vontade geral” de Rousseu, o ponto de intersecção entre interesses privados e o interesse público é a Lei – o instituto jurídico considerado em abstrato. • CRFB, art. 1°, parágrafo único. • Interesse Público Primário – Diz respeito aos interesses diretos do povo, os interesses gerais imediatos. • Interesse Público Secundário – Consiste nos interesses imediatos do Estado enquanto detentor de personalidade jurídica, titularizando direitos e obrigações. – De qualquer forma, o interesse público secundário, voltado geralmente à prosperidade arrecadatória do Estado, só pode ser considerado legítimo se não for contrário ao interesse público primário, sob pena de sequer ser reputado interesse público, mas meramente interesse governamental injusto. SISTEMA JURÍDICO ADMINISTRATIVO • Sistema Inglês (Judiciário ou Jurisdição Una) – Todos os litígios – de natureza administrativa ou de interesses exclusivamente privados – são resolvidos judicialmente pela Justiça Comum, ou seja, pelos juízes e tribunais do Poder Judiciário. – Utilizado nos EUA, Bélgica, Romênia, México, dentre outros países. – Não implica vedação à existência de solução em litígios do âmbito administrativo, porém não há a chamada “preclusão administrativa” de forma plena. Tampouco acarreta óbice ao dever-poder de autotutela da Administração Pública. – CRFB, art. 5°, XXXV. • Sistema Francês (Contencioso Administrativo ou Dualidade de Jurisdição) – O Poder Judiciário é impedido de conhecer as causas cujo objeto sejam atos da Administração Pública, pois estes estão sujeitos à chamada jurisdição especial do contencioso administrativo, com tribunais e julgadores próprios, integrantes da própria administração. – É adotado na Suíça, na Finlândia, na Grécia, na Turquia e na Iugoslávia, dentre outros países. Não é adotado no Brasil. • "Para bem conhecer a natureza dos povos, é necessário ser príncipe, e para bem conhecer a dos príncipes, é necessário pertencer ao povo." (Nicolau Maquiavel) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Noção de Princípio Administrativo • “São os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública.” (José dos Santos Carvalho Filho) • De acordo com Robert Alexy e Ronald Dworkin, diferenciam-se das regras porque o conflito entre estas é dirimido no plano de validade. Os princípios admitem um critério de ponderação de valores, sendo atribuído um grau de preponderância. Princípios Expressos • Legalidade – É a diretriz básica da conduta dos agentes públicos, controlando a Administração e garantindo a observância de direitos individuais. – Legalidade privada (CRFB, art. 5°, II) x legalidadeestrita (atuação “secundum legem”). – Os atos são vinculados (lei determinativa) ou discricionários (lei autorizativa). Vamos cantar? “Só se a lei autorizar, pode o agente praticar a conduta Se a lei silenciar, a conduta estará proibida” • Impessoalidade (Igualdade, Isonomia ou Finalidade) – Toda a atuação estatal deve guiar-se pela busca da satisfação do interesse público, sob pena de nulidade por desvio de finalidade. – Impessoal é “aquilo que não pertence a uma pessoa em especial” (Caldas Aulete, p. 2.667). – Veda a promoção pessoal (CRFB, art. 37, §1°). 4 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 – Proíbe a adoção de medidas que visem a favoritismos ou perseguições. – “Os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal.” (José Afonso da Silva). – Moralidade – Liga-se às ideias de probidade e boa-fé, nunca desprezando-se o elemento ético objetivo da conduta. – É um vício de consciência, intencional, que acarreta uma ilegalidade em sentido amplo. – CRFB, art. 37, §4°, art. 5°, LXXIII e art. 85, V. SV 13. • Publicidade – Possui dupla acepção, a saber: • Necessidade de publicação em imprensa oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público; • Exigência de transparência na atuação administrativa (CRFB, art.5°, XXXIII e XXXIV); – Exceção: informações imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado (interesse social) ou que digam respeito à esfera de intimidade do particular (CRFB, art. 5º, LX). Vamos Cantar? “Segundo o Princípio da Publicidade É vedada a prática de atos sigilosos Mas existem exceções proibindo divulgar Informações que ponham em risco a segurança e a intimidade” • Eficiência – Os serviços públicos devem ser fornecidos com presteza, perfeição e rendimento funcional (Fernanda Marinela). – Desdobra-se nas concepções de atualidade, economicidade, public management e administração gerencial. Foi inserida como princípio administrativo na CRFB por meio da EC 19/98. – CRFB, art. 5°, XXXV e LXXVIII. – Não pode servir de pretexto para suprimir a observância de outros princípios. Princípios Reconhecidos • Razoabilidade – “A Administração, ao atuar no exercício da discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equlibradas e sdas finalidades que presidiram a outorga da competência exercida.” (Celso Antônio Bandeira de Mello) – Incide sobre o mérito administrativo e o processo legislativo (Ex.: ADI 1.158), perfazendo análise de congruência entre o fato ensejador e a medida tomada. • Proporcionalidade – Torna ilegal o chamado excesso de poder, revestindo-se de um tríplice fundamento: • Adequação: o meio empregado deve ser compatível com o fim colimado; • Exigibilidade: a conduta deve ter-se por necessária, não havendo outro meio menos gravoso para alcançar o fim público, ou seja, causa o menor prejuízo possível; • Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem conquistadas devem superar as desvantagens. Vamos cantar? “Eu andei errado, eu pisei na bola Matei um pardalzinho usando um canhão Mas o exagero é sempre ilegal É inválida a conduta desproporcional” • Autotutela – Possibilita à Administração Pública exercer controle sobre seus próprios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à legalidade, sem prejuízo da verificação de legalidade pelo Poder Judiciário (Súm. 473, STF). O controle pode ser de: • Continuidade dos Serviços Públicos 5 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 – Em razão da natureza premente e inadiável das necessidades sociais básicas, os serviços públicos não podem sofrer interrupções, envolvendo o próprio poder público e os seus delegatários. – Sustenta institutos limitativos como os atinentes ao direito de greve do servidor público e ao “exceptio non adimpleti contractus” (exceção do contrato não cumprido) do particular que contrata com a Administração. • Segurança Jurídica – “Se é assente que a Administração pode cancelar seus atos, também o é que por força do princípio da segurança jurídica obedece aos direitos adquiridos e reembolsa eventuais prejuízos pelos seus atos ilícitos ou originariamente lícitos, como consectário do controle jurisdicional e das responsabilidades dos atos da Administração.” (Luiz Fux) – Sustenta a credibilidade administrativa e seu poder normativo, revelando a confiança necessária para embasar o lastro democrático (Princípio da Proteção à Confiança, existente no Direito Alemão, aspecto subjetivo do princípio). – Veda a aplicação retroativa de interpretação sobre norma jurídica (Lei 9.784/99, art. 2°, caput). – Remete à “Teoria do Fato Consumado”, segundo a qual existem ocasiões em que: • a convalidação do ato causa menos transtornos que sua supressão do ordenamento jurídico (Lei 9.784/99, art. 54); • mantém-se os atos praticados por funcionário de fato; • fixa-se prazo para que a anulação seja possível (Lei 9.784/99, art. 54); • há modulação dos efeitos da ADIN ou súmula vinculante. “A administração é a arte de aplicar as leis sem lesar os interesses.” (Honoré de Balzac) QUESTÕES 01) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Niterói - RJ Prova: FGV - 2018 - Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental Próximo do término da construção de um túnel que passa sob um morro onde existe uma grande comunidade, os peritos verificam que, em função do peso das casas, a construção desabaria. O governador do Estado, tomando ciência do fato, decide realizar a desapropriação de 100 casas que se localizavam na encosta do morro, mesmo sofrendo duras críticas de grupos da população. Ao agir, pautando-se nos princípios da Administração Pública, o governador teve a sua decisão motivada, especificamente, pelo princípio a) da autotutela. b) da legalidade. c) da especialidade. d) da supremacia do interesse público sobre o privado. e) da segurança jurídica. 02) Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: AL-MA Prova: FGV - 2013 - AL-MA - Consultor Legislativo - Orçamento Público "Os bens e interesses públicos não pertencem à administração pública nem a seus agentes. Cabe- lhes apenas administrá-los em prol da coletividade, esta, sim, a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos". O fragmento acima se refere à diretriz que norteia os princípios da Administração Pública, denominada a) supremacia do interesse público. b) tutela ou controle. c) presunção da legitimidade. d) indisponibilidade. e) razoabilidade. 03) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: SEE-PE Prova: FGV - 2016 - SEE-PE - Professor de Administração O serviço público brasileiro é guiado por princípios que auxiliam na busca pela melhor forma de atender os interesses da sociedade. Esses princípios se dividem em princípios explícitos, descritos no Art. 37 da Constituição de 1988, e princípios implícitos, surgidos do Direito Administrativo e da interpretação jurídica da Constituição. Assinale a opção que apresenta dois dos princípios implícitos mais reconhecidos da Administração Pública. a) Legalidade e Impessoalidade. b) Moralidade e Razoabilidade. c) Impessoalidade e Proporcionalidade. d) Supremacia do Interesse Público e Indisponibilidade. e) Moralidade e Impessoalidade. 04) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-AL Prova: FGV - 2018 - MPE-AL - Analista do Ministério Público - Gestão Pública O prefeito de um município brasileiro, após finalizar a restauração do estádio de futebol durante seu mandato, anunciaque colocará um busto com sua própria imagem na entrada da arena. De acordo com os princípios expressos da Administração Pública, a ação do prefeito viola diretamente o princípio da a) supremacia do interesse público. b) indisponibilidade do interesse público. c) imparcialidade. d) impessoalidade. e) publicidade. 6 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 05) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Agente de Trânsito e Transporte O Município de Salvador elaborou plano estratégico para melhorar as atividades de fiscalização pelos agentes de trânsito e transporte e as condições de segurança, higiene e conforto dos veículos do sistema de transporte público. Neste contexto, a busca de melhores resultados práticos, menos desperdícios e maior produtividade decorre do seguinte princípio da Administração Pública: a) Moralidade. b) Impessoalidade. c) Isonomia. d) Segurança Jurídica. e) Eficiência. 06) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: FGV - 2016 - MPE-RJ - Estágio Forense Prefeito Municipal determinou às diretoras das escolas municipais que promovessem a afixação de cartazes, na entrada de cada unidade de ensino, contendo a fotografia de sua esposa com os seguintes dizeres: “A primeira dama Maria, mulher guerreira e dedicada às causas filantrópicas, será candidata a Deputado Estadual nas próximas eleições e conta com o seu apoio”. A conduta do Prefeito viola frontalmente, a um só tempo, os princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988 da: a) isonomia e razoabilidade; b) eficiência e pessoalidade; c) improbidade e lealdade; d) impessoalidade e moralidade; e) competitividade e igualdade. 07) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Especialista em Políticas Públicas Prefeito de determinado município do Estado da Bahia nomeou sua esposa, médica de notório conhecimento e atuação exemplar, para exercer o cargo de Secretária Municipal de Saúde. No caso em tela, com as informações apresentadas acima, a princípio, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a) não é possível afirmar que houve flagrante violação ao princípio da impessoalidade pela prática de nepotismo, pois o cargo de secretário municipal possui natureza política. b) não é lícito o ato administrativo de nomeação, pois houve flagrante violação ao princípio da moralidade pela prática de nepotismo. c) é possível afirmar que houve flagrante ato de improbidade administrativa, por violação aos princípios da eficiência e legalidade. d) é possível afirmar que houve flagrante crime eleitoral pela prática de ato expressamente proibido pelo texto constitucional que viola a impessoalidade. e) é possível afirmar que houve flagrante falta disciplinar pela prática de ato punível com a sanção funcional de afastamento cautelar da função pública. 08) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: ALERJ Prova: FGV - 2017 - ALERJ - Especialista Legislativo - Qualquer Nível Superior Elias, prefeito municipal, informou à sua assessoria que gostaria de promover, junto à população, as realizações de sua administração. Na ocasião, foi informado que esse tipo de publicidade não poderia conter nomes e imagens, de modo que, longe de ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, visasse à promoção pessoal de Elias. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que a orientação da assessoria está em harmonia com o denominado princípio da: a) responsabilidade; b) transparência; c) avaliação popular; d) impessoalidade; e) eletividade. 09) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: MPE-BA Prova: FGV - 2017 - MPE-BA - Assistente Técnico - Administrativo Os princípios de Direito Administrativo são postulados básicos fundamentais que permeiam a atuação dos agentes públicos na constante busca da satisfação dos interesses coletivos. Dentre os chamados princípios implícitos, merece destaque o da autotutela, que ocorre, por exemplo, quando: a) a penalidade de demissão é aplicada a servidor público que recebeu vantagem indevida no exercício da função, após regular processo administrativo disciplinar; b) o Estado garante ao cidadão o direito de acesso à informação, mediante procedimento célere e transparente, com a expedição da certidão requerida; c) o Município procede à reintegração de servidor público ilegalmente demitido, atendendo à ordem judicial, com ressarcimento de todas as vantagens; d) o Prefeito revoga, por considerar que não é mais oportuno, um decreto sem qualquer vício de legalidade que proibia o estacionamento de veículos em determinada via pública; e) o Governador do Estado pratica o ato de nomeação de pessoa não concursada para cargo em comissão, com exercício de função de assessoramento parlamentar. 10) Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: SEGEP-MA Prova: FGV - 2013 - SEGEP-MA - Agente Penitenciário "Princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da administração pública. Representam cânones pré- normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de atividades administrativas." (Carvalho Filho, J . S., 2012). 7 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 Tendo em conta a existência de princípios expressos e também dos chamados princípios implícitos ou reconhecidos, assinale a alternativa que apresenta somente princípios implícitos ou reconhecidos. a) Razoabilidade, publicidade e autotutela. b) Continuidade do serviço público, supremacia do interesse público e segurança jurídica. c) Eficiência, indisponibilidade do interesse público e segurança jurídica. d) Moralidade, proporcionalidade e indisponibilidade do interesse público. e) Publicidade, autotutela e proporcionalidade. QUESTÃ O GABARIT O QUESTÃ O GABARIT O 01 D 06 D 02 D 07 A 03 D 08 D 04 D 09 D 05 E 10 B ATOS ADMINISTRATIVOS Espécie do gênero ato jurídico. CONCEITO DE ATOS ADMINISTRATIVOS Fatos Administrativos (Atos materiais) São as atividades com repercussão meramente material no exercício da função administrativa, que não contém uma manifestação de vontade. Ex.: pavimentação de ruas, mudança da localização de setor, serviço de limpeza das ruas, etc. Atos (privados) da Administração Têm natureza de ato privado, desprovidos, portanto, do regime jurídico de Direito Público. Perfazem-se quando da celebração de contrato de aluguel, da emissão de cheques ou da intervenção no domínio econômico por parte das empresas estatais, por exemplo. Atos Administrativos São atos provindos da vontade estatal, aptos a propiciar efeitos jurídicos com finalidade pública, estando, destarte, regidos pelos ditames do Direito Público. Pressupõem sempre uma manifestação unilateral da vontade administrativa. Podem ser implementados pelos três órgãos de Poder, embora configure atividade típica do Executivo. CLASSIFICAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS Quanto aos destinatários Individuais: direcionam-se a pessoa(s) determinada(s), ou seja, a título singular ou plúrimo. Ex.: nomeação, exoneração. Gerais: atinge toda uma coletividade, de forma indeterminada. Ex.: placas de trânsito, decretos, instruções normativas. Quanto à formação de vontade Simples: são formados pela declaração jurídica de um só órgão, singular ou colegiado. Complexos: existem duas manifestações volitivas, envolvendo dois órgãos distintos e independentes. Ex.: concessão de aposentadoria Compostos: existe a manifestação de vontade de um único órgão, que depende da ratificação (confirmação, homologação ou aprovação) de outro órgão (geralmente pertencenteà mesma estrutura jurídica), que é condição para geração de seus efeitos. Ex.: vistos, pareceres, homologação. Vamos cantar? “Não se esqueça que ato complexo É aquele formado por vontade de dois órgãos É diferente do ato composto Por vontade de um só órgão Mais aprovação de outro” Quanto ao grau de liberdade da Administração em sua prática Vinculados: não existe margem de liberdade para decisão, conquanto a lei predetermine de modo completo todo o modo de agir do agente público. Confere direito subjetivo ao administrado sobre a sua observância. Ex.: aposentadoria compulsória, licença maternidade. Discricionários: existe liberdade para se efetuar uma avaliação ou decisão do caso concreto, segundo critérios de conveniência e oportunidade prelecionados pela autoridade exequente, nos ditames da lei autorizativa. Ex.: autorização para porte de arma, conceitos jurídicos indeterminados (bem comum, conduta escandalosa, moralidade, etc.). *Os atos administrativos são espécies de atos jurídicos em sentido estrito. 8 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 Mérito Administrativo ▪ Só existe em atos discricionários, casos em que, por previsão legal, existe margem de liberdade dada ao agente público para decidir sobre a oportunidade e conveniência do ato administrativo. ▪ Oportunidade Escolha do momento adequado para a prática do ato. ▪ Conveniência Aferição do atendimento ao interesse público. Quanto à posição jurídica da Administração Atos de império: são aqueles praticados pela Administração no gozo de prerrogativas de autoridade. Ex.: interdição de estabelecimento, desapropriação. Atos de gestão: são os praticados sem o uso de poderes comandantes. Ex.: aluguel de um bem, autorização de uso. Atos de expediente: atos internos, relacionados às rotinas administrativas, sem conteúdo decisório. Ex.: protocolo e movimentação de processos. • Quanto à situação de terceiros Internos: produzem efeitos apenas no interior da Administração. Ex.: pareceres, informações. Externos: produzem efeitos sobre terceiros. Ex.: admissão, licença. • Quanto aos efeitos Constitutivos: fazem nascer uma situação jurídica, seja de forma originária, seja extinguindo ou modificando situação anterior. Ex.: nomeação e demissão de servidor público. Declaratórios: afirmam a preexistência de uma situação de fato ou de direito. Ex.: certidão de matrícula. Quanto à formação Perfeito: passou por todas as fases de produção. Válido: está conforme à lei. Eficaz: já está disponível para produzir seus efeitos jurídicos. ELEMENTOS (REQUISITO DE VALIDADE) Competência (Sujeito ou Agente) É a atribuição legal permissiva que confere ao agente público legitimidade para a prática dos atos atinentes à sua função (atribuições funcionais). É de exercício obrigatório para os órgãos e agentes. É irrenunciável e intransferível, embora haja previsão legal para a avocação e delegação de competência (Lei 9.784/99, arts. 11 a 15). ▪ OBS: Não é possível a avocação ou a delegação de competência para: a) Atos Normativos; b) Decisões de Recursos Administrativos; c) Atos de competência exclusiva. É imodificável pela vontade de agente, haja vista ser sempre dotada de natureza vinculada. É imprescritível, pois o seu não-exercício não acarreta a extinção da competência. Sua inobservância dá origem ao excesso de poder. Objeto (Conteúdo) “É o próprio conteúdo material do ato” (Marcelo Alexandrino). “É a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar” (José dos Santos Carvalho Filho). Integra o mérito administrativo, razão porque pode assumir a forma vinculada ou a discricionária. Não pode ser ilícito (açambarca a ausência de previsão legal e a desconformidade com a lei), impossível ou indeterminável. Forma É o modo de exteriorização do ato administrativo. É requisito vinculado e imprescindível à validade do ato. ▪ OBS: possibilidade de convalidação de vício de forma, se não contrariar expressa exigência da lei. Como regra, deve seguir rito formal, sendo comum a forma escrita. Exceções a esta regra existem, como as ordens verbais na relação de hierarquia, os sinais de trânsito, etc. A motivação faz parte da forma, tanto que sua ausência implica nulidade do ato por vício de forma. A motivação pode ser considerada um princípio administrativo. Motivo É a causa imediata (pressuposto de direito ou de fato) do ato administrativo, confirmando uma subsunção do fato à norma. Assim como o objeto, pode se revestir de vinculação ou discricionariedade, integrando o mérito administrativo. Difere da motivação, pois esta é a expressão textual da situação de fato que levou o agente à manifestação de vontade. A motivação é obrigatória, ressalvados os casos em que haja dispensa legal ou incompatibilidade com a natureza da medida. 9 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 Teoria dos Motivos Determinantes ▪ O ato administrativo deve guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação de vontade, sob pena de nulidade. Ou seja, o motivo não pode ser ilegítimo nem inexistente. Vamos cantar? “Se o ato é praticado com base num motivo E o motivo é falso ou inexistente O ato é nulo, o ato é nulo É o que afirma, é o que afirma A chamada, a chamada Teoria dos Motivos, Teoria dos Motivos Determinantes, Determinantes” Finalidade (Fim) “Desde que a Administração Pública só se justifica como fator de realização do interesse coletivo, seus atos hão de dirigir sempre e sempre para um fim público” (Hely Lopes Meirelles) Sua inobservância acarreta o desvio de poder (ou desvio de finalidade), hipótese de nulidade insanável do ato administrativo. Enquanto o objeto representa um fim imediato ou resultado prático, a finalidade traduz a vontade coletiva, o interesse público, o fim mediato colimado pelo ato estatal. É sempre vinculado, determinado pela lei. Sua inobservância acarreta a necessária nulidade do ato. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Imperatividade (Coercibilidade ou Poder Extroverso do Estado) Traduz a possibilidade de a Administração, independente da concordância do terceiro envolvido, criar-lhe obrigações ou impor-lhe restrições. Não está presente em todos os atos administrativos, mas principalmente nos atos punitivos e atinentes ao poder de polícia. Presunção de Legalidade (ou de Legitimidade) e de Veracidade Todo ato administrativo presume-se verdadeiro e conforme ao Direito, estando aptos a produzirem todos os seus efeitos desde a sua edição, até que seja decretada a sua invalidade. É estabelecida uma presunção juris tantum (presunção relativa), cabendo a quem alega o ônus da prova de existência do eventual vício. Autoexecutoriedade O ato administrativo, por si só, tem o condão de criar direitos obrigações, submetendo a todos os que se situem em sua órbita de incidência (Vedel). Diz respeito à possibilidade de praticar atos administrativos, utilizando-se inclusive da força (se necessário) sem que se precise obter autorização judicial prévia. Não reveste todos os atos administrativos, pois é qualidade própria dos atos inerentes ao exercício de atividades típicas da Administração, atuando na condição de Poder Público. São os casos em que haja autorização em lei (apreensão de mercadorias, cassação de licença para dirigir) ou se trate de medida urgente, que possa causar prejuízo maior (demolição de prédio, internação de pessoa com doença contagiosa). Tipicidade “É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro) Como corolário do Princípio da Legalidade, possui o objetivo de afastar a possibilidade de a Administração praticar atos inominados. Representa uma garantia para o administrado, pois impede que seja vítima de uma arbitrariedade, consubstanciada pela prática de ato unilateral e coercitivo sem previsão legal. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Atos normativos Contêm determinações gerais e abstratas. Não podem inovar o ordenamento jurídico, uma vez que se prestam a regulamentar conteúdo já disciplinado em lei. Por isso são chamados de atos derivados ou secundários. Exceção: decretos autônomos – Poder Normativo - (CRFB, 84,VI) Têm como exemplos os decretos ou regulamentos (exclusivos dos Chefes do Executivo), os regimentos, os regulamentos, as deliberações e as resoluções. 10 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 Atos ordinatórios “São os atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determinações concernentes ao adequado desempenho de suas funções.” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo) Fundamentam-se no Poder Hierárquico e não atinge os administrados, ou seja, possuem efeitos internos. São inferiores aos atos normativos. ➢ “Ordinário, avisa na portaria que a ordem de serviço é circular ao despacho de ofício!” ➢ CAIO PODE: circulares, avisos, instruções, ordens de serviço, portarias, ofícios e despachos. • Atos negociais São utilizados em situações nas quais o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha anuência prévia da Administração para realizar determinada atividade ou direito. Assumem a forma de um ato vinculado (se o administrado preencher todos os requisitos legais para o exercício do direito) ou de um ato discricionário (quando há mero interesse do administrado, e não direito subjetivo). Podem consistir em licenças (alvarás, CNH), autorizações (porte de arma, serviço de táxi, serviços privados de saúde, uso de bem público), ou permissões (uso permanente se bem público). Atos enunciativos São atos que contém algum juízo de valor, uma opinião, uma recomendação de atuação administrativa. Não produzem efeitos jurídicos, haja vista dependerem sempre de um outro ato de conteúdo decisório. São exemplos os pareceres, as certidões e os atestados. • Atos punitivos São os meios pelos quais a Administração pode impor diretamente sanções a seus servidores ou administrados em geral. Pode ter fundamento: No Poder Disciplinar: servidores públicos e particulares dotados de vínculo jurídico específico (contrato administrativo); No Poder de Polícia: afeta particulares em geral, não ligados à Administração por vínculo jurídico específico. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Anulação (ou Invalidação) É o desfazimento do ato administrativo em razão da existência de vício de legalidade, que pode estar atrelado a qualquer dos elementos que o compõem. Trata-se de obrigação para a Administração, sendo, portanto, um ato vinculado, visto que a Administração possui o dever de obediência à legalidade e em respeito ao Princípio da Autotutela (Lei 9.784/99, art. 53 e Súmula 473, STF). Exceção: convalidação de atos com irregularidades superáveis (Lei 9.784/99, art. 55). Pode ainda ser realizado pelo Judiciário (ações ordinárias, reclamações, remédios constitucionais e CRFB, art. 5°, XXV). A nulidade não origina direitos, não pode ser confirmada, não convalesce com o decurso do tempo e opera ex tunc. Revogação É a retirada do mundo jurídico de ato válido, mas segundo critérios de valores da autoridade administrativa, tornou-se inoportuno e/ou inconveniente. São insuscetíveis de revogação os atos do VC PODE DA Vinculados; Que exauriram os seus efeitos, consumados (Ex.: férias já gozadas); Integrativos de procedimento administrativo; Atos enunciativos (meramente declaratórios). Que geram direitos adquiridos; VC PODE DA Surge como consequência do Poder Discricionário, em controle de mérito. Seus efeitos operam ex nunc. Não se permite o controle judicial sobre os critérios de conveniência e oportunidade, visto que o controle de mérito resulta na revogação, só possível à própria Administração. O exame judicial somente pode se dirigir aos aspectos de legalidade (adequação à lei e aos requisitos do ato) ou legitimidade (observância dos princípios administrativos) do ato, que resultam na anulação, em homenagem ao Princípio da Separação dos Poderes. Vamos cantar “Alalaôôôôôôô, se anulooooooou Judiciário e o Poder Executivo Com efeitos ‘ex tunc’, um defeito é o motivo Alalaôôôôôôô, se revogooooooou Só o Executivo pode revogar seus atos Com efeitos ‘ex nunc’, a causa é o interesse público” 11 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 • Convalidação (Saneamento) dos Atos Administrativos o Significa corrigir, regularizar um ato administrativo com defeito sanável, desde a origem (“ex tunc”). Relaciona-se com os atos denominados anuláveis. o Para ser sanado, o ato administrativo irregular deve preencher dois requisitos (art. 50 da Lei 9.784/99): ▪ Não acarretar lesão ao interesse público; e ▪ Não acarretar prejuízo a terceiros. o São defeitos sanáveis: ▪ Vício relativo à competência quanto à pessoa, (não quanto à matéria), desde que não seja exclusiva; ▪ Vício de forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial. o Pode recair sobre atos discricionários ou vinculados. PARA MEMORIZAR Anulação x Revogação x Convalidação EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Extinção natural Decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato. Ex.: permissão de uso por prazo certo e férias. Caducidade “Funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação anteriormente consentida.” (Diógenes Gasparini) Cassação O beneficiário do ato deixa de cumprir requisito capaz de manter válido o ato administrativo. Contraposição (Derrubada) Prática ulterior de ato administrativo que torne impossível a manutenção da situação anterior. “Quem mais demora a prometer é mais fácil no cumprir.” (Jean-Jacques Rosseau) QUESTÕES 01) Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE Prova: FGV - 2013 - FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE - Advogado Com relação ao ato administrativo, analise as afirmativas a seguir. I. Ato administrativo e ato da administração pública são sinônimos. II. O ato administrativo, necessariamente, é disciplinado pelo regime jurídico de direito público. III. O ato administrativo poderá ser típico ou atípico. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta b) se somente a afirmativa III estiver correta c) se somente a afirmativa II estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 02) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova: FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Técnico-Administrativa No bojo de um processo judicial, o Magistrado determinou ao servidor público João, ocupante do cargo efetivo de Técnico Judiciário lotado no cartório daquele juízo, que certificasse acerca da data de protocolo de certo recurso apresentado pelo réu, para fins de aferição de sua tempestividade. Atendendo à ordem do Juiz de Direito, João subscreveu a certidão. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, levando em conta a classificação do ato administrativo quanto ao grau de liberdade do agente 12 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 e quanto aos seus efeitos, o ato administrativo praticado por João é chamado, respectivamente, de: a) discricionário e concreto; b) composto e interno; c) vinculado e declaratório; d) de gestão e abstrato; e) de império e constitutivo.03) Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TCE-AM Prova: FGV - 2021 - TCE-AM - Auditor Técnico de Controle Externo - Área de Ministério Público de Contas O servidor público estadual do Amazonas João, insatisfeito com a decisão do Diretor do Departamento de Recursos Humanos que lhe negou um benefício a que entendia ter direito, ingressou com recurso administrativo. O servidor Antônio, autoridade competente para julgamento do recurso, não deu provimento ao recurso interposto por João, mas não motivou seu ato, deixando de indicar os fatos e os fundamentos jurídicos de sua decisão. Levando em consideração que, à luz das normas de regência e da situação fática, João realmente não tinha direito subjetivo ao benefício pleiteado, o ato administrativo de desprovimento do recurso praticado por Antônio: a) está viciado, por ilegalidade no elemento motivo; b) está viciado, por ilegalidade no elemento forma; c) está viciado, por ilegalidade no elemento finalidade; d) não está viciado, pela teoria dos motivos determinantes; e) não está viciado, pois o motivo do ato existe e é válido. 04) Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TCE-PI Prova: FGV - 2021 - TCE-PI - Auditor de Controle Externo Como estava atrasado para chegar ao cinema, o cidadão Antônio estacionou seu veículo em calçada com alto fluxo de circulação de transeuntes. O agente público competente, portanto, procedeu ao guincho e remoção do veículo ao depósito público. No caso em tela, o poder público praticou diretamente o ato que seria obrigação do particular, sem a necessidade de participação deste e sem intervenção do Poder Judiciário, calcado no atributo do ato administrativo da: a) imperatividade, que assegura direito de indenização ao poder público e à coletividade; b) autoexecutoriedade, que consiste em meio direto de execução do ato administrativo; c) exigibilidade, que consiste em meio direto de execução do ato administrativo; d) presunção de legitimidade, que assegura direito de indenização ao poder público e à coletividade; e) presunção de veracidade, que assegura direito de indenização ao poder público e à coletividade. 05) Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: PC-RN Prova: FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão No curso de determinado processo administrativo, Maria, escrivã de Polícia Civil, praticou ato administrativo de autorização de troca de móveis entre delegacias, que era de competência da chefe de departamento onde está lotada. Passados cinco meses da prática do ato, a irregularidade foi verificada pela delegada Joana, chefe do departamento, que detém competência para a prática do ato. Constatando que não houve lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro, e com objetivo de sanar o vício, Joana: a) pode convalidar o ato, por meio da confirmação, cujos efeitos não retroagem à data de edição do ato originário; b) não pode aproveitar o ato, porque se trata de nulidade absoluta por vício nos elementos forma e competência; c) pode convalidar o ato, por meio da ratificação, cujos efeitos retroagem à data da edição do ato originário; d) não pode aproveitar o ato, porque já se passaram mais de 120 dias, razão pela qual deve iniciar novo processo administrativo; e) não pode aproveitar o ato, porque se trata de nulidade absoluta por vício no elemento competência, razão pela qual deve iniciar novo processo administrativo. 06) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova: FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária A doutrina de Direito Administrativo ensina que, caso vise ao interesse público a manutenção de determinado ato administrativo, pode ocorrer a correção de um vício sanável do ato, mediante a chamada: a) revogação, desde que se trate de ato vinculado e o vício se restrinja aos elementos forma ou motivo; b) repristinação, desde que se trate de ato discricionário e o vício se restrinja aos elementos motivo ou competência; c) convalidação, desde que não cause prejuízos a terceiros e que se trate de vício nos elementos forma ou competência; d) retificação, desde que se trate de ato discricionário com vício no elemento motivo e que não cause prejuízos à Administração Pública; e) anulação parcial, desde que não cause prejuízos à Administração Pública e que se trate de vício nos elementos motivo ou forma. 07) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais José é servidor público ocupante de cargo efetivo do executivo municipal e está lotado no departamento de recursos humanos. Após estudo estratégico de pessoal de toda a administração pública municipal, constatou-se a carência de servidores no departamento de licitação, razão pela qual o Prefeito praticou ato administrativo determinando a remoção de José para aquele órgão. Inconformado, José impetrou mandado de segurança, pleiteando judicialmente a manutenção de sua lotação no setor de recursos humanos. 13 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 A pretensão de José merece a) desacolhimento, porque a remoção é ato administrativo discricionário e, por esta razão, o Poder Judiciário, em regra, deve controlar apenas sua legalidade e não seu mérito. b) acolhimento, porque a remoção é ato administrativo vinculado e, por esta razão, o Poder Judiciário, em regra, deve controlar tanto seu mérito, como sua legalidade. c) acolhimento, porque a remoção é ato administrativo discricionário e, por esta razão, o Poder Judiciário, em regra, deve controlar o seu mérito e concluir que deve ser respeitado o direito subjetivo do servidor. d) desacolhimento, porque, apesar de a remoção ser um ato administrativo vinculado, tanto a Administração quanto o Poder Judiciário devem analisar seu mérito, revisando os valores de oportunidade e conveniência. e) acolhimento, porque a remoção é ato administrativo vinculado e, por esta razão, o Poder Judiciário deve controlar seu mérito e concluir que deve ser respeitado o direito subjetivo do servidor. 08) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Especialista em Políticas Públicas Sobre a invalidação de um ato administrativo vinculado, praticado por um Secretário Municipal de Salvador no bojo de um processo administrativo sobre fomento de determinada política pública, é correto afirmar que, em regra, o ato pode ser a) revogado, por questão de mérito administrativo, pelo Poder Judiciário, ou anulado, por vício de legalidade, pelo Poder Legislativo. b) invalidado e revogado por questão de mérito e de legalidade, respectivamente, pelo próprio Poder Executivo e pelo Poder Judiciário. c) revogado e anulado por questão de mérito e legalidade, respectivamente, pelos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. d) invalidado e revogado, por questão de mérito e de legalidade, respectivamente, somente pelo próprio Poder Executivo. e) invalidado, por vício de legalidade, pelo próprio Poder Executivo e pelo Poder Judiciário. 09) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: FGV - 2018 - MPE-RJ - Estágio Forense No 02/05/18, o Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro determinou a remoção de João, Técnico Administrativo estável, da Secretaria de uma Promotoria Criminal da Capital para a Secretaria de uma Promotoria Cível e de Família de Niterói, por motivo de excesso de trabalho no órgão de execução de Niterói, com eficácia a partir de 01/06/18. Ocorre que, no dia 25/05/18, o Chefe do parquet estadual revogou tal ato de remoção do citado servidor público, eis que recebeu estudo da Secretaria Geral do MPRJ revelando que a Promotoria Criminal da Capital também estava com sobrecarga de trabalho. No caso em tela, o ato administrativo de revogação praticado pelo Chefe do MP está: a) de acordo com o ordenamento jurídico, eis que o Administrador Público tem a prerrogativa de revogar o ato administrativoque se revele inoportuno ou inconveniente; b) de acordo com o ordenamento jurídico, eis que o Administrador Público tem a prerrogativa de anular o ato administrativo que se revele inoportuno ou inconveniente; c) de acordo com o ordenamento jurídico, eis que o Administrador Público tem a prerrogativa de revogar o ato administrativo que se revele ilegal; d) em desacordo com o ordenamento jurídico, eis que criou expectativa de direito para João e apenas poderia ser revisto com a prévia concordância do servidor; e) em desacordo com o ordenamento jurídico, eis que criou direito público subjetivo de remoção para João e apenas poderia ser anulado com a prévia concordância do servidor. 10) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais Um pequeno hotel localizado no bairro do Pelourinho, no centro histórico de Salvador, decidiu aproveitar o movimento noturno da região para comercializar bebidas alcoólicas, transformando parte de sua área de recepção em um bar. Posteriormente, com o sucesso inesperado, o hotel adequou suas estruturas para funcionar exclusivamente como uma discoteca, encerrando as atividades de hospedagem. Concernente à situação exposta, tem-se como possível resultado a) a cassação imediata da licença do hotel pelo poder público, visto que a mudança de ramo de atividade representa um descumprimento das condições que permitiam a manutenção do ato administrativo que concedeu o alvará ao estabelecimento. b) a caducidade do ato administrativo que viabiliza as atividades do hotel, em virtude de administração não mais julgar oportuno e conveniente o ato administrativo que permitia as atividades do estabelecimento, decorrente da mudança de ramo. c) a invalidação dos efeitos jurídicos da atividade hoteleira do estabelecimento, amparado na impossibilidade de convalidação dos vícios insanáveis do elemento subjetivo, tendo em vista ilegalidade evidente das atividades da discoteca. d) a revogação da permissão do estabelecimento, desde que precedido de devido processo legal, obedecendo aos princípios de ampla defesa e contraditório, sendo imprescindível a provocação do judiciário para a execução do ato. e) o decaimento do direito de exercer a atividade de hotelaria, contanto que seja demonstrada motivação condizente com a retirada da autorização, associada diretamente à violação do estabelecimento ao omitir, do fisco, alteração cadastral. 14 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 QUESTÃ O GABARIT O QUESTÃ O GABARIT O 01 C 06 C 02 C 07 A 03 B 08 E 04 B 09 A 05 C 10 A ORGANIZAÇÃO ADMINSTRATIVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO Função Administrativa ou de Estado ▪ É aquela exercida pelo Estado ou por seus delegados, subjacente à ordem constitucional e legal, sob regime de direito público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem jurídica. (Aricê Moacyr Amaral Santos) Ex.: o serviço público, a intervenção, o fomento e a polícia. Função Política ou de Governo ▪ “Implica uma atividade de ordem superior referida à direção suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a determinar os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para outras funções, buscando a unidade da soberania estatal.” (Renato Alessi) Ex.: atividades colegislativas e de direção. ▪ Não admitem o controle judicial, desde que não afetem direitos individuais. São exemplos de atos exclusivamente políticos: a convocação extraordinária do Congresso Nacional, a nomeação de CPIs, as nomeações de Ministros de Estado, a declaração de guerra ou paz e etc. Conceito de Administração Pública Sentido Formal, Subjetivo ou Orgânico ▪ “Conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam.” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo) ▪ Abrange os órgãos da Administração Direta e as entidades da Administração Indireta, açambarcando inclusive as entidades que não desempenham função administrativa. ▪ Está especificada no art. 4° do Decreto-Lei 200/67. ▪ Sentido Material, Objetivo ou Funcional ▪ É o conjunto de atividades próprias da função administrativa, não sendo parâmetro quem a exerce. ▪ Para fins de delineação deste conceito, são considerados os serviços públicos, a polícia administrativa, o fomento e a intervenção. ▪ É uma atividade concreta, pondo em execução a vontade estatal contida na lei, com finalidade de satisfazer direta e imediatamente ao interesse público, sob regime predominante de direito público. PARA MEMORIZAR FOS chama a OAB - Quem faz? MFO chama de SP a PA e sente FOMI - O que faz? Organização da Administração Centralização Administrativa ▪ É sinônimo de Administração Direta. ▪ Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio de órgãos e agentes integrantes desta Administração. ▪ Integram a Administração Centralizada (ou Direta) as entidades políticas, que possuem autonomia política, traduzida pela capacidade de auto- organização e de legislar, conferida pela CRFB. Ex.: União, Estados, DF e Municípios. Descentralização Administrativa ▪ É sinônimo de Administração Indireta. ▪ É consubstanciada por meio das entidades administrativas, que integram a administração pública formal brasileira sem dispor de autonomia política. Integram a Administração Indireta. São elas: autarquias, fundações, consórcios públicos, empresas públicas e sociedades de economia mista. ▪ São criadas pelas entidades políticas, na atividade de descentralização, mas não são subordinadas a elas. Envolve a relação criada entre pessoas jurídicas diversas, reproduzindo o Poder de Vinculação, Tutela, Controle Finalístico ou Supervisão Ministerial. Desconcentração Administrativa ▪ Ocorre sempre dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, dando origem aos órgãos. São exemplos os Ministérios (Administração Centralizada Desconcentrada), os departamentos de uma universidade (Administração Descentralizada Desconcentrada), etc. Classificam-se em razão: ❖ Da matéria: Ministério da Saúde, da Educação, etc. ❖ Do grau ou da hierarquia: Ministérios, Secretarias, Superintendências, etc. ❖ Do critério territorial: Superintendências Regionais, Setoriais, etc. ▪ Trata-se de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências, perfazendo relação de hierarquia, de subordinação. 15 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 Concentração Administrativa ▪ É fenômeno inverso à desconcentração administrativa, quando a entidade, extinguindo determinados órgãos, concentra maior número de atribuições em outros órgãos maiores. Orgãos versus Entidades Entidades Subdividem-se em: ✓ Entidades políticas (Administração Centralizada): União, Estados, DF e Municípios, possuindo autonomia política, legislativa e administrativa; e em ✓ Entidades administrativas (Administração Descentralizada): autarquias, fundações, consórcios públicos, empresas públicas e sociedades de economia mista, que possuem autonomia administrativa. ▪ Possuem personalidade jurídica, portanto são sujeitos personalizados que possuem capacidade para contrair direitos e obrigações. ▪ Possuem patrimônio próprio. ▪ Possuem capacidade processual (personalidade judiciária). Órgãos (Desconcentração Administrativa) ▪ “É o compartimento na estrutura estatal a que são cometidas funções determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam, manifestam a própria vontade do Estado.” (José dos Santos Carvalho Filho) ▪ Não possuem personalidade jurídica, portanto não podem ser sujeitos de direitos ou obrigações. ▪ Não possuem patrimônio próprio. ▪ Não possuem capacidade processual (personalidadejudiciária). Administração Indireta Autarquias ▪ São entidades administrativas, com capacidade exclusivamente administrativa, criadas por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, para o desempenho de serviço público descentralizado e específico, mediante controle administrativo. ▪ Possui conceito legal (art. 5°, I, do Decreto-Lei 200/67). ▪ Seus atos e contratos são dotados de todas os privilégios e restrições atribuíveis aos entes políticos. ▪ O juízo competente para suas lides é o da Justiça Federal, se federais (CRFB, art. 109, I). Autarquias Especiais Agências Reguladoras ▪ São autarquias especiais de controle, pois possuem poder normativo técnico para regulamentar determinadas atividades, e seus servidores estão sujeitos ao regime estatutário. ▪ Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Executivo. ▪ Seus dirigentes são dotados de estabilidade para o exercício de mandatos fixos, cuja escolha se dá pelo Chefe do Executivo, podendo passar por aprovação do Senado. Vamos cantar? “Agências têm, agências têm Regime especiaaaaaall Seus dirigentes são estáveis E têm mandatos fixos” Agências Executivas ▪ Podem ser autarquias ou fundações já existentes, desde que, para atingir seus objetivos e metas institucionais: ✓ Tenham plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional em desenvolvimento; ✓ Tenham celebrado contrato de gestão com o Ministério supervisor. OAB ▪ Segundo o STF (ADI 3.026-4/DF), é um serviço público independente, constituindo pessoa jurídica de direito público com todas as prerrogativas de direito público (imunidade tributária, impenhorabilidade dos bens, prazos em dobro, etc.), mas que: ▪ Não integra a Administração Pública Indireta; ▪ Não está sujeita a controle da Administração; ▪ Não necessita prestar contas ao Tribunal de Contas; ▪ Não precisa realizar licitação nem concurso público. Fundações ▪ Podem ser: ✓ Privadas, caso em que são instituídas por ato de pessoas da iniciativa privada, mediante autorização legal, para a prestação de atividades desprovidas do poder de império da Administração; ✓ Públicas, equivalendo-se às autarquias, inclusive quanto à criação por lei e aos privilégios e restrições de direito público (autarquias fundacionais ou fundações autárquicas). ▪ Possuem três elementos: a) O instituidor, que separa um patrimônio a uma finalidade; b) O objeto consistente em atividade de interesse social (assistência social, saúde, educação, pesquisa ou cultura); 16 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 c) A ausência de fins lucrativos; ▪ Suas áreas de atuação devem ser definidas por lei complementar (CRFB, art. 37, XIX). ▪ Sujeitam-se ao controle administrativo e, se privadas, à fiscalização ministerial. Empresas Estatais ▪ São as empresas públicas e sociedades de economia mista. ▪ São pessoas jurídicas de direito privado , criadas, em regra para a exploração de atividade econômica, somente quando necessário aos imperativos de segurança nacional ou relevante interesse coletivo (CRFB, art. 173). ▪ Não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado, equiparando-se a estes em todas as obrigações, inclusive civis, comerciais, trabalhistas e tributárias (CRFB, art. 173, §1º). ▪ Não gozam de imunidade tributária, impenhorabilidade dos seus bens, prazos especiais nem outras prerrogativas especiais típicas da função administrativa. Exceção: não estão sujeitas a falência (art. 2º, I da Lei 11.101/2005) e, quando executarem serviços públicos, gozam de imunidade tributária e impenhorabilidade dos seus bens, segundo o STF (RE 220906-DF). ▪ Estão submetidas, entretanto, a regras de direito público, como as atinentes a: • acumulação de cargos públicos; • teto remuneratório; • OBS: Se não depender de recursos públicos para custeio da folha de pagamento, não se submete ao teto remuneratório constitucional (CRFB, art. 37, § 9º). • sujeição à improbidade administrativa e lei penal; • dever de licitar na atividade-meio; • exigência de concurso público para contratação; • sujeição a controle pelo Tribunal de Contas. ▪ Sua criação e extinção são autorizadas por lei. Empresas Estatais em espécie ▪ Sociedades de Economia Mista – Devem ter a forma de sociedade anônima (S/A). – O capital é formado parte por recursos públicos e parte por capital privado. No entanto, o capital é constituído majoritariamente pelo Poder Público, que mantém o controle acionário. – Suas ações são processadas na Justiça Estadual (Súm. 556 e 517, STF e Súm. 42, STJ). ▪ Empresas Públicas – Podem assumir qualquer forma societária. – O capital é integralmente público. – Suas ações poderão ser processadas na Justiça Federal, se forem federais (CRFB, art. 109, I) Vamos cantar? As autarquias e as fundações Têm natureza de Direito Público Empresas Públicas e Sociedades Mistas São de Direito Privado” Consórcios Públicos e Associações Públicas (Lei 11.107/05) ▪ São entidades criadas para a gestão associada de serviços entre os entes federativos, integrando a Administração Indireta destes entes. ▪ O instrumento firmado pode ser celebrado entre a União e Estado(s), entre Estados ou entre Estado e Município(s) dentro de sua circunscrição geográfica. ▪ Podem firmar contrato de rateio (os entes consorciados entregam recursos) ou contrato de programa (convênio de cooperação). Paraestatais São também chamadas pessoas de cooperação governamental. São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que produzem algum benefício para grupos sociais ou profissionais. Não integram a Administração Pública. Podem ser: ▪ Serviços sociais autônomos – São exemplos o SESC (Serviço Social do Comércio), o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), etc. – Seu custeio provém de contribuições parafiscais compulsórias dos contribuintes, razão por que estão sujeitas à realização de licitação e a controle pelo Poder Público e Tribunal de Contas. – Suas ações são julgadas na Justiça Estadual (Súm. 516, STF). ▪ Terceiro Setor (“ONGs”) ✓ Organizações Sociais (OS) – Lei 9.637/1998: – São declaradas como “entidade de interesse social e utilidade pública” mediante ato discricionário do Ministro ou órgão supervisor, por meio do qual será celebrado contrato de gestão; – Pode atuar em ensino, pesquisa, tecnologia, meio ambiente, cultura ou saúde, recebendo delegação para a gestão de serviço público; 17 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 – Seu órgão deliberativo superior precisa obrigatoriamente ter representantes do poder Público e da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral. ✓ Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) – Devem habilitar-se perante o Ministério da Justiça para obterem a qualificação, mediante ato vinculado (devem estar preenchidos os requisitos da Lei 9.790/1999), estabelecendo com a Administração um termo de parceria; – Exerce atividade de natureza privada, relacionada a assistência social, cultura, educação, saúde, nutrição, meio ambiente, produção, crédito, assessoria jurídica, cidadania e etc. “O Executivo do Estado moderno não é outra coisa senão um comitê de administração dos negócios da burguesia” (Karl Marx) QUESTÕES 01) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Angra dos Reis - RJ Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Angra dos Reis - RJ - Especialista em Desportos Em uma situação hipotética, o Município de Angra dos Reis, aproveitando o aumento de pessoal após a realização de um concurso público, decide criar um novo órgão para aprimorar os serviços de saúde na região. Nesse contexto, foi utilizado pelo Município a técnica administrativa conhecida por a) desconcentração.b) concentração. c) descentralização. d) centralização. e) publicização. 02) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2019 - DPE-RJ - Técnico Superior Especializado - Administração de Empresas Em relação às formas de descentralização e desconcentração administrativa, analise os itens a seguir. I. A descentralização por serviços institui uma entidade da administração indireta, contanto que seja criada por meio de lei específica. II. A descentralização por colaboração transfere a titularidade de execução da atividade da Administração Pública para a iniciativa privada, por meio de contrato ou ato unilateral. III. A desconcentração administrativa permite a criação de órgão com personalidade jurídica de direito público, mas sem capacidade processual. Está correto somente o que se afirma em: a) I; b) II; c) III; d) I e II; e) I e III. 03) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais Sobre a descentralização por colaboração, assinale a afirmativa correta. a) Ocorre quando a Constituição atribui a um ente específico que exerça atribuições próprias de forma autônoma ao ente central. b) Ocorre quando a Administração Pública transfere, por contrato ou ato administrativo unilateral, a execução de serviço público a uma pessoa jurídica de direito privado. c) Ocorre quando é outorgada a outros órgãos funções de determinada entidade administrativa, visando ao aumento de eficiência. d) Ocorre quando a Lei específica cede a titularidade de serviço público a uma pessoa jurídica do direito público, sem que o cedente interfira nas atividades. e) Ocorre quando as organizações paraestatais celebram ajuste com a Administração Pública por termo cooperação e se tornam parte da administração indireta. 04) Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TCE-PI Prova: FGV - 2021 - TCE-PI - Assistente de Administração O Chefe do Poder Executivo do Estado Gama consultou a assessoria jurídica sobre sua intenção de criar um ente da Administração Pública indireta, com personalidade jurídica de direito público, incumbido da execução de atividades típicas da Administração Pública. A assessoria respondeu, corretamente, que o ente com essas características é a: a) subsidiária integral, devendo ser criada a partir de autorização legal; b) empresa pública, devendo ser criada a partir de autorização legal; c) sociedade de economia mista, devendo ser criada por lei; d) fundação pública, devendo ser criada por decreto; e) autarquia, devendo ser criada por lei. 05) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Angra dos Reis - RJ Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Angra dos Reis - RJ - Especialista em Desportos As modificações ocorridas na sociedade eventualmente criam a necessidade de uma reinvenção ou reengenharia do Estado. No caso do Brasil, com a redução do Estado ocorrida no final do século passado, em meio a um processo de privatizações, ocorreu o surgimento de pessoas jurídicas responsáveis pelo disciplinamento e pela fiscalização de setores do mercado. Essas entidades são denominadas 18 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 a) Associações Públicas. b) Agências Executivas. c) Agências Reguladoras. d) Organizações Sociais. e) Sociedades de Economia Mista 06) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Especialista em Políticas Públicas No que concerne às Agências Reguladoras, importantes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afirmativa incorreta. a) As agências devem ter necessariamente personalidade jurídica de direito público, dotadas de independência administrativa e autonomia financeira. b) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exoneração ad nutum. c) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. d) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específicas. e) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. 07) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais O conceito de agência executiva foi criado com o objetivo precípuo de otimizar recursos, reduzir custos e aperfeiçoar a prestação de serviços públicos. Essa noção tem sua origem em um modelo utilizado nos Estados Unidos e foi importado pelo Brasil no período de reforma administrativa do Estado, na década de 90. Considerando as Agências Executivas, analise as afirmativas a seguir. I. É um tipo de qualificação dada à uma pessoa jurídica. II. Garante maior autonomia ao ente público. III. Altera a natureza jurídica da entidade. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) II e III, apenas. 08) Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: FUNSAÚDE - CE Prova: FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Advogado Foi criada, no Estado Alfa, a Fundação Pública de Saúde X, instituída com personalidade jurídica de direito privado, para execução de atividades de interesse social, especificamente na área de saúde pública e assistência social. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em tema de regime jurídico, tal fundação a) integra a Administração Direta estadual e a admissão de seu pessoal ocorre por meio de concurso público. b) integra a Administração Indireta estadual e a admissão de seu pessoal ocorre graças ao processo de livre contratação. c) não possui isenção de custas em processos judiciais, eis que ostenta personalidade jurídica de direito privado. d) não se sujeita ao controle financeiro e orçamentário realizado pelo Tribunal de Contas estadual, eis que ostenta personalidade jurídica de direito privado. e) goza da garantia do duplo grau de jurisdição obrigatório e seus débitos judiciais são pagos por meio do sistema de precatórios. 09) Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TCE-AM Provas: FGV - 2021 - TCE-AM - Auditor Técnico de Controle Externo - Tecnologia da Informação O Chefe do Poder Executivo do Estado Alfa consultou sua assessoria a respeito da possibilidade de criar um ente da Administração Pública indireta, que teria capital majoritário do poder público, com o objetivo de explorar atividade econômica em sentido estrito, em regime de competição com outras estruturas empresariais. A assessoria respondeu, corretamente, que esse ente é uma: a) autarquia, sendo criada por lei; b) empresa pública, sendo criada por lei; c) sociedade de economia mista, sendo criada por lei; d) empresa pública, sendo criada a partir de autorização legal; e) sociedade de economia mista, sendo criada a partir de autorização legal. 10) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2019 - DPE-RJ - Técnico Superior Especializado - Administração de Empresas “Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou 491 consórcios públicos em todo o Brasil. De acordo com o mapeamento inédito, do total de 5.568 municípios, mais de 4 mil participam de pelo menos um consórcio público, pessoa jurídica que executa a gestão de serviços públicos”. A notícia, retirada do site da Agência Brasil, faz referência à personalidade jurídica conhecida por consórcio público, disciplinada pela Lei nº 11.107/05. Quanto ao consórcio público, é correto afirmar que: a) é equivalente aos órgãos públicos, representando parte da Administração Direta de todos os entes participantes; b) necessita do firmamento de convênios especiais entre os partícipes para o repasse de recursos públicos;19 PROFº JOÃO TAYAH NP-1 c) seus cargos podem ser preenchidos sem a necessidade de realização de concurso público, desde que respeite regulamento próprio; d) poderá ser constituído tanto como pessoa jurídica de direito público quanto de direito privado; e) pode exonerar os funcionários sem motivação, desde que extinta a atividade geradora da formação do consórcio. QUESTÃ O GABARIT O QUESTÃ O GABARIT O 01 A 06 C 02 A 07 D 03 B 08 C 04 E 09 E 05 C 10 D Z NP-1 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFº RENATO CABRAL 21 PROFº RENATO CABRAL NP-1 CAPÍTULO 1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I – CONCEITO: Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “os princípios são as ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de seu modo de organizar-se. Os princípios determinam o alcance e sentido das regras de um determinado ordenamento jurídico”. Tratando-se de Direito Administrativo, podemos afirmar que os princípios servem como diretrizes que direcionam a atuação da Administração Pública, orientam a elaboração das leis administrativas e condicionam a validade de todos os atos por ela praticados. Alguns desses princípios estão enumerados de modo expresso no caput do art. 37 da CF. São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 1. Princípio da Legalidade: O art. 5º, II, da CF estabelece: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Todavia, este princípio deve ser interpretado sob dois aspectos. Para os administrados, significa que eles podem praticar qualquer ato que a lei não proíbe. Vigora, portanto, a autonomia da vontade. Noutro giro, a Administração não poderá agir se não houver norma legal que lhe outorgue atribuição para tanto. Em outras palavras, a Administração só pode agir se houver expressa previsão legal, vigorando o princípio da legalidade estrita. Portanto, o princípio em comento consagra a ideia de que a Administração Pública apenas pode ser exercida em conformidade com a lei. Os atos praticados que não obedecerem a tais parâmetros poderão ser considerados inválidos tanto pela própria Administração que o tenha editado quanto pelo Poder Judiciário. 2. Princípio da Impessoalidade: O princípio da impessoalidade pode ser compreendido em três sentidos. No primeiro, relaciona-se com a finalidade pública que deve orientar toda a atividade administrativa. O objetivo de toda e qualquer atuação da Administração deve ser sempre a satisfação do interesse público. Nesse sentido, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo observam que a impessoalidade da atuação administrativa impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo sempre ater-se à vontade da lei. Impede perseguições ou favorecimentos, discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrados. Qualquer ato praticado que tenha como fim a satisfação de outros interesses que não o interesse público será considerado inválido por desvio de finalidade. Celso Antônio Bandeira de Mello revela, ainda, que o princípio da impessoalidade é corolário da isonomia ou igualdade e tem desdobramentos em dispositivos da 22 PROFº RENATO CABRAL NP-1 Constituição Federal, como aquele que exige concurso público para o ingresso em cargo ou emprego público (art. 37, II), ou aquele que exige que as licitações públicas assegurem igualdade de condições a todos os concorrentes (art. 37, XXI). Também é considerada ofensa ao princípio da impessoalidade a nomeação de parentes e cônjuge para assumir cargos ou funções públicas. Nesse sentido, o STF expediu a Súmula Vinculante nº 13, com os seguintes termos: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. O outro enfoque que pode ser dado ao princípio da impessoalidade encontra respaldo no art. 37, § 1º, da CF, o qual estabelece: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Dessa forma, é proibido o agente utilizar as atividades da Administração para buscar promoção pessoal. Para ilustrar o que ficou dito, uma obra realizada pelo Governo do Estado do Amazonas jamais poderá ser anunciada como “mais uma obra do Governo Fulano de Tal”, como chegamos a presenciar em diversas oportunidades na história recente de nosso Estado. Ressalte-se, o realizador da obra será sempre o Governo do Estado do Amazonas, ficando inclusive vedada a utilização de quaisquer símbolos relacionados ao governante. Já a terceira vertente do princípio da impessoalidade sustenta que o agente público, quando pratica o ato no exercício de suas atribuições, este não age em nome próprio, e sim em nome da entidade a qual ele tá ligado. Sendo assim, se este agente, no exercício de suas funções, pratica um ato e causa um dano a terceiro, a ação judicial para a reparação desses danos deverá ser direcionada à entidade a qual o agente está ligado, e não ao próprio agente público. 3. Princípio da Moralidade: A atuação ética do agente sempre será levada em conta para avaliar a validade de qualquer ato administrativo. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo mencionam que para atuar em respeito à moral administrativa, não é suficiente que o agente cumpra a lei na frieza de sua letra. Há 23 PROFº RENATO CABRAL NP-1 a necessidade que se atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético. Quando ouvirem falar em atuação ética, honestidade, probidade, remetam essas palavras ao princípio da moralidade. Vale ressaltar a existência de um brocardo latim que proclama: nem tudo que é legal é honesto. Assim, há a necessidade de se distinguir o que é honesto do desonesto. 4. Princípio da Publicidade: O princípio da publicidade também pode ser analisado sob duas vertentes. Na primeira, o princípio determina que a divulgação oficial é condição de eficácia (de produção de efeitos jurídicos) dos atos administrativos gerais e de efeitos externos, bem como daqueles que de qualquer modo onerarem o patrimônio público. Compreende-se por oficial a publicação no Diário Oficial. Todavia, naqueles municípios onde não há imprensa oficial, admite-se a afixação do ato na sede da Prefeitura ou da Câmara, conforme o Poder que o tenha produzido. Cumpre ressaltar que a divulgação oficial não é requisito de validade do ato, mas é pressuposto de sua eficácia, condição para que ele possa produzir efeitos perante seus destinatários externos ou terceiros. Numa segunda acepção, o princípio da publicidade relaciona-se à exigência de transparência da atividade administrativa, requisito indispensável
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