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3 3 - Classificação de bens patrimoniais

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Classificação de bens patrimoniais
APRESENTAÇÃO
Os veículos de uma empresa, a edificação, as máquinas e os equipamentos compõem 
seu patrimônio, porém, há uma série de outros bens abstratos que podem ser considerados 
patrimônio de uma organização. Boa parte dos bens de uma empresa se concentra nas atividades 
de logística, e a gestão patrimonial é fundamental para garantir a competitividade da 
organização. Uma gestão patrimonial eficiente resulta em redução de custo e aumento da 
eficiência no processo logístico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você terá uma visão ampla da relevância da atividade de 
classificação de bens patrimoniais para o sistema logístico e, em especial, para o processo de 
agregação de valor a toda a cadeia de suprimentos. Assim, ao estudar essa importante área 
da logística, você estará ingressando na dinâmica e importância do processo de classificação de 
bens patrimoniais. Você também verá a importância da classificação dos bens patrimoniais, da 
análise crítica e da gestão de bens patrimoniais em contextos intraorganizacionais, além de 
aprender a identificar sistemas de controle desses bens.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar a importância da classificação de bens patrimoniais por meio de técnicas que 
aperfeiçoem o gerenciamento logístico.
•
Desenvolver uma análise crítica da gestão de bens patrimoniais nos contextos 
intraorganizacionais.
•
Identificar os sistemas de controle de bens patrimoniais, objetivando a qualidade na 
prestação dos serviços internos e externos do gerenciamento logístico.
•
DESAFIO
A curva ABC é um eficiente instrumento para identificar os tipos de materiais existentes no 
estoque e classificá-los de forma a se obter melhor gerenciamento tendo em vista o valor e o 
giro de cada insumo.
A empresa Beta, para a qual você trabalha, deseja implementar uma estratégia de controle de 
seus insumos.
INFOGRÁFICO
No processo de classificação de bens patrimoniais, a empresa mobiliza de forma integrada 
recursos organizacionais, tais como capital material, patrimonial, humano e tecnológico, que se 
configuram como instrumentos para que a empresa alcance seus objetivos dentro da gestão da 
cadeia de suprimento. As empresas estão inseridas em mercados extremamente competitivos, 
em que a capacidade de agregar valor por meio de uma boa gestão dos recursos organizacionais 
acarretará sua sobrevivência e longevidade. Nesse sentido, a dinâmica da classificação de bens 
patrimoniais assume significativa importância.
Confira, no Infográfico, mais detalhes sobre os recursos organizacionais utilizados para se obter 
os resultados desejados pelas empresas. 
CONTEÚDO DO LIVRO
A gestão efetiva dos bens patrimoniais é imprescindível para lucratividade e competitividade 
organizacionais, levando em consideração a redução dos custos operacionais e o controle do 
fluxo patrimonial. Para isso, compete ao gestor compreender a dinâmica da classificação dos 
bens patrimoniais, com vistas a ter os materiais necessários na quantidade certa e no local e no 
tempo certos à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa.
No capítulo Classificação de bens patrimoniais, da obra Estratégia e logística 
empresarial, estude a importância da classificação de bens patrimoniais por meio de técnicas 
que aperfeiçoem o gerenciamento logístico, desenvolva uma análise crítica da gestão de bens 
patrimoniais nos contextos intraorganizacionais e identifique os sistemas de controle de bens 
patrimoniais, objetivando a qualidade na prestação dos serviços internos e externos do 
gerenciamento logístico.
Boa leitura.
ESTRATÉGIA E 
LOGÍSTICA 
EMPRESARIAL 
Isis Boostel
Classificação de bens 
patrimoniais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar a importância da classificação de bens patrimoniais por meio 
de técnicas que aperfeiçoem o gerenciamento logístico.
  Desenvolver uma análise crítica da gestão de bens patrimoniais nos 
contextos intraorganizacionais.
  Identificar os sistemas de controle de bens patrimoniais, objetivando 
a qualidade na prestação dos serviços internos e externos do geren-
ciamento logístico.
Introdução
Toda organização deve primar por uma gestão de patrimônio eficiente, 
que garanta a operação da organização e a prestação de serviços aos seus 
clientes internos e externos de forma qualificada. Assim, neste capítulo, 
você vai estudar a importância da classificação de bens patrimoniais por 
meio de técnicas que aperfeiçoem o gerenciamento logístico. Você tam-
bém vai acompanhar uma análise crítica da gestão de bens patrimoniais 
nos contextos intraorganizacionais e vai entender como a governança 
coorporativa busca dar transparência aos processos que envolvem a 
gestão dos bens patrimoniais e à prestação de contas a todos as partes 
interessadas. Por fim, você vai aprender sobre os sistemas de controle de 
bens patrimoniais e compreender como o controle de qualidade pode 
interferir no processo de prestação de serviços internos e externos ligados 
ao gerenciamento logístico.
Bens patrimoniais e gerenciamento logístico 
Maximizar o aproveitamento dos recursos disponíveis tem se tornado uma 
estratégia para as organizações obterem vantagens competitivas. Com a de-
manda constantemente sendo alterada pelo mercado, as empresas que detêm 
recursos como estratégia organizacional podem usá-los como diferencial. O 
cliente deseja consumir de forma global e ter sua demanda atendida da forma 
mais rápida; isso impele as organizações a se adaptarem e a transformarem 
os seus procedimentos internos e seus sistemas, controlando, por exemplo, a 
disponibilidade de recursos para atender seu mercado.
Martins (2009) caracteriza os bens patrimoniais como um grupo de valores, 
direitos e obrigações relacionados às pessoas jurídica e física, que possam ser 
mensurados de forma monetária. Para o autor, os bens patrimoniais podem 
ser classificados de diferentes formas e podem incluir terrenos, equipamentos 
e edificações. Faz-se necessário que as empresas, independentemente do seu 
tamanho, conheçam seus bens patrimoniais, para geri-los de forma a garantir 
a lucratividade em suas operações. O que não é conhecido não se pode con-
trolar, então, usar mecanismos de controle, que vão desde ferramentas mais 
simples até sistemas mais complexos, pode garantir qualidade nas operações 
e agilidade no tempo de resposta às demandas externas.
Na Figura 1, estão representados os principais grupos de recursos de uma 
organização. 
Figura 1. Recursos de uma organização.
Fonte: Adaptada de Cavalcante (2016).
A seguir são descritos esses recursos, com base em Cavalcante (2016).
  Capital: por ser de ordem financeira, esse tipo de recurso pode ser 
identificado com maior facilidade nas organizações. É com esse recurso 
que a empresa consegue adquirir novos recursos. 
Classificação de bens patrimoniais2
  Material: recurso utilizado para as operações da empresa. Esse recurso 
engloba desde a matéria-prima necessária para o processo produtivo 
até o produto que será comercializado.
  Patrimonial: são recursos imobilizados necessários para o funciona-
mento de uma organização, como computadores, instalações, máquinas 
e equipamentos. Esses recursos necessitam de conservação, manutenção 
e reparos.
  Humanos: é o recurso mais importante de uma empresa, pois abrange 
as pessoas que trabalham direta ou indiretamente nela. São os recursos 
humanos que produzem, administram, compram, vendem, distribuem 
e planejam as atividades. O recurso humano é o principal pilar para o 
sucesso de um negócio. 
  Tecnológico: recurso responsável por reduzir tempo, aumentar a 
eficiência e melhorar a comunicação interna e externa da empresa. 
Segundo Cavalcante (2016), para seu funcionamento, uma organização 
necessita dos mais variados bens. Estes podem ser bens tangíveis, comocomputadores e veículos, ou bens intangíveis, como o capital humano, o co-
nhecimento das pessoas e os dados transacionados nos sistemas de informação 
da empresa e da cadeia de suprimentos em que essa empresa está inserida.
Conforme Ballou (2010, p. 51), “[...] a redução de capital é a estratégia 
voltada para o enxugamento do nível dos investimentos nos sistemas logísticos. 
Maximizar o retorno sobre os ativos logísticos é a motivação desta estratégia”. 
Todo bem tem um valor para a organização, e o investimento em cada bem 
demanda atenção do gestor para extrair seu melhor uso, maximizando seu 
retorno. A gestão de bens patrimoniais deve levar em conta os atributos exigidos 
pelas operações, como controle de validade e de uso, manutenção, entre outros.
Segundo Pozo (2015), uma das principais atividades ligadas à gestão de 
bens patrimoniais é a classificação e codificação dos bens patrimoniais. A 
classificação tem o objetivo de controlar o número de bens e a sua alocação 
nas diversas operações que ocorrem em uma empresa. Para o mesmo autor, 
a codificação, dentro da logística, permite o rastreio de bens e a relação do 
seu histórico dentro da empresa, como quando foram adquiridos, onde estão 
alocados, qual é a vida útil estimada, quanto de seu valor foi depreciado e por 
quais processos de manutenção o bem já passou. 
3Classificação de bens patrimoniais
O histórico de manutenção permite garantir maior segurança e assertividade no uso de 
uma empilhadeira ou de um veículo, por exemplo. Quando se controla a manutenção, 
a chance de o bem falhar durante a realização do processo é menor, e isso evita paradas 
na linha de produção ou na entrega de um produto ao cliente final.
Segundo Cavalcante (2016), a codificação reúne os dados necessários para 
identificar e catalogar itens por meio de gráficos, tabelas, letras e números. 
Dias (2012) afirma que um sistema de codificação é essencial às operações de 
estocagem, pois garante ao gestor padronização e simplicidade, permitindo um 
trabalho mais dinâmico e uma forma de treinamento da equipe mais facilitada, 
normalizando os procedimentos. Segundo o autor, nesse sistema, é preciso 
que todos os bens sejam bem especificados, a fim de facilitar o entendimento 
de todos que vão manusear o bem.
Segundo Dias (2012, p. 170), “[…] os sistemas de codificação mais co-
mumente usados são: o alfabético, o alfanumérico e o numérico, também 
chamado decimal”. Conforme o autor, o sistema decimal é o mais utilizado 
por diversos tipos de empresas, por permitir combinações diversas. No sistema 
alfabético, o bem tem seu código representado por uma letra, e, para codificar 
o material, podem ser necessárias várias letras. Como as letras estão limitadas 
a um número finito, essa representação fica limitada e, também, leva a uma 
difícil memorização por parte da equipe que vai operar o sistema no dia a 
dia. Por isso, utiliza-se cada vez menos o sistema alfabético nas organizações.
Toda operação que envolve pessoas e bens deve levar em conta o treinamento da 
equipe. Quando envolvem pessoas, os processos devem ser simples e de fácil entendi-
mento. Em um armazém ou almoxarifado, existe rotatividade de itens, sazonalidade de 
operações e troca de turnos; por isso, a gestão da empresa deve focar em um sistema 
que busque facilitar a rotina e o entendimento dos processos.
Classificação de bens patrimoniais4
Pozo (2015) corrobora a fala de Dias (2012) e apresenta a descrição dos 
modelos de codificação numérico e alfanumérico, apresentados a seguir.
  Alfanumérico: nesse sistema, os bens, como equipamentos ou materiais, 
são classificados com números e letras (Figura 2). Ele é de difícil me-
morização e pode gerar confusão nas pessoas que vão atuar no processo 
diariamente — por isso, é pouco usado.
Figura 2. Modelo de codificação alfanumérico.
Fonte: Pozo (2015, p. 195).
  Sistema numérico: esse sistema possibilita uma infinidade de combina-
ções e seu uso é bem simplista, podendo ser utilizado em maior escala 
por toda a cadeia de suprimentos. A Figura 3 apresenta o uso do sistema 
numérico, trazendo uma codificação que apresenta o sequenciamento 
do bem, as especificações, o local de uso, o centro de custo e o tipo.
Figura 3. Modelo de codificação numérico.
Fonte: Pozo (2015, p. 195).
5Classificação de bens patrimoniais
Gestão de bens patrimoniais
Segundo Pozo (2015), toda organização que busque sucesso em suas opera-
ções deve estar atenta aos procedimentos internos que visam a garantir suas 
operações, adequando-os, quando necessário, para a melhor manutenção 
de seus bens materiais. Assim, as rotinas organizacionais devem levar em 
conta como os bens patrimoniais são preservados. Para que isso aconteça, no 
entanto, é necessário o compromisso dos funcionários de lidar com os bens 
da empresa como se fossem seus.
Para Cavalcante (2016), uma boa gestão deve atender às demandas cres-
centes do mercado, e o gestor deve buscar conduzir seu planejamento de 
forma a integrar stakeholders internos e externos e organizar a empresa em 
seus departamentos, dirigindo-os de forma a dar autonomia e conhecimento 
à equipe. Para tanto, podem ser utilizadas ferramentas de controle.
Os bens patrimoniais descritos por Pozo (2015) incluem equipamentos, 
máquinas, materiais, edificações, entre outros. Dessa forma, várias áreas da 
organização estão envolvidas de alguma forma com a manutenção dos mais 
variados bens, para garantir um bom uso destes nas operações da empresa. O 
gestor de bens patrimoniais deve estar conectado com as áreas logística, de 
compras e contábil. Cada uma dessas áreas exerce influência na gestão dos 
bens que entram e saem da organização e que são utilizados para sua operação.
As empresas que atuam com locações, que buscam certificações ou que pas-
sam por processos de auditoria, fusões ou incorporações, por exemplo, devem 
estar atentas às atividades que interligam os setores, como cadastro, rastreio, 
movimentação e manutenção dos bens patrimoniais. Algumas empresas usam 
a governança coorporativa para assegurar que tais processos e informações 
não sejam burlados pelas pessoas envolvidas. Para Leite (2017, p. 33):
Governança corporativa é um sistema de gestão adotado pela alta adminis-
tração, que permite o equilíbrio de forças entre administradores e gestores, 
ou seja, sócios controladores, e gera tanto a necessária transparência de seus 
atos, como também a segurança ao mercado e em especial aos stakeholders 
(acionistas, instituições financeiras, fornecedores, clientes, funcionários, 
comunidade e os próprios sócios proprietários).
Esse sistema permite à empresa controlar suas operações, dando transparên-
cia e credibilidade ao mercado sobre as ações desempenhadas em seus setores 
internos. Ainda segundo Leite (2017), as empresas brasileiras têm buscado a 
expansão de seus negócios, e o investimento adquirido exige das empresas a 
contraprestação de suas compras e a descrição dos ativos e bens patrimoniais 
Classificação de bens patrimoniais6
que a empresa detém. Para tanto, faz-se necessário o engajamento da equipe, 
a conexão entre as áreas organizacionais e uma governança coorporativa que 
possa atuar na busca pela transparência dos processos.
Para Oliveira (2015, p. 16):
Governança Corporativa é o conjunto de práticas administrativas para oti-
mizar o desempenho das empresas com seus negócios, produtos e serviços 
ao proteger, de maneira equitativa, todas as partes interessadas acionistas, 
clientes, fornecedores, credores, funcionários, governos, facilitando o acesso 
às informações básicas da empresa e melhorando o modelo de gestão.
Um sistema de governança possibilita a proteção dos bens patrimoniais, 
ao gerar um sistema de controle transparente, que permite aos envolvidos o 
acesso a dados confiáveis, auditados por pessoas capacitadas em gerir as áreas 
administrativa e financeira da organização. A Figura 4 a seguir apresenta as 
finalidades da governança corporativa. Dentre essas finalidades, Oliveira 
(2015)destaca a proteção do patrimônio da organização, para a qual se faz 
necessária a integração das áreas administrativas desde a estruturação orga-
nizacional, que busca resultados pelo envolvimento dos seus colaboradores.
Figura 4. Finalidades da governança corporativa.
Fonte: Oliveira (2015, p. 22).
Pode-se perceber que a governança impacta tanto os stakeholders externos 
como os internos. Os departamentos que estão diretamente ligados à gestão 
de bens, a área patrimonial da empresa e a área de suprimentos e logística 
devem estar conectados em uma operação que vise a otimizar os custos, 
orientando cada colaborador sobre a importância de cuidar e conservar os 
bens da organização.
7Classificação de bens patrimoniais
Dentro da governança corporativa, vale a pena atentar-se à gestão de ris-
cos. Segundo Leite (2017), a gestão de riscos busca, por meio de previsões e 
dados estatísticos, prever sinistros que possam ocorrer, possibilitando reduzir 
as chances de prejuízo no negócio. Esse conceito ainda não é difundido em 
todas as categorias de negócios. É importante que o gestor entenda que, ao 
utilizar a gestão de risco em suas operações, ele pode reduzir custos, evitando 
sinistros. Isso pode ser feito a partir do desenvolvimento de procedimentos 
que envolvam os atores do processo, como as áreas organizacionais envolvidas 
com os bens patrimoniais, e do compartilhamento de dados que ajudem as 
pessoas a entenderem a importância da gestão dos bens e o seu impacto na 
operação organizacional e no atendimento à demanda do cliente.
Para Leite (2017), os riscos estão ligados a várias áreas organizacionais 
e, geralmente, são interrelacionados. Por exemplo, um risco ligado à área 
operacional, que envolva o uso de um determinado bem patrimonial, vai de-
sencadear uma consequência ligada a um custo financeiro para a empresa. Por 
isso, é necessário que seja realizado um mapeamento dos riscos nos diversos 
departamentos, como as áreas comercial, de tecnologia da informação, de 
recursos humanos, de suprimentos, entre outras.
Sistemas de controle de bens patrimoniais
Os bens patrimoniais de uma organização fazem parte de seu ativo, ou seja, 
parte dos bens da empresa que devem ser controlados, de forma a garantir 
que estejam disponíveis quando necessários para seus processos e para suprir 
a vontade de consumir do cliente da empresa. Cavalcante (2016) salienta que, 
para que o controle do patrimônio seja efi ciente, é necessário que os dados 
estejam atualizados e a verifi cação da movimentação de bens seja feita com 
certa constância pelo departamento de patrimônio da empresa.
Toda operação necessita de um olhar criterioso da gestão, pois é exigido 
por toda a cadeia um padrão de qualidade, que começa nos menores processos 
internos que são conectados até o cliente final. No entanto, sabemos que cada 
empresa atua de uma forma específica; assim, entender os variados tipos 
de sistemas e ferramentas de controle de bens patrimoniais pode ajudá-las 
a identificar os erros em suas operações internas e nas operações do seu 
parceiro de negócio.
Cavalcante (2016) afirma que a organização necessita estar atenta aos três 
tipos de controle de bens descritos a seguir.
Classificação de bens patrimoniais8
1. Controle de localização: o gestor deve garantir que esse sistema valide 
a localização constantemente, garantindo sua precisão. Caso haja di-
vergências, elas devem ser corrigidas.
2. Controle do estado de conservação: nesse caso, deve haver análise da 
integridade do bem e verificação da necessidade de manutenção, para 
que ele conserve suas especificidades para a operação. Um bem pode 
ser considerado novo, usado, recuperável, ocioso, antieconômico ou 
irrecuperável.
3. Controle de utilização: nesse caso, é necessário se ater ao entendimento 
das normas de utilização do bem, assegurando a compatibilidade entre 
o modo de uso e a sua finalidade.
Esses controles ajudam a entender de forma geral como os bens são alocados 
nas operações e como devem ser utilizados no dia a dia, a fim de se garantir 
a qualidade dos processos. As organizações podem utilizar variados tipos de 
controles, que podem ser ajustados às suas políticas de estoques e de gestão 
organizacional. Por exemplo, algumas especificações devem ser levadas em con-
sideração pelo gestor de bens patrimoniais para garantir a qualidade do processo 
de compras, conforme levantado por Viana (2009) e apresentado no Quadro 1.
 Fonte: Adaptado de Viana (2009). 
O que deve ser comprado Implica a especificação da compra
Como deve ser comprado Revela o procedimento 
mais recomendável
Quando deve ser comprado Identifica a melhor época
Onde deve ser comprado Implica no conhecimento dos 
melhores segmentos de mercado
De quem deve ser comprado Implica no conhecimento dos 
fornecedores da empresa
Por qual preço deve ser comprado Evidencia o conhecimento da 
evolução dos preços no mercado
Em que quantidade 
deve ser comprado
Estabelece a quantidade 
ideal, por meio da qual haja 
economia na compra
Quadro 1. Definições necessárias para garantir a qualidade do processo de compras 
9Classificação de bens patrimoniais
Não adianta o gestor controlar o processo interno, se houve erros ao se-
lecionar o fornecedor que atende aos requisitos ou se não foram definidos o 
insumo e a quantidade correta. Por isso, para que se tenha êxito na gestão de 
materiais, é preciso controlar os processos de entrada e saída de materiais, 
adquirindo sempre a quantidade correta, com qualidade, a um preço justo, 
evitando desperdícios e falta de materiais. 
Para auxiliar o processo de controle, existem algumas ferramentas essenciais 
a esse processo, descritas a seguir.
Curva ABC
Uma técnica muito utilizada por variados tipos de organização é a chamada 
curva ABC. Segundo Pozo (2015, p. 92), “[…] o princípio da Curva ABC foi 
elaborado, inicialmente, por Vilfredo Pareto, na Itália, [...] através da elabo-
ração de um estudo de distribuição de renda e riqueza da população local”. 
Segundo o autor, esse estudo demonstrou que 20% da população detinha 80% 
da renda, e a maior parte das pessoas (80%) vivia com 20% dos recursos. A 
partir do entendimento da lógica da curva ABC, as empresas passaram a se 
utilizar dessa técnica para analisar como são direcionados os seus estoques.
Para Dias (2012), a curva ABC é um eficiente instrumento para identificar 
os tipos de materiais existentes no estoque e classificá-los, de forma a se obter 
o melhor gerenciamento, tendo em vista o valor e o giro de cada insumo. Ela 
permite identificar quais são os itens responsáveis pelo maior faturamento 
ou custo total, os chamados itens classe A. A partir da identificação desses 
itens, que normalmente correspondem a um pequeno percentual do volume do 
estoque, a empresa pode direcionar seus esforços para o desenvolvimento de 
políticas de estoque que foquem nesses itens de maior valor, de forma a evitar 
prejuízos e permitir maiores rendimentos com base nesse grupo. Segundo o 
autor, a técnica é utilizada para vários fins, como o estabelecimento de políticas 
de vendas, a gestão do estoque e a programação da produção.
A curva ABC é uma técnica simples, adaptável a diversas organizações, que 
precisa, no entanto, de um volume alto de dados históricos, por exemplo, se a 
empresa quer calcular o volume de vendas de produtos. Segundo Dias (2019, 
p. 69), “[...] obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme 
a sua importância relativa. [...] uma vez obtida a sequência dos itens e sua 
classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das 
técnicas de gestão administrativa, conforme a importância dos itens”. 
Dias (2019) traz um exemplo de elaboração da curva ABC, apresentado a 
seguir. No Quadro 2, você pode observar os dados coletados de uma empresa 
Classificação de bens patrimoniais10
com materiais codificados de A até J. No quadro, estão contidos o preço 
unitário de cada material, o consumo de unidades e o seu valor anual de 
consumo.Segundo Dias (2019), a ordem dos itens (grau) foi estabelecida a 
partir do valor do consumo anual (preço unitário × consumo anual) de cada 
item exemplificado.
 Fonte: Adaptado de Dias (2019). 
Material
Preço 
unitário 
(R$)
Consumo 
anual 
(unidades)
Valor do 
consumo 
anual (R$) Grau
A 1 10.000 10.000 8
B 12 10.200 122.400 2
C 3 90.000 270.000 1
D 6 4.500 27.000 4
E 10 7.000 70.000 3
F 1200 20 24.000 6
G 0,6 42.000 25.200 5
H 28 800 22.400 7
I 4 1.800 7.200 10
J 60 130 7.800 9
 Quadro 2. Coleta de dados para a construção da curva ABC 
O princípio utilizado para a ordenação aponta o material I, que teve valor de 
consumo anual de R$ 7.200, como o de menor valor, sendo então classificado 
na décima posição; já o material C apresentou o maior valor em consumo anual 
e foi classificado na primeira posição.
11Classificação de bens patrimoniais
Segundo Viana (2009), a ordenação pode ter padrões diferenciados, tendo em vista 
o que se busca analisar e o setor. Ele cita como exemplo a área de transportes, que 
pode optar por analisar o peso ou o volume das cargas. O objetivo da técnica ABC 
é permitir que o gestor perceba o giro de cada produto e tome decisões assertivas 
quanto ao processo de compra e armazenagem. 
No Quadro 3, os produtos foram classificados em ordem decrescente, com 
base no valor do consumo anual. Ainda, foram estabelecidos o valor total do 
consumo acumulado e o percentual de cada item em relação ao valor total do 
consumo acumulado.
 Fonte: Adaptado de Dias (2019). 
Grau Material
Valor de 
consumo
Valor de 
consumo 
acumulado
(%) 
porcentagem 
sobre o valor 
do consumo 
total
1 C 270.000 270.000 46
2 B 122.400 392.400 67
3 E 70.000 462.400 79
4 D 27.000 489.400 83
5 G 25.200 514.600 88
6 F 24.000 538.600 92
7 H 22.400 561.000 95
8 A 10.000 571.000 97
9 J 7.800 578.800 98
10 I 7.200 586.000 100
 Quadro 3. Ordenação dos dados para a construção da curva ABC 
Classificação de bens patrimoniais12
Após o gestor elaborar essas tabelas, o próximo passo é a elaboração de 
um gráfico, em que os materiais serão organizados de acordo com o valor de 
consumo acumulado. No eixo das abscissas (x), são inseridos os graus dos itens, 
e, no eixo das ordenadas (y), são adicionados os valores inerentes ao consumo. 
Para a elaboração, deve-se inserir à esquerda do gráfico o item com o 
maior valor de consumo acumulado, de acordo com os graus apresentados 
no Quadro 3, e, assim, sucessivamente, seguindo esse padrão para a inserção 
dos demais itens, até o de menor valor, à direita (Figura 5).
Figura 5. Curva de determinação dos níveis de estoque.
Fonte: Dias (2019, p. 67).
Então, a curva deve ser dividida em três classes, A, B e C, conforme as 
faixas-limite apresentadas no Quadro 4. 
13Classificação de bens patrimoniais
 Fonte: Adaptado de Dias (2019). 
Eixo Classe A Classe B Classe C
Ordenadas 67–75% 15–30% 5–100%
Abcissas 10–20% 20–35% 50–70%
 Quadro 4. Dados para a curva ABC 
Com os dados fornecidos no Quadro 4, é possível elaborar o gráfico da 
curva ABC (Figura 6). Observe que a curva ABC tem um padrão não crescente.
Figura 6. Gráfico da curva ABC.
Fonte: Dias (2019, p. 68).
Classificação de bens patrimoniais14
A partir do gráfico da Figura 6, é possível observar que:
  os materiais C e B pertencem à classe A;
  os materiais F, H, A, J e I estão relacionados à classe C;
  os materiais E, D e G pertencem à classe B.
A classe A denota mais atenção no controle de estoque, a classe B exige 
controle intermediário, e a classe C exige menor controle. Segundo Dias (2019), 
a partir da análise da curva ABC do setor de materiais avaliado no exemplo, 
pode-se obter os seguintes percentuais das classes de produtos e de seus valores:
  Classe A: 20% dos itens correspondentes a 67% do valor do estoque.
  Classe B: 30% dos itens correspondentes a 21% do valor do estoque.
  Classe C: 50% dos itens correspondentes a 12% do valor do estoque.
Com esse cálculo simples, o gestor pode classificar a importância dos 
materiais para a gestão de estoques, de acordo com o valor e o volume des-
pendidos pela organização.
Moreira (2013) também ilustra a construção de uma curva ABC, em que a 
maior parte do valor está reunida em uma pequena parte dos bens, da classe 
A, representando menos de 20% da quantidade de itens e 70 a 80% do valor 
financeiro. Há uma classe intermediária, representada pela letra B, em que 
por volta de 20% dos itens totalizam 20% do valor investido em estoque. Por 
fim, existe a classe C, em que 10% do investimento é representado por 60 a 
70% dos bens. O autor afirma que, colocando-se os itens em proporção de 
investimentos, a maior parte é representada por A, e, assim, sucessivamente. 
Na Figura 7 a seguir, vemos a construção do gráfico com essa premissa.
15Classificação de bens patrimoniais
Figura 7. Construção do gráfico da curva ABC, com base na proporção de investimento.
Fonte: Moreira (2013, documento on-line).
O gráfico apresenta, da esquerda para a direita, do maior para o menor 
investimento em porcentagem. O acumulado das porcentagens é representado 
em ordenadas. Dessa forma, é possível verificar como os bens patrimoniais 
podem ter sua guarda, sua manutenção e seu controle estabelecidos com base 
em sua representação no estoque e sua importância financeira.
Inventário físico 
Toda gestão de bens patrimoniais deve levar em conta o controle de seus 
equipamentos, como máquinas, veículos, entre outros. Esses bens devem estar 
disponíveis de forma que atendam à operação de produção e ao deslocamento de 
insumos e produtos acabados dentro da cadeia de suprimentos, proporcionando 
segurança nas operações e garantindo que seu uso proporcione o atendimento 
dos requisitos estabelecidos em cada processo.
Após classificar e entender a importância de cada um desses bens, faz-se 
necessária a análise da localização e da quantidade dos itens existentes na em-
presa. Para tanto, as empresas fazem uso dos inventários, que, segundo Santos 
(2012), consistem na descrição dos bens e valores que existem dentro de uma 
organização em um período específico, buscando atender a uma finalidade.
Para Pozo (2015), os inventários podem ser classificados em geral ou 
rotativo. Nos inventários gerais, as empresas realizam uma contagem anual de 
Classificação de bens patrimoniais16
todos os seus produtos e bens no final de cada exercício fiscal. Nesse inventário, 
toda a operação da empresa é paralisada, e o foco passa a ser a contagem de 
todos os itens da organização. Já no inventário rotativo, as empresas selecionam 
produtos e bens específicos para contagens sazonais, que acontecem ao longo 
do ano, sem necessidade de paradas nas operações organizacionais.
O objetivo geral dessa técnica é permitir a comparação entre o físico e o 
contábil. Muitas vezes, as organizações têm dados desatualizados em seus 
sistemas, o que as impedem de oferecer um serviço de qualidade ao seu cliente 
final. Por isso, a contagem se faz primordial para garantir a qualidade das 
operações de produção, movimentação e distribuição.
Planejamento da necessidade de materiais (MRP)
Tendo em vista a competição global, as empresas são impelidas, a cada dia, 
a buscarem ferramentas e sistemas que aperfeiçoem seus controles, a fi m de 
reduzir o custo, aumentando sua lucratividade e mantendo o nível de serviço 
exigido pelo consumidor. Um sistema muito popular utilizado pelas empresas 
é o planejamento da necessidade de materiais (MRP, do inglês materials 
requirements planning). De acordo com Dias (2012, p. 120):
É um sistema que estabelece uma série de procedimentos e regras de decisão, 
de modo a atender às necessidades de produção numa sequência de tempo 
logicamente determinada para cada item componente do produto. O sistema 
MRP é capaz de planejar as necessidades de materiais a cada alteração na 
programação de produção, registros de inventários ou composição de produtos.
O sistema tem como objetivo geral estabelecer a quantidade de itens ne-cessários para a produção no exato momento da necessidade da empresa, 
garantindo o menor volume de estoque e o atendimento da programação da 
produção e de suas fases. Segundo Pozo (2015), o MRP é um sistema que 
tem por fim evitar falhas no processo de produção, priorizando atividades 
e itens necessários à produção no tempo ideal. A aplicação do MRP busca 
disponibilizar o item certo, na hora exata da produção, calculando o tempo 
ideal para que cada operação ocorra.
O uso do MRP procura dar garantias de que a produção obedeça a uma 
lógica de programação, que busque conciliar o capital da empresa a ser investido 
nos insumos da produção com o espaço para armazenar os itens e a capacidade 
produtiva da empresa — ou seja, máquinas e mão de obra. Ele vai permitir 
17Classificação de bens patrimoniais
usar de forma inteligente todos esses recursos no momento exato, reduzindo 
o custo de toda a operação e mantendo o prazo negociado com o cliente.
Para Moreira (2013, documento on-line), o MRP “[…] é uma técnica para 
converter a previsã o de demanda de um item de demanda independente em 
uma programação das necessidades das partes componentes do item”. A Fi-
gura 8 representa a operação do sistema MRP. Ele é composto pelos pedidos 
dos clientes e pelas previsões de demanda elaboradas pela equipe comercial 
da organização. Desses dados, é formado o programa-mestre de produção, 
que, em seguida, gera o programa MRP. Este, por sua vez, é alimentado pela 
lista de materiais de cada produto e pela informação sobre os produtos que 
já existem no estoque da empresa, resultando na saída de produção e em 
relatórios para a organização.
Figura 8. Funcionamento do sistema de planejamento da necessidade de materiais.
Fonte: Dias (2012, p. 121).
Ordens dos
clientes
Lista de
materiais
Programa-
-mestre de
produção
Programa
MRP
Saídas e
relatórios
Registro de
inventários
Provisões de
demanda
O sistema MRP evoluiu para o MRP II, que atende às mesmas especifi-
cações e entradas de dados, planejando a compra e a produção, mas, além 
disso, integra o planejamento financeiro ao operacional. Segundo Dias (2012), 
o MRP II pode ser utilizado como ferramenta nos planos estratégicos das 
empresas em áreas distintas, como logística, finanças, marketing e produção.
Classificação de bens patrimoniais18
O MRP II acoplou em sua operação outros módulos que permitem maior 
acuracidade de processos, como planejamento das necessidades de capacidade 
produtiva (CRP, do inglês capacity requirements planning) e controle de chão 
de fábrica (SFC, do inglês shop floor control). Para o autor, o CRP permite um 
detalhamento do MRP após a análise de alguma inconsistência nos recursos 
ligados ao sistema de produção. Já o SFC define as sequências das ordens 
produtivas no nível do chão de fábrica em um certo período.
Segundo Pozo (2015), o MRP II é centralizado e força toda a operação a 
cumprir prazos acordados. O sistema está adaptado para atender às dinâmicas 
do mercado, que mudam as premissas de produção e volume com constância.
A Figura 9 traz a representação do MRP de um brinquedo.
Figura 9. Sistema de planejamento da necessidade de materiais de um brinquedo.
O brinquedo da Figura 9 é formado por dois componentes, A e B, que 
apresentam diferentes especificações. Por exemplo, para a produção de uma 
unidade do brinquedo, são necessários quatro componentes do tipo D. Para a 
fabricação desse brinquedo, são conhecidos os seguintes tempos de proces-
samento (Quadro 5). Perceba que o estoque remanescente, o tipo de operação 
e o tempo são diferentes para cada item que compõe o brinquedo.
19Classificação de bens patrimoniais
 Fonte: Adaptado de Moreira (2013). 
Item Operação
Tempo de 
espera
Estoque 
remanescente
Brinquedo Montagem 1 semana 50 unidades
A Fabricação 1 semana 60 unidades
B Fabricação 3 semanas 100 unidades
 Quadro 5. Tempos de processamento do brinquedo e dos componentes A e B 
Para a montagem do processo no MRP, são necessárias as seguintes 
informações:
  necessidade bruta de insumos;
  estoque disponível na organização;
  recebimento programável;
  necessidade líquida;
  liberação de ordem.
Suponha que, na semana 7, foi solicitada à empresa uma encomenda de 
400 brinquedos, conforme mostra o Quadro 6.
 Fonte: Adaptado de Moreira (2013). 
Semana 1 2 3 4 5 6 7
Necessidades brutas 400
Estoque disponível 
Recebimentos programáveis 
Necessidades líquidas 
Liberação de ordem 
 Quadro 6. Encomenda de 400 brinquedos 
Classificação de bens patrimoniais20
Se considerarmos que a entrega deve ser realizada na semana 7, faz-se 
necessária a montagem com prazo de uma semana. No Quadro 7, você pode 
observar que, na semana 7, a necessidade bruta foi de 400 brinquedos; como 
havia no estoque 50 unidades, foi necessário produzir 350 unidades para a 
liberação de ordem da semana 6.
 Fonte: Adaptado de Moreira (2013). 
Semana 1 2 3 4 5 6 7
Necessidades brutas 400
Estoque disponível 50 50 50 50
Recebimentos programáveis 0
Necessidades líquidas 350
Liberação de ordem 350 
 Quadro 7. Produção de 350 unidades de brinquedo 
O MRP deve executar a produção de cada um dos itens que compõem o 
brinquedo. Assim, o Quadro 8 representa a produção do item A. 
 Fonte: Adaptado de Moreira (2013). 
Semana 1 2 3 4 5 6 7
Necessidades brutas 350 
Estoque disponível 60 60 60 
Recebimentos programáveis 0 
Necessidades líquidas 290 
Liberação de ordem 290 
 Quadro 8. Produção do item A 
Observe que, na semana 6 a necessidade bruta foi de 350 brinquedos, 
pois já havia 50 brinquedos prontos. Como já existem 60 itens A em estoque, 
será necessário produzir somente 290 na semana 5, para atender à demanda 
dessa operação.
21Classificação de bens patrimoniais
A produção do item B segue o padrão apresentado no Quadro 9.
 Fonte: Adaptado de Moreira (2013). 
Semana 1 2 3 4 5 6 7
Necessidades brutas 700 
Estoque disponível 100 100 100 
Recebimentos programáveis 0 
Necessidades líquidas 600 
Liberação de ordem 600 
 Quadro 9. Produção do item B 
Como é preciso entregar 350 brinquedos e, para a produção de cada unidade, 
são necessários dois itens B, existe, então, a necessidade bruta de 700 itens. 
Porém, já existem 100 itens em estoque; dessa forma, a produção será de 
somente 600 peças, com a liberação de ordem conforme padrão estabelecido 
para a semana 4.
O uso do MRP permite ao gestor saber exatamente a quantidade de itens 
necessária para a produção, tendo em vista o estoque de bens presentes na 
empresa e o recebimento que já foi programado e que pode estar a caminho 
de ser entregue.
Just in time e kanban
A gestão da qualidade teve sua ascensão na década de 1980, no Japão, e, 
desde então, ganhou expressão nas operações industriais em todo o mundo. 
Sua premissa é de desperdício zero nas operações, por meio de uma mudança 
cultural que envolve todos os níveis da organização. Segundo Moreira (2013), 
o modelo just in time (JIT) tem como premissa básica eliminar o desperdício, 
produzindo somente o que foi solicitado.
Quando uma empresa busca implementar seus processos com a visão do 
JIT, ela primeiro implementa a cultura na corporação, que passa a entender 
o sentido de desperdício zero, que pode ser implementado em qualquer área. 
Isso ajuda a otimizar processos, gerando valor ao negócio. Para Monden (2015, 
p. 7), JIT “[…] significa basicamente produzir as unidades necessárias nas 
quantidades necessárias dentro do tempo necessário”.
Classificação de bens patrimoniais22
Quando a empresa está empenhada em implantar a cultura de qualidade 
trazida pelo modelo JIT, resultados como economia, engajamento da equipe e 
lucratividade podem ser percebidos, pois somente o necessário será produzido 
na empresa, evitando custos não previstos. Segundo Dias (2012), os principais 
objetivos do JIT são:
  minimização dos prazos de fabricação;
  redução contínua dosníveis de inventário;
  redução dos tempos de preparação de máquina (setup);
  redução ao mínimo do tamanho dos lotes fabricados;
  conceito de “puxar” estoques em antecipação à demanda;
  flexibilidade da manufatura pela redução dos lotes de produção;
No Quadro 9, apresentado anteriormente, podemos perceber como o JIT 
influencia as operações de produção, intervindo nos processos desde a pre-
paração das máquinas até o processo produtivo, por meio da antecipação da 
demanda vinda do cliente e da flexibilização do volume de produção por meio 
de lotes de produção menores.
Para Monden (2015), o uso do JIT na produção consiste em permitir que 
os processos estejam tão integrados de forma a garantir o uso adequado de 
insumos de forma precisa. As operações de produção podem ser altamente 
eficazes quando se utilizam mecanismos que permitem o controle dos bens pa-
trimoniais, como máquinas e equipamentos, e dos materiais, como os insumos.
Para Dias (2012), a metodologia do JIT não é específica em seus resultados, 
mas muitos fatores podem ser observados com seu uso; por exemplo:
  eliminação de defeitos;
  máximo aproveitamento;
  aumento da velocidade das informações;
  diminuição do tempo de preparação;
  redução da movimentação;
  manutenção preventiva;
  operários multidisciplinares;
  engajamento do operário;
  alinhamento entre fornecedor e empresa.
Apesar de se mostrar como uma técnica altamente eficaz e simplista, o JIT 
ainda exige uma adaptação para proporcionar confiabilidade e flexibilidade, 
fatores considerados como dificultadores de sua implantação.
23Classificação de bens patrimoniais
Por sua vez, o kanban é uma técnica que vem da filosofia JIT; em termos 
gerais, podemos conceituá-lo simplesmente como um cartão. Seu objetivo 
geral é cumprir a meta de desperdício zero. Segundo Moreira (2013), kanban 
significa sinal visível, ou seja, algo fácil de verificar, ou simplesmente cartão. 
O sistema busca, por meio da simplicidade, proporcionar uma operação visí-
vel, que permite interação, praticidade e redução de erros. Segundo Monden 
(2015), o kanban controla de forma harmônica parte do processo produtivo 
em cada operação.
Segundo Dias (2012), o kanban busca diminuir o tempo de start da máquina, 
bem como reduzir a medida do lote, levando à produção do estritamente 
necessário, a fim de atender à demanda. De acordo com o autor, algumas em-
presas preferem usar o kanban em detrimento do MRP, devido à sua facilidade 
de operação e ao menor custo. São empregados dois tipos de kanban: um de 
retirada, que direciona o processo seguinte, e outro que sinaliza o volume 
a ser produzido. Esse modelo pode ser utilizado nas operações internas da 
organização, bem como em plantas de fornecedores; no entanto, é o modelo 
de controle menos usado.
O modelo Toyota de cartão duplo apresenta duas premissas principais: para 
que haja produção, faz-se necessário o cartão de ordem de produção; além 
disso, não pode existir alteração no volume produzido — ou seja, deve ser 
feito somente o destacado no cartão. O kanban apresenta algumas restrições: 
por exemplo, a produção deve ser de itens regulares e que apresentam volume 
diário; ainda, a sua implementação depende de muito treinamento e do envol-
vimento de todos, o que pode atrapalhar o processo. Destaca-se que a gestão 
por meio da qualidade busca o uso de ferramentas que sejam entendidas por 
todos os níveis organizacionais, desde a equipe da operação até o nível mais 
estratégico da empresa.
Classificação de bens patrimoniais24
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. Porto 
Alegre: Bookman, 2010.
CAVALCANTE, L. F. O. Administração patrimonial. São Paulo: Cengage Learning, 2016. v. 1.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. São 
Paulo: Editora Atlas, 2012.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 7. ed. São Paulo: 
Editora Atlas, 2019.
LEITE, R. C. Governança 2.0: como tornar uma organização eficiente. São Paulo: Trevisan 
Editora, 2017. 
MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 3. ed. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2009.
MONDEN, Y. Sistema Toyota de produção: uma abordagem integrada ao just-in-time. 
4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
MOREIRA, A. A. B. Gestão logística e cadeia de suprimentos. Curitiba: Faculdades Opet, 
2013. Apresentação de aula. Disponível em: http://opetgestaologistica.pbworks.com/w/
file/fetch/66733666/OPET%20-%20Gest%C3%A3o%20Log%C3%ADstica%20-%20
Aula%2011.ppt. Acesso em: 28 nov. 2019.
OLIVEIRA, D. P. R. Governança corporativa na prática: integrando acionistas, conselho de 
administração e diretoria executiva na geração de resultados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 
7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2015.
SANTOS, G. Gestão patrimonial. 4. ed. Florianópolis: Secco, 2012.
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2009.
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
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25Classificação de bens patrimoniais
DICA DO PROFESSOR
As empresas apresentam características que as individualizam no mercado em que atuam, porém 
todas têm uma singularidade, que se constitui nos seus bens patrimoniais. Fazer a classificação 
dos bens patrimoniais é determinante para que a empresa consiga atingir níveis de excelência 
que a destaquem no cenário empresarial, por parte dos responsáveis pela administração e 
controle financeiro de qualquer negócio, assim como entender quais são os benefícios que esse 
controle pode proporcionar para a empresa.
Nesta Dica do Professor, veja as principais classificações que os bens patrimoniais têm em 
virtude de suas características.
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EXERCÍCIOS
1) Com o crescimento do Brasil, muitas empresas que visam a alavancar suas vendas 
têm buscado investimentos internacionais. Para isso, elas requerem segurança na 
compra para entender quais os custos das operações e quais bens patrimoniais 
existem na organização.
Assinale a alternativa que apresenta esse sistema:
A) Governança corporativa.
B) MRP.
C) Balanço patrimonial.
D) Ativo imobilizado.
E) Kanban.
Maycon Carbone
Realce
2) Conhecer o estoque é fundamental para controle e gestão de materiais. Para auxiliar 
o processo de controle, existem algumas ferramentas essenciais nesse processo. Das 
alternativas a seguir, qual indica uma ferramenta que ajuda na classificação de 
produto por seu valor e volume no estoque de uma organização?
A) Curva ABC.
B) MRP.
C) Governança corporativa.
D) Sistema Peps/UEPS.
E) Kanban.
Uma organização detém variados tipos de recursos. Relacione os conceitos a seguir e 
assinale a alternativa correta:
1 Capital:
2 Material:
3 Patrimonial:
4 Humanos:
5 Tecnológico:
( ) Recurso responsável por reduzir tempo e aumentar a eficiência.
( ) É com este recurso que a empresa consegue adquirir novos recursos.
( ) É o recurso que produz, administra, compra, vende, distribui e planeja as 
atividades.
( ) Estes recursos necessitam de conservação, manutenção e reparos.
3) 
Maycon Carbone
Realce
( ) Recurso utilizado para as operações da empresa.
A) 1, 2, 3, 5, 4.
B) 4, 2, 3, 5, 1.
C) 5, 2, 3, 4, 1.
D) 1, 3, 4, 5, 2.
E) 5, 1, 4, 3, 2.
4) O just in time (JIT) é uma metodologia japonesa difundida no mundo todo e que teve 
início nas indústrias automotivas. Sobre ela, assinale a alternativa correta:
A) Maximização dos prazos de fabricação.
B) Aumento contínuo dos níveis de inventário.C) Conceito de “empurra” estoques em antecipação a ̀ demanda.
D) Aumento do tamanho dos lotes fabricados.
E) Flexibilidade da manufatura pela redução dos lotes produção.
Toda gestão de bens patrimoniais deve levar em conta o controle de seus 
equipamentos, como máquinas, veículos, entre outros.
Esses bens devem estar disponíveis para que se atenda à operação de produção e 
deslocamento de insumos e produtos acabados dentro da cadeia de suprimentos, 
5) 
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
dando segurança nas operações, garantindo que seu uso proporcione atendimento 
dos requisitos estabelecidos pelos diferentes processos. Sobre os tipos de inventários, 
analise as afirmativas a seguir:
I. O inventário geral acontece ao longo do ano fiscal e permite mais assertividade na 
contagem do estoque.
II. O inventário rotativo acontece com maior frequência; com ele, é possível parar 
somente a área que fará a conferência.
III. O inventário é utilizado somente para vigiar os funcionários e puni-los caso não 
realizem suas atividades corretamente.
Marque a opção correta:
A) Somente a III está correta.
B) Somente a I está correta.
C) Somente a II está correta.
D) II e III estão corretas.
E) Todas estão corretas.
NA PRÁTICA
Fazer a gestão patrimonial é uma tarefa que demanda um tempo considerável e, 
consequentemente, envolve custos com levantamento de inventário e extravio de equipamentos. 
Algumas empresas desenvolveram ferramentas que auxiliam na gestão patrimonial, e os 
resultados são muito satisfatórios.
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Maycon Carbone
Realce
segmentos.
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SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
RFID — Gestão de ativos patrimoniais
A tecnologia tem sido uma grande aliada na gestão patrimonial de determinadas empresas. No 
vídeo a seguir, veja como o sistema RFID pode auxiliar na gestão patrimonial de uma empresa.
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Depreciação
Depreciação é o custo ou a despesa correspondente ao desgaste pelo uso de ativos imobilizados. 
Neste vídeo, você irá aprender um pouco mais sobre depreciação de bens patrimoniais.
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Apresentação do sistema patrimonial — SISPAT.NET
Existem alguns softwares que auxiliam na gestão e no controle patrimonial do Conselho, 
seguindo a determinação da legislação vigente e integrando a área contábil. No vídeo a seguir, 
conheça um desses softwares.
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