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AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR

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AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR 
PROFESSOR: HEMERSON ALLAN (allantrr@hotirail.com) 
ALUNO: MARCELO ALVES DE SOUZA 
MATRÍCULA: 202001261451 
DATA DA ENTREGA: 29 de abril de 2012. 
 
1. (FGV-2016) Mariana propôs ação com pedido condenatório contra Carla, julgado 
improcedente, que a levou a interpor recurso de apelação ao Tribunal de Justiça, 
objetivando a reforma da decisão. Após a apresentação de contrarrazões por Carla, o 
juízo de primeira instância entendeu que o recurso não deveria ser conhecido, por ser 
intempestivo, tendo sido certificado o trânsito em julgado. Intimada dessa decisão 
mediante Diário Oficial e tendo sido constatada a existência de um feriado no curso 
do prazo recursal, não levado em consideração pelo juízo de primeira instância, 
Mariana deverá: 
 
a) interpor Agravo de Instrumento ao Tribunal de Justiça, objetivando reverter o juízo 
de admissibilidade realizado em primeiro grau. 
 
b) ajuizar Reclamação ao Tribunal de Justiça, sob o fundamento de usurpação de 
competência quanto ao juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. 
 
c) interpor Agravo Interno para o Tribunal de Justiça, objetivando reverter o juízo de 
admissibilidade realizado em primeiro grau. 
 
d) interpor nova Apelação ao Tribunal de Justiça reiterando as razões de mérito já 
apresentadas. postulando, em preliminar de apelação, a reforma da decisão 
interlocutória, que versou sobre o juízo de admissibilidade. 
 
2. (FGV/OAB-2019) Cláudio, em face da execução por título extrajudicial que lhe 
moveu Daniel, ajuizou embargos à execução, os quais foram julgados improcedentes: 
O advogado de Cláudio, inconformado, interpõe recurso de apelação. Uma semana 
após a interposição do referido recurso, o advogado de Daniel requer a penhora de 
um automóvel pertencente a Cláudio. Diante do caso concreto e considerando que o 
juízo não concedeu efeito suspensivo aos embargos, assinale a afirmativa correta: 
 
a) A penhora foi indevida, tendo em vista que os embargos à execução possuem efeito 
suspensivo decorrente de lei. 
 
b) O recurso de apelação interposto por Claudio é dotado de efeito suspensivo por força 
de lei, tornando a penhora incorreta. 
 
c) A apelação interposta em face de sentença, que julga improcedentes os embargos 
à execução, é dotada de efeito meramente devolutivo, o que não impede a prática de 
atos de constrição patrimonial, tal como a penhora. 
 
d) O recurso de apelação não deve ser conhecido, pois o pronunciamento judicial 
embargos de executado tem natureza jurídica de decisão interlocutória, devendo ser 
impugnada por meio de agravo de instrumento. 
 
3. (FGV - 2014) Maria, representando sua filha Cláudia, ajuizou demanda em face de 
Pedro, objetivando o reconhecimento de paternidade da menina e a condenação do 
suposto pai ao pagamento de alimentos. Após todo o trâmite processual regularmente 
decorrido, na sentença, o Juiz decidiu pela procedência do pedido, reconhecendo a 
paternidade e condenando Pedro à prestação de alimentos. O réu, por sua vez, 
interpôs apelação, apresentando laudo de laboratório notoriamente conhecido com 
resultado diverso daquele que fundamentara a decisão. A apelação foi recebida em 
seu duplo efeito. A partir do exposto, como advogado de Cláudia, você adotaria o 
procedimento de: 
 
a) não interpor recurso porque a decisão do juiz dando procedência ao pedido faz com 
que Maria não tenha interesse ema recorrer. 
 
b) interpor agravo interno, para atacar o recebimento da apelação, espécie de decisão 
interlocutória proferida no âmbito do Tribunal. 
 
c) interpor agravo de instrumento, pois é o recurso cabível em face da decisão 
interlocutória que defere o recebimento da apelação e os seus efeitos 
 
d) interpor embargo de declaração, já que se trata de decisão interlocutória e 
contraditória, pois recebeu a apelação com duplo efeito, impedindo que a prestação de 
alimentos se iniciasse. 
 
4. (FGV-2017) Carlos ajuizou, em 18/03/2016, ação contra o Banco Sucesso, pelo 
procedimento comum, pretendendo a revisão de determinadas cláusulas de um 
contrato de abertura de crédito. Após a apresentação de contestação e réplica, iniciou-
se a fase de produção de provas, tendo o Banco Sucesso requerido a produção de 
prova pericial para demonstrar a ausência de abusividade dos juros remuneratórios. 
A prova foi indeferida e o pedido foi julgado procedente para revisar o contrato e 
limitar a cobrança de tais juros. Sobre a posição do Banco Sucesso, assinale a 
afirmativa correta: 
 
a) Ele deve interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a 
produção de prova. Não o tendo feito, a questão está preclusa e não admite rediscussão 
 
b) Ele deve apresentar petição de protesto contra a decisão que indeferiu a produção 
de prova evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. 
 
c) Ele deve permanecer inerte em relação a decisão de indeferimento de produção de 
prova, mas poderá rediscutir a questão em preliminar de apelação 
 
d) Ele deve interpor recurso de agravo retido contra a decisão que indeferiu à produção 
de prova evitando se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. 
 
5. Disserte sobre o princípio da boa-fé no processo civil, explicando o conceito de ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
 
O princípio da boa-fé está previsto no artigo 5º do novo Código de Processo Civil e é um 
dos princípios dos mais importantes que temos. O art. 5º do novo CPC foi inspirado no 
artigo 422 do Código Civil. No CPC de 1973 a boa-fé não era considerada um princípio 
no âmbito das relações processuais, mas existia como um dever imposto às partes. 
Art. 5º do CPC Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se 
de acordo com a boa-fé. 
Art. 422 do CC Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
As partes do processo devem sempre pautar as suas ações dentro desse princípio da 
boa fé para evitar comportamentos contraditórios. A boa-fé visa proteger a ideia de 
confiança e previsibilidade, ou seja, quando os sujeitos do processo praticam seus atos, 
esses atos devem ser confiáveis e as consequências devem ser previsíveis. Quando isso 
não acontece pode se ocasionar um dano ao processo podendo sofrer sansão prevista 
no Art. 79 do CPC que diz “Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé 
como autor, réu ou interveniente.” 
O artigo 80 do CPC prevê uma lista de atos considerados como atos de litigância de má 
fé. Se a parte prática um desses atos está contrariando o princípio da boa-fé, pois não 
está agindo de forma confiável e previsível. 
 
6. Suzete, vítima de doença associada ao tabagismo, requereu, em processo de 
indenização por danos materiais e morais contra a indústria do tabaco, a inversão do 
ônus da prova, por considerar que a parte ré possuía melhores condições de produzir 
a prova. O magistrado, por meio de decisão interlocutória, indeferiu o requerimento 
por considerar que a inversão poderia gerar situação em que a desincumbência do 
encargo seria excessivamente difícil. Sobre a hipótese apresentada, responda: 
 
a) Qual o recurso cabível? Fundamente. 
 
Deve-se interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a 
inversão do ônus da prova. Art. 1.015, XI. 
 
b) Explique o conceito de prova diabólica no processo civil. 
 
Nos termos do artigo 373 incisos 1 e 2 do Código de Processo Civil, o autor precisa provar 
os fatos que constituem o seu direito e o réu os fatos impeditivos, modificativos ou 
extintivos do direito do autor, essa é a regra padrão estabelecido pelo CPC. Porém, pode 
ser que a parte se encontre numa determinada situação em que ela não vai conseguir 
fazer a prova de um determinado fato, ou seja, vai ser impossível de ela conseguir fazer 
a prova desse determinado fato, e é aí está o conceito de prova diabólica que é aquela 
prova impossível de ser produzida porque ela recai sobre fatos negativos e 
indeterminados, então aparte não teria condição de fazer prova desse determinado 
fato. 
 
 
 
7. Explique a classificação quinária da sentença e teoria da constante 15 (quinze) do 
jurista Pontes de Miranda. 
 
A Classificação quinária da sentença diz respeito aos efeitos da sentença, pois são cinco 
e são eles que determinam a natureza da ação e da sentença, pois sua ordem muda a 
cada caso jugado. Os efeitos da sentença são: declaratório, (des) constitutivo, 
condenatório, executivo lato sensu e mandamental. 
Pontes de Miranda afirma que não existe sentença pura, pois podemos classificar a 
sentença conforme sua carga de eficácia, mas agora classificamos a sentença conforme 
sua eficácia preponderante, ou seja, há uma eficácia que transparece de modo mais 
intenso no conteúdo de cada sentença, mas isso não significa que, em uma mesma 
sentença, as outras eficácias não possam estar presentes, por isso ele afirma que não 
há sentença pura, que toda sentença possui um conjunto combinatório de eficácias. 
Tendo a sentença sua eficácia preponderante, Pontes organiza as outras quatros 
eficácias por peso menores e decrescente, onde a eficácia preponderante tem peso 5, a 
eficácia que transparece mais intensidade depois da eficácia preponderante tem peso 
4, a outra peso 3, a outra peso 2 e a outra peso 1. Aí está uma ordenação de eficácias de 
uma mesma sentença pelo seu peso de transparente intensidade no processo. 
Independentemente da disposição das eficácias da sentença nessa ordenação, o 
somatório dos pesos sempre será 15. Daí o surgimento da Teoria da constante 15. 
 
8. Em que consiste os pressupostos processuais de existência e validade no Processo 
Civil e qual a sua relação com os artigos 485 e 487 do Código de Processo Civil? 
 
O processo é um instrumento através do qual o Juiz exerce a jurisdição, o autor exerce 
o direito de ação e o réu exerce o direito de defesa. Precisamos então de alguns 
requisitos técnicos sem os quais o processo não poderá se desenvolver de maneira 
válida e regular. A esses requisitos técnicos chamamos de pressupostos processuais. 
Esses pressupostos são divididos em pressupostos de existência e pressupostos de 
validade. Os pressupostos de validade, por sua vez, podem ser pressupostos de validade 
positivos e pressupostos de validade negativos. 
Os pressupostos de existência do processo são: a jurisdição, a demanda e a citação. 
A jurisdição é o primeiro pressuposto processual de existência e, é a atividade através 
do qual o Estado/Juiz aplica o direito ao caso concreto pondo fim ao conflito. Vale 
observar que com o novo Código de Processo Civil e o advento a arbitragem a jurisdição 
passou a ser uma atividade também do particular. 
A demanda é o segundo pressuposto processual de existência e, é o pedido formulado 
pelo autor. É por isso que o CPC diz que se houver algum vício no pedido teremos então 
um caso de inépcia na petição inicial. 
Grande parte dos doutrinadores afirmam que a citação também é um pressuposto 
processual de existência. A citação é o ato processual através do qual eu chamo o réu 
para exercer o contraditório e integrar de vez a relação jurídica processual. 
Os pressupostos processuais de validade positivos são aqueles que precisam estar 
presentes para que o processo se desenvolva de maneira validade e regular. São eles: 
Demanda apta, pois o pedido deve seguir os padrões estabelecidos pelo CPC; 
Jurisdição competente e imparcial, pois o juiz precisa ter a competência, ou seja, a 
parcela de jurisdição necessária para analisar o pedido e também não pode haver 
interesse por parte dele em que uma parte ou outra vença. Buscando assim uma decisão 
mais justa para o caso concreto com base na lei; 
Citação Válida, pois o CPC prevê uma série de regras sobre a citação exigindo que a 
citação para ser válida deve observar todas as exigências previstas no Código de 
Processo Civil. 
E por fim o pressuposto de Capacidade: de ser parte; de estar em juízo; e postulatória. 
São quatro os pressupostos processuais de validade negativos: litispendência; Coisa 
jugada; perempção. 
A litispendência está fixada no Artigo 337 do Código de Processo Civil de 2015 (Novo 
CPC). Trata-se de um instituto criado pelo legislador para impedir que duas causas 
idênticas tramitem no Judiciário ao mesmo tempo. 
O conceito de coisa julgada está previsto no artigo 502 do Código de Processo Civil, que 
a descreve como sendo uma autoridade que impede a modificação ou discussão de 
decisão de mérito da qual não cabe mais recursos. Pois a coisa julgada decorre 
diretamente do esgotamento ou dispensa das vias recursais, tornando definitiva a 
decisão que enfrentou a questão principal do processo. 
A perempção é um conceito que se relaciona com o dever de impulso das partes. Assim, 
o autor de uma ação deve promover os atos necessários para a sua finalização. Do 
contrário, sua inércia poderá resultar na extinção da relação processual. O parágrafo 3º 
do artigo 486 do Novo CPC define que apenas ocorre perempção quando a parte autora 
da demanda entra pela terceira vez na Justiça sobre o mesmo pedido e contra o mesmo 
réu.

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