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Imunologia Genética Humana – UFPE Larissa Albuquerque Aula 9 Sistema imune *É o sistema de proteção contra doenças, em especial as infecciosas, reconhecendo o que é próprio e não próprio do corpo. *Responde aos antígenos, moléculas que causam reações imunológicas, e o organismo tem alta capacidade de reconhecer diversos antígenos. É essencial essa identificação para diferenciar autoantígenos de antígenos estranhos e evitar doenças autoimunes. *Sua principal função é manter a homeostase do organismo. *É organizada em resposta imune inata (inespecífica) e adaptativa (específica), que agem em conjunto. Resposta imune inata *É a primeira linha defesa do organismo, reage de forma rápida, imediata e inespecífica a exposições repetidas, provoca a inflamação de tecidos infectados e recruta fagócitos. *É constituída por: barreiras físicas e químicas, células fagocíticas (neutrófilos e macrófagos), células dendríticas (direciona células T para recrutar mais células T, células B para ativar a resposta), células natural killer, células linfoides, sistema complemento e alguns mediadores de inflamação. Resposta imune adaptativa *É estimulada pela exposição a agentes infecciosos, aumentando sua eficácia a cada exposição. *É específica, especializada e adquire memória. *É constituída por: linfócitos B (que formam anticorpos), linfócitos T, apresentadores de antígenos e células efetoras. *É classificada em humoral e celular. Imunidade adaptativa humoral *É mediada por anticorpos produzidos pelos linfócitos B que podem ativar mecanismos efetores para combater os microrganismos. *É a principal defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas. Imunidade adaptativa celular *É mediada por linfócitos T. *Tem como principal função destruir microrganismos que residem nos fagócitos, matar células infectadas e recrutar leucócitos que combatem microrganismos extracelulares. *Quando exposto a um antígeno estranho, ocorre a imunidade ativa, por meio de infecção ou vacina, ocorrendo resposta imunológica e gerando memória. *Também pode ocorrer a imunidade passiva, em que o indivíduo se torna imune sem ter sido exposto ao antígeno ou ter resposta imunológica e se dá pelo uso de soro com anticorpos de indivíduos imunes. *Linfócito T CD4 (auxiliar): Secreta citocinas que estimulam a proliferação e diferenciação das próprias células T e ativam linfócitos B, macrófagos e outros leucócitos. *Linfócito T CD8 (citotóxico): matam as células infectadas por vírus e outros microrganismos intracelulares que produzem antígenos estranhos. Obs: nem todos linfócitos T atacam células com antígenos estranhos, atuando na regulação das respostas imunológicas. Seleção clonal *O sistema imune reconhece diversos antígenos estranhos e cada linfócito maduro é programado para atacar apenas um antígeno específico. *A seleção clonal ocorre pela proliferação de um linfócito específico para um antígeno, de forma rápida e produzindo uma grande população de células idênticas (clones) específicas para esse antígeno, formando a resposta primária. *Alguns linfócitos se diferenciam em plasmócitos secretores de anticorpos específicos para o antígeno e essas células de memória continuam na circulação. *Caso o mesmo antígeno reapareça, ele ativará as células de memória e gerará rapidamente a resposta imunológica secundária. Geração da diversidade de anticorpos • Linha germinativa: cada anticorpo é codificado por um gene herdado, não sendo modificado durante o desenvolvimento somático, precisando haver um grande número de genes codificadores de anticorpos. • Teoria somática: existe apenas um pequeno número de genes codificadores de anticorpos, Monitoria de Genética Humana Larissa Albuquerque Aula 9 com bastante diversidade das células somáticas devido a mutações/recombinações. Esses genes se rearranjam aleatoriamente para formar diversos anticorpos e não são passados para a prole. É a teoria mais aceita atualmente. Estrutura dos anticorpos *Também conhecidos como imunoglobulinas (Ig), cada molécula é formada por 4 cadeias de polipeptídios, duas leves e duas pesadas idênticas, obtendo o formato de Y. *As cadeias leves e pesadas têm uma região variável em uma extremidade e uma constante na outra. *As regiões variáveis especificam o tipo de antígeno que o anticorpo pode se ligar. *As cadeias leves são codificadas por genes em diferentes cromossomos e cada gene possui 3 tipos de segmentos: V (variável; 30 a 35 segmentos diferentes), J (união; 5 segmentos diferentes) e C (constante; 1 segmento). Fatores que aumentam a diversidade de anticorpos *Cada cadeia leve pode se combinar com qualquer cadeia pesada recombinada. *A recombinação dos segmentos de genes é imprecisa, havendo diversidade juncional, devido a perdas ou ganhos durante o processo. *Alta taxa de mutação nos genes dos anticorpos, chamada a hipermutação somática. Genes do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) *O MHC são receptores de superfície celular que permite que os linfócitos T reconheçam o antígeno. *É um lócus genético altamente polimórfico com genes localizados no cromossomo 6. *O MHC mais estudado em humanos é o HLA (antígeno de histocompatibilidade). *MHC1 e MHC2 apresentam antígenos diferentes. • MHC1: está ligado à resposta celular e apresenta peptídeos antigênicos aos linfócitos T CD 8 (citotóxicos) e é o principal determinador do que é próprio do corpo. • MHC2: está ligado à resposta humoral e apresenta peptídeos antigênicos aos linfócitos T CD 4 (auxiliares). Principais caraterísticas do lócus mhC *Possui alelos codominantes *Polimórfico: um grande número de alelos estão presentes em cada gene. *Multigênico. *É importante no processo de transplante de órgãos. REFERÊNCIAS: • PIERCE, B.A. Genética: um enfoque conceitual. 5ª ed. Editora Guanabara. • ABBAS, A.K.; PILLAI, S.; LICHTMAN, A.H. Imunologia Celular e Molecular. 8ª ed. Editora Elsevier Ltda.