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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL 
CIVIL
Providências Preliminares e Julgamento 
Conforme o Estado do Processo
Livro Eletrônico
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Thiago Pivotto
Providências Preliminares e Julgamento Conforme o Estado do Processo
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação . ............................................................................................................................3
Providências Preliminares e Julgamento conforme o Estado do Processo; Audiência 
de Instrução e Julgamento . ......................................................................................................4
Das Providências Preliminares e do Saneamento . ................................................................4
Do Julgamento conforme o Estado do Processo . .................................................................6
Da Audiência de Instrução e Julgamento . ............................................................................36
Resumo .....................................................................................................................................39
Questões de Concurso . ...........................................................................................................45
Gabarito . ................................................................................................................................. 68
Gabarito Comentado . ............................................................................................................. 69
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Thiago Pivotto
Providências Preliminares e Julgamento Conforme o Estado do Processo
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ApresentAção
Olá! Tudo bem com você?
Vamos nos aventurar no maravilhoso mundo do Processo Civil e eu terei a honra de auxi-
liar você nesta caminhada.
Eu sempre adotei, na minha trajetória de estudos, um material-base com o qual eu pudes-
se contar e ler sempre antes de fazer as provas. Acredito que seja fundamental você ter suas 
anotações/cadernos e sempre poder revisá-los nas semanas que antecedem a prova.
É fundamental você ter um caderno apenas. Uma fonte para 
cada matéria. Não faça a besteira de ter 3 ou 4 anotações es-
parsas da mesma matéria. Condensar tudo em um mesmo 
material é muito importante para fins de organização. Por 
isso, utilize este material em PDF e monte seus cadernos a 
partir deles, ou, caso você já tenha seus cadernos, alimen-
te-os com as informações que você verá aqui. O importante 
é você não ter uma pluralidade de materiais, porque, se fizer 
isso, você vai acabar se perdendo.
Minha trajetória de estudos começou em 2010 e, desde então, eu acompanho todas as 
notícias diárias que são publicadas no STF e no STJ, bem como todos os informativos sema-
nais dos dois Tribunais, sem perder nenhum.
O diferencial deste material, portanto, é justamente este: abordarei com você o conteúdo 
básico de cada disciplina, mas irei aprofundar com a jurisprudência mais atual e mais diver-
sificada sobre o assunto, além de trazer questões sobre as matérias.
As provas, atualmente, cobram muita letra de lei, mas também muito entendimento jurispru-
dencial, por isso eu acredito que, com esta leitura, você ficará preparado(a) para alcançar seu 
objetivo no mundo dos concursos públicos, pois terá todo o conteúdo mais atualizado possível.
Com esse método, fui aprovado e exerci os cargos de Técnico Administrativo no MPU, 
Analista Judiciário no TJDFT, Juiz de Direito no TJMT e Juiz Federal no TRF1. Se eu consegui, 
você também consegue!
Boa leitura!
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Providências Preliminares e Julgamento Conforme o Estado do Processo
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E JULGAMENTO 
CONFORME O ESTADO DO PROCESSO; AUDIÊNCIA DE 
INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os artigos 347 ao 368 do nosso Código de Processo 
Civil. Fique tranquilo(a), porque sempre que o artigo for muito importante, eu irei transcrevê-lo 
para você. Sempre que tiver algum julgado importante, eu também vou transcrever a ementa 
para que seu estudo fique dinâmico.
DAs proviDênciAs preliminAres e Do sAneAmento
O procedimento comum do CPC funciona basicamente na seguinte ordem, como regra: 
há a propositura de uma ação via petição inicial; ultrapassadas as possibilidades de indeferi-
mento da petição inicial ou da improcedência liminar do pedido, vê-se também a necessidade 
de emendas e, uma vez preenchidos os requisitos essenciais, parte-se para a audiência de 
conciliação ou de mediação. Na ausência de autocomposição, abre-se o prazo para a respos-
ta do réu. É possível ainda pular a fase de audiência de conciliação ou de mediação, passan-
do-se diretamente à fase de resposta do réu. O réu, entre tantas possibilidades processuais, 
especialmente pode ofertar contestação, reconvir ou quedar-se inerte.
É justamente nesse cenário em que se situa a fase de providências preliminares e de sa-
neamento do processo: analisa-se qual foi a conduta do réu na sua fase de resposta.
Portanto, findo o prazo para contestação, o juiz tomará as providências preliminares ne-
cessárias.
Se o réu não ofertar contestação, é possível que em face dele haja ou não os efeitos da 
revelia. Nesse sentido, é preciso analisar o art. 345 do CPC. Se o litígio versar sobre direitos 
indisponíveis, por exemplo, mesmo na ausência de contestação, não haverá a presunção re-
lativa de veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as 
alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à 
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição 
com prova constante dos autos.
Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia pre-
visto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda 
não as tiver indicado.
A contrário senso, se o réu não ofertar a contestação e o juiz verificar a ocorrência dos 
efeitos da revelia, não haverá a necessidade de especificação de provas, mesmo porque o 
art. 374 do CPC afirma que não dependem de prova fatos em cujo favor milita a presunção 
legal de veracidade.
Em suma, se não houver contestação, de duas, uma: ou não há a presunção relativa de 
veracidade, ou há. Se não houver, parte-se para a fase probatória. Se houver, a fase probatória 
será dispensada.
Ainda que verificada a ocorrência do efeito da revelia da presunção de veracidade dos 
fatos alegados pelo autor, é possível que o réu produza provas para que a presunção, que é 
relativa, seja afastada na apreciação judicial.
Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde 
que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a 
essa produção.
Ultrapassada a fase probatória, portanto, não é possível mais reiniciar essa etapa para 
que o réu revel produza a prova.
Na hipótese de o réu ofertar contestação, o juiz deve analisar a peça para verificar se há 
ou não a alegação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Se houver 
matéria dessa natureza, o juiz abrirá vista ao autor paraoferta de réplica no prazo de 15 dias, 
permitindo-lhe a produção de prova.
Veja-se que, pela redação do CPC, a abertura de réplica não é automática, apesar de, na 
prática, muitas vezes ser.
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Há também abertura de réplica no prazo de 15 dias sempre que o réu, ao ofertar a contes-
tação, suscitar matéria preliminar ou prejudicial elencada no art. 337 do CPC (inexistência ou 
nulidade da citação; incompetência absoluta e relativa; incorreção do valor da causa; inépcia 
da petição inicial; perempção; litispendência; coisa julgada; conexão; incapacidade da parte, 
defeito de representação ou falta de autorização; convenção de arbitragem; ausência de le-
gitimidade ou de interesse processual; falta de caução ou de outra prestação que a lei exige 
como preliminar; indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça).
O CPC/15, entre diversos princípios, trouxe a primazia do julgamento de mérito, de forma 
que, sempre que possível, superam-se eventuais vícios de índole formal para que a prestação 
da tutela jurisdicional de mérito possa ser entregue às partes.
Entre as providências preliminares e do saneamento do processo, consta a necessidade 
de o juiz verificar a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, ocasião em que have-
rá a determinação de sua correção em prazo nunca superior a 30 dias, para não prejudicar a 
celeridade e efetividade processuais.
Resolvidas as irregularidades ou vícios, bem como ultrapassada a etapa da réplica e da 
análise dos efeitos da revelia, poderá o juiz proferir julgamento conforme o estado do processo.
Do JulgAmento conforme o estADo Do processo
Na fase denominada de julgamento conforme o estado do processo, cabe ao juiz verificar 
a possibilidade de adoção das seguintes medidas: a) extinguir o processo sem a resolução 
do mérito, nos casos do art. 485 do CPC; b) extinguir o processo com resolução de mérito
quando decidir sobre decadência ou prescrição ou quando homologar o reconhecimento da 
procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; a transação; ou a renúncia à 
pretensão formulada na ação ou na reconvenção; ou c) julgar antecipadamente o mérito.
Caso não seja possível a adoção de nenhuma dessas medidas, deverá o juiz prolatar uma 
decisão de saneamento e de organização do processo.
Atente-se para o fato de que tanto a extinção do processo quanto o julgamento anteci-
pado do mérito podem ser parciais, ou seja, referentes a apenas parcela do processo. Como 
nesse caso haverá parte do processo a ser solucionada ainda, mantém-se a necessidade de 
uma decisão saneadora e organizadora do processo no remanescente.
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O julgamento parcial com resolução do mérito é novidade no CPC/15, mas o julgamento par-
cial sem resolução do mérito já era admitido no CPC/73.
Julgado: STJ. REsp 1117144/RS. RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO ORDI-
NÁRIA. SENTENÇA QUE EXTINGUE O FEITO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, EM RELAÇÃO 
A UM DOS PEDIDOS. ART. 267 DO CPC. PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO QUANTO AOS 
PLEITOS REMANESCENTES. INTERPRETAÇÃO SISTÊMICA. NATUREZA INTERLOCUTÓ-
RIA DO DECISUM. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO. ART. 522, DO CPC. APELAÇÃO INCABÍ-
VEL. 1. O caso vertente merece exame mais acurado, pois, o pronunciamento do juízo 
singular se enquadra em um dos incisos dos arts. 267 ou 269, ambos do CPC, por isso, 
a priori, uma sentença (Lei n. 11.232/05). 2. A construção interpretativa em questão 
deve considerar o escopo metodológico das alterações no processo de conhecimento, 
por meio da Lei n. 11.232/05, isto é, simplificação do feito e sua agilização, em síntese, 
primou-se pelo binômio efetividade e tutela jurisdicional. 3. Sentença desvela-se como 
ato do juiz cujas implicações são previstas nos arts. 267; e 269, ambos do CPC. (Lei 
n. 11.232/05). 4. Apelação representa o recurso adequado contra a sentença (art. 513, 
do CPC); em relação à decisão interlocutória, cabível o agravo, o qual tem como regra 
a forma retida (Lei n. 11.187/2005). 5. No caso, trata-se de ação ordinária por meio da 
qual se almeja, em síntese: a) reforma das fileiras do Exército; b) indenização de ajuda 
de custo; c) danos morais; e d) isenção de imposto de renda. 6. O cerne da controvérsia 
circunvolve-se ao estabelecimento do recurso para impugnar decisum que, ao acolher 
a prefacial de falta de interesse de agir, extinguiu o processo, sem resolução de mérito, 
exclusivamente quanto a um dos pedidos relativos à pretensão, isto é, acerca da isen-
ção de imposto de renda, com o prosseguimento do feito em relação aos demais pleitos
(art. 267, inciso VI, do CPC). 7. Sobreleva notar a finalidade da manifestação judicial, 
ou seja, caso paralise o processo ou evidencie a solução de continuidade da demanda, 
cabível a apelação. Caso contrário, adequado o agravo de instrumento ou retido, vincu-
lado à pretensão do recorrente em relação à sua imediata ou oportuna apreciação. 8.
Para determinar a apelação como recurso adequado, impõe-se o critério híbrido acerca
da classificação da manifestação judicial, qual seja: a) ato relativo ao disposto nos 
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arts. 267 ou 269, ambos do CPC; e b) ultimar-se o processo. 9. In casu, a despeito da 
adequação a uma das hipóteses arts. 267 ou 269, ambos do CPC, o pronunciamento do 
juízo singular controvertido não tem caráter jurídico de sentença, porque não interrom-
peu a tramitação da ação no Primeiro Grau; consequentemente, em razão da necessária 
interpretação sistêmica e da efetividade da tutela jurisdicional, revela natureza interlo-
cutória, a ensejar a interposição de agravo (art. 522, do CPC). 10. Sob pena de transmu-
dar a sistemática recursal imposta pela legislação de regência, indevida a interpretação 
unicamente formal do decisum, por conseguinte, o acórdão regional merece reforma, 
nesse aspecto. 11. Recurso especial provido, para estabelecer, contra decisum de teor 
interlocutório, o recebimento do recurso na forma de agravo de instrumento. (Rel. Minis-
tro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, jul-
gado em 15/04/2010, DJe 14/06/2010).
Na arbitragem cabe sentença parcial de mérito desde 2015.
Lei 9.307/96: “Art. 23.
§ 1º Os árbitros poderão proferir sentenças parciais.” (Incluído pela Lei n. 13.129/2015)
Julgado: STJ. REsp 1519041/RJ. 1. No âmbito do procedimento arbitral, nos termos da 
Lei n. 9.307/96 (antes mesmo das alterações promovidas pela Lei n. 13.129/2015), ine-
xiste qualquer óbice à prolação de sentença arbitral parcial, especialmente na hipótese 
de as partes signatárias assim convencionarem (naturalmente com a eleição do Regu-
lamento de Arbitragem que vierem a acordar), tampouco incongruência com o sistema 
processual brasileiro, notadamente a partir da reforma do Código de Processo Civil, vei-
culada pela Lei n. 11.232/2005, em que se passou a definir “sentença”, conforme reda-
ção conferida ao § 1º do art. 162, como ato do juiz que redunde em qualquer das situa-
ções constantes dos arts. 267 e 269 do mesmo diploma legal. 1.1 Em se transportando 
a definição de sentença (ofertada pela Lei n. 11.232/2005) à Lei n. 9.307/96, é de se 
reconhecer, portanto, a absoluta admissão, no âmbito do procedimento arbitral, de se 
prolatar sentença parcial, compreendida esta como o ato dos árbitros que, em definitivo 
(ou seja, finalizandoa arbitragem na extensão do que restou decidido), resolve parte da 
causa, com fundamento na existência ou não do direito material alegado pelas partes 
ou na ausência dos pressupostos de admissibilidade da tutela jurisdicional pleiteada. 
1.2 A ação anulatória destinada a infirmar a sentença parcial arbitral – único meio 
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admitido de impugnação do decisum – deve ser intentada de imediato, sob pena de 
a questão decidida tornar-se imutável, porquanto não mais passível de anulação pelo 
Poder Judiciário, a obstar, por conseguinte, que o Juízo arbitral profira nova decisão 
sobre a matéria. Não há, nessa medida, qualquer argumento idôneo a autorizar a com-
preensão de que a impugnação ao comando da sentença parcial arbitral, por meio da 
competente ação anulatória, poderia ser engendrada somente por ocasião da prola-
ção da sentença arbitral final. Tal incumbência decorre da própria lei de regência (Lei 
n. 9.307/96, inclusive antes das alterações promovidas pela Lei n. 13.129/2015), que, 
no § 1º de seu art. 33, estabelece o prazo decadencial de 90 (noventa dias) para anular 
a sentença arbitral. Compreendendo-se sentença arbitral como gênero, do qual a par-
cial e a definitiva são espécies, o prazo previsto no aludido dispositivo legal aplica-se a 
estas, indistintamente. E, segundo restou devidamente consignado no acórdão recor-
rido, a possibilidade de julgamento fatiado, por meio do proferimento de sentença par-
cial, foi expressamente admitido pelas partes, a partir do Regulamento de Arbitragem 
da UNCITRAL por elas eleito. […]. (Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 01/09/2015, DJe 11/09/2015).
Tanto no caso de extinção parcial do processo quanto de julgamento antecipado parcial 
do mérito, o ato praticado é uma decisão, passível de agravo de instrumento. O processo, por-
tanto, segue o rumo natural em relação ao remanescente, com o deságue em uma sentença 
posteriormente que desafiará o recurso de apelação.
Vamos relembrar a questão do cabimento de agravo de instrumento no NCPC. O tema é bas-
tante importante e tem ampla aplicação nas decisões de saneamento.
• O STJ afirmou que o rol do art. 1.015 do NCPC é de taxatividade mitigada por uma cláu-
sula adicional de cabimento.
• Significa que cabe AI quando for verificada a urgência decorrente da inutilidade do jul-
gamento da questão no recurso de apelação.
• A preclusão da matéria não agravada é restrita às hipóteses previstas nos incisos.
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• O STJ não aceitou:
– a natureza taxativa, porque sobrevivem questões urgentes fora da lista do art. 1.015 
do CPC;
– a natureza taxativa com interpretação extensiva/analógica, seja porque ainda rema-
nescerão hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das si-
tuações enunciadas no rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou da ana-
logia pode desnaturar a essência de institutos jurídicos ontologicamente distintos;
– a natureza exemplificativa, porque resultaria na repristinação do regime recursal das 
interlocutórias que vigorava no CPC/73.
Julgado: STJ. REsp 1704520/MT. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTRO-
VÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO 
CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS 
NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITI-
GADA. EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM 
LEI. REQUISITOS. 1– O propósito do presente recurso especial, processado e julgado 
sob o rito dos recursos repetitivos, é definir a natureza jurídica do rol do art. 1.015 do 
CPC/15 e verificar a possibilidade de sua interpretação extensiva, analógica ou exempli-
ficativa, a fim de admitir a interposição de agravo de instrumento contra decisão interlo-
cutória que verse sobre hipóteses não expressamente previstas nos incisos do referido 
dispositivo legal. 2– Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferi-
das na fase de conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, 
exceção feita ao inventário, pretendeu o legislador salvaguardar apenas as “situações 
que, realmente, não podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apela-
ção”. 3– A enunciação, em rol pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo 
de instrumento seria cabível revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudên-
cia, insuficiente e em desconformidade com as normas fundamentais do processo civil, 
na medida em que sobrevivem questões urgentes fora da lista do art. 1.015 do CPC e 
que tornam inviável a interpretação de que o referido rol seria absolutamente taxativo e 
que deveria ser lido de modo restritivo. 4– A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria 
taxativo, mas admitiria interpretações extensivas ou analógicas, mostra-se igualmente 
ineficaz para a conferir ao referido dispositivo uma interpretação em sintonia com as 
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normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda remanescerão hipóteses em 
que não será possível extrair o cabimento do agravo das situações enunciadas no rol, 
seja porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode desnaturar a essência 
de institutos jurídicos ontologicamente distintos. 5– A tese de que o rol do art. 1.015 do 
CPC seria meramente exemplificativo, por sua vez, resultaria na repristinação do regime 
recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/73 e que fora conscientemente modi-
ficado pelo legislador do novo CPC, de modo que estaria o Poder Judiciário, nessa hipó-
tese, substituindo a atividade e a vontade expressamente externada pelo Poder Legis-
lativo. 6– Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte 
tese jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a 
interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inuti-
lidade do julgamento da questão no recurso de apelação. 7– Embora não haja risco de as 
partes que confiaram na absoluta taxatividade com interpretação restritiva serem sur-
preendidas pela tese jurídica firmada neste recurso especial repetitivo, eis que somente 
se cogitará de preclusão nas hipóteses em que o recurso eventualmente interposto pela 
parte tenha sido admitido pelo Tribunal, estabelece-se neste ato um regime de transição 
que modula os efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica somente seja 
aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do presente acórdão. 
8– Na hipótese, dá-se provimento em parte ao recurso especial para determinar ao TJ/
MT que, observados os demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular 
prosseguimento ao agravo de instrumento no que tange à competência. 9– Recurso 
especial conhecido e provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, jul-
gado em 05/12/2018, DJe 19/12/2018).
A decisão interlocutória que diga respeito (acolhe ou rejeita) à alegação de prescrição ou de-
cadência é recorrível, de imediato, por meio de agravo de instrumento.
Julgado: STJ. REsp 1738756/MG. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE 
DANOS MATERIAIS E MORAIS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE REJEITA A ALEGAÇÃO 
DE PRESCRIÇÃO ARGUIDA PELO RÉU. RECORRIBILIDADE IMEDIATA POR AGRAVO DE 
INSTRUMENTO.POSSIBILIDADE. CABIMENTO DO RECURSO COM BASE NO ART. 1.015, 
II, DO CPC/2015. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. QUESTÕES DE MÉRITO, SEJA NO ACO-
LHIMENTO, SEJA NA REJEIÇÃO. 1– Ação proposta em 27/10/2007. Recurso especial 
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interposto em 26/09/2017 e atribuído à Relatora em 08/05/2018. 2– O propósito recur-
sal consiste em definir se a decisão interlocutória que afasta a alegação de prescrição é 
recorrível, de imediato, por meio de agravo de instrumento interposto com fundamento 
no art. 1.015, II, do CPC/2015. 3– O CPC/2015 colocou fim às discussões que exis-
tiam no CPC/73 acerca da existência de conteúdo meritório nas decisões que afastam 
a alegação de prescrição e de decadência, estabelecendo o art. 487, II, do novo Código, 
que haverá resolução de mérito quando se decidir sobre a ocorrência da prescrição ou 
da decadência, o que abrange tanto o reconhecimento, quanto a rejeição da alegação. 
4– Embora a ocorrência ou não da prescrição ou da decadência possam ser aprecia-
das somente na sentença, não há óbice para que essas questões sejam examinadas 
por intermédio de decisões interlocutórias, hipótese em que caberá agravo de instru-
mento com base no art. 1.015, II, do CPC/2015, sob pena de formação de coisa julgada 
material sobre a questão. Precedente. 5– Provido o recurso especial pela violação à lei 
federal, fica prejudicado o exame da questão sob a ótica da divergência jurisprudencial. 
6– Recurso especial conhecido e provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 19/02/2019, DJe 22/02/2019).
Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição 
de impossibilidade jurídica do pedido.
Com o objetivo de se dar maior rendimento a cada processo, individualmente considerado, e, 
atendendo a críticas tradicionais da doutrina, deixou, a possibilidade jurídica do pedido, de 
ser condição da ação. A sentença que, à luz da lei revogada seria de carência da ação, à luz 
do Novo CPC é de improcedência e resolve definitivamente a controvérsia. (Exposições de 
motivos do NCPC).
Julgado: STJ. REsp 1757123/SP. […]. 3– Ao admitir expressamente a possibilidade de 
decisões parciais de mérito quando uma parcela de um pedido suscetível de decom-
posição puder ser solucionada antecipadamente, o CPC/15 passou a exigir o exame 
detalhado dos elementos que compõem o pedido, especialmente em virtude da possi-
bilidade de impugnação imediata por agravo de instrumento da decisão interlocutória 
que versar sobre mérito do processo (art. 1.015, II, CPC/15). 4– Para o adequado exame 
do conteúdo do pedido, não basta apenas que se investigue a questão sob a ótica da 
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relação jurídica de direito material subjacente e que ampara o bem da vida buscado em 
juízo, mas, ao revés, também é necessário o exame de outros aspectos relacionados 
ao mérito, como, por exemplo, os aspectos temporais que permitem identificar a ocor-
rência de prescrição ou decadência e, ainda, os termos inicial e final da relação jurí-
dica de direito material. Precedentes. 5– O enquadramento da possibilidade jurídica do 
pedido, na vigência do CPC/73, na categoria das condições da ação, sempre foi objeto 
de severas críticas da doutrina brasileira, que reconhecia o fenômeno como um aspecto 
do mérito do processo, tendo sido esse o entendimento adotado pelo CPC/15, conforme 
se depreende de sua exposição de motivos e dos dispositivos legais que atualmente 
versam sobre os requisitos de admissibilidade da ação. 6– A possibilidade jurídica do 
pedido após o CPC/15, pois, compõe uma parcela do mérito em discussão no processo, 
suscetível de decomposição e que pode ser examinada em separado dos demais frag-
mentos que o compõem, de modo que a decisão interlocutória que versar sobre essa 
matéria, seja para acolher a alegação, seja também para afastá-la, poderá ser objeto 
de impugnação imediata por agravo de instrumento com base no art. 1.015, II, CPC/15. 
7– Recurso especial conhecido e provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 13/08/2019, DJe 15/08/2019).
Informativo 622, STJ: “[…]. Inicialmente cumpre salientar que o reconhecimento da 
impossibilidade jurídica do pedido tem caráter excepcional, a fim de não inviabilizar o 
acesso à Justiça, tanto que o Código de Processo Civil de 2015 não elencou mais a 
“possibilidade jurídica do pedido” como condição da ação, passando o referido requi-
sito a integrar questão de mérito. […].” (TERCEIRA TURMA, REsp 1.623.098-MG, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 13/03/2018, DJe 23/03/2018).
Não cabe AI contra a decisão que apenas realiza o enquadramento fático-normativo da re-
lação de direito substancial havida entre as partes (ex.: aplicação ou não do CDC), salvo se, 
a partir desse enquadramento, houver pronunciamento judicial também sobre questão de mé-
rito (ex.: manifestação sobre prescrição).
Julgado: STJ. REsp 1702725/RJ. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE 
DANOS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE DEFINE COMO CONSUMERISTA A RELAÇÃO 
JURÍDICA MANTIDA ENTRE AS PARTES E AFASTA A TESE DE PRESCRIÇÃO SUSCITADA 
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PELO RÉU. RECORRIBILIDADE IMEDIATA POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 1.015, 
II, DO CPC/2015. MÉRITO DO PROCESSO. CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO. CABI-
MENTO QUE ABRANGE AS DECISÕES PARCIAIS DE MÉRITO, AS DECISÕES ELENCADAS 
NO ART. 487 DO CPC/2015 E AS DEMAIS QUE DIGAM RESPEITO A SUBSTÂNCIA DA 
PRETENSÃO DEDUZIDA EM JUÍZO. ENQUADRAMENTO FÁTICO-NORMATIVO DA RELA-
ÇÃO DE DIREITO SUBSTANCIAL. QUESTÃO NÃO RELACIONADA AO MÉRITO, SALVO SE 
DELA DECORRER UMA QUESTÃO DE MÉRITO, COMO O PRAZO PRESCRICIONAL À LUZ 
DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. NECESSIDADE DE EXAME CONJUNTO. 1– Ação proposta 
em 17/04/2015. Recurso especial interposto em 16/03/2017 e atribuído à Relatora em 
18/10/2017. 2– O propósito recursal é definir se cabe agravo de instrumento, com base 
no art. 1.015, II, do CPC/2015, contra a decisão interlocutória que, na fase de saneamento 
do processo, estabelece a legislação aplicável ao deslinde da controvérsia e afasta a 
prescrição com base nessa regra jurídica. 3– Embora se trate de conceito jurídico inde-
terminado, a decisão interlocutória que versa sobre mérito do processo que justifica o 
cabimento do recurso de agravo de instrumento fundado no art. 1.015, II, do CPC/2015, 
é aquela que: (i) resolve algum dos pedidos cumulados ou parcela de único pedido sus-
cetível de decomposição, que caracterizam a decisão parcial de mérito; (ii) possui con-
teúdo que se amolda às demais hipóteses previstas no art. 487 do CPC/2015; ou (iii)
diga respeito a substância da pretensão processual deduzida pela parte em juízo, ainda 
que não expressamente tipificada na lista do art. 487 do CPC. 4– O simples enquadra-
mento fático-normativo da relação de direito substancial havida entre as partes, por si 
só, não diz respeito ao mérito do processo, embora induza a uma série de consequências 
jurídicas que poderão influenciar o resultado da controvérsia, mas, se a partir da sub-
sunção entre fato e norma, houver pronunciamento judicial também sobre questão de 
mérito, como é a prescrição da pretensão deduzida pela parte, a definição da lei aplicável 
à espécie se incorpora ao mérito do processo, na medida em que não é possível exami-
nar a prescrição sem quese examine, igual e conjuntamente, se a causa se submete à 
legislação consumerista ou à legislação civil, devendo ambas as questões, na hipótese, 
ser examinadas conjuntamente. 5– Recurso especial conhecido e provido. (Rel. Ministra 
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 28/06/2019).
Decisão interlocutória que indefere julgamento antecipado de mérito e abre fase probatória 
não decide mérito e não é recorrível de imediato.
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Julgado: STJ. AgInt no AREsp 1411485/SP. […]. 2. Consoante dispõe o art. 356, caput, I 
e II, e § 5º, do CPC/2015, o juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos 
pedidos formulados ou parcela deles mostrarem-se incontroversos ou estiver em con-
dições de imediato julgamento, nos termos do art. 355, sendo a decisão proferida com 
base neste artigo impugnável por agravo de instrumento. 3. No caso, conforme asse-
verou o acórdão recorrido, a decisão do Juízo singular não ingressou no mérito, justa-
mente porque entendeu pela necessidade de dilação probatória, deferindo as provas 
testemunhal e pericial. Logo, não havendo questão incontroversa que possibilitasse a 
prolação de decisão de mérito, inviável se falar, por conseguinte, na impugnação do refe-
rido decisum por meio de agravo de instrumento, por não estar configurada a hipótese 
do art. 1.015, II, do CPC/2015. […]. (Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 01/07/2019, DJe 06/08/2019).
A decisão interlocutória que diga respeito (acolhe ou rejeita) à distribuição dinâmica do ônus 
da prova (distribuição ope judicis) ou à inversão do ônus ope judicis é recorrível, de imediato, 
por meio de agravo de instrumento.
Não caberá AI se a decisão versar sobre: distribuição estática do ônus da prova (que engloba 
a inversão do ônus ope legis).
NCPC: “Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre:
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei [inversão do ônus ope judicis] ou diante de peculiari-
dades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato con-
trário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso [distribuição dinâmica do 
ônus da prova, que é ope judicis], desde que o faça por decisão fundamentada, caso em 
que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.”
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Julgado: STJ. REsp 1729110/Ce) CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE 
DANOS MATERIAIS E MORAIS EM DECORRÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO. ALEGAÇÃO 
DO RÉU DE QUE OS REQUISITOS PARA A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NÃO ESTÃO PRE-
SENTES. RECORRIBILIDADE IMEDIATA COM BASE NO ART. 1.015, XI, DO CPC/15. POSSI-
BILIDADE. REGRA DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO QUE SE INTERPRETA 
EM CONJUNTO COM O ART. 373, §1º, DO CPC/15. AGRAVO DE INSTRUMENTO CABÍVEL 
NAS HIPÓTESES DE DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA E DE INVERSÃO DO 
ÔNUS DA PROVA. INSTITUTOS DISTINTOS, MAS SEMELHANTES QUANTO À NATUREZA, 
JUSTIFICATIVA, MOMENTO DE APLICAÇÃO E EFEITOS. INDISPENSÁVEL NECESSIDADE 
DE PERMITIR À PARTE A DESINCUMBÊNCIA DO ÔNUS DE PROVAR QUE, POR DECISÃO 
JUDICIAL, FORA IMPOSTO NO CURSO DO PROCESSO. 1– Ação proposta em 20/08/2015. 
Recurso especial interposto em 21/09/2017 e atribuído à Relatora em 13/03/2018. 2– O 
propósito recursal é definir se cabe agravo de instrumento, com base nos arts. 1.015, XI e 
373, § 1º, do CPC/15, contra a decisão interlocutória que versa sobre a inversão do ônus 
da prova nas ações que tratam de relação de consumo. 3– No direito brasileiro, o ônus da 
prova é disciplinado a partir de uma regra geral prevista no art. 373, I e II, do CPC/15, deno-
minada de distribuição estática do ônus da prova, segundo a qual cabe ao autor provar o 
fato constitutivo do direito e cabe ao réu provar o fato impeditivo, modificativo ou extin-
tivo do direito do autor, admitindo-se, ainda, a existência de distribuição estática do ônus 
da prova de forma distinta da regra geral, caracterizada pelo fato de o próprio legislador 
estabelecer, previamente, a quem caberá o ônus de provar fatos específicos, como prevê, 
por exemplo, o art. 38 do CDc) 4– Para as situações faticamente complexas insuscetí-
veis de prévia catalogação pelo direito positivo, a lei, a doutrina e a jurisprudência pas-
saram a excepcionar a distribuição estática do ônus da prova, criando e aplicando regras 
de distribuição diferentes daquelas estabelecidas em lei, contexto em que surge a regra 
de inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e a teoria da distribuição 
dinâmica do ônus da prova, reiteradamente aplicada por esta Corte mesmo antes de ser 
integrada ao direito positivo, tendo ambas – inversão e distribuição dinâmica – a carac-
terística de permitir a modificação judicial do ônus da prova (modificação ope judicis). 
5– As diferentes formas de se atribuir o ônus da prova às partes se reveste de acentuada 
relevância prática, na medida em que a interpretação conjunta dos arts. 1.015, XI, e 373, 
§1º, do CPC/15, demonstra que nem todas as decisões interlocutórias que versem sobre o 
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ônus da prova são recorríveis de imediato, mas, sim, apenas àquelas proferidas nos exatos 
moldes delineados pelo art. 373, §1º, do CPC/15. 6– O art. 373, §1º, do CPC/15, contem-
pla duas regras jurídicas distintas, ambas criadas para excepcionar à regra geral, sendo 
que a primeira diz respeito à atribuição do ônus da prova, pelo juiz, em hipóteses previstas 
em lei, de que é exemplo a inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e a 
segunda diz respeito à teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, incidente a partir 
de peculiaridades da causa que se relacionem com a impossibilidade ou com a excessiva 
dificuldade de se desvencilhar do ônus estaticamente distribuído ou, ainda, com a maior 
facilidade de obtenção da prova do fato contrário. 7– Embora ontologicamente distintas, 
a distribuição dinâmica e a inversão do ônus têm em comum o fato de excepcionarem a 
regra geral do art. 373, I e II, do CPC/15, de terem sido criadas para superar dificuldades 
de natureza econômica ou técnica e para buscar a maior justiça possível na decisão de 
mérito e de se tratarem de regras de instrução que devem ser implementadas antes da 
sentença, a fim de que não haja surpresa à parte que recebe o ônus no curso do processo 
e também para que possa a parte se desincumbir do ônus recebido. 8– Nesse cenário, 
é cabível a impugnação imediata da decisão interlocutória que verse sobre quaisquer das 
exceções mencionadas no art. 373, §1º, do CPC/15, pois somente assim haverá a opor-
tunidade de a parte que recebe o ônus da prova no curso do processo dele se desvenci-
lhar, seja pela possibilidade de provar, seja ainda para demonstrar que não pode ou que 
não deve provar, como, por exemplo, nas hipóteses de prova diabólica reversa ou de prova 
duplamente diabólica. 9– Recurso especial conhecido e provido. (Rel. MinistraNANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019).
O julgamento antecipado do mérito ocorrerá sempre que não houver necessidade de pro-
dução de outras provas, situação em que a fase probatória é dispensada, ou quando o réu for 
revel e sofrer ele o efeito da revelia de presunção relativa de veracidade dos fatos, sem que 
formule requerimento de prova.
O julgamento antecipado parcial do mérito, por sua vez, ocorrerá quando um ou mais dos 
pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso ou estiver em condição de 
imediato julgamento (ou seja, estiver na situação do julgamento antecipado do mérito des-
crita acima).
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Essa decisão que julga parcialmente o mérito pode reconhecer desde logo a existência de 
obrigação líquida ou ilíquida. A parte pode liquidar ou executar desde logo também a obriga-
ção reconhecida na decisão, sem a necessidade de oferecimento de caução, ainda que haja a 
interposição de agravo de instrumento em face dessa decisão.
A execução, antes do trânsito em julgado da decisão, é provisória e, após o trânsito, defini-
tiva. Como regra, aliás, a liquidação e o cumprimento dessa decisão parcial do mérito ocorrem 
nos próprios autos, sendo possível, a requerimento da parte ou a critério do juiz, processar em 
autos suplementares esses pedidos, para que não haja tumulto processual com o andamento 
da parcela remanescente do feito.
Não sendo o caso de prolatar sentença de extinção ou de julgamento antecipado de mé-
rito, caberá ao juiz proferir decisão saneadora e organizadora do processo. Nessa decisão, 
o CPC elenca alguns tópicos a serem abordados:
Tópico Observação
Resolver as questões processuais pendentes, se 
houver.
A todo momento o juiz pode analisar questões pro-
cessuais pendentes. Como há a fase de recebimento 
da inicial (com possibilidade de emenda) e a fase de 
providências preliminares, raramente haverá algo a ser 
resolvido neste tópico em sede de decisão saneadora.
Delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a 
atividade probatória, especificando os meios de prova 
admitidos.
A medida busca otimizar a fase probatória, para que a 
parte não se debruce em questões irrelevantes.
Definir a distribuição do ônus da prova. Como regra o ônus da prova incumbe ao autor quanto 
ao fato constitutivo de seu direito e ao réu quanto à 
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor, sendo possível distribuir diversa-
mente o ônus da prova a depender do caso concreto 
(conforme art. 373 do CPC)
Delimitar as questões de direito relevantes para a 
decisão do mérito.
A medida busca otimizar a fase decisória posterior, 
para que as partes não se debrucem em questões de 
direito que não sejam influentes para a causa.
Designar, se necessário, audiência de instrução e jul-
gamento.
Haverá a necessidade de designação de audiência 
de instrução e julgamento apenas se for necessária a 
produção de prova oral (depoimento pessoal, oitiva de 
testemunhas e oitiva do perito para esclarecimento 
de pontos duvidosos do laudo).
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Prolatada a decisão de saneamento, as partes podem pedir esclarecimentos ou solicitar 
ajustas, no prazo comum de 5 dias. Após esse período, a decisão torna-se estável.
No CPC/73, a jurisprudência se firmou no sentido de que a prolação da decisão saneado-
ra seria uma faculdade, ou seja, caberia ao magistrado, a depender da necessidade de cada 
processo, prolatar essa decisão ou não.
Há exemplos práticos, portanto, de processos em que se avança à fase probatória sem a 
prolação de uma decisão saneadora, apenas com o deferimento da produção da prova requerida.
O STJ era tranquilo em afirmar que tal medida não constituía nulidade. Confira:
Julgado: STJ. AgRg na MC 25.519/DF. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO 
ESPECIAL TRANCADO. RETENÇÃO. ART. 542, § 3º, DO CPC. REGRA GERAL. PRODUÇÃO 
DE PROVAS. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ART. 331, § 3º DO CPC. PRECEDENTe) 
AUSÊNCIA DE FUMUS BONI IURIS E DE PERICULUM IN MORa) MEDIDA CAUTELAR 
NEGADa) 1. Medida cautelar ajuizada com o objetivo de destrancar recurso especial 
retido com base no art. 542, § 3º, do Código de Processo Civil, interposto contra acórdão 
que apreciou decisum interlocutório; no caso concreto, o magistrado de instrução con-
siderou que as provas deveriam ser produzidas, por força do § 3º do art. 331 do Código 
de Processo Civil antes que fossem delimitados os pontos controvertidos. 2. A retenção 
dos recursos especiais, com base no art. 542, § 3º, do Código de Processo Civil, confi-
gura uma regra geral, quando a insurgência está dirigida contra debate acerca de decisão 
interlocutória, que é o caso concreto. Precedentes: AgRg na MC 23.800/MS, Rel. Ministro 
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 18.12.2015; AgRg na MC 17.449/RJ, Rel. 
Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 6.12.2013; AgRg na MC 16.817/SP, Rel. 
Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 14.9.2010. 3. A jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça acolhe a possibilidade de aplicação do § 3º do art. 331 do Código de 
Processo Civil, em casos como o dos autos, pois “(…) o sistema processual atual não 
consagra a obrigatoriedade do despacho saneador em momento único. O saneamento 
do processo é feito em qualquer momento, desde que surja a necessidade de corrigir 
qualquer desvio prejudicial à apuração dos fatos discutidos e à aplicação das leis susci-
tadas. A regra do § 3º do artigo 331 do Código de Processo Civil não é obrigatória. A sua 
falta só produz nulidade quando demonstrado evidente prejuízo para uma das partes” 
(EDcl no AgRg no REsp 724.059/MG, Rel. Ministro José delgado, Primeira Turma, DJ 
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3.4.2006, p. 252). 4. No que tange ao periculum in mora, também não existe, já que a 
produção de provas sem a fixação dos pontos controvertidos no despacho saneador 
não produz, em princípio, nenhum dano à parte, salvo se houver questão fática especí-
fica, que deverá ser discutida nos autos do feito principal; logo, mesmo que fosse neces-
sário aferir tal malferimento na presente medida cautelar, este tema esbarraria no teor 
da Súmula 7/STJ, que veda o revolvimento de questões de fato na instância especial. 
Agravo regimental improvido. (Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 01/03/2016, DJe 08/03/2016)
O CPC/15 trouxe, por outro lado, uma redação bastante incisiva ao tratar da decisão sa-
neadora:
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de sane-
amento e de organização do processo:
O STJ ainda não tem posicionamento firmado sobre o tema sob a égide do CPC de 2015, 
mas leve consigo a redação do art. 37, bastante literal no sentido da necessidade de prolação 
da decisão saneadora.
No saneador há a possibilidade de distribuição do ônus da prova. Esse tema foi bastante 
debatido em âmbito jurisprudencial no CPC/73, uma vez que, em alguns casos, o juiz deixava 
para inverter o ônus da prova apenas na fase de sentença, ou seja, distribuía o ônus proba-
tório e de pronto já sentenciava, sem permitir que as partes produzissem a prova de acordo 
com o ônus distribuído.
O tema, após intensos debates, solidificou-se no sentido de que a inversão do ônus pro-
batório é matéria de instrução, o que foi abraçado pela redaçãodo CPC/15.
Qual o momento processual adequado para preceder-se à inversão do ônus da prova?
Alguns doutrinadores entendiam que o momento processual adequado para a inversão do 
ônus da prova é o julgamento da causa.
Nery inclusive diz que:
O juiz, ao receber os autos para proferir a sentença, verificando que seria o caso de inverter o ônus 
da prova em favor do consumidor, não poderá baixar os autos em diligência e determinar que o 
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fornecedor faça a prova, pois o momento processual para a produção dessa prova já terá sido 
ultrapassado.
Para essa corrente, a inversão do ônus da prova é técnica de julgamento.
A outra corrente defende que o despacho saneador é o momento processual adequado 
para tal inversão.
Didier inclusive diz que:
[…] deve o magistrado anunciar a inversão antes de sentenciar e em tempo do sujeito onerado se 
desincumbir do encargo probatório, não se justificando o posicionamento que defende a possibili-
dade de a inversão se dar no momento do julgamento. […] Reservar a inversão do ônus da prova ao 
momento da sentença representa uma ruptura com o sistema do devido processo legal, ofendendo 
a garantia do contraditório.
Para essa corrente, a inversão do ônus da prova é matéria de instrução.
Informativo n. 492, STJ: “A Seção, por maioria, decidiu que a inversão do ônus da prova 
de que trata o art. 6º, VIII, do CDC é regra de instrução, devendo a decisão judicial que 
determiná-la ser proferida preferencialmente na fase de saneamento do processo ou, 
pelo menos, assegurar à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a reabertura 
de oportunidade para manifestar-se nos autos.” (EREsp 422.778-SP, Rel. originário Min. 
João Otávio de Noronha, Rel. para o acórdão Min. Maria Isabel Gallotti (art. 52, IV, b, do 
RISTJ), julgados em 29/2/2012).
Informativo n. 469, STJ: “[…] Dessarte, consignou que, influindo a distribuição do encargo 
probatório decisivamente na conduta processual das partes, devem elas possuir a exata 
ciência do ônus atribuído a cada uma delas para que possam produzir oportunamente as 
provas que entenderem necessárias. Ao contrário, permitida a distribuição ou a inversão 
do ônus probatório na sentença e inexistindo, com isso, a necessária certeza proces-
sual, haverá o risco de o julgamento ser proferido sob uma deficiente e desinteressada 
instrução probatória, na qual ambas as partes tenham atuado com base na confiança 
de que sobre elas não recairia o encargo da prova de determinado fato. Assim, entendeu 
que a inversão ope judicis do ônus da prova deve ocorrer preferencialmente no despacho 
saneador, ocasião em que o juiz decidirá as questões processuais pendentes e deter-
minará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento 
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(art. 331, §§ 2º e 3º, do CPC). Desse modo, confere-se maior certeza às partes referente 
aos seus encargos processuais, evitando a insegurança. […].” (STJ. REsp 802.832-MG. 
SEGUNDA SEÇÃO).
Julgado: STJ. REsp 802832/MG. SEGUNDA SEÇÃO. 1. A inversão do ônus da prova pode 
decorrer da lei (‘ope legis’), como na responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço 
(arts. 12 e 14 do CDC), ou por determinação judicial (‘ope judicis’), como no caso dos 
autos, versando acerca da responsabilidade por vício no produto (art. 18 do CDC). Inte-
ligência das regras dos arts. 12, § 3º, II, e 14, § 3º, I, e. 6º, VIII, do CDc) 2. A distribuição 
do ônus da prova, além de constituir regra de julgamento dirigida ao juiz (aspecto obje-
tivo), apresenta-se também como norma de conduta para as partes, pautando, conforme 
o ônus atribuído a cada uma delas, o seu comportamento processual (aspecto subje-
tivo). Doutrina. 3. Se o modo como distribuído o ônus da prova influi no comportamento 
processual das partes (aspecto subjetivo), não pode a a inversão ‘ope judicis’ ocorrer 
quando do julgamento da causa pelo juiz (sentença) ou pelo tribunal (acórdão). Previsão 
nesse sentido do art. 262, §1º, do Projeto de Código de Processo Civil. 4. A inversão ‘ope 
judicis’ do ônus probatório deve ocorrer preferencialmente na fase de saneamento do 
processo ou, pelo menos, assegurando-se à parte a quem não incumbia inicialmente o 
encargo, a reabertura de oportunidade para apresentação de provas. Divergência juris-
prudencial entre a Terceira e a Quarta Turma desta Corte. RECURSO ESPECIAL DESPRO-
VIDO. (Julgado em 13/04/2011, DJe 21/09/2011).
A regra e a exceção quanto ao ônus da prova:
• O regime geral de distribuição está previsto no art. 373, I e II, do CPC, e é:
– abstrato;
– apriorístico;
– estático;
– não absoluto.
• A regra sofre influxos do ônus dinâmico da prova, que se presta a:
– corrigir iniquidades, tais como:
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– a prova diabólica – de difícil desincumbência por parte do onerado;
– a prova diabólica reversa – de difícil desincumbência por parte daquele que, a prin-
cípio, seria desonerado da prova;
Obs.: � No caso de prova duplamente diabólica (para ambas as partes), a solução parece ser 
atribuir o ônus a quem assumiu o risco de inviabilidade probatória.
– instituir um ambiente ético-processual virtuoso;
– concretizar e aglutinar:
◦ a solidariedade;
◦ o acesso à Justiça;
◦ a efetiva prestação jurisdicional;
◦ due process.
Julgado: STJ. REsp 883656/RS. 1. Em Ação Civil Pública proposta [pelo MPRS] com o 
fito de reparar alegado dano ambiental causado por grave contaminação com mercúrio, 
o Juízo de 1º grau, em acréscimo à imputação objetiva estatuída no art. 14, § 1º, da Lei 
6.938/81, determinou a inversão do ônus da prova quanto a outros elementos da res-
ponsabilidade civil, decisão mantida pelo Tribunal a quo. 2. O regime geral, ou comum, 
de distribuição da carga probatória assenta-se no art. 333, caput, do Código de Processo 
Civil. Trata-se de modelo abstrato, apriorístico e estático, mas não absoluto, que, por isso 
mesmo, sofre abrandamento pelo próprio legislador, sob o influxo do ônus dinâmico da 
prova, com o duplo objetivo de corrigir eventuais iniquidades práticas (a probatio dia-
bólica, p. ex., a inviabilizar legítimas pretensões, mormente dos sujeitos vulneráveis) e 
instituir um ambiente ético-processual virtuoso, em cumprimento ao espírito e letra da 
Constituição de 1988 e das máximas do Estado Social de Direito. 3. No processo civil, 
a técnica do ônus dinâmico da prova concretiza e aglutina os cânones da solidariedade, 
da facilitação do acesso à Justiça, da efetividade da prestação jurisdicional e do combate 
às desigualdades, bem como expressa um renovado due process, tudo a exigir uma genu-
ína e sincera cooperação entre os sujeitos na demanda. 4. O legislador, diretamente na 
lei (= ope legis), ou por meio de poderes que atribui, específica ou genericamente, ao juiz 
(= ope judicis), modifica a incidência do onus probandi, transferindo-o para a parte em 
melhores condições de suportá-lo ou cumpri-lo eficaz e eficientemente, tanto mais em 
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relações jurídicas nas quais ora claudiquem direitos indisponíveis ou intergeracionais, 
ora as vítimas transitem no universo movediço em queconvergem incertezas tecnoló-
gicas, informações cobertas por sigilo industrial, conhecimento especializado, redes de 
causalidade complexa, bem como danos futuros, de manifestação diferida, protraída ou 
prolongada. 5. No Direito Ambiental brasileiro, a inversão do ônus da prova é de ordem 
substantiva e ope legis, direta ou indireta (esta última se manifesta, p. ex., na derivação 
inevitável do princípio da precaução), como também de cunho estritamente processual 
e ope judicis (assim no caso de hipossuficiência da vítima, verossimilhança da alega-
ção ou outras hipóteses inseridas nos poderes genéricos do juiz, emanação natural do 
seu ofício de condutor e administrador do processo). 6. Como corolário do princípio in 
dubio pro natura, “Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empre-
endedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a segurança do 
empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 
da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da Precaução” (REsp 972.902/RS, 
Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.9.2009), técnica que sujeita aquele que 
supostamente gerou o dano ambiental a comprovar “que não o causou ou que a subs-
tância lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva” (REsp 1.060.753/SP, 
Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.12.2009). 7. A inversão do ônus da 
prova, prevista no art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, contém comando 
normativo estritamente processual, o que a põe sob o campo de aplicação do art. 117 
do mesmo estatuto, fazendo-a valer, universalmente, em todos os domínios da Ação 
Civil Pública, e não só nas relações de consumo (REsp 1049822/RS, Rel. Min. Francisco 
Falcão, Primeira Turma, DJe 18.5.2009). 8. Destinatário da inversão do ônus da prova por 
hipossuficiência – juízo perfeitamente compatível com a natureza coletiva ou difusa das 
vítimas – não é apenas a parte em juízo (ou substituto processual), mas, com maior razão, 
o sujeito-titular do bem jurídico primário a ser protegido. 9. Ademais, e este o ponto mais 
relevante aqui, importa salientar que, em Recurso Especial, no caso de inversão do ônus 
da prova, eventual alteração do juízo de valor das instâncias ordinárias esbarra, como 
regra, na Súmula 7 do STJ. “Aferir a hipossuficiência do recorrente ou a verossimilhança 
das alegações lastreada no conjunto probatório dos autos ou, mesmo, examinar a neces-
sidade de prova pericial são providências de todo incompatíveis com o recurso especial, 
que se presta, exclusivamente, para tutelar o direito federal e conferir-lhe uniformidade” 
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(REsp 888.385/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 27.11.2006. No mesmo 
sentido, REsp 927.727/MG, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, DJe de 4.6.2008). 
10. Recurso Especial não provido. (Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 09/03/2010, DJe 28/02/2012).
A inversão pode ser a favor do MP!
O destinatário da inversão do ônus da prova por hipossuficiência – juízo perfeitamente compa-
tível com a natureza coletiva ou difusa das vítimas – não é apenas a parte em juízo (ou substitu-
to processual), mas, com maior razão, o sujeito-titular do bem jurídico primário a ser protegido.
A inversão é do ônus da prova, não do ônus do custo da prova!
Julgado: STJ. AgRg no REsp 718821-SP. 1. Com efeito, ainda que deferida, a inversão do 
ônus probatório não tem o condão de obrigar o fornecedor a custear a prova requerida 
pelo consumidor, embora gere para aquele a obrigação de arcar com as consequências 
jurídicas pertinentes de sua não produção. Precedentes. […]. (Rel. Ministro FERNANDO 
GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 09/02/2010, DJe 01/03/2010)
Julgado: STJ. REsp 972.902/RS. 1. Fica prejudicada o recurso especial fundado na vio-
lação do art. 18 da Lei 7.347/1985 (adiantamento de honorários periciais), em razão de 
o juízo de 1º grau ter tornado sem efeito a decisão que determinou a perícia. 2. O ônus 
probatório não se confunde com o dever de o Ministério Público arcar com os honorários 
periciais nas provas por ele requeridas, em ação civil pública. São questões distintas e 
juridicamente independentes. 3. Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo 
para o empreendedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a segu-
rança do empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c 
o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da Precaução. 4. Recurso 
especial parcialmente provido. (Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 25/08/2009, DJe 14/09/2009)
Sabe-se que os atos administrativos são dotados da presunção de legitimidade e de legali-
dade, que trazem a inversão do ônus da prova em relação ao administrado, contudo, há uma 
exceção:
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No direito ambiental, em razão do princípio da precaução, do in dubio pro natura e do favor 
debilis, a inversão do ônus da prova é contra a Administração!
• No Direito Ambiental brasileiro, a inversão do ônus da prova é:
– de ordem substantiva e ope legis:
◦ direta; ou
◦ indireta (esta última se manifesta, p. ex., na derivação inevitável do princípio da 
precaução).
• Como também de cunho estritamente processual e ope judicis (assim no caso de hi-
possuficiência da vítima, verossimilhança da alegação ou outras hipóteses inseridas 
nos poderes genéricos do juiz, emanação natural do seu ofício de condutor e adminis-
trador do processo).
“Concessionária deve provar que hidrelétrica não causou danos a pescadores” (Notícias do 
STJ de 23/11/2012).
Julgado: STJ. REsp 1.330.027 – SP. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. NEGA-
TIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA. DIREITO CIVIL E DIREITO AMBIEN-
TAL. CONSTRUÇÃO DE USINA HIDRELÉTRICA. REDUÇÃO DA PRODUÇÃO PESQUEIRA. 
SÚMULA N. 7/STJ. NÃO CABIMENTO. DISSÍDIO NOTÓRIO. RESPONSABILIDADE OBJE-
TIVA. DANO INCONTESTE. NEXO CAUSAL. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. INVERSÃO DO 
ÔNUS DA PROVA. CABIMENTO. PRECEDENTES. […]. 4. A Lei n. 6.938/81 adotou a sis-
temática da responsabilidade objetiva, que foi integralmente recepcionada pela ordem 
jurídica atual, de sorte que é irrelevante, na espécie, a discussão da conduta do agente 
(culpa ou dolo) para atribuição do dever de reparação do dano causado, que no caso é 
inconteste. 5. O princípio da precaução, aplicável à hipótese, pressupõe a inversão do 
ônus probatório, transferindo para a concessionária o encargo de provar que sua con-
duta não ensejou riscos para o meio ambiente e, por consequência, aos pescadores da 
região. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e nesta parte provido para determi-
nar o retorno dos autos à origem para que, promovendo-se a inversão do ônus da prova, 
proceda-se a novo julgamento. (Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 06/11/2012).
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Questões de ordem pública não precluem, mesmo quando decididas no saneador.
Aplica-se, também, ao saneador, o instituto da preclusão (como é o normal em decisões in-
terlocutórias). Essa é a regra geral. Se o assunto envolver matéria de ordem pública, não há 
espaço para preclusão, mesmo que a questão já tenha sido decidida em saneador. Essa é a 
exceção.
Parcela minoritária da doutrina entendeque há preclusão se houver o exame de questões de 
ordem pública, ou seja, o reexame não seria possível.
Julgado: STJ. AR 3.286/Sc) 1. O fato de o magistrado, num juízo exordial, admitir o pro-
cessamento da ação ou deferir pedidos de habilitação não o impede de, posteriormente, 
verificando a impropriedade formal da ação ou do deferimento de habilitação, rever seu 
pronunciamento inicial enquanto o processo estiver pendente de julgamento, uma vez 
que, inserida a questão no âmbito das matérias de ordem pública (mais precisamente 
dos pressupostos processuais subjetivos), não há que se falar em preclusão para o juízo, 
que poderá, a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição (somente com algumas 
exceções, no caso das instâncias extraordinárias), reanalisar as questões que estejam 
abrangidas pelas já citadas questões de ordem pública. É o que se depreende da leitura 
do disposto no art. 267, § 3º, do CPC, segundo o qual: “O juiz conhecerá de ofício, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da 
matéria constante dos ns. IV, V e Vl”. 2. Que não se alegue, no caso dos autos, a previ-
são contida no art. 471 do CPC, isso porque, consoante a valiosa opinião de Nelson Nery 
Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery (Código de Processo Civil Comentado e Legislação 
Extravagante”, ed. RT, 10ª ed., 2007, pág. 704): “A norma proíbe a redecisão de questão 
já decidida no mesmo processo, sob o fundamento da preclusão (coisa julgada formal). 
As questões dispositivas decididas no processo não podem ser reapreciadas pelo juiz. 
As de ordem pública, por não serem alcançadas pela preclusão, podem ser decidas em 
qualquer tempo e grau ordinário de jurisdição (não em RE ou REsp). Pela mesma razão, 
pode o juiz redecidir as questões de ordem pública já decididas no processo. O ‘caput’ 
do dispositivo comentado impede que o juiz, no mesmo processo, decida novamente 
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as questões já decididas. As exceções são, na verdade, aberturas para a redecisão em 
outro processo.” – grifos acrescidos. Precedentes desta Corte no mesmo sentido: REsp 
1.254.589/SC, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/9/2011, 
DJe 30/9/2011, e REsp 1.175.100/SC, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 5/4/2011, DJe 13/4/2011. […]. (Rel. Ministro OG FERNANDES, TER-
CEIRA SEÇÃO, julgado em 29/02/2012, DJe 20/03/2012).
Também é possível que as partes, na linha da solução consensual, apresentem delimitação 
das questões de fato e de direito para que o juiz homologue. Tal ato vincula as partes e o juiz!
O CPC também prevê a possibilidade de o juiz designar audiência para que o saneamento 
seja feito em cooperação com as partes, caso a demanda seja complexa em matéria de fato 
ou de direito. Nessa hipótese, o juiz poderá convidar as partes a integrar ou esclarecer suas 
alegações, na construção de uma decisão saneadora coletiva.
Se a causa demandar a produção de prova testemunhal, como visto, será necessária a 
designação de uma audiência de instrução e julgamento.
O juiz fixará prazo comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem o rol de 
testemunhas. O número de testemunhas não pode ser superior a 10, sendo 3, no máximo, 
para a prova de cada fato. O juiz pode, ainda, limitar o número de testemunhas levando em 
conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
Na hipótese de realização da audiência para que o saneamento seja feito em cooperação 
com as partes, o Código determina que cabe às partes levar o rol de testemunhas para o ato, si-
tuação em que não é aplicável a regra de abertura de prazo de 15 dias para a apresentação do rol.
Se houver determinação de produção de prova pericial, o juiz nomeará perito especializa-
do no objeto da perícia e fixará o prazo para a entrega do laudo, com o estabelecimento desde 
logo de calendário para a realização do ato, se possível.
Um grande equívoco verificável na prática ocorre quando se parte para o julgamento confor-
me o estado do processo a despeito do pedido de produção de provas formulado.
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Nesse cenário, o juiz acaba por indeferir a prova, mas, ainda assim, julga improcedente os 
pedidos por ausência de provas. Veja que, nesse caso, haverá cerceamento de defesa e a 
sentença será reformada na segunda instância.
Com a reforma, será necessária a reabertura da fase probatória, razão pela qual o Tribunal 
determinará o retorno dos autos à origem, com um atraso significativo para o andamento do 
processo.
Julgado: STJ. REsp 1066409/RS. PROCESSO CIVIL – TRIBUTÁRIO – OBRIGAÇÃO TRIBU-
TÁRIA – ADIMPLEMENTO – SUCESSÃO EMPRESARIAL – CERCEAMENTO DE DEFESA – 
INDEFERIMENTO DE PROVA PERICIAL – JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE – AUSÊN-
CIA DE PROVAS. 1. Inviável antecipar o julgamento da lide indeferindo a produção de 
prova pericial para posteriormente improver a pretensão sob fundamento na ausência de 
prova. 2. Recurso especial provido para anular o processo desde o julgamento anteci-
pado da lide. (Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/09/2008, 
DJe 30/09/2008).
Julgado: STJ. REsp 779.160/RS. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. COBRANÇA 
DE VALORES MÍNIMOS DE ENERGIA ELÉTRICa) DIVISÃO DAS TARIFAS DA CATEGORIA 
‘BAIXA RENDA’ EM FAIXa) COMPETÊNCIA INTERNA DE TURMAS DE TRIBUNAL REGIO-
NAL. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO REGIMENTO INTERNO DO RESPECTIVO TRIBUNAL. 
NÃO INCLUSÃO NO CONCEITO DE LEI FEDERAL. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO 
DO PROCESSO. PRODUÇÃO DE PROVa) OPORTUNIZAÇÃO ÀS PARTES. NÃO VERIFICA-
ÇÃO. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO. FATO INCONTROVERSO. CERCEAMENTO DE DEFESa) 
CARACTERIZAÇÃO. 1. A questão relativa à competência interna de Turmas de Tribunal 
Regional demanda a análise do Regimento Interno do respectivo tribunal, o qual não se 
inclui no conceito de lei federal, nos termos do art. 105, III, “a”, da Constituição da Repú-
blica. 2. A empresa Rio Grande Energia sustenta ter havido cerceamento de defesa 
por dois motivos fundamentais: (i) ausência de intimação para produção de provas; 
(ii) o julgamento conforme o estado do processo, nos termos em que foi sentenciado, 
impediu que a parte pudesse comprovar fato modificativo do direito do autor, já que 
não lhe foi oportunizada a especificação de provas. 3. Ao compulsar os autos, verifi-
ca-se que o referido despacho não foi publicado, sendo que a manifestação do Minis-
tério Público Federal apenas se deu em razão do privilégio legal. 4. O magistrado, 
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quando da prolação da sentença, assentou que “considerando a natureza documental 
da demanda, a qual envolve aplicação de direito estrito, restando, portanto, despicienda 
a produção de novas provas, vez que o Juízo já dispõe de farta prova documental”. 5.
Prolatada a sentença, o magistrado consignou que competia à empresa ré a comprova-
ção da existência de custos efetivos os quais correspondam à cobrança de tarifa mínima 
de disponibilidade até pelo fato que o Ministério Público logrou êxito em comprovar que 
a concessionária não fornece energia elétrica ao consumidor neste caso. Entendeu, 
ainda, que à concessionária de nergia elétrica incumbiria comprovar que muito embora 
não forneça energia elétrica nestes casos, possui custos os quais são correspondência 
direta da cobrança das tarifas mínimas,as quais segundo a RGE, oneram parcela ínfima 
da população, o que, de fato, a empresa não teria se desincumbido de fazer (fl. 1038). 
6. Todavia, não há que se falar em desnecessidade de prova pericial se não se sabe, 
ao certo, quais provas a parte pretendia produzir. Quero dizer, estamos diante de nuli-
dade que precede a questão da necessidade ou não de produção de prova pericial. 7. Se 
à parte não foi dada oportunidade de especificar quais provas pretendia produzir, não se 
mostra possível, de antemão, pressupor a desnecessidade de sua produção, mormente 
porque, em contrarrazões, a empresa Rio Grande Energia postulou pela produção de 
provas documentais, não se podendo pressupor que todas aquelas provas que a empresa 
pretendia produzir seriam despiciendas ao julgamento da causa. 8. Em outras palavras, 
seria possível que a parte pretendesse a produção de provas documentais que tivessem 
em poder de terceiros, nos termos do que determina o artigo 341 do CPC. 9. Assim, pros-
pera a tese veiculada pela recorrente, no tocante ao cerceamento de defesa, porquanto 
a ausência de intimação da parte para que especificasse as provas que pretendesse 
produzir, inegavelmente macula a sentença que se deve ter por nula. 10. Outro aspecto 
que deve ser ressaltado é que, ainda que à parte tivesse sido oportunizada a produção 
de prova e o juiz as indeferisse, mesmo nessas hipóteses poderia restar caracterizado 
o cerceamento de defesa, já que o magistrado lançou mão da ausência de provas nos 
autos capazes de infirmar o alegado pelo Ministério Público Federal para rechaçar as 
pretensões deduzidas pela parte. Há vários julgados deste Tribunal no sentido de que se 
mostra inviável o julgamento conforme o estado do processo se houver o indeferimento 
da produção de prova pericial e posterior não provimento das pretensões da parte ao 
fundamento de ausência de produção de prova. 11. Recurso especial interposto pela Rio 
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Grande Energia S.A provido para anular o acórdão recorrido e determinar a remessa dos 
autos à origem, a fim de que seja oportunizada à recorrente a especificação de provas 
que pretende produzir. (Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 22/02/2011, DJe 28/03/2011)
Em suma, Juiz não pode negar a produção probatória e depois julgar o processo contra a 
parte por ausência de provas.
Julgado: STJ. REsp 1.228.751 – PR. 1.– Esta Corte possui jurisprudência firme no sen-
tido de que o julgador não pode indeferir a produção de prova requerida pela parte para, 
em seguida, seja em sede de julgamento antecipado da lide, seja em julgamento não 
antecipado, extinguir o processo sem exame do mérito por ausência da prova que ele 
próprio inviabilizou. 2.– No caso dos autos, porém, a ouvida de testemunhas, inclusive 
as do autor, apesar de antes deferida, pôde ser dispensada porque o depoimento pes-
soal do próprio Autor, esvaziou a credibilidade das alegações que amparavam o direito 
invocado na inicial. 3.– Por outro lado, o Agravo interposto contra a dispensa das teste-
munhas não foi interposto pelo autor, ora Recorrente, mas pelo réu, de modo que, para o 
Autor, deu-se a preclusão da questão. 4.– Recurso Especial improvido. (Rel. Min. Sidnei 
Beneti, TERCEIRA TURMA, Julgado em 06/11/2012).
O novo Código também trouxe uma imposição à agenda de audiências: as pautas devem 
ser preparadas com intervalo mínimo de 1 hora entre as audiências.
Essa medida evita que, na prática, o juiz marque 5 audiências para as 14h, por exemplo, 
obrigando partes, testemunhas e advogados da quinta audiência a comparecerem nesse ho-
rário, sendo que sua audiência somente ocorrerá perto das 18h.
A atividade do juiz na determinação de produção probatória dentro do saneador é delicada e 
deve ser adstrita ao princípio do dispositivo.
Julgado: STJ. REsp 840.690/DF. […]. 3. O chamado “ônus da prova” é instituto de direito 
processual que busca, acima de tudo, viabilizar a consecução da vedação ao non liquet, 
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uma vez que, por meio do art. 333, inc. I, do CPC, garante-se ao juiz o modo de julgar 
quando qualquer dos litigantes não se desincumbir da carga probatória definida legal-
mente, apesar de permanecer dúvidas razoáveis sobre a dinâmica dos fatos. 4. Ainda 
acerca do direito probatório, convém ressaltar que, via de regra, a oportunidade ade-
quada para que a parte autora produza seu caderno probatório é a inicial (art. 282, inc. 
I, do CPC). Para o réu, este momento é a contestação (art. 300 do CPC). Qualquer outro
momento processual que possa eventualmente ser destinado à produção probatória 
deve ser encarado como exceção. 5. Assim, a abertura para a réplica, p. ex., encontra 
limites estreitos no CPC, seja quando o réu alegar alguma das matérias do art. 301 
do mesmo diploma legislativo, seja quando o réu trouxer dados inéditos ao processo, 
tendo a parte autora, como consequência do devido processo legal, do contraditório 
e da ampla defesa, direito de sobre eles se manifestar (arts. 326 e 327 do CPC). 6. Da 
mesma maneira, em atenção também ao princípio do dispositivo, convém restringir o 
uso tradicionalmente indiscriminado do despacho que chama as partes a dizerem se 
têm outras provas a produzir, pois, dogmática e legalmente falando, os momentos para 
tanto já ocorreram (inicial e contestação). 7. E, ainda, também em observância ao prin-
cípio do dispositivo, o magistrado deve ser parcimonioso ao determinar a produção de 
provas no saneador, evitando tornar controversos pontos sobre os quais, na verdade, 
as partes abriram mão de discutir – e, portanto, de tornar controvertidos. 8. O obje-
tivo do Código de Processo Civil é claro: evitar delongas injustificadas e não queridas 
pelos litigantes que, muito mais do que o atingimento da sacrossanta “verdade mate-
rial” ou o prestígio da igualmente paradoxal “verdade formal”, acabam prejudicando 
as partes interessadas, na medida em que inviabilizam uma tutela adequada e efi-
ciente. 9. Por tudo isso, se o autor não demonstra (ou não se interessa em demons-
trar), de plano ou durante o processo, os fatos constitutivos de seu direito, mesmo 
tendo-lhe sido oportunizados momentos para tanto, compete ao magistrado encerrar 
o processo com resolução de mérito, pela improcedência do pedido, mesmo que, por 
sua íntima convicção, também o réu não tenha conseguido demonstrar de forma cabal 
os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do alegado direito do autor. […]. (Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/08/2010, 
DJe 28/09/2010).
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Thiago Pivotto
Providências Preliminares e Julgamento Conforme o Estado do Processo
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ainda assim, o juiz pode determinar a produção probatória de ofício, conforme art. 370 do 
CPC. Cabe falar em ativismo judicial quando o magistrado determina a produção probatória 
de ofício.
Julgado: STJ. REsp 540.179/SP. 1. Ausência de valoração da prova impeditiva da aná-
lise pelo STJ do malferimento dos dispositivos legais invocados. Prejudicial ao exame 
do recurso especial. 2. O art. 130, do CPC, é aplicável a todas as instâncias por isso 
que ao STJ é lícito, antes da analise à violação da lei, determinar a baixa dos autos à 
instância de origem para que valore a prova produzida, prejudicial à análise do meri-
tum causae porquanto à Corte está interditada a análise do contexto fático-probató-
rio. 3. “(…) O Código

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