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LEGISLAÇÃO BIZURADA - DELTA AM - PARTE II

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1 
 
 
 
 
 
 
PÓS-EDITAL 
2 
 
DISCIPLINAS E LEIS 
PARTE 💀 
D. Constitucional 
- Constituição Federal (arts. 1º-110; 125-169; 182-232; 243) 
- Lei 4.717/1965 - Ação Popular 
- Lei 7.347/1985 - Ação Civil Pública 
- Lei 9.507/1997 - HD 
- Lei 9.868/1990 - ADI/ADC 
- Lei 9.882/1990 - ADPF 
- Lei 11.417/2006 - Súmula Vinculante 
- Lei 12.016/2009 - MS 
- Lei 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação 
- Lei 13.300/2016 - MI 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL 
D. Penal - Código Penal 
D. Processual Penal - Código de Processo Penal (arts. 1º-405; 513-518; 531-538; 563-667) 
PARTE 💀💀 
D. Tributário e 
Financeiro 
- Tributário na CF (arts. 145-162) (incluído na CF) 
- Lei 5.172/1966 - CTN 
- Financeiro na CF (arts. 163-169) (incluído na CF) 
- LC 101/2000 - LRF (também no conteúdo de Direito Administrativo) 
- Lei 4.320/1964 - Normas Gerais de Direito Financeiro 
D. Administrativo 
- Lei 8.429/1992 - Improbidade Administrativa 
- Lei 8.987/1995 - Serviços Públicos 
- Lei 9.784/1999 - Processo Administrativo 
- Lei 12.846/2013 - Lei Anticorrupção 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, ESTATUTO DOS 
POLICIAIS CIVIS E ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
D. Humanos 
- Declaração Universal de Direitos Humanos 
- Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou 
degradantes 
D. Ambiental 
- Arts. 182/183 da CF (incluído na CF) 
- Resolução do CONAMA 1/1986 - Relatório de Impacto Ambiental 
- Resolução do CONAMA 237/1997 - Licenciamento Ambiental 
- Resolução do CONAMA 378/2006 - Empreendimentos Potencialmente Causadores 
de Impacto Ambiental Nacional ou Regional 
- LC 140/2011 
- Lei 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente 
- Lei 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos 
- Lei 9.985/2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 
- Lei 10.257/2001 - Estatuto da Cidade 
- Lei 11.284/2006 - Florestas Públicas 
- Lei 12.305/2010 - Resíduos Sólidos 
- Lei 12.651/2012 - Código Florestal 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE A LEI 11.445/2007 
Legislação Penal e 
Processual Penal 
Extravagante 
- Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
- Decreto-Lei 201/1967 - Lei de Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores 
- Lei 1.079/1950 - Crimes de responsabilidade 
- Decreto-Lei 3.688/1941 - Contravenções Penais 
- Lei 1.521/1951 - Crimes contra a Economia Popular 
- Lei 7.210/1984 - LEP 
- Lei 7.492/1986 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional 
3 
 
- Lei 7.716/1989 - Crimes de Preconceito 
- Lei 7.960/1989 - Prisão Temporária (também no conteúdo de Direito Processual 
Penal) 
- Lei 8.069/1990 - Crimes do Eca 
- Lei 8.072/1990 - Crimes Hediondos 
- Lei 8.078/1990 - Crimes contra o Consumidor 
- Lei 8.137/1990 - Crimes contra a Ordem Tributária (também no conteúdo de Direito 
Financeiro/Tributário) 
- Lei 8.176/1991 - Crimes contra a Ordem Econômica 
- Lei 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais 
- Lei 9.296/1996 - Interceptações Telefônicas 
- Lei 9.455/1997 - Crime de Tortura 
- Lei 9.503/1997 - Crimes de Trânsito 
- Lei 9.605/1998 - Crimes Ambientais (também no conteúdo de Direito Ambiental) 
- Lei 9.609/1998 - lei do Software 
- Lei 9.613/1998 - Lavagem de Dinheiro 
- Lei 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas 
- Lei 10.671/2003 - Crimes do Estatuto do Torcedor 
- Lei 10.741/2003 - Crimes contra o Idoso 
- Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento 
- Lei 11.101/2005 - Crimes Falimentares 
- Lei 11.340/2006 - Lei Maria da Penha 
- Lei 11.343/2006 - Lei de Drogas 
- Lei 12.037/2009 - Identificação Criminal 
- Lei 12.830/2013 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia 
- Lei 12.850/2013 - Organizações Criminosas 
- Lei 12.984/2014 - Crime de discriminação aos portadores de hiv 
- Lei 13.146/2015 - Crimes do estatuto da pessoa com deficiência 
- Lei 13.869/2019 - Abuso de Autoridade 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE AS LEIS 8.906/1994 E 9.610/1998 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGENDA DE CORES 
• VERDE1: ARTIGOS, PARÁGRAFOS, INCISOS E ALÍNEAS MAIS IMPORTANTES 
• VERDE2: SÚMULAS 
• AZUL: JURISPRUDÊNCIA 
• AMARELO: JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ 
 
 
 
 
 
 
 
💣 ATUALIZADO: INFORMATIVOS (1035 STF; 714 STJ) - SÚMULAS (653 STJ) 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1. LEI DA AÇÃO POPULAR – LEI Nº 4.717/1965 ........................................................................................................................................... 6 
2. LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA – LEI Nº 7.347/1985 .............................................................................................................................. 16 
3. LEI DO HABEAS DATA – LEI Nº 9.507/1997 ........................................................................................................................................... 31 
4. ADC/ADI – LEI Nº 9.868/1999 ..................................................................................................................................................................... 36 
5. ADPF – LEI Nº 9.882/1999 ............................................................................................................................................................................. 50 
6. SÚMULA VINCULANTE – LEI Nº 11.417/2006 ....................................................................................................................................... 56 
7. LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 12.016/2009 ............................................................................................................ 59 
8. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI Nº 12.527/2011 .................................................................................................................... 82 
9. LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO – LEI Nº 13.300/2016 ................................................................................................................ 95 
10. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ......................................................................................................................................................... 102 
11. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LC Nº 101/2000 ................................................................................................................. 176 
12. NORMAS GERAIS DE DIREITO FINANCEIRO – LEI Nº 4.320/1964 ........................................................................................... 199 
13. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI Nº 8.429/1992................................................................................................................ 214 
14. SERVIÇOS PÚBLICOS – LEI Nº 8.987/1995 ......................................................................................................................................... 243 
15. PROCESSO ADMINISTRATIVO – LEI Nº 9.784/1999....................................................................................................................... 260 
16. LEI ANTICORRUPÇÃO – LEI Nº 12.846/2013 ..................................................................................................................................... 284 
17. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS.................................................................................................................... 295 
18. CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU 
DEGRADANTES – DECRETO Nº 40/1991 ................................................................................................................................................... 300 
19. RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA-RIMA) – RESOLUÇÃO Nº 1/1986 DO CONAMA ...................................... 311 
20. LICENCIAMENTO AMBIENTAL – RESOLUÇÃO Nº 237/1997 DO CONAMA ......................................................................... 314 
21. EMPREENDIMENTOS POTENCIALMENTE CAUSADORES DE IMPACTO AMBIENTAL – RESOLUÇÃO Nº 378/2006DO CONAMA ........................................................................................................................................................................................................ 319 
22. LC Nº 140/2011 ............................................................................................................................................................................................ 320 
23. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – LEI Nº 6.938/1981 ............................................................................................. 327 
24. POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS – LEI Nº 9.433/1997 ................................................................................ 341 
25. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – LEI Nº 9.985/2000 .................................................................. 351 
26. ESTATUTO DA CIDADE – LEI Nº 10.257/2001 .................................................................................................................................. 371 
27. FLORESTAS PÚBLICAS – LEI Nº 11.284/2006 .................................................................................................................................... 383 
28. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS – LEI Nº 12.305/2010 ..................................................................................... 407 
29. NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO – LEI Nº 12.651/2012 ............................................................................................... 424 
30. CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS – DECRETO Nº 678/1992 (PACTO DE SÃO JOSÉ DA 
COSTA RICA) ......................................................................................................................................................................................................... 473 
31. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS E VEREADORES – DECRETO-LEI Nº 201/1967 ................................. 493 
32. LEI DE CRIMES DE RESPONSABILIDADE - LEI Nº 1.079/1950 .................................................................................................... 501 
33. CONTRAVENÇÕES PENAIS – DECRETO-LEI Nº 3.688/1941 ........................................................................................................ 513 
34. CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – LEI Nº 1.521/1951.............................................................................................. 524 
35. LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210/1984 ................................................................................................................................ 531 
36. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – LEI Nº 7.492/1986 ..................................................................... 622 
37. CRIMES DE PRECONCEITO – LEI Nº 7.716/1989 ............................................................................................................................. 632 
38. LEI DE PRISÃO TEMPORÁRIA – LEI Nº 7.960/1989 ......................................................................................................................... 639 
39. CRIMES DO ECA – LEI Nº 8.069/1990 .................................................................................................................................................. 644 
40. LEI DE CRIMES HEDIONDOS – LEI Nº 8.072/1990 .......................................................................................................................... 674 
41. CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR – LEI Nº 8.078/1990 ............................................................................................................ 684 
42. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – LEI Nº 8.137/1990 ................................................................................................. 689 
43. CRIMES CONTRA A ORDEM ECONÔMICA – LEI Nº 8.176/1991............................................................................................... 708 
44. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – LEI Nº 9.099/1995 ................................................................................................................. 709 
45. LEI DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS – LEI Nº 9.296/1996 ................................................................................................... 729 
46. LEI DE TORTURA – LEI Nº 9.455/1997 ................................................................................................................................................. 741 
47. CRIMES DE TRÂNSITO – LEI Nº 9.503/1997 ...................................................................................................................................... 747 
48. CRIMES AMBIENTAIS – LEI Nº 9.605/1998 ........................................................................................................................................ 760 
49. LEI DE SOFTWARE – LEI Nº 9.609/1998 .............................................................................................................................................. 793 
5 
 
50. LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI Nº 9.613/1998.................................................................................................................... 797 
51. LEI DE PROTEÇÃO À VÍTIMAS E À TESTEMUNHAS – LEI Nº 9.807/1999 ............................................................................... 818 
52. ESTATUTO DO TORCEDOR – LEI Nº 10.671/2003 .......................................................................................................................... 824 
53. CRIMES DO ESTATUTO DO IDOSO – LEI Nº 10.741/2003 ........................................................................................................... 826 
54. ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI Nº 10.826/2003 ............................................................................................................. 830 
55. CRIMES FALIMENTARES – LEI Nº 11.101/2005 ................................................................................................................................ 854 
56. LEI MARIA DA PENHA – LEI Nº 11.340/2006 .................................................................................................................................... 860 
57. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/2006 ................................................................................................................................................. 880 
58. LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL – LEI Nº 12.037/2009 ............................................................................................................ 927 
59. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA – LEI Nº 12.830/2013 ................................... 932 
60. LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI Nº 12.850/2013..................................................................................................... 935 
61. CRIME DE DISCRIMINAÇÃO AOS PORTADORES DE HIV – LEI Nº 12.984/2014 ................................................................. 961 
62. CRIMES DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – LEI Nº 13.146/2015 .................................................................. 962 
63. ABUSO DE AUTORIDADE – LEI Nº 13.869/2019 .............................................................................................................................. 963 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. LEI DA AÇÃO POPULAR – LEI Nº 4.717/1965 
 
CF, Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência; 
 
Art. 1º QUALQUER CIDADÃO será parte legítima (é o único legitimado) para pleitear a anulaçãoou a 
declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, 
de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de 
seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, 
de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais 
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do 
Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos 
cofres públicos. 
 
§ 1º Consideram-se PATRIMÔNIO PÚBLICO para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor 
econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. 
 
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou custeio o tesouro público concorra com 
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades 
subvencionadas, as conseqüências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão 
deles sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
§ 3º A PROVA DA CIDADANIA, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a 
ele corresponda. 
- Súmula nº 365, STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” 
 
SUJEITO ATIVO Cidadão - seja brasileiro nato ou naturalizado! 
 
- A ação popular pode ser ajuizada por qualquer cidadão, não importando que o autor seja eleitor em local 
diferente de onde os fatos ocorreram. 
A Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXIII, prevê que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular. 
Note-se que a legitimidade ativa é deferida ao cidadão. A legitimidade ativa não é do eleitor, mas do cidadão. 
O que ocorre é que a Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular), em seu art. 1º, § 3º, define que a cidadania será provada 
por título de eleitor. 
Vê-se, portanto, que a condição de eleitor não é condição de legitimidade ativa, mas apenas e tão-só meio de 
prova documental da cidadania, daí porque pouco importa qual o domicílio eleitoral do autor da ação popular. 
Aliás, trata-se de uma exceção à regra da liberdade probatória (sob a lógica tanto da atipicidade como da não-
taxatividade dos meios de provas). 
Aquele que não é eleitor em certa circunscrição eleitoral não necessariamente deixa de ser eleitor, podendo apenas 
exercer sua cidadania em outra circunscrição. Se for eleitor, é cidadão para fins de ajuizamento de ação popular. 
O indivíduo não é cidadão de tal ou qual Município, é “apenas” cidadão, bastando, para tanto, ser eleitor. 
O instituto do “domicílio eleitoral” não guarda tanta sintonia com o exercício da cidadania, e sim com a necessidade 
de organização e fiscalização eleitorais. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1242800/MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 07/06/2011. 
 
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades, a que se refere este artigo, as certidões e 
informações que julgar necessárias, bastando para isso indicar a finalidade das mesmas. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao46.htm#art141§38
7 
 
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) 
dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de ação 
popular. 
 
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada 
certidão ou informação. 
 
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta desacompanhada das certidões ou 
informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de razão 
de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que 
cessará com o trânsito em julgado de sentença condenatória. 
 
 
Art. 2º São NULOS os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis 
à existência ou seriedade do ato; 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato 
normativo; 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é 
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita 
ou implicitamente, na regra de competência. 
 
- É possível no exame judicial da validade dos atos administrativos, diante da falta de norma processual 
administrativa específica, a utilização dos dispositivos regentes da Lei de Ação Popular. 
É possível no exame judicial da validade dos atos administrativos, diante da falta de norma processual 
administrativa específica, a utilização dos dispositivos regentes da Lei de Ação Popular. 
STJ. 1 Seção. MS 26.694/DF, Rel. Ministro Sérgio Kukina, julgado em 26/05/2021. 
 
 
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das entidades mencionadas no 
art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as 
prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles. 
 
 
Art. 4º São também NULOS os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas 
ou entidades referidas no art. 1º. 
I - A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de habilitação, das normas 
legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
II - A operação bancária ou de crédito real, quando: 
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, estatutárias, regimentais ou internas; 
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura, contrato ou avaliação. 
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando: 
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou administrativa, sem que essa 
condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma geral; 
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que comprometam o seu caráter competitivo; 
8 
 
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação das possibilidades normais 
de competição. 
IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem admitidas, em favor do adjudicatário, durante 
a execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão de serviço público, sem que estejam previstas em lei ou 
nos respectivos instrumentos. 
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível concorrência pública ou 
administrativa, quando: 
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou constantes de instruções gerais; 
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na época da operação; 
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da operação. 
VI - A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua modalidade, quando: 
a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares ou de instruções e ordens de serviço; 
b) resultar em exceçãoou privilégio, em favor de exportador ou importador. 
VII - A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o limite de valor, desobedecer a normas 
legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando: 
a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamentares, regimentais ou constantes de 
instruções gerias: 
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior ao da avaliação. 
IX - A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitucionais, legais e regulamentadoras que regem 
a espécie. 
 
DA COMPETÊNCIA 
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz 
que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao 
Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. 
Obs.: Não há prerrogativa de foro funcional na Ação Popular. A competência para julgar ação popular é, via de 
regra, do juízo de 1º grau (Federal ou Estadual). 
 
NÃO HÁ PRERROGATIVA DE FORO 
FUNCIONAL 
- Ação popular 
 
- Ação de improbidade administrativa (duplo regime sancionatório: 
improbidade e crimes de responsabilidade) 
Exceção: Presidente da República 
 
§ 1º Para fins de competência, EQUIPARAM-SE atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios os 
atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das 
sociedades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação 
às quais tenham interesse patrimonial. 
 
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoas ou entidade, será 
competente o juiz das causas da união, se houver; quando interessar simultaneamente ao estado e ao município, 
será competente o juiz das causas do estado, se houver. 
 
§ 3º A propositura da ação PREVENIRÁ a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem posteriormente 
intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos. 
 
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a SUSPENSÃO LIMINAR do ato lesivo impugnado. 
 
DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES 
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as 
autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o 
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do 
mesmo. (LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO) 
9 
 
SUJEITO PASSIVO 
- pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º; 
 
- autoridades, funcionários ou administradores que houverem 
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, 
por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão; 
 
- beneficiários diretos do mesmo. 
 
§ 1º SE NÃO HOUVER benefício direto do ato lesivo, ou SE FOR ele indeterminado ou desconhecido, a ação 
será proposta somente contra as outras pessoas indicadas neste artigo. 
 
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º, quando o valor real do bem for inferior ao da avaliação, 
citar-se-ão como réus, além das pessoas públicas ou privadas e entidades referidas no art. 1º, apenas os responsáveis 
pela avaliação inexata e os beneficiários da mesma. 
 
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá 
ABSTER-SE DE CONTESTAR O PEDIDO, ou poderá ATUAR AO LADO DO AUTOR, desde que isso se afigure útil 
ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. 
 
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a 
responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe VEDADO, em qualquer hipótese, assumir a 
defesa do ato impugnado ou dos seus autores. 
 
§ 5º É FACULTADO a qualquer cidadão habilitar-se como LITISCONSORTE ou ASSISTENTE do autor da ação 
popular. 
 
DO PROCESSO 
Art. 7º A ação obedecerá ao PROCEDIMENTO ORDINÁRIO, previsto no Código de Processo Civil, observadas as 
seguintes normas MODIFICATIVAS: 
I - Ao despachar a inicial, o juiz ORDENARÁ: 
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público; 
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos que tiverem sido referidos pelo autor (art. 
1º, § 6º), bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15 
(quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento. 
 
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará para que as requisições, a que se refere o inciso anterior, 
sejam atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz. 
 
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser oferecidos nos prazos assinalados, o juiz poderá autorizar 
prorrogação dos mesmos, por prazo razoável. 
II - Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários far-se-á por edital com o prazo de 30 (trinta) dias, afixado 
na sede do juízo e publicado três vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou da Capital do Estado ou Território em 
que seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita e deverá iniciar-se no máximo 3 (três) dias após a entrega, na 
repartição competente, sob protocolo, de uma via autenticada do mandado. 
III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado, cuja existência ou identidade se torne 
conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a 
integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção de provas, salvo, quanto a 
beneficiário, se a citação se houver feito na forma do inciso anterior. 
IV - O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a requerimento do interessado, 
se particularmente difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da 
entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital. 
V - Caso não requerida, ATÉ O DESPACHO SANEADOR, a produção de prova testemunhal ou pericial, o juiz 
ordenará vista às partes por 10 (dez) dias, para alegações, sendo-lhe os autos conclusos, para sentença, 48 
10 
 
(quarenta e oito) horas após a expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o processo tomará o RITO 
ORDINÁRIO. 
VI - A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julgamento, deverá ser proferida dentro de 15 
(quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz. 
Parágrafo único. O proferimento da sentença além do prazo estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de 
merecimento para promoção, durante 2 (dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de promoção por antigüidade, 
de tantos dias quantos forem os do retardamento, SALVO motivo justo, declinado nos autos e comprovado perante 
o órgão disciplinar competente. 
 
 
Art. 8º Ficará sujeita à pena de DESOBEDIÊNCIA, SALVO motivo justo devidamente comprovado, a autoridade, 
o administrador ou o dirigente, que deixar de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido 
estipulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra "b"), informações e certidão ou fotocópia de documento necessários à instrução 
da causa. 
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entregue, sob recibo, o requerimento do interessado ou o 
ofício de requisição (art. 1º, § 5º, e art. 7º, n. I, letra "b"). 
 
 
 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e 
condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a QUALQUER CIDADÃO, bem como ao 
REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, 
promover o prosseguimento da ação.(SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL) 
Obs.: O MP não é legitimado ativo para ação popular, mas pode ser substituto processual em caso de 
desistência ou absolvição de instância. 
 
 
Art. 10. As partes só pagarão CUSTAS e PREPARO A FINAL. 
 
 
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará 
ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, RESSALVADA a ação 
regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em CULPA. 
 
Sentença que julga procedente a ação 
popular, decretando a invalidade do 
ato impugnado, condenará os 
responsáveis pela sua prática e os 
beneficiários dele, ao pagamento: 
- perdas e danos 
*RESSALVADA a ação regressiva contra os funcionários causadores de 
dano, quando incorrerem em CULPA. 
 
 
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, 
judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de 
advogado. 
 
Sentença incluirá sempre, na 
condenação dos réus, o pagamento, 
ao autor: 
- custas; 
 
- demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas 
com a ação e comprovadas; 
 
- honorários de advogado. 
 
11 
 
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido, julgar a lide manifestamente temerária, 
condenará o autor ao pagamento do DÉCUPLO DAS CUSTAS. 
 
 
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado na sentença; se depender de avaliação ou 
perícia, será apurado na execução. 
 
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer pagamento, a condenação imporá o pagamento devido, 
com acréscimo de juros de mora e multa legal ou contratual, se houver. 
 
§ 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, simulada ou irreal de contratos, a condenação versará sobre 
a reposição do débito, com juros de mora. 
 
§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por desconto em folha até o integral 
ressarcimento do dano causado, se assim mais convier ao interesse público. 
 
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita a seqüestro e penhora, desde a prolação da sentença 
condenatória. 
 
 
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência da lei penal ou a prática de falta disciplinar a que a lei 
comine a pena de demissão ou a de rescisão de contrato de trabalho, o juiz, "ex-officio", determinará a remessa de 
cópia autenticada das peças necessárias às autoridades ou aos administradores a quem competir aplicar a sanção. 
 
 
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que 
o autor ou terceiro promova a respectiva execução. O representante do Ministério Público a promoverá nos 
30 (trinta) dias seguintes, sob pena de FALTA GRAVE. 
 
 
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades referidas no art. 1º, ainda que hajam contestado a ação, 
promover, em qualquer tempo, e no que as beneficiar a execução da sentença contra os demais réus. 
 
 
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada OPONÍVEL "ERGA OMNES", EXCETO no caso de haver sido a 
ação julgada IMPROCEDENTE por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação 
com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
 
EFICÁCIA DA SENTENÇA NA AÇÃO POPULAR 
Regra Eficácia de coisa julgada oponível ERGA OMNES 
Exceção 
- no caso de haver sido a ação julgada IMPROCEDENTE por deficiência de prova. 
* neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, 
valendo-se de nova prova. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA NA AÇÃO POPULAR 
Sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos 
limites da competência territorial do órgão 
prolator. 
Sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga 
omnes". 
 
 
 
12 
 
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao DUPLO GRAU DE 
JURISDIÇÃO, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente 
caberá APELAÇÃO, com efeito suspensivo. (REEXAME NECESSÁRIO OU DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
INVERTIDO) 
 
#SELIGANOCONCEITO: 
- DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO INVERTIDO: Quando a sentença da ação popular for procedente, não haverá 
reexame necessário. Assim, o art. 19 inverte a lógica da remessa necessária do CPC. No CPC, se a Fazenda perde, 
haverá reexame. Na ação popular, por sua vez, o reexame necessário ocorre se o cidadão perde. Em decorrência 
disso, a doutrina diz que esse art. 19 traz uma hipótese de DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO INVERTIDO, ou seja, um 
duplo grau que ocorre em favor do cidadão (e não necessariamente da Fazendo Pública). 
 
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
 
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer 
QUALQUER CIDADÃO e também o MINISTÉRIO PÚBLICO. 
 
- É possível aplicar esse art. 19 da Lei nº 4.717/65 para as ações civis públicas? 
Em regra, sim. O STJ entende que é possível aplicar, por analogia, a primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65 
paras as sentenças de improcedência de ação civil pública. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1596028/MG, Rel. Min.Og Fernandes, julgado em 26/09/2017. 
 
EXISTE, CONTUDO, UMA EXCEÇÃO: 
- Não se aplica a remessa necessária do art. 19 da LAP para as ações coletivas tutelando direitos individuais 
homogêneos. 
Não se admite o cabimento da remessa necessária, tal como prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/65, nas ações 
coletivas que versem sobre direitos individuais homogêneos. 
Ex: ação proposta pelo MP tutelando direitos individuais homogêneos de consumidores. 
STJ. 3ª Turma.REsp 1374232-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 612). 
 
 
RECURSOS NA LEI DE AÇÃO POPULAR 
- Sentença que concluir pela carência ou improcedência da ação 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
(REEXAME NECESSÁRIO INVERTIDO) 
*Não produzindo efeito senão depois de 
confirmada pelo tribunal 
- Sentença que julgar procedente a ação 
APELAÇÃO 
*Com efeito suspensivo 
- Decisões interlocutórias AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se ENTIDADES AUTÁRQUICAS: 
a) o serviço estatal descentralizado com personalidade jurídica, custeado mediante orçamento próprio, 
independente do orçamento geral; 
b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei, para a execução de serviços de interesse público ou social, 
custeados por tributos de qualquer natureza ou por outros recursos oriundos do Tesouro Público; 
c) as entidades de direito público ou privado a que a lei tiver atribuído competência para receber e aplicar 
contribuições parafiscais. 
 
 
 
13 
 
Art. 21. A ação prevista nesta lei PRESCREVE em 5 (cinco) anos. (AÇÃO POPULAR REPRESSIVA) 
 
 
Art. 22. APLICAM-SE à ação popular as regras do Código de Processo Civil, naquilo em que não contrariem os 
dispositivos desta lei, nem a natureza específica da ação. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE AÇÃO POPULAR (OUTROS JULGADOS) 
- Em regra, o autor pode ajuizar a ação popular no foro de seu domicílio, mesmo que o dano tenha ocorrido 
em outro local; contudo, diante das peculiaridades, as ações envolvendo o rompimento da barragem de 
Brumadinho devem ser julgadas pelo juízo do local do fato. 
Em 2019, houve o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério, localizada em Brumadinho (MG). O 
rompimento resultou em um terrível desastre ambiental e humanitário. 
Felipe, na condição de cidadão, ajuizou ação popular contra a União, o Estado de Minas Gerais e a Vale S.A., 
pedindo para que os réus fossem condenados a recuperar o meio ambiente degradado, pagar indenização pelos 
danos causados e pagar multa por dano ambiental. 
Como Felipemora em Campinas (SP), ele ajuizou a ação no foro de seu domicílio e a demanda foi distribuída para 
a 2ª Vara Federal de Campinas (SP). 
Ocorre que na 17ª Vara Federal de Minas Gerais existem ações individuais, ações populares e ações civis públicas 
tramitando contra os mesmos réus e envolvendo pedidos semelhantes a essa ação popular ajuizada em Campinas. 
Quem é competente para julgar esta ação popular: o juízo do domicílio do autor ou o juízo do local em que se 
consumou o ato danoso? O juízo do local onde se consumou o dano (17ª Vara Federal de Minas Gerais). 
Regra geral: em regra, o autor pode ajuizar a ação popular no foro de seu domicílio, mesmo que o dano tenha 
ocorrido em outro local. Isso porque como a ação popular representa um direito político fundamental, deve-se 
facilitar o seu exercício. 
Exceção: o STJ entendeu que o caso concreto envolvendo Brumadinho era excepcional com inegáveis 
peculiaridades que impõem a adoção de uma solução diferente para evitar tumulto processual em uma situação 
de enorme magnitude social, econômica e ambiental. Assim, para o STJ é necessário superar, excepcionalmente, a 
regra geral. Entendeu-se que seria necessário adotar uma saída pragmática para permitir uma resposta do Poder 
Judiciário aos que sofrem os efeitos desta grande tragédia. 
A regra geral do STJ deve ser usada quando a ação popular for isolada. Contudo, no caso de Brumadinho havia 
uma ação popular em Campinas (SP) competindo e concorrendo com várias outras ações populares e ações civis 
públicas, bem como com centenas, talvez milhares, de ações individuais tramitando em MG, razão pela qual, em 
se tratando de competência concorrente, deve ser eleito o foro do local do fato. 
Em face da magnitude econômica, social e ambiental do caso concreto, é possível a fixação do juízo do local do 
fato para o julgamento de ação popular que concorre com diversas outras ações individuais, populares e civis 
públicas decorrentes do mesmo dano ambiental. 
STJ. 1ª Seção. CC 164.362-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/06/2019 (Info 662). 
 
- Declaração incidental de inconstitucionalidade em ação popular. 
É possível a declaração incidental de inconstitucionalidade em Ação Popular, desde que a controvérsia 
constitucional não figure como pedido, mas sim como causa de pedir, fundamento ou simples questão prejudicial, 
indispensável à resolução do litígio principal, em torno da tutela do interesse público. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1352498/DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 05/06/2018. 
 
- É possível ação popular mesmo sem demonstração de prejuízo material. 
O STJ possui firme orientação de que um dos pressupostos da Ação Popular é a lesão ao patrimônio público. 
Ocorre que a Lei nº 4.717/65 deve ser interpretada de forma a possibilitar, por meio de Ação Popular, a mais ampla 
proteção aos bens e direitos associados ao patrimônio público, em suas várias dimensões (cofres públicos, meio 
ambiente, moralidade administrativa, patrimônio artístico, estético, histórico e turístico). 
Para o cabimento da Ação Popular, basta a ilegalidade do ato administrativo por ofensa a normas específicas ou 
desvios dos princípios da Administração Pública, dispensando-se a demonstração de prejuízo material. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 949.377/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/03/2017. 
STF. Plenário. ARE 824781 RG. Rel. Min. Dias Toffoli, j. 27/08/2015 (Repercussão Geral - Tema 836). 
14 
 
- STF não possui competência originária para julgar ação popular. 
Determinado cidadão propôs “ação popular” contra a Presidente da República pedindo que ela fosse condenada 
à perda da função pública e à privação dos direitos políticos. A competência para julgar essa ação é do STF? 
NÃO. O STF não possui competência originária para processar e julgar ação popular, ainda que ajuizada contra 
atos e/ou omissões do Presidente da República. 
A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente da 
República, é, via de regra, do juízo de 1º grau. 
STF. Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/11/2015 (Info 811). 
No mesmo sentido: 
A jurisprudência é firme no sentido de que o STF não possui competência para julgar ação popular contra ato de 
qualquer autoridade. 
STF. Plenário. AO 2489 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020. 
Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade que tenha 
na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição. 
STF. Plenário. Pet 8504 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/12/2019. 
 
EXCEÇÕES: 
É possível apontar quatro exceções a essa regra. 
Assim, compete ao STF julgar: 
1) ação popular que envolva conflito federativo entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre 
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta (art. 102, I, “f”, da CF/88); 
2) ação popular em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela 
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente 
interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88); 
3) ação popular proposta contra o Conselho Nacional de Justiça ou contra o Conselho Nacional do Ministério 
Público (art. 102, I, “r”, da CF/88). 
4) ação popular cujo pedido seja próprio de mandado de segurança coletivo contra ato de Presidente da 
República, por força do art. 102, I, “d”, da CF/88 (STF. Plenário. Pet 8104 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
06/12/2019). 
 
- É dispensável a demonstração de prejuízo material ao erário para o ajuizamento da ação popular, sendo 
suficiente a verificação da ilegalidade do ato administrativo por ofensa a normas específicas ou desvios dos 
princípios da Administração Pública. 
Não é condição para o cabimento da ação popular a demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, dado 
que o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal estabelece que qualquer cidadão é parte legítima para propor 
ação popular e impugnar, ainda que separadamente, ato lesivo ao patrimônio material, moral, cultural ou histórico 
do Estado ou de entidade de que ele participe. 
STF. Plenário. ARE 824781 RG, Rel. Dias Toffoli, julgado em 27/08/2015. 
 
- No âmbito da Ação Popular, em que se pleiteia a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao 
patrimônio público, não se pode condenar o réu ao pagamento de ressarcimento ao Erário se não se 
configurar o dano. 
Determinado contrato administrativo foi celebrado, tendo havido, no entanto, irregularidades formais no 
procedimento de licitação. A empresa contratada cumpriu exatamente os serviços previstos no contrato e recebeu 
por isso. 
Neste caso, o STJ entendeu que até seria possível a declaração de nulidade de contrato administrativo, mas não 
se poderia condenar a empresa a ressarcir o erário se não houve comprovação real de lesão aos cofres públicos. 
Para o STJ, eventual violação à boa-fé e aos valores éticos esperados nas práticas administrativas não configura, 
por si só, elemento suficiente para ensejar a presunção de lesão ao patrimônio público, uma vez que a 
responsabilidade dos agentes em face de conduta praticada em detrimento do patrimônio público exige a 
comprovação e a quantificação do dano. Adotar entendimento em sentido contrário acarretaria evidente 
enriquecimento sem causa do ente público, que usufruiu dos serviços prestados em razão do contrato firmado 
durante o período de sua vigência. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1447237-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2014 (Info 557). 
15 
 
No âmbito da Ação Popular, em que se pleiteia "a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao 
patrimônio" público (art. 1º da Lei 4.717/1965), não se pode condenar o réu ao pagamento de ressarcimento ao 
Erário se não se configurar o dano.STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 1497559/PA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 05/10/2020. 
 
 
#TABELARESUMO: 
AÇÃO POPULAR (AP) 
BASE CONSTITUCIONAL - Art. 5º, LXXIII, CF 
BASE LEGAL - Lei nº 4.717/65 
HISTÓRICO - CF de 1934 (ausente na CF de 37) 
OBJETO 
- Anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, 
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural 
LEGITIMIDADE 
 Ativa 
- Somente o cidadão tem legitimidade ativa (brasileiro nato ou naturalizado); 
• A cidadania é comprovada mediante título de eleitor ou documento que a ele 
corresponda. 
• O menor com 16 anos, desde que tenha título de eleitor e que esteja em pleo gozo 
de seus direitos políticos, é legitimado, ainda que sem assistência. 
 
Não podem propor ação popular: 
• Inalistáveis; 
• Inalistados; 
• Pessoa Jurídica (S. 365, STF); 
• Ministério Público (Obs.: Pode promover o prosseguimento em caso de desistência 
ou absolvição de instância). 
 
 Passiva 
(Litisconsórcio passivo necessário) 
- pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º; 
- autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, 
ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado 
oportunidade à lesão; 
- beneficiários diretos do mesmo. 
ESPÉCIES - Preventiva e Repressiva 
AÇÃO - Civil 
LIMINAR - Sim 
ADVOGADO - Sim 
GRATUITO 
- Sim 
Salvo comprovada má-fé 
PRAZO - Prescricional = 5 anos 
COMPETÊNCIA 
- É julgada em 1ª instância (Estadual ou Federal); 
Não há foro por prerrogativa de função! 
SÚMULAS 
- Súmula nº 101, STF: “O mandado de segurança não substitui a ação popular.” 
 
- Súmula nº 365, STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação 
popular.” 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA – LEI Nº 7.347/1985 
 
Art. 1º REGEM-SE pelas disposições desta Lei, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO POPULAR, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais CAUSADOS: 
l - ao meio-ambiente; 
ll - ao consumidor; 
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
V - por infração da ordem econômica; 
VI - à ordem urbanística. 
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. 
VIII – ao patrimônio público e social. 
 
Parágrafo único. NÃO SERÁ CABÍVEL AÇÃO CIVIL PÚBLICA para veicular pretensões que envolvam tributos, 
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza 
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. 
 
NÃO SERÁ CABÍVEL ACP PARA 
VEICULAR PRETENSÕES QUE 
ENVOLVAM 
- tributos 
 
- contribuições previdenciárias 
 
- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou 
 
- outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser 
individualmente determinados 
 
- É possível o ajuizamento de ACP alegando que o particular que recebeu a indenização na desapropriação 
não era o seu real proprietário mesmo que já tenham se passado 2 anos do trânsito em julgado da ação de 
desapropriação. #IMPORTANTE 
I -O trânsito em julgado de sentença condenatória proferida em sede de ação desapropriatória não obsta a 
propositura de Ação Civil Pública em defesa do patrimônio público para discutir a dominialidade do bem 
expropriado, ainda que já se tenha expirado o prazo para a Ação Rescisória; 
II - Em sede de Ação de Desapropriação, os honorários sucumbenciais só serão devidos caso haja devido 
pagamento da indenização aos expropriados. 
STF. Plenário. RE 1010819/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
26/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 858) (Info 1019). 
 
 
Art. 2º As ações previstas nesta lei serão propostas no FORO DO LOCAL ONDE OCORRER O DANO, cujo juízo terá 
competência funcional (Competência Absoluta) para processar e julgar a causa. 
Parágrafo único A propositura da ação PREVENIRÁ a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente 
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
 
- Continência no caso de ações coletivas propostas por entidades distintas. 
No caso em que duas ações coletivas tenham sido propostas perante juízos de competência territorial distinta 
contra o mesmo réu e com a mesma causa de pedir e, além disso, o objeto de uma, por ser mais amplo, abranja o 
da outra, competirá ao juízo da ação de objeto mais amplo o processamento e julgamento das duas demandas, 
ainda que ambas tenham sido propostas por entidades associativas distintas. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.318.917-BA, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, j. 12/3/13 (Info 520). 
 
 
Art. 3º A ação civil poderá ter por OBJETO a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer 
ou não fazer. 
17 
 
Art. 4o Poderá ser ajuizada AÇÃO CAUTELAR para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, EVITAR DANO ao 
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou 
religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
 
Art. 5o Têm LEGITIMIDADE para propor a ação principal e a ação cautelar: 
 
I - o Ministério Público; 
- Súmula nº 643, STF: “O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento 
seja a ílegalidade de reajuste de mensalidades escolares.” 
 
- Súmula nº 329, STJ: “O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do 
patrimônio público.” 
 
- Súmula nº 601, STJ: “O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, 
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.” 
 
- O Ministério Público não tem legitimidade para promover ACP pedindo que os proprietários de imóveis 
sejam obrigados a pagar taxa em favor de associação de moradores. 
O Ministério Público possui legitimidade para promover a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos, 
mesmo que de natureza disponível, desde que o interesse jurídico tutelado possua relevante natureza social. 
Se a ação tem por finalidade apenas evitar a cobrança de taxas, supostamente ilegais, por específica associação de 
moradores, essa causa não transcende a esfera de interesses puramente particulares e, consequentemente, não 
possui a relevância social exigida para a tutela coletiva. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1585794-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 28/09/2021 (Info 712). 
 
- MP não pode obter, em ACP, informações bancárias sobre os clientes da instituição porque estas são 
protegidas pelo sigilo bancário. 
O exercício da legitimação extraordinária, conferida para tutelar direitos individuais homogêneos em ação civil 
pública, não pode ser estendido para abarcar a disposição de interesses personalíssimos, tais como a intimidade, 
a privacidade e o sigilo bancário dos substituídos. 
Configura quebra de sigilo bancário a decisão judicial que antecipa os efeitos da tutela para determinar que o 
banco forneça os dados cadastrais dos correntistas que assinaram determinado tipo de contrato, a fim de instruir 
ação civil pública. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1611821-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/6/2017 (Info 607). 
 
- Ministério Público possui legitimidade para propor ACP em defesa de direitos sociais relacionados com o 
FGTS. 
O Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais 
relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 
STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercussão geral – Tema 850) 
(Info 955). 
Em provas, tenha cuidado com a redação do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 7.347/85: 
Art. 1º (...) Parágrafoúnico. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, 
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza 
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 
2.180-35/2001) 
Se for cobrada a mera transcrição literal deste dispositivo em uma prova objetiva, provavelmente, esta será a 
alternativa correta. 
 
- O Ministério Público pode ajuizar ACP para anular aposentadoria que lese o erário. 
O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo de 
aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público. 
STF. Plenário. RE 409356/RO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/10/2018 (repercussão geral) (Info 921). 
18 
 
- MP tem legitimidade para ajuizar ação pedindo o fornecimento de medicamento. 
O MP é parte legítima para ajuizamento de ACP que vise o fornecimento de remédios a portadores de certa 
doença. 
STF. Plenário. RE 605533/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). 
 
- MP tem legitimidade para ACP sobre direito individuais homogêneos quando presente interesse social. 
O MP tem legitimidade para promover ACP sobre direitos individuais homogêneos quando presente o interesse 
social. 
STF. 2ª Turma. RE 216443/MG, rel. orig. Min. Menezes Direito, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, j. 28/8/12 (Info 
677). 
 
- MP tem legitimidade para propor ACP objetivando a liberação de saldo de contas PIS/PASEP. 
O MP tem legitimidade para propor ACP objetivando a liberação do saldo de contas PIS/PASEP, na hipótese em 
que o titular da conta — independentemente da obtenção de aposentadoria por invalidez ou de benefício 
assistencial — seja incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a 
subsistência, bem como na hipótese em que o próprio titular da conta ou quaisquer de seus dependentes for 
acometido das doenças ou afecções listadas na Portaria Interministerial MPAS/MS 2.998/01. 
Esse pedido veiculado diz respeito a direitos individuais homogêneos que gozam de relevante interesse social. 
Logo, o interesse tutelado referente à liberação do saldo do PIS/PASEP, mesmo se configurando como individual 
homogêneo, mostra-se de relevante interesse à coletividade, tornando legítima a propositura de ACP pelo MP, 
visto que se subsume aos seus fins institucionais. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.480.250-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 18/8/2015 (Info 568). 
 
- MP tem legitimidade para ajuizar ACP em defesa de mutuários do SFH. 
O MP tem legitimidade ad causam para propor ACP com a finalidade de defender interesses coletivos e individuais 
homogêneos dos mutuários do Sistema Financeiro da Habitação. 
O STJ entende que os temas relacionados com SFH possuem expressão para a coletividade e que o interesse em 
discussão é socialmente relevante. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.114.035-PR, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, 
j. 7/10/2014 (Info 552). 
 
- MP tem legitimidade para ACP em benefício de uma só pessoa em questões de saúde. 
O MP tem legitimidade para ajuizar ACP contra a concessionária de energia elétrica com a finalidade de evitar a 
interrupção do fornecimento do serviço à pessoa carente de recursos financeiros diagnosticada com enfermidade 
grave e que dependa, para sobreviver, da utilização doméstica de equipamento médico com alto consumo de 
energia. 
Conforme entendimento do STJ, o MP detém legitimidade para propor ACP que objetive a proteção do direito à 
saúde de pessoa hipossuficiente, porquanto se trata de direito fundamental e indisponível, cuja relevância interessa 
à sociedade. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.162.946-MG, Rel. Ministro Sérgio Kukina, j. 4/6/2013 (Info 523). 
 
- O Ministério Público Federal é parte legítima para pleitear indenização por danos morais coletivos e 
individuais em decorrência do óbito de menor indígena. #IMPORTANTE 
Caso concreto: uma criança indígena faleceu no interior do Mato Grosso do Sul em razão da má prestação do 
serviço público de saúde. O MPF ingressou com ação civil pública contra a União e uma fundação estadual de 
saúde pedindo o pagamento de indenização por danos morais individuais (em favor dos pais da criança) e por 
danos morais coletivos. O STJ reconheceu a legitimidade do MPF. 
A relevância social do bem jurídico tutelado e a vulnerabilidade dos povos indígenas autoriza, em face da peculiar 
situação do caso, a defesa dos interesses individuais dos índios pelo Ministério Público, em decorrência de sua 
atribuição institucional. 
A Constituição reconhece, em seu art. 232, a peculiar vulnerabilidade dos índios e das populações indígenas, 
motivo pelo qual o art. 37, II, da LC 75/93 confere legitimidade ao MPF “para defesa de direitos e interesses dos 
índios e das populações indígenas”, o que se mostra consentâneo com o art. 129, V e IX, da CF/88. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1.688.809-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 26/04/2021 (Info 696). 
19 
 
- O MPF possui legitimidade para propor ação civil pública a fim de debater a cobrança de encargos 
bancários supostamente abusivos praticados por instituições financeiras privadas. 
O Ministério Público Federal possui legitimidade para propor ação civil pública a fim de debater a cobrança de 
encargos bancários supostamente abusivos praticados por instituições financeiras privadas. 
Ex: ação civil pública ajuizada pelo MPF contra diversos bancos privados pedindo para que seja declarada abusiva 
a cobrança da tarifa bancária pela emissão de cheque de baixo valor. 
As atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras, sejam elas públicas ou privadas, estão subordinadas ao 
conteúdo de normas regulamentares editadas por órgãos federais e de abrangência nacional. Logo, o 
cumprimento dessas normas por parte dos bancos é um tema de interesse nitidamente federal, suficiente para 
conferir legitimidade ao Ministério Público Federal para o ajuizamento da ação civil pública. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.573.723-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/12/2019 (Info 662). 
 
- Ações civis públicas propostas pelo MPF e competência. 
As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o MPF é órgão da União, o que 
atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a competência será determinada, em um primeiro momento, 
pela parte processual. 
Num segundo momento, contudo, o Juiz Federal irá averiguar se o MPF é parte legítima. 
Se o MPF for parte legítima, perpetua-se a competência na Justiça Federal. Por outro lado, se for parte ilegítima, 
deverá determinar o deslocamento da competência para a Justiça Estadual. 
Desse modo, a circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na lide não é suficiente para 
determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento da ação. 
STF. Plenário. RE 669952 AgR-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 09/11/2016. 
Em ação proposta pelo Ministério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça Federal está 
constitucionalmente habilitada a proferir sentença que vincule tal órgão, ainda que seja sentença negando a sua 
legitimação ativa. 
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 151506/MS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 27/09/2017. 
 
II - a Defensoria Pública; 
 
- Legitimidade da defensoria para propor ACP em defesa de juridicamente necessitados. 
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de interesses individuais 
homogêneos de consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado em razão da mudança de faixa etária, 
ainda que os titulares não sejam carentes de recursos econômicos. 
A atuação primordial da Defensoria Pública, sem dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos necessitados 
econômicos. Entretanto, tambémexerce suas atividades em auxílio a necessitados jurídicos, não necessariamente 
carentes de recursos econômicos. 
A expressão "necessitados" prevista no art. 134, caput, da CF/88, que qualifica e orienta a atuação da Defensoria 
Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido amplo. Assim, a Defensoria pode atuar 
tanto em favor dos carentes de recursos financeiros como também em prol do necessitado organizacional (que 
são os "hipervulneráveis"). 
STJ. Corte Especial. EREsp 1192577-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/10/2015 (Info 573). 
 
- Legitimidade da Defensoria Pública em ACP. 
A Defensoria Pública pode propor ação civil pública na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais 
homogêneos. 
É constitucional a Lei nº 11.448/2007, que alterou a Lei 7.347/85, prevendo a Defensoria Pública como um dos 
legitimados para propor ação civil pública. 
STF. Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6 e 7/5/2015 (Info 784). 
 
- Legitimidade da Defensoria Pública em ações coletivas. 
A Defensoria Pública não possui legitimidade extraordinária para ajuizar ação coletiva em favor de consumidores 
de determinado plano de saúde particular que, em razão da mudança de faixa etária, teriam sofrido reajustes 
abusivos em seus contratos. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.192.577-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/5/2014 (Info 541). 
20 
 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
- Legitimidade do Município para defesa dos consumidores. 
O Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ACP em defesa de direitos consumeristas questionando a 
cobrança de tarifas bancárias. 
Em relação ao MP e aos entes políticos, que têm como finalidades institucionais a proteção de valores 
fundamentais, como a defesa coletiva dos consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade 
adequada. 
STJ. 3ª T. REsp 1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 15/5/18 (Info 626). 
 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
 
V - a associação que, CONCOMITANTEMENTE: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao 
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao 
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (PERTINÊNCIA TEMÁTICA) 
 
- Se uma associação ajuizou ACP, na condição de substituta processual, e obteve sentença coletiva 
favorecendo os substituídos, todos os beneficiados possuem legitimidade para a execução individual, 
mesmo que não sejam filiados à associação autora. #IMPORTANTE 
Em ação civil pública proposta por associação, na condição de substituta processual, possuem legitimidade para a 
liquidação e execução da sentença todos os beneficiados pela procedência do pedido, independentemente de 
serem filiados à associação promovente. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.438.263/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/03/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 
948) (Info 694). 
 
- Em ação civil pública, é possível a substituição da associação autora por outra associação caso a primeira 
venha a ser dissolvida. #IMPORTANTE 
Caso ocorra dissolução da associação que ajuizou ação civil pública, é possível sua substituição no polo ativo por 
outra associação que possua a mesma finalidade temática. 
O microssistema de defesa dos interesses coletivos privilegia o aproveitamento do processo coletivo, 
possibilitando a sucessão da parte autora pelo Ministério Público ou por algum outro colegitimado (ex: associação), 
mormente em decorrência da importância dos interesses envolvidos em demandas coletivas. 
STJ. 3ª Turma. EDcl no REsp 1.405.697-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 10/09/2019 (Info 665). 
 
- Associação de defesa do consumidor não tem legitimidade para ajuizar ACP discutindo DPVAT. 
Uma associação que tenha fins específicos de proteção ao consumidor não possui legitimidade para o ajuizamento 
de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque 
o seguro DPVAT não tem natureza consumerista, faltando, portanto, pertinência temática. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.091.756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 13/12/17 (Info 
618). 
 
§ 1º O MINISTÉRIO PÚBLICO, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da 
lei. 
 
§ 2º Fica FACULTADO ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se 
como LITISCONSORTES de qualquer das partes. (LITISCONSORTE ATIVO E PASSIVO) 
 
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por ASSOCIAÇÃO LEGITIMADA, o Ministério Público 
OU outro legitimado ASSUMIRÁ A TITULARIDADE ATIVA. 
 
 
21 
 
- Vício na representação processual da associação autora e oportunidade ao MP para assumir a titularidade 
ativa. 
Na ação civil pública, reconhecido o vício na representação processual da associação autora, deve-se, antes de 
proceder à extinção do processo, conferir oportunidade ao MP para que assuma a titularidade ativa da demanda. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1372593-SP, Rel. Min. Humberto Martins, j. 7/5/2013 (Info 524). 
 
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser DISPENSADO pelo juiz, quando haja manifesto interesse social 
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. 
 
- Mesmo sem 1 ano de constituição, associação poderá ajuizar ACP para que fornecedor preste informações 
ao consumidor sobre produtos com glúten. 
Como regra, para que uma associação possa propor ACP, ela deverá estar constituída há pelo menos 1 ano. 
Exceção: este requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando haja manifesto interesse social 
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido (§ 4º do 
art. 5º da Lei nº 7.347/85). Neste caso, a ACP, mesmo tendo sido proposta por uma associação com menos de 1 
ano, poderá ser conhecida e julgada. 
Como exemplo da situação descrita no § 4º do art. 5º, o STJ decidiu que é dispensável o requisito temporal (pré-
constituição há mais de um ano) para associação ajuizar ação civil pública quando o bem jurídico tutelado for a 
prestação de informações ao consumidor sobre a existência de glúten em alimentos. 
STJ. 2ª T. REsp 1.600.172-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 15/9/16 (Info 591). 
 
§ 5.° Admitir-se-á o LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal 
e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 
 
- Necessidade de demonstração de motivos para a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o MPE 
e o MPF. 
Em ACP, a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério Público Estadual e o Federal depende da 
demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de ambos na lide. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.254.428-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 2/6/2016 (Info 585). 
 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua 
conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. 
 
- É possível que as associações privadas façam transação em ação civil pública. #IMPORTANTE 
A associação privada autora de uma ação civil pública pode fazer transação com o réu e pedir a extinção do 
processo, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC. 
O art. 5º, § 6º da LAP prevê que os órgãos públicos podem fazer acordos nas ações civis públicas em 
curso, não mencionando as associações privadas. 
Apesar disso, a ausência de disposição normativa expressa [na Lei da Ação Civil Pública] no que concerne a 
associações privadasnão afasta a viabilidade do acordo. Isso porque a existência de previsão explícita unicamente 
quanto aos entes públicos diz respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei determina, ao passo que 
aos entes privados é dado fazer tudo que a lei não proíbe. 
STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 1º/3/18 (Info 892). 
 
 
Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá PROVOCAR A INICIATIVA do Ministério Público, 
ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de 
convicção. 
 
 
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar 
a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. 
 
 
22 
 
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e 
informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, INQUÉRITO CIVIL, ou requisitar, de qualquer 
organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não 
poderá ser inferior a 10 (dez) dias ÚTEIS. 
 
§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em 
que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los. 
 
- Emenda da inicial da ACP mesmo após ter sido apresentada contestação. 
Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de pedido genérico, ainda que já tenha 
sido apresentada a contestação. 
STJ. 4ª Turma.REsp 1279586-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 03/10/2017 (Info 615). 
 
 
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento 
para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, 
fazendo-o fundamentadamente. 
 
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em 
falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. 
 
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeitada a promoção de 
arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados 
aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação. 
 
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério 
Público, conforme dispuser o seu Regimento. 
 
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão 
do Ministério Público para o ajuizamento da ação. 
 
 
Art. 10. Constitui CRIME, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 
(mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados 
técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público. 
 
- Para que se configure o delito, é indispensável que as informações requisitadas sejam indispensáveis à 
propositura de ACP. 
A Lei de Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) prevê como crime a seguinte conduta: “Art. 10. Constitui crime, punido 
com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do 
Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura 
da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público”. O crime consiste na conduta da pessoa que recebeu 
uma requisição do MP que exigia determinado documento e/ou informação e o destinatário, em vez de cumpri-
la, recusa, retarda ou se omite. O STJ entende que se as informações requisitadas pelo MP não forem 
INDISPENSÁVEIS à propositura da ACP, não haverá crime. Ex: o MP instaurou IC e requisitou determinadas 
informações do Secretário de Saúde. Este prestou as informações fora do prazo assinalado, de forma que houve 
retardamento. Em tese, o agente público teria praticado o crime do art. 10. Ocorre que, após receber as 
informações, o MP decidiu arquivar o IC por entender que não houve qualquer violação a direitos 
transindividuais. Por via de consequência, não existiu o crime do art. 10, já que as informações retardadas não 
eram indispensáveis à propositura de ACP. 
STJ. 5ª Turma. HC 303.856-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 7/4/2015 (Info 560). 
 
23 
 
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o 
cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, 
ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, INDEPENDENTEMENTE de requerimento 
do autor. 
 
 
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a AGRAVO. 
 
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à 
segurança e à economia pública, poderá o presidente do tribunal a que competir o conhecimento do respectivo 
recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá AGRAVO para uma das 
turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato. 
 
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, 
mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento. 
 
 
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um 
conselho federal ou por conselhos estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e 
representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. 
 
§ 1o. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, 
em conta com correção monetária. 
 
§ 2o Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de discriminação étnica nos termos 
do disposto no art. 1o desta lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será 
utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da 
Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais 
ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente. 
 
 
Art. 14. O juiz poderá conferir EFEITO SUSPENSIVO aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. 
 
 
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe 
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. 
 
 
Art. 16. A sentença civil fará COISA JULGADA ERGA OMNES, nos limites da competência territorial do órgão 
prolator, EXCETO se o pedido for julgado IMPROCEDENTE por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer 
legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA NA AÇÃO POPULAR 
Sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos 
limites da competência territorial do órgão 
prolator. 
Sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga 
omnes". 
 
 
 
 
 
 
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- É inconstitucional a delimitação dos efeitos da sentença proferida em sede de ação civil pública aos limites 
da competência territorial de seu órgão prolator. #IMPORTANTE 
I - É inconstitucional o art. 16 da Lei nº 7.347/85, alterada pela Lei nº 9.494/97. 
II - Em se tratando de ação civil

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